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ete ca Citas E SYENO Savy inoice Preficio. Tstrodngac # edicio inglesa Primeica Parte ACIDADE ANTIGA 1. A cidade antige: de Fustel de Coutanges « Men Weber e além. 2. Esparta.e a sociedade espattana cmon 3. O lmpério ateniense: uth BalangO.on.. 4 5 Towa, débito e 0 homem de posses na Atenas cléssice, A lberdace do cidaddo no mundo grego.. Segunda Parte SERVIDAO, ESCRAMDAO E ECONOMIA A dilizacio groga era beseade no trebalho escravo?. Enire a escrevidao c a liberdede...... eisservis €& Gr8C8 AMG ee A sewvidio por diva c. probleme da escravidio, O comeércio de escravos na Antiguidade: o mar Negro e as ‘ogibes do Danio. tnovagan técnica e progresso econémice n9 mundo an‘ign. Terceira Parte MICENAS E HOMERO. vos de palacio mictnico ea bis 3. Homero ¢ Micenas: propriedede e posse rie econdmica 5s bibliogr eas... Bitagafece St Fey v0 86 6 A.CIILIZAGRO GREGA ERA BASEADA NO TRABALHO ESCRAVO?* I Duas genevalizacées podem ser feltas de initio. Primeira: em todes 2s Epoces e em torios os lugares o mundo grego apoiou-se em al- gama forma (cu formas) de trabalho servi! para satislazer suas recessidaces, tanto piblicas como privadas. ss0 quer di- zezque o trabalho servil era essencial, numa medi a: iva, para preencher as exigéncias da agricultura, do comércio, da ma~ nnafature, dos trabalhos piblicos e da inclistria bélica. E, comm tra~ balho servi, zefiro-me ao trabelko exeautado compulsociemente, diferente das obrigacées fernifiares ou comunitérias!, Segunda: com rares excegdes, sempre havia am niimero substancial de ho- mens livres envolvidos na trabalho fucrativo. Entendo por isso, basicamente, néo o trabalho contratado livremente mas homens livres trabalhando em suas préprias terras (ou arrendadas) ou em suzs lojas ou casas como artesdos @ proprictérios. E dentro dessa esituture criada peles duas genereiizactes que as perguntas que procuzam situar a escravidao ra sociedede devem ser feitas Ecom escravidéo, finalmente, refiro-me 3 posigao em que ura homem se encontre, 208 ojhos da lei e de opinigo ptblica, com relacGo a to: das as partes, a propricdade, os bens pessoais, um outro home’ Para quem conheos sta literature, sao abundantes as pro- vvas de quio completamente 08 grezos sempre tomeram par certo qe a escravidio era um dos falos da vide. Nos poemas de Ho mero presame-se (coretamenie) que as inulheres cephuredas: sexo Jevadas para casa como escraves, e que os escraves oct nais~as vitimas das mertadores-pitatas fenicios ~ também #20 8 cisposigga. Nocomesn Go século VIE aC, quando He: © poeta “camponés” bedcio, dé conselhos préticos em sua obra 0s trabalhos eos dias, diz a seu iamao como usar adequadamente 08 esciavos: ¢ € siinplesmente presumido que eles estario dispo- * Publica oxginaimeate ors Histri 8 (1539), 145-61, Redaeicons eliagio {nar debacce ageee atseetoe ue Economia eset a Gri tiga i fade quanto ac manual de Xenofenie paca © fazendeiro ciletanie, 0 Feonéteo, escrito aproximadamente em 375 a.C, Poucos anos antes, am aiefaco atenianse que estava ape- Jando ce uma deciso que lhe saspencera apensdo, disse actrbu- 5 Pho um negécio que me rende alguma coisa, mas quase néo consigo trebalhat € no estou em condigées de compra al- sguém para fazer meu servico.” (Lisias, 24.6). No primesro livze do pseuxicaristnslico Ozconomica, um trabalho peripatético prova- velmente do fim do séculolV ou comego do século I, encortra-se a seguinte proposta sobse a organizacéo dos negdcios comésticos, feta do modomaiscnu e nu possivel: “O primero. mais necessé- 0 tivo de propriedade, o melhore mais décil, 9 komem. Portan- £0, 0 primeito passo