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UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA – UNIVERSO

ESTUDO DE CASOS

BÁRBARA CRISTINA RODRIGUES DE SOUZA

GEOVANNA VIEIRA DE SOUZA ANTUNES

JONAS MIGUEL SOUZA FAUSTINO

MARIA FERNANDA PORTILHO RODRIGUES

SÃO GONÇALO, 11 DE MAIO DE 2022


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BÁRBARA CRISTINA RODRIGUES DE SOUZA

GEOVANNA VIEIRA DE SOUZA ANTUNES

JONAS MIGUEL SOUZA FAUSTINO

MARIA FERNANDA PORTILHO RODRIGUES

ESTUDO DE CASOS

VT DE DIREITO PENAL II PARA COMPLEMENTAÇÃO DE NOTA

PROFESSOR MÁRIO LAMBLET

SÃO GONÇALO, 11 DE MAIO DE 2022

SUMÁRIO
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CASO 1 (GEOVANNA VIEIRA DE SOUZA)..............................................................4

CASO 2 (BÁRBARA CRISTINA RODRIGUES DE SOUZA).................................... 7

CASO 3 (BÁRBARA CRISTINA RODRIGUES DE SOUZA).................................... 9

CASO 4 (MARIA FERNANDA PORTILHO RODRIGUES)........................................10

CASO 5 (GEOVANNA VIEIRA DE SOUZA)..............................................................11

CASO 6 (JONAS MIGUEL SOUZA FAUSTINO) ......................................................13

CASO 1

Tatiana, moradora de Tanguá no Rio de Janeiro, com 19 anos de idade,


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recebeu uma mensagem dos amigos da Universo, para comemorarem o início


das férias, sendo que tal “resenha”, seria no Bar do Jorginho, distante cerca
de 300 metros de sua casa.
Ocorre que Tatiana estava tomando conta de suas irmãs gêmeas
Luciana e Patrícia, enquanto sua mãe Simone estava no plantão do seu
trabalho na UPA de Manilha em Itaboraí.
Tatiana então, com a certeza de que não se demoraria, deixou as
crianças, ambas com 4 anos, dormindo no quarto delas.
Ocorre que ao chegar no bar, Tatiana acabou bebendo um pouco além
do que pretendia, e veio a perder a hora, chegando em casa por volta de meia
noite, alcoolizada.
As meninas ficaram sem alimentação durante todo o tempo e ainda
sofreram com várias picadas de pernilongos e vieram a se queimar numa vela
de um altar que existia no quarto da mãe delas. Com base na situação
apresentada, dê seu parecer jurídico quanto a existência ou não de fato típico.

Esse caso configura-se abandono de incapaz, nos termos do artigo 133 do


Código Penal. A recorrência do abandono traduziu-se pelo afastamento físico da
irmã aos menores com conduta omissiva, onde a mesma não tinha intencionalmente
a pretensão de que as crianças se machucassem, porém a imprudência de deixá-los
sozinhos e por muitas horas, resultou em lesões corporais por conta do ferimento
com a vela. 
Essa atitude de abandoná-los fere o princípio da dignidade da pessoa
humana prevista no artigo 1 da CR/88, visto que um menor não pode dispor das
coisas condições necessárias para se alimentar, se defender e se autocuidar,
precisando assim, de um responsável. 
Também se caracterizará como qualificado, pelo preterdoloso em que existe:
dolo de perigo (abandono) e culpa (dano consequência) , vez que versado pelo
inciso 1° do artigo 133 do Código Penal, a pena é agravada em caso de lesões
graves, como foi a ocorrência das queimaduras que os menores sofreram por conta
de uma vela que estava no quarto da mãe. A pena, assim, será de reclusão de 1 a 5
anos. 
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Além do mais, a irmã sofrerá a pena pelo abandono de incapaz com a


