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mento social em funcio de sua capucidade inata de relacio ‘hamento pessoal, e as pessoas abastadas possuem no apenas ‘bens materais, mas também a tberdade de empregélos de ma peira que faga alg sentido, Porém, quem estaria em condigoes e revelaressas oportunidades ocultas? ‘Aqui termina a misslo do ciontista o inicinse o trabalho ‘minucioso'« inestimével do embrito de toda ida. humans, familia. AvGs & pals, tas e tos devem transmitir a herangn antlglisima das geragdes, que nunca podera envelhocer, por se {ratar de uma sabedoria independente de tradigves: que hl neces ide de paciénla e coragem por perte de Juventude para alcan: ar cbjetivos que tenham sentido; que hi necessidade de. uma Fevsténcia consreta para alguém” para receber e dar felicidade fs pessoas do nosso ambiente socal; e que hé necessidade de luma “existéncia concreta para algo” para fazer jus & responsab Iidade inerenteu cada ‘um de nds, responstbilidade essa que pesa ‘mals, quanto mais abastado for seu ergo. O importante na vide ‘lo ‘lo as condigtes que encontrames, mas a obra da asst ida que construlmos a partir delas! ‘aa Foeeto basse de sentio Par de ean Poaihiaaas a ig demons @ sovewrone Sea ide? lg sell nait ‘ada tame eum. gio teriinoe ‘elgnamte pet domo © ae da Soe" gume Gammon soo porn sgn” eee Lee A, pa Cm voena EYE Cat'cim fans Sem be Sia “a A familia — centro gravitacional do amor Denominamos familia de embrito de toda vids humana ‘mas, sobretudo, ela constitul simplesmente 0 centro. da vida, Em nenhuma época, nenhum século anterior, pudemos ter tanta certaza disso como’ hoje, quando verifcamds’ as consequénelas friticas da "descentralizpio” da familia. Os idosos sto confina- {os em asos, os parentos afustam-se uns dos outros, pals e mies ‘ensam em divorcio, os filhos adolescentes suem prematuramente fo lar, as criangas so educadas pela TV, e, quanto aos Telos, ‘questidna-se se teriam 0 direlto de nascer. CConcordamos que se trata de uma descrigio exagerada, ‘mas nio irreal, do processo de descentatizacio e fragmentagto, quo atualmente ameaca a familia. Uma ameaga que, se assim ‘osso dizer, supera bastante a de misseis snimigos, pols, raramen- {ena histdtia, uma cultura pereceu devido a seus inimigos exter- ‘nos: quase sempre a decadéneia comecou internamente, ‘Aqui, porém, nto queremos evocar prognéstions sombrios para o futuro, Tamibém nfo seria de wtidade para ninguem se formes analisar teoricamente a atual fragmentagto da fami pelo contririo, trtase de sintetizar, na pratica, os fragmentos {solados, o que significa: reunir o que deve estar unido, manter Unido 0 que esta Telaclonado e salvar o que parece estar perdido, ‘Quando, nos anos 40 60, tentouse neste pais reunir 08 tamiares separados geogratieamente Delos dsturbios da. guerra, ‘lo se podia imazinar quo, nos anos 80 e 90, precisariamos a6 lima ‘outra espéele de “Toto de famiia™ no geogration O8 ‘especial, mas espiitual Uma reunigo que afudaria. ke ‘peseoas, Inseguras quanto 8s suas conviegbes hasieas, a se encontrarem 2 mutuamente, Essa necessidade chogou. A comunidade femiiar Drocisa ser roavivada, seu valor outra vex reconhecido, sou san Edo existenial novamente experienciado. Para isso faze feces. ‘iri ma muudanca de mantalidado, quo gostaria de resumir numa Alen sentenga: Precisamos aprender a. pensar de maneira ndo ‘apenas causal, mas também éntencional © que significa isto? Ora, o pensamento causal fo! populs ‘aado principaimente pela torts dh pslcologia dinamice, que £0 tomou especalista em descobrir a razao dos conflitos humanos, sclarocer as eauses de problemas de relacionamento e trazer 8 oneléncia os defies da naturesa humana, inclusive o poder = impotincia dos impulzos inconscientes. Assim, o lelgo come ‘Go a seguir os madelos causals da psicologia, passando a enter fier melhor os lados sombrior do seu eu a oferecer interpre. Tagbes para suas agbes negativas [Na pritica psicoteripica, os pacientes passaram dar mais explcagbes. do que os terapeutts, Hi mies que alegu: “Tenn milta difiuldade ‘com tum dos meus thos. Rejeltelo este inicio, nfo fot uma erianga desejada, pois na época de ‘Sua concopgée estava em vias do abandonar mou marido. Acabo! ‘endo com le por eausa da ravidea, mas, no fundo, nunca ‘consegul pendoar a0 meu filho exsa‘coergSo" para qu ei fica" Bhd pais que dizem: "Minha mulher se recusa a ter relapbes sexuals comigo. Isto acontece porque ela fol reprimida por um al dominador e agora ela transferia para mim su aversio 0 pat" Durante uma prova, uma das minas alunas jogow sua ‘caneta na carter suit correndo da sala de aula, Mais tarde fla velo falar comigo para pedir que Ihe fizesse um exsme oral, pois ela precisava do certifcado do curso; jurtiicowee dizondo le, Jo repent, fr Felembrar sua mie que odiava e da qual fogira uma ver quando criange; ento ela fo! tomada do tal plnico, que tave quo fugir novamente. Também os adolescentes ‘W-assimilaram mato bem 0 pensamento causal. Quantas vezos ‘ougo decaragées do tipo: “A culpa é dos meus pais quando no ‘quero vollar para casa & noite — seus berros praticamente me fexpulsamn de casa...” ou: *..meus pals sio tho quadrados que ‘io se pode conversar com eles, entio ja nem tento mals" © pensamento causal procure, assim, as causas para aguilo que ¢; 0 pensamento intencionai, no entanto, procura as ausas para agullo que deveriz ser. A intenclonalidade visa um fm, unt sentido, um objetivo, isa aquilo em que pode ser trans foriado 0 estado presente. Existe até uma escola peicologica qu ‘40 contrério da psicologia dindmica, prefere 0 pensamento inten clonal; tratase da logoterapia, fundada pelo