procurar bons escraves, Hé dels tipos de visor 2 0 trabathedor.” (1344422) Palibio, dis escravas, 0 sup cutindo a situagéo esiratégica de Bizdacio (2.38.4), fala completa- mente a vontade das “necessidades da vida — bans pessoais e es- cravos” vindos da regio do mar Negro. € assim por diante. A lingua grega tiahs uma vasiedade espantosa de vocabu~ io pera escravos, coisa sem paralelo pelo que ser. Nos textos, anais primitives, de Homero e Hesfodo, havie duas palavras bisi- cas para esctavo, dvins © dates, usadas sem qualquer distingo perceptivel, © ambas com étimolagias incertas, Dios desepere~ seu rapidamente, sobrevivendo apenas aa poesia, enquanto cot los ficou sendo a pelavra bésica. por assim dizer, portoda a hist ra grega, e a taiz a pertir de qual foram constnaidas palavras come doulets, “esctavidio". Mes Homero jf tem, em uma passa- gem provavelmente interpolada (lftda, 7.478), a palavra (no phe sal} Gndvagoda ("nomem com pés" = ser hurnano), cue se tomou snuito comum, tendo sido constiufca com base no modelo de te- irapeda ("com gua‘to pés" [quacnipede] = animal), Essas pela ores cram estritamente servis, exceto em meiéforas como “0s atenionses escravizavam os eliados", mes havia ainda outro gru- po que podiz ser usado tanto paca escraves como para homens livies, depencendo de contexto. Trés delas séo construices @ par firda raiz “negécios domésticos”, cihes- oiteus, iketes e oikiates ~, € 0 padirao do uso 6 variado e complicado, Por exerrpla, essas palavras-oflins &s vezes significavam simplesmente “criado” ou “escravo” genericamente, ¢ 8s vezes, embora com mener frequén- ca, Incticavam distingSes mais esiritas, como am escravo nescido faa casa (em oposigio ao comprads) ou de propriedade privada fern oposigao 20 escrevo teal, no contexto heleatstica). Serle, eseavidte eto Se pensarmos na sociedade antiga, camo um espactro da classes soriais, como cidadSo livre emitm extrema &o escravo no ouito, © com urn considerdvel niimero de graus de depencéncia nomneio, descobriremos capidamente “linkas” diferentes no es- pectso: o hilote espartano (Com similares como 0 pevtestes de Tes- sélia): 0 escravo por divide, que ndo era um escravo, embora em certas condicdes pudesse eveniualmente ser vendido como ial no exterior. 6 escravo alforriado condicionalmente; e, Fraimente, homem livre. Essas categorias raramente, ou nunce, apareciam siovaltaneamente na mesa conuinidade, nem tinham a mesma importéncia ou 2 mesma significacio em todos of perfodos da historia graga. De modo geral, o escxavo propriamente dito era a Figura decisiva (com e virtual excluszo das outras) nas comunida- des econdmica e politicamiente avancadas; jé a “hilotagem” © a escravidio decontente de divides eram encontracas nas comuni- aces mais arcaicas, como Crets, Esparie ou Tessaile, na mesma Gata tardis, ou entéo na Atenas do peciodo anterior a Séion. Ha também aiguma comelacdo, embora nio perfeita, entre as varias categorias de trabalho dependente esua Aincio. A esceavidéo fo} a mais flexivel das formes, adaptavel a todos 08 tipos ¢ niveis de atividade, enquantoa "bilolagem” e as demais adaptavarn-se me- Jhor & agricultura, ao pastorevo e aos sexvigae domésticos que a mranufatura e 29 comércio. m Coin raras excesée5, ndo havia atividade, iucrativa ou ndo lucra~ tiva, pilblica ou privede, egradavel ou desagradavel que no fosse executada por esctavosem algum momento e em algum kigat ao mundo grego. A excecdo mais importante era, naturaimente, 2 politica: nenhum escravo tinha umn cargo publico ou ascento nos ‘S:géos deliberativos ou jedicieis (embore os escraves foesem ern- pregados habitualmente no “servigo