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ASAEE Revista Sul-Americana de Engenharia Estrutural Influéncia da armadura transversal recomendada pelas normas NBR 6118 (2007), ACI 318 (2005) e Eurocode 2-1 (2003) no comportamento de vigas de concreto armado Agleilson Reis Borges, Dénio Ramam Carvalho de Oliveira” Resumo Para avaliar a influéncia da taxa minima de armadura transversal no comportamen- to de vigas de conereto armado com secao retangular foram analisadas experimental- mente, no Laboratério de Engenharia Civil da Universidade Federal do Par (UFPa ), doze vigas com dimensées de 2.200 mm para o comprimento (1), 250 mm para a altura (h) e bases (b,) variando de 120 a 420 mm, com incremento nesta dimensao igual a 60 mm, Todas as vigas apresentaram taxas geométricas de armadura de flexio iguais ¢ foram submetidas ao ensaio de Stuttgard, com vao livre de 2,000 mm. Sao apresenta- dos ¢ analisados os resultados experimentais obtidos para as cargas tiltimas, modos de ruptura, deformagdes da armadura de flexao, deformagoes no concreto e desloca- mentos verticais. Os resultados experimentais foram comparados com as estimativas das normas NBR 6118 (2007) e divergéncias significativas foram observadas. Palavras-chave: Concreto armado. Viga. Cisalhamento, T Doutorando, Bscola Politéenica da Universidade de Sao Paulo, departamento de estraturas e geatéenica, Av. Prof Almeida Prado, 83, tv. 2, Cidade Universitéria-Sdo Paulo-Sio Paulo, Brasil ~ CEP: 05508-900. H-mail: agleilson@ usp br(enviar correspondéncia para este autor) + Professor Doutor, Faculdade de Engenharia Civil, Universidade Federal do Paré. Campus Universitério do Gua- ma, Rua Augusto Corréa, Numero 01, Guamé-Belém-Pari-Drasil — CEP: 66075-970. B-mail: denio@ufpa.br. httpsfdx doi org/10,5835/rsee.v10i1.2879 24 Revista Sul-Americana de Engenharia Estrutural, Passo Fundo, v.10, n. 3, p. 24-44, jul /dez. 2013 Influéncia da armadura transversal recomendada pelas normas. 1 Introdugao No dimensionamento de elementos estruturais solicitados por esforgos cisalhantes 6 imprescindivel uma analise minuciosa a respeito da ductilidade da mesma, para que em caso de iminente sinistro tenha-se uma estrutura que “avise” quando estiver préxi- ma de sua resisténcia tltima, tanto para dar o devido tempo para a evacuagao do local caso necessério, quanto para se tomar as medidas necessdrias para que a estrutura seja reforgada. Segundo Garcia (2002), as armaduras transversais minimas de vigas devem ser providas visando fazer com que, na eventualidade da existéncia de sobrecargas nao previstas, as vigas nao apresentem ruptura brusca, assim que ocorra a fissuragao dia- gonal, limitar a inclinagao das bielas e a abertura de fissuras inclinadas e evitar a flambagem da armadura longitudinal comprimida. ‘As normas para céleulo de estruturas de concreto armado estabelecem armaduras transversais minimas, mas nem todas esclarecem seus objetivos e nenhuma cita em que se baseou a definigao dessa armadura. Na norma ACI-318 (2005) consta que a armadura transversal minima restringe o desenvolvimento da fissuragdo inclinada, aumenta a ductilidade da viga e prové aviso de possivel ruptura, sendo de particular importancia se o membro é submetido a sobrecargas nao previstas. Tendo como motivagdo a avaliagao da taxa de armadura transversal minima, este artigo versa sobre a andlise experimental de vigas com taxa de armadura minima uti- lizando-se de vigas com diferentes b, expde, além de analisar, uma nova formulagao para o célculo da resisténcia tltima ao esforgo cortante de vigas de concreto armado com armadura transversal minima. 