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O Embranquecimento de Maria Firmina Dos Reis
O Embranquecimento de Maria Firmina Dos Reis
Maria Firmina dos Reis, considerada a primeira romancista brasileira, não deixou fotografias, desenhos ou pinturas. As feições
da escritora são totalmente desconhecidas. Sem rosto, Firmina passou a ser confundida com outras escritoras
brasileira, como a gaúcha Maria Benedita Bormann e a potiguar Auta de Souza.
Não se sabe ao certo a origem dos equívocos. Entretanto o rosto de Maria Firmina continua sendo divulgado de forma
errônea e distorcida, tanto em ambientes físicos, como em virtuais.
O que se sabe das feições de Maria Firmina dos Reis vem dos
depoimentos da filha adotiva da escritora, Nhazinha Goulart, e
de Eurídice Barbosa, aluna de Maria Firmina no povoado
Maçaricó, Guimarães. As discrições de ambas foram
registradas no livro Maria Firmina: fragmentos de uma vida, do
escritor Nascimento Morais Filho.
“Nenhum retrato deixou Maria Firmina dos Reis. Mas estão acordes os traços desse retrato falado dos que a
conheceram ao andar pelas casas dos 85 anos. Rosto arredondado, cabelo crespo, grisalho, fino, curto, amarrado na
altura da nuca; olhos castanho-escuros, nariz curto e grosso; lábios finos; mãos e pés pequenos, meã (1,58, pouco
mais ou menos), morena”, escreveu Nascimento Morais.
“A imagem de uma mulher de perfil criada para ilustrar o rosto da maranhense, no entanto, pouco dialoga com a
descrição contida no retrato falado coletado por Nascimento Morais Filho, aproximando-se muito mais de uma
mulher branca qualquer do que de uma escritora negra”, declarou Rafael Balseiro Zin.
Em outubro de 2019 o Google Doodle através de ilustrações fez uma homenagem à escritora. Além dessa, outras
ilustrações ganharam as redes, como a de Nina Millen publicada no jornal O Globo e a ilustração de Wal Paixão,
feita no aniversário de 198 anos da romancista.
Em 1975, foi instalado na Praça do Panteon, São Luís, um busto de Maria Firmina feito pelo artesão Flory Gama. A
escultura foi baseada nos relatos feitos por Nascimento Morais Filho, Nhazinha Goulart e Eurídice Barbosa.
Atualmente a obra se encontra no Museu Histórico e Artístico do Maranhão, em São Luís.
(https://omara.com.br/2021/03/28/embranquecimento-de-maria-firmina-dos-reis/)