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EXMO(a). SR(a).

JUIZ(a) DE DIREITO DO IV JUIZADO ESPECIAL CÍVEL


DA CAPITAL.

S. D. S. B. B., brasileiro, casado, médico, portador da cédula de identidade ... expedida


pelo CREMEPE, inscrito no CPF/MF sob o n. ..., residente à ..., Recife/PE e
domiciliado na Comarca de Recife/PE, vem, por seus patronos infra-assinados,
devidamente constituídos nos termos do instrumento procuratório anexo, com endereços
profissionais ali indicados, onde passará a receber todas as notificações de estilo,
apresentar:

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERAIS

contra o Sr. O. M., proprietário do veículo Volkswagen Santana, cor azul, ano ...,
placa ..., município de ..., CRV n.º ... e, solidariamente, o seu filho, Sr. L. M.,
brasileiro, portador da carteira nacional de habilitação de n. ..., ambos residentes à ...,
município de Gravatá – PE, com esteio nos fatos e fundamentos jurídicos a seguir
expendidos:

I-DA LEGITIMIDADE PASSIVA

Não há falar que enseje uma possível argüição de ilegitimidade passiva do Sr. O. M.,
porquanto notório é que o mesmo detém a propriedade do veículo conduzido pelo seu
filho, também suplicado solidariamente, causador unilateral do acidente a ser analisado
por este MM. Juízo.

O preclaro magistrado ARNALDO MARMITT, em sua obra mais festejada, intitulada A


Responsabilidade Civil nos Acidentes de Automóvel, assim vaticina:

"Em princípio, o dono do carro envolvido em acidente sempre é o


responsável pelo resultado danoso, figurando no pólo passivo da
relação processual. Se entregou seu automotor a empregado, amigo,
parente ou qualquer outra pessoa, esses cidadãos podem ser demandados
solidariamente".

Obra citada. Página 181. Aide Editora. 2ª edição.

(ORIGINAL SEM DESTAQUES)

O notável JOSÉ DE AGUIAR DIAS, em sua obra nomeada de Da Responsabilidade


Civil, assim leciona:

"É iniludível a responsabilidade do dono do veículo que, por seu


descuido, permitiu que o carro fosse usado por terceiro. Ainda, porém,
que o uso se faça à sua revelia, desde que se trata de pessoa a quem
ele permitia o acesso ao carro ou local em que o guarda, deve o
proprietário responder pelos danos resultantes".

Obra citada. Páginas 465/466. Editora Forense. 4ª edição.

(ORIGINAL SEM DESTAQUES)


Outrossim, esmiúça-se a liça do brilhante jurista ARNALDO RIZZARDO,
desembargador do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul e professor da Escola
Superior de Magistratura, constante em obra de sua lavra, sob o título A Reparação
nos Acidentes de Trânsito, in verbis:

"Razões de ordem objetiva fizeram prevalecer a responsabilidade do


proprietário do veículo causador do dano. A vítima fica bastante
insegura ao acontecer o evento diante do anonimato da culpa, problema
cada vez mais acentuado, pois enormes são as dificuldades na apuração
do fato. A garantia da segurança do patrimônio próprio, a tentativa de
afastar as fraudes, a ameaça do não ressarcimento dos prejuízos
sofridos e o freqüente estado de insolvência do autor material do ato
lesivo somam-se entre os argumentos a favor da responsabilidade civil
do proprietário, toda vez que terceiro, na direção de um veículo,
ocasiona ilegalmente um prejuízo a alguém. O responsável pode ser
estranho ao ato danoso, como quando não há nenhuma relação jurídica
com o autor material".

Obra citada. Página 75. Editora Revista dos Tribunais. 8ª edição.

(ORIGINAL SEM DESTAQUES)

Insta salientar que, sentenciando caso análogo àquele sub examine, o a 4ª Turma do
Excelso SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, em decisão unânime, assim se
posicionou:

"Responsabilidade Civil. Acidente de veículo. Dono do automóvel – O


dono do automóvel que o empresta ao filho, sendo este o causador
culposo do acidente, responde solidariamente pelos danos. Presunção de
culpa não afastada pela prova dos autos".

Acórdão RESP 116828/RJ. Recurso Especial (1996/0079371-9). 4ª Turma. Relator:


Exmo. Sr. Ministro Ruy Rosado de Aguiar. Decisão em 27/05/1997. Publicada no
Diário de Justiça de 24/11/1997, à página 61225. LEXSTJ volume 104 de ABRIL/1998,
à página 220.