2 Estimativas normativas ATabela 1 apresenta as formulagées adotadas por cada uma das normas analisa- das para o dimensionamento ao esforgo cortante em vigas de conereto armado com es- tribos perpendiculares ao eixo longitudinal da pega. A NBR 6118 (2007) e o EUROCO- DE 2-1 (2003) utilizam como principio, a treliga generalizada de Mérsch. Estas normas permitem que o Angulo de inclinagao a das bielas de tragao (armadura transversal) varie de 45° a 90° ¢ prescrevem 45° como o valor maximo para o Angulo 0 da biela com- primida de concreto, O EUROCODE 2-1(2003) permite a utilizagdo de 0 com um valor minimo de 21,8° enquanto a NBR 6118 (2007) limita este valor minimo em 30°. O valor do angulo 0, € arbitrado pelo projetista. Na verificagao da ruptura por tragao diagonal, observa-se que o EUROCODE 2-1(2003) no leva em consideragao a contribuigao dos mecanismos complementares & treliga, isto 6, a armadura transversal absorve integral- mente todo o esforgo cortante de célculo, O ACI 318(2005) por sua vez baseia-se na ana- logia classica da treliga, com o Angulo de inclinagao da biela comprimida 6 fixo a 45°, 25 Revista Sul-Americana de Engenharia Estrutural, Passo Fundo, v.10, n. 3, p. 2444, jul/dez, 2013 Tabola 1: Critérios de Dimensionamento ao Esforgo Cortante em Vigas com 0 = 90° N Veriticacao da Tenséona | Verificacdo da Tracao Diagonal ‘rma Biela de Conereto Teale S Te + Tew Tea S Trae Tad Seas = Te + tow NBR 6118 (2007) Modelo | Tez = O27 yah ea = a = O26 fok < 50 MPa aa (1-23) Ty = 0,900 F ya Ta Stra Teg S Teas =o + Tow NBR 6118 (2007) Modelo Il pag = 0.27 eryof ,gsen26 =) tek < 50 MPa OM tpae — Teo 30° <6.< 45° es saa ( ~ 250/ Tow = 0: 900 f ratot 96 Tae & Tramie Tra S Trasy EUROCODE 2-1 (2003) Tra mix = 0,4504f,gsen 26 {ck > 60 MPa 21,8°< 0 45° Fax $60 MPa: v,= 0,60 ACI 318 (2005) 1, $0,751, fck <69MPa = 0.17 F, = 45° f i ss S088 F, Pub run $0.66), Onde: A, = armadura transversal; p, = €a taxa de armadura transversal, igual a Asw(bw/s); £,, = 6 a resisténcia do conereto em Mpa(fer > 60 MPe:), 0 = € 0 Angulo de inclinacao das bielas comprimidas; 5 = 60 espagamento dos estribos, em em; bw = 6 a menor largura da segao, medida em em; fywd = é a tensdo de escoamento de céleulo na armadura transversal em MPa; 1, = 6a tensao resistente; 1, = 6a tensdo solicitante; 0. = 60 Angulo de inclinagao da armadura transversal em relagao ao eixo longitudinal da viga; ‘v2 = 6 um coeficiente adimensional, que representa o indice de fragilidade do concreto, dado por (1-fek/250), sendo fek em MPa. 26 Revista Sul-Americana de Engenbaria Estrutural, Passo Fundo, v.10, n. 3, p. 24-44, jul /dez. 2013 Influéncia da armadura transversal recomendada pelas normas. 2.1 Armadura Minima Garcia (2002) define taxa de armadura transversal minima como aquela necessé- ria para que a viga néo tenha ruptura fragil apés a forga cortante ter aleangado o valor do cortante de fissuragao diagonal. As formulas de taxas de armadura transversal mi- nima propostas nos e6digos atuais sao basicamente empiricas, em geral nao incluem todos os pardmetros relevantes, levando a valores que diferem muito entre sim. Para este trabalho foi utilizada a formulagao da NBR 6118 (2007), mostrada na Equagao 1 A 0,06-f-4.2/3 Psw min = SE eee a by'scosd — fysy'sena Onde: Asw = armadura transversal; pwymin = 6a taxa de armadura transversal minima; fek = 6 a resisténcia