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Índice

1.Introdução......................................................................................................................................3

2. As Vogais (definição)...................................................................................................................4

2.1. Classificação das vogais............................................................................................................4

3. Grau de abertura das vogais.........................................................................................................5

4. Tipos vocálicos intermédios.........................................................................................................6

5. Vogais médias, neutras e centralizadas........................................................................................6

6. Vogais orais..................................................................................................................................6

7. Vogais tensas e vogais relaxadas..................................................................................................7

8. Vogais nasais................................................................................................................................7

9. Ditongo.........................................................................................................................................8

10. Duração das vogais.....................................................................................................................9

11. Conclusão.................................................................................................................................10

12. Bibliografia...............................................................................................................................11
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1.Introdução

O presente trabalho enquadra-se no âmbito da cadeira de Fonética e Fonologia da Língua


Portuguesa que estará focado em detalhar com minuciosidade o seguinte assunto: o processo de
derivação das vogais do Português. No desenrolar das abordagens que corporizaram este trabalho,
foram consultados vários autores, os quais só aqueles que trouxeram abordagens por nós
considerados fiáveis, foram levados avante. Numa fase inicial, traz-se a conceptualização da palavra
“vogal” de acordo com Martinet (2014), Mussalim & Bentes (2000). Ainda assim, esses autores
constarão em suas obras a classificação das vogais usando um quadro onde cuidadosamente,
indagam as suas regiões de articulação. Mais adiante, pretende-se de uma forma minuciosa tratar dos
seguintes subtemas: Grau de abertura das vogais, Tipos vocálicos intermédios, Vogais médias,
neutras e centralizadas, Vogais orais, Vogais tensas e vogais relaxadas, Vogais nasais, Glides,
Ditongos e, por fim, a Duração das vogais. No entanto, esses são os aspectos que irão corporizar o
presente trabalho. Se o predilecto leitor encontrar algumas ambiguidades ou duvidas durante a
leitura, convidamos-te a visitar a nossa ficha bibliográfica que esta, servirá de uma ponte que o
levara até as fontes originais.
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2. As Vogais (definição)

Martinet (2014, p.65) diz que no falar normal, as vogais são vozes repercutidas nas cavidades
formadas pelas partes superiores do canal expiratório. O autor prossegue dizendo que é
essencialmente o volume e a forma da cavidade bucal que conferem o timbre característico de
uma vogal.

Mussalim & Bentes (2000, p.127), acrescentam que na produção dos sons vocálicos, os
articuladores orais encontram-se de tal modo abertos que a corrente de ar, ao passar centralmente
pela cavidade oral, não encontrando obstáculo, não produz fricção. Na mesma senda, esses
autores dizem que tradicionalmente, do ponto de vista articulatório, os vocálicos têm sido
classificados com base nos movimentos da língua nos eixos vertical e horizontal, dentro da área
vocálica. Dessa forma, foram estabelecidos quatro níveis de altura, a partir da posição mais
fechada dos articuladores até a mais aberta, e três regiões articulatórias, com base no
deslocamento horizontal do estreitamento articulatório, dentro da área vocálica.

Seguindo esta linha de pensamento, pode se afirmar que do ponto de vista fonológico, as vogais
são sons produzidos através da vibração de cordas vocais sem alguma obstrução do ar quando
este passa pela cavidade bucal. As vogais são características por serem sons vozeadas, ou seja são
sons que criam uma vibração durante a sua pronuncia. Na pronuncia das vogais a ponta da língua
é sempre abaixada com as superfície da mesma de forma convexa.

Na língua portuguesa, são tradicionalmente conhecidas as letras /a/, /e/, /i/, /o/ e /u/ como sendo
as cinco letras vogais desta língua. Embora não esteja errado, a fonologia traz uma abordagem
mais detalhada do que se pode se considerar como vogal desta mesma língua. De lembrar que as
vogais fonológicas são resultados da transcrição destas vogais acima mencionadas.

2.1. Classificação das vogais

Mussalim & Bentes (2000, p.129) explicam que como as vogais também podem ser produzidas
com ou sem protrusão labial, podem ser classificadas com forme a posição dos lábios no
momento da sua produção (arredondadas e não-arredondadas). Portanto, na tabela abaixo
encontram-se estabelecidos os três parâmetros articulatórios de classificação para as vogais,
relacionando-os com os símbolos representantes das vogais correspondentes à articulação
analisada.
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Regiões Articulatórias

