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Imperialismo e neocolonialismos

na África e na Ásia
Com a Revolução Industrial, iniciada no século XVIII, houve competição e rivalidade
entre nações europeias por terras a serem conquistadas. Regiões do globo passaram a
ser exploradas e divididas entre os europeus, especialmente na África e na Ásia. A história
dos países da Ásia é bastante complexa aos nossos olhos. Embora não seja objetivo co-
nhecer a história dos países desses continentes em sua real complexidade, é importante
apreender algumas noções gerais que se conectam à história ocidental.

O imperialismo e os estados fragmentados


O imperialismo foi um conjunto de medidas tomadas por Estados europeus que visa-
vam ampliar seus domínios fora do continente para expandir seu mercado consumidor e
sua zona de influência. Isso os tornaria internacionalmente mais poderosos do que seus
vizinhos.

Tais medidas seriam a ocupação militar de territórios, a extração de matérias-primas


e o estabelecimento de uma rede de compra e venda de produtos industrializados na
Europa. Assim, durante os séculos XIX e XX, ocorreu a influência política e econômica
das nações europeias sobre as africanas e asiáticas, ao que se chama imperialismo, e a
imposição de padrões culturais e civilizacionais europeus a essas comunidades, o que se
chama de neocolonialismo.

A principal causa da expansão imperialista do século XIX foi a necessidade que os


países industrializados – como Inglaterra, França e Bélgica – tinham de conseguir novos
mercados consumidores de produtos e fornecedores de matérias-primas para ampliar
suas vendas e seu poder frente aos demais Estados. Esse tipo de concorrência teve início
no século XIX e se estendeu até o XX. Foi esse processo que levou à partilha dos conti-
nentes africano e asiático por parte dos europeus.

Outro fator que impulsionou a política imperialista foi a necessidade de aplicação dos
capitais excedentes da economia industrial e da obtenção de bases estratégicas visando
à segurança do comércio marítimo nacional. Além disso, a população europeia, em espe-
cial a urbana, havia crescido muito, o que obrigava os países a conseguir lugares para os
quais essas pessoas pudessem ser deslocadas buscando, supostamente, diminuir alguns
problemas sociais e abrir mercados fora da Europa.

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Diante desses problemas, a solução adotada pelos países foi a ocupação de terras na
África e na Ásia, ou seja, uma dominação direta, feita por meio da guerra. O continente
americano também foi alvo dessa prática, porém de forma diferente, pois não houve a
ocupação territorial, mas sim a influência econômica e cultural dos países industrializa-
dos. Banqueiros e industriais, unidos pelo apoio dado pelo governo, lançaram-se à corrida
por colônias. Nascia o imperialismo, ou seja, a dominação de lugares não industrializados
pelos países industrializados.

As bases dos ideais imperialistas


Essa política colonizadora imperialista foi implementada pela força, embora disfarçada de
ideais que a justificassem. Os colonizadores se diziam portadores de uma “missão civiliza-
dora humanitária, filantrópica e cultural”, já que abandonaram o conforto da metrópole para
“melhorar” as condições de vida das regiões para as quais se dirigiam. Como os povos a ser
dominados eram considerados “inferiores” aos europeus, a “melhora” na vida deles viria por
meio da sua inclusão no mundo dito civilizado.

A dominação era realizada pela administração direta (ocupação dos principais cargos
governamentais por agentes metropolitanos) ou indireta (por meio de alianças com as
elites locais).

Em ambas as formas, o que se esperava – e se obteve – era a exploração de terras e de


mão de obra e o controle da produção e do consumo.

É possível acrescentar ainda razões de cunho ideológico, como as teorias pseudocientí-


ficas, oriundas da eugenia e de uma certa leitura da teoria da seleção natural das espécies,
de Darwin – Darwinismo Social. Tais teorias defendem a “superioridade racial” do homem
branco, que deveria levar aos “povos inferiores” seus conhecimentos técnicos e científicos ou,
até mesmo, sua religião, como sendo a do “povo escolhido” por Deus. A superioridade racial
justificaria o domínio dos autodenominados “povos adiantados”, reforçando as ideias e as
práticas racistas.

