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NORMA ABNT NBR BRASILEIRA 5629 Terceira edigao 25.10.2018 Tirantes ancorados no terreno — Projeto e execugao Ties anchored in soil — Design and execution Ics 93.020 ISBN 978-85-07-0722-0 associacho Nomero de referéncia ii psn ABNT NBR 5629:2018 TECNICAS 38 paginas ©ABNT 2018 ABNT NBR 5629:2018 @ABNT 2018, ‘Todos 0s direitos reservados. A menos que especificado de outro modo, nenhuma parte desta publicagao pode ser ‘eproduzida ou utlizada por qualquer meio, eletrénico ou mecénico, incluindo fotacdpia e microfilme, sem permissio por escrito da ABNT. ABNT Av-Treze de Maio, 13 - 28° andar 2031-901 - Rio de Janeiro - RJ Tel. + 55 21 3974-2300 Fax: + 55.21 3074-2346 abnt@abnt.org.br ‘wwrw.abnt.org,br fn (@ABNT 2018 - Todos 05 direitos reservados ABNT NBR 5629:2018 Sumario Pagina Prefacio 1 Escopo 2 Referéncia normativa.. 3 Termos e definigées... 1 4 Projeto do tirante.. 44 Generalidades nnn 42 Planejamento dos trabalhos 4.2.1 Dados para elaboragao do projeto 4.2.2 Informagées relativas aos elementos interferent 42.3 Interagées entre as edificacdes proximas.. 43 Calculo dos esforcos.. 44 Materiais.. 441 Elementos de tragao... 442 443 45 Dimensionamento. 451 Generalidades..ennnnnnennnnnnne 4.5.2 Elementos de tragao. 4.5.3. Comprimento do trecho ancorado 4.5.4 Comprimento do trecho livr 45.5 Cabeca do tirante 5 Execucao. 54 Requisitos de contorno 52 Montagem 53 Perfuraga 5.3.1 Sistema de perfuragao. 5.3.2 Locagao. sess 5.3.3 Recobrimento minimo do terren 54 Diametro da perfuragao. 55 Instalag ae 5.5.1 Verificagées prévias. 5.5.2 Colocacao do tirante no furo 5.5.3 Preenchimento do fur 5.5.4 Uso de revestimento. 56 Injegao .... 5.6.1 Generalidades. 5.6.2 Tipos de injegao ‘ 56.3 Calda. 8 57 Registros dos dados... 9 6 Ensaios de qualificagao e recebimento... 9 7 Incorporagao de carga. ©ABNT 2018 - Todos os dei reservados iil ABNT NBR 5629:2018 8 Servigos finais para tirantes permanentes a4 Preenchimento do trecho livre 82 Protegio da cabega do tirante permanente 9 Manutengao e inspegao periédica.. 10 Graficos para interpretagdo dos resultado: Anexo A (normative) Figuras caracteristicas dos tirantes........ Anexo B (normativo) Requisitos de projeto para aplicacées de ancoragem em situagées especificas.. BA Introdugao. B2 Situag6es de contengées .. B.2.4 Modelo de calculo B22 Calculo da estabilidade geral........ B.2.3 Tempo de utilizagao B24 — Esforgos... B.2.4.1 Carga de trabalho do tirante B.24.2 Cargas de trabalho dos tirantes nas fases executivas ener AS B.2.5 _ Dimensionamento do elemento resistente a tracdo B.2.6 _Interferéncia do comprimento do trecho ancorado (bulbo) B.2.7 Comprimento do trecho livre B3 Situagao de prova de carg: B31 Modelo de cdlculo B.3.2_Dimensionamento estrutural B.3.3 Carga de ensaio — Verificagao geotéc! B4 Situagao de laje de subpressa B.4.1 Modelo de calculo B.4.1.1 Nivel de dgua.. 8.4.1.2 Comprimento do trecho ancorado ou bulbo B.4.1.3 Comprimento total do tirante (comprimento do trecho livre mais bulbo). B.4.1.4 Peso do terreno solidario entre tirantes .. B42 Requisitos de projeto... B.4.3 Tempo de utilizagao... BS Requisitos para outras si agoes. ‘Anexo C (normativo) Sistemas de protegao contra a corrosdo cA Introdugao. C2 Sistema de protegdes contra a corrosao.. c3 Requisitos para sistemas de protegao contra a corrosao.. C31 Gerais Scere €.3.2 — Estanqueidade. C4 Tipos de barreiras anticorrosivas. Anexo D (normativo) Métodos de ensaios de qu: Da Principio dos métodos. D.2—_Aparethagem. enn D3 _—Procedimentos gerais....... a iv © ABNT 2018 - Todos 0s drotos reservados ABNT NBR 5629:2018 Seguranga.. Prazo... Reagao. Cargas Sistema de aplicacao de cargas Medigao das cargas Tolerancias nos estagios de carga Carga inicial [Fo]... Medigées dos deslocamentos da cabeca do tirante. Procedimentos para a execucao dos ensaios Execugao de ensaio de recebimento (desempenno)...... Execugao de ensaio de qualificagao (comportamento) Execucao de ensaio de qualificagao (comportamento), com medigao de fluéncia...26 Aplicagao do ensaio. Procedimento executivo. Apresentacao dos resultados. Ensaios de recebimento ou desempenho .. Forma de representacdo..... Tracado dos gi is Representagao do comportamento do tirante Ensaios de qualificagao (comportamento) Forma de representacao. Tracado dos grafico: Representacao do comportamento do tirante. Apresentacao dos ensaios de qualificagao (comportamento), com medigao de fluénci 1.5.3.1 Forma de representacao. 0.5.3.2 Tragado dos graficos .. D.5.3.3_ Representacao do comportamento do tirante. D6 Interpretacao dos ensaios.... D.6.1 Ensaio de recebimento (desempenho) D.6.2 _ Ensaio de qualificacao (comportamento). D.6.3 Ensaio de qualificagéo (comportamento), com medicao de fl Anexo E (normativo) Graficos dos ensaios de qualificacdo (comportamento) e de recebimento (desempenho). ‘Anexo F (normativo) Requisitos para assegurar o desempenho dos tirantes ao longo do tempo (vida util de projeto).. FA Objetivo. F2 Manutengao F.24 Manual do proprietario ... F22 _ Inspegées periédicas.. F.23 Providéncias adicionais ©ABNT 2018 - Todos os direitos reservatios ‘i ABNT NBR 5629:2018 Figuras Figura A.1 - Elementos basicos do tirante Figura A.2 - Caracteristicas do tirante Figura B.1 - Esquema para verificagao da estabilidade geral quanto a subpressao da estrutura com laje atirantada Figura C.1 - Protegao da cabeca do tirante permanente Figura E.1 - Ensaio de recebimento tipo A (ao menos 10% dos tirantes) Figura E.2- Ensaio de recebimento tipo B (ao menos 10% dos tirantes)... Figura E.3 - Ensaio de recebimento tipo C.... Figura E.4— Ensaio de recebimento tipo D. Figura E.5 - Ensaio de qualificagao .. Figura E.6 ~ Ensaio de qualificagdo com medida de fluéncia.. Tabelas Tabela B.1 - Nivel de seguranga desejado contra a perda de vidas humanas .. Tabela B.2— Nivel de seguranga desejado contra danos materiais e ambientais. Tabela B.3 - Fatores de seguranga minimos para ruptura global de tirantes permanentes Tabela C.1 - Sistema de Protecdo em fungao do meio e local... Tabela D.1 - Cargas para leitura em ensaios de recebimento (desempenho) Tabela D.2— Cargas para leitura em ensaios de qualificacéo (comportamento} RRSRRe vi ‘© ABNT 2018 - Todos os drotos reservados ABNT NBR 5629:2018 Prefacio ‘AAssociagao Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é 0 Foro Nacional de Normalizagao. As Normas Brasileiras, cujo conteido ¢ de responsabilidade dos Comités Brasileiros (ABNT/CB), dos Organismos de Normalizagao Setorial (ABNT/ONS) € das Comissées de Estudo Especiais (ABNTICEE), so elaboradas por Comissées de Estudo (CE), formadas pelas partes interessadas no tema objeto da normalizagao. Os Documentos Técnicos ABNT sao elaborados conforme as regras da ABNT Diretiva 2. AABNT chama a atengao para que, apesar de ter sido solicitada manifestagao sobre eventuais direitos de patentes durante a Consulta Nacional, estes podem ocorrer e devem ser comunicados a ABNT a qualquer momento (Lei n° 9.279, de 14 de maio de 1996). Ressalta-se que Normas Brasileiras podem ser objeto de citagao em Regulamentos Técnicos. Nestes casos, os érgaios responsaveis pelos Regulamentos Técnicos podem determinar outras datas para exigéncia dos requisitos desta Norma. A ABNT NBR 5629 foi elaborada no Comité Brasileiro de Construgao Civil (ABNT/CB-002), pela Comissao de Estudo de Execugao de Tirantes (CE-002:152.010). O Projeto circulou em Consulta Nacional conforme Edital n° 08, de 09.08.2017 a 10.09.2017. Esta terceira edigao cancela e substitui a edigao anterior (ABNT NBR 5629:2006), a qual foi