do concreto em MPa; 0 = 6 0 angulo de inclinagao das bielas comprimidas; 5 = € 0 espagamento dos estribos, em em; bw = 6a menor largura da segao, medida em em; fyw = 6 a tensdo de escoamento de célculo na armadura transversal em MPa; 0. = 6 0 Angulo de inclinagao da armadura transversal em relagao ao eixo longitudinal da viga. 3 Programa Experimental 3.1 Caracteristicas das Vigas Para avaliar a influéneia da taxa minima de armadura transversal (Asw) para di- ferentes valores de b, no comportamento tiltimo de vigas de concreto armado com segao retangular, analisaram-se experimentalmente 6 vigas de concreto armado com dimen- ses de 2200 mm para o comprimento (L), 250 mm para a altura (h) e bases (bw) que variaram de 120 a 420 mm com valor de incremento constante e igual a 60 mm Estas e outras especificagdes das vigas sao mostrados nas Figuras 1 e 2, e outras especificagoes relevantes das pegas ensaiadas so apresentados na Tabela 2. 27 Revista Sul-Americana de Engenharia Estrutural, Passo Fundo, v.10, n. 3, p.24 4, jul /dez, 2013 VBW12 (12/25) at 200 =" 3 ~~ DNIO1R 6 c= Oar zs jo ____auinaeipa N08 VBW18 (18/25) care — , 0 i ores qi 20 F me + 12IN3O5 £18 + NID e775 VBW24 (24/25) sues a ie “Exibe™ au mm y of ~ TMD TTS eM 2 1925 L ASxINSOS ci15. + 1SN5@5 «= 89 Figura 1: Armadura das vigas VBW12, VBW18 e VBW24, VBW230 (30/25) 2 200 i a“ BHEDTEE OTA 1 b DOINGS citi t 28 Revista Sul-Americana de Engenharia Estrutural, Passo Fundo, v.10, n. 3, p. 24-44, jul /dez. 2013 Influéncia da armadura transversal recomendada pelas normas. VBW36 (36/25) Figura 2: Armadura das vigas VBW30, VBW36 e VBW42. Tabela 2: Caracteristicas geométricas das pecas. Viga L(mm) bwimm) | h (mm) (mm) VvBwi2 120 VvBWi8 180 vew24 240 vew30 2200 300 250 230 VBw36 360 vewa2 420 3.2 Instrumentagao Para medir a flecha no centro do vao da viga durante os ensaios foi utilizado um deflectémetro analégico com preciséo de 0,01 mm. Ja as deformagées do concreto e das armaduras de flexao ¢ cisalhamento foram monitoradas com extensOmetros elétricos de resisténcia (EER). No concreto foram utilizados extensémetros elétricos de resis- téncia (EER-comp), com 8 mm x 95 mm, fixados no centro da face superior da viga, para medir as deformagées maximas de compressdo na pega. Na armadura de flexao foram utilizados extensdmetros, EER-flex, medindo 2,8 mm x 9,4 mm posicionados no centro de pelo menos uma de suas barras, os extensometros utilizados para monitorar os estribos, EER-cis I, EER-cis II e EER-cis III, possufam dimensées idénticas as dos extens6metros utilizados para 0 monitoramento a flexdo, a Figura 3 mostra o esquema do posicionamento dos extensémetros nas vigas. Foi utilizado um sistema digital para 29 Revista Sul-Americana de Engenharia Estrutural, Passo Fundo, v.10, n, 3, p. 2444, jul/dez, 2013 aquisigao de dados para a leitura dos extensdmetros elétricos, composto por um médulo do equipamento de aquisigao de dados Almemo e um laptop. A Figura 4 mostra os equi- pamentos utilizados na monitoragao das deformagdes e flechas das vigas. Fi2 Fi2 5 600 800 600 eencone _¥ a Borin: 1000 + 1000 : C-EERis! 2-EERols I + ERcieMl Figura 3: Instrumentagao das vigas. Figura 4: Equipamentos utilizados nos ensaios. 