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Pododermatite
Pododermatite
MONOGRAFIA
São Paulo-SP
2008
MONOGRAFIA
Monografia apresentada, no
curso de Medicina
Veterinária/FMU, sob
orientação do Professor
Antonio Carlos Bolino
São Paulo-SP
2008
_____________________________________________________________
Prof. Ms. Antônio Carlos Bolino
FMU- Orientador
_____________________________________________________________
Prof. Ms. Daniel Medes Netto
FMU
_____________________________________________________________
Prof. MV.Luiz Augusto Sibinelli Spolidoro
RESIDENTE HOVET - FMU
Dedicatória
“Dedico este trabalho aos
meus pais Nair Gonçalves
Michelini Lippi e Márcio de
Paulo Lippi, meu irmão
Eduardo Michelini Lippi e
todas as pessoas que me
ajudaram neste trabalho,
também agradeço à minha
primeira cachorra Kelly.”
Agradecimentos
Agradeço a todas as
pessoas que já me deram
oportunidades para
aprender mais, aos meus
professores e todos que
me ajudaram neste
trabalho, em especial Dra.
Sumário
Página
1. Introdução 11
2. Anatomia 13
2.2.1 Definição 14
2.2.5.1 Limbo 19
2.2.5.2 Coroa 20
3. Etiologia 23
4. Epidemiologia 27
5. Fisiopatologia 27
6. Sinais Clínicos 28
7. Diagnóstico 33
8. Tratamento 37
9. Prognóstico 41
Lista de Figuras
FIGURA 17 A Placa de esferovite antes de ser aplicada ao casco com fita adesiva, 40
Resumo
Pododermatite asséptica difusa ou laminite é uma doença que acomete o casco eqüino, é de
causa multifatorial, a qual possui uma etiologia e patogenia não completamente compreendidas,
diversas doenças sistêmicas podem causá-la e resultar na inflamação dos tecidos lamelares,
podendo haver rotação da terceira falange, o que é um processo extremamente doloroso. Seus sinais
clínicos variam de acordo com o progresso e severidade. Uma forma sub-clínica é comum. O
diagnóstico pode ser muito simples mas, se não diagnosticada precocemete é uma doença
potencialmente perigosa, levando o animal a eutanásia. O objetivo do diagnóstico e o tratamento
precoce é evitar que a doença chegue a um estado avançado.
Abstract
Pododermatitis aseptica diffusa or laminitis is a disease that affects the horse hoof, is
concerned multifactorial disease of which the etiology and pathogenesis are not completely
understood any systemic disease can cause it and result in inflammation of the lamellar, and there
rorotation of the third phalanx which is very painful process. His clinical signs are variable in their
progress an severity, and a subclinical form is common. The diagnosis can be very simple, but if not
diagnosed in time is potentially dangerous disease leading to the animal euthanasia. The goal of early
diagnosis and treatment is to avoid the disease reaches an advanced stage.
1. INTRODUÇÃO
2. ANATOMIA
2.1. Ossos digitais do membro anterior do cavalo
Os ossos digitais do membro anterior do eqüino estão reduzidos somente a
um dedo, a terceira radiação. Assim sendo estão formados (KONIG, LIEBICH,
2002):
- a falange proximal
- a falange média
- a falange distal
- três ossos sesamóides (dois proximais e um distal – o osso navicular)
A falange proximal apresenta a forma de um cilindro comprimido no sentido
dorso palmar, cuja base proximal é mais forte em comparação com a cabeça distal.
Na superfície palmar, obeservam-se linhas nessa falange – o trígono da falange
proximal (KONIG, LIEBICH, 2002).
A falange média assemelha-se à falange proximal. A superfície articular
dorsal encaixa-se na área curva da superfície articular distal da falange proximal e
divide-se, através de uma crista sagital, em duas fossas (KONIG, LIEBICH, 2002)
A falange distal apresenta uma cartilagem ungueal de cada lado e o osso
sesamóide distal posicionado em sentido proximal e palmar. Diferenciam-se uma
superfície parietal, uma solear e uma face articular, uma margem solear, no encontro
entre as superfícies da parede e da sola, e uma margem coronal, que contorna as
superfícies articular da parede. Na margem coronal, projeta-se um processo
extensor. A margem solear retrai-se no plano longitudinal mediano na crena da
margem solear. Em sentido palmar, surge de cada lado um processo palmar medial
e lateral, que é dividido por uma incisura do processo palmar em um ângulo proximal
e um distal. Frequentemente, neste local é formado somente um forame (KONIG,
LIEBICH, 2002).