Anterior Central Posterior

I Y ɨ ᶶ ɯ u

E Ø Ǝ ɵ ɤ o

ɛ Œ
ᵄ ʌ ɔ

A Œ ɑ ɒ

Não-arredo. arredondada não- arredondada não-arredondada arredondada


arredondada

Para melhor compreensão do quadro acima temos a seguinte explanação: as vogais podem ser
encontradas na posição tônica no português brasileiro e na posição átona no português europeu.
As vogais tônicas no PB são: [i] -abacaxi; [e]- beleza; [ɛ]- belo; [a]- batata; [ɔ]- bola; [o]- bolo;
[u]- urubu. A vogal [ɐ] é, também, bastante frequente nesta variação do português, podendo
ocorrer nasalizada ou não (e.: cama; banana). Já no português europeu, na posição átona, é
bastante frequente a ocorrência da vogal [ə], denominada “schwa”, por exemplo, em palavras
como Leite; Algarve. A vogal representada como [y] corresponde ao “i arredondado” do francês,
grafada como u, por exemplo, em menu. Já a vogal [ɯ] ocorre em japonês, equivalendo a um “u

não-arredondado”. Os sons [ɨ] e [ᶶ] são recorrentes em algumas línguas indígenas brasileiras.
Mussalim, F. & Bentes, C. (2000, p.129-130)
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3. Grau de abertura das vogais

As vogais [i] e [u] são as mais fechadas, cada uma do seu tipo. Quando a abertura da boca é
superior à de [i] e de [u] e inferior à de [a], é possível distinguir entre uma vogal anterior e
retraída notada [e] (e do port. peso) e uma vogal posterior e arredondada notada [o] (o do port.
Costa). Podemos também encarar quatro graus diferentes de abertura vocálica supostos
equidistantes: um primeiro máximo, para [a], um segundo com uma anterior retraída notada [ɛ] (é
de maré) e uma posterior arredondada [ɔ] como em (o de bota), uma terceira com [e] como em (e
de mês), [o] ( ou mais especificamente o de avó), e quarto com [i] e [u] pode-se naturalmente
conceber uma infinidade no grau de abertura entre [a] por um lado, [i], [u] por outro lado. Para
descrever o inglês é útil um [œ] (em cat] mais aberto [ɛ] e [ɒ] (em not), mais abertos que [ɔ] e
outro menos aberto que [a]. Em francês, distingue-se tradicionalmente entre um [a] avançado em
(patte) notado [a] e um [a] de trás em (pâte) notado [ɒ].

4. Tipos vocálicos intermédios

O movimento da língua para diante pode combinar-se com o movimento para frente e o
arredondar dos lábios. Obtém-se assim a cavidade media situada a sua frente. O resultado, para o
mais fraco `grau de abertura, é notado [y] ou [u] (em u de pour), correspondente a [e] e [o] temos
a vogal notada [ø] ou [ö] (em fr. peu), e com grau de abertura de [ɔ] e [œ] (em fr. pour).

O movimento da língua para trás pode ser combinada com uma retração dos lábios. Obtém-se
neste uma cavidade media situada atrás. O resultado, para mais fraco grau de abertura é notado
[ɯ]; é a vogal notada i no Romeno mină «mão»; a vogal notada ă da mesma palavra é do mesmo
tipo correspondente a um grau abertura intermédio entre o de [ɯ] e o de [a].

5. Vogais médias, neutras e centralizadas

Além das vogais caracterizadas por articulações extremas (retração máxima, movimento máximo
para a frente, etc.), encontramos articulações médias de natureza diversa que podemos
caracterizar em referência àquelas que atrás foram descritas.
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6. Vogais orais

Mira [i], vela [ɛ], tola [o], tulha [u], pera [e] e bola [ɔ]

Para Gouveia (1996: p.175) a identificação de uma palavra faz-se num par de palavras mesmo
que exista nesta língua, desde que ao substituir o som por outro a palavra deixe de ter significado.

Nas palavras a seguir (talha/tilha) a primeira existe na língua portuguesa mas a segunda não
exista mas tendo se substituído a vogal [a] por [i], notou-se que o som soa naturalmente por
ambas serem orais e acentuadas.

O português europeu possui duas vogais que ocorrem em silabas átonas [ə] e [ɐ]. A vogal [ɐ]
possui uma distribuição complementar com [a] acentuada nas seguintes palavras:[ʹpartu] e
[pɐrʹtir]

/ə/ esta, está em distribuição complementar com [ɛ] e [e] em vogais acentuadas nas palavras
[ʹpɛlu], [ʹpelu] e [pəʹlar]. Estes sons são portanto alofones. Por alofones entende-se como sendo
diferentes realizações ou representações de um fonema.

Livro [i]; Pedro [e]; terra [ɛ]; gola[ɔ]; poço [o]; pular [u] e secar [ə]

7. Vogais tensas e vogais relaxadas ( ADOLFO)

Dependendo de como a língua articula uma vogal, com grande tensão ou com suavidade, a vogal
é chamada de tensa ou suave. Entretanto, através disto que resulta a diferença essencial no fr. as
palavras sic e soute que apresentam as vogais tensas [i] e [u] e na língua inglesa as palavras sick e
shoot que apresentam vogais relaxadas [ı] e [U].

Martinet (2014, p.68) advoga que a vogal relaxada sugere de facto de um timbre mais aberto,
ainda acrescenta dizendo que uma pessoa pouco prevenida pode confundir o [ı] com [e], e o [U]
com [o].
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As vogais tensas exigem uma articulação com tensão durante a pronuncia da palavra nela contida
ou durante a pronuncia da mesma vogal, já para as vogais relaxadas a articulação da língua é
mais suave.