3.3 Sistema de Ensaio O sistema de Ensaio do Laboratério de Engenharia Civil (LEC) da Universidade Federal do Par possui um sistema de reagao rigido, composto por um pértico metalico de reagao; um cilindro hidréulico para aplicagao do carregamento; uma bomba hidréu- lica para acionar o cilindro; uma célula de forga com leitora e precisdo de 1 KN. Também foi utilizada uma viga metélica de perfil I para distribuir a forga aplicada pelo cilin- dro hidréulico em dois pontos eqiiidistantes dos apoios. Para o apoio das pegas foram usados blocos de conereto e apoios especificos para garantir o equilibrio isostatico das pegas. 0 carregamento foi aplicado manualmente por meio de uma bomba hidréulica em etapas de 5 kN, no sentido de cima para baixo, Entre cada etapa do carregamento foi 30 Revista Sul-Americana de Engenbaria Estrutural, Passo Fundo, v.10, n. 3, p. 24-44, jul /dez, 2013 Influéncia da armadura transversal recomendada pelas normas. realizado o mapeamento das fissuras e a aferigao das deformagées do ago ¢ do conereto. O sistema de ensaio consistiu basicamente na montagem de um sistema de Stuttgart para ensaios & flexdo. A distancia central entre as forgas foi de 0,8 m e 0 vao ensaiado foi de 2,0 m, conforme mostram as Figuras 5 ¢ 6. fle a canta i DE REAGAD ne LABC RATER Figura 5: Croquis do sistema de ensaio. Figura 6: Sistema de ensaio e aquisigao de dados. 31 Revista Sul-Americana de Engenharia Estrutural, Passo Fundo, v.10, n, 3, p. 2444, jul/dez, 2013 4 Resultados 4.1 Propriedades dos Materiais 4.1.1 Concreto O concreto utilizado nas vigas foi dosado em central com cimento CPII-Z-32 e fo- ram colhidos 6 corpos-de-prova (CP) cilindricos de 150 mm x 300 mm. Em 3 CPs foram realizados ensaios de compressao axial, segundo os parametros da NBR 5739 (2007), para determinagao da resisténcia do concreto & compressao e outros 3 corpos-de-prova foram utilizados para determinagao do médulo de elasticidade, obtide de acordo com a NBR 8522 (2008). Os resultados obtidos experimentalmente aos 28 dias para as resis- téncias sao apresentados na Tabela 3. Tabela 3: Propriedades mecnicas do concreto. Corpo-de-prova I fc (MPa) E.. (GPa) 01 22,3 32,1 02 23,4 30,5 03 20,2 30,9 Média 22,0 31,2 4.1.2 Ago ‘As barras de ago de diametros 12,5 mm e de 5,0 mm utilizadas nas armaduras de flexo e cisalhamento das vigas, respectivamente, pertenciam ao mesmo lote. Foram retiradas trés amostras de cada bitola para realizagao dos ensaios de tragao, seguindo as orientagdes da NBR ISO 6892 (2002), com a finalidade de se obter as propriedades mecanicas dos agos. As curvas tensdo x deformagao especifica sao mostradas na Figura 7 € os resultados sao apresentados na Tabela 4. “Tonsdo (Pa) eget ovsnm 008 115 2 28 3 5 Detormagser) Defownaséot) Figura 7: Diagrama tensao-deformagao para as barras de aco. 32 Revista Sul-Americana de Engenbaria Estrutural, Passo Fundo, v.10, n. 3, p. 24-44, jul ez, 2013 Influéncia da armadura transversal recomendada pelas normas. Tabela 4: Propriedades das barras de aco. 9 (mm) Area (mm2) fy (kN) fys (MPa) Eq, (Ho) fu (MPa) 50 20,0 13.6 695.0 44 709,2 12,5 122.6 7 585,0 23 605,0 Os deslocamentos monitorados foram analisando a partir das curvas Forga Apli- cada x Deslocamento, para cada viga, geradas com as leituras realizadas durante os ensaios. Na Figura 8, é possivel perceber que as vigas ganham rigidez. com 0 aumento da base das vigas (b,) 0 que era esperado, confirmando assim a teoria utilizada para o 4.2 Deslocamentos Verticais seu dimensionamento. Com 0 aumento gradativo do comprimento da base da viga (bw) das vigas pode-se observar um alivio na intensidade da solicitagao na zona comprimida do conereto, para a regido monitorada, podendo-se observar também o aumento da rigidez da viga com esse acréscimo no valor do bw, diminuindo assim a inclinagao da curva Forga Aplicada x Deformagao, as curvas das vigas ensaiadas sao mostradas na Figura 9. orca Aplicada (kM) 8 8 a4 7 Deslocamentes im) Figura 8: Deslocamentos verticais das vigas. 