tecnica- mente revisada. © Escopo em inglés desta Norma Brasileira é 0 seguint. Scope This Standard establishes the requirements that rules the design and construction of ground anchors. NOTE — The designation of ground is applied to soils and rocks. This Standard is not applied to traction piles or to passives previous buried structures of anchorage. NOTE — Considering that Geotechnical Engineering is not an exact science and risks are part of any activity involving phenomena or materials of Nature this Standara's criteria and procedures are intended to balance the technical, economical and security requirements usually accepted by society nowadays. Civil engineer with notorious competence is able fo give numerical treatment to problems concerning to the science of soil and rock mechanics. ©ABNT 2018 - Todos 08 direitos reservados vii ee NORMA BRASILEIRA ABNT NBR 5629:2018 ae Tirantes ancorados no terreno — Projeto e execugao 1 Escopo Esta Norma estabelece os requisitos para projeto e a execugao de tirantes ancorados no terreno. NOTA — Adesignagao de terreno aplica-se a solos e rochas. Esta Norma se aplica para os requisitos para projeto para aplicagdes em sitiagdes especificas estabelecidas no Anexo B. Esta Norma nao se aplica as estacas de tragdo ou as estruturas passivas de ancoragem previamente enterradas. NOTA — Reconhecendo que a engenharia geotécnica nao é uma ciéncia exata e que riscos so inerentes a toda e qualquer alividade que envolva fendmenos ou materiais da Natureza, os critérios e procedimentos constantes desta Norma procuram traduzir 0 equilibrio entre condicionantes técnicos, econémicos e de seguranga usualmente aceitos pela sociedade na data de sua publicaco, e que o profissional habi Notéria competéncia esta capacitado a dar tratamento numérico a problemas relacionados A mecar solos e das rochas dos 2 Referéncia normativa © documento relacionado a seguir é indispensavel a aplicagao deste documento. Para referéncias datadas, aplicam-se somente as edicdes citadas. Para referéncias nao datadas, aplicam-se as edigdes mais recentes do referido documento (incluindo emendas). ABNT NBR 12131, Estacas Prova de carga estética — Método de ensaio 3. Termos e definicées Para os efeitos deste documento, aplicam-se os seguintes termos e definigdes. 34 bainha espago anelar entre 0 elemento de tragdo e a parede da perfuragao 3.2 cabega do tirante dispositivo de transferéncia da carga do tirante 3.3 calda de injegao aglutinante responsavel pela aderéncia do tirante ao terreno 34 carga aplicada ao tirante carga que, aplicada a cabega do tirante, é transmitida ao terreno pelo trecho ancorado (bulbo) ©ABNT 2018 - Todos os dit reservados 1 ABNT NBR 5629:2018 35 carga de trabalho A carga do tirante prevista em projeto 3.6 carga de incorporagao A fragao da carga de trabalho do tirante estabelecida em projeto na qual o tirante é fixado 37 ‘comprimento do trecho livre ‘comprimento livre 4 distancia (trecho) entre 0 ponto de aplicagao da carga até o inicio do comprimento ancorado, (ver Figura A.2) 38 comprimento ancorado efetivo Lae ‘comprimento do trecho de transferéncia de carga ao solo estimado por meio de ensaio 39 comprimento do trecho ancorado comprimento ancorado comprimento do bulbo ba comprimento do trecho do tirante, projetado para transmitir a carga aplicada ao terreno (ver Figuras AteA2) 3.10 ‘comprimento livre efetivo Le ‘comprimento do trecho de alongamento livre sob aplicagao de carga estimado por meio de ensaio att ensaio de tirante procedimento executado para verificagao do comportamento e do desempenho de um tirante, clas ficado em recebimento ou qualificagao 3414 ensaio de qualificagao ensaio de comportamento ensaio executado em tirante para verificagao do seu comportamento em um determinado tipo de terreno 3.41.2 ensaio de recebimento ensaio de desempenho ensaio executado para controlar a carga definida em projeto e o desempenho dos tirantes de uma obra 2 (© ABNT 2018 - Todos os creitos reservados ABNT NBR 5629:2018 3.12 tirante dispositivo capaz de transmitir esforgos ativos de tragao distribuidos a uma regio estavel do terreno, sendo constitudo de cabega, trecho livre e trecho ancorado ou bulbo 3.12.4 tirante provisério tirante com prazo previsto de utilizaco inferior a dois anos, a partir de sua instalagdo 3.12.2 tirante permanente tirante com prazo previsto de utiizagao superior a dois anos 3.12.3 tirante reinjetavel tirante que permite injegdes adicionais apés a sua instalago 3.12.4 tirante nao reinjetavel tirante que nao permite injegdes adicionais apés a sua instalagdo 3125 tirante autoperfurante tirante nao reinjetével, constituido de elemento monobarra vazado, cuja perfuracao é realizada com ‘sua propria barra e acessérios, ficando todos incorporados na perfuracdo, e injetado simultaneamente com calda de cimento ou outro fluido aglutinante 4 Projeto do tirante 4.1 Generalidades 4.4.4 Antes do inici calculo e a execu do projeto devern-se ter dados suficientes indicados em 4.2 para permitir 0 dos tirantes, e de manté-los a disposigao durante a execugao propriamente dita. 4.1.2. O projeto do tirante deve possuir desenhos e relatério técnico. 4.1.3 _O relat6rio técnico faz parte do projeto e deve estar disponivel, quando solicitado. Este deve abordar, as premissas adotadas, bem como indicar no projeto as informagées descritas a seguir: a) Segdes minimas e caracteristicas dos materiais de todos os elementos de trago do tirante; b) comprimentos dos trechos livres e ancorados; c) Angulo de inclinagao da perfuragao destinada a receber os tirantes ancorados; 4) tolerancias das dimens6es, da inclinagao e da implantagao dos tirantes ancorados; €) _cargas de trabalho, de incorporacao e maxima de ensaios, bem como seus planos de aplicagao; e 1) locagao dos tirantes em vista, corte e planta. 4.1.4 Os seguintes aspectos do projeto influenciam no desempenho dos tiantes e devem constar no relatério técnico: a) espagamento; ‘©ABNT 2018 - Todos 06 dito reservados 3 ABNT NBR 5629:2018 b) caracteristicas geotécnicas do solo; ©) sobrecargas; 4) posigdo do nivel d'dgua; e) sequéncia executiva da obra. Toda alteragao no projeto deve ser submetida ao responsdvel pelo projeto. 4.2. Planejamento dos trabalhos 4.2.1 Dados para elaboragao do projeto Os seguintes dados devem estar disponiveis para a elaboragao do projeto: a) relatério de investigagao geolégico-geotécnica; b)_levantamento planialtimétrico cadastral; ©) _informagdes relativas aos elementos interferentes (ver 4.2.2); 4) _interagSes entre as construgSes proximas (ver 4.2.3); € jes na época do projeto em relacdo a legislacdo vigente relativa a implantagao e execugao devem ser forecidas previamente ao projetista. 4.2.2 Informagées relativas aos elementos interferentes 4.2.2.1 Deve ser feito 0 levantamento das tubulagées subterraneas, das fundagées existentes e das especificacdes relativas & implantacao e ao funcionamento dos tirantes ancorados no terreno. 4.2.2.2 O levantamento das interferéncias @ execugao dos tirantes deve ser fornecida ao projetista, antes da laboracéo do projeto. 4.2.3 Interagées entre as edificagées proximat O projeto deve considerar: a) as sobrecargas nas reas de influéncia; b) as escavagdes nas imediagées; ¢) Oo estabelecimento dos prazos previstos para a utiizagao dos tirantes (ver B2.3.1 @ B2.3.2); € 4) a sequéncia executiva 4.3 Calculo dos esforcos O calculo dos esforcos nos tirantes deve levar em conta a carga maxima que pode ocorrer durante sua utiizacao nas fases de execucao e situagao de trabalho. 