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Sustentabilidade/Tópicos de
Sustentabilidade na Produção
Profa. Dra. Fernanda C. Vianna
REFERÊNCIAS DE CONTEÚDOS DA
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
9. ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE
Refere-se ao planejamento da utilização eficiente dos
recursos naturais nos sistemas produtivos diversos, da
destinação e tratamento dos resíduos e efluentes destes
sistemas, bem como da implantação de sistema de gestão
ambiental e responsabilidade social.
9.1. Gestão Ambiental
9.2. Sistemas de Gestão Ambiental e Certificação
9.3. Gestão de Recursos Naturais e Energéticos
9.4. Gestão de Efluentes e Resíduos Industriais
9.5. Produção mais Limpa e Ecoeficiência
9.6. Responsabilidade Social
9.7. Desenvolvimento Sustentável
Tópicos da Disciplina
• Desenvolvimento sustentável: diferentes abordagens
• Economia Circular (Cradle to Cradle ®)
• Política nacional de resíduos sólidos
• Indicadores de Sustentabilidade: Modelo PSR, Modelo DSR, Indicadores de
Sustentabilidade no Brasil, Impressão Ecológica, Dashboard of sustainability,
Barometer of sustainability
• Ferramentas de avaliação e apoio a decisão na análise da sustentabilidade: Avaliação
do Ciclo de Vida (Life Cycle Assessment), Metodologias BASF: Análise de
Ecoeficiência e SEEBALANCE®
Bibliografia Básica
• Cradle to Cradle: Criar e reciclar ilimitadamente
Michael Braungart, William McDonough. Edição 1. Editora GGBrasil, 2014
• A Economia Verde
Joel Makower. Edição 1. Editora Gente, 2009.
Bibliografia Complementar
• Muito Além da Economia Verde
Ricardo Abramovay. Edição 1. Editora Planeta Sustentável, 2012
• Sustentabilidade ambiental, social e econômica nas empresas: como entender, medir e relatar
Sergio Pinto Amaral. Edição 2. Editora Tocalino, 2005
Critério de Avaliação
• Instrumentos avaliativos:
Avaliação Intermediária (AI), Atividade 1, Atividade 2, Atividade 3, Atividade 4,
Atividade 5, Prova Substitutiva (se necessário).
• Média final:
(0,4 x AI + 0,6 x A) ou (0,4 x PS + 0,6 x A)
A = média aritmética das 4 melhores notas nas atividades
Todas as atividades serão realizadas durante a aula.
A tomada de consciência até o conceito de
desenvolvimento sustentável (Bellen, 2006 – Cap. 2 e Cap. 3)
• Relatório sobre os limites do crescimento – The limits to growth (1972)
A sustentabilidade é um conceito normativo sobre a maneira como os seres humanos devem agir em
relação à natureza, e como eles são responsáveis para com o outro e as futuras gerações. Neste contexto,
observa-se que a sustentabilidade é condizente ao crescimento econômico baseado na justiça social e
eficiência no uso de recursos naturais.
(AYRES, 2008; LOZANO, 2012; DOVERS; HANDMER, 1992; PRUG; ASSADOURIAN, 2003)
Os três pilares:
social, econômico e
ambiental
Considerando a
sustentabilidade como um
conceito dinâmico que
engloba um processo de
mudança, esses três pilares
devem coexistir e interagir
entre si de forma
plenamente harmoniosa. “Triple Bottom Line”
BASF AG, Ludwigshafen
Methodology Seminar
Na perspectiva econômica
A sustentabilidade econômica é a manutenção de capital natural*, que é uma condição necessária
para não haver decrescimento econômico (BARTELMUS, 2003).
Este pilar traz o retorno do significado original da palavra economia, afincado pelos gregos na
Antiguidade (cuidar da casa). São analisados os temas ligados à produção, distribuição e consumo
de bens e serviços e deve-se levar em conta os outros dois aspectos. Ou seja, não adianta lucrar
devastando, por exemplo.
*Capital natural: constituído pela base de recursos naturais, renováveis e não renováveis, pela biodiversidade,
e a capacidade de absorção de dejetos dos ecossistemas.