4.3 Deformagao Especifica do Concreto 33 Revista Sul-Americana de Engenharia Estrutural, Passo Fundo, v.10, n, 3, p. 2444, jul/dez, 2013 0 soo 280 2 240) ge 2 8 Forga Aplicada (KN) 100) Deformacd al Figura 9: Deformagées especificas do conereto 4.4 Deformacao da Armadura de Flexao. Os valores de deformagao especifica da armadura longitudinal de tragao na segdo do meio do vao sao apresentados na Figura 10, onde é possivel observar a forga aplica- da (F,,) responsével pelo escoamento da armadura longitudinal de cada viga, a partir do valor de eys encontrado anteriormente para os corpos-de-prova, estas forgas foram apresentadas na Tabela 4. 34 Revista Sul-Americana de Engenharia Estrutural, Passo Fundo, v.10, n. 3, p. 24-44, jul /dez. 2013 Influéncia da armadura transversal recomendada pelas normas. g BEBE EES Foren Aplicada (KN) Defers t Figura 10: Deformagées especificas da armadura de flexdo. 4.5 Deformagao Especifica da Armadura de Cisalhamento Os diagramas forga aplicada x deformagao especifica dos estribos so mostrados nas Figuras 11 e 12, onde é possivel observar a forca aplicada (F,.,), responsavel pelo escoamento da armadura de cisalhamento, a partir do valor de e,, encontrado anterior- mente para os corpos-de-prova, estas forgas foram apresentadas na Tabela 4. 35 Revista Sul-Americana de Engenharia Estrutural, Passo Fund, v.10, n. 3, p.24 4, jul /dez, 2013 i gos i zoo i ga i yr Beg ae i E F : eeessTUTTuvees SGRRSERRSEEsESSoEES 0 Deformagées da armadura de cisalhamento para as vigas VBW12, VBW18, VBW24 e VBW30. 36 ‘Revista Sul-Americana de Engenharia Estrutural, Passo Fundo, v.10, n. 3, p. 24-44, jul/dez. 2013 Influéncia da armadura transversal recomendada pelas normas. Figura 12: Deformagées da armadura de cisalhamento para as vigas VBW36 e VBW42. 4.6 Forcas Ultimas e Modos de Ruina As forgas tiltimas caleuladas de acordo com as normas abordadas neste trabalho e os modos de ruina sao apresentados na Tabela 5, sendo que se optou por calcular tanto © modelo II da NBR 6118 (2007) quanto o Eurocode 2-1(2003) com o valor de 30. para © Angulo de inclinagao das bielas eomprimidas. ‘AFigura 13 mostra a comparagao entre os valores calculados, segundo as normas, eo valor observado nos ensaios das vigas com bw variando de 120 mm a 420 mm, com acréscimos de 60 mm. De posse do valor da relagao (fu,,, / ful,,), € possivel avaliar, segundo a escala de Demérito de Collins (2001), Tabela 6 que, apesar de serem normas com prestigio internacional, ainda divergem significativamente quanto ao valor do cor- tante maximo resistido por estas vigas. Tabela 5: Forgas (kN) @ modos de ruptura. 1 pas 1 womens Viga | top | Men | Modelo | Model (or) | {evens zce | 1: some | Modo de ruina vewi2 | 780 | 68 45,19 64,02 30,98 41,88 vawis | 138.0 | 107 erat 96,45 45,82 6241 vewe4 | 1980 | 145 88,39 190,28 58,51 81,55 | Gicathamento vewso | 2258 | 173 11421 158,66 79,59 106,08 vewse | 287.0 | 201 197,80 199,55 96,80 128,12 vewa2 | 3100 | 270 158,16 224,08 108.42 | 146,58 37 Revista Sul-Americana de Engenharia Estrutural, Passo Fundo, v.10, n. 3, p.24 4, jul /dez, 2013 (© Fu.Exp/Fu. NBAG118 Modelo (0 FuExp/Fu.NBRG118 Modelo (30°) 3,50 8 FUExp/Fu.Euocode 2( 30") + FusspfFu.sca18 3.00 a . 