psiqulatra. vienense ‘Viktor E. Frankl, uma psicoterapia que’ jé consegulu promover 1 reconeiliagio de muilas famfis. No caso daquela mie que eelta seu filho, logoterapia iria Ihe demonstrar motives DOr que valeria a pena superar a aversio, para que o amor pudesse {2 desenvolver: No caso dos isturbios sexuais do easal por ease 4 medo trensforencial da mulher, « logoterapia Iria ensingla € Giferenciar entre a singularidade ‘do pal o a singularidade do narido, que no podem ser misturadas, e exortéia'a una dspo- Sgfo para perdoar o pal ¢ conflar no marido. ‘De manelra semelhante,esclareci minha estudante neuré- ‘Hea de que'a prova mais importante de sua vida consistira em provar que, apesar de ela ter esta ou aquela disposigio de animo, ssn disposigio ni teria dominio sobre ela e que, portanto, 2 ‘la tiver a Intengio de concluir seus estudos de modo suistate- 10, ela no poderia so sujetar As suas associagbes momentaneas Ge pensamento, os jovens contestadores. recomendar-seia, do pponto de vista intencional, que eles renunciassem & sua posicho Comodista de atribuir a culpa aos seus pals ¢, em troca, dessem Nem sempre a solugo do problema esté em conhecer suas causas; a5 veaes ¢ melhor aceitar certos fatos som questi. ‘los e tentar fazer o melhor dele, Tive varias experiéneias em ‘Que.o conhecimento das causes verdadeires ou hipotetioas chegout 4té a ploraro relacionamento familiar: por exemplo, nio #© Pode ‘esperar nenhim reeultedo positivo pelo simples fato de um dos Dparceiros descobrir finaimente que'0 outro nto casou com le Dor amor, ou de os filos ficarem sabendo que #6 serviram come fima compensagio para os desejos no Tealizados de ses pais Fol um progresso evidente da pslcologia ter gradativa: mento incluido toda e familia no sou processo do diagndstico @ aconseihamento, Mas também a chamada “terapia familiae™ ‘ainda estd imbulda do propésito de desmascarar todos os senti- ‘mentos e motos subjacantes dentro da familia. # perfetamente orreto Incentivar o aidiogo aderto e honesto entre todos os par {eipantes; 0 didlogo, porém, no pode se transformar em mon Jogo a dois, a trés ou até a’ quatro! Se cada um discutir apenas seus Droprios desejos ©. medos, necessidades e relvindicagbes, perdese de vista 0 todo camum. © todo, porém, 6 mais do ques soma das partes, con forme JA nos énsinarain os patriareas da Mlosofia, © a famfia tambérn 6 mais do que a soma dos seus membros. A familia € 0 » centro grastacional do amor, onde as pessoas se sentem recipro- iment straidas na alogria © na tristeza, fornecendo-hes ampazo f reflzio, incentivando e apolandoas, alimentando ¢ protegen: ‘Soa, acompanhandoas do nascimento até a morte. Pars manter ‘em finelonamento um centro de tal natureza, ¢ preciso que se aga algo por el, e aqul surge novamente © aspecto intencional: ‘ada um dantro da familia deve visar tum objetivo comm que ten seniido, proourendo opor fs eventuais causus de destrugo ‘otivas para’uma renovagio e cura. Para que © comunidade fa malian ndo so dssolva, no ¢ sufliente revelar 0 que esté subj ‘conte, mas ¢ preiso tornar evidente aqullo quo transconde, aqullo, ‘que une os membres da familia com responsabilidade reciproca. As vezes, quando recebo pais o flhos desoriontados para ‘conselhamento, ¢apés cada um ter descarregado suas acusacbes, fem Tego ao outro, dirjome todos, em conjunto, dizendo: A sua ‘caia’ de relacionamento esta apresentando um défi, 6 preciso que cada um de voeds pague uma carta quantia, que cada {um dé um pouco de boa vontade’, para que mais tarde possamos ‘istribulr 0 contetde, mas por enquanto ninguem pode exigir ‘nada, cada um deve dar alguma colsal” Em soguida.pergunto {ndlvidvaimeate cada membro da familia o que ele estaria dispesto a mudar em si, do livre © espontinca vontade, som ferigdacias ou expectatvas em relagio aos outros. © que’ cada Jum estaria disposto a ceder, tendo em) vista 0 valor do todo ‘comm, que transcende as diferengas. surpreendente observar ‘como eaits entrovistes familiares dentro do um contexto logote Fiploo sto capazes de despertar a "boa vontade” no s6 por parte dos pas, que As vezes apresentam tum padrio fixo de relacione. ‘mento fi anos, como também por parte dos fthos, que, no fundo, ‘lmejam sobretudo um clima familar harmonioso. ‘A objegdo de que um tal procedimento posse inibir 0 tutodesenvolvimenta do indiidto ¢ rebatida pelos argumentos 4 psigulatra sulgo Juery, Will, Sendo adepto do pensamento Intencional, ele frse que num selacionamento hd. possfolidade de uma “eo-evolugio" isto é, um desenvolvimento conjunto, con fanto que neahum dos participantes dé vazio irrestrita As’ suas ‘eessidades, De acordo com Jaeng Will, 10 processo de relacionamento nos proporciona ma ‘eatisagéo mais intensiva, do que poderia ocorrer se estivessemos soelnhos. Ezperienciamos nosso proprio eu ao sermos soliitados bor outras pessoas. Nossas carcoveriticas pessoatt, sentimentor £ apdes se manifestam somente, ou polo menos com mals intenst fade, quando sto necessdrios para outras pessoas” » Sem duvida, a sensagio de sermos vteis para alguém, @entro da familia, constitul um dos sentidos mais belos da fxistencia humana’ Porém, essa sensaglo no. pode se transfor: ‘mar em exlgéncias, chantagens e formas mais ou menos sutis {de poder: deveria.ser uum inoentivo € ums oportunidade park ppodermos nos dar com amor. Os especialistas debateram sobre o “Ano’da Juventude". Durante horas discutiuse a questio “O que ¢ necessirio para o bom desenvolvimento dos Jovens?” A questio contrarla, para que € ‘para quem os proprios jovens ja poderiam ser itels e nevessé- Fos, no’ fol levantada, apesar de’ ser evidente que fa vida © necessitar” e "ser