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A obra de arte, como qual relagdo indirecta com a c metaférica, ou ontra) sem dei referir. Do caricter semiolégico a obra artistica nunca deve ser com um dado contexto de f resumir 0 essencial do, dizer que o estudo obj relagdo que se refere sociais. A segunda de propria estrutura da obra, Escritos sobre Estética e Semidtica da Arte JAN MUKAROVSKY i * deste jogo, embora algumas delas se manifestem de uma 5, O SIGNIFICADO DA ESTETICA (*) forma mais passiva e outras de uma forma mais activa. Mas % esta passividade ou actividade das diversas componentes alter- nam com 0 decorrer da evoluedo, de modo que ora é a cor a dominar a linha (delimitando, ela propria, 0 contorno) ora € a linha a dominar a cor, ora, enlim, a cor se transforma em linha criando: um contorno colorido, etc. A estrutura da arte esté, portanto, em permanente movimento, e, para a estética, isto significa uma grande quantidade de tarefas, a comecar pela diferenciacio das diversas componentes da obra de arte ¢ a terminar pela comparacdo mtitua entre as varias artes (poesia, mtisica, etc.), das quais cada uma representa uma das forcas que contribuem para a formacdo de uma estrutura de ordem superior—a arte em geral. Esta é, no actual estado das coisas, a perspectiva de maior alcance da estética na esfera da arte. A estética tende a converter-se em teoria comparativa da arte que, comparando varias manifes- tagoes artisticas, descobre as leis fundamentais da criativi- dade artistica e, com elas, em parte, também as leis da cria- tividade humana em geral. Também aqui, no campo da arte, encontramos a estética de hoje a meio de tarefas ainda mal dfineadas © multo menos coacluidas, Também aqul podemos falar de uma luta entusidstica. Qual a_participagao a doptar as con- estética checa nesta luta? Digamos numa simples frase que, definicao da beleza, no fazia mats do que adopie™ Te oe aos precursores, entre os quais nio devemos esquecer, engoes artisticas da sua época— convensses geralivente Oe mente, os nomes de Hostinsky, Durdik, Salda e Zich, tante antiquadas, 0 que é praticaments IG A sccrever RAO a sobre os seus principios © sobre as bases em que a estética dos nossos dias se ndo atreve i§ a prescree eh se apoia: uma reflexio mais sistematica que a realizada em Sao s6 as Fegras da beleza, sio também as do goste, © tee qualquer outro pais, em demasia a figura de um pedante a Tages Sores oy 8 de um «esteta» como os dos principios deste sie y ever estten ogltava, (tts YP oe eta : isso (e de algo mais) 5 ial ede dis, Ce oes a SUL, peo tree entendido que a estética é uma ciéncia basts rosa no significa estar dito tudo 0 ai im de se alcangar os obje is a 2 iin tea agg encontro melhor solugio que a seguinte: a estética é'a ciéncia que estuda a funcio coe compreender sage 0 ee rte, de cue eae, Coe | Semos, no acreditado estilo fos narradores, pelo principio; 7) Conferéncia pronunciada no ano de 1942. i ng | —— ©, ao principio, néo vamos falar da funcdo estética — esse ‘onceito aparecer-nos-4 mais adiante. Comegaremos por ana- lisar as atitudes que o homem adopta perante a re © homem, frente 20 mundo que 6 rodeia, as: sas atitudes. A sua atitude ndo é a mesma quando ele actua de modo:pratico sobre 0 mundo ou quando procura éonke- célo de um modo tedrico ou cientifico ou quando, por exem- plo, o procura entender segundo uma perspectiva religiosa. Cada uma destas atitudes, uma vez adoptada pelo homem, apodera-se dele e de todas as suas capacidades, que orienta em determinado sentido. Embora adiante venhamos a ver que nao é impossivel que estas atitudes se entremisturem e se acompanhem umas as outras, é também frequente que se estorvem mutuamente, eliminando-se e suprimindo-se entre si, precisamente porque cada uma delas, a cada momento dado, reclama o empenhamento de todas ‘as capacidades, de toda ‘a personalidade humana. Cada uma destas atitudes se encaminha para’seu determinado objective —que, no entanto, s6-de um modo muito geral-¢ definido pela propria atitude e que s6-se vai