4 ©ABNT 2018 - Todos os direitos reservados ABNT NBR 5629:2018 4.4 Materiais, 4.4.1. Elementos de tracao AAs especificagées dos elementos de tra¢do devem constar no projeto. 44.2 Aglutinante © cimento empregado como aglutinante, na preparagao da calda para injegao dos tirantes, deve assegurar o desempenho estabelecido em D.4.1 44,3 Calda de cimento A.calda para injecdo deve apresentar resisténcia minima & compressao de 15 MPa aos 28 dias. A agua utllizada na calda deve ser adequada ao cimento e isenta de matéria organica. Pode ser utilizado outro tipo de aglutinante desde que comprovada sua resisténcia e durabilidade. Nao 6 permitido 0 uso de aditivos que contenham quaisquer agentes agressivos ao elemento de trago. 4.5 Dimensionamento 45.1 Generalidades O dimensionamento do tirante como elemento individual consta do estabelecimento dos seus elemen- tos basicos (cabega, trecho livre e trecho ancorado) para resistir aos esforgos previstos em projeto. 4.5.2 Elementos de tragdo 4.5.21 Segao da armadura de aco Asseco de ago dos tirantes deve ser calculada a partir do esforgo maximo a que sao submetidos os tirantes, tomando-se conforme o caso as seguintes tensdes admissiveis: a) no caso de tirantes permanentes: a eam = 0,9 at 76 b) no caso de tirantes provisérios: adm = 09 ae 1.50 ©) no caso de prova de carga ou cargas de curta duragao: fy acm = 555 %09 onde adm @ igual tensdo admissivel no ago expresso em MPa; fyk @ igual a resistencia caracteristica do ago ao escoamento expresso em MPa; 45.2.2 Outros elementos de tragdo Qualquer outro material utilizado como elemento de tracdo deve ter comprovada sua resisténcia caracteristica e obedecer ao disposto em 4.5.2.1 @ABNT 2018 - Todos 0s dirits reservados 5 ABNT NBR 5629:2018 4.5.3 Comprimento do trecho ancorado 4.5.3.1 O comprimento do trecho ancorado do tirante deve ser estabelecido em projeto, cujo desem- penho deve ser verificado por meio de ensaios e ajustado conforme necessidade. Esse comprimento deve ser calculado por método teérico ou semi-empirico constante em publicagdes técnicas que refle- tem o estado da arte na Mecénica dos Solos. 4.5.3.2 O recobrimento de terra sobre 0 trecho ancorado do tirante deve ser suficiente para asse- gurar o proceso de ancoragem previsto. 4.5.3.3 Devem ser justificados recobrimentos inferiores a 5 m sobre o centro do trecho ancorado. 4.5.4 Comprimento do trecho livre © comprimento do trecho livre do tirante deve ser estabelecido em projeto, 45.5 Cabega do tirante Acabega do tirante deve ser dimensionada para permitir a aplicagao dos esforgos ao tirante e distribuir as tensées aos elementos ancorados. 5 Execugao 5.1 Requisitos de contorno Antes do inicio da execugéo devem ser verificadas se os requisitos para projeto correspondem & situagao atual de campo, principalmente em relagdo a topografia, construgées, interferéncias, vizinhangas, nivel d'agua e sobrecargas ‘Qualquer alteragao deve ser comunicada ao projetista para os devides ajustes. 5.2, Montagem © comprimento dos tirantes deve atender as especificagdes do projeto, além de ter o comprimento adicional necessério para a operagao de protensdo e seus ensaios. Os tirantes devem ter dispositivos que assegurem o cobrimento minimo de calda de cimento especi- ficado em projeto. Podem ser utilizadas emendas desde que assegurada a resisténcia destas as cargas maximas de ensaios. s tirantes devem ter protegdo anticorrosiva constantes em projeto e de acordo com Anexo C. 5.3. Perfuracdo 5.3.1 Sis tema de perfuragdo O sistema adotado para a perfuragdo dos tirantes deve ser estabelecido de modo a mi tos no comportamento das estruturas vizinhas (ver 5.3.3). 5.3.1.1 Alinhamento da perfuracdo O sistema de perfuragao empregado deve assegurar o alinhamento previsto em projeto. 6 (©ABNT 2018 - Todos os deitos reservados ABNT NBR 5629:2018 5.3.1.2 Estabilidade da perfuracao O sistema de perfuragao, a ser verificado na execugo, deve assegurar que o furo permanega aberto até que ocorra a injegao do aglutinante. Pode ser utilizado fluido estabilizante desde que: a) nao altere a capacidade de carga do tirante prevista no projeto; b) nao contenha produtos agressivos aos elementos do tirante; e ©) no interfira na cura e/ou pega do aglutinante. 5.3.2 Locacao Alocagao da perfuragao deve atender & posicao prevista em projeto, dentro das tolerancias indicadas. Qualquer alteragao deve ser autorizada pelo projetista. 5.3.3 Recol 1ento minimo do terreno Antes da execugao, deve ser verificado se 0 recobrimento minimo do terreno sobre o trecho ancorado (bulbo) indicado no projeto se encontram asseguradas. 5.4 Diametro da perfuragao 5.4.1 Odiametro da perfuragao deve assegurar 0 cobrimento minimo do aglutinante sobre o elemento resistente a tragao no comprimento ancorado, de modo a atender a sua carga de trabalho, bem como a protegdo contra corrosao prevista no projeto. 5.4.2 Em qualquer elemento de ago, os aglutinantes compostos por argamassa ou nata de cimento, devem garantir 0 cobrimento minimo de 1,0 cm. Este recobrimento pode ser garantido pelo espagador adotado e verificado quando da sua montagem. 5.5 Instalagio 5.5.1. Verificages prévias ‘Antes da instalacdo de cada tirante, deve ser verificado o seguinte: a) se 0 comprimento de perfuracdo indicado no projeto é atendido; entretanto, em nenhum caso, 0 inicio do bulbo deve distar menos de 3,0 m da superficie do terreno de inicio de perfuragao ou da face interna do paramento; b) se os comprimentos livres e ancorados esto em conformidade com o especificado no projeto; ¢) se a protegao anticorrosiva nao apresenta falhas no instante da instalago do tirante no furo, par ticularmente nos locais de emendas, que devem ser inspecionadas e corrigidas, se necessario; d) se os valores de locago indicados no projeto sao atendidos; e e) se os dispositivos de fixagao da cabega correspondem as necessidades estruturais, além de estarem de acordo com a inclinagao do tirante em relagdo a estrutura a ser ancorada. (© ABNT 2018 - Todos 0s direitos reservados 7 ABNT NBR 5629:2018 5.5.2 Colocagao do tirante no furo O tirante provisério pode ser instalado antes ou apés 0 preenchimento do furo com calda de cimento ‘ou aglutinante. No caso de tirante permanente a remogao do revestimento deve ser posterior a instalagdo do tirante © a0 preenchimento total do furo com aglutinante. 5.5.3 Preenchimento do furo furo deve ser preenchido com aglutinante do fundo para a boca. Nao ocorrendo o extravasamento pela boca, 0 fato deve ser registrado em boletim apropriado. 5.5.4 Uso de revestimento As paredes das perfuragdes devem se apresentar estaveis, caso contrario, os furos devem ser prote- gidos com revestimento ao longo do trecho instavel ou pelo uso de fluido estabilizante. No caso de tirantes permanentes a perfuragao deve ser totalmente revestida, salvo disposigéio em contrério, de comum acordo entre executor e contratante. 5.6 Injegao 5.6.1 Generalidades A injegao da bainha fica a critério do executor, desde que seja assegurado o preenchimento ascen- dente total do furo aberto no terreno e a capacidade de carga do tirante. A injecao do tirante pode ser feita por calda de cimento ou outro aglutinante qualquer, podendo ser em fase Unica ou em fases miltiplas. O processo de injegao dos tirantes deve ser estabelecido de modo a minimizar os efeitos no compor- tamento das estruturas vizinhas. 5.6.2 Tipos de injegdo Existem dois tipos de injegdes, podendo ser em fase Unica ou em fases miltiplas: a) injegao em fase Unica: injegao executada pelo preenchimento ascendente do furo aberto no solo; b)_injegdo em fases miltiplas: injegao complementar & anterior, executada por meio de valvulas, que permite reinjegao de calda ou de outro aglutinante em uma ou mais fases. Ainjegao em fases multiplas deve ser executada com controle individual, por meio da valvula da pres- so de abertura, da pressao de injegao e do volume de aglutinante injetado. 