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O brincar e psicoterapia

• Diferentemente dos adultos que costumam se


expressar verbalmente na psicoterapia, as
crianças necessitam de recursos mais lúdicos para
que consigam transmitir seus reais sentimentos
(frustração, medo, tristeza, alegria, etc.). Desse
modo, o brincar é considerado o meio mais
comum da criança projetar ações que fazem
parte do seu ser, logo, acaba tornando-se o
instrumento de linguagem e conexão dela com o
terapeuta (OAKLANDER, 1980; LIMA; LIMA,
2015).
• O ato de brincar é uma das atividades realizadas pela criança, a qual
é fundamental para o seu desenvolvimento (BERNARDI, 2016). É
através dos jogos e brincadeiras que a criança cria um mundo
imaginário, onde, para ela tudo é real, as histórias, os personagens,
pois o que mais importa é a diversão. O brincar contribui para o
processo de ensino-aprendizagem da criança. É através da
brincadeira que a criança desenvolve a sua criatividade, aprende a
respeitar o outro, aprende a ganhar, perder e empatar, controla
seus impulsos sabendo esperar a sua vez de jogar, desenvolve a sua
autonomia, aprende a lidar com seus medos, angústias e conflitos
existenciais. É também no brincar que a criança passa a conhecer a
si mesma, desenvolvendo o seu conhecimento, a aprendizagem e a
socialização através do contato com os outros (BERNARDI, 2016).
• Diante disso, um dos recursos a serem
primordialmente pensados é o ambiente. O local
onde será realizado o atendimento infantil deve
trazer conforto, segurança e liberdade, para
tanto, deverá obter espaço, claridade e cuidado
com a privacidade (sala acústica). Assim sendo,
estes aspectos se mostram relevantes por
trazerem à criança condições facilitadoras para
que elas expressem quem realmente são no
processo terapêutico (BRANCO, 2001).
• Existem duas formas de se realizar a ludoterapia,
ela pode ser realizada de forma diretiva ou não-
diretiva. Na forma diretiva o terapeuta irá
conduzir a sessão escolhendo os brinquedos e os
assuntos os quais serão abordados com a criança
de acordo com o que já foi repassado para ele
nas sessões anteriores. Já na ludoterapia não-
diretiva o terapeuta apenas acompanha a criança
em suas escolhas, observando o comportamento
da criança em relação ao que ela irá fazer durante
a sessão
• Oaklander (1980) destaca que existem muitos
instrumentos destinados para este público em
situação terapêutica, contudo, eles não podem
ser cristalizados e usados para um determinado
fim, pois o profissional deve entender que o
sujeito é singular e, logo, trará comportamentos
peculiares e dignos de uma sessão imprevisível.
Portanto, psicoterapia é uma arte e deve-se
combinar conhecimento, preparo, experiência,
sentido intuitivo e criativo, bem como gostar de
criança para trabalhar com elas.
• É presente a dificuldade de se estabelecer
uma aliança de compromisso e parceria com
os responsáveis e os outros membros
significativos da rede social do cliente.
Segundo os autores, o progresso terapêutico
da criança fica, por vezes, estagnado o
comprometido por questões particulares dos
pais.
• Quanto ao encerramento da psicoterapia infantil, Oaklander (1980)
elucida que, em muitos casos, as crianças não devem permanecer
por muito tempo em terapia. Segundo a autora, as crianças não
possuem muitas camadas de problemas inacabados ou acumulados
como se verifica com os adultos.
• Outro aspecto relevante refere-se ao fato de que a criança precisa
ser preparada para o encerramento da terapia, pois esta não pode
ocorrer de forma abrupta. Embora cada terapeuta ajude o cliente a
adquirir o máximo possível de independência e autossustentação,
certamente, são estabelecidos vínculos afetivos mútuos, que
devem ser bem trabalhados durante o encerramento final.
• algumas crianças precisam ter uma segurança de que poderão
retornar ao processo terapêutico caso sintam necessidade (se isto
for realmente possível e necessário).

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