necessirio” sto coexistentes, e que ser neces: sirio para alguém ou alguma colsa que tenba sentido, constitu ‘em muitos aspectos o objetivo mals maduro e mals digno para ‘qual o proceso ediucacional dove, om ultima andlise, se dirigt. COpgervamos os resultados dessa valoragio unltteral do “necesstar” em muitos processes judiciais que atualmente fis adultos movem contra seus pais, Um alcodlatra desempregado fe 44 anos que processa sun mie, e qual vive de uma aposenta- ‘dori, para que’ 0 sustente finanoeisamente, e que até, poder fganhar 0 processo, constitu um exemplo que demonstra a des- Compensagdo que esta ocorrendo em nosso sistema de valores, ‘no apenas por causa das exgéncias financelras feltas a essa ‘mulher idosa, mas. pela impertinéncia absurda ¢ insolente do proprio ato. A mie poderie ajudar seu fllho, so ola considerasse Sua ajuda como. tendo sentido, mas isto 90 poderia acontecer como um presente, nunca como uma obrigaglo ‘Assim, voto & minha afirmagio do inicio: a a famifia precisa do uma mudanga de mentaidade. AS dectsoes responsiveis dos membros de uma familia dever ser determi ‘adas pelo objetivo final que uma familia quer alcangar, e no somente pela evolugio do. desenvolvimento até entio. Que esse ‘bjetivo final existe em todo eoracdo humano como ideal remoto, ‘mas diretivo, ¢ demonstrado pela diligencia com que os membros Jutam por reconstruir uma familia apds seu desmoronamento ‘Quase toda pessoa separada procura uma nova unilo. Nio se ‘eseja 0 divoreio para ser livre e independente: & maioria dos Aivoreiados nilo suporta a solidi, A briga pelos thos agrava Sua situago, mas também essas lutas amargas, geralmente & ‘esta dos ‘ios, devem ser vistas como expresso daquela ansie- ‘dade basica para se ter como objetivo final uma familia intacta, ‘em que of filhos devem ‘lear junto dos pais ‘A quantidade de “segundas” familias nunca fl to grande ‘como hoje, surgindo, em conseqlénca, problemas inusitados seas ‘nas Sveram, orgosamente, tomar tamlvem centros grav taclonls do amor, o-que nem sempre ¢ fell, porque. alguns Imembros familiares pettencem a um campo gravitacionl fore 4 Tamla e Sentemae atraidos, ore pelo. campo. gravitacionl ‘ovo, ora pelo antigo, Em meu trabalho tiv contato com eran. Ge Guo, dante da, pergunia sobre a atiidede protssional do |, sjonderain “Qual pal, dewobrindo-s assim quo, D0 m0. {eto aera o eri pat que cheiaa ® fami Kasn‘sitagho ‘onstifl un fator de leita tanto pare os tilhos quanto pare os padrastos. [Nem fiihos, nem padrastos sabem como se relacionar ‘uns com os outros; nfo possuem instintos naturals que possarn Gingtlos, nem modelos ‘tradicionais que possam seguir? no ‘existe tm fundamento construido a partir de'um passedo comtm, ‘bem a nogio de algo que pudesse untlos no futuro. Os padrastos ‘Bio tém um papel definido: nto podem atuar como pals reals, pols Isso nem corresponderia logatmente ao seu status, nem seria bem aseto pelos iilhos mais volhos; porém, de alguma manera, los precisam atuar como pals, se a familia quiser ser consie fda como tl, Dessa maneire, eles sto obrigados a assumir deve rus, som terem direitos, ¢ 05 deveres slo definidos apenas. no ‘codigo de sua consciéncia. ‘Nao quero dizer com isso que os padrastos nfo possam ser bons pais, pelo contririo, as vezes fazer mals pelos tithos do que os pais legitimos. Conhego 0 caso de uma senhora que foi Griada por uma madrasta extremamente bondosa, depois ‘ue sua propria mie abendonod a familie por cause. do uma Aventure amorosa. Mesmo apds tornarse adulta,continuow muito edieada & medrasta, que um dia acabou falecendo num aciden te. Com o passar do tempo, sua mie Tegtima comegou a tlear dente a necesstar de asssténcia;o caso amoroso havia acaba do ha muito e nfo havin ninguém, a nifo ser a fa adult, que Didesse culdar dela. Surgiu assim tum paradoxo, pols, durante ‘tos, a minha conhecida, que teria tido o maior prazer em ‘uldar da madrasta que perder, teve que assistir relutantemente fun prépria mie, quo havia se tornado uma total estranha para ola, Esse exemplo demonstra que, apesar de toda bon von- ‘ado, as feria separadas esto & beira de uma tragédia sempre lateste. Surgem complicagées por causa dos “meus”, “seus” € “nosos" filhos de casals separados e que casaram rovamente, por ease de ehimes inevitsveis entre os pais legitimos eno: 2 legitimos, assim como por causa da conotagio desumane de hhoririos do visita detarminados artifiealmente, Por malores. que SeJam os culdados, um certo processo de descentralizaglo da Ta: Ilia apds 0 divoreio ¢ inevitavel; 0 campo gravitaconal 40 ‘amor perdew sua Integridade. ‘Também neste caso, somente uma mudanga fundamental ‘no modo de pensar poderia levar a uma nova atitude, Multas voues 0 cast! chega & conclusio.precipitada e leviana do que ‘ear juntos “so por causa dos filhos” nao teria sentido, 6 scabam fesquecendo que Os filhos e seu desenvolvimento sadio constituem lum valor clevado, um valor sufletente para fiearem Juntos e tentarem resolver os problemas existentes, de commun acordo. (© menosprezo 0 dizer *s6 por causa dos flhos" tem origem ‘num. pensamento eaustl, onde a énfase esti em descobrir as fausadc, no e250, as causas subjacentos acs conflites conjugals. ‘No entafto, a valoracio expressa através de uma decisio cons: flontee desojada. de flcar juntos "pelo menos por causa dos {iihos” se aproximaria de win pensamento intencional,orientado pelo aspecto transcendental, o, no caso, pela tarefa transcendental fe toda comunidade familiar: a preservagio transmissio da ida Sem duvide, o toma da “rouniéo de fami", nto no sentido espacial, mas espirtual, ¢ inesgotavel. Também Ads espe- Gialistas milo