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jusbrasil.com.br 27 de Maio de 2023 Direito dos Autistas na inclusao do ensino superior RESUMO A pesquisa em questao possui 0 objetivo de mostrar a inclusao do autista na sociedade, com foco na faculdade. Demonstrando seus direitos como cidadao, de frequentar escola superior como qualquer outro estudante, respeitando suas limitacées e diferen- cas. Para que tais direitos sejam respeitados, mister se faz que a universidade seja organizada para atender as necessidades dos mesmos. Neste sentido, este artigo mostra que as acées sociais juntamente com as legislacées voltadas para os deficientes, re- presentam um grande passo da sociedade em busca da igual- dade, para que seja proporcionado para todos uma educaciio de qualidade. Palavras Chave: Inclusao. Autismo. Educagao. 1 INTRODUCAO O presente artigo trata da inclusao do portador de necessidades especiais ao sistema regular de ensino, exprimindo o histérico da educacio especial, focando na legislacio que ampara as ne- cessidades destas pessoas, o assistencialismo e da inclusao no ambito escolar regular. Inclusao é dar suporte aos autistas na sociedade, sendo necessario dar-lhes condigdes para que possa desenvolver-se como todas outras pessoas. Nos tltimos anos um tema tem sido muito recorrente nas me- dias sociais, nas telecomunicagdes ¢ jornais, o autismo. A Constituigao Federal em seu artigo 5° em complemento com a Lei 12.764 de 2012 em seu artigo 3° inciso IV, alinea (a), todo brasileiro, inclusive os autistas tém o direito a educagio, todos iguais perante a lei. Cabe salientar que a sociedade Brasileira tem progredido muito em relages a criagéo e em sancionar leis como essas ditas acima além de usar como apoio e assisténcia outras leis como 0 ECA (Estatuto da Crianca e do Adolescente) e outras leis do de- ficiente, que na minha humilde opiniao, creio que o autismo é apenas uma situacao diferenciado do modelo de cidadao co- mum, cidadio especial apenas. O importante é que com essa lei especifica aos autistas o qual é nova, tendo apenas alguns anos de vigéncia até o momento, de- monstra uma luta na inclusao. Em um primeiro momento, para compreender a incluso, é ne- cessario abordar a exclusao social, visto que a inclusaéo é uma consequéncia. A educagao especial no Brasil criou o atendi- mento educacional especializado —- (AEE) que tem como obje- tivo promover as habilidades extracurriculares nos ensinos re- gulares inclusivos, provocando mudancas no ensino comum com auxilio da Sala de Recursos Multifuncionais, de uma forma que seja possivel promover uma educacio para todos. A constituigao de unidades de ensino com estrutura para con- templar a necessidade de todos, respeitando o principio da igualdade, foi amplamente discutida em diversos documentos legais, como a Declaragéo de Salamanca (Espanha, 1994), De- clarago Mundial Sobre Educagao para Todos (UNESCO, 1990), a Lei 9.394/96 (BRASIL, 1996), a, Convencao dos Direitos das Pessoas com Deficiéncia, incorporada a Constituicio como De- creto Legislativo n° 186/2008 (BRASIL, 2008), além da propria Constituigao Federal de 1988 (BRASIL, 1988). A inclusao é uma tarefa dificil, posto as individualidades de cada pessoa, porém é necessdrio que a sociedade busque formas de mudar esta realidade. E benéfico para todos os alunos que nas classes do ensino co- mum possuam estudantes portadores de deficiéncia, porque é a partir destes contatos que os mesmos irao aprender as diferen- cas, limitagdes e potencialidades de cada um, sendo vantajoso para vida de todos. O que se espera desta integragao, é o que normalmente ocorre quando um portador de necessidades especiais frequenta a soci- edade, todos compreendem que esta pessoa possui potencial como qualquer outra. 