5.6.3 Calda Para injecao, deve ser utiizada calda de cimento, com as seguintes dosagens em massa, referidas ao fator 2gua/cimento (a/c): a) alc igual a 0,5 para o preenchimento da execugao da bainha; b) 0,5. ale s0,7 para execucao de reinjegao. 8 ©ABNT 2018 - Todos os dtetos reservados ABNT NBR 5629:2018 Outro produto aglutinante pode ser utilizado para a injegdo desde que atenda as caracteristicas e condigées especificadas em projeto. Os principais dados da perfuracao e injegao executados devem ser registrados em boletins apropria- dos com pelo menos as seguintes informagdes: a) tipo de equipamento e sistema de perfuracao; b) _identificagao, diémetro e inclinagao do furo; c)diametro e comprimento do revestimento (quando usado); 4d) tipo de fluido de estabilizagao (quando usado); e) espessura e tipo de solo das camadas atravessadas; f) datas de inicio e término do furo; 9) volume de calda injetado na bainha; h) volume adicional de calda na boca do furo, para eventual complementagao da bainha apés a pega desta; i) tipo de injegao, pressdes de abertura e pressao estabilizada, bem como volumes injetados por manchete (por fase e por manchete no caso de injegaes miltiplas); e i) _ informagées adicionais (perda de Agua e/ou ar, obstaculos encontrados etc.), 6 Ensaios de qualificagao e recebimento OAnexo D descreve as interpretagbes, os relatorios e os métodos de ensaios de qualificagao (3.11.1) @ os de recebimento (3.11.2). 7 Incorporagao de carga 7.1 Acarga de incorporag&o deve ser definida no projeto, coerentemente com as fases de execugao e niveis de deslocamentos esperados e aceitos. 7.2. Incorporagdes provisérias podem ser feitas em qualquer tempo na obra. 7.3 Aincorporagao somente pode ser considerada definitiva depois de executado e aceito o tirante por meio do ensaio de recebimento. 8 Servicos finais para tirantes permanentes 8.1. Preenchimento do trecho livre ‘Apés 0 resultado do ensaio do tirante permanente, descrito em D.4.1, ser analisado e aceito, o seu trecho livre deve ter a totalidade dos espacos vazios preenchidos. @ABNT 2018 - Todos 0s direitos reservados 9 ABNT NBR 5629:2018 Este preenchimento deve ser feito por meio de injeco de calda de cimento, ou outro material especi- ficado em projeto, € que ndo seja agressivo ao elemento resistente a tracdo, de modo a nao permitir que infiltragdes possam atingir o elemento resistente a tragao. 8.2 Protegdo da cabega do tirante permanente Deve ser feita uma cabega de revestimento em concreto, argamassa ou outro elemento especificado ‘em projeto, assegurando um recobrimento de 5,0 cm de todas as partes metalicas. Convém instalar, previamente 4 execugao da cabega de protecao do tirante, um tubo de injegdo @ outro de respiro ou retorno que permita por meio de injegao de cimento ou outro material especificado em projeto, o preenchimento adequado dos vazios da cabeca, evitando 0 surgimento ou percolagao de agua. 9 Manutengdo e inspegao periédica No Anexo F, constam os requisitos para assegurar o desempenho dos tirantes ao longo do tempo (vida Util de projeto). 10 Graficos para interpretagdo dos resultados No Anexo E, constam os modelos de graficos para a interpretagdo dos resultados dos ensaios descri- tos na secdo 6. 10 ARNT 2018 - Todos os deeitos reservados ABNT NBR 5629:2018 AnexoA (normativo) Figuras caracteristicas dos tirantes estrutura de contengao cabega do tirante ‘\ r tubo de protego do trecho livre trecho necessario para protensao Legenda Ly comprimento do trecho livre ou comprimento livre La comprimento do trecho ancorado ou comprimento ancorado ou do bulbo Figura A.1 - Elementos basicos do tirante @ABNT 2018 - Todos os direitos reservados " ABNT NBR 5629:2018 Legenda 1 cabega do tirante 1a. placa de apoio 1b cunha de grau 1¢ porca ou clavete estrutura ancorada perfuragao do terreno bainha elemento resistente & tracao trecho ancorado ou bulbo tubo de protegao do trecho livre tubo de protegao da cabega La_comprimento do techo ancorado, comprimento ancorado ou do bulbo, projetado eronnan Lae comprimento ancorado efetivo, estimado em ensaio Li comprimento do techo livre ou comprimento livre, projetado Ue_comprimenta livre efetivo, estimado em ensaio Figura A.2 - Caracteristicas do tirante 12 (@ABNT 2018 Todos 6s draitos reservados ABNT NBR 5629:2018 Anexo B (normativo) itos de projeto para aplicagdes de ancoragem em situagées especificas B.1_ Introdugao Este Anexo aborda requisitos especificos para projeto nas situag6es de contengées, prova de carga, lajes de subpressao e outras situagoes. B.2 Situagdes de contengdes Os tirantes utllizados para assegurar a estabilibade de um talude natural ou escavado, tanto em solo ‘como em rocha devem atender as condicionantes minimas de célculos, descritos abaixo: B.2.1. Modelo de calculo Amodelo de calculo deve abordar os aspectos de geometria da implantagao e todos os condicionan- tes e interferéncias conforme a Se¢ao 4 desta Norma e qualquer alteragao deve ser aprovada pelo responsavel do projeto. Os condicionantes nao considerados na meméria de cdlculo devem estar justificados. B.2.2 Calculo da estabilidade geral A contengdo ancorada deve ser estavel para as superficies potenciais de ruptura com fator de segu- ranga (FS) minimo, No caso de obras provisérias, 0 fator de seguranga minimo é de 1,2. No caso de obras permanentes, 0 projeto deve definir o limite inferior do fator de seguranga (FS) util- zado, dependendo dos riscos envolvidos. Deve-se inicialmente enquadrar o projeto em uma das classificagdes de nivel de seguranca, definidas partir da possibilidade de perdas de vidas humanas, conforme a Tabela B.1, e de danos materi ambientais, conforme a Tabela B.2. fator de seguranca das superficies calculadas no projeto para obras permanentes deve ser superior aos valores apresentados na Tabela 8.3, (CABNT 2018 - Todos os direitos reservados 13 ABNT NBR 5629:2018 Tabela B.1 — Nivel de seguranga desejado contra a perda de vidas humanas Nivel de seguranga Critérios Alto Areas com intensa movimentagao e permanéncia de pessoas, como edifica- ges publicas, residenciais ou industriais, estddios, pragas e demais locais, urbanos ou nao, com possibilidade de elevada concentracao de pessoas Ferrovias e rodovias de trafego intenso Médio Areas e edificagées com movimentagdo e permanéncia restrita de pessoas Ferrovias e rodovias de tréfego moderado Baixo Areas e edificagdes com movimentagao e permanéncia eventual de pessoas Ferrovias e rodovias de tréfego reduzido Tabela B.2 - Ni jivel de seguranga desejado contra danos materiais e ambientais Nivel de seguranga Crité Alto Danos materiais: locais préximos a propriedades de alto valor hist6rico, social ou patrimonial, obras de grande porte e dreas que afetem servicos essenciais Danos ambientais: locais sujeitos a acidentes ambientais graves, como nas proximidades de oleodutos, barragens de rejeito e fabricas de produtos toxicos Médio Danos materiais: locais préximos a propriedades de valor moderado Danos ambientais: locais sujeitos a acidentes ambientais moderados Baixo Danos materiais: locais préximos a propriedades de valor reduzido Danos ambientais: locais sujeitos a acidentes ambientais reduzidos Tabela B.3 ~ Fatores de seguranca minimos para ruptura global de tirantes permanentes materiais e Nivel de seguranga contra danos humanas Nivel de seguranca contra danos a ambientai Alto Médio Baixo Alto 15 15 14 Médio 15 14 13 Baixo 14 13 1,2 projeto, para 0 calculo do fator de seguranga das superficies potenciais de ruptura, deve escolher um método de cdlculo, dentre os métodos consagrados em mecénica dos solos levando-se em conta o estado da arte e os condicionantes geolégicos e geotécnicos envolvidos. carga do tirante a ser considerada no calculo do fator de seguranga deve ser a carga de trabalho do tirante como uma das parcelas do esforco atuante. 