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2810112028 08:53 A CONTRAINTELIGENCIA COMO INSTRUMENTO DE PROTEGAO DAS INSTITUIGOES POLICIAIS JUDICIARIAS | Revs. BEY Escola Superior de Policia Civil Ediga Noticias ESPC Buscar ACONTRAINTELIGENCIA COMO INSTRUMENTO DE PROTEGAO DAS INSTITUIGGES POLICIAIS JUDICIARIAS MELO, Felipe Pereira det RESUMO: ‘No atual cenério politico e social, percebe-se inmeras fragilidades nos Instituigdes Policiais judicidrias de todo o Brasil, dentre as quais podemes destacar: efetivo inadequado para a eficdcia na atuagéo, estruturas fisicas sensivels falta de capacitacéo técnica em cultura de Inteligéncia e Contrainteligéncia de Sequranga Piiblica, equipamentos por vezes inadequados, entre outros, Como se nd bastasse tamanhas {fragilidades, tem-se tornado constante a ‘profissionalizacdo do crime” por parte das Organizagies Criminosas, as quais operam com tranquilidade no cenério nacional e internacional utilizando-se de Técnicas Operacionais, de combate de Guerrilha Urbana e de Inteligéncia Estratégica a fim de potencializar suos agdes e resultados. Este estudo tem como objetivo apresentar e discutir sobre as possibilidades de a¢do da contrainteligéncia nas Instituicdes Policiais judicidrias visando a efetividade em ‘motéria de seguranga organizacional. Foi desenvalvida uma pesquisa qualitativa classificando-se quanto 40s fins como descritiva, sendo embasado em levantamento bibliogréfico € revisGo de literatura nos campos do Direito, Seguranca da Informagéo, Inteligéncia de Seguranca Publica e Inteligéncia Estratégica. A partir da andlise dos contevidos, conclui-se que a atuagdo da Contrainteligéncia é imprescindivel para a efetividade da seguranca organizacional, na implantagdo de uma Cultura de Inteligéncia em meio as InstituigGes Policiais judicidrias e no desempenho do enfrentamento a Inteligéncia adversa das Organizagdes Criminosas existentes no cenério global. www revistas pr govbiindex phplespcledicag-2-arigo-8 4 2810112028 08:53 A CONTRAINTELIGENCIA COMO INSTRUMENTO DE PROTEGAO DAS INSTITUIGOES POLICIAIS JUDICIARIAS | Revs. Palavras-chave: Inteligéncia Policial; Inteligéncia de Seguranga Publica; Contrainteligéncia; Policia Judiciéria. COUNTER INTELLIGENCE AS A INSTRUMENT FOR PROTECTION OF JUDICIAL POLICE INSTITUTIONS ABSTRACT: In the current political and social scenario, we are faced with numerous weaknesses in Judicial Police Institutions throughout Brazil, among which we can highlight: ineffective effectiveness for performance, sensitive physical structures, lack of technical training in Intelligence culture and Counterintelligence of Public Sofety, sometimes inadequate equipment, among others. As if these fragilities were not enough, it has become constant the “professionalization of crime" by the Criminal Organizations, which operote with tranquility in the national and international scenario using Operational Techniques, Urban Guerrilla combat and Strategic Intelligence in order to boost their actions and results. This study aims to present and discuss the possibilities of counterintelligence action in the Judiciary Police Institutions aiming at effectiveness in matters of organizational security. It was developed a qualitative research classifying itself as a descriptive ane, being based on a bibliographical survey and literature review in the fields of Law, Information Security, Public Security Intelligence and Strategic Intelligence, Based cn the analysis of the contents, it is concluded that Counterintelligence is essential for the effectiveness of organizational security, in the implementation of an Intelligence Culture among the Judicial Police Institutions and in the confrontation of the adverse Intelligence of the Criminal Organizations existing in the global scenario. Keywords: Police Intelligence; Public Security Intelligence; Counter-intelligence; Judiciary Police. Introdugao: www revistas pr govbiindex phplespcledicag-2-arigo-8 21 24)0v2023 0859 __ACONTRAINTELIGENCIA COMO INSTRUMENTO DE PROTEGAO DAS INSTITUIGOES POLICIAISJUDICIARIAS | Revs O presente estude procura como objetivo geral, apresenter as possibilidades de ago da contra intelig€ncia nas instituicdes policias judicidrias visendo a efetividade em matéria de seguranga argenizacional. Como objetivos especificos busce difundir os conhecimentos doutrinérios segmentos de Contrainteligéncia de Seguranca Publica, apresentar a temdtica de Gestao de Contrainteligéncie de Segurance Publica e implementar acées para @ salvaguarda e protecgo institucional e de seus integrantes, Foi proposto o seguinte problema de pesquise: de que forma a Contrainteligéncia pode contribuir para a protecio das instituicGes policiais judiciérias? Para realizar este trabalho, foi desenvolvida uma pesquise qualitativa classificando-se quanto 20s fins como descritive, sendo embasado em levantamento bibliografico e reviso de literatura nos campos do Direito, Segurance da Informacéo, Inteligéncia de Segurance Publica e Inteligéncia Estratégice, Sendo assim, o embasamento teérico deste trabalho utilizou-se de reviséo bibliografica de autores direcionados ao tema. No atual cenério politico e social, nos deparamos com inumeras fragilidades nas instituicoes policiais judiciarias de todo o