Em resumo, do ponto de vista ideológico, o imperialismo foi justificado por uma teoria ra-
cista, que julgava que os povos asiáticos e, principalmente, africanos, não poderiam, sozinhos,
atingir o progresso e o desenvolvimento, cabendo ao europeu levar-lhes essa possibilidade.
Portanto, usava-se a desculpa de estar levando indústrias, ferrovias, trabalho, missões cientí-
ficas, modernidade, quando o que acontecia de fato era a exploração das riquezas naturais, da
mão de obra barata, da matéria-prima e das economias locais para o empréstimo de grandes
quantias de dinheiro na busca do lucro por meio do pagamento de juros.

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O imperialismo na África

Reprodução
As únicas ocupações europeias existentes na África até o início do século XIX limi-
tavam-se às regiões litorâneas de Angola e Guiné, na Costa Atlântica, e Moçambique,
na Costa Índica, que eram ocupadas por Portugal desde o século XVI. Outra região com
presença de europeus era o Cabo, ao sul do continente, constituído de uma colônia de
protestantes holandeses, conhecidos como bôeres, e que foi ocupado pelos ingleses em
1806 devido ao seu valor estratégico.

Iniciada a partir da segunda metade do século XIX, a conquista e a partilha da África


atingiram seu ponto máximo na Conferência de Berlim, da qual participaram 14 países
europeus, os Estados Unidos e a Rússia. Com o objetivo de delimitar fronteiras coloniais a
serem seguidas pelas potências colonizadoras – que nada tinham a ver com as fronteiras
culturais dos continentes –, a Conferência se viu diante de um grande problema: eliminar
as divergências entre os países que, impulsionados por suas ambições, não chegavam a
um acordo.

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Em consequência da divisão territorial estabelecida em Berlim, nações e reinos afri-
canos inimigos foram deixados no mesmo território, o que gerou constantes conflitos, ou
separaram nações-irmãs. A França, presente na África desde 1830, dominava a Argélia, a
Tunísia, o Sudão, a Ilha de Madagascar e a Somália Francesa. A Inglaterra, liderando o im-
perialismo, realizou o domínio vertical do continente desde o Mar Mediterrâneo (ao norte)
até o antigo Cabo da Boa Esperança (no extremo sul da África).

Wikipedia.org
Conferência de Berlim. Pintura de Anton von Werner, 1881.

Contribuindo para a supremacia britânica no norte africano, destacou-se o primeiro-


-ministro inglês Benjamim Disraeli e sua atuação. Ele obteve o Canal de Suez, que ligava o
Mar Mediterrâneo ao Mar Vermelho, cujo controle era originalmente francês e egípcio. Em
1875, as ações pertencentes ao governo egípcio foram compradas por Disraeli, passando
o Canal de Suez – e, na prática, todo o Egito – a ter dupla administração: dos franceses e
dos ingleses.

Esse domínio durou até 1904, quando os franceses concordaram em abandonar o


Egito, recebendo em troca o apoio inglês para a conquista do Marrocos. Alemanha e Itália,
países que só se unificaram em 1870, empenharam-se tardiamente na partilha colonial
africana, restando-lhes regiões de menor expressão. A Alemanha conquistou Camarões
(atual República dos Camarões), o sudeste e o oriente da África, enquanto a Itália tomou
o litoral da Líbia e a Somália. A África tornou-se fornecedora de cacau, borracha, tabaco,
sisal, cobre, ouro e pedras preciosas da Europa e consumidora de produtos manufatura-
dos europeus.