Na perspectiva ambiental
A sustentabilidade ambiental é definida como a desmaterialização da atividade econômica,
pois uma diminuição do processamento de material pode reduzir a pressão sobre os
sistemas naturais e ampliar a prestação de serviços ambientais para a economia. A
principal preocupação, portanto, é relativa aos impactos das atividades humanas sobre o
meio ambiente.
William McDonough
“O conceito de sustentabilidade é ultrapassado”
recursos produtos
modelados em vendidos produtos
recursos eliminados/
extraídos produtos
jogados fora
PRODUTOS BRUTOS TIPO PLUS: Adquire o item que queria plus aditivos que
você não pediu, não sabia que estavam incluídos e podem ser prejudiciais
“ Poor Design Practices – Gaseous Emissions from Complex Products”.
Braungart, M et al. (1997)
Durante o USO de:
Mouse de computador Barbeador elétrico
Video game compacto Secador de cabelo SÃO LIBERADOS:
CD player portátil Agentes teratogênicos e/ou compostos
cancerígenos – substâncias conhecidas por
contribuírem para a causa de deficiências de
Das cerca de 80 mil substancias e
misturas técnicas identificadas que são
nascença e de câncer.
produzidas e usadas atualmente pelas
indústrias, apenas cerca de 3 mil foram
Por que isso acontece?
estudadas quanto a seus efeitos sobre Normalmente os produtos de alta
sistemas vivos. tecnologia são compostos de
materiais de baixa qualidade.
Uma questão de design
Um design ruim nessa escala vai muito além do nosso próprio tempo de vida. É
a chamada tirania intergeracional remota (nossa tirania sobre as futuras
gerações por meio dos efeitos de nossas ações atuais).
Ênfase em se encontrar uma abordagem “MENOS MÁ”
Donella et al
The Limits to Growth(1972)
ECO – 1992
Estratégia da Ecoeficiência: “Fazer mais com menos”
A subciclagem tem uma desvantagem a mais. Pode ser mais caro para as empresas, em
parte por tentar prolongar o tempo de vida dos materiais mais do que o projetado, uma
conversão complicada e confusa, que, em sim mesma, despende energia e recursos.
UM EXEMPLO: DOLCE GUSTO – RECICLAGEM DE CÁPSULAS
Fonte: http://boomera.com.br/cases/dolce-gusto-reciclagem-de-capsulas-de-cafe/
REGULAMENTAR
Em vez de uma reta final para os produtos, um novo ciclo: transformando resíduos em
insumos, em nova matéria-prima. São novos “R”s que entram: de economia
restaurativa e regenerativa. O QUE ERA FIM É SÓ UM NOVO COMEÇO.
A economia circular segue uma utilização racional dos recursos. E parte da proposta de
desconstruir o conceito de resíduo com a evolução de projetos e sistemas que
privilegiam materiais naturais que possam ser totalmente recuperados.
https://youtu.be/OWxy4PXq2pY
A fundação Ellen MacArthur é especializada em difundir e apoiar a mudança das
empresas para esse novo modelo, que é capaz de gerar mais de um trilhão de
dólares de lucro para a economia global.
Foi criada uma rede de parceria entre empresas (líderes e emergentes) para
colaborarem no salto coletivo para essa nova estrutura, essa união foi chamada
“CE100” (Circular Economy Hundred). Nomes como Coca-Cola, Unilever, Philips e
Renault estão na lista.
Fonte: https://www.ellenmacarthurfoundation.org/pt/fundacao-ellen-macarthur/a-fundacao
www.ellenmacarthurfoundation.org/assets/downloads/languages/
Uma-Economia-Circular-no-Brasil_Uma-Exploracao-Inicial.pdf
The Cradle to Cradle Products Innovation Institute, a non-profit organization, educates
and empowers manufacturers of consumer products to become a positive force for
society and the environment, helping to bring about a new industrial revolution.
The Institute administers the publicly available Cradle to Cradle Certified™ Product Standard
which provides designers and manufacturers with criteria and requirements for
continually improving what products are made of and how they are made.
Instituída pela Lei n. 12.305, de 2 de agosto de 2010, tem por objetivo principal o
gerenciamento dos resíduos sólidos no Brasil. É a política nacional mais representativa,
no contexto atual, capaz de trazer avanços a caminho da circularidade no país.