temnos receltas patenteadas, também ‘nds estamos Dbascando pardmetros valides num mundo chelo de pontos de Interrogagto. No entanto, grandes perguntes exigem respostas Ggrandiosas, © nesse sentido todos nds temos « obrigagio de eons: {huir pontes entre mies, pais e tins, um tipo de ponte do que Ime mnestre Viktor Fran! costuma dizer: “Se quisermos esten fer uma ponte de pestoa a pessoa —e isto ¢ valldo também para uma ponte de Conhecimento e compreensio —~ as cabegas a ponte lo devem ser precisamente as cabegas, mas 0s Co agoes™© SSRIS Ma — Pathe a bet 6 Pre Como a familia pode lidar com pessoas psiquicamente doentes Sebemos que a dor psiquica pode resltar de uma vida sem conteddo, Por outro lado ha tamabem stung de vida Ca)0 Sconladdo no nos agreda.Nessas stuns, hd necesiaade do armos uma resposta b vida, « entre essa “respostas” hi alg ag que aumentam a dor sigue eoutras que & alviam, Vamos fata olds mas eis, yo ns os elfen | ‘ql sponges interan qu dio ni cur so conigiee | ‘eyatives e conserva a etude tambein em epocse patogticas, ! ‘Um dos “contades” que nlo nos agrada, mas com que 8 vida ccasonalmente nov delront, é 9 distirbio oi contusto Pelguca de um eontuecldo ou parents. Espedalmente para. os familiares no’ 6 fel encontrar a “respect” cela pare essa sStuasd. Porémn, em vista dos indmares problemas do presents f da constatagdo estranha de que as pessoas de nossa cultura funce tveam tum vida to boa excernamente eto rim interna fonts como nesta Segunda metade de nosso sfouo, exis em (Qase toda familia pelo menos um membro que ose di bern fonsigo proprio e com os outos, que tem, ou caus, preocupa- (es excessvas, contribuindo assim consderevelments para a Scprecnsio" geral de sua famtia. vavindas diante da stuagio de tensio causada constantements ie dlante de ‘mente! Em termos enlcos dizemos que 0 neurdlio newrotsa Sev ambiente ‘A essa experiencia antiqlssima, contrapbese uma tzoria utramoderna que aborda 0 problema a partir de Um ponto de ‘sta erin, Do aeordo com esta teora, 6 sempre a constelaclo familiar como tum todo que estd doente, e seu elemento. mais ‘raco torna se 0 “portador do sintoma”, simplesmente retratando Através do seus préprios sintomas a Deuroso da familia toda, ‘A "torapia familiar sismica” se basela nessa hipdtese, tentando ‘rapelbar terupeuticamente com toda a familia; nfo seria um mau Drineiplo, embor, ifelizmente, ainda nio tenha apresentado re Jutdos mareantes. © motivo disso poderia ser que os defen Sores des teora superestimaram grandemente a elagio mitua de dependéncia dentro da familia, ‘im ultima andlise, tdo sempre depende de cada pessoa {ndividualmente, mesmo que esta viva em equipes, assodiagbes frupals of femiares, 0 que constital a Tegra geral. Depend de fada pessos singular e daquslo que ela consegue realisar dentro fa stuaréo particular de vida emn que se encontra, com todas as feonseqneias que suas andes tim para os sous préeimos. vor dade que um Unico indiiduo poders destrur, gradativamente, {oda uma fafa, so assim o desejar, mas Isto'nio nos permite Afirmar que, no caso, tatouse desde 0 infelo de ume familia fesestrturada, que escotheu 0 individuo em questio como seu ode expats. Logicamente também pode ocorrer que duas ou ts pessoas individuaimente, cada uma a seu modo, estejam eavene- Dando o clima familiar; parém, mesmo neste caso seria questo. ‘vel considerar toda a familia como “pacientes psiquicamente oentes",eula doanga, por acaso, afetou estes ou aqueles lemen tos, Isto signficaria reduair @ rexponsabidade de cada um a uma responsabiidade colette, que praticamente detxa de set uma Tes- Donsablidade coneretal Cada um podria referirse entio uo outro -considerarse a si proprio como vitima da desarmonia geral — fo final haverla apenas viinas, e nenhurn réa. Multa desses concepeses foram incorporadas na legls- lagio moderna sobre o vero, sendo considerado irzelevante ‘ comportamento de um paresino em relagho ao outro; por mals Inf, brutal gu infame que seJa, scuba sendo considerado vitima da ruina desso casamento, que precisa ser desfeito por causa de ‘sua rua, Evidentemente, sabese quo para brigar hi necessidade de duas pessoas, mus exquecese de que para magoar basta uma! EE toda brign ainda tem suas chances positivas, contanto que, 10 ‘eu devorrer, 0s parcels nio se fagam, reciprocamente, ofensas raves. Assim, cada tim dos contendores € responsivel polo fato eo magoar o outro ou nfo, e cada tin participa da docisho sabre 0 destecho da briga. cada pessoa individualmente que deter ‘ao bomestar da coletiidade, © no a coletiidade que determina 0 bemestar de cada um, pelo'menos nfo primariamente, quando ‘aio, seoundariamentl ‘Encontramos insegurancas semehantes quanto & interpre. tagio na crientagfo educacional, na qual, de acordo com teorias palooldgicasvigentes, os pals slo eonsideredos como inios east Gores de neurose. No entanto, ht eriangas quo, pela sua dispost (Glo de cardter e giaio, slo eriancas dificels,independentemente {Se como slo educadas; simplesmente tim’ tendéncia a terem. eagies nourélicas exageradas. Som dlvida, esses casas hd {nfluéncia de fatores hereditérios ¢, eventuaimente, de disfun (66s cerebrals minimas. Mlultos pals no sabem come agir nessas ‘rcunstincias e os confitos na fafa atingem dimensbes dramé fleas. As mfes multas vezes reagem de maneira ansiosa e super. protetora, os pals, por sua ver, de maneira mals releitadora © ‘istante;nenbum des dois ago’ do forma totalmente “oormal™ ‘as astim o fazem em decorréncia de uma sltuagdo anormal do feducapio provocada pela crianga. Por nlo saberem como Teas, 8 pals talver se dirijam a um centro de aconselhamento educa’ onal, mas, ao