civil”, corno secretérios e es ciiturdrios, como policiais ¢ guardas das prisdes). Os escraves, cit regra, também nae futavam, 2 menos que fossem kbettedos (embora os hilotas parecam té-lo feito), e saramente tinham pro- fissGes liberais, inclusive a medicina, Por outro lado, nfo havia atividade que no fosse executada por homens lives em algum snomento ¢ em algum lugar. Isso costuma ser negado, mas ane- gativa é um erro grosseiro que consiste em néo ver a diferenga deen Grcin align ene um homem livre que trabalha para si mesmo e outro que trabalha pare um terceito, rocebondo salirio. Na escala de velo res groga, 2 prove decisiva no ere tanto a natureza do trabalho (entto de certos limites, écfera) como a condigao ou posigio na qual ele ere execuiado’. "A condigdo de homem live", disse Ars ticles (Retdriza, 1357832), “é gue ele ndo vive sob & coagéo de outro.” Nesse ponto Aristételes expressa uma nacdo grega quese universe. Embora se encontrera greges lisres fazendo todo ti70 de abalho, o assalariado livre, o homem livre que trebelha regs lecmente para outvo © porianto “vive sob a coaggo de outro” & uma figura rera nas fontes, sendo seguremente um fator menor sno quadko A stiidede oconteica biica om, evidertemeni, 2a caltuca, Através de toda a histér da populagdo tirava sua principal riqueza da terra. Ea maioria era de pequenos proprietérios ou artencatirins, dependenda de seu prdprio trabelho, de trabalho de seus familiares e da ajuda oca sional come na época da cotheia) de viainhos ¢ ascaisriados terperérigs. Low parie desses pequenos proprietérios tina urn esciavo, ou mesiio dois, mas nic podemos cetenninar Conalmente essa patte; e nesse setor a questio giobel nazaralmen- te ndo é de grande importincia, Mas os g:andes proprietétios, bora seado uma miceria, corstitufam: a elite politica (emuttas \vezes a intelectual) do munde geego, as evidéncias revelam pou- cosnemes de alguna ressonancia cuja base econdmica ado fosse 2 terre, Essa efile possitidora de tercas tenia a tornar-se cada vez mais um grupo ausente ao curso da historia grega: mas cedo ou tarde, residindo em sues propriedades rurais ou nas cidades, amio ce obra servil trabalhava suas terras como regra bsisica (mesmo quanco ere feito um artendamenio). Em alguinas éeeas tomava a forma de hilotagem, e, no periodo antigo, ce esctavido por divi- da, mas geralmente a forma era integraimente a escravidéo. stou clente, € claro, ce gue esse panto de vista sobre a escraviddone agricultura geege & contested, Nao abstante, ac 20 a8 evidéncias dos autores que |4 tei, de Hesiodo 0 pseudoa- ristotélico Occovtortica. Esses so documentos verdadeitos, no ‘wopizs ou afiemasdes especulativas daquilo que devia ser. Se a escraviddongo ora a forma de trabalho hebitual nas grandes pro- poedades, entdo nao posso imaginar 0 que Hesiodo, Xenoforte 04 9 Peripatético estavam fazendo, ov por que algum grego se eu 20 trabalho de ler suas obras”. Vale a pena acrescentar uma Serta, cenvitioe cores 1B prova similar, Havia um festival de colheite grego, a Cronia, rea- zado em Atenas. outros hugares (especialmente entre o3jénios). Uma de suas caracteristicas, diz ocranista eteniense Filécoro, axa que “os cheies das families comiam os produtos das colheites e drutas na mesma mese que seus escravos, com quem tinham pat- ticipado do cultivo da terra, Pois agrada ao deus honrar assim os escravos em consideracéo a sous trabathos"®. Nem esse costume, nem a exposiggo de Fiidcoro fazem qualquer sentido sea escrevi- «ido era tao sem impocténcia na agricultura como alguns eszzito- res modems pretendem. ‘Quero ser bem claro resse ponto: nao estou dizeado que 