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As diferenças entre o
colonialismo e o neocolonialismo
Repare que há algumas diferenças marcantes entre o colonialismo do século XVI (ex-
pansão marítima) e o neocolonialismo do século XIX (imperialismo):

Diferenças Século XVI Século XIX


Alvo territorial principal Américas África e Ásia

Principal fonte de lucro


Metais preciosos Produtos industrializados
motivadora do avanço
Principal agente
Empresas privadas /
colonizador Estado absolutista
Estado
no país dominador
Levar a fé aos infiéis
(nesse momento a
dominação e a exploração
Pretexto utilizado para
eram feitas de forma Missão civilizatória
disfarçar a exploração
mais explícita, sem
a preocupação de
justificativas)

O imperialismo na Índia
A primeira presença de europeus na Índia se deu com o português Vasco da Gama,
em 1498, seguido no século XVI por holandeses, franceses e ingleses. Porém, o predomí-
nio sobre a região ficou com a Inglaterra, que, em 1763, começou a dominá-la, manten-
do-se ali até 1947.

As riquezas desse continente sempre fascinaram os ocidentais. Desde o século XVIII,


a Índia já representava um importante mercado para os tecidos de algodão e para a me-
talurgia britânica. A partir de 1848, os ingleses intensificaram seu controle e quase a to-
talidade do território estava submetida à Companhia das Índias Orientais britânica, que
controlava a região por meio de alianças políticas e militares com os príncipes locais, im-
pondo à Índia uma administração britânica, com a construção de estradas e a organização
de missões políticas e religiosas.

A introdução de uma nova estrutura econômica afetou profundamente os costumes


locais e destruiu a tradicional indústria têxtil indiana, que não tinha condições de concorrer

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com a produção inglesa de tecidos de algodão. Entretanto, a crescente presença britânica
despertou nos indianos o espírito nacionalista, que aliou príncipes de diferentes locais a
soldados muçulmanos e hindus. Foi essa vontade de lutar por seu país e sua tradição que
os levou a um levante popular contra a Inglaterra, conhecido como a Guerra dos Cipaios,
em 1857. Porém, as rebeliões foram sufocadas, em 1859, pelo poderio militar inglês; a
Índia deixou de ser apenas um protetorado da Inglaterra e foi transformada em colônia
britânica sob o governo do vice-rei de Calcutá.

A revolta foi suprimida, mas possibilitou a participação dos nativos na administração


de seu país. Após a consolidação do domínio inglês no século XIX, a Índia tornou-se um
importante mercado produtor de algodão para as indústrias da Inglaterra, ao mesmo tem-
po em que se tornou um grande importador de tecidos de lá. Em 1876, o primeiro-minis-
tro Disraeli transformou a Índia em área do Império Britânico. A Rainha Vitória foi coroada
com o título de imperatriz da Índia ao lado de um vice-rei indiano.

A colonização inglesa tinha as seguintes características gerais: liberalismo econômico,


empenho na busca da libertação dos escravizados – primeiro com a proibição do tráfico
em 1807 e depois com a abolição, propriamente dita, em 1833; e autonomia em colônias
onde predominava a população branca, como o Canadá.

O imperialismo na China
Em meados do século XIX, a China representava um atraente mercado consumidor,
com cerca de 400 milhões de habitantes. Além disso, era um grande país fornecedor de
artigos de luxo, muito cobiçados pelos ocidentais, como seda, chá e porcelana. Mesmo
muito visados pelos países europeus, os chineses não tinham o menor interesse em co-
mercializar com eles, pois os julgavam atrasados e sem nenhum produto que pudesse
lhes interessar.

Com uma cultura milenar, economia essencialmente agrícola e sob um governo cons-
tantemente em crise, acabou subjugada pelas potências imperialistas quando estas des-
cobriram um produto cujo consumo poderia ser incentivado entre a população chinesa: o
ópio. Conhecendo os males que provocava o uso do ópio na população, o governo chinês
proibiu o seu comércio e combateu severamente o contrabando.

O consumo de ópio era proibido em vários países, inclusive na Inglaterra. Um conflito


foi gerado quando as autoridades chinesas obrigaram um representante britânico a en-

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tregar cerca de 20 mil caixas de ópio, as quais, em seguida, foram jogadas ao mar. A Ingla-
terra exigiu dos chineses uma indenização pelas perdas, acusando-os de desacatar sua
autoridade e bloquear o livre-comércio na região. Como a indenização não foi paga, teve
início a Guerra do Ópio (1839-42 e 1856-60). A China, apesar de ser vista pelo restante
do mundo como uma fortaleza, foi derrotada e obrigada a assinar o Tratado de Nanquim
em 1842, que estipulava a abertura de cinco de seus portos ao livre-comércio, a abolição
do sistema fiscalizador e a entrega da ilha de Hong Kong à Inglaterra.

