PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E MELHORAMENTO DE PLANTAS

LGN 5799 – Seminários em Genética e Melhoramento de Plantas

Departamento de Genética
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Melhoramento genético para resistência às doenças fúngicas do sistema radicular

da soja
Doutorando: Inocencio Junior de Oliveira
Orientador: Prof. Dr. Natal Antonio Vello

A soja se destaca como sendo a oleaginosa mais cultivada no mundo, ocupando

uma área de 96,3 milhões de hectares, totalizando uma produção de aproximadamente
211 milhões de toneladas. É uma das principais culturas produtoras de grãos do país; o
Brasil é o segundo maior produtor mundial, com uma produção de 57,14 milhões de
toneladas para a safra 2008/09 ocupando uma área de 21,7 milhões de hectares; também
é considerado o segundo maior exportador de farelo e óleo. Apesar da elevada
produção, existem fatores limitantes à obtenção de produtividades elevadas, com
destaque para a ocorrência de doenças.
Dentre as mais de 40 doenças da soja já identificadas no Brasil, as doenças do
sistema radicular tornaram-se motivo de preocupação para agricultores, fitopatologistas
e melhoristas. As doenças radiculares em soja ocorrem em praticamente todo o estádio
fenológico da cultura, desde o estádio de emergência até maturação de grãos.
Atualmente, no Brasil, com base na severidade com que ocorrem e na abrangência
territorial, destacam-se: a podridão vermelha das raízes (PVR) ou síndrome da morte
súbita, causada pelo fungo Fusarium solani f. sp. glycines; a podridão radicular de
fitóftora, causada por Phytophthora sojae; e, a podridão branca da haste ou mofo
branco, causada pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum. Apesar de S. sclerotiorum atacar
indiretamente o sistema radicular, é um fungo que sobrevive no solo por vários anos,
como os fungos que infectam diretamente o sistema radicular, e vem se tornando uma
das principais doenças de soja do centro-oeste brasileiro.
A podridão vermelha das raízes afetou na safra 2001/2002 mais de 2 milhões de
ha de soja no Brasil, causando prejuízos estimados em US$ 53 milhões. A podridão
radicular de fitóftora causou uma redução anual na produção mundial de soja de 12
milhões de toneladas. Já o mofo branco é uma doença preocupante pelo fato do fungo
ser polífago, ou seja, possui mais de 400 hospedeiros e, na última safra, esta doença
afetou 45,5% da área plantada do estado de Goiás (1,1 milhão de ha), ocasionando
perda na produtividade de grãos de 20% na região Centro-Oeste do Brasil.
Pela natureza poligênica do controle da resistência e pela grande influência do
ambiente na intensidade de manifestação dos sintomas dessas doenças radiculares, uma
estratégia recomendada é a adoção de um sistema de controle integrado, através de
cultivares resistentes/tolerantes e controle químico, biológico e cultural (manejo do solo
e rotação de culturas). Neste sistema, o desenvolvimento de cultivares resistentes
geneticamente as doenças do sistema radicular da soja é um componente fundamental.
A identificação e introdução de genótipos como fontes de genes de resistência
são essenciais para o sucesso dos programas de melhoramento. No entanto, as fontes de
resistência às doenças fúngicas do sistema radicular em soja são encontradas em
genótipos não adaptados (principalmente PIs), ou seja, em genótipos exóticos com
poucos alelos favoráveis para os caracteres agronômicos de interesse. Assim, é
importante o trabalho do melhoramento genético de plantas em introduzir os genes de
resistência presentes nos genótipos exóticos nas cultivares elites brasileiras, uma vez
que não existe cultivares com alta resistência a estas doenças.

BERNARDI, W. F. Estratégias de seleção de genótipos de soja para resistência à

podridão vermelha das raízes. 2008. 125 f. Tese (Doutorado em Genética e Melhoramento
de Plantas) – Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo,
Piracicaba, 2008.

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