Brasil, dentre as quais podemos destacar: efetivo inadequado pera eficdcia na atuaggo, estruturas fisicas sensiveis, falta de cepacitagao técnica em culture de Inteligncia e Contrainteligéncie de Seguranca Pablica, equipamentos por vezes inadequados, entre outros. Como se néo bastasse tamanhas fragilidades, tem-se tornado constante é “profissionlizacao do crime” por parte des OrganizegGes Criminosas, as quais opera com ‘tranquilidade no cendrio nacional e internacional utilizando-se de Técnicas Operacionais, de combate de Guerrilha Urbana e de Inteligéncia Estratégica a fim de potencializar suas aces e resultados. Em 2012, foi descoberto pela Policia Civil do So Paulo o que serie o principio de uma célula de Inteligéncia pertencente ao Primeiro Comando da Capital (PCC), sendo que durante a operacao se obteve diversos documentos contendo nomes de Policiais que deveriam ser martos, bem como sua qualificagao, rotina, familia dentre cutros. Apés aproximadamente cinco anos, nos deperamos com uma nova realidade, o aperfeicoamento das agées com o desenvolvimento da Sintonia de Inteligéncia, pertencente & mesma Organizagio Criminose, supostamente responsdvel pela execugéo dos Agentes Penitenciérios Federais Melissa Almeida e Alex Belarmino Almeida Silva. Conceitualmente, a Contrainteligéncia é responsével pela neutralizeco da Inteligéncia adversa, sendo esta incumbide des atividades de Sequranca Orgénica e Seguranca Ativa, porém sofrendo de diversas limitagbes e inger€ncias em sus efetiva execusio. Diante ce tal, faz-se imprescindivel 2 atuago da Contre Inteligéncia como instrumento de Protecao das instituigBes policizis judicidrias visando a efetividade em matéria de seguranca organizacional, desempenhendo sus atividade no cenario de enfrentamento a Inteligéncia adversa das mais diversas organizacées criminosas existentes no cenério nacional. www revistas pr govbiindex phplespcledicag-2-arigo-8 321 2810112028 08:53 A CONTRAINTELIGENCIA COMO INSTRUMENTO DE PROTEGAO DAS INSTITUIGOES POLICIAIS JUDICIARIAS | Revs. 1.Aspectos Preliminares: Nao é de hoje que o tema Inteligéncia de Seguranca Publica (ISP) ver sendo pauta de inimeras plataformas eleitorais, sendo perceptivel, em discursos inflamades, que 0 fundamental é desenvolver e investir na ISP como um todo, sendo ele o remeédio para todes as enfermidades, Ne prética, é latente que os investimentos para a ISP e para as Policias Investigativas de todo o Brasil permanecem por vezes no esquecimento, visto que tais geralmente sdo voltadas @ quem “aparece”, cativando 2 opinio publica, com o escopo de que isto gera maior “sensacao de seguranca'’, cu sej2, mero paliativo para os reais problemas enfrentados. Segundo 2 Doutrina Nacional de Inteligéncia de Seguranca Publica (DNISP), 2 ISP é conceituada da seguinte forma: Ceexercicio permanente e sistematico de aces especializadas para identifica, avaliar e acompanhar ameagas reais ou potenciais na esfera de Seguranca Publica, basicamente orientadas para produséo e salvaguarda de conhecimentos necessérios para subsidiar os tomadores de deciséo, pera o planejamento e execugao de uma politica de seguranca puiblica e das aces para prever, prevenir, neutralizar e reprimir atos criminosos de qualquer natureza que atentem a ordem publica, 8 incolumidade das pessoas e do patriménio. (ONISP, 2009) Conforme Lei N° 9883 de 07 de dezembro de 1999 qual Institui o Sistema Brasileiro de Inteligércia (SISBIN), cria a Agencia Brasileira de Inteligéncia (ABIN) e dé outras providencias, regulamentaca pelo Decreto N° 4376 de 13 de setembro de 2002, que dispde sobre a organizacao e o funcionamento do SISBIN (Sistema Brasileiro de Inteligéncia), no artigo 3° do referido Decreto, tem-se como a atividede que abjetiva prevenir, detectar, obstruir e neutralizar a inteligéncia adversa e aces de qualquer natureza que constituam ameaca a selvaguerde de dados, informacdes e conhecimentos de interesse da sociedade e do Estado, bem como das éreas e dos meios que os retenham ou que transitem. (BRASIL, 2002) Jé 2 Contrainteligéncia conforme @ DNISP (2014), 4 edicao, define Contrainteligéncia: Eo ramo de atividade de inteligéncia de Seguranga Publica que se destin a proteger 2 atividade de Inteligéncia e 2 instituigao a que pertence, mediante a pradugéo de conhecimentos e implementos de e¢Ges voltadas & selvaguerde de dados e conhecimentos sigilosos, além de identificago e neutralizaco das ages adversas de qualquer natureza, (DNISP, 2014) www revistas pr govbiindex phplespcledicag-2-arigo-8 an 2810112028 08:53 A CONTRAINTELIGENCIA COMO INSTRUMENTO DE PROTEGAO DAS INSTITUIGOES POLICIAIS JUDICIARIAS | Revs. Em se tratando de prevengao, atua no cenério de avaliagdo de riscos e na elaboracao de cenérios prospectivos, sendo de sue competéncia sensibilizar, orientar e capacitar quanto 8 adosao de comportamentos e medidas de seguranca por parte dos recursos humanos da institui¢go, com 0 objetivo, ainda que de forme empirica, de promover 2 Cultura de Contrainteligéncia. No que diz respeito a detectar, obstruir e neutralizar emeacas, a CI desenvolve ages especializadas por meio do emprego de seus recursos. (ABIN, 2017). Cepik, 2003 apud Siqueira, 2009 nos orienta que: enquanto a inteligéncia procura conhecer o que os comandantes