O caso japonês
A Revolução Meiji (1868) promoveu uma transformação capitalista importante para a
economia japonesa. Rompia-se com o fechamento econômico de modelo agrário (seme-
lhante ao feudalismo europeu), modernizando e industrializando o país.

Entre 1192 e 1867, o Japão foi governado por um líder militar chamado xogum, em
um sistema denominado Xogunato. O país era dividido em feudos, cada qual governado
por um daimyo (equivalente ao senhor feudal europeu), e estes respondiam ao xogum.
Apesar de esse sistema prevalecer, ainda existia a figura do imperador, que não reunia
poderes de governo, mas possuía importante função religiosa, cultural e tradicional. A Re-
volução Meiji foi o resultado de uma guerra civil entre duas facções de samurais (nobres
militares) diferentes: a dos monarquistas, que queriam restaurar o poder do imperador e
modernizar o Japão, e a do xogunato, que lutavam para manter o modelo existente. Com
a vitória dos monarquistas, o imperador recuperou seu poder político e reorganizou a es-
trutura do Estado e do sistema de governo, abrindo a nação ao comércio internacional e
dando início ao processo de ocidentalização do Japão.

O Japão passou a ter a economia mais aberta ao Ocidente, porém o Estado japonês
não perdeu o controle como aconteceu na China.

Ao contrário, o processo de abertura promoveu a concentração da riqueza e o contro-


le dela nas mãos dos próprios japoneses. As antigas oligarquias rurais (os daimiôs, ricas
famílias donas de terras) passaram a controlar ricos conglomerados monopolistas e capi-
talistas conhecidos como Zaibatsu.

Com a Revolução Meiji, que, na realidade, não promoveu grandes transformações na


vida do pobre japonês, mas sim na economia e na política do país, o Japão criou univer-
sidades, indústrias, aumentou o comércio, criou um parlamento e instaurou uma monar-
quia parlamentarista com uma Constituição, em 1889.

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O pequeno mercado interno impôs a necessidade de busca de mercados externos e
uma política internacional agressiva, iniciada com a guerra contra a China (1894-95), que
proporcionou enorme indenização ao Japão. O mesmo aconteceu após a guerra contra a
Rússia (1904-1905). A presença imperialista do Japão na Ásia será um dos fatores fun-
damentais para compreensão da Primeira Guerra Mundial.

Consequências da expansão imperialista


Sempre que um país é subjugado por outro e tem suas crenças, sua unidade política
e, principalmente, a liberdade de seu povo censuradas, esse processo não ocorre sem
causar efeitos. Todavia, quais foram as consequências da expansão imperialista do século
XIX? Para as potências, a expansão imperialista resultou em enormes lucros e resolveu
parcialmente suas crises de mercado e superpopulação, além de intensificar seus proces-
sos de desenvolvimento.

Conseguiu, ainda, diminuir as divergências políticas e as lutas sociais internas, embora


tenha também acirrado as disputas internacionais, conduzindo posteriormente o mundo
à Primeira Guerra Mundial. Para a maioria dos colonizados, restaram ou a resistência ou
a submissão. Em seus países, o imperialismo gerou grande desestruturação econômica
e social, levou-os à fome e às lutas nacionalistas. Foi ao longo desse período neocolonial
que se originaram as segregações racial e social, base de muitas das dificuldades, lutas e
conflitos que afligiram o mundo no século XX.

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#Conceitos

Quais conceitos-chave ou ideias do capítulo você considera importantes?

Sintetize e organize suas ideias




#Desafios

Que ideias e posicionamentos do capítulo intrigaram ou desafiaram você?