2 AHISTORIA DO TEA No inicio do século XX, o nome autista foi citado por Eugen Bleuler e Leo Kanner, ambos psiquiatras. Aquele usa esse termo citado para descrever um grupo relacionado a esquizofrenia e este publicou uma obra que relatava sobre um isolamento ex- tremo e vontade obsessivo pela monotonia, denominadas com o transtorno do espectro autista (TEA). Em 1944, Hans Asperger , outro psiquiatra e pesquisador aus- triaco estudou e publicou o artigo : “A psicopatia autista na in- fancia” , onde ocorria principalmente entre garotos; apresenta- vam deficiéncias sociais — caréncia de empatia, pequena capaci- dade de fazer amizades, conversacao unilateral, alto foco em um assunto de interesse especial e movimentos desordenados. No ano de 1952 a Associagaéo Americana de Psiquiatria publica a primeira edigao do Manual Diagnéstico e Estatistico de Doen- cas Mentais. O Autismo era classificado como um subgrupo da esquizofrenia, néo o considerava como um diagnéstico separado. Entre os anos de 1950 e 60, ocorreu varios trabalhos sobre essa patologia psicanaliticos savam o impacto na vida das pessoas e nao consideravam o papel biolégico ou genético; sobre autismo, mas apenas anali- 1965, foi 0 ano em que nasceu a jovem americana Temple Grandin, com autismo (Sindrome de Asperger), criou a Mé- quina do Abrago, um equipamento que fazer pressao no corpo do individuo, parece estar sendo abragado e que a acalmava, sendo que poderia ajudar outros jovens autistas. E isso fez com que essa moca parece mais adaptada a socie- dade, melhorando também seus comportamentos durante o crescimento de vida dela, juntamente com tratamentos tera- péuticos, de professores e o gigante esforgo de sua Mae e Familia. Em 1978, Michael Rutter classifica o autismo com quatros critérios: 1- Atraso e desvio sociais; 2- Problemas na comunicagao; 3- Comportamentos incomuns, como maneirismo e movimentos estereotipados, e 4- Inicio dos sintomas antes de 30 meses de idade. Lorna Wing, psiquiatra inglesa, em meado de 1981, desenvolve 0 conceito de autismo como um espectro de condicées e, poste- riormente, cunhou o termo sindrome de Asperger, numa refe- réncia 4 pesquisa de Hans Asperger. Seu trabalho inovou 0 jeito como o autismo era considerado, e sua influéncia foi sentida em todo o mundo. Como pesquisadora e clinica, bem como mae de uma crianga com autismo, ela sempre defendeu uma melhor compreensio e servigos para pessoas com autismo e suas familias. Fundou a National Autistic Society — NAS, juntamente com Judith Gold, e o Centro Lorna Wing. Foi uma das maiores e mais importantes figuras do mundo do autismo. Foi em 1988, quando Rain Man torna-se um dos primeiros filmes comerciais a ter um personagem com autismo. Além disso, o filme foi fundamental para aumentar a conscientizacio e sensibilizar a opinido publica sobre o transtorno. 2007 foi no momento em que se criou o Dia Mundial da Conscientizagao do Autismo. Para despertar a aten¢do para esse transtorno e estimular o in- teresse da sociedade, em 2007 a ONU institui o dia 2 de abril, como o Dia Mundial da Conscientizagao do Autismo. Essa acao, simbolicamente, abriu possibilidades para um maior didlogo entre as familias, profissionais da area e os préprios in- dividuos com autismo. Veio como um alerta necessdrio para que os Transtornos Invasivos do Desenvolvimento (TID), antes con- iderados raros, fossem vistos com maior responsabilidade. Pesquisas e interesse pelo TID, onde o autismo aparece como o mais prevalente, tém crescido ano apés ano, produzindo mais conhecimento, desmitificando crengas e afastando o que nao é cientiffico. 2.1 Constituigaéo Federal de 1988 Na Constituicéio Federal de 1988 pode-se realcar o artigo 3°, in- ciso III e IV que preceituam sobre a erradi dade social e a promocio do bem de todos, sem preconceitos de origem, raca, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminagao. io da desigual- Prevé a Carta Magna em seu artigo 208, inciso III, que o Estado possui o dever de garantir o atendimento educacional especiali- zado aos portadores de deficiéncia, de preferéncia na rede de ensino regular e prevé ainda em seu artigo 227, paragrafo 1°, in- ciso II, a L..] criag&o de programas de prevengao e atendimento especiali- zado para as pessoas portadoras de deficiéncia fisica, sensorial ou mental, bem como de integragao social do adolescente e do jovem portador de deficiéncia, mediante o treinamento para o trabalho e a convivéncia, e a facilitagao do acesso aos bens e ser- vicos coletivos, com a eliminacao de obstaculos arquiteténicos e de todas as formas de discriminagao. (BRASIL, 1988) A Constituigao esta em consonancia com diversos documentos internacionais no que se refere a garantia das criangas e jovens portadores de deficiéncia 4 educagio basica e regular. 