A PNRS determina como um dos princípios a responsabilidade compartilhada, e
estabelece os Sistemas de Logística Reversa como instrumentos, os quais atuam sobre
o ciclo de vida de produtos e serviços, capazes de prolongar e fechar ciclos, reduzindo
a quantidade de resíduos gerados.
IWASAKA (2018)
A CBPAK está unindo ciência material e inovação em modelo de negócio para gerar
valor a partir da mandioca. A empresa usa mandioca brava, a espécie não comestível da
raiz, para produzir embalagens descartáveis que substituem os problemáticos plásticos.
A proposta de valor para o cliente inclui o descarte das embalagens pós-uso, o que é
possibilitado por parceiras mantidas com empresas locais de compostagem, que
coletam as embalagens usadas e as convertem em adubo que pode ser usado para
regenerar terras agrícolas.
Produzido pela empresa holandesa Fairphone. Este celular
é construído para ser modular e ter um ciclo de uso
extenso. O produto pode ser aberto a qualquer momento
pelo usuário, que não tem dificuldades para trocar suas
peças, atualizando assim o hardware de acordo com a
tecnologia do momento.
Analise os 3 casos apresentados nos links a seguir e, para cada um deles, identifique os pontos de convergência
e/ou de divergência com a Economia Circular?
http://boomera.com.br/cases/natura-sou/
https://www.youtube.com/watch?v=b0DPllIpCHQ
https://www.oecd.org/env/indicators-modelling-outlooks/37551205.pdf
Os objetivos do trabalho da OECD são: rastreamento do progresso ambiental
(monitoramento do ambiente e de suas mudanças no tempo); integração entre
preocupações ambientais e políticas públicas; integração entre preocupações ambientais e
política econômica.
POTENCIALIDADES FRAGILIDADES
O item driving force representa as atividades humanas, processos e padrões que causam impacto no
desenvolvimento sustentável. Esses indicadores fornecem uma medida das causas das mudanças,
negativas ou positivas, no estado de desenvolvimento sustentável. Exemplos são as taxas de crescimento
da população e de emissão de CO.
Os indicadores do item state fornecem uma medida do estado do desenvolvimento sustentável, ou um
aspecto particular dele, num determinado momento. Pertencem a esse item indicadores qualitativos e
quantitativos como número estimado da população na escola, indicador de estado do nível educacional ou a
concentração de poluentes no ambiente, que é uma medida da qualidade do ar nas áreas urbanas.
Os indicadores do item response mostram as opções políticas e outras respostas para as mudanças no estado
de desenvolvimento sustentável. Eles fornecem uma medida da disposição e efetividade da sociedade em
fornecer respostas. Algumas respostas para mudar o estado em relação ao desenvolvimento sustentável podem
ser a legislação, regulação, instrumentos econômicos, atividades de informação etc. Exemplo de indicadores
deste tipo incluem tratamento de água poluída e gastos na diminuição da poluição.
Todos os capítulos da Agenda 21 estão refletidos no sistema DSR.
O método foi adotado pela Comissão de Desenvolvimento Sustentável das Nações
Unidas como uma ferramenta capaz de organizar informações sobre o desenvolvimento.
Existe, portanto, uma iniciativa internacional no sentido de se desenvolver e aplicar esta
ferramenta.
O objetivo do programa é tornar acessíveis aos tomadores de decisão os indicadores
relacionados ao desenvolvimento sustentável, no nível nacional, definindo-os, elucidando as
suas metodologias e fornecendo treinamento e capacitação.
POTENCIALIDADES FRAGILIDADES
A cargo do IBGE, o IDS integra-se ao conjunto de esforços internacionais para concretização das
ideias e princípios formulados na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento (RIO-1992), no que diz respeito à relação entre meio ambiente, sociedade,
desenvolvimento e informações para a tomada de decisões.
No seu conjunto, o IDS é uma das mais importantes fontes de informações sistematizadas sobre os
aspectos ambientais, sociais, econômicos e institucionais do desenvolvimento brasileiro. Os dados
estão quase sempre disponíveis para os níveis Brasil, Grandes Regiões e Unidades da Federação.