9s escraves superavam o riimera de homens livres na agriculiu- 1a, 4 que 0 gtosso dos tra ito por es- cravos, mas que a esciavidio precominaya na agricultura ne me- ja em que era usada numa ordem que transcendia 0 trabalho do proprictérice seus fies. Tampouco estou sugerindo que nao havia trabalho assalariado livre, e sim que feve pouca importin- sia, Ente 08 escravos, além do mais, havia invariaveimente os supervisores, s2 a propriedade era maito grande ou se 0 dono do permanecia lf. "Ha dois tipos de escravos”, disse o autor de Oeconoutiea, “o supervisor e 0 tabalhador.” ‘Na mineragdo e extragio de pedras a situaséo pendia dec sivermente para um lado, Havia homens livtes, em Atenas por exemple, que arrendavam pequenas concessbes ce mineragzo ¢ podiam explord-las soziniios. Todavia, no momento que o traba~ ‘ho adicional era introduzido fe esse era de longs 0 caso mais co uml, ele parece ter sido sempre escravo. Os rraiores grupos de sscravos pertencentes @ particulares destinavam-se a tabalhar nas mrinas, encebecedos pelos mil que se telata tecem sido arcen- dados para esse fim pelo generat Nicias, noséculo V'. Foi sugeri- do, na verdade, que em determinado momento pode ter havido ‘uns trinta mil estravos trebalhando, em Atenas, nas minas de tata e no processo de trituracao" ‘A manulatura estava no mesmo caso da agricultaa, visto gue 4 escotha era (ainda mais exclusivamente) ante o ariesao incepensiente que trabalheve sozinho ou com seus fariliares ¢ 0 etdri de escravos. O vinevlo coma escavidioera tio grande {ed eusincie do trabalho assalariado t20 completa), que Demés- teres, por exemplo, péde dizer: “Eles causeram 0 desepareci- mento do ergasterion” (oficina), e prosseguitt coma um sindxime axzioe impossivel de ser mal-entendido, dizendo que “e'es cau we Eepionlae sctade ma Gra antiga sazam o desaparecimento dos escravas"”, Por astro edo, a pro- porcéo das operacties que empregavam esctavos, em contraste cor 0 artesdo independente que teabelhava para si mesmo, era provavelmente maior que na agriculture, e a esse respeito mais sercelhante 2 msineracio. No comércio e nos servigos bencinos (08 subotdinados eram invarievelmente escravas, mesmo em car- gos como o de “gerente de benco”. Todavie a quantidade era ne Peso campo doméstico, finalmente, pode-se tomar como regra que qualeuer homem liste com possibitidades tinha urn es- cravo que 6 acompanhava guando ia & cidade ou quando viajeve {inclusive em sou servico militar) ¢ também uma escrava pere os sorvigos da casa. Nao hd neahur meio concebivel para se esti- mar guanios era esses homens livres, ou quantes celes tinhamm escravos pata trebalhos domésticos, mas o fato € admitiéo de miedo tie absoluto ¢ repetido tenias vezes na literatura que acre- dito firmemente gue muitos possuiam escravos mesmo quands néo tinkam condig6es de fazé-lo. (Pereleios modems serio lem- brados em breve} Saliento isso por duas rez6es. Primeite, a pro- cura de eseravos domésticos, frequentemente um elemento nao produtivo, deve servir de adverténcia quando se examinam ques {Ges como a eFciéncia co custodo trabellsa escravo. Ein segundo lugas, a eseravidao doméstica nao ere de forma algurna intetra- mente improdutiva. No intevior, em, particular, mas também nas cidades, cues importantes atividedes esiavam frequentemente & seu cargo nas maiores propriedades, na base de uma estrita pro~ uso para consumo doméstico. Refiro-me a tecelagem e & fei ra de paes ¢ massas em geral, ¢ qualquer medievalista, pelo me- nos, compreenderé imecliaiamente a importincie da rexrade | fltima da prodagdo co mercado, mesmo que essa retitada estej2 oage de ser completa. 