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PEÇA 2: ALEGAÇÕES FINAIS EM FORMA DE MEMORIAIS

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

AO JUIZ DA 1ª VARA DE TÓXICOS DA COMARCA DE BELO HORIZONTE-


MG

AUTOS Nº
AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
RÉU: JADSON DE TAL
ESPÉCIE: ALEGAÇÕES FINAIS EM FORMA DE MEMORIAIS

O MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS GERIAIS no uso de suas


atribuições e com fundamento nos artigos 57 da Lei 11343/2006 e 403§3º do
CPP, vem oferecer ALEGAÇÕES FINAIS EM FORMA DE MEMORIAIS, na
ação penal número xxxx, que move em face do acusado JADSON DE TAL
pelas razões de fato e de direito que passa a expor:

1.RELATÓRIO

Trata-se de ação penal na qual figura como acusado, Jadson de Tal,


transportava e trazia consigo, substâncias entorpecentes, conduta prevista no
caput do art. 33 da Lei 11.343/2006.

O réu Jadson de Tal foi denunciado e processado pela prática do


crime previsto no artigo 33, caput, da Lei n. 11.343/06, em razão de ter sido
flagrado, no dia 02 de março de 2019, por volta de 19h23min, na Avenida Lúcio
Mauro, próximo ao n.º 50, Bairro Venda Nova, em Belo Horizonte/MG,
transportando e trazendo consigo substâncias entorpecentes, destinadas ao
tráfico, sem autorização e em desacordo com a determinação legal e
regulamentar.

Conforme consta dos autos, durante o patrulhamento no referido


bairro, os policiais militares se depararam com o veículo Renault/CLIO, placa
XXXX, conduzido pelo acusado Jadson, que, ao avistar a viatura, demonstrou
nervosismo. Durante a abordagem, foram encontrados em sua posse 200
gramas de cocaína, além de 20 pinos da mesma substância e a quantia de
R$2.600,00 (dois mil e seiscentos reais) em espécie. O réu assumiu a
propriedade das substâncias entorpecentes, alegando que as estava levando
para uma festa no Bairro Floresta, para venda ao valor de R$35,00 (trinta e
cinco reais) cada pino.
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

O réu foi devidamente notificado pessoalmente, conforme consta às


fls. XX, e apresentou sua defesa prévia às fls. XX.

A denúncia foi recebida regularmente por meio da decisão de fls.


XX, datada de XX de XX de XXXX.

Após a realização da audiência de instrução, onde foram ouvidas


duas testemunhas e realizado o interrogatório do acusado por meio do sistema
audiovisual (fls. XXX - sem numeração), os autos foram encaminhados para o
oferecimento das alegações finais em forma de memoriais.

Este é o breve relatório dos principais acontecimentos processuais.

2. PRELIMINAR

O processo transcorreu regularmente, garantindo-se a ampla defesa


e o contraditório, sem que tenham surgido irregularidades ou nulidades a
serem corrigidas.

Em relação à nulidade alegada pelo acusado em sua defesa prévia,


a mesma não deve ser acolhida, uma vez que o Tribunal de Justiça de Minas
Gerais já se manifestou nesse sentido. Além disso, o Superior Tribunal de
Justiça proferiu decisão no mesmo sentido.

Portanto, a preliminar de nulidade levantada deve ser rejeitada,


considerando-a sanada. As nulidades foram devidamente corrigidas e
superadas.

Assim, estão presentes as condições e pressupostos processuais,


tornando o processo apto para o julgamento do mérito.

3. MÉRITO
A materialidade delitiva encontra-se devidamente comprovada nos autos,
através dos seguintes elementos de prova:

a) Auto de prisão em flagrante (fls. --), que registra a apreensão das


substâncias entorpecentes e do dinheiro em espécie;

b) Boletim de Ocorrência (fls. --), que descreve os fatos ocorridos no momento


da abordagem policial;

c) Laudo de constatação (fls. --), que atesta a natureza e a quantidade das


substâncias apreendidas;

d) Laudo definitivo de fl. --, que reafirma os resultados do laudo de constatação;


MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

e) Prova testemunhal, por meio dos depoimentos dos policiais militares Carlos
Silva e Peçanha Carlos, que presenciaram a abordagem policial, a apreensão
das drogas e o relato do próprio acusado admitindo a propriedade e a
finalidade de tráfico das substâncias apreendidas.

Portanto, resta claramente demonstrada nos autos a materialidade delitiva,


sendo inquestionável a existência das substâncias entorpecentes apreendidas
na posse do réu.

4. DA AUTORIA E DA TIPICIDADE

No que tange à autoria, o réu Jadson de Tal confessou perante os


policiais militares que as substâncias entorpecentes encontradas em sua posse
pertenciam a ele e que seriam comercializadas em uma festa no Bairro
Floresta. Tal declaração foi corroborada pelos depoimentos dos policiais
militares Carlos Silva e Peçanha Carlos, que presenciaram o flagrante delito, a
apreensão das drogas e a confissão do acusado.

O réu, em sua defesa, alegou que as substâncias estavam em sua


posse para consumo pessoal, porém, não apresentou qualquer prova ou
elemento de convicção capaz de corroborar essa versão. Ademais, a
quantidade de droga apreendida, aliada à forma como estava acondicionada e
ao valor em dinheiro encontrado em sua posse, demonstram de forma clara a
finalidade de tráfico de entorpecentes.

Desse modo, resta configurada a autoria do réu na prática do crime


de tráfico de drogas, tipificado no artigo 33, caput, da Lei n. 11.343/06.

5. DOS ANTECEDENTES CRIMINAIS E DA LIBERDADE PROVISÓRIA

Conforme consta dos autos, o acusado possui envolvimento pretérito


com o tráfico de drogas, estando atualmente em liberdade provisória
decorrente de outra acusação pela prática do mesmo crime em tela. Essa
circunstância demonstra a reiteração delitiva do réu e a sua periculosidade,
fatores que corroboram a necessidade de sua condenação e a imposição de
uma pena adequada e proporcional ao delito praticado.

6. CONCLUSÃO

Diante do exposto, o Ministério Público requer a Vossa Excelência:

1. A condenação do réu Jadson de Tal pela prática do crime tipificado no


artigo 33, caput, da Lei n. 11.343/06;
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

2. A fixação da pena conforme os critérios legais, considerando-se a


quantidade e a natureza das substâncias entorpecentes apreendidas,
bem como a sua finalidade de tráfico;

3. O reconhecimento da reiteração delitiva do réu e a sua periculosidade,


com a consequente negativa de concessão de liberdade provisória,
tendo em vista os antecedentes criminais e a garantia da ordem pública;

4. A manutenção das medidas cautelares atualmente impostas ao réu,


visando a sua segregação cautelar até o trânsito em julgado da presente
ação penal;

5. A condenação do réu ao pagamento das custas processuais e dos


honorários advocatícios, nos termos da lei.

Belo Horizonte, XX de xxxx de XXXX.

Promotor de Justiça

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