e governantes que a dirigem necessitam saber sobre as ameacas e problemas relativos 8 seguranga do Estado e dos cidadios, a Contrainteligéncia procura proteger as informacées que, uma vez obtidas por um adverséric ou inimigo, poderiam tornar vulnerdveis a inseguros 0 Estado e 08 cidadaos. Na milenar e inspiradora obra A Arte da Guerra, escrita por Sun Tzu hd mais de dois mil anos atrés e republicada em 2008, 0 estrategista expunha 2 importdncia e Subdiviaia os tipos de espides, matéria que posteriormente seria conhecida como Contreinteligéncia: Deves entrar em contato com agentes inimigos que vieram espionar-te, suborné-los e incuzislos a permanecer contigo, para que possas utilizé-lo como espides reversos. Pelas informagdes assim obtidas, poderé encontrar e empregar espides lacais e espides infitrados; poderds fazer com que informacées falsas de espides mortos sejam levadas a0 inimigo, Poderds também conseguir que espides vivos trabalhem conforme o planejado. (TZU, 2008, p.201-211) A Contrainteligéncia ganhou expresséo durante o contexto da Segunda Guerra Mundial, na quel os palses envolvidos buscavam criar mecanismos para @ protecgo de suas instituigGes e em especial a protecao da informagao, visto que a interceptago das mensagens poderia comprometer consideravelmente os planos de ago, ¢ segurance de seus recursos humanos e a prépria soberenia, Um dos casos que se tornou mais conhecido foi o aprimoramento do sistema criptogréfico, que embora seja cldssico e seu surgimento remonte 20 Egito antigo, consolidou-se devido ao fluxo constante de informaces. O Exército alemao desenvalvera um dispositive denominado “Enigma”, cujo numero de combinagées gerades ere de 15x10"18 dificultando sobremaneira sua decodificagéio. Como em uma Guerra a informacdo é essencial pare o desenvolvimento estratégico, www revistas pr govbiindex phplespcledicag-2-arigo-8 521 24)0v2023 0859 __ACONTRAINTELIGENCIA COMO INSTRUMENTO DE PROTEGAO DAS INSTITUIGOES POLICIAISJUDICIARIAS | Revs investimentos foram feitos por outros paises até a criacao de “Enigme Bomb", desenvolvida por Alan ‘Turing, sendo uma importante contribuigéo par @ vit6ria dos Aliedos na Segunde Guerra Mundial. (BRUNO, 2017) No Brasil, @ Atividade de Inteligéncia tem inicio em 1927 durante o entao Governo de Washington Luis com a criaggo do Conselho de Defese Nacional, cuje proposta ere unicamente exercer a Inteligércia de Estado, visando proteger o Brasil de possiveis ameacas (ABIN, 2015), Todavia, a ogo de Inteligéncia e Contrainteligéncia de feto so institufdas em 06 de setembro de 1946, durante o Gaverno de Eurico Gaspar Dutra, com a criacdio do Servico Federal de Informacdes e Contrainformagdes - Sfici (ABIN, 2015). Para tornar 0 quadro mais dramatico, os dois grandes vencedores da Segunda Guerra - 0s Estados Unidos e a Unido Soviética, que emergiam de forma antagénica como superpoténcias do planeta- comecavam a desenvolver bombas de hidrogénio, com capacidade quinhentas vezes superior aqueles despejades sobre Hiroshima e Nagasaki. Em breve, 0 arsenal disponivel por Washington e Moscou seria suficiente para destruir 2 Terra, Mais de uma vez, se for necessério. Na corrida armamentista, o mundo rachou e foi dividido entre norte-americanos e russos, entre capitalistas e comunistas, Paradoxelmente, as nacBes que se armaver atomicamente para ume possivel Terceira Guerra Mundial eram as mesmas que tentavam com desespero evitar 2 hecatombe, Nessa nova ldgica neurétice e perigasa, os servigas secretos passariam a ser mais valiosos que muitos exércitos, Com bomba ou ser bomba, os paises teriam de vigiar-se 24h por dia, num jogo ce somay, dividir e multiplicar cujo resultado final deveria ser Zero, justamente o escore que garantiria 0 equilibrio e a sobrevivéncia do planeta. Era 0 inicio da Guerre Fria, (FIGUEIREDO, 2005, p.48-49) Passado alguns anos, com suas respectivas particularidades, devido 8s questdes palitico/socizis histéricas, em 07 de dezembro de 1999 ¢ instituido o Sistema Brasileiro de Intelig€ncia (SISBIN) por meio da lei n* 9,883/99 & qual cria a Agéncie Brasileira de Intelig€ncia (ABIN) e dé outras providéncias. Em 21 de Dezembro de 2000, o Decreto Executive N° 3.965/00 institui o Subsistema de Intelig€ncia de Seguranca Publica (SISP), tendo como érggo central a Secretaria Nacionel de Segurange Publica, estando ligada diretamente a necessidade de reformulagio, devido as mudencas sociais, sendo a Inteligéncia um instrumento de combate & criminalidade e auxtlio na produgo de informagées, com um carter muito mais consultivo e assessério do que pratico (CIAL, 2015, p.7-8). Atualmente todas as instituigBes de Seguranca Publica do Pats tém a nogo de que o desenvolvimento estratégico, tético, administrativo e operacional é imprescindivel para o enfrentamento 3 criminalidade. Conforme nos ilustra o brilhante Professor CEPIK (2003, p.57) a0 tratar da tematica, enfatiza que “a principal miss&o da contrainteligéncia é garantir que os ‘outros’ sé conhecam o que quisermos que eles conhecam sobre nés mesmos", www revistas pr govbiindex phplespcledicag-2-arigo-8 ent 24)0v2023 0859 __ACONTRAINTELIGENCIA COMO INSTRUMENTO DE PROTEGAO DAS INSTITUIGOES POLICIAISJUDICIARIAS | Revs Desta forma, @ Contrainteligéncia tem papel fundamental