qualificadora de 1 a 5 anos, como citado anteriormente e também um aumento de
um 1/3 na pena por ser uma descendente das crianças, como discorre o inciso 3°, II,
do artigo 133 do Código Penal. 
Em relação a mãe, está não sofrerá consequências penais. Até mesmo
porque não abandonou os filhos, ela foi trabalhar e os deixou sob os cuidados da
irmã que era maior de idade e possuía de todos os meios necessários para garantir
que as crianças estivessem sendo bem tratadas, provendo a elas o necessário para
manter a dignidade humana, situação essa em que esse afastamento temporário por
conta do trabalho não denotava perigo concreto. A decisão do Tribunal de Justiça do
Rio Grande do Sul apresenta caso semelhante:
Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul TJ-RS – APELAÇÃO CRIME: ACR
70074875238
Ementa: APELAÇÃO-CRIME. ABANDONO DE INCAPAZ. DOIS MENORES.
CONDENAÇÃO. INSURGÊNCIA DEFENSIVA. No caso, quanto ao fato narrado, há
elementos que indicam que a ré, na ocasião, quando foi trabalhar como cuidadora
de um idoso, deixou os filhos sob os cuidados de seu irmão, maior de idade, sendo
tal situação corroborada pela sua irmã, assim como pelo Conselheiro Tutelar, o qual
afirmou que a acusada logo chegou à residência. Ausência de provas suficientes a
embasarem um édito condenatório. Impositiva a absolvição com base no artigo 386,
inciso VII, do Código de Processo Penal. Sentença reformada. RECURSO
DEFENSIVO PROVIDO. (Apelação Crime, Nº 70074875238, Terceira Câmara
Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Diogenes Vicente Hassan Ribeiro,
Julgado em: 17-04-2019) [0]
Será um fato típico, porque já está tipificado como crime pelo artigo 133 do
Código Penal. Além disso, numa análise mais sistemática, para ser fato típico
precisa haver conduta, a qual nesse caso nesse caso seria:

DOLO DE PERIGO (a criança foi exposta ao risco)  


+
CULPA (foi o dano resultado pelo dolo), sendo este um abandono de incapaz
qualificado. 
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CASO 2

No dia 30 de novembro, às 20h (sábado), começava o plantão de Camila


Santos, médica pediatra, do Hospital Estadual Alberto Torres em São Gonçalo.
De acordo com a escala de trabalho divulgada no início do mês, Camila seria a
única pediatra até o fim do seu plantão as 08h no dia 01 de dezembro.
Entretanto, como o plantão foi muito tranquilo e não houve nenhum
atendimento, Camila resolveu sair do hospital mais cedo para participar de um
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churrasco em comemoração pela conquista do campeonato brasileiro do seu


time de coração Vasco da Gama.
Quando se preparava para deixar o hospital às 6:45h do dia 01 de
dezembro, Camila é surpreendida pela chegada de Ana Beatriz, um criança de
apenas 03 anos, a emergência precisando de socorro médico.
Camila percebe que a criança se encontra em estado grave, mas decide
deixar o hospital mesmo assim, acreditando que Caroline Roberta (pediatra
plantonista que a substituiria às 8h), chegaria a qualquer momento, já que ele
tinha o hábito de se apresentar no plantão sempre com uma ou duas horas de
antecedência.
Porém, naquele dia, Caroline Roberta chega ao hospital com duas horas
de atraso (às 10h) porque estava atendendo em seu consultório particular. Ana
Beatriz acabou por falecer em decorrência de ter ficado sem atendimento por
duas horas exatamente. Analisando o caso anterior estabeleça a solução
jurídica aos crimes praticados ou não respectivamente em relação as médicas
pediatras Camila e Caroline Roberta.

Ao se observar a conceituação trazida pelo dicionário, tem-se que abandonar


é o “efeito de largar, de sair sem a intenção de retornar, afastar-se”.
Com isso no presente caso a médica Camila Santos será denunciada
de acordo com o seguinte art. do código penal, art. 13 § 2º A e B , pois se omitiu de
agir para evitar que a Criança viesse a falecer mesmo tendo por lei a obrigação de
fornecer o devido atendimento ademais ela também assumiu a responsabilidade do
resultado já que deixou o hospital antes mesmo que a sua substituta chegasse.
Logo a Dra. Camila, se condenada, poderá receber uma pena de
reclusão de 4 a 12 anos de acordo com o art. 133 §2º do CP.
Ademais tanto a Dra. Camila quanto a Dra. Caroline responderam a um
processo no Conselho regional de medicina de acordo com o art. 9 do Código de
Ética Médica, ausentar-se de seu posto de trabalho, mesmo que no final do plantão,
sem que outro médico o substitua, é caracterizado como abandono de plantão,
podendo implicar penalidades nos âmbitos civil, criminal e ético.
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CASO 3

Durante o plantão do dia 30 de abril de 2022 por volta das 20 horas na


74.ª DP – Alcântara, chega uma ocorrência apresentada pelos policias militares
ao delegado Mário Lamblet, relatando que na localidade do Bairro Santa Isabel,
uma jovem de nome Marcele, grávida em decorrência de estupro que sofreu
naquela localidade, resolveu entrar numa aula de Crossfit, embora previsse,
em face do seu estado gravídico, a possibilidade de abortamento.
A intensidade da aula com os exercícios feitos, efetivamente
provocaram-lhe e aborto. Analise a situação e defina de Marcele responderia
algum crime do Código Penal.
Poderia haver alguma aplicação analógica em relação a alguma
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excludente de ilicitude, Por quê?