2.2 Declaracio Mundial sobre Educagiio para Todos de 1990. Esta Declaragio foi elaborada em Jomtien, na Tailandia, sendo um Plano de Agio para Satisfazer as Necessidades Basicas de Aprendizagem. E um documento focado para que as necessidades basicas de aprendizagem sejam usufruidas por todos, seja crianga, jovem ou adulto, para que a partir dai seja possivel possuir uma base para a sociedade. O artigo 3° e 7° dispdem que é necessario que a atengao seja concentrada na aprendizagem, que o acesso a educagao seja uni- versal, a ampliagio dos meios de acdo da educagio basica, além de que mister se faz a criacio de um ambiente adequado a aprendizagem. Ademais, dispée ainda este documento que so necessérias poli- ticas de apoio nos setores cultural, econémico e social, posto que uma educagao basica e de qualidade para todos dependem da vontade e compromisso politicos, devendo haver medidas fiscais adequadas para que seja respeitada efetivamente 0 com- promisso com quem possui qualquer forma deficiéncia. 2.3 Declara¢gao de Salamanca de 1994 A declaracio de Salamanca foi elaborada na Espanha, em 1994, na Conferéncia Mundial sobre Educagao Especial, sendo consi- derado um importante documento que visa a inclusao social em ambito mundial. O intuito de tal documento é fornecer diretrizes basicas para que seja formulada politicas educacionais conforme o movi- mento de inclusao social, seguindo os seguintes principios: + Toda crianca tem direito fundamental A educacdo, e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o nivel adequado de aprendizagem; + Toda crianca possui caracteristicas, interesses, habilidades e necessidades de aprendizagem que so tnicas; + Sistemas educacionais deveriam ser designados e programas educacionais deveriam ser implementados no sentido de se le- var em conta a vasta diversidade de tais caracteristicas e necessidade: + Aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso 4 escola regular, que deveria acomoda-los dentro de uma Pedagogia centrada na crianga, capaz de satisfazer a tais necessidades; + Escolas regulares que possuam tal orientagao inclusiva consti- tuem os meios mais eficazes de combater atitudes discriminaté- rias criando-se comunidades acolhedoras, construindo uma so- ciedade inclusiva e aleangando educagio para todos; além disso, tais escolas proveem uma educaco efetiva 4 maioria das crian- gas e aprimoram a eficiéncia e, em ultima instancia, 0 custo da eficacia de todo o sistema educacional. Este documento pode ser considerado também como resultado dos movimentos de direito humanos que consolidou a educagéo especial e inclusiva, e ampliou consideravelmente quais os con- ceitos de necessidades de educacao especial. O referido documento dispée que, “o principio fundamental da escola inclusiva é o de que todas as criancas deveriam aprender juntas, independentemente de quaisquer dificuldades ou dife- rengas que possam ter”. Desta forma, tem-se que tal Declaracio foi de imensa importan- cia para a educagao mundial. 2.4 Declaracgio Internacional de Montreal sobre Inclusio Realizada em 2001 na cidade de Montreal no Canada, esta De- claragao possui 0 objetivo de asseverar a importancia da inclu- sfio na sociedade, nao somente para a pessoa a ser incluida, mas a todos que conviveraio com a mesma. Destacando que os gover- nantes tém o dever de monitorar e facilitar a implantagao de po- liticas na sociedade. 3 AINCLUSAO NO SECULO XxI Atualmente, apesar de no dltimo século ter havido uma grande evolugio na inclusao de portadores de autismo, ainda é um as- sunto pouco explorado, existindo diversas barreiras que dificul- tam ou até impedem o acesso destas pessoas no ambiente escolar. O direito a educacao 6 garantido pela Constituigao Federal de 1988, porém no que tange a educagio especial nado vem sendo cumprida tal garantia, visto que a maioria dos professores nao possuem qualificagdes adequadas para educagao de portadores de necessidades especiais, que conforme diz o préprio nome, precisam de uma preparacao diversificada dos professores, sendo esta a maior justificava das instituigées que nao atendem alunos portadores de deficiéncia em suas classes regulares. A solucao seria redefinir novas alternativas pedagégicas que re- almente incluam todos os alunos, sem disting&o, sendo necessd- ria uma modernizag&o nos conceitos de educacfio para que se- jam compativeis com o desafio a ser enfrentado. 