no desenvolvimento da efetividede em matéria de protesao institucional, devendo ter sua aplicabilidade irrestrita a meras conjecturas idealistas, visto que no atual cenério politico-sociel, é perceptivel uma constante evolugao por parte das Organizacdes Criminosas. O pats necesita, urgentemente, de especialista em Inteligéncia Estratégica de Seguranga Publica, Analistas que dominem as técnices e métodos da andlise prospectiva e da andlise de riscos, Que saibem abordar e estudar os crimes e os criminosos a partir de novos paradigmas, dando-Ihes um enfaque global, Analistas que sejam verdadeiramente capazes de definir e apontar correlacGes entre os diversos fatores de infiuéncia relacionados 20 surgimento e a evaluggo dos fenémenos criminais. Profissionais de inteligéncia com a concigdo efetiva de entreger aos niveis politico e estratégico conhecimentos sisteméticos que Ihes permitam visualizar, no presente, 2 multiplicidade e os graus de incerteza dos futuros possiveis, para que estas autoridades possam, 2 partir de entdo, definir as melhores estratégias de seguranga publica com 0 objetivo de evitar as surpresas estratégicas e obter superioridade e surpresa estratégice frente aos fendmenos criminais modernos. (ROCKEMBACH, 2017, p.325) E notério também que a criminglidade tem se adeptado go contexto, especialmente no tocante a elaboracao de estratégias e desenvolvimento de ages por parte das Organizacées Criminosas a fim de potencializar seus resultados, diminuir suas perdas e estender seus dominios, levando & constante deturpagio de tranquilidade publica, 0 abalo das forcas de segurance e até mesmo na criagfo de Estacos paralelos que de forma constante se embatem em "Guerrilha Urban". A dinamica social e o aumento da criminalidade obrigaram as instituigBes de segurance pUblice 2 desenvolverem mecanismos de defesa interne e externa, Um dos fatores que motivou essa politica foi 2 profissionalizacao e organizacao da criminelidade, onde grupos orgenizados passaram 2 ingressar criminosos nas fileiras das instituigdes de seguranca publica, com a finalidade de obtengao de informacées privilegiades e de corramper os demais integrantes da instituicao, (SIQUEIRA, 2008) Embora seje not6rio que a Contrainteligéncia é imprescindivel para as Instituigdes de Segurenge PUblica como um todo, ainde predomina um enorme abismo entre a teorie e prética, elementos estes que sero abordados nos préximos capitulos. 1.1 Segmentos de Contrainteligénci: Dentre os segmentos de contrainteligéncia, esta pode ser dividide em seguranca Orgénica (SEGOR); Seguranca Ativa (SEGAT) e Segurance de Assuntos Internos (SAI). Vejamos: www revistas pr govbiindex phplespcledicag-2-arigo-8 721 2810112028 08:53 A CONTRAINTELIGENCIA COMO INSTRUMENTO DE PROTEGAO DAS INSTITUIGOES POLICIAIS JUDICIARIAS | Revs. 2. Seguranga Organica: Tratasse do corjunto de acdes protetivas integradas, destinades a proteger os recursos humanos, 2 documentaco, as instalacdes, o material, as comunicagées, a telematica, informatica e es operacées, visando é efetiva protecdo diante de qualquer natureza adverse; (CIAL, 2015, p. 65) 0 conjunto de normas, medidas e procedimentos de carater eminentemente defensivo, destinado a garantir o funcionamento da instituigo, de modo ¢ prevenir e obstruir agdes de qualquer natureza ‘e caracterizada como sendo' 0 conjunto de medidas integradas e planejades destinadas a proteger os ativos institucionais tangiveis e intangiveis. (DNISP, 2014), Devemos ter em mente que 2 SEGOR compée um conjunte de medides passives, sendo estas de cardter meramente defensivo, destinades a proteger as instituigées das diversas ameacas que possam surgir, Para que assim se consiga desenvolve-la, a Instituico deve possuir um Plano de Seguranga Orgnice (PSO) oriundo de um trabalho de Anélise de riscos, a qual estabelece responsabilidades, identifica os recursos disponiveis e determina as ades @ serem tomadas quando necessério. A elaboracao da Andlise de riscos deve seguir metodologia préprie com bese no estudo da situacéo, decisdo, elaboracéo do plano, implementagao e superviséio das acbes planejades (CIAI, 2015, p.6). O produto gerado serviré de elementos para que assim possam ser estabelecidos protocolos de atuacéo diante das necessidades elencadas, Um dos exemplos que podemos citar é a situacdo em que alguma unidade de Policia Judicidria seja acometida de uma invasic criminosa, Caso os protocolos de atendimento estejam previamente definidos no PSO pouco se sofrera com a a¢éo, pois os elementos necessérios, de maior sensibilidade bem como os recursos humenos estardo mais tem protegidos. Dentre os ramos da SEGOR tem-se: 2.1 Seguranca de Pessoal: Esté intimamente ligada @ gesto dos recursos humanos, visando assegurar comportamentos que possam colocar em risco a Instituigio camo um todo au a violagao de dados sensiveis, Um dos pontos de maior destaque € o Processo de Recrutamento Administrative (PRA) que visa selecionar, acompanhar e desligar o funciondrio quando necessério, Repare que neste caso nao se www revistas pr govbiindex phplespcledicag-2-arigo-8 ant 24)0v2023 0859 __ACONTRAINTELIGENCIA COMO INSTRUMENTO DE PROTEGAO DAS INSTITUIGOES POLICIAISJUDICIARIAS | Revs esté falando apenes de Servidores Puiblicos que atuam dentro