determinando concretamente mediante uma conereta tarefa, a resolver no momento e dentro dos limites de-uma determinada atitude: Surge assim uma diversidade considerdvel, que é evidente principalmente no ambito da de pratica. Do ponto de vista pratico, isto é, da conduta pratica, 0 esforco do artesao ao realizar a sua obra, do comer- ciante ao vender a sua mercadoria ou do diplomata ao discutir 0s termos de um tratado politico é orientado da mesma ma- neira — existindo, como 0 mostram os exemplos mencionados, uma escala muito variada de recursos, instrumentos, etc. Para aleangar um objectivo é necessaria uma actividade determi- nada e so necessarios determinados instrumentos. Acerca da actividade e dos instrumentos mais convenientes para se alcan- gar um certo objectivo, dizemos que séo capazes de funcionar em relacéo a este objectivo, isto é, que sao portadores de uma ou outra fungSo. O instrumento de uma actividade é, Por vezes, um objecto duradouro, que existe mesmo quando nao esta desempenhando tal actividade. Mas, mesmo nessas condigées, o instrumento, adaptado a uma certa actividade, A consecugio de um certo objectivo, tem na sua estrutura o¢ indicios dessa capacidade. A fungdo aparece assim ndo apenas como o modo casual do uso de uma coisa mas também como uma caracteristica duradoura do seu portador. Consideremos agora a funcdo estética, Também cla tem @ sua origem e o seu fundamento numa das atitudes elemen- tares que o homem adopta perante a realidade: a atitude 120 . Quais so as caracteristicas desta atitude? Como se sei Ue: dae Suuras atiuides? Procuremos compartla com estas. Ao-adoptar-uma-< Seereire aera la exereemos.O sentido da prs de algum modo, a rez idade, intervindo ¢40 a0 resultado pretendido é que organizas actividade e escolhemos 0s nossos instrumentos, Ao fez essa escolha, avaliamos apenas aquelas catacteristicas dos instrumentos que nos convém para obter 9 desejado resul as outras caracteristicas sfionos_indife em en ee panuncess conhecido o facto, frequentemente aproveitado na literatura humoristica, de que pessoas com profissées diferentes, ao trabalhar com o mesmo. ae ‘oem cada uma A sua maneira: para o guarda floresta.o bosdue cultura vegetal; para 0 ci teiro, O cons ror de carrogay ou tanociro,¢ um depostio de madeira: para 0 ca cador, é o refigio dos animais; para as criang © local cas le crescem os morangos e as framboesas. Um Filésofo eScae Vey acertadamente acerea da atitude pratica: «O homem tem de viver ea vida exige que percebamos as colsas em conform: dade com a relacdo que elas tém com as nossas necessidades. Avida consiste numa conduta. Viver significa receber apenas as impress6es titeis das coisas e responder- propicias; as outras impress6es devem esbater-se ou ref ‘Se apenas vagamente aa nossa consciéncia, Do mundo exte rior, vejo e 0G apenas aquilo que os meus sentidos escolhem para orientar o meu comportamento... Os meus Se e @ minha consciéncia oferecem uma imagem da realidade na simplificacéo pratica». 2 . "a Tearleeee a atitude pratica. Vejamos agora a al de teorica, cognoscitiva. Quando nos abeiramos da realid: no propésito “oa conhecer, ela sursemos apenas no aspecto par- ular que pretendemos apreender. Também desta vez a isa que tomamos para object: nosso conhecimento nao éum fim em si propria. Ao identi jgumas das isticas com as das outras c incluimola de determinado conceito—a coisa passa a fazer parte de um contexto geral. A finalidade da actividade cognoscitiv verificago das leis gerais da natureza. A atitude cognos tal como a atitude pratica, tende portanto a ir mats al realidade que possuimos, em dado momento, nas mio ¢ a frente dos nossos olhos. idamente a atitude re Ihor, se quisermos que a denominaco exprima toda a ex 121 do seu ambito: magico-religi m rice ligiosa. Encontramo-+ terreno, diferente dos das atitudes anterormente analisadas, Cada facto real que se encontre ao alcance da atitude magico. teligiosa se converte, com o simples facto de entrar neste a pephaae

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