3.1 Resolucdo SE 61 de 11 de Novembro de 2014 A Resolugéo SE 61 de 2014 preceitua sobre a educaciio especial nas instituicdes de ensino do Estado de Sao Paulo. Dispée que fica assegurado aos alunos que possuam deficiéncia, transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades ou superdotag&o, o direito a ser matriculado em classes do ensino fundamental ou médio, em qualquer modalidade, sendo os mes- mos encaminhados para Atendimento Pedagégico Especializado (APE). Tal atendimento se dara em salas de recursos, que €é um ambi- ente com equipamentos, materiais didaticos e mobilidrios volta- dos para o desenvolvimento destes alunos. Conforme estabelece o artigo 9° da supracitada resolucio o pro- fessor especializado devera atender o aluno e participar da ela- boragio da proposta pedagégica da escola, bem como realizar uma avaliacao com os alunos-alvo para que seja possivel dimen- sionar 0 tipo do atendimento indicado e quanto tempo deverA permanecer o atendimento especializado, bem como o mesmo deverd promover atividades qualificada para os alunos piblico alvo. 4LEI N° 12.764/2012 A Lei n° 12.764 de 2012, Lei Proteg&o aos Autistas, é uma lei destinada as pessoas com sindrome TEA e possui o objetivo de assegurar os direitos dos mesmos, visando 0 exercicio da cida- dania e a inclusio social. Tal lei trouxe diversas modificagdes relevantes, podendo consi- derar uma das pessoas importantes, o conceito do que é autista, visto que tal conceito interfere de maneira significativa na capa- cidade civil destas pessoas. Em seu artigo 1° dispde que: Art. 1° § 10 Para os efeitos desta Lei, 6 considerada pessoa com transtorno do espectro autista aquela portadora de sindrome clinica caracterizada na forma dos seguintes incisos I ou II: I - deficiéncia persistente e clinicamente significativa da comu- nicago e da interagao sociais, manifestada por deficiéncia mar- cada de comunicagao verbal e nao verbal usada para interagdo social; auséncia de reciprocidade social; faléncia em desenvolver e manter relacdes apropriadas ao seu nivel de desenvolvimento; II - padrées restritivos e repetitivos de comportamentos, inte- resses ¢ atividades, manifestados por comportamentos motores ou verbais estereotipados ou por comportamentos sensoriais in- comuns; excessiva aderéncia a rotinas e padrdes de comporta- mento ritualizados; interesses restritos e fixos. § 20 A pessoa com transtorno do espectro autista é considerada pessoa com deficiéncia, para todos os efeitos legais Destarte, fica demonstrado que no momento atual a autista em si nao significa um obstaculo para capacidade civil, porém pode em alguns casos, limité-la. Deste modo, com a atual legislacdo torna-se obrigatério que haja recursos para que as pessoas por- tadoras de deficiéncia possam participar de maneira efetiva de todo ato da vida civil. 5 DECLARACAO DE JOMTIEN A Conferéncia de Jomtien ocasionou em elaborar de um dos do- cumentos mundialmente mais significativos em educacio, lan- cados a partir de sua realizagéo: a Declaracaio de Jomtien ou De- claragao Mundial sobre Educagio Para Todos. Essa declarago inclui conceitos e novas abordagens sobre as necessidades basicas de aprendizagem, as metas a serem atingi- das relativamente 4 educacio basica e os compromissos dos Go- vernos e outras entidades participantes. Logo, em seguida 4 Conferéncia Mundial, os paises foram incen- tivados a elaborar Planos Decenais de Educagao Para Todos, na qual as diretrizes e metas do Plano de Acao da Conferéncia fos- sem contempladas. Em relacio de compromisso assumido na Conferéncia de Jom- tien, foi feito no Brasil o Plano Decenal de Educagao para To- dos, com o objetivo principal de garantir, em dez anos entre os anos 1993 a 2003, as criangas, jovens e adultos, as matérias mi- nimos em relagdo a aprendizagem que respondam as necessida- des elementares da vida atual, encerrar os analfabetos e univer- salizar a educacao fundamental. 