da Instituicao Policial Judiciéria, mas sim todos aqueles que possam atuar em nome dele, seje estagiérios, zeladores, fexineiros, etc. Para que seja desenvalvide de forma eficaz, ¢ Seguranca de Pessoal deve aneliser as seguintes medidas: * Seguranca no Processo Seletivo - visando impedir que haja qualquer tipo de infiltragao na Instituigéo Policial Judiciéria ou que seus conhecimentos sensiveis possam ser comprometidos. Como exemplo hipotético, o caso em que um faccionado tenta se infiltrar em uma Delegacia de Policia, utilizendo do cisfarce de faxineiro, pare que assim relatasse 2 organizacéo criminosa como estava 0 andamento das InvestigacBes de trafico de drogas, (ONISP, 2009, p.40) * Seguranca no desempenho de fungao: visando que assim haja credenciamento adequedo cos recursos humanos 20s locais estritamente necessérios, Exemplo: os que devem ter acesso 8 sale de investigades, devem ser apenas Investigadores, Escrivaes e Delegados de Policia, sendo restrito 20s demais funcionérios de unidade au do puiblico externo. Ainda no desempenho da funco, os funcionarios devem ser suometidos de forma rotineira a uma Educagéo de Segurance para que assim se desenvolve ume Cultura de Inteligéncia nas Instituigdes Policiais Juciciérias. (DNISP, 2009, p.40) * Seguranca no desligamento do recurso humeno: visa efetivamente que no ocorram comprometimentos posteriores, Dentre 2s medidas essenciais a serem adotades est o descredenciamento dos acessos, substituicao de serhas, entrevista e acompanhamento Posterior, curante determinado perfodo de tempo, estipulado na Anélise de Riscos, (DNISP, 2009, p.40) 2.1.1 Seguranga da Documentagao e do Mater Trata-se do corjunto de medidas voltadas para os documentos e materiais, para que assim no ocorram comprometimentos. Por vezes, a seguranca do material sé é lembrada quando se fala em Atividades de Inteligéncia, porém, devido as unidades de Policia Judicidria idarem com assuntos sensiveis relativos 2 Investigagdes, devem cuidar especialmente: * Controle de reproducGes: embora os Inquéritos Policiais (IPs) estejam disponiveis para os Advogados do acusado, aqui trate-se especialmente das informacdes que estéo restritas aos relatorios de investigacdo no anexados zos IPs; (CIAL, 2015, p.68) * Controle de custédiz: deve ser entendido coma o cuidado a ser despendido por equele que esté responsdvel pela sua guetda, utilizado e protecio. Ou seja, o usuério deve ter cuidedo www revistas pr govbiindex phplespcledicag-2-arigo-8 91 2810112028 08:53 A CONTRAINTELIGENCIA COMO INSTRUMENTO DE PROTEGAO DAS INSTITUIGOES POLICIAIS JUDICIARIAS | Revs. absoluto e permanente enquanto o documento sensivel estiver em seu poder; (CIAI, 2015, p.68) « Reclassificagéo ou desclassificagao: voltados aos Servicos de Inteligéncia que compée as Unidades Policiais Jucicigrias, preocupando-se para que nao haja alteraco ou desclassificac3o do documento; (CIAI, 2015, 9.68) * Selego dos documentos a serem arquivados ou destruidos: estabelecimento de critérios para Gestruiggo ou reaproveitamento do material, Devem ser estabelecidos procedimentos de rotina para que assim haja a efetiva destruicao do material sensivel, nao devendo que documentos com informacGes importantes sejam meramente jogados no lixo de instituigéo, Dentre os mecanismos adequados a serem utilizedos esto trituradores e/ou incineradores, (CIAL, 2015, p.68) 2.1.2 Seguranga das Telecomunicacées, Telemdtica e Informatica: Entende-se como o conjunte de procedimentos adotados afim de que se preserve a integridade das comunicagdes, da telemeética e os sistemas de tecnologia ¢ informacéo, gerantindo assim a continuidade do funcionamento o controle dos acessos e tréfego de dados, 0 impedimento des interceptacées e a plenitude dos conhecimentos, (DNISP, 2009, p.41) Um cos graves problemas enfrentados, nas Instituigdes policizis judiciérias, é com relagio a Seguranga da Informatica visto que raramente hé preacupacéo com criptografia, implantacéo de redes seguras, auditorias, protecao de dacos e softwares, etc,, carecendo assim de uma politica voltada & seguranca de feto. 2.1.3 Seguranga das Areas e Instalagées: A Seguranga das Areas e Instalagées das unidades Policiais Judiciarias é um problema constante que merece todo 0 cuidado. Sao inumeros os Estados da Federa¢o que contam com estruturas em colapso, abarrotadas de presos no interior das Delegacias e sem a menor condicao de funcionamento. De uma forma quase que utdpice, a protecéo destes locais esté diretamente ligeda & sensibilidade dos dedos encontradas em seu interior com o propésito de que assim seja salveguerdado e que os recursos humanos existentes em seu interior nao sejam acometidos quando no desempenho de suas furgGes. Dentre as mecidas esto: * Demarcagdo de éreas; ‘revista pr goxbrindx phpespcedioa-2-arbgo-8 sores 24101202009:59 __-ACONTRAINTELIGENCIA COMO INSTRUMENTO DE PROTEGAO DAS INSTITUICOES POLICIAIS JUDICIARIAS | Revi * Implantagéo de barreiras; * Controle de acesso; * Detecco de intrusdo e monitoramento; + Elaboracdo de planos de Prevencdo e Combete 2 Incéndios e defesa da Unidade Folicial Judicigria. (DNISP, 2009, p.40) 3. Seguranga Ativa (SEGAT): Entende-se como o canjunto de medides protetivas, ofensivas, destinadas a detectar, identificar, avaliar, analisar, neutralizar 