A face parietal forma uma face convexa, apresentando em sentido caudal,
várias rugosidades, e uma superfície lateral, a qual é perfurada por um número
muito grande de orifícios; encontram-se, ainda, vasos sanguíneos nos sulcos dessa
parede.
A face solear é dividida por uma linha semilunar em um plano dérmico cranial
e em uma face flexora palmar para a inserção distal do tendão do músculo flexor
digital profundo. A face articular conecta-se com a tróclea da falange média em
2.2.1 Definição
O casco, em uma definição restrita, é tido como envoltório córneo e pouco
elástico. Em uma visão mais ampla, clinicamente usada, pode-se considerar também
as partes de apoio internas envolvidas pelo casco, isto é, a porção distal da falange
média, o osso sesamóide distal, a falange distal e as cartilagens ungulares mediais e
cuneais, as partes laterais e mediais do coxim, que são separadas do sulco cuneal
central (KONIG, BUDRAS, 2002).
2.2.5.1 Limbo
O limbo é uma faixa de poucos milímetros de largura abaixo da inserção do
pêlo, passando palmar e plantarmente para o coxim (KONIG, BUDRAS, 2002).
Seu tecido subcutâneo é modificado para o seu coxim e segue palmar e
plantarmente para parte tórica do púlvino digital (KONIG, BUDRAS, 2002).
A derme do limbo é formada em sua superfície por papilas delgadas, de
poucos milímetros de comprimento (KONIG, BUDRAS, 2002)
Por sua vez, sua epiderme forma uma arquitetura em túbulos que esmaece
em sentido distal. Proximalmente, abaixo da inserção do pêlo, o cório do limbo forma
uma saliência córnea amarelo-acastanhada, cujas células irrompem do envoltório
celular (KONIG, BUDRAS, 2002).
A partir daí, em sentido distal o cório do limbo é empurrado para baixo como
uma camada de esmalte cinzenta semelhante à telha, sendo desgastado até
alcançar a metade da parede. O cório do limbo tem a função de um reservatório de
umidade, uma vez que as células e o aglutinante intercelular retêm umidade por
embebição, mantendo-o situado abaixo, úmido e elástico. Além disso, possui uma
2.2.5.2 Coroa
A coroa é uma faixa de até 15 mm de largura que adere proximalmente ao
limbo. O tecido subcutâneo da coroa é reforçado para um espesso coxim coronário
que forma a base da saliência coronária. (KONIG, BUDRAS, 2002).
A derme coronária projeta com papilas de até 8 mm de comprimento, dirigidas
distalmente e ordenadas em fila, mais fortes do que as papilas do limbo ou períoplo
(KONIG, BUDRAS, 2002).
A epiderme da coroa possui uma marcante arquitetura tubular. Seu cório
coronário é marcado por forte resistência à pressão e à tração, sendo movimentado
paralelamente à face parietal da falange distal, em direção distal, formando o estrato
médio da parede do casco, com cerca de 1,2 cm de espessura que, em razão de
sua resistência mecânica, é também chamado de camada de proteção (KONIG,
BUDRAS, 2002).
O segmento córneo coronário da parede apresenta uma camada interna, uma
média e uma externa, cada uma constituída por um determinado tipo de túbulos.
Externamente predominam túbulos com diâmetro oval oblíquo. Na camada externa e
média, o córtex tubular compõe-se de células córneas superpostas semelhantes, e
uma casca de cebola, que apresenta alta estabilidade contra as forças de pressão
radial dirigidas de fora para dentro. A camada interna de estrato córneo constitui-se
de túbulos córneos cilíndricos, cujo córtex contém células córneas fusiformes,
ordenadas longitudinalmente. Esse tipo de túbulos recebe forças de pressão, que
atuam, sobretudo em direção proximodistal, como se fosse um amortecedor
(KONIG, BUDRAS, 2002).