14 ©ABNT 2018 - Todos os dietos reservados ABNT NBR 5629:2018 B.2.3 Tempo de utilizagao tempo de utilizagao do tirante provisério ou permanente deve atender as seguintes condigdes: B.2.3.1 Tirante com prazo previsto de utiizago inferior a dois anos, a partir de sua instalagéo. B.2.3.2 _O tirante com prazo previsto de utilizagdo superior a dois anos. B.24 Esforgos B.2.4.1 Carga de trabalho do tirante Cada tirante deve ter seu comprimento ancorado (bulbo) dimensionado para resistir a uma carga correspondente a carga de trabalho multiplicada por fator de seguranga de: 2) 1,75 para tirantes permanentes; ou b) 1,50 para tirantes provisorios. B.2.4,2 _Cargas de trabalho dos tirantes nas fases executivas O projeto deve apresentar as cargas de incorporagao previstas nos tirantes para cada fase de execugéo. B.2.5 Dimensionamento do elemento resistente a tragdo O dimensionamento deve atender a 4.5.2. 8.2.6 _Interferéncia do comprimento do trecho ancorado (bulbo) Deve ser considerada no projeto a interferéncia entre trechos ancorados (bulbos) no comportamento @ estabilidade no conjunto da obra. B.2.7 Comprimento do trecho livre © comprimento minimo do trecho livre deve ser tal que permita que o alongamento assegure a fixagao da cabeca quando da aplicagao da carga de protenséo (ver 4.5.5). © comprimento minimo do trecho livre deve ser: a) no caso de fixagao por rosca, de 3,0 m, ou b) no caso de fixagao por clavetes, de 5,0 m B.3_ Situagdo de prova de carga Tirantes para aplicagées em provas de carga devem permitir a aplicagao das cargas estabelecidas no projeto do ensaio conforme a ABNT NBR 12131, destinados a suportar um sistema de reagdo. B.3.1 Modelo de calculo Deve-se dispor de um projeto que aborde a geometria da implantagao dos tirantes e eventuais interferéncias. (©ABNT 2018 - Todos 08 direitos reservados 15 distancia minima entre 0 ponto mais préximo do bulbo e 0 eixo da estaca deve ser de no minimo trés vezes 0 didmetro (caso de segao circular) ou trés vezes a dimensdo do maior lado (caso de secao quadrada ou retangular) e nunca inferior a 1,5 m. Todos 0s tirantes de uma mesma prova de carga devem ser calculados de forma a assegurar 0 mesmo deslocamento na cabe¢a. Caso isso nao possa ser assegurado, devem ser utilizados macacos hidrdulicos individuais nos tirantes, de modo a compensar as diferengas dos deslocamentos. B.3.2 Dimensionamento estrutural O dimensionamento estrutural deve atender a 4.5.2, e podendo ser adotado o mesmo critério de tiran- tes provisérios. B.3.3 Carga de ensaio — Verificagdo geotécnica do bulbo Quando estes tirantes forem ensaiados antes da realizagao da prova de carga, o fator de seguranga deve ser no minimo 1,2 vez a carga maxima atuante neles. Na impossibilidade da execugdo de ensaio prévio, os tirantes devem ser projetados para suportar, no minimo, duas vezes a carga maxima prevista na execugo da prova de carga. B.4 Situacao de laje de subpressao Para lajes de subpressao os tirantes devem ser projetados para ancorar lajes submetidas ao empuxo hidrostatico, evitando sua flutuagao. B.4.1_ Modelo de calculo B.4.1.1 Nivel de Agua O modelo de célculo deve considerar no minimo o nivel de Agua mais alto observado ou conhecido no local de interesse. 8.4.1.2 Comprimento do trecho ancorado ou bulbo © comprimento do trecho ancorado ou bulbo deve ser calculado conforme 4.5.3. 8.4.1.3 Comprimento total do tirante (comprimento do trecho livre mais bulbo) © comprimento deve ser calculado de forma que o peso do terreno solidério entre tirantes, calculado espacialmente, somado ao peso da estrutura, assegure um FS 2 1,1 contra a flutuagao, nao podendo ser considerados outros esforcos favoraveis sem a devida justificativa, como o atrito nas paredes da cava. 16 @ABNT 2018 - Todos 0 direitos reservados ABNT NBR 5629:2018 B.4.1.4 Peso do terreno solidario entre tirantes Deve ser calculado como sendo correspondente ao peso submerso do volume de terreno limitado por: a) base da laje de fundo; b)_bordos da laje de fundo; & c) uma figura geométrica espacial, composta por cones com vértices partindo do centro de cada bulbo, com semiangulo de abertura igual ao Angulo de atrito do terreno, e nunca superior a 45°. Figura B.3 apresenta o esquema para verificagao da estabilidade em corte. L ‘massa do terreno considerada no calculo trecho ancorado ou bulbo Legenda L dimensio da cava nivel d'dgua maximo a partir do fundo da escavacao La comprimento do bulbo B _semiangulo do vértice do cone NA. nivel d'Sgua Figura B.1 — Esquema para verificagao da estabilidade geral quanto a subpressao da estrutura com laje atirantada B.4.2 Requisitos de projeto B.4.2.1 Os tirantes devem ser projetados consistentemente com o projeto do sistema de imperme- abilizagao, sendo que este titimo nao é objeto desta Norma. B.4.2.2. © comprimento do trecho livre deve ser tal que permita um alongamento necessario para a incorporagao da carga de projeto. ©ABNT 2018 Todos 08 direitos reservads 7 ABNT NBR 5629:2018 8.4.2.3 Os tirantes devem ser incorporados, com a carga de trabalho, antes da atuagdo dos esfor- gos hidrostaticos. NOTA1 Este procedimento pode evitar 0 deslocamento da estrutura devido ao alongamento dos tirantes. NOTA2 Durante a fase do desligamento do rebaixamento as cargas, inicialmente aplicadas ao terreno, elas ancoragens dos tirantes, so transferidas hidrostaticamente para a laje de fundo. B.4.3 Tempo de utilizagao Estes tirantes devem ser dimensionados e considerados permanentes. B.5 Requisitos para outras situacoes Para aquelas situagdes particulares, nao contempladas neste Anexo, como esforgos de tragao em fundagées, estais, cais, barreiras de protecao, ttneis e outras, devem ser adotados os conceitos e critérios desta Norma. Caso o projetista utilize na elaboragao do projeto outras normas que considere relevante, estas devem ser devidamente mencionadas na meméria de calculo. 18 ©ABNT 2018 - Todos o¢ drltos reservados ABNT NBR 5629:2018 Anexo C (normativo) Sistemas de protegao contra a corroséo C1 Introdugao Os sistemas de protego orientam a protegao contra a corrosdo dos elementos de ago, a fim de assegu- rar 0 desempenho da ancoragem ao longo de sua vida util de projeto a partir da sua instalagao, sendo: — até dois anos para tirantes provisérios; — mais do que dois anos para tirantes permanentes. €.2 Sistema de protegées contra a corrosdo A caracterizacao dos sistemas de protecao contra a corrosao deve ser estabelecida no projeto. Os sis- temas de protegdes contra a corrosdo a serem aplicados em todos os elementos dos tirantes devem seguir a Tabela C.1 Tabela C.1 — Sistema de Protegdo em fungao do meio e local Vida Gtil de Meio Protecéo projeto Cabeca Trecho livre | Trecho ancorado N&o |_| Calda de cimento | Calda de cimento | Calida de cimento agressivo Provis6rio Calda de cimento | Calda de cimento Agressivo : Calda de cimento +1 barreira +1 barreira Calda de ciment Nao and beneran | Calda de cimento | Calda de cimento agressive +2 barreiras +1 barreira + Tubo protetor Permanente Calda de cimento Agressive +3 barreiras, + Tubo protetor Calda de cimento | Calda de cimento +3 barreiras +1 barreira 3 Areferéncia de meio ndo agressivo é o critério pH > 6, podendo ser necessarios outros critérios e ensaios, devidamente a ser prescritos no projeto. © ABNT 2018 - Todos os dito reservados 19 ABNT NBR 5629:2018 C.3__ Requisitos para sistemas de protegao contra a corros4o C.3.1 Gerais Os sistemas de protegao devem atender aos seguintes requisitos: a) ter vida util de projeto igual ou superior a do prescrita para o tirante; b) nao reagir quimicamente com o solo; ¢) no restringir o movimento do trecho livre; d) ser composto de material com deformag4o compativel com o tirante; e e) ser resistente as operagées de montagem, transporte, instalagdo e protensdo do tirante. €.3.2 Estanqueidade O processo executivo deve assegurar a total estanqueidade da cabega no tirante permanente. A Figura C.1 indica esquematicamente uma forma de protegdo para a cabeca do tirante. © tubo protetor deve avangar no minimo 30 cm para 0 terreno, além da parede de contengao, ‘Argamassa 1:3 Estrutura injecdo da cabega Injegao da bainha (para tirantes definiivas) Figura C.1 - Protego da cabega do tirante permanente C.4 Tipos de barreiras anticorrosivas Para efeitos da Tabela C.1, 0 seguintes produtos ou tratamentos sao considerados barreiras: a) calda de cimento, que deve assegurar cobrimento minimo de 10 mm por meio de centralizadores espagados a cada 2,0 m, no maximo; ou 20 (© ABNT 2018 - Todos os disitos reservados b) °) CO) e) 9) ABNT NBR 5629:2018 tubo de polietileno, PVC, poliéster ou outro material néo degradavel; para encapsulamento do tre- cho livre, devendo ter espessura minima de 1 mm para protecao individual e 2 mm para protego coletiva; ou tubo metalico ou plastico corrugado; ou galvanizag4o a fogo; ou pintura especifica para protegdo anticorrosiva com deformagao minima igual ou superior a defor- magdo eléstica do aco; ou graxa grafitada; ou a critério do projetista, podem ser utilizados outros tipos de barreira de protegdo, desde que pre- vistos em projeto e devidamente justificados. ©ABNT 2018 - Todos 0s dit reservados 24 ABNT NBR 5629:2018 Anexo D (normativo) Métodos de ensaios de qualificagao e de recebimento D.1__ Principio dos métodos Os métodos de ensaio para qualificagao (comportamento), bem como recebimento (desempenho), avaliam as cargas nos tirantes, baseados na aplicacao de carga axial de tragao e medicao dos deslo- camentos na cabega do tirante. D.2 Aparelhagem ‘A aparelhagem necessaria para a execugao dos ensaios consiste em: a) conjunto macaco e manémetro, com respectiva curva de afericao, com resolugdo maxima de 2,0 MPa (20 kg/ cm?); b) bomba de dleo manual ou elétrica; ©) _célula de carga (opcional); 4) dispositive para medigao de deslocamentos: régua graduada em milimetros; relégio comparador {extensémetro) com leitura de 0,01 mm ou dispositivo equivalente elétrico/digital, conforme o tipo do ensaio; @) grade de apoio para o macaco, no caso deste nao se apoiar diretamente na placa de distribui¢éo de cargas da cabega do tirante; f) outros acessérios para distribuigdo de cargas ou fixagao de instrumentos e referéncia indeslocavel. O certificado de aferigao da aparelhagem mencionada nas alineas a, c e d deve ter data inferior a um ano, contada do inicio da obra. D.3_ Procedimentos ger: D.3.1 Seguranga Por ocasiao dos ensaios e da protensdo (incorporagao de carga), 0 espago na frente da cabega de ancoragem deve ser protegido e mantido livre de pessoas. D.3.2. Prazo Os ensaios devem ser executados apés um tempo de cura coerente com as caracteristicas do cimento ou outro aglutinante injetado no bulbo. Usualmente o prazo para ensaio apés a injeco, para a maioria dos cimentos Portland comum, 6 de sete dias e, para 0 tipo cimento Portland de alta de resisténcia Inicial, é de trés dias. 22 [© ABNT 2018 Todos 0s drltos reservados ABNT NBR 5629:2018 D.33 Reagdo Os ensaios podem ser executados reagindo contra estruturas ou diretamente sobre o terreno. Em qualquer caso devem ser acompanhados os deslocamentos da superficie de reagdo para que ndo influenciem a interpretagao do ensaio, nem comprometam a estrutura. D.34 Cargas A carga maxima a ser aplicada em qualquer ensaio nao pode ultrapassar 90 % da resisténcia ao escoamento do elemento resistente a tragao, As forgas aplicadas devem ser coincidentes com o eixo do tirante, ao longo de todo o ensaio, As cargas maximas de ensaio, de trabalho e de incorporagao devem constar no projeto. D.3.5 Sistema de aplicacao de cargas As cargas deve ser a conforme indicado em D.2. \das por meio do conjunto macaco, manémetro e bomba hidrdulica, D.3.6 Medic¢ao das cargas ‘Amedicao das cargas aplicadas é feita pela relacdo entre a pressdo de dleo do mandmetro e a carga atuante no macaco ou por meio da célula de carga, atendendo a aparelhagem descrita em D.2. D.3.7_ Tolerancias nos estgios de carga licadas nas Tabelas D.1 e D.2 podem sofrer ajustes de até ‘ados, com excegao da carga maxima do ensaio. D.3.8 Carga inicial [Fo] Todos os ensaios indicados nesta Norma devem ser iniciados a partir de uma carga inicial da ordem de 10 % da carga maxima prevista no ensaio. D.3.9 Medigées dos deslocamentos da cabega do tirante Devem sempre ser obtidos no alinhamento do eixo do tirante e seguir os procedimentos especificos indicados em D.4 Os desiocamentos que ocorrem em cargas menores que Fy nao so medidos. D.4_ Procedimentos para a execugado dos ensaios D.4.1_ Execugiio de ensaio de recebimento (desempenho) D. 1 Todos os ensaios devem partir da carga Fo, ir até a carga maxima prevista para o ensaio, retomar & carga Fo € recarregar até a carga de incorporacao. Outros procedimentos podem ser utilizados para incorporacao, desde que indicados no projeto. ‘©ABNT 2018 - Todos 0s direitos reservados 23 D.4.1.2 Devem ser feitas medigdes de deslocamento da cabeca, tanto na fase de carga, como de descarga em todos os valores indicados na Tabela D.1. Os deslocamentos da cabega do tirante devem ser medidos com régua graduada em milimetros ou instrumento com menor unidade de medida, em relagao a uma referéncia indeslocdvel no sentido da tragao aplicada. ‘A medigao pode ser feita no émbolo do macaco, desde que também seja medido 0 deslocamento da estrutura de reagao do macaco. D.4.1.3 Um estagio de carregamento somente pode ser iniciado apés a estabilizagao dos desloca- mentos da cabega do tirante no estagio anterior, dentro da resolugao de 1mm. Na carga maxima, os deslocamentos da cabega devem ser menores que 1mm, apés 5 min. D.4.1.5 A Tabela D.1 indica os estagios de carga para ensaios de recebimento ou desempenho, onde devem ser efetuadas medigdes de deslocamento, na carga e na descarga. Tabela D.1 - Cargas para leitura em ensaios de recebimento (desempenho) Estégiosdecarga | Fo | 03Fi| 06F | 08F| 10F | 1.2F:| 147 | 15h: | 1.6F | 1.75F Permanente Ee menos | __(tipoA) je eed 3: © Em pelo 10% dos | Provisério trantes | Goo c) | Permanente | Nos (tipo 8) demais |” Provisério g f fe (tipo 0) Pepe ig Legenda Cargas para leitura F,= carga de trabalho prevista Fo = carga inicial D.4.2 Execugdo de ensaio de qualificagdo (comportamento) D.4.2.1 Aplicado para investigago ou adequacao de um determinado tirante em um determinado terreno. Deve ser executado em pelo menos 1 % da quantidade, arredondada para cima, dos tirantes perma- nentes e em um dos primeiros tirantes da obra. 1.4.2.2 Neste ensaio, a partir dos deslocamentos observados, sao medidos: a) a capacidade de carga; 24 © ABNT 2018 - Todos os datos reservados ABNT NBR 5629:2018 b) 08 deslocamentos sob carga constante; ¢) 0 comprimento livre equivalente; ) oattrito a0 longo do comprimento livre; & ) © comportamento sob carga de longa duracao (no caso de ensaio com medigao de fluéncia). 