8. Vogais nasais

Pinte [ĩ], pente [ẽ], mando [ã] e mundo [ũ]

As palavras acima mencionadas, diferentes de outras que as suas vogais são pronunciadas graças
ao ar que vem dos pulmões passando pelo véu palatino elevado, as suas vogais requerem o
abaixamento do véu palatino, deixando o ar escapar pelo nariz. O escapamento deste ar pelas
fossas nasais acrescenta-lhes mais ressonâncias nasais particulares. Através das palavras acima
pode se deduzir que as consoantes nasais também podem influenciar na nasalização das vogais
que as antecedem ou mesmo se for a vogal sendo antecedida, em caso dos ditongos.

Pinto [ĩ]; dente [ẽ]; canto [ᾶ]; ponte [õ] e fundo [ũ].

Glides- também chamadas de semivogais, são sons que foneticamente não são vogais mas
também não se comportam com consoantes, e os seus sons estão mais próximo ao das vogais em
detrimento das consoantes. Os glides que também são chamados de semivogais, juntam-se às
vogais para formar um ditongo. Ditongo, é uma combinação de dois sons vocálicos numa única
palavra. As vogais em glides nunca recebem acento tónico. As glides que se juntam as vogais
são: [j] e [w] em pai [paj] em pau [paw].

A nasalização das glides em ditongos ocorrem por influência da vogal anterior. Por vezes, esta
modificação também pode ocorrer se a consoante antes do ditongo for nasal. Em mãe [mɐj]̃ e pão
[paw̃]

9. Ditongo ()

De forma mais simples os ditongos são definidos com o sendo vogais que mudam de qualidade
durante a sua produção. Geralmente a qualidade das vogais mantem durante um certo tempo, uma
qualidade constante com variações pouco perceptíveis em seu início e no final. Já para aos
ditongos, a articulação parte de um ponto e se dirige ao outro. Estas variação que os ditongos
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sofrem nos canais vocálicos não notadas pelos ouvidos hum anos sem o uso de algum aparelho
especial para tal.

Pai [pae], [pai] ou [paɛ] e teu [tɛɔ], [tɛu] ou [tɛo]

Mussalim (2000: p.130) afirma que muitas línguas, sobretudo as indo-européias, formam
ditongos partindo ou chegando a uma articulação alta, fechada. É por essa razão que, nessas
línguas, os ditongos começam ou acabam com qualidades [i] ou [u].

A afirmação feita por Mussalim não pode ser generalizada se levarmos em consideração o ponto
de vista fonético, na língua portuguesa por exemplo certas palavras podem ter um início e fim em
ditongos de articulação não alta e fechada.

Pai [paı], [pae] ou [paɛ]. Céu [seʊ], [sɛo] ou [sɛɔ]

10. Duração das vogais

As vogais podem ser consideradas curtas ou longas dependendo da sua duração ou breves. E, a
duração de uma vogal depende muito do contexto, certos segmentos vocálicos podem se
diferenciar apenas na sua duração. Se a duração da vogal for sensível, diz-se que a duração desta
vogal é longa.

Fromkin (1993) diz que uma vez que as vogais de maior duração são previsíveis, a duração da
vogal não e fonémica.

E ainda acrescenta dizendo que: em algumas línguas, porém, a duração da vogal não é previsível
e o facto de ser longa ou breve pode ser decisivo para a determinação da palavra.

[bi:ru] cerveja e [biru] edifício.

Na língua francesa por exemplo, a vogal de maitre tem a duração mais longa que a de mettre; a
primeira tem um som que pode notar-se como [ɐʹ], [ɛ] ou [ɛ]̃ enquanto que a segunda poderá
notar-se [ɛ]. As vogais longas estão expostas aos ditongos, ou seja, na transcrição fonética pode
apresentar-se por duas vogais, logo, durante produção das vogais longas ocorrem variações nos
canais vocálicos. Na língua inglesa por exemplo, encontramos os notados [Ii] e [ei] nas palavras
feed e fake.
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11. Conclusão

Chegado a este ponto, não nos resta mais nada senão reconhecer que todo aquele que deseja bem
articular e pronunciar as palavras, terá de submeter-se ao estudo detalhado das vogais e, dos
aspectos que os circundam. Para a produção desses sons vocálicos, é indispensável que o falante
já nasça com a predisposição dos órgãos articuladores.
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12. Bibliografia

Fromkin, V. & Rodman, R. (1993). Introdução à linguagem. (3ª ed.). Coimbra: Almedina

Gouveia, c et al. (1996). Introdução à linguística geral e do português. (2ª ed.). Lisboa: Caminho

Martinet, A. (2014). Elementos de linguística geral. Lisboa: Clássica editora

Martins. M (1988). Ouvir falar: Introdução à fonética e fonologia do português. (4ª ed.). Lisboa:
Caminho

Mussalim, F. & Bentes, C. (2000). Introdução à linguística 1: Domínios e fronteiras. (5ª ed.).
São Paulo: Cortez editora

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