De acordo com o art. 128, II do CP a Marcele não será imputada por nenhum
crime tendo em vista que a sua gestação foi em decorrência de um estupro, mesmo
ela tendo assumido o risco de aborto quando entrou na aula de Crossfit ela se
encontra amparada pela lei é poderia ate mesmo feito o aborto em uma clinica com
um medico.
Ademais caso a Marcele estivesse em uma gestação que não foi
causada por uma violência sexual e estivesse ciente de seu estado de gravidez e
mesmo assim assumisse o risco de aborto ao entrar na aula ela seria penalmente
imputada de acordo com os termos do art. 124 do CP, nessa hipótese e na
qualidade de acusa a Marcele poderia ser condenada de 1 a três anos de detenção.

CASO 4

Cristiano Ronaldo, após conhecer a Leonel, jovem de 22 anos, mas


portador de oligofrenia por idiotia (equivalente à idade mental entre 03 e 07
anos), veio após ganhar a confiança dos pais, que frequentavam com o jovem
a Praça da Igreja Matriz de Bom Jesus do Itabapoana, convencer a Leonel a
cometer suicídio.
Devido a esse induzimento, Leonel se jogou da torre do sino da Igreja e
por um milagre sofreu apenas lesões corporais com uma fratura em dois
dedos da mão esquerda em razão da queda.
Analisando o caso anterior estabeleça a solução jurídica relatando a
existência ou não de algum ilícito penal.
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Como descrito no artigo 122 do código penal, induzir alguém a suicidar-se ou


a praticar automutilação como o Cristiano Ronaldo fez com o Leonel é crime e a
pena é de reclusão de seis meses a dois anos, porém quando esse crime é
cometido contra um menor de 14 anos ou contra quem por enfermidade ou
deficiência mental como o caso de Leonel que sofre de oligofrenia por idiotia, o
agente pelo crime responde por lesão corporal gravíssima sendo a pena de
reclusão, de 2 a 8 anos.
Ou seja, no caso de Leonel, por um milagre ele apenas fraturou dois dedos da
mão esquerda e isso se enquadraria no artigo 122 §1º, porém Leonel sofre de uma
deficiência intelectual em que sua idade mental é comparada a uma criança de 3 a 7
anos e por isso ele não tem discernimento para a prática do suicídio, então mesmo
que seja apenas uma lesão corporal de natureza grave se encaixa no §6º que narra
que o agente pelo crime responderá conforme descrito no artigo 129 § 2º em que a
pena é reclusão de 2 a 8 anos.

CASO 5

Analisando o caso anterior estabeleça a solução jurídica relatando a


existência ou não de algum ilícito penal.
Andréia, desiludida com seu relacionamento com o Delegado Mário
Lamblet, vinha já há algum tempo com pensamentos de tirar a própria vida se
suicidando.
Num determinado dia, saindo no Shopping Partage em São Gonçalo por
volta das 23 horas, depois de ter bebido vários chopes no Restaurante
Camarão, encontra Carina, uma ex-namorada de Mário, que vendo que Andréia
estava completamente embriagada, e esta lhe relatando o desejo de se matar,
dá a maior força para que ela praticasse o suicídio, tendo Andreia se dirigido
para casa e aproveitando que Mário estava de plantão, se apodera de uma de
suas armas e acaba disparando um tiro no peito.
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Carina responderá por instigação ao suicídio, segundo os termos do artigo