apresentarem suas diffculdades, multas vozes tulpa acaba sendo stribuida a eles, Se 0 pleslogo pereebe a tent ence superprovecto da mie ou a tendéncia &rejeigio do al, ‘Dodo ser levado a pensar: "Pols ¢, com essa mie e ess0 pal, a frianea s6 poderia mesmo se tornar neurétical, programandose fom isso um ‘de sconcelbamento quo aifiimente ford total justiga W situagao. Por isso, na pslologia ¢ preciso ter muito euldado com 4 atribuigto de culpas, bem como com a sua isenglo. O fato do ‘uma pessoa ser como ¢ nunca é condicionado somente pelas ‘utras pessoas com as quais manteve comunieagio ao longo do ‘Sua vida; sempre houve também um espago live para decides Dessouls. Nom os fllhos sBo produtos da educagio que os pais, thes deram, nem os pals sio escravos de suas proprias ideas sobre educicio, Ambos depandam ainda de uma Série do outras ‘nfluéncias, mas, aldm disso, ambos possuem uma certa me ida do independéncia, que nas erlangas @ proporcional ao seu ‘desenvolvimento, mas que Jd 6 bem evldente nos adolescents. E, dentro dessa érea de independéncia, a teoria das vitimas perde ‘sda validade; a pessoa assume suas sobs com responsabilidad prépria, la é'o autor, tanto do bem como do mal aot ‘Essas consideragdes prévias me pareceram importantes porque estamos discutindo a questio sobre a melhor mancira Geir com aquoles pessous suspeitas de teem algum distirbio pslguico de cunho petolépicn. E evidente que o especialsta ing dar com essas pessoas diferentemente do lego; porém, mo polenos dizer que soja exelusioamente encargo do especialista Douperae desses pessoas, 20 contrario, geralmente os leiges tem tg se confront mito mais frequenternente com pessoas pelqus ‘Gimente doentes ou insidvels do que o especialista, So 0 doente ‘std em tratamento pelcotereptutico ambulatorial, tem contato ‘com seu terapeuta em média uma duas vezes por semana, di: ante trés quartos de hare, ¢ durante o restante da semana’ tem ‘ontato por multas horas com seus familiares, cologas do trabe: Tho te. Ov quando tm adolescento institucionalizado chama a stengdo por algum distirbio e recorrese a um pedagogo terapeu {ico 0 & tim Psldlogo da istitulglo, este também so atenders © adolescent ocasionaimente, enquanio que & vida cotidiana — omer, etadar, passesr em grupo — se passa no circulo dos professores © colegas. mesmo quando tim paciente esta to foents a ponto de ter que ser Internado ‘numa clinica psiquistr &2, conve por muito mass horas eom o8 Outros pacientes © com pessoal de atandimento do” quo com es médicos. especlalistas ‘or isso, 6 justificdvel fomnecer também ao lelgo, ou seja, & pessoa Dslgucamente saudavel que precisa Lidar com pessoss’pslqulca. ete doen, dietrins sobre a melhor manelra de reagir dante do confronto com reagées anormets, sm incorrer mum elletan tismo terapético. Busicamonto bh trés “reas do rolacionamento” que se sabrepSem recprocamente, 0 saber: © relacionamento do paciente consigo préprio; {lacionamento do ferapeuta como pactente; 0 relacionamento das pessoas do ambiente mais préximo do paclente com 0 paciente No caso, o relaclonamento correto do paciente consigo réprio constitu 0 fator mas importante, deidiado praticamente Sabre evolugdo da enfermidade eo processo de. rostabalec mento, Winguém pode assumir pelo pactente a sua Tuta pessoal contra seus propriosimpulsos neur6tions ou até psicsticos essa Ita pode apenas ser ausiliada internamente, através do medica. mentos, ou externamente, através do dldiogo terapéutico. ‘Esse apo ¢ fomecido principalmente pelo relacionamen- to prosissional do terapeuta com eeu paciente, mas em parte também pelo relacionamento das pessoas legas do seu ambiente ‘ais présimo ‘com el, inutncla essa que no pode set despre: 18 ada © quo tem sobre ele um efeito que inibe ou desencadela {Sous Ampulsos. No entanto, para essas pessoas lelgas que con ‘ivem com o paciente existe um motivo adicional para aprender {lidar melhor com pessoas psiquicamente doentes ou instavels: tratase de um motivo lgado a higiene mental, que J suger! as ‘minhas observagOes prévias, © que consiste ‘em evitar que as Dessous ao redor se tornem neurétieas junto com 0 paciente ‘Esse perigo existe constantemente para essas pessoas, Pols io ‘apenas as enfermidades orginicas slo contagientes, mas tambem ff orises palooldgices! ‘Dessa mancira, muitas das consideragbes seguintes devern fomecer diretrizes esquematicas para 0 eigo que convive, ‘vel proflssional ou familiar, com pessoas qu, de algum modo, se comportam inadequadamente, porque sto psiquicamente inca: io enfrentar as exgincins do sua existinela, ou, pelo menos, Jateamse como sendo Incapazes ‘Comecomos enttio com a regra nt 1, quo di: “No devemos refletir, especular ou interpreta excesst ‘vamente!™ ‘Nunca saberemos com exatidio qual a origem do um isturbio psiquico, quais as ralzes miltiplas de um comporta- ‘mento anormal, quals as causas reals, © 0 que a pessoe pretends ‘oa quer expressar om seus sintomas. Aguele ‘que comeca & feller muito sobre 0 porque da enfermidade do paciente, sobre © porgué de seus comportamenios sobre eventiais co-espon- Savels pelo sou estado atual, estard despordigando es enorgias e que tanto nocessta para controlar feu proprio comporta ‘mento em relagio ao doente ‘Um bom exemplo ¢ a agressvidade, Vamos supor que ‘uma mio esteja sentada confortavelmonte na sala, costurando, de ropente, sua filha de dezessste anos ierompe bin sala © Der. funta, gritando, pelo seu estojo de cosmétices que no consegue fnoonirar. A me encolhe os ombres, pais ela mesma no sabe por onde estio espalhados os diversas pertences de ous fila, 420 que a filha, furloa, sai correndo da sala, batendo a porta, Se, em