4.2.3 O ensaio é realizado em ciclos de carga e descarga. Todos os ensaios devem partir da carga Fo, ir até a carga do primeiro estagio e voltar a carga Fo. Depois seguir até 0 estégio seguinte e voltar a carga Fo, sucessivamente, em todos os estagios 1dos na Tabela D.2, até a carga maxima prevista. D.4.2.4 Devem ser feitas medigdes de desiocamento da cabega, tanto na fase de carga como na de descarga, sempre que as cargas passarem pelos valores indicados na Tabela D.2. D.4.2.5 Os desiocamentos da cabega do tirante devem ser medidos a partir da carga inicial (Fo), com relégio comparador (extensémetro) ou outro instrumento com resolugao de 0,01 mm, em relagao a uma referéncia indeslocdvel no sentido da tragdo aplicada. A medi¢ao pode ser feita no émbolo do macaco, desde que também seja medido o deslocamento na estrutura de reacdo do macaco. D.4.2.6 Na carga maxima de cada estagio, antes do descarregamento, os deslocamentos da cabega do tirante, sob carga constante, devem ser medidos até a estabilizacdo, de acordo com os seguintes critérios: a) para cargas menores ou iguais a 0,75 Fy — menores que 0,1 mm em intervalo de 5 min ») para cargas de 0,75 Ft a 1,0 Ft—_menores que 0,1 mm em intervalo de 15 min ¢) para cargas superiores a 1,0 F,—menores que 0,1 mm para intervalo de 60 min em qualquer solo. D.4.2.7 A Tabela D.2 indica os estagios de carga para ensaios de qualficagao, onde devem ser efetuadas medigdes de deslocamento, na carga e na descarga. Tabela D.2 - Cargas para leitura em ensaios de qualificago (comportamento) 0,75.F 1,25.F Estagio de carga 1,75.F ee Tirantes permanentes Observagaio da fluéncia # [over Anexo E Legenda © cargas para leitura Fr Fo =carga inicial carga de trabalho prevista ©ABNT 2018 - Todos 0¢ crete reservados 25 ABNT NBR 5629:2018 D.4.3 Execugao de ensaio de qualificagdo (comportamento), com medicao de fluéncia D.4.3.1. Aplicagao do ensaio Este ensaio ¢ aplicado para avaliagao da perda de carga do tiante ao longo do tempo. Deve ser executado em pelo menos 0,5 % da quantidade dos tirantes permanentes, em obras com mais de 100 tirantes, podendo também ser executado em obras com menor numero de tirantes, desde que indicado pelo projetista, em comum acordo com o executor e o contratante. D4. 2 Procedimento executivo Utilizar 0 procedimento de D.4.2, acrescido das seguintes etapas: a) 0s deslocamentos da cabeca devem ser medidos com dois extensémetros. instalados diametral- mente opostos em relacdo ao eixo do tirante; b) manter a carga constante para os estgios indicados na Tabela D.2 e medir, no minimo, os desloca- mentos nos seguintes tempos, em cada estagio: 10 min, 20 min, 30 min, 40 min, 50 min e 60 min; ©) a partir de 60 min, as medigdes podem ser consideradas concluida até que o deslocamento nos Uillimos 30 min seja inferior a 5 % do destocamento total do ensaio; caso contrario, dever ser procedidas medigdes a cada 30 min; e 4) as cargas deve ser mantidas as mais estiveis possiveis, pois a qualidade do ensaio e interpre- taco sdo diretamente dependentes da estabilizac4o da carga em cada estagio. D.5 Apresentago dos resultados D.5.1_ Ensaios de recebimento ou desempenho D.5.1.1 Forma de representacao s resultados devem ser apresentados por meio da tabela de leituras € pelos graficos Figuras E.1 a E.4 para cada tipo de ensaio indicado na Tabela D.1 5.1.2 Tragado dos gréficos Todos os gréficos devem ter como origem o ponto correspondente a Fo. Os Graficos denominados “Grafico de cargas x deslocamentos totais" devem possuir 0 eixo horizontal das forgas (F), representando todos os ciclos de carga e descarga, conforme indicado nos Anexo E, Figuras E.1 a E.4 Os Graficos denominados “Graficos de deslocamento elastico e permanentes”, correspondes a ava- liagdo da repartigdio do comportamento dos deslocamentos eldsticos e permanentes em func&o do carregamento (F x de @ F x dp), como representado no Anexo E, Figuras E.1, E.2, £.3 e E.4, deve ossuir as linhas conforme descrito a seguir: a) linha “a” ou linha limite superior, correspondente ao deslocamento eldstico da cabega para um. tirante com o comprimento livre (Li) mais metade do bulbo (La), cuja equacdo é dada por: _(F=Fo)(Li+Le/2) es dea 26 (© ABNT 2018 - Todos 0s dito reservados ABNT NBR 5629:2018 b) linha “b" ou limite inferior, correspondente ao deslocamento da cabeca para um tirante com ‘9 comprimento livre (L)) diminuido de 20 %, cuja equacao é dada a seguir: 0,8(F -Fo)Lt ES c) Linha “c" ou comportamento tedrico, corresponde ao deslocamento da cabeca para um tirante com 0 comprimento livre (L,) igual ao de projeto, cuja equacao é dada a seguir: (F—Fo)u ES det de. onde Fo €a carga inicial; L,_€ 0 comprimento do trecho livre; La 6.0 comprimento do trecho ancorado; E 6.0 médulo de elasticidade do material do elemento resistente a tragdo; S_ 6a drea da segdo do elemento resistente a tracao. 1.5.1.3 Representagao do comportamento do tirante Arepresentacdo do comportamento do tirante deve ser tracada a partir dos dados “de” e "dp" obtidos no grafico correspondente de “Cargas x Deslocamentos totais" para a carga maxima do ensaio. Areta ligando Fo ao ponto representativo de de para a carga maxima é considerada como representativa do comportamento elastico. A partir desta reta so marcados os pontos representativos do comportamento plistico obtido a partir da subtracdo do valor correspondente ao deslocamento total medido no ciclo de carga, para cada estagio de leitura. Na parte inferior do grafico uma linha ligando estes pontos representa o comportamento permanente do tirante ao longo do carregamento. D.5.2_ Ensaios de qualificacao (comportamento) D.5.2.1 Forma de representacao Os resultados devem ser apresentados por tabela de leituras e por dois gréficos de interpretagao indicados na Figura E.5, como descrito no item D.5.2.2: D.5.22 Tragado dos graficos O grafico denominado “Grafico de carga x deslocamento total” da Figura E.5.a deve possuir o eixo horizontal das forcas (F), representando todos os ciclos de carga e descarga, conforme indicado na Figura E.5. O grafico denominado “Grafico de carga x deslocamento eldstico e permanente” da Figura E.5.b, corresponde a repartigao do comportamento dos deslocamentos elasticos e permanentes em fungao do carregamento (F x de @ F x dp), como representado na Figura E.5. (©ABNT 2018 - Todos 08 direitos reservados ar :2018 O grafico deve possuir as linhas conforme descrito a seguir: a) lina “a* ou linha limite superior, correspondente ao deslocamento elastico da cabega para um tirante com 0 comprimento livre (Lj) mais metade do bulbo (La), cuja equacao é dada por. _(F—Fo)(Li+La/2) ES b) linha “b” ou limite inferior, correspondente ao deslocamento da cabeca para um tirante com 0 comprimento livre (L)) diminuido de 20 %, cuja equagao ¢ dada a seguir, com um trecho inicial RS defletido, onde os pontos R e S so definidos por coordenadas = 0:8(F -Fo)li oe ES ec ©) linha °c” ou comportamento teérico, corresponde entre deslocamento da cabega para um tirante com 0 comprimento livre (Lj) igual ao de projeto, cuja equagdo é dada a seguir: a (Fo Pou dec ES d) Linha "RS" com as seguintes coordenadas: — pontoR: d=0; F = Fo + 0,15 Fim = pontoS: db =[0.5 Fim LES; — F=Fo+0,75 Fim onde Flim €a carga maxima de ensaio; F éacarga; Fo €acarga inicial; L, 60. comprimento do trecho livre; € 0 comprimento do trecho ancorado; E 60 médulo de elasticidade do material do elemento resistente a tracdo; S a drea da seco do elemento resistente & tragao, O tragado de OR-RS considera a diminuigdo no alongamento devido a existéncia de maiores perdas por atrito nos carregamentos iniciais. 