À guisa de arremate, saiba-se que o SUPERIOR TRIBUNAL FEDERAL manifestou o


entendimento de que "O risco só nasce da circulação do veículo por vontade ativa ou
passiva do seu proprietário" (R. T.J. 58/905 e 907). Indubitável, pois, a
responsabilidade passiva do proprietário do veículo, Sr. Osmar Manetti, e a
responsabilidade solidária do seu filho, condutor do veículo, Sr. Leandro Manetti
(inteligência do artigo 1.518 do Código Civil Brasileiro).

II DO FATO GERADOR: A COLISÃO

No dia 05 de janeiro de 2001, às 11:30h, a esposa do autor, Sra. Maria Betânia


Camello de Barros, conduzia o automóvel Volkswagen Parati, de placa KGU 5694 –
Recife/PE na Avenida 17 de Agosto (Bairro de Casa Forte), próximo ao seu ponto de
intersecção com a Avenida Apipucos (Bairro de Apipucos).
Antes mesmo de dar início à lícita manobra de conversão à esquerda, com destino à
Estrada do Arraial (vide figura n. 1), foi abruptamente abalroada pelo automóvel
indigitado no preâmbulo supra (vide figura n. 2), sendo este conduzido pelo primeiro
réu e de propriedade do segundo réu.

O abalroamento foi de ordem frontal (consoante propriamente assevera o boletim de


acidente de trânsito) e, segundo o croqui confeccionado pelos próprios policiais do 1º
BPTRAN jungido aos autos.

Nesse rumo, não permanece qualquer dúvida de que o veículo da parte contrária,
ignorando a demarcação separatória das faixas (vide croqui), adentrou o espaço da
via destinado aos veículos em sentido contrário, dando margem, assim, à colisão sob
trato.

Sendo a colisão de sorte frontal, não paira indagações de que seria FISICAMENTE
IMPOSSÍVEL uma batida dessa natureza, caso a condutora da Parati tivesse realizado
a manobra de conversão suscitada pela parte ex adversa em sua declaração à perícia, ou
mesmo tivesse adentrado a área destinada à faixa oposta.

Nesse caso, a colisão seria tão somente LATERAL (atente-se à figura n. 3) e não
frontal, como ocorrera in veritas.
De outra parte, para que houvesse colisão frontal na fantasiosa manobra indicada pelo
condutor do veículo Santana, imperioso se fazia que o mesmo estivesse trafegando com
origem na própria Estrada do Arraial, nos moldes apontados na figura n. 4, noutra
lauda.

Ex vi o susonarrado, tem-se como certas as alegações do promovente, principalmente no


atinente à narrada invasão, ainda mais quando o próprio réu confirma que tentara
desviar de um "possível" veículo a seu lado direito (ver-se-á noutro tópico).

À guisa de arremate quanto à ocorrência da colisão em destaque, urge alvitrar que


o croqui elaborado pelos policiais do 1º BPTRAN elide qualquer obscuridade
quanto à infração cometida pelo condutor do veículo de propriedade do segundo
réu e, conseqüentemente, reluz a verdade, no que pertine, principalmente, à culpa
exclusiva da parte ex adversa.

Nem se diga que o documento em apreços não tem valia à presente lide, porquanto a sua
presunção de veracidade tem eficácia juris tantum e, hodiernamente, vem sendo
amplamente acolhida nos pretórios do Brasil, inclusive na mais alta Corte
InfraConstitucional, o Egrégio SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, consoante o
aresto colacionado, a seguir:
"BOLETIM DE OCORRÊNCIA. Verificação do local do fato. Croquis. A
descrição que o funcionário faz dos vestígios que encontra no local do
acidente tem por si a presunção de veracidade, porque são elementos de
fato submetidos à sua observação imediata".

Acórdão RESP 209298/PR. Recurso Especial (1999/0028335-0). 4ª Turma. Relator:


Exmo. Sr. Ministro Ruy Rosado de Aguiar. Decisão em 31/08/1999. Publicada no
Diário de Justiça de 25/10/1999, à página 89. RSTJ volume 129, à página 349.

(ORIGINAL SEM DESTAQUES)

Ainda que se saiba que as figuras que revestem o presente petitório têm caráter
meramente ilustrativo, o mesmo não se pode dizer do croqui elaborado pelo policial de
trânsito competente, após averiguação das circunstâncias fáticas da colisão. Tal
documento é revestido da fé pública que goza o dito servidor, na ocasião da realização
de seu trabalho.