4 250 4 2200 e 7 3 3 3 so if a % ° A ° 1,00 050 9.00 ‘ m8 4m Be bwvtem) Figura 13: Razao entre a forga titima experimental e a forga estimada, Tabela 6: Escala de Demérito Collins (2001) apud Ribeiro (2005). fexr toate Escore Classificagae = 050 10 Extremamente Perigosa 0,65 5 2 | Baixa Seguranca a [__ Seguranca Aproprinda L 1 Conservative 2 | Extremamente Conservativa 4.7 Fissuracdo Os padrées de fissuragao das vigas so mostrados nas Figuras 14 e 15. Para todas as vigas ensaiadas a fissuragdo iniciou com fissuras de flexdo no meio do vao e se pro- pagou em diregao aos apoios, sendo perceptivel o aumento do ntimero de fissuras com 0 aumento da base da viga (b,) antes do seu limite de resisténcia ({,,.,). 38 Revista Sul-Americana de Engenbaria Bstrutural, Passo Fundo, v 10,n, 3, p. 24-44, jul /dez, 2013 Influéncia da armadura transversal recomendada pelas normas. Figura 15: Vigas VBW24, VBW30, VBW36 e VBW4? fissuradas. 39 Revista Sul-Americana de Engenharia Estrutural, Passo Fundo, v.10, n. 3, p. 2444, jul/dez, 2013 5 Proposta para Melhorar as Estimativas da NBR 6118 (2007) Apés analise de diversos casos e confrontado com os resultados experimentais apresentados neste trabalho, foi possivel a elaboragdo de uma nova formulagao para o dimensionamento de vigas de concreto armado ao cisalhamento, que faz a utilizagao da taxa de armadura transversal minima. A seqiiéncia légica para a elaboragao desta metodologia 6 apresentada abaixo, Equagao (2), Equagao (3) e Equagado (4). A Figura 16 mostra uma comparagao entre as cargas tiltimas previstas para as vigas ensaiadas ¢ as de diversos autores, encontradas no trabalho de Ribeiro (2005), foram utilizadas vigas possuiam como caracteristicas obrigatérias, taxa de armadura transversal igual a Le relagao b/d, entre 0,5 e 1,5. A 0,06 « f,.2/8 Pipe gate ae) Fons b,,-5°cos0 ~ fiyyy Sena * fry "Sena by 006° f,,7/* -cosd V,=0,15-£2*bd Onde: Asw = armadura transversal;pw,min = 6 0 Angulo de inclinagao das bielas comprimidas; s = 6 0 espagamento dos estribos, em cm; b, = 6a menor largura da segao, medida em cm; VR = 6a forga resistente de calculo em kN. Wu Bxp/Mu Cale as Wee et of ali si tii he Figura 16: Veriicagao com as formulagdes adotadas neste trabalho. 40 (2) (3) (4) a taxa de armadura transversal minima; Revista Sul-Americana de Engenharia Estrutural, Passo Fund, v.10, n. 3,p 24.44, jul /dez, 2013 Influéncia da armadura transversal recomendada pelas normas. 6 Conclusées ‘As expressées propostas nas normas de céleulo de estruturas de concreto para de- terminar a taxa minima de armadura transversal de vigas levam a valores desta taxa significativamente diferentes, tendendo esta diferenga a ser maior para coneretos de maior resisténcia. As vigas ensaiadas comportaram-se de maneira compativel com a teoria estudada e foram de fundamental importancia para a proposigao da nova formu- lagdo. Foi verificado também que, por se tratar de formulagdes empiricas, as normas estudadas neste trabalho divergem significativamente quando comparadas com os re- sultados experimentais. 7 Agradecimentos Os autores agradecem ao CNPq, CAPES, FAPESPA e ITEGAM pelo apoio finan- ceiro a esta e outras pesquisas desta natureza realizadas na Regido Norte do Brasil. 