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IMPACTO DO USO DE DIVERSOS

CRITÉRIOS PARA A CONCESSÃO


DE OUTORGA. ESTUDO DE CASO
PARA A BACIA DO RIO DOCE

Orientador: Fernando Falco Pruski

Andressa Nayara Gomes Oliveira


Jéssica Sathler Gripp
INTRODUÇÃO
 Compatibilização entre os critérios para
concessão de outorga, utilizados pelos órgãos
gestores;
 Uso de vazões mínimas mensais para concessão
de outorga.

OBJETIVO
 Comparar as vazões máximas permissíveis para
outorga considerando os critérios usados pelo
IGAM e pela ANA em bases anual e mensal.
PROBLEMÁTICA DA ÁGUA
 Dois dos maiores problemas da sociedade são
aqueles relacionados à escassez de água e a
degradação ambiental;
 A suficiência de água para atender as populações,
não é apenas um problema de ordem
quantitativa, mas também qualitativa.
 Em sua extensão territorial encontram-se no
Brasil casos distintos de problemas de escassez
hídrica, a qual é gerada pela crescente demanda
pelo uso de recursos hídricos.
GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS

 Lei nº 9.433: instituiu a Política Nacional de


Recursos Hídricos - PNRH e criou o Sistema
Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos
- SNGRH;
 Entre os instrumentos da PNRH, a outorga de
direito de uso de águas superficiais se destaca
como um dos mais importantes;
 Os órgãos gestores de recursos hídricos utilizam
como base para concessão de outorga as vazões de
referência: Q95, Q90e Q7,10.
IMPORTÂNCIA DA CONSIDERAÇÃO DAS VARIAÇÕES
TEMPORAIS E ESPACIAIS DAS VAZÕES NA
HIDROGRAFIA

 O Brasil possui uma grande variação espacial e


sazonal de precipitação;
 Adotar a variabilidade hidrológica sazonal
significa adotar diferentes volumes outorgáveis
para diferentes períodos sazonais;
 Estudos que apresentem alternativas de
otimização do uso da água, considerando as
variações sazonais, podem servir de subsídio para
os órgãos gestores.
METODOLOGIA
Bacia hidrográfica em estudo
 Bacia do rio Doce
DADOS UTILIZADOS

 Fonte: Estudo de regionalização para o


aprimoramento do processo de outorga no estado de
Minas Gerais (GPRH & IGAM 2012)
BASE METODOLÓGICA

 Foi utilizado como base metodológica para o


presente trabalho, o estudo desenvolvido por BOF
et. al (2012) para a bacia do Paracatu, em que se
obteve resultados relevantes.
VAZÕES E CRITÉRIOS DE OUTORGA
UTILIZADOS NO ESTUDO

 ANA - Q95
 70% da Q anual
95
 70% da Q mensal
95

 IGAM – Q7,10

 50 % da Q
7,10 anual
 50% da Q
7,10 mensal

 Para o cálculo destas vazões foi utilizado o


SISCAH -Sistema Computacional para Análises
Hidrológicas;
COMPARAÇÃO ENTRE AS VAZÕES MÁXIMAS
PERMISSÍVEIS PARA OUTORGA CONSIDERANDO
DIFERENTES CRITÉRIOS

 DVc%= diferença relativa entre o critério da ANA


e do IGAM, %;
 V= volume máximo de água permissível para a
outorga, m³ ano -1.
COMPARAÇÃO ENTRE AS VAZÕES MÁXIMAS
PERMISSÍVEIS PARA OUTORGA CONSIDERANDO
DIFERENTES CRITÉRIOS

 DVb% = diferença relativa entre o critério mensal


e o critério anual, %.
 V= volume máximo de água permissível para a
outorga, m³ ano -1.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
 Os resultados referentes às 14 estações
apresentaram bastante similaridade;

 Para a Fazenda Corrente: Q95 anual (3,6 m³/s)


51% superior à Q7,10 anual (2,38 m³/s);
COMPARAÇÃO ENTRE AS VAZÕES MÁXIMAS
PERMISSÍVEIS PARA OUTORGA CONSIDERANDO OS
CRITÉRIOS USADOS PELO IGAM E PELA ANA EM
BASES ANUAL E MENSAL

6
Vazão m³ s -¹

0
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Q7,10 mensal Q95 mensal Q7,10 anual Q95 anual

50% da Q7,10 anual 70% da Q95 anual 50% da Q7,10 mensal 70% da Q95 mensal
DIFERENÇA RELATIVA PERCENTUAL (DVC%)
Estações Base anual Base mensal
Fazenda Corrente 111,7 37,5
Porto Santa Rita 88,1 40,4
São Pedro Do Suaçuí 105,0 44,1
Santa Maria Do Suaçuí 101,5 42,9
Vila Matias - Montante 93,5 41,7
Campanário 92,3 6,0
Jampruca 133,8 34,3
Barra Do Cuieté - Jusante 80,2 33,5

Fazenda Bragança 91,1 44,6


Santo Antônio Do Manhuaçu 108,9 38,0

Ipanema 75,1 35,9


Mutum 98,9 27,4

Assarai – Montante 98,6 37,8

São Sebastião Da Encruzilhada 99,9 35,2


DIFERENÇA RELATIVA PERCENTUAL (DVB%)

Estações Critério do IGAM Critério da ANA


Fazenda Corrente 88,9 22,7
Porto Santa Rita 62,1 21,0
São Pedro Do Suaçuí 61,3 13,4
Santa Maria Do Suaçuí 68,9 19,8
Vila Matias - Montante 58,5 16,0
Campanário 190,0 60,0
Jampruca 137,0 36,2
Barra Do Cuieté - Jusante 50,5 11,4

Fazenda Bragança 64,5 24,5


Santo Antônio Do Manhuaçu 86,4 23,1

Ipanema 47,2 14,2


Mutum 77,5 13,6
Assarai – Montante 75,5 21,7

São Sebastião Da Encruzilhada 81,7 22,9


AMPLITUDE DE VARIAÇÃO – DVB DA Q7,10
MENSAIS E ANUAL.
450

400

350

300

250
DH %

200

150

100

50

0
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Mínimo Máximo
AMPLITUDE DE VARIAÇÃO – DVB DA Q95
MENSAIS E ANUAL.

300

250

200

150
DH %

100

50

0
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

-50

Mínimo Máximo
5. CONCLUSÕES
 o uso do critério de 50% da Q7,10 mensal em substituição ao
critério de 50% da Q7,10 anual aumenta de forma expressiva
o volume máximo outorgável;

 o critério utilizado pela ANA atualmente, 70% da Q95 anual


tem a característica de ser restritivo nos meses em que há
pouca disponibilidade e muito permissivo nos meses em que
há baixa disponibilidade, podendo causar o
desabastecimento, já que este critério se aproxima por
demais da Q7,10 mensal e em algumas estações passa a ser
maior que a mesma;
5. CONCLUSÕES
 a utilização do critério de 70% da Q95 mensal diminui o
risco do rio secar, bem como aumenta a disponibilidade
hídrica; e

 de forma geral, a utilização dos critérios baseados nas


vazões mensais, apresenta um alto potencial para a
utilização dos recursos hídricos em condições a fio a d’água,
sem que isso incorra em um risco de desabastecimento.
OBRIGADA!

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