Fonte: Indicadores de desenvolvimento sustentável : Brasil : 2015 / IBGE, Coordenação de Recursos
Naturais e Estudos Ambientais [e] Coordenação de Geografia. – Rio de Janeiro : IBGE, 2015. 352p. –
Fonte: Indicadores de desenvolvimento sustentável : Brasil : 2015 / IBGE, Coordenação de Recursos
Naturais e Estudos Ambientais [e] Coordenação de Geografia. – Rio de Janeiro : IBGE, 2015. 352p. –
(Estudos e pesquisas. Informação geográfica, ISSN 1517-1450 ; n. 10)
Fonte: Indicadores de desenvolvimento sustentável : Brasil : 2015 / IBGE, Coordenação de Recursos Naturais e Estudos
Ambientais [e] Coordenação de Geografia. – Rio de Janeiro : IBGE, 2015. 352p. – (Estudos e pesquisas. Informação
geográfica, ISSN 1517-1450 ; n. 10)
Este índice é expresso por uma valor que
varia de 0 (zero), situação de perfeita
igualdade, a 1 (um), situação de
desigualdade máxima. Em situações
concretas é muito difícil que o índice atinja
estes valores extremos. Um índice em torno
de 0,5 é considerado um valor representativo
de fortes desigualdades
Fonte: Indicadores de desenvolvimento sustentável : Brasil : 2015 / IBGE, Coordenação de Recursos Naturais e Estudos
Ambientais [e] Coordenação de Geografia. – Rio de Janeiro : IBGE, 2015. 352p. – (Estudos e pesquisas. Informação
geográfica, ISSN 1517-1450 ; n. 10)
Ecological Footprint (Pegada Ecológica)
O ecological footprint ou Pegada Ecológica (segundo a tradução brasileira) é um indicador que surgiu
com o lançamento da obra “Our ecological footprint” de autoria de Wackernagel e Ress (2001), sendo
este um trabalho pioneiro acerca do tema.
A pegada ecológica pode ser definida como “a área de território ecologicamente produtivo
necessária para produzir os recursos utilizados e para assimilar os resíduos produzidos por
uma população com um modo de vida especifico de forma indefinida” (WACKERNAGEL
ET AL., 1997).
O objetivo fundamental consiste em avaliar os impactos sobre o planeta de um determinado modo
de vida e, consequentemente, seu grau de sustentabilidade.
É uma ferramenta simples e
compreensível, e sua metodologia
basicamente contabiliza os fluxos de
matéria e energia que entram e saem de
um sistema econômico e converte esses
fluxos em área correspondente de terra ou
água existentes na natureza para sustentar
esse sistema.
** Um hectare global significa um hectare de produtividade média mundial para terras e águas produtivas em um ano.
Brasil integra o chamado
grupo dos Green bears:
nações de baixa
competitividade econômica
mas operando com
superávit ecológico
CHAMBERS ET AL.
(2000).
http://www.pegadaecologica.org.br/2015/index.php
INFORMAÇÃO: Para a composição desta Calculadora da Pegada Ecológica, utilizou-se como estudo a
National Footprint Account (NFA) 2008/2011, o que significa que os bancos de dados para determinar a Pegada
Ecológica - FAOSTAT (Food and Agriculture Organization of the United Nations) em sua maioria - são de 2008
e a metodologia para calcular a Pegada a partir destes bancos de dados é de 2011. A mais importante fonte de
dados para a produção desta calculadora foi a Pesquisa de Orçamentos Familiares IBGE 2008/2009.
Dashboard of sustainability ou Painel da
sustentabilidade (Bellen, 2006 – Cap. 9)
As pesquisas sobre o Painel de Sustentabilidade ou dashboard of sustainability, iniciaram-se na década de 90.
A busca era para uma ferramenta internacional sobre sustentabilidade, baseada em indicadores
importantes.
Os índices agregados devem ter indicadores que reflitam o estado, fluxo e dos processos
relacionados. O objetivo é medir a utilização de estoques e fluxos para cada dimensão.
São muitos os índices que podem ser utilizados, especialmente para as dimensões ambiental e
econômica, tais como: Pegada Ecológica, Modelo PSR, PIB, Desemprego, Inflação.
A identificação de um índice apropriado para a área social, porém, é mais difícil. O IDH pode ser
utilizado, mas por si só não é suficiente. O Índice de desenvolvimento humano como medido
atualmente, não considera aspectos como felicidade, preenchimento do potencial humano etc.