2s ages edversas de elementos ou grupos de qualquer natureza, que atentem contra 2 Seguranga Publica (ONISP, 2009, p.42). Dentre estas medidas esto: * Contrapropaganda: sendo est 0 conjunto de medidas atives, responséveis por detectar, identificar, aveliar e neutralizar as agGes de propaganda adversa (CIAI, 2015, p.69). Como exemplo hipotético, podemos citar 0 caso em que comecam a circular pelas redes sociais informagdes tratando de um possivel "SALVE" aos Policiais de determinaca localidade, Este tipo de noticia além de preocupar todo 0 corpo de recursos humanos tem 0 potencial de alarmar a popule¢éo e causar situecdes de panico. Para neutralizar, cabe assim que se realize aces de contrapropaganda por parte da Instituicao; * Contra Espicnagem: trata-se de uma ameaca contra os recursos humanos, documentacaa e material, comunicacdes, areas e instalagdes e informatica, visto que os objetivos estéo diretamente ligados 8 obtencéo de dados sensiveis; * Contra sabotage: é 0 conjunto de medidas ativas voltadas para prevenir, detectar, identificar, avaliar e neutralizar atos de sabotagem contra instituigdes, pessoas, documentos, materiais, equipamentos e instalacdes (DNISP, 2009, p.42), Pode variar desde aco individual, até aces de grande porte integradas, sendo que este dana muito mais de que fisico, pode causar lesdes na imagem institucional como um todo, levando a instituigo ao descrédito; * Contraterrorismo: sendo este 0 conjunto de medides destinado a detecter, identificar, avaliar e neutralizar agdes e ameacas terroristes (ONISP, 2009, p. 42). www revistas pr govbiindex phplespcledicag-2-arigo-8 wan 24)0v2023 0859 __ACONTRAINTELIGENCIA COMO INSTRUMENTO DE PROTEGAO DAS INSTITUIGOES POLICIAISJUDICIARIAS | Revs Vivenciemos @ era dos extremos e da incerteza. A incerteza gere medo, 0 medo gera inseguranca, 2 inseguranca gera excessos e violencia, Mesmo que 0 risco (ameaca) néo se concretize, ele jé cause, desde logo, efeitos deletérios, porquanto o medo dele decorrente, como antecipagéo mental de reelizagio no mundo fenoménico de riscos reais ou imaginérios, sobre diminuir a qualidace de vide, é capez de provocer reac6es primitivas, imoderadas e até violentas de autodefesa. (FERNANDES, 2015 9. 3-4) Contraterrarismo é um dos temas que ganhou maior repercusséo no Brasil devido 2os eventos internacionais da Copa de Mundo no Brasil em 2014 e das Olimpiadas no Ric de Janeiro em 2016, € ce Ié pra cé se tornou protagonista, em se tratando de acées estratégicas, nas politicas de seguranga puiblica de todo o pais. 3.1 Seguranca de Assuntos Internos: Trata-se do corjunto de medidas destinadas a producgo de conhecimentos que visam assessorar as ages de correigo das instituicoes publicas. (CIAL, 2015, p.70) Entende-se como as aces destinadas apenas a “essessoria" das Corregedorias, no exercendo necessariamente seu papel. As acdes tendem a oferecer suporte no tocante as informagoes referentes aos recursos humanos da institui¢so, bem como atuar na prote¢go da imagem institucional, exercendo importante papel. Todavia, devido ao seu trabalho por vezes se confundir com 2 corrego dos desvios de conduta, é rotulada forte carga negetiva, é daf que surge a nocgo equivocade de que Inteligéncia é para Investiger a prépria Policia. Evidente que a falta de conhecimento é um mecanismo que faz perdurar tal paradigma. 4. Cultura de Inteligénci E comum notarmos que para boa parte dos recursos humanos existentes nas instituigdes policiais judiciarias, as atividedes de Contrainteligéncia e Inteligéncia esto restritas @ alguns poucos profissionais que trabalham de forma silenciosa e nas somibras, inspirados por uma imagem Pop hollywoodiana, todavia é fundamental internalizar-se a concepsao de que “Inteligéncia nao se faz sozinho’, ora de que adianta profissionais altamente capacitados sem informacao? Trata-se de uma verdadeira troca de informagdes constantes em prol de um objetivo maior que é a Seguranga ‘wor rvistas prgowbrindex phplespeledicao2-arigo-8 vee 24)0v2023 0859 __ACONTRAINTELIGENCIA COMO INSTRUMENTO DE PROTEGAO DAS INSTITUIGOES POLICIAISJUDICIARIAS | Revs PUblica. Além disso, para a efetive acéo de Contrainteligéncia, as acbes individuais e coletivas deve ser pautadas em cautelas e zelos constantes (BRASIL, 2004, p.9-10). (..) Ha a necessidade de que haja o entendimento por parte dos diversas atores de que © conhecimento empirico no é a Unica base para o exercicio da atividade de inteligéncia, mas sim a busca pelo seu equllibrio com o aperfeigaamento da teoria, seja pelo desenvolvimento de novos conceitos, seje pela reflexio dos processos existentes. (HAMADA, 2017, p.31) Faz-se imprescindivel que o sistema seja entendido como um fluxo ciclico e constante, ou seja, 0 profissional que ingressaré na instituigdo terd sido avaliado por meio de uma eficaz Investigeco social, que excluird todos aqueles que tenham alguma ligacéo com as atividades ilfcitas, Diante de seu ingresso, no curso de formacao e em cursos continuados, estes profissionais devem receber o conhecimento adequado e globel sobre o Sistema de Inteligéncia Brasileiro, difundindo no dia a aia, durante todes as aules, uma constante preocupa¢ao com @ protecao do conhecimento sensivel, incutindo assim uma nogao de