6 DECLARACAO UNIVERSAL DOS_ DIREITOS HUMANOS A Assembleia Geral das Nacées Unidas, em 1948, proclamou a Declaragao Universal dos Direitos Humanos, na qual reconhece que “Todos os seres humanos nascem livres e iguais, em digni- dade e direitos. Sem diferenga alguma, nomeadamente de raca, de cor, sexo, lin~ gua, religiio, opiniao politica ou outra, de origem nacional ou social. Ou seja, todos, sem excegdes e direito de que, so iguais diante da lei e, sem disting&o, tém direito a igual protegio da lei a educagio. Desse jeito, este documento as pessoas com deficiéncias os mes- mos direitos a liberdade, a uma vida digna, 4 educacao funda- mental, ao desenvolvimento pessoal e social e a livre participa- cao na vida da comunidade. Em seu artigo 1° e 2° dispéem: Art. 1°. Todos os seres humanos nascem li- vres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razao e de consciéncia, devem agir uns para com os outros em espirito de fraternidade. Art. 2°. Todos os seres humanos podem in- vocar os direitos e as liberdades proclama- dos na presente Declaracao, sem distingao alguma, nomeadamente de raga, cor, sexo, lingua, religido, opinido politica ou outra, origem nacional ou social, fortuna, nasci- mento ou outro estatuto. Além disso, nao serd feita nenhuma distingao fundada no esta- tuto politico, juridico ou internacional do pais ou do territério da naturalidade da pessoa, seja esse pafs ou territério indepen- dente, sob tutela, auténomo ou sujeito a alguma limitacao de soberania. Esses ultimos artigos dao uma grande sintese sobre os direitos de todos e na inclus&o social, estando dentro dessa inclusao a educagio também. 7 CONSIDERACOES FINAIS Ante o exposto, podemos concluir que a educag&o especial nao é somente um nivel educacional, nao devendo o portador do TEA frequentar a educacdo somente desta maneira, sendo obrigaté- rio que os mesmos sejam incluidos na educagao regular, tanto basica como superior. Através de uma educagio inclusiva, todos os individuos se de- senvolverio plenamente no quesito cidadania, aprendendo desde tenra idade a respeitar as diferencas, nao observando o diferente como inferior, desta forma, os qualificando nao so- mente para o trabalho como também para a vida. Além disso, a partir da inclusio a tornaré a sociedade mais solidaria e justa. E irrefutavel que existem diversas metas de inclusdo ao ensino regular que ainda nao so cumpridas, e pode-se observar isto no preconceito e discriminacgéo que ocorrem diariamente com aqueles que possuam qualquer diferenga da forma padrao que a sociedade limitou, pois a falta de conhecimento sobre o assunto, faz com que a deficiéncia seja vista de forma pejorativa, sendo considerada um peso para quem convive ou um problema, transformando estas pessoas especiais em seres indefesos e in- capazes de exercer qualquer ato da vida civil. Para se ultrapassar este estigma jA enraizado na comunidade é necessario que exista um esforgo global. O espaco escolar nao pode ser considerado somente o espaco fi- sico da instituicéo, mas sim as atitudes de todos que ali transi- tam diariamente, é necessdrio que se leve em conta o conheci- mento, o respeito, diferencas e filosofias de vida que todos ali carregam. Os autistas e seus familiares somente desejam que os alunos es- peciais possam participar da realidade de todos, porém até a o momento atual, pouco se aborda na midia sobre o assunto, e quando abordado, apenas de maneira superficial, sem demons- trar quais caminhos a sociedade poderia seguir para o sucesso da inclusio social e no ensino superior. Cabe aos profissionais das faculdades e aos governantes a otimi- zacao do espago educacional, como recursos, atendimentos e ca- nais de comunicagao que coloquem a questao como prioritaria. Somente desta forma, com a consciéncia de todos que compdem. uma sociedade, é que no futuro as pessoas portadoras de neces- sidades especiais serao plenamente respeitadas e a incluso so- cial j4 se dara de forma natural entre todos. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ROSSATO, Luciano Alves; LEPORE, Paulo Eduardo; CUNHA, Rogério Sanches. Estatuto da Crianga e do Adolescente: Lei 8.069/90: artigo por artigo. 4. ed. rev., atual. eampl. 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