8 Referéncias Associagao Brasileira de Normas Técnicas - ABNT (2007). Concreto ~ Ensaio de Compresséo de Corpos-de-prova Cilindricos — Método de Ensaio. NBR 5739. Rio de Janeiro. Associagdo Brasileira de Normas Técnicas - ABNT (2008). Concreto - Determinagéio do médulo estatico de elasticidade & compressdo. NBR 8522. Rio de Janeiro. Associagdo Brasileira de Normas Técnicas - ABNT (2007). Projetos de Estruturas de Concreto - Procedimentos. NBR 6118. Rio de Janeiro. Associagao Brasileira de Normas Técnicas - ABNT (2002). Materiais metélicos - Ensaio de tragéio @ temperatura ambiente. NBR ISO 6892. Rio de Janeiro. American Concrete Institute (1995). Building Code Requirements for Structural Concrete. ACI 318. New York. European Committee for Standardization (2003). Eurocode 2: Design of Concrete Structures Part 1: General Rules and Rules for Building, Brussels. British Standards Institution, London, United Kingdom, Garcia, S. L. G. (2002). Taxa de armadura transversal minima em vigas de conereto armado. Dissertagao de Mestrado, COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, Ribeiro, A. B. (2003). Andlise critica sobre 0 dimensionamento ao cisalhamento em vigas de con- creto armado segundo a NBR 6118 (2003). Dissertacao de Mestrado , UFMG, Belo Horizonte. 4l Revista Sul-Americana de Engenharia Estrutural, Passo Fundo, v.10, n. 3, p. 2444, jul/dez, 2013 Influence of transverse reinforcement recommended by NBR 6118 (2007), ACI 318 (2005) and Eurocode 2-1 (2003) codes on the behaviour of reinforced concrete beams Abstract Aiming to evaluate the minimum transversal reinforcement’ influence on the beha- viour of 6 reinforced concrete beams of 2,200 mm length and rectangular cross section of 250 mm height and width dimensions varying from 120 to 420 mm were cast and tested under shear at the Civil Engineering Laboratory of the Federal University of Para, Flexural reinforcement and the 2,000 mm span were kept constant. Results for failure loads and failure modes, steel and concrete strains and vertical displacements are presented and discussed. The experimental results showed that the NBR 6118 (2007) Code diverges significantly when the width varies. Keywords: Reinforced concrete. Beam. Shear. Introduction In the design of structural elements whose actions are mainly shear forces is es- sential a thorough analysis about their ductility, so that in case of any imminent acci- dent the structure could “advise” whether the ultimate strength is close or not, either to give time for evacuation, if necessary, or to adopt reasonable measures to ensure that the structure will be retrofitted. According to Garcia (2002), the minimum transverse reinforcement of beams should be provided to avoid brittle failure when the diagonal cracking occurs, in case of the existence of unforeseen overloads, limiting the concrete strut slope and the ope- ning of inclined cracks and also preventing buckling of the compressed longitudinal reinforcement. The codes intended for the calculation of reinforced conerete structures set a mi- nimum transverse reinforcement, but not all of them clarify their goals or include any notes in which these definitions for reinforcement are relied on. The ACI-318 (2005) code states that the minimum transverse reinforcement restricts the development of the inclined cracking, increases ductility of the beam and provides remarks of a possi- ble failure, whose reasons are of particular importance for pieces subjected to unfore- seen overloads. Discussions focused on the review and adjustment of the minimum rate of trans- verse reinforcement motivated this work that dealt with an experimental analysis of beams by using minimum rate of reinforcement and different b,. In addition, a new formulation for the calculation of the ultimate shear strength of reinforced concrete beams with minimum shear reinforcement is presented. 