contraintelig€ncia perene. Como se nao bastasse, 0 Professor Silvio Jacob Rockembach (2017, p.323), ilustre que: “Desenvolver @ mentalidade de inteligéncia nos altos gestores da seguranca publica passe 2 ser, portento, outro dos desafios da ISP para os préximos anos", Ou seja, esta concepcao deve estar principalmente atrelada aos Decisores, o que facilitaré 0 engajamento e a mudanga de paradigmas, Ainda no tocente a forma¢o do individuo, entende-se como necessério 2 aproximacéo dos recursos humanos com o conhecimente académica de fato, integrande a Policia a producio cientifica e as outras reas do conhecimerto, por meio de um sistema multicisciplinar concrete e néo mera mudanca na grade curricular, sé assim é que se iré desenvolver um pensamente analitico global, Perpetrando uma mudanca no escopo das unidades policiais judicidrias (BRASIL, 2004, p.17-18). Nas palavres do Prof, Luiz Renato Blanchet em sua palestra, na Escola Superior de Policia Civil do Parand, de langamente de obra "Manual Prético de Investiga¢ao de Homicidios" em 2017, apresenta que: "0 Policial Civil deve estar muito mais perto do Cientista do que de um mero executor, visto que é ele 0 responsdvel por testar hipéteses e desenvolver teses”, Ao sair do ambiente acedémico este profissional ira se deparer com as investigagdes de fato, o que levard a perceber que para ¢ efetiva ago de Segurange Piblice, os sistemas devem ser multiprofissionais, e que 2s informacdes, embora pulverizades nas mais diversas unidades, ter’o um nticleo local que seré responsavel por integrar, em um rao central e que assim produriré o conhecimento para as aces Estratégicas, taticas, operacionais e administratives. Este profissional atuante nas unidades sera mantenedor da cultura de inteligéncia, permitindo assim que os recursos humanos que posteriormente venham a ingressar naquele nticleo jé estejam ligados em consonéncia e unicidade, Atomada de decisio, 2 otimizacdo dos servigos, a implantacao de policiamento eo emprege operacional, dentre outros, so exemplos de acdes policizis que podem ser www revistas pr govbiindex phplespcledicag-2-arigo-8 13921 24)0v2023 0859 __ACONTRAINTELIGENCIA COMO INSTRUMENTO DE PROTEGAO DAS INSTITUIGOES POLICIAISJUDICIARIAS | Revs influenciadas diretamente pelas informagées. Tais conhecimentos (como sao tratadas tecnicamente os dados conhecidos e processados por meio de andlise) que e atividade de inteligéncia de segurance pUblica pode produzir séo vitais pare o perfeito encadeamento das a¢Ges policiais. (MOREIRA; FERRO, 2017, p. 61) Frisa-se que de nada adianta o conhecimento ser despejado e nao praticado, Cada um dos segmentos de contrainteligéncia deve estar enraizado na matriz do individuo e evidenciado em seu catidiano, Muito 2lém da protegéo ao conhecimento sensivel, esta Culture de Inteligéncia deve permitir que o Profissional de Seguranga Publica, utilize das medidas de contrainteligéncia no dia a dia, seje em seu deslocamento, nas suas relacées sociais, etc. propiciando assim, que nao se torne alvo e vitima da criminalidade, Obviamente Contrainteligéncia, como jé discutido nos capitulos anteriores, é um conjunto de ages, ou seja, tanto as individuzis quanto 2s coletivas esto unissonas, Na fase de sensibilizagac 0 objetivo é fazer com que os gestores tomem conhecimento da existéncia da atividade de inteligéncia. Na fase de conscientizacao @ missao consiste em fazer com que os tomadores de decisao, além de conhecer, passem a acreditar na importéncia, eficiéncia e eficécia da Inteligéncia na solugéo de problemas relacionados a seguranca publica, Na fase de capacitagdo a meta é fazer com que as autoridades nao 56 conhecam os métodos, técnicas e préticas da atividede de inteligéncie, mas que também comecem a fazer uso delas no dia a dia normal de trabalho. Sem a mentalidade de intelig€ncia o Proceso Decisério jamais saberd usar a Inteligéncia de forma eficiente e eficaz. (ROCKAMBACH, 2017, p.324) Obviemente, 0 produto final da Inteligéncia de Seguranca Publica e da Investigegao criminal so ciferentes, enquanto a ISP trata do processamento e da anélise de dados resultando na producao de “conhecimentos" que servirdo de suporte para um Decisor, na investiga¢éo 0 objetivo final éa obtengao de elementos probatérios. Resta claro, que desde 2014, com a criago do Relatério Técnico na DNISP, as Agéncias de Inteligéncia podem contribuir efetivamente no auxilic técnico (MARQUES, 1997, apud FERREIRA, 2017, p.93). “Os Servicas de Intelig€ncia podem servir como meio auxiliar no tacante a investigac3o criminal, podende ou no ser utilizadas no conjunto probatério, tadavia, comprometidas com 0 mesmo objetivo, qual seja, @ reducio e o combate & criminalidade”. (MELO, 2017, p. 68) www revistas pr govbiindex phplespcledicag-2-arigo-8 aia 24101202009:59 __-ACONTRAINTELIGENCIA COMO INSTRUMENTO DE PROTEGAO DAS INSTITUICOES POLICIAIS JUDICIARIAS | Revi Outro ponto que merece destaque € o fato da integracao de informacdes com outras instituigées, ois um dos meiores problemas vividos, pelas m2is diversas entidades do mundo, é considerer que a informacao tem dono, sendo que, 20 no compartilhar fragilizam-se as estrutures existentes, € estabelece um clima de desconfianca perene entre as Agéncias. (BRASIL, 2004, p.7-9) Sendo