28 @ABNT 2018 - Todos os direitos reservados: ABNT NBR 5629:2018 D.5.2.3 Representa do comportamento do tirante A representacao do comportamento do tirante ¢ feita considerando os itens geométricos a seguir indicados: a) © comprimento livre efetivo do tirante (Lie) resulta da inclinaco do trecho aproximadamente reto da curva dos desiocamentos elasticos obtido no grafico (F x de), cuja equagao pode ser escrita como: Ade, =“Ses Ue=7F onde ‘Ade é igual & variago de deslocamento em dois pontos quaisquer do trecho reto; AF ¢ igual a variagao de forga correspondente a Ade; E _ é igual ao médulo de elasticidade do material do elemento resistente & tragdo; S 6 igual a segao do elemento resistente a tragao. b) a intersegao do prolongamento da reta definida em a com 0 eixo das forcas, determina aproxima- damente a perda de carga por atrito (Pa), no trecho livre por ocasiio da protensdo. D.5.3 Apresentagao dos ensaios de qualificagao (comportamento), com medicao de fluéncia D.5.3.1 Forma de representacao Os resultados devem ser apresentados como no ensaio de qualificagdo (comportamento), acrescido dos tragados dos graficos indicados e representados na Figura E.6.c. 0.5.3.2 Tracado dos graficos grafico denominado “Tempo x deslocamento” da Figura E.6.a deve possuir o eixo horizontal dos tempos em minutos, representando o desiocamento total em milimitro, dentro de cada estagio de carga, conforme indicado na Figura E.5. No grafico denominado “Log (tempo) x deslocamento” da Figura E.6.b, so determinados os coeficien- tes de fluéncia obtidos graficamente para cada estagio, assumindo como representative do comporta- mento do tirante uma reta interpolada pelos pontos medidos. Por facilidade construtiva, considerar 0 coeficiente de fluéncia igual ao deslacamento verificado em um ciclo logaritmico de tempo, entre 10 min e 100 min, por exemplo. O coeficiente de fluéncia (Cr) é definido por: dh logtz =log ty onde dy edz so iguais aos deslocamentos em dois pontos quaisquer de reta; t1etz so iguais aos tempos correspondentes. ‘©ABNT 2018 - Todos 0s direitos reservados 29 ABNT NBR 5629:2018 No grafico denominado “Carga (F) x coeficiente de fluéncia (Cr)" da Figura E.6.c, so plotados os coeficientes de fluéncias de cada estagio de carregamento e é tragada uma curva com base nestes Pontos, de forma a representar 0 comportamento da fluéncia do tirante com o aumento das cargas. D.5.3.3 Representagao do comportamento do tirante ‘Arepresentacdo do comportamento do tirante é feita pelo tragado da curva no grafico da Figura E.6c conforme D.5.3.2. D.6 _Interpretagao dos ensaios D.6.1 Ensaio de recebimento (desempenho) D.6.1.1 0 ensaio de recebimento (desempenho) deve ser interpretado em relagao a estabilizagao da cabeca e atrito ao longo do trecho livre. D.6.1.2 _O tirante deve ser aceito plenamente, quando atender simultaneamente aos requisitos das alineas ‘a’ et a) 0s deslocamentos da cabeca se estabilizarem com a aplicagdo da carga maxima de ensaio prevista; b) 0 deslocamento maximo da cabeca, representado nos graficos da Figura E.1, se situar entre as linhas ‘a’ eb * destes graficos. D.6.1.3 Quando o tirante nao resistir 8 carga maxima, deve-se consultar 0 projetista que, entre outras, pode adotar as seguintes solugdes: a) aceitar o tirante com carga inferior ou igual 8 carga estabilizada obtida no ensaio, dividida pelo falor de seguranga, desde que compativel com o projeto; b) indicar a execugao de outro tirante para compl jentar a carga necessaria para atender ao projeto; ©) solicitar reinjego no caso de tirante reinjetavel e repetir 0 ensaio de recebimento (desempenho). 0.6.1.4 Quando o tirante nao se situar entre as linhas "a" e “b" do gréfico da Figura E.1, deve-se consultar o projetista que, entre outras, pode adotar as seguintes solucdes: a) indicar a execugao de ciclos de carga e descarga com a finalidade de “soltar" o trecho livre e repetir o ensaio; b) reavaliar o projeto para verificar se o tirante pode ser aproveitado; ¢) aceitar o tirante com carga inferior. D.6.2 Ensaio de qualificagéo (comportamento) A interpretacao deve ser feita pelos graficos indicados na Figura E.5, onde devem ser avaliados a capacidade de carga, 0 comprimento livre equivalente, as perdas por atrito e a carga maxima 30 (ABNT 2018 - Todos os direitos reservados ABNT NBR 5629:2018 D.6.3 Ensaio de qualificagao (comportamento), com medigao de fluéncia Ainterpretagao deve ser feita pelos gréficos indicados na Figura E.5, acrescidos dos graficos indicados na Figura E.6. ‘So aceitos tirantes com coeficiente de fluéncia, obtidos no gréfico F x Cr menores ou iguais a 2mm para uma carga de 1,75 F. ‘©ABNT 2018 - Todos 0s drats reservados 31 ABNT NBR 5629:2018 Anexo E (normativo) Graficos dos ensaios de qualificagao (comportamento) e de recebimento (desempenho) a) Gréfico de carga x deslocamento total b) Grafico de deslocamento eldstico e permanente Figura E.1 — Ensaio de recebimento tipo A (ao menos 10% dos tirantes) ©ABNT 2018 - Todos 05 dieitos reservados 32 ABNT NBR 5629:2018 Yori a) Grafico de carga x destocamento total b) Gréfico de deslocamento olastico e permanente Figura E.2 ~ Ensaio de recebimento tipo B (ao menos 10% dos tirantes) 33 ‘© ABNT 2018 - Todos os direitos reservados ‘aoe aoe 400" ‘ovo ‘yox0 ‘yore Caos voro=a a) Gréfico de carga x deslocamento total b) Grafico de deslocamento elastico e permanente Figura E.3 - Ensaio de recebimento tipo C ©ABNT 2018 - Todos os direitos reservados ABNT NBR 5629:2018 ‘aoc Csorvoro=4 a) Gréfico de carga x deslocamento total ) Grafico de deslocamento elastico e permanente Figura E.4 - Ensaio de recebimento tipo D 35 © ABNT 2018 - Todos 0s direitos reservados ABNT NBR 5629:2018 a) Grafico de carga x deslocamento total ) Grafico de deslocamento elastico e permanente Figura E.5 - Ensaio de qualificagao (© ABNT 2018 - Todos os deeltos reservados 36 a ABNT NBR 5629:2018 E ; a 0 | rr rr er ) Tempo (nin) a) Tempo x deslocamento tog (ry Fe O75F, 100F, 125F, 180F, 1,75F, © ) Carga (F) x coeficiente de fluéncia (Cr) Figura E.6 - Ensaio de qualificagao com medida de fluéncia [@ABNT 2018 - Todos os dito reservados 37 ; ABNT NBR 5629:2018 Anexo F (normativo) itos para assegurar o desempenho dos (vida util de projeto) antes ao longo do tempo FA Objetivo Este Anexo fornece requisitos para manuteng&o a fim de assegurar o desempenho durante a vida util de projeto dos tirantes permanentes. F.2 Manutengao F214. Manual do proprietario Ao término dos servigos de implantagao de todos os tirantes permanentes, o executor deve encaminhar ao contratante um “manual do proprietario”. Neste manual devem constar as providéncias e recomendagées basicas, em termos de inspegdes periddicas e de manutengao a serem seguidas. F.22 _ Inspegées periédicas Devem ser anuais feitas por meio de profissional habilitado, para verificagdo de eventuais anomalias na estrutura e na cabeca dos tirantes permanentes, incluindo, entre outros, integridade da cabega, Possiveis trincas, infitragdes, deslocamentos ou outras patologias. 2.3 Providéncias adicionais Quando constatadas patologias, podem ser especificadas metodologias ¢ procedimentos adicionais de controle, instalacao de instrumentaco, verificagdo de carga, bem como redugao da periodicidade de acompanhamentos. Os reparos necessérios devem ser objetos de relatério ou projeto especifico. 38 © ABNT 2018 - Todos 0s droitos reservados

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