decorréncia desse evento, « mie tentar descobrir penase ‘mente 0 que possa ter eausado'o uoesso de ralva de sus fiha, poder chogar’ as conclusOes mals diversas. Talvez a fbn tens brigade com seu novo namorado, ou tenhi se desentendido com seus professores na escola, querendo simplesmente desabatar sua ‘aiva em casa; talver tenba puxado ao pal, que is vezes também se toma frascivel @ que, nesso sentido, nem sempre fora um ‘modelo ideal para ‘a filha; ow talver a ‘ina esteja menstruada ‘em conseqiéncis, um pouco nervosa e irritads. | Podese pensar em multas explicagdes, mas 0 melhor Jogicamente seria se, noite, a mie pudesse novamente abordar assunto com iba. Porém, € provével que isso seja trea ‘ivel, principalmente se a filha estiver mesmo com algum tp Ge desgosto.peiquico; esse caso, ela inla trancarse em seu (quarto, em comparecer ao Jantar em familia, ou entio, irin Shir e,& pergunta dos pais sobre o horério da eua volt, lacont famente responders "nko sel” Nesse ponto, a mie deveria parar. fem suns refiexdes; também nfo teria sentido envolver 0 Pal, © qual também sofre com 0 “distlrblo atmostérico” na fami, ‘em uma controvésis sobre erros hipotéticos na edueaplo, 0 que poder levar a uma séria briga conjugal, enquanto a tha se fives numa discoteea. (0 importante agora 6 simplesmonte @ maneira como os pats ldam com a situagio em que foram colocados. © que mais, ‘jude 6a calma, a roserva amistosa, a capacidado de aguardar 0 ‘momento propiclo para ter com a filha uma conversa senaty, ‘qual no pode ser forcada lmpacientemente. Talvez esse m0. ‘mento nunea suri, © isso tambem precisa ser acelto, mas com ‘ignidade © sem perder a esperanga. Porém, 6 bem provavel ‘ae este momento aperecs copontancamente, quando {iin se {rrepender ¢ procurar novamente o contatd com 0s pais. NO ‘coaselhamento familar veferimonds a esse estado indeclso de reserva e, ao mesino tempo, de estar voltado para a pessoa, ‘como “permenceer receptivo sem emitir sinais", 0 que constitu ‘um resets bastante clara para o Telaclonamento om pessoas fgressivopeicopstieas, A “emissio” seria respondide modistamen fe com agressvidade: por OuLTO lado, a “interrupggo da receptl ‘videdo” excutia qualquer futura. Assim, a melhor Utica seria aguardar até que o surto agressivo se extinga por ‘Blo encontrar esisineia que the dé novo impulso. No entanto, ‘sso nfo significa que depots se tara de conta que nada aconte: ora Ao contrrio,o didlogo restabelocdo deveria ser utilizado, ‘ais tarde, para ressaltar 0 respelto mito neoessério e impres- ‘@ndivel pire qualquer relaclonamento e eonvivencia humanos. Com iso, chogamos & regra nt 2, que ais: “Devemas permanecer, ao mesmo tempo, realistase otimis. fast" Dinblo ¢ mais fietl do que fazéio, pois infoliamente @ realidade nem sempre nos dé oportunidade para o otimismo; no entanto,o realism ¢ 0 otimismo so ambos mpreselndivels ‘bara 0 Tlicionamento com pessoas psiqulcamente insidveis ou ‘oentes.O motivo ser explicado a seguir uo {Nip apenas jamais teremos corteza de onde se origina tums doonga psiquica, como também munca sabomos exatamente ‘0 que 0 doette, em decorréncia de sua. doonga, nio pode taza? fou 0 que, também em decorréncla da doenca, Densa indo. poder ftger. Bm Unguagern popular, dizse logo: “sO cle quorer quo pode fazer tudol", 0 que constitu apenas metade da verdade. Certamente as pessoas neurdtas tum multo mals cepacidades {80 que afirmam ter. A moga agressiva do exemplo anteriormente ‘menclonado, sem divida, seria capaz de comportarse com corte sia, se sinceramente 0 quisesse, mesmo se anteriormente tivesse tido problemas na escols, ou se tivesse um Pal irascivel, OU 50 ‘io extivesse ae sentinda bem fisicamente, Podemos supor, com azodvel certeza, que ela usa esses arguments como desculpa, pols é mais comado entregarse a seus Impulsos 10 inves de Controls, Hi, no entanto, uma quantidade considerivel de pessoas psiquicamento instavels que so comportam de manotra inadequa- 4a, nio porque ndo quelrsm air diferentemente, mas. porque ‘creditam ndo poder apir de outra mancira, Sto aquclas pessoas ‘Sprounsivas,insoguras o bloquoadas que tém pouea ou nenbuma ‘conflanga em suas capacidades, reduzindo assim suas proprias ‘possblidades. Faz parto da condicto tragica do neurdtico 0 Tato fe nl saber do que ¢ eapaz, debando de utilizar suas predispo- Sigtes e talentos positives, ao invés de emprogé ios na: constr (fo de uma exsténcia plena de sentido. Se as pessoas de sou ‘mblento ainda o culpam de que ele nlo quer fazcr nada © que Dieoisaria ‘se esforcar mals, acaba aumentando seu medo do fracasro e sua certems de ser tm fracassado, levendoo cada Vez ‘mals a um estado em que se Julga incapaz dé tudo, até fracassar completamente. Assim, 0 progndstico nogativo a Tespeito desl proprio transiorme-se ‘ineimente em realidade, 0 que original mente noo er, Dianto dessas pessoas precsamos irradiar 0 otimismo de ‘ue carecem, sem, no entanto, car no extromo oposto o exigit ddemais deles. Para isso, ha nécessidade de um pouco de sabe- {doria e bondade para poder ver o outro como ele €e, a0 mesmo fempo, vislumbrar como ele podera ser na melhor eonfiguragio do sua existéncia. Blaise Pascal Jo disso: “Quanto mais sabia e ‘mals bondosa una pessoa, mais coisas boas seri capaz do per ‘aber nos outros”, Essas palavras sio relevantes para as relagoes ‘om pessous psiquicamente doentes, nas quais ainda precisamos Ser eapazes de peroeber 0 bem encoberto, afin de trazélo & toma ‘num esforgo eonjunto, Vojamos novamente um exemplo a resplto. Suponbames ‘que uma mulher tena tma colega de trabalho qué fea tremula uy fe nervosa, que se aflige por coisas sem importinela, as veres