70 in rite tse tivéssemos aiguma iets de oy crevos havia em qualquer des comunidades greges paca execatet todo esse trabalho e come eles estavarn dividicos entre os ramos de economia. infelizmente n&o temos nkimeros configveis, ene hum para @ meioria das pds. O que con pmo o Melber caleulo para Atenas sugere que o eta! de escravos atingia de Oa 86.000 nos perfodos de mais trabeiho aos séculos Ve IV 2C. Atenas teve a maior populagdo em todo o mutndo grego cid © 0 maior nimero de escravos. Tucidides (6.40.2) disse que havia mais escravos em sua época ra itha de Quios que em qualque! Serco, cer ioe econo us outra comuniclade grega salvo Esparta, mas suponho que pensa- va na densidade de populacéo escrava comparada com a livre, no am ntimeros absolutos {e ers Esparta se referia aos hilotas nao a escravos pessoas), Outros lugares, como Egina ¢ Corinto, podem ter tido em uma ou outta ocasio uma proporgao mzior ce escravos que Atenas. E certamente havia comunidades onde a censidade de escravos era menor. Pouco mais que isso podemes dizer sobre ntimeros, mes acho que € realmente suffciente, 14 h4 um excesso de discussdes tendenciosas sobre niimeros na literatura, como s¢ uma sim- ples contagem de cabegas losse a resposta para todas as compli- ‘adas questies que decoccem dz existéncia da es:ravidao. Os ni- eros de Atenas que mencionei tolalizam uma médlia de nada menos que ts ou quatro escravos para cada familia live (incluin~ do-se todos os homens livres, cidadaos ou nio). Mas mesino o menor dos nimeros jd sugerido, de 20,000 escreves na época de Deméstenes? = baixo demais na minha opinizo ~, equivaleria aptoximadamente a wn escravo para cada cidaddo adulto, propor saonade dasprezfvel, Em tecmos gerais os nimeros sao ircelevan- ‘tes quanto A questo da significecdo. Quando Sterr, por exemnplo, protesta contra as “suposigoes exageradas” e zeplica que “as ¢s~ ‘timativas mais cuidadoses.... reduzem a proporcio de escravos a muito menos que 2 metade da populagio, provavelmente um tergo oxcum quarto no maximo”, nao estd provando quase nada do que imaging, Ninguém acredita seriamente que 0s escravos feziam taco otrabalhoem Atenes (ou em qualquer outro luger da Grécia, com excegio de Esparta com seus hilotas), e simplesmen- \dem-se as coisas quando se supie que de algum mode. ume reducio das estimativas para s6 um tero ou um quécto da Em 1860, de acordo com os miners oficizis 30, pouco menos que tim terco da populacdo total cos es. {ecdos emaricanos escravagistas era de escravos, Além disso, “aue- bs quartos de todos os sulistes livses ndo tinkam qualquer Tiges&o com a escraviddo, quer através de suas familias, quer por Propriedede direte, O sulista tipico era nfo sé um pequeno fa- zendero, mastambém alguém que ngo posstifa escravos” 3. Con ‘de, ninguén pensaria ern negar que a esctavidao foi um ele mento detisivo na sociedade sulista. A analogia parece obvia pata tiga, onde pode ser demonstrado que a posse de es- sieves foi ainda mais amplamente difundida entre os homens 4ivtes, uso de escravos muito mais diversificado, eonde as esti- x6 Economic esacedade na Gris antiga smatives néo apresentam uma axa significativamente mais baixa que 2 americana. Colocade de modo simp'es, nao se pode negar que hasia escravos suficientes pare que fossem, necessariamente, um fetor integrante da sociedade. Havia duas fontes principais de supsimento. Uma gram 03 prisioneizos, as vitimes da guerra c 2s vezes de pitataria. Uma das ‘poucas generalizagSes sobre o mando antigo para a quai n&o ha excegdo 6 que as forgas vitoriosas tinham direito absoluto sobre as pessoas e as propriedades dos vencidos". Esse direito