Na região do limite entre os dois tipos de túbulos, isto é, entre as camadas
média e interna do cório coronal, ocorrem leves fissuras que levam à formação de
espaços na parede. Um cravo aplicado no casco não encontra ótima fixação nessa
região (KONIG, BUDRAS, 2002).
branca um ponto fraco da parede do casco em sua função como barreira contra
agentes mecânicos, químicos e biológicos. A medula tubular dos túbulos córneos
terminais, que precocemente se decompõe, é a parte mais fraca da zona branca
contra correntes líquidas ascendentes predispondo a uma ascendente colonização
de germes (KONIG, BUDRAS, 2002).
3. ETIOLOGIA
A laminite é definida como inflamação da lâmina sensitiva do casco,
causadora de degeneração e necrose das lâminas dérmicas e epidérmicas do
casco. Apesar de correta, é uma definição simplificada da seqüência complicada de
eventos que resultam em diferentes graus de quebra da interdigitação entre as
lâminas dérmicas e epidérmicas, culminando na rotação ou no deslocamento distal
da terceira falange (MIKAIL, PEDRO, 2006).
Ainda que não exista correlação com idade, sexo e peso, os pôneis são mais
suscetíveis, e os eqüinos que apresentam laminite crônica são freqüentemente mais
velhos e do sexo feminino. A laminite normalmente afeta ambos os cascos dos
membros torácicos, mas todos os cascos ou somente um pode ser acometido
(MIKAIL, PEDRO, 2006).
A laminite pode resultar de uma variedade de eventos patológicos que
envolvem outros sistemas do organismo, principalmente o gastrointestinal. Entre os
fatores predisponentes, pode-se citar o excesso de ingestão de carboidratos, a
síndrome cólica, as diarréias e as infecções graves, como peritonite,
pleuropneumonia e endometrite. Também já foram citadas como causas
predisponentes a ingestão de algum tipo de gramíneas, exercício intenso, trabalho
em piso duro, transporte prolongado e terapia prolongada com corticosteróides
(MIKAIL, PEDRO, 2006).
Apesar dos diversos mecanismos propostos para esclarecer a degeneração
laminar, a patogênese da laminite permanece desconhecida. Sabe-se, contudo, que
ocorrido o cio, a laminite cessa quase de imediato. Em outros casos, éguas com
estro contínuo apresentaram laminite que rescindia completamente após a correção
do cio.
É bastante enfatizado, que durante exercícios de alta intensidade, ocorre
aumento do volume globular e alterações nas concentrações plasmáticas de íons
fortes, e de proteínas plasmáticas. Durante testes de exercício progressivo, verifica-
se aumento das concentrações plasmáticas de sódio e proteínas totais, com
diminuição do conteúdo e da concentração de sódio eritrocitário (CARLSON, 1995;
THOMASSIAN et a.l, 2007).
4. EPIDEMIOLOGIA
Uma pesquisa dos fatores de risco associados com a laminite indicou que
éguas e garanhões não castrados apresentam maiores riscos de desenvolvimento
de laminite do que os animais castrados. O pico de incidência de novos casos
também correspondeu ao crescimento das pastagens luxuriantes da primavera,
sugerindo que a ingestão de grandes quantidades de capim fresco é também fator
de risco significativo para cavalos em regime de pastagens (SMITH, 1994).
5. FISIOPATOLOGIA
A degradação do aparato lamear é iniciado conforme há o desenvolvimento
da laminite. Visto que as lâminas epidérmicas suspendem a falange distal e,
portanto, o peso do cavalo e a degeneração laminar destroem o mecanismo de
suspensão e permite que as forças de sustentação do peso empurrem a falange
distal ventralmente (SMITH, 1994).
No casco do cavalo, os mecanismos vasoativos e de coagulação (por ação de
mediadores como prostaglandina, serotonina, histamina) são responsáveis por
alterar o fluxo sangüíneo podal que se processa por vasos através dos forames
nutridores da falange distal, para depois formar a rede de microcirculação no
sistema de sustentação laminar do casco. A vasoconstrição causa diminuição do
fluxo sangüíneo e edema, falta de nutrientes e conseqüente, necroses isquêmica no
tecido lamelar, gerando o desvio “shunts” arteriovenosos no restante da circulação.