Drende seus pensamentos om datalhes insigificantes, depois se Gxlora febriimente para fazer tudo certo, com 0 resultado de ‘que, por excesto de 2olo, comete repetides erros por descuido fo stu trababo, Trataso de uma colega que, aparentemente, ‘se encontra sob uma presslo interior que tho difieulta 0. desen’ four tranqUilo de um cla normal de trabalho, Além disso, 0 hele dessa cologa virias veoes j chegara a zombar dels, daquilo fque ele chama de sua “afetacio histériea”, usindo até mesmo palates mals sérias, com ameaga de demistao no caso de sure ‘am novos lapsos graves no seu trabalho, (Como essa mulher poderia ajudar sua colega? Certamen- te mio seria capar de investigar as eausas do nervosismo e da {atta de concentracao de sua colega pois, como j mencionamos, até para o espocialsta isto seria diffe’ e Impossivel de deter. tmindr com 100% de certesa. iste, porém, uma allanga diabolica fntre nervosismo e tracasso, um fator sempre oalsando Nova: tmonte'o outro. A pessoa insogura, hestante e inritavel faz tudo ‘com pouco empanho, pois caroco de coragem para usar todas a5 fas forgus; a falta de ‘ompeno, porem, faz com que tanh facassos, os quais tomammne ainda mie ineegura, hesitante © lEntavel do que antes. Quanto mais perfeita a pesoa quer ser por modo de fracassir, mais imperfeta ela se torna e, com Beto, quanto mais tenta Se protoger do perigos distantes, tanto ‘mais instével se torna suo postcio. CConhecendo essa relacio, podemos tentar impedia. 1550 ‘6 6 possve! mediante um encorajamento continio com respeito 8 dois aspectos: por um lado, a pessoa em questio precisa Sprender ater novamente confianga em si em suas eapacidades por outro, precisa ter a coragem do se permitir cometer algum ‘rf, sem eatrar em pinico dianto da simples ideia de cometelo. ‘Armulher em nosso exemplo poderia entdo recomendar b sua co Jega para nfo levar a situagio tho a séro e, para varia, enfrentar sus problemas de uma maneira humoristica. Exist fundamento ‘aque antigo conselho dos pedagoges 20s alunos apreensivos ‘pera que, durante as provas ofais,imaginasrem seus examined: 0s nus em plo por alguns segundos, a fim de que, com 1ss0, Aexaparecese pelo menos metade do seu medo da prova, Se toda ‘anti, ao se dirgir para o trabalho, essa cotega tiver a firme ‘nengio de demonstrar neste dia para sou chefe do que, com figuma sorte, poderé quebrar 0 rocorde mundial de erros, ela ‘comeerd o dia com um sorrso, um leve sorriso sobre si prépria ‘sus propria insoguranea, 0 quo ihe permitiriaInielar 0 dia com. ‘menos tensto, m Pacalelumente & “coragem de poder fracassar” tarabém ‘precisa crescer n “confianga em si proprio", 0 que se consegue Fals Tacilmente se houver algun feedback’ visit, tangicel Ou Sensivel sobre sucessos alconcados na vida. Constial fexomend Surpreendente que Justamente aquilo que dou certo, que tra felleidade e que € positivo, nio eastuma ser levado em conside: ago e desaparece do campo de visto. Na psicologa falase cons. fantemente da repressio de eventos ¢ sentimentos desagradavels 08 distirbios pslcossornaticns dat Tesultantes; porém, parece: me que grande parte da sofrimento de hoje decorre do fato de ‘muatos eventos agradavels, logrias reoebidas e horas de beleza Singular terem sido “reprisaides” da eonseiéncia, deando de tor fam eco peiquico duradouro. Hm todo caso, 0 neurtico no 80. tmente desoonhece do quo cle 6 capeg, mas muta vezes mio sabe Como ele vive bem; ¢ corso nio 0 sabe, também flo estd bem. Assim, @ mulher poderia constitulr um apoio para sua colega do trabalho, dando um feedback daqullo em que ela fora bem-suredida, dizendolhe por exemplo: "Isto que voce fez hoje dew tio certo!" ou "Bem, nem o cheto podorie tar feito isso ‘melhor!” Existindo um bom relacionamento entre a2 das, & ‘mulher poderia ate revelar sa colega de trabalho wm pequend {raquo sobre como se ater as coisas boas, ou soja, sobre como ‘antar firmemente ne conseléncla agullo que fol realizado para ‘Que dela iio desapareca tio rapidamente. O truquo eonsiste em ‘anter uma agenda em que so repistram simbolos para deslgnar equenas vitdrias sobre o medo, que equivalem a simbolos de {tm telunto espirtual sobre uma fraqueza psiquica que atormenta, 3 pessoa, Ndo importam os simbolos utlandos — estrelas, cruz, fois — Importa apenas seu significado que, na stn tolalidade, possam transmitir ao homem spreensivo © que duvida de si pro brio a seguinte mensagem: “For que duvidas? De que tens medo? ‘Tutens sucessos‘solare, itOras ‘estelares’ sobre i proprio, tens ‘als forga interior do que pensas, portanto, nko sejae covarde, tem coragem para viver!" AS pessoas religiosas poderio.vstum: ‘rar nos simbolos de seu sucesso, rabiscados em suas agendas e boiso, um simbolo mais profundo, nio-serito, que até ento, ‘lo puderam reconhocor: o'simbolo’ da graga. ‘Talver tenh ticado claro através desse exemplo 0 que ‘queremos dizer com a regra n? 2. Seu apelo cansiste em "recober Fealisticamente e emir olimisticamente” no relacionamento com pessoas apreensivas, aesanimadas e hipersonsivets; isso significa ‘Mio enganar a si préprio cu a elas e tceltgias na sua impertel lo; mas, a despelto disso, deveso visar tornélas consclentes de seus restrvatorios do forga. positivos, que nelas permanecem Inabaldvels, embora hs eres fechados. na ‘Uma ver, um pessimista detarado expicoume sua atitu- fo, Ele disse! “Sompre espero pelo plor e freqientemente eu feerto™, Ao. que respondl: "Entdo a aiferenca entre ‘sempre’ e “freqentemente constitu a extensio de seu erro", “Sim”, ele ‘admit, mas ease err0 nlo dal, @ até agradavel Se, ao cantrérto, fu ecperasco 0 berm e me enganass, ficaria. decepeionado, « a ‘ecopeao enusa