O programa atual, de distribuição livre pela internet, mostra painéis e gráficos, referentes às 3
dimensões, detalha os indicadores e permite novas agregações e índices. Refere-se apenas a
países.
O sistema foi operacionalizado para a comparação dos países a partir de 46 indicadores. Estes
indicadores vem da base de dados do CGSDI, que cobre 100 nações.
A escala de pontos vai de 1 o pior caso a 1000, o melhor caso para cada um dos indicadores. Os outros
valores são calculados por interpolação linear entre os extremos e há esquemas de correção para garantir
um número suficiente de países dentro de cada categoria de cor.
A avaliação do bem estar das pessoas e do meio ambiente, na busca do desenvolvimento sustentável,
requer indicadores de uma variedade de questões ou dimensões.
Há a necessidade de integrar estes dados. Por exemplo, qualidade da água, emprego, economia,
educação, violência, etc. Cada indicador representa o que ocorre numa área específica, mas
geralmente não há ordenação e combinação entre os sinais emitidos por eles.
Para se obter uma visão mais clara do conjunto e da direção em que se move uma sociedade, na
interação meio ambiente e sociedade, os indicadores devem ser combinados de uma maneira
coerente. As medidas dos indicadores, quando vistas separadamente, representam uma série de
elementos diferentes.
A medida comum geralmente utilizada em sistemas de avaliação, principalmente nos sistemas sociais
e econômicos, é a monetarização, que visa um denominador comum para os planejadores e gestores.
No entanto, a moeda não é uma medida efetiva para aspectos não negociáveis no mercado,
como aspectos da sustentabilidade que não têm preço real.
É oferecida então uma escala de performance para representar a combinação dos indicadores. Ela
gera estados de qualidade: bom ou ótimo são os extremos da escala e, ruim ou péssimo no
outro.
A metodologia permite que se utilize as medidas mais adequadas para cada dimensão e suas
divisões, incluindo-se hierarquização dos indicadores feita de acordo com cada pesquisador. Os
indicadores mais importantes ou chave devem ter peso maior. Por exemplo, na saúde, os
indicadores de mortalidade e internações, ou desemprego, diversidade biológica, etc.
A seleção e hierarquização dos indicadores deve obedecer às definições dos sistemas e suas metas,
ou seja, inclui-se dentro de uma proposta de planejamento. As dimensões principais a serem
combinadas e refletidas no barômetro são o bem estar social e do meio ambiente.
O barômetro é a única escala de performance que mede o estado meio ambiente e sociedade
juntos, sem privilegiar qualquer dos eixos. Há 3 elementos fundamentais:
1. Igualdade de tratamento entre as pessoas e os ecossistemas. A ferramenta possui 2 eixos que
englobam os dois aspectos e esses eixos asseguram que um aumento da qualidade
ambiental não mascara um declínio do bem estar da sociedade ou vice-versa. Reflete a
preocupação conjunta, evitando as distorções e melhorando a transparência na apresentação
dos resultados. A intersecção entre os pontos fornece uma medida do grau de sustentabilidade
da comunidade estudada. Um baixo escore dentro de um eixo impede um alto escore na escala
geral.
2. Escala de 5 setores. Os usuários podem controlar a escala pela definição dos pontos extremos
de cada setor, com um bom grau de flexibilidade. A definição dos setores dentro da escala
envolve uma série de julgamentos, que iniciam-se com a definição do que seja desenvolvimento
sustentável, qualidade ambiental, qualidade humana, prosseguindo em relação aos indicadores
selecionados.
índice de bem estar do ecossistema – EWI, de environmental wellbeing index - identifica tendências
da função ecológica no tempo. É uma função da água, terra, ar, biodiversidade e utilização dos recursos.
índice de bem estar humano – HWI de human wellbeing index - representa o nível geral de bem estar
da sociedade, a partir dos indicadores de saúde, educação, desemprego, pobreza, renda, violência,
economia e outros.
Os índices calculados para cada uma das dimensões do sistema são plotados em um gráfico
bidimensional onde os estados do bem-estar humano e do ecossistema são colocados em escalas
relativas, que vão de 0 a 100, indicando uma situação de ruim até boa em relação à sustentabilidade.