nio era exercido inteitameate todas as vezes, mas com Requincia sufi- ciente, ¢ numa escaia bem grande, ara langar um suprimento continuo e numeroso de homens, mulerese criancas no mercado escrave, Ao lado dos piistonefios devernos colocar os chamacios bérbaros que ervravam no mundo grego num fluxo Constante ~ trécios, citas, capadécies, etc. ~ pela aceo de mercaderes que se dedicavam 2 esse tipo de comércio o tempe todo, muito seme- lhanie a0 processo pelo qzal os escravos africanos chegavarn ao Novo Mundo aos tempos modemos, Muitos eram vitimas de guerca entre os préptos birbaros. Outros vinham pacificamente, por assim dizer: Hexédoto (6.6) diz que os ttécios vendliam seus filhos para serem exportedos. Todos os primeiros passos ocor~ sam fora de Grbita grega, © es fontes nda nos dizem vittualmente nade sobre eles, mas néo pode haver dtivida de que se tratava ce grande namero e de um fomecimento permanente, pois ndo ha outre modo de explicar fatos como a grande proporcéo de pefle gonios ¢ tricios entce os escravos nas minas de prata dticas, muitos Gieles especialistas, ov 0 corpo de arqueiros citas (esctavos de pro- ecacie do Estaclo) que integravam a forga policial de Atenas, S6 para completar esse quacro devemos mencionar a ser vido penal e o abandone das criangas no desejadas. Todavia, é bastante mencioné-los jé que, devido a sua pouca imporidncia, podem ser ignorados. Resta entdo mais uma fone, a procriagao, isso é um enigme, Lé-sene literatura moderna que a procriac3o, de escravas era pequena (ifereniemente dos hilotes ¢ seme- Ihantes) entre os gregos porque, nas condighes, era mais baraio comprar escraves do que ctid-los. Nao estou completamente sa- tisfe to com as provas desse ponio de vista, e completamente in= satisfeito com a economia que supostamente o justifica, Havia condigbes nas queis 2 piocriagéo ora certamente sara, mas por motives que nada tirham a ver com a economia. Nas minas, poz exemple, quase todos os escravos ezain homens, ¢ essa é uma Serv, serait eceonoa 07 explicacao suficiente. Mas o que acontecia cam os escravos dedi- cados aos tabalhos domsésticos, entre os quais a proporgéo de mulheres era segurameate alta? Devo deixar a pergunta sem res- poste, exceto para desiazer um engano, Diz-se algumes vezes que Ré uma lei demogréfica rezando que nenhuma pogulacao escrava jamais se reproduz, que ela deve ser sempre completada com efetives de fora. Tal lei é um mito: isso pode ser dito catego. ricamente com base na prova existente nos estados do Sul, preva esiatistica e confidvel. un A impressio mitida que se tem é a de que a maioria dos escravos compuriha-se de esttengeicos. Isto & a regra rezava quze (exceto 2 esccavid&o decomente de divida) os atenienses nunca eram man. 'idos como escravos om Atenas, ot 08 corintios em Corinto. To- osimporiaste, Porumanotével coincidéncia, Quios oferec as primelzas evidéncias contempcrdineas das instituig créticas no mundo grego. Ein uma inscrigio de Quios que re- monte, muito provavelinente, a 575 Inequivoce a um conselho popular e ds “leis (ou decretos) do 4é- vos", Nao desejo airibuir qualquer sentido aién do simbélico a esse coincidéncia, mas € um simbolo com enormes implicagdes. Jf insistino fato de que quanto mais avanguda for a cidede- Esta do grege mais se constataré ter havido nela a verdadeira escravi- Gio, erm vez de tipos “nibricos” corre a hilotagem. Colocada de ‘modo mais direto, as cidades nes quais a liberdade do incividao atingiu saa expresso mais alta ~ muito obviamente Atenas - for rem cidades onde florescet a escravidzo ne forma de bens pes- 5

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