A instalação da necrose isquêmica produz perda da interrelação do tecido
podofiloso, predispondo ao abaixamento e aos fenômenos de rotação da falange
distal. O cório coronário palmar, lâmina dérmica palmar e cório palmar da sola, não
6. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
O exame físico revela ainda um pulso digital forte e calor na parede do casco
e banda coronária. Quando o casco é testado com uma pinça de casco, o cavalo
apresenta dor na região dos pinças e à frente do vértice das ranilhas (Fig.5).
Fig. 5: Fotografia de um casco ilustrando a região da sola onde normalmente um cavalo com laminite
apresenta um elevado grau de dor (cruzes vermelhas). Fonte: Texto, Saiba mais, disponível em
www.equisport.pt
A forma subaguda apresenta sinais clínicos menos severos e pode ser vista
em eqüinos que trabalharam em superfícies duras ou que tiveram seus cascos
aparados excessivamente. Nesses casos, não ocorre dano laminar ou rotação da
terceira falange. Na forma aguda, os sinais clínicos são mais severos, e a doença
não responde imediatamente ao tratamento, sendo a rotação da terceira falange
uma possível conseqüência. Equinos com laminite refratária são aqueles que pouco
No exame da superfície basal da pata pode ser notada uma separação semicircular
da sola imediatamente dorsal ao ápice da ranilha, indicando que a ponta da falange
distal está começando a penetrar na sola. Esse é um quadro bastante grave, sendo
que os cavalos raramente se recuperam ou podem ser salvos. Nas rotações leves
ou moderadas e crônicas da falange distal, anéis divergentes serão visíveis na
parede do casco. O espaço entre os anéis na região dos talões será tipicamente
maior que na região da pinça. Isso representa um padrão de crescimento
diferenciado, no qual os talões estão crescendo muito mais rapidamente que a
pinça, pois há diminuição do suprimento sanguíneo e da síntese de ceratina nessa
região. Os cavalos que sofrem de laminite crônica com rotação da falange distal
possuem uma tendência a apoiar o casco sobre os talões e, a seguir, bater de modo
exagerado a pinça. Isso era de se esperar, pois a falange distal não está em
alinhamento normal com a parede do casco ou com a sola (ADAMS, 1994).
Uma pinça gasta resultante da separação das lâminas geralmente está
presente na laminite crônica. Pode ocorrer uma separação da linha branca grande o
suficiente para permitir a penetração de infecção nas lâminas. Na laminite crônica,
uma infecção similar à da ranilha pode invadir a sola escamosa e destruir toda a
proteção da falange distal. A região da sola se apresenta também convexa (ADAMS,
1994).
Quando se apara os cascos de um cavalo afetado por laminite é fácil provocar
um enrubescimento e sangramento da sola, pois a vascularização desta região
aumenta na laminite. Esta tendência hemorrágica aumentada se mantém por muitos
meses após um ataque de laminite. O exame com a pinça de cascos durante a fase
crônica raramente provoca uma resposta dolorosa. A razão disto é desconhecida
(ADAMS, 1994).
7. DIAGNÓSTICO
Os sintomas observáveis tornam o diagnóstico da laminite relativamente fácil.
A atitude típica do animal, a pulsação aumentada das artérias digitais, o calor nos
cascos e a dor evidenciada pela pinça dos cascos, na fase aguda, devem fornecer
provas adequadas de laminite. A laminite crônica mostra alterações características
no casco e um andar típico (ADAMS, 1994).
Como os sintomas de laminite são óbvios e o diagnóstico é facilmente
realizado, a anestesia perineural raramente é indicada para o diagnóstico, mas
Fig. 9: Radiografia A – Cavalo normal: Nota-se que a superfície externa da falange distal é paralela à
superfície da parede do casco ao longo de todo o comprimento. Fonte: Cruz (2007).
Fig. 10: Radiografia B – Cavalo com laminite: Devido à rotura do tecido laminar, a falange distal
separou-se da parede do casco e sofreu rotação. Isto é evidenciado radiograficamente ao verificar-se
um grau de divergência entre a parede do casco e a superfície da falange distal, que deixaram de ser
paralelas. Fonte: Cruz (2007).