A localização do ponto definido por estes dois eixos, dentro do gráfico bidimensional, fornece uma
medida de sustentabilidade ou insustentabilidade do sistema o índice geral de
sustentabilidade - WI, de wellbeing index.
Os índices básicos EWI e HWI podem ser
interpretados como pontuações da situação
ótima, na escala do barômetro.
Com a técnica, os fluxos de matéria e energia envolvidos no ciclo de vida de um produto são
medidos e relacionados a diversas categorias de impactos ambientais. Ao final, é possível
compreender quais danos ou benefícios da fabricação e uso de um produto específico.
Permite identificar os pontos críticos no ciclo de vida do produto e assim promover melhorias
nos processos produtivos. Trata-se de uma ferramenta multicritério, uma vez que se dedica a
muitas categorias de impacto de uma só vez.
http://www.abcvbrasil.org.br/?p=texto.php&c=videos
ENTRADAS (matéria e energia)
Transporte
Definição
de objetivo
e escopo
Análise de
Interpretação
inventário
Avaliação
de impacto
R. Não.
P. Por que?
R. Sim
P. Por que?
R. Não.
P. Por que?
LOUÇA PLÁSTICO
DESEMPENHO DO PRODUTO
(doses/xícara) 100 1
Transporte
Fronteira
do sistema
SAIDAS (matéria e energia)
Exemplo: óleo de soja
ar solo
sol água
Fabricação de Fabricação de
fertilizante defensivos
Produção
de soja
Transporte
Geração
de vapor
Fabricação Fronteira
Fabricação de do sistema
óleo de soja de solvente
Geração de
eletricidade
Soda
Fertilizante
Minerais
Recursos
Madeira Celulose Papel
Defensivos
Edificações
Transporte
Veículos Combustível
Estradas
Fases da ACV
Definição
de objetivo
e escopo
Análise de
Interpretação
inventário
Avaliação
de impacto
ENTRADAS SAÍDAS
Prod. principal
ENERGIA COPRODUTOS
Subprodutos
Mat.-primas
MATÉRIA Energéticos
Mat. auxil.
Emissões atmosf.
USO DA TERRA REJEITOS
Efluentes líquidos
Resíduos sólidos
Análise de Inventário: TRATAMENTO DOS DADOS
DADOS BRUTOS
Produção Geração Geração de Fabricação Transporte
de soja de vapor eletricidade de óleo
(t de grão) (t de vapor) (kWh) (t de óleo) (15t.km)
REC. ENERGÉTICOS (GJ) 0,58 3,45 0,00908 0,00857
EMISSÕES ATMOSF. (kg)
CO2 45,3 162 0,625 0,81
CO 0,01 0,04 0,000029 0,002
Hidrocarbonetos 0,0046 2 0,000053 0,0013
NO2 0,071 0,5 0,000012 0,012
SO2 0,32 0,14 0,000078 0,00088
Particulados 0,015 0,012
Part. líquidas no ar 0,000025 0,0008
* Valores estimados
DADOS BRUTOS
Produção Geração Geração de Fabricação Transporte
de soja de vapor eletricidade de óleo
(t de grão) (t de vapor) (kWh) (t de óleo) (15t.km)
EFLUENTES LÍQUIDOS (kg)
Nitrogênio 3
Fósforo 1,5
Defensivos 13,65
Hexano 3
* Valores estimados
Alocação – Caso da vaquinha
Emissões atmosféricas
Vacinas Leite
Cálcio Couro
Farinha
Resíduos Efluentes
sólidos líquidos
ALOCAÇÃO
US$ 1.260,00
Definição
de objetivo
e escopo
Análise de
Interpretação
inventário
Avaliação
de impacto
Redução dos valores dos aspectos ambientais que contribuem para uma mesma
categoria a uma mesma base:
Definição
de objetivo
e escopo Fase da ACV na qual se busca identificar
as questões significativas do estudo,
checar a integridade, a sensibilidade e a
consistência dos resultados e definir as
Análise de
Interpretação conclusões, as limitações e as
inventário
recomendações do estudo.
Avaliação
de impacto
➔ Pertence a uma classe de técnicas da gestão ambiental que visa avaliar o desempenho ambiental de
produtos, processos e serviços de forma integrada a uma avaliação econômica.