#Consolidando a aprendizagem


#Conexões

Que conexões você pode fazer entre o capítulo e os conhecimentos que possui?

#Mudanças

Quais mudanças de pensamento ou atitude o capítulo provocou em você?

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Escolha uma ideia principal para dar destaque no centro do seu mapa men-
tal. A partir dela, desenhe setas para relacionar outros tópicos importantes utili-
Organize ideias de forma simples e lógica

zando palavras-chave. Para cada grupo de ideias, utilize cores e desenhos para
ajudar a organizar seu pensamento.

Sugestões de algumas palavras para relacionar no seu mapa mental: impe-


rialismo, neocolonialismo, contexto europeu, justificativas, missão civiliza-
tória, darwinismo social, partilha da África e da Ásia, conflitos imperialistas,
caso japonês, diferenças entre o colonialismo e o neocolonialismo.
Mapa mental •

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Pratique suas ideias

As questões a seguir foram retiradas da seção


Pratique, do Geekie One. Acesse o QR Code
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e treinar sem medo de errar! geekie.one/GQGU

1. (Unesp) A África só começou a ser ocupada pelas potências europeias exatamente


quando a América se tornou independente, quando o antigo sistema colonial ruiu,
dando lugar a outras formas de enriquecimento e desenvolvimento das economias
mais dinâmicas, que se industrializavam e ampliavam seus mercados consumido-
res. Nesse momento foi criado um novo tipo de colonialismo, implantado na África a
partir do final do século XIX. [...]

MELLO E SOUZA, Marina. África e Brasil africano. São Paulo: Ática, 2007.

O “novo tipo de colonialismo”, mencionado no texto, tem, entre suas características:

a) a busca de fontes de energia e de matérias-primas pelas potências europeias,


associada à realização de expedições científicas de exploração do continente
africano.

b) a tentativa das potências europeias de reduzir a hegemonia norte-americana


no comércio internacional e retomar posição de liderança na economia mun-
dial.

c) o esforço de criação de um mercado consumidor global, sem hierarquia política


ou prevalecimento comercial de um país ou continente sobre os demais.

d) a aquisição de escravizados pelos mercadores africanos, para ampliar a mão de


obra disponível nas colônias remanescentes na América e em ilhas do Oceano
Pacífico.

e) o estabelecimento de alianças políticas entre líderes europeus e africanos, que


favorecessem o avanço militar dos países do Ocidente europeu na Primeira
Guerra Mundial.

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2. A força avassaladora desse movimento de mercadorias, dinheiro, armas e população
europeia para o domínio de vastas áreas territoriais em todas as partes do mundo
foi de tal proporção que ainda hoje estamos acostumados a definir este período da
história contemporânea, que se estende de 1870 a 1914, como o período do impe-
rialismo. […] No entanto, nada mais equivocado do que utilizar o termo imperialis-
mo como sinônimo de construção de impérios, porque, para que este termo tivesse
alguma correspondência com a realidade, seria necessário que a nação promotora
desse império estendesse as suas leis e suas instituições aos territórios anexados e
tornasse os povos dessas regiões tão iguais em direitos quanto aqueles que vivem
no território da nação-mãe.

DECCA, Edgar de. O colonialismo como glória do império. In: REIS FILHO, Daniel Aarão;
FERREIRA, Jorge; ZENHA, Celeste (org.). O século XX: o tempo das certezas. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2000. p. 157.


De acordo com o texto, a ideia de construção de impérios seria imprecisa para re-
presentar a realidade geopolítica do período que se estende de 1870 a 1914, porque
essa política imperialista estava associada à prática da:

a) formação de blocos multinacionais para somar forças na conquista de territó-


rios e mercados.

b) incorporação de valores culturais originários dos povos conquistados pela na-


ção conquistadora.

c) expansão de direitos políticos e sociais, legislação e instituições sociais para os


territórios incorporados.

d) diminuição das trocas econômicas entre os países, em virtude do recrudesci-


mento da produção de bens e serviços.

e) subjugação cultural e militar das populações incorporadas e negação da ex-


pansão de direitos e instituições.

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