assim, concluisse que uma Cultura de Inteligncia entre os mais diversos setores das Unidades de Policia Juciciéria é imprescindivel para 0 pleno desenvolvimento da Seguranca Publico, visto que sem ela, a preocupaco com a protecic a informacgo sensivel e aos seus recursos humanos e materiais esteréo completamente 2 deriva, fragilizando-2 como um todo, pois sem uma base sélida de formaco e acompanhamento dificilmente se consequiré tracar as estratégias pare o desenvolvimento institucional e pare o enfrentamento da criminelidade organizada, que mantém um constante eperfeicoamento de suas acées ilicitas. CONCLUSAO: Entende-se que devido a uma constante mutabilidade nas acdes perpetradas pelas Organizacées Criminosas existentes no cenério global, &s quais buscando potencializar seus ganhos e expandir territ6rios, tem realizado seu desenvolvimento com base em planejamentos estratégicos, e de forma subsequente, utilizando de técnices operacionais de inteligéncia, como exemplo a compartimentacao das informacées, a utilizagao de disfarces e estdrias coberturas, a guerra psicolégica em aces de ssassinato de policiais e queima de transportes publicos, etc. E pacifico o entendimente que a Inteligéncia de Sequranca PUblice no Brasil esté muito aquém do estado da Arte, todavia o comprometimento das Instituigées em desenvolver ferramentas e mecanismos de combate 2 criminalidade merece especial atencao quanto as possibilidades que a Contrainteligéncia pode oferecer, Dentre o apresentado pode-se destacar o desenvolvimento do Plana de Seguranga Orgénica (PSO) nas Instituigdes Policiais Judicidries, utilizanco pare tal o estudo das viinerabilidades com base na Andlise de riscos existentes dentro de cada uma das unidades, Nao se trata de ume receita dnica, mes sim avaliar cada perspectiva de forma singular e @ partir de tel, tracer um panorama de protocolos 2 serem realizedos quando da necessidade. Além dos segmentos apresentados, é indiscutivel que pare se obter efetividade em matéria de seguranca publica faz-se necessério o desenvolvimento de ume Cultura de Inteligéncia em meio as InstituigGes e seus recursos humanos, advindo de uma formacéo inicial e continua, enraizada na matriz do individuo e evidenciade em seu cotidiano. Muito além da proteggo 20 conhecimento sensivel, esta Cultura de Intelig€ncia deve permitir que o Profissional de Seguranca Publica, utilize www revistas pr govbiindex phplespcledicag-2-arigo-8 15121 24/011202309:53___ACONTRAINTELIGENCIA COMO INSTRUMENTO DE PROTEGAO DAS INSTITUIGOES POLICIAIS JUDICIARIAS | Revs das medidas de contrainteligéncia no dia a dia, entendendo-e como um conjunto de acées, ou seja, tanto as individuais quanto as coletivas estao unissonas. Dest forma, concluisse que 2 Contrainteligéncia, em sua concepcao teleolégica, é uma ferramenta acesséria e primordial s Instituigées Policiais Jucicidrias, nao substituindo 2 responsabilidade ou funggo das mesmas, mas sim, como alida a fornecer suporte e conhecimentos que possam ser decisivos a fim de neutralizar a inteligéncia adversa advinde das ORCRIMS existentes, seja por meio da proteggo do conhecimento sensivel, de seus recursos humanos e de seus materiais, bem como no zelo a imagem publica que as Instituigées como um todo representam, Referéncias: ANDREATO, Danilo. Técnicas Especiais de Investigacao. Belo Horizonte: Arraes, 2013. ANGELICO, Fabiano. Lei de Acesso A informacéo ptiblica e seus possiveis Desdobramentos a accountability democratica no Brasil, So Paulo: FGV, 2012. BOBBIO, Norberto. Traducéo de Jodo Ferreira; revisdo técnica Gilson César Cardoso. As ideolagias e © poder em crise, Brasilia: Editora Universidade de Brasilia. 42 edica0, 1999, BRANDAO, Priscila Carlos. 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Rio de Janeiro: Revan, 2011. 1 E Mestrando do curso de Gestdo do Conhecimento nas Organizacdes pelo Centro Universitério de Maringé; pés-graduando do curso de Ciéncias Criminais pela Pontificia Universidade Catélica de Minas Gerais, Possui Especializaco em Inteligéncia Policial pela Faculdade Unyleya (2017), Especializa¢do em Neuropsicologia pela Faculdade Internacional De Curitiba. Possui Graduacdo em Direito pelas Faculdades Integradas Santa Cruz De Curitiba, Graduacao em Histéria pelo Centro Universitario Campos de Andrade, € Tutor do curso de Aspectos Juridicos da Atuacdo Policial da Secretaria Nacional de Seguranca PUblica desde o ano de 2018; Professor dos cursos de Formacéo da Escola Superior de Policia Civil do Parand desde o ano de 2017; Professor do curso de Pés- graduacéo da Escola Superior de Policia Civil desde o ano de 2018 e atualmente € Investigador de Policia pela Policia Civil do Parané. Enviar Submisséo Idioma English Portugués (Brasil) Informagées Para Leitores Para Autores Para Bibliotecarios Open Journal Systems www revistas pr govbiindex phplespcledicag-2-arigo-8 20124 2810112028 08:53 A CONTRAINTELIGENCIA COMO INSTRUMENTO DE PROTEGAO DAS INSTITUIGOES POLICIAIS JUDICIARIAS | Revs. Escola Superior de Policia Civil Rua Tamcios, 1200 - Porto - 80320-290 - Curitiba - PR. BRASIL, +5541 3270-1650 - Localizacao Platform & workflow by OJS/ PKP www revistas pr govbiindex phplespcledicag-2-arigo-8 21a

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