42 Revista Sul-Americana de Engenharia Estrutural, Passo Fund, v.10, n. 3, p. 24-44, jul /dez. 2013 Influéncia da armadura transversal recomendada pelas normas. Code prescriptions Table 1 shows the formulations adopted by each one of the analysed codes for the shear strength design of reinforced concrete beams with stirrups perpendicular to the member's longitudinal axis. Both NBR 6118 (2007) and Eurocode 2-1 (2003) use as a principle the Mérsch generalized truss model. These codes allow the angle a. between shear reinforcement and the main tension chord (transverse reinforcement) vary from 45° to 90° and prescribe 45° as the maximum value for the angle 0 for the concrete com: pression strut. Eurocode 2-1 (2003) allows the use of 0 with a minimum value of 21.8° while the NBR 6118 (2007) limits this minimum value at 30°. The value of the angle 0 is arbitrated by the designer. When checking the failure by diagonal tension, it is ob- served that the Eurocode 2-1 (2003) does not take into account the contribution of the complementary mechanisms of the truss, i.e., the transverse reinforcement fully absor- bs all the shear resistance. On the other hand, ACI 318 (2005) is based on the classic truss analogy whose the inclination angle 0 of the compression strut is fixed at 45°. Methodology To evaluate the influence of the minimum rate of transverse reinforeement (A...) for different values of b, in the ultimate behaviour of reinforced concrete beams with rectangular section, 6 reinforced concrete beams with dimensions of 2,200 mm in leng- th (L), 250 mm for the height (h) and base (b,) ranging 120-420 mm with an inerement value equal to 60 mm were analysed experimentally These and other specifications of the beams are shown in Figures 1 and 2 and other relevant specifications of the test pieces are shown in Table 2. Proposal to Improve Estimates of NBR 6118 (2007) After analysing several cases and confronted them with experimental results pre- sented in this work, it was possible to draw up a new formulation for the design of shear in reinforced concrete beams, by using the concept of the minimum rate of transverse reinforcement. The logical sequence for the development of this methodology is pres ted below, Equation (2), Equation (3) and Equation (4). Figure 16 shows a comparison between the estimated ultimate loads for the tested beams and various authors, found in the work of Ribeiro (2005), in which beams used as mandatory characteristies the transverse reinforcement ratio equal to 1 and the b,/d ratio between 0.5 and 1.5. n 4B Revista Sul-Americana de Engenharia Estrutural, Passo Fundo, v.10, n, 3, p. 2444, jul/dez, 2013 Conclusions The proposed expressions presented in the codes for the calculation of concrete structures used to determine the rate of minimum shear reinforcement for beams lead to significantly different values, tending to a greater difference the higher is the con- crete strength. The tested beams behaved consistently with the theoretical behaviour and they were of fundamental importance to the proposition of a new formulation. It was also found that, since it is dealt with empirical formulations in this work, the codes studied differ significantly when compared with the experimental results. 44 Revista Sul-Americana de Engenharia Estrutural, Passo Fundo, v.10, n. 3, p. 24-44, jul /dez. 2013

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