122 do Código Penal levando em conta que instigou Andréia a consumar o suicídio.
Nesse caso, Carina terá a pena de reclusão de 2 a 6 anos, por conta da
consumação deste mediante expresso no inciso 2° do Código Penal.
A mesma provocou a autora, Andréia, a se matar por uma motivação torpe,
que consistiu em um desentendimento por conta dela ser ex-namorada de Mário e a
outra atual. Cabe ressaltar que Carina foi irresponsável quanto as consequências
dos seus atos, levando em consideração o quadro de depressão enfrentado por
Andreia, a qual estaria facilmente suscetível a se influenciar e potencializar em si
ainda mais a vontade de se matar.
A conduta de instigar a consumação do suicídio está especificada no inciso 3°
do Código Penal e a consequência será a duplicação da pena.
Esse caso não se caracteriza como ilícito penal, porque trata-se de um fato
atípico, no qual não existe a pretensão de conduta dolosa ou culposa. Um
entendimento do Superior Tribunal de Justiça valida essa afirmação:

Superior Tribunal de Justiça STJ – AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL :


AResp 359323 MG 2013/ 0227016-2- Decisão Monocrática
AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 359.323 - MG (2013/0227016-2)
DECISÃO
Trata-se de agravo interposto pelo Ministério Público de Minas Gerais contra
decisão que inadmitiu o recurso especial interposto pela alínea a do permissivo
constitucional dirigido contra o acórdão proferido na Apelação Criminal n.
1.0024.03.059048-3/001.
O agravado, Levy Eduardo dos Santos, foi denunciado como incurso no art. 122,
parágrafo único, I e II, do Código Penal, tendo o magistrado proferido sentença de
impronúncia, nos termos do art. 414 do Código de Processo Penal, por entender
insuficientes os indícios de autoria (fls. 587/592). Irresignado, o órgão acusatório
interpôs apelação (fls. 609/616), tendo-lhe o Tribunal negado provimento em
acórdão assim ementado (fls. 668/696): APELAÇÃO CRIMINAL – INSTIGAÇÃO AO
SUICÍDIO – IMPRONUNCIA – AUSENCIA DE INDICIOS SUFICIENTES DE
AUTORIA – CONDUTA ATÍPICA – DECISÃO MANTIDA – RECURSO NÃO
PROVIDO. Não havendo nos autos indícios suficientes de autoria e, ainda, diante da
atipicidade da conduta praticada pelo acusado, é de rigor a manutenção da decisão
que o impronunciou em relação prática do crime previsto no art. 122, do Código
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Penal. Precedente do STF

CASO 6

"Albertinho Taradão" levava uma vida desregrada, praticando sexo sem


proteção, e veio se contaminar com a moléstia venérea Gonorreia.

Em um determinado dia, não conseguindo fazer sexo com alguma


prostituta, veio no caminho de sua residência, praticar um estupro contra uma
vizinha de nome "Ana Cláudia", moça virgem de 19 anos, desejando também
contaminar a vítima com a infecção sexualmente transmissível.

Existiu concurso de crimes na hipótese ou o crime mais grave absorve o


de menor gravidade?

Em tendo existido concurso de crimes, qual o aplicável à espécie? Qual


regra será utilizada na aplicação da pena de “Albertinho Taradão”?

Pelo princípio da consunção o fato mais grave absorve o menos grave,


entretanto neste caso os fatos se interligam, pois Albertinho Taradão por ter
gonorreia não consegue ter a relação sexual que ele "necessita" e por conta disto
estupra sua vizinha, então pode-se compreender que o Albertinho não tinha uma
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premeditação de estuprar sua vizinha, isto veio à acontecer graças ao seu desejo
sexual e frustração por não conseguir consumar o coito e movido pelo seu desejo
começa a perder sua razão sendo guiado pelo excitamento e pela ira daí então o
Albertinho desconta sua cólera e satisfaz seu apetite em um único ato: o estupro.
Este concurso de crime se aplica em duas espécies crime contra a pessoa e crime
contra a dignidade sexual e ambos os crimes se encaixam nas duas espécies tanto
o Perigo de Contágio Venero (Art. 130, CP) e Perigo de contágio moléstia grave
(ART 131, CP) quanto o Crime de Estupro (Art 213, CP) que corre em concurso
material homogêneo e concurso formal imperfeito homogêneo, concluso que a
tentação sexual a qual gerou o estupro e a intenção de passar a doença acompanha
a vontade libidinosa a pena seria, de acordo com o Artigo 213, §1°do Código Penal,
entre 8 a 12 anos com agravante (de acordo com o Art. 61, II, f, CP) tendo a
possibilidade, da intenção de contagiar a vizinha, de adicionar 3 meses à 1 ano
entrando como lesão corporal como expressa o Artigo 129, caput do Código Penal,
mas creio que o a pena do já mencionado artigo 130 seria devidamente aplicado que
seria de 1 à 4 anos.
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