Sofrimento". Assim, clo era um pessimista ‘para teatar decepgdes dolorosas. Bem, no relaclonamento corn pessoas Psiguicamente docntcs ou instdvels, nfo. podemes ser ogalstas Assim; precisamos assumir 0 isco de uma decepgio dolorosa, para poder irradiar 0 to necessrio otimismo, Se nos enganar or — 0 que scantecera repetdas veses, pols nenhum ser uma. ‘no totalmente predzivel em suas ages e pensamentos — deverd fer um engano por termes julgado alguém eapaz de sucesso en emasia, de uina estabiidade excessive, de dectncia e honest. dado em exeesso, mas nfo um engano por termes julgado algucm ‘como ineapaa, anormal ou mau, quando ‘nlo 0 Merecla, Prec. ‘amos scredilar ‘no nosso préximo, e especiaimente naqueles Dslgulcamente afetados,e, se necessiio, acattar sermas docepelo. ‘hedos por eles — nds certamente sotnos capazes de suportar ‘en detepgio, mas no eabemos se eles poderiam suportar nossa ‘deszontianga, Com is0, chego a uma tereara negra, que, para muitos, pode parecer surpreendente, e que diz “Decemos esoutar nossa vo interior Antes de tentar definir 0 que podemos entender por essa ‘vos inferior, gostaria de narrar um episédio de minha vida. ‘Tenho ® grande fellodade de ter tido ‘40 apenas uma mie smoress, mas também um pal muito bondoso. Apés a morte da ‘minha mile, mou pal casouse de novo, morando com sua esposa fm Viena. Eu também sou de Viena, mas mudelme com meu ‘marido para a Alemarha, onde am 1977 nos estabelecemos em Munique, Desa forma, meu pai ¢ eu vemos pouco contato nos nos subseqientes, mas fiedvamos sempre muito contentes quan do nos encontrivamos. Porém, nos anos 1962/1985, meu pal se transformou. Tornowse desinteressado, indiferente, até rejlta: dor, e, quando vinha visitelo, mal noiava minha presenga. De slguma maneira iso me afligia, pois nfo havia nenhum motivo Dera qualquer desentendimento entre nés. Mew pat nfo era male ‘como antes e eu, apesar de ser palodloga e, mais significative finds, apesar de ser sua ha, nfo entendia’por qué. ‘Também fra intl conversar com ele a rspeit elo logo bocejava, aparen: tendo oanseeo, mu Na primavera de 1983, fol langado meu quarto lvro, & como tive que ir a Vieng, level um exemplar novo em folha desse livro recémlangado © The dei apés nossas cumprimentos. Exam ‘now Tapidamente 0 Ivo, devalvendoo logo em seguida com © fcomentirio de que eu polria fear com ele, pols elo nfo o leria mesmo. Na hora, sentime contrarisda, seni a atiide de met ‘pal quase como tima ofensa pessoal. Afinal, um presento de sua filha, ainda mais um lito escrito por ela propria, doveria sor 4 velor para elo, independentemente do Tato do ele so Interessar pelo contenido do livre. Estava prostes @ dar vaso & minha con frariedade, mas algo me deteve. So posso expresielo dessa forma: {ima oe interior me deteve. Garde 9 ivro © nada disse Do ponto de vista psioldgico, essa cena poderia ter vérias interpretagdes. Por exemplo, poderia se supor que et io tivera coragem de me rebelar contra meu pal, que roltara so met ‘suerianga, debandomo humilnar pelo papii severo. Aas essa {nterpretegao no era verdadeira pols nfo tna em um pouso fe medo de uma discuscto com tle. Apenas rentnciet elt, @ partir de uma estranha certeza de que essa allude, por motives Jgnorados, seria @ Unica correla. Um ano depois, em 1964, fot solucionado o enigma Diagnosticouse em mou pai um tumor cerebral do tamane de tum punho; fol removido eirurglcamente, ms meu pal nao sobre: vive & intervengio. Depois ful informada pelos medicos de que 6 tutnor erescera por varios anos e deve ter aftado sua eapacl ‘dade de pensar, sem que algudm suspllasse disso, (© que gostaria de mostrar com esse exemplo 6 0 fato e existir no ser humano no apenas um inconsciente instintivo, ‘mas também un inconselente espirtual, conforme Viktor Frankl emonstrou.® A existéncia humans, 20 contrdrio da animal, m0 ‘¢uma existéncia mpuisionada, mas uma existéncia com poder de fecisio , tendo poder deciivo, constitu! uma existncia respon- sive, Potém, 0s critérios utlizados pelo ser humano para tomar Goeisoes, especialmente as de importincla existenclal park si ‘ida, atingem suas esferas profundas e inconsclentes; por assim Ger, 580. decides da conscigncia que mo so tomadas com ‘eabega, mas com 0 coracto. Portanto, 0 inconsciente espiitual nilo pode ser equipa- ‘ido 0 intalecto e, muito menos, 8 inteligénciar mas tampouco uma sensagio ipstintiva do dmbito das pulsbes, buscando 0 razor ea satisfagdo, A melhor manelra de expresser seu signi ‘ado apraximade © através dos conoeitos de percepeso,inkigh, nn oI = — A es tee eu at A, Ba, us een | | | | fnspiragio, Xm wltime andlise, ¢ um pressentimento sobre algo ‘que nto pode ser compreendido, ou ainda nfo compreendido, que {aivee, tin diy ponea se revelar & pessoa, ou entdo, permanccer para sempre form do aleance de nossa eompreensto. Considere- os a matureaa do amor humano: nunca poderuos entender racio- ‘almente por que amamos uma determined pessoa, uma unica {nize inimeras outras, por que ¢ justamente ele ou ela que nos ‘std mais proximo, como nlnguéen neste mundo. Ou relitamos Sobre a mituresa da arte: 6 impossivel esclrecer Togicamente ‘ erlagio de uma poesia ou de uma pece musteal; © cantelha Grladora permanece um mistério. Tanto © amor quanto a arte ‘Slo muito mals do que simplos impulses sentimental; ovam © Ser humano até a acetar sentimentos dolorosos, quendo impres- ‘indieis para sua Teallzacho amoresa ou artistic. ‘De maneira bastante semethante, a conscigneia se asseme. tha a uma vor interior, proveniente das profundezas espirituais Inconslentes de uma pessoa, revelandosios conhecimentos fun.

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