Validated
Eco-Efficiency
Analysis Method
Desenvolvimento Sustentável
Ambiental
Social
Econômico
Análise
Análise de SEEbalance®
Ecoeficiência
Pilar Ambiental
Análise de Riscos: Determinação dos possíveis acidentes relacionados ao ciclo de vida de cada
produto, os quais serão classificados quanto à severidade das consequências e probabilidade de
ocorrência.
PARÂMETROS COSIDERADOS IMPRESSÃO ECOLÓGICA VANTAGEM AMBIENTAL
Impacto Ambiental
Consumo de matéria-prima Consumo de recursos energéticos
1.00 Alto
Consumo de recursos energéticos Uso da Terra Emissões
0.50 Alt. 3
ar
Emissões água 0.00
Alt. 2
solo
Consumo de Potencial de toxicidade Alt. 1
Uso da terra matéria-prima
Potencial de risco
Potencial de toxicidade Baixo
Potencial de risco
Consumo de energia primária
Passos:
1. Todas as formas de energia são convertidas para a energia primária consumida (como
exemplo, até a perfuração do petróleo).
2. Fontes de energia primária: óleo cru, gás natural, antracito, lignita, minério de urânio,
hidroelétrica, biomassa e outros, são determinadas em MJ/unidade funcional.
4. O total de energia primária inclui a energia acumulada utilizada e a energia contida nos
produtos (feedstock).
Consumo de matéria-prima
1. Matérias-primas chaves consumidas ou produzidas são calculadas em kg/unidade funcional (critério
de exclusão é geralmente < 0,1%).
2. Estes valores são ponderados pelo fator que reflete o tempo de suprimento e reservas das matérias-
primas.
Ponderação:
• Baseado nas reservas exploráveis
• Quanto mais baixa a reserva da matéria-prima e mais alta a taxa de consumo mundial, mais escassa é a
matéria-prima e portanto maior é seu fator
• Fontes renováveis que podem ser consideradas consumidas de forma sustentável tem, na teoria, tempo
ilimitado de suprimento, o que leva a um fator igual a zero para estes materiais. Desta forma, recursos
renováveis são considerados no consumo de energia mas não no consumo de matérias-primas.
Ponderação para matérias-primas
material suprimento reservas Fator de
[anos] [mill. t] ponderação
Gás matural 62 112320 0,38
Óleo 46 164532 0,36
Bauxita 200 25000 0,451
Lignita 241 142000 0,171
Ferro 70 71000 0,449
Manganês 86 660 4,197
NaCl 1000 18000000 0,007
Fósforo 86 12000 0,984
Enxofre 40 1400 4,226
Carvão 162 487000 0,113
3. Volumes críticos são calculados para todas as emissões e os valores individuais obtidos são somados
Ponderação para resíduos sólidos
Passos :
1. Lixo doméstico, resíduo especial, resíduo da construção civil e resíduo de mineração que são
gerados em cada módulo são calculados em kg/unidade funcional.
2. Os diferentes tipos de resíduos são ponderados e somados. Os fatores de ponderação são baseados
nos custos para aterro (lixo municipal 50 EUR/t; resíduo especial 250 EUR/t; construção civil 10
EUR/t; mineração 2 EUR/t).
factor
Lixo doméstico 1
Resíduo especial 5
Construção civil 0.2
Mineração 0.04
PARÂMETROS COSIDERADOS IMPRESSÃO ECOLÓGICA VANTAGEM AMBIENTAL
Impacto Ambiental
Consumo de matéria-prima Consumo de recursos energéticos
1.00 Alto
Consumo de recursos energéticos Uso da Terra Emissões
0.50 Alt. 3
ar
Emissões água 0.00
Alt. 2
solo
Consumo de Potencial de toxicidade Alt. 1
Uso da terra matéria-prima
Potencial de risco
Potencial de toxicidade Baixo
Potencial de risco
Fatores de ponderação
“Fator Social” “Fator de relevância”
(qualitativo) (quantitativo)
O quanto as emissões ou o
O quanto a sociedade consumo de energia
considera importante contribuem às emissões totais
cada impacto ou ao consumo de energia
ambiental? total?
Método:
Método: comparação dos dados calculados para as
Votação de opinião pública alternativas com os valores totais
estimados
Energia Disposição
Preço
Costs
Equipamentos Total costs
high low
Alternative 2
Alternative 1
Alternative 3
Alt. 1 Alt. 2 Alt. 3
Determinação de Custos Totais
Não existe um método único para o cálculo dos custos. O cálculo
depende do objetivo da análise.