Outro tipo de exame pode ser realizado como diagnóstico como a termografia
que é a representação gráfica da temperatura superficial de um objeto (Fig.12). A
câmara capta as radiações infravermelhas emitidas pelo corpo e as transforma
numa escala de cores que pode ser correlacionada com o índice de perfusão
sanguínea local, captando variações de temperatura a partir de 0,1 ou 0,2 graus que
seriam imperceptíveis a palpação.
Fig.13: Cavalo com laminite submetido ao exame de termografia Fonte: Texto Termografia, disponível
em www.equisports.com.br
8. TRATAMENTO
O tratamento baseia-se em eliminar ou minimizar os fatores predisponentes,
reduzir o ciclo de dor/hipertensão, reduzir ou previnir danos laminares permanentes,
melhorar a hemodinâmica capilar laminar e previnir a rotação da terceira falange.
Partindo do princípio de que a maioria das doenças que predispõem os eqüinos a
apresentarem laminite está associada a endotoxemia circulatória, combater efeitos
da endotoxemia e “sepsis” por meio de fluidoterapia, antibióticoterapia, utilização de
flunixin meglumine ou cetoprofeno e soro ou plasma hiperimune é essencial
(MIKAIL, PEDRO, 2006).
A crioterapia durante a fase de desenvolvimento da laminite tem sido sugerida
como uma importante estratégia preventiva. A aplicação de gelo resulta em
analgesia local, diminuindo a atividade enzimática local e vasoconstrição. Estudos
com cintilografia mostram que a terapia a frio diminui significamente a perfusão dos
cascos quando tratados durante 30 minutos com frio extremo. Já a terapia a quente
ou vasodilatadora é contra-indicada na fase de desenvolvimento da laminite
(MIKAIL, PEDRO, 2006).
Os antiinflamatórios não-esteróides são necessários para reduzir a dor e a
inflamação nos cascos. A fenilbutazona é o antiinflamatório não-esteróide mais
comumente utilizado. Deve inicialmente ser utilizado na dose de 4,4 mg/kg via oral
ou via intravenosa a cada 12 horas, durante três a quatro dias, diminuindo-se
gradualmente para 2,2 mg/kg nos dias subseqüentes ou até quando necessário.
A fenilbutazona reduz potencialmente a inflamação, o edema e a dor no
dígito, sendo aparentemente mais eficaz em reduzir a dor do que o flunixin
meglumine e o cetoprofeno. Entretanto o flunixin pode ser utilizado na dose de 1,0
9. PROGNÓSTICO
O prognóstico é sempre reservado em um caso de laminite. Se os sintomas
persistem por um período maior que 10 dias, o prognóstico é desfavorável. No
entanto, alguns casos, como os associados a um desequilíbrio endócrino, podem se
prolongar por longos períodos sem causar alterações excessivas na pata, como
anéis na parede do casco e rotação da falange distal. Alguns casos de laminite
prolongam-se por um grande período e, então, desaparecem, deixando o casco
deformado. A falange distal freqüentemente está rotacionada quando observada nas
radiografias. Sempre que ocorre rotação da falange distal o prognóstico é
desfavorável. Ocasionalmente, a infecção vai penetrar na pododerme como
resultado da separação da linha branca (pinça gasta) causada pela desunião das
lâminas sensíveis e insensíveis; ela pode também penetrar pela sola. Qualquer
infecção torna o prognóstico desfavorável. Se aparecem rachaduras na faixa
coronária, é provável que o casco se solte, tornando o prognóstico mais
desfavorável. (ADAMS, 1994)
10. CONCLUSÃO
Com o presente estudo, pode-se concluir, segundo encontrado em literatura,
que a pododermatite asséptica difusa também chamada de laminite ou aguamento
trata-se de uma inflamação da lâmina do casco, causada por uma degeneração e
necrose das laminas dérmica e epidérmicas, gerando dor e consequentemente,
claudicação. Desta forma, torna-se necessário uma intervenção precoce eliminando
ou minimizando primeiramente os fatores predisponentes a fim de evitar a
cronicidade, prevenindo o aparecimento de escaras de decúbito, abaulamento da
11.Referências Bibliográficas
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University of Agricultural, Sciences Uppsala; 2000.