Na maioria dos casos estima-se os custos através de preço de compra, preço de revenda e
depreciação para o consumidor final.
Para comparação de processos, estuda-se o custo final do produto utilizando-se métodos de
valor presente, depreciação e taxa de retorno.
No caso de produtos altamente taxados (ex. combustíveis) devem ser estudados os cenários
macro e micro econômicos nos quais o produto está inserido.
Matriz de Ecoeficiência
0,3 Alternativas
Alta ecoeficiência investigadas
Alt. 1
Impactos Ambientais
Posições
Alt. 2
relativas no
1,0 mercado
Alternativa 1 35 %
Alt. 3 Alternativa 2 20 %
Alternativa 3 5%
Baixa ecoeficiência
1,7
1,7 1,0 0,3
Custos
Consequências das análises de ecoeficiência
Impactos ambientais (normalizado)
baixo
Mercado!
Reduzir
custos!
Dependendo do
posicionamento
das alternativas,
diferentes 1.0
recomendações Desenvolver
alternativas! Reduzir
estratégicas Impactos
podem ser Ambientais!
dadas.
Petróleo
extraído em
terra (14,5%) co-produtos
Refino do
76%
petróleo
Petrodiesel
Petróleo 24%
Transporte
extraído em
Transporte marítimo
alto mar
marítimo
(85,5%)
Diesel
Petróleo Importado Importado
(África 57%, Oriente
Médio 28%, América
Central e Sul 9%, Ex-
URSS 5%, 1% Ásia
Pacífico)
Etapas consideradas
VIANNA (2006) Etapas não consideradas
SISTEMA DE PRODUTO DO BIODIESEL DE DENDÊ
Produção do
Óleo de
dendê Produção do
Etanol Anidro
Produção do Transporte Transporte
Petrodiesel rodoviário fluvial Transporte
rodoviário
Produção do Produção do
NaOH Biodiesel Energia
Elétrica
Excesso
de etanol
Transporte
rodoviário Glicerina
VIANNA (2006)
Biodiesel de
dendê
IMPRESSÃO ECOLÓGICA
0,00
Confiança mínima de
90% do biodiesel como o
mais ecoeficiente
A diferença de performances no
quesito econômico é muito
pequena frente à notada no
quesito ambiental
SIMULAÇÕES
Cenário I
Matéria-graxa resultante da
transesterificação deixou de ser
considerada resíduo para ser
considerada co-produto
Exemplos *
Os principais impactos tanto ambientais como econômicos estão relacionados à fase de uso, que reflete
a energia consumida durante sua vida útil. Desse modo, a ecoeficiência de uma alternativa é
diretamente proporcional à eficiência da lâmpada utilizada, ou seja, quão eficiente ela é em transformar
eletricidade e luz.
SEEBALANCE®
Ou Análise de Socioecoeficiência, é a ferramenta mais
abrangente para mensuração da sustentabilidade de um
produto ou processo, pois considera – além dos aspectos
ambientais e econômicos já avaliados pela Análise de
Ecoeficiência – os aspectos sociais ao longo de todo o Ciclo de
Vida das alternativas avaliadas, permitindo melhorar o
desempenho socioambiental das empresas e de sua cadeia
produtiva.
Fonte: http://www.espacoeco.org.br/atuacao-em-sustentabilidade/ferramentas-em-
socioecoeficiencia/seebalance%C2%AE.aspx
A Análise de Socioecoeficiência compara produtos ou processos, considerando aspectos
ambientais, como o uso da terra, consumo de energia, recursos naturais, consumo de água e
emissões, agregando ainda potencial de toxicidade e riscos, dentre outros. Também são
avaliados, com a mesma importância, indicadores econômicos como preço, investimentos,
manutenção de equipamentos, entre outros.
A metodologia foi desenvolvida entre 2003 e 2005 pela BASF, também na Alemanha, e é
utilizada pela Fundação Espaço ECO® desde 2007.
Fonte: http://www.espacoeco.org.br/atuacao-em-sustentabilidade/ferramentas-em-
socioecoeficiencia/seebalance%C2%AE.aspx