III-DA FLAGRANTE CONFISSÃO

Mister se faz apontar que a parte contendora, por ocasião da lavratura do BAT
(Boletim de Acidente de Trânsito), confessa, incontrastavelmente, a sua condição
de único e exclusivo culpado da batida, ora apreciada por esse MM. Juízo. Para tal
ilação, leia-se a Declaração do Condutor, jungida aos autos pelo suplicante, da feitura
do Sr. Leandro Manetti, in verbis:

"... QUANDO UMA PARATI PLACA KGU 5694 ENTRAVA NA ESTRADA DO ARRAIAL
VINDO DE FRENTE PARA MIM, COMO HAVIA CARRO DO MEU LADO DIREITO NÃO
HOUVE COMO EVITAR A COLISÃO FRONTAL DESVIANDO DO CARRO A MINHA
FRENTE.".

(ORIGINAL SEM DESTAQUES)

Desprezando-se a falaciosa menção de que o carro conduzido pela esposa do requerente


"entrava na Estrada do Arraial" (até mesmo porque sobejamente provado está que o
automóvel do autor não havia entrado na Estrada do Arraial, consoante o croqui em
apenso), note-se que o dito condutor CONFESSA CLARAMENTE que não pode
evitar o acidente.

Tal declaração, permissa venia, não pode ser desprezada por esse Insigne Juízo, por
ocasião de seu decisum.

IV-DAS CONTRADIÇÕES REALÍSTICAS DA DECLARAÇÃO DO


CONDUTOR ADVERSO

Oportunamente, é de bom augúrio apreciar outro excerto da declaração do condutor


requerido, transcrita nas próximas linhas, a seguir:
"... NO MOMENTO DA COLISÃO A QUINA DIREITA DA PARATI PEGOU NA
DIANTEIRA DO SANTANA FAZENDO COM QUE O MESMO SAISSE DA SUA FAIXA DE
ROLAGEM, INVADINDO A FAIXA CONTRÁRIA".

(ORIGINAL SEM DESTAQUES)

Conclua-se, primordialmente, que a colisão, ao revés do que propalou a parte ré, a


colisão foi frontal, o que oblitera a credibilidade das suas alegações apostas no
BAT. Outrossim, deve-se sopesar a assertiva da parte suplicada, no que concerne à
"invasão" do seu veículo na faixa contrária.

Restou sobejamente comprovado que o veículo conduzido pelo requerido solidário


"invadiu" a área do sentido contrário porque, conforme se pode depreender do croqui
em apenso, o seu condutor o direcionou para a mesma. Não se pode dar guarida à
absurda hipótese de que a "invasão" foi motivada pela batida.

Caso a versão fantasiosa da parte adversa fosse verídica, tendo, assim, o automóvel do
demandante adentrado a área destinada ao tráfego da mão a qual estava adstrito o
automóvel do demandado, insofismavelmente estariam, os dois veículos, após a colisão,
situados na dita faixa (vide figura n. 5), o que não ocorreu in casu.

A tese defendida pelos contendores suplicados fere, incisivamente, inclusive, os


Princípios Elementares da Dinâmica, campo teórico estudado pela Física, pelos
seguintes motivos infradelimitados:

I- Pela 2ª Lei de Newton, "Quando uma força age num corpo, este adquire uma
aceleração de mesma direção e sentido da força atuante". Admitindo, assim, que
narração contida na declaração do condutor (particularmente: "NO MOMENTO DA
COLISÃO A QUINA DIREITA DA PARATI PEGOU NA DIANTEIRA DO
SANTANA") fosse verídica, o veículo do réu não teria adentrado a faixa pertencente ao
veículo do autor;

II- Pela 3ª Lei de Newton, também conhecida como Princípio da Ação e Reação, ad
argumentandum tantum, supondo que o veiculo do promovente estivesse na plenitude
do movimento destinado a transpassar a faixa contrária e que, concomitantemente, o
veículo do réu viesse em sua direção, no momento do abalroamento, ter-se-ia forças de
mesmo sentido e direções diametralmente opostas. Isto é, o carro dirigido pela esposa
do demandante estaria, ao final, na área relativa à sua faixa, porém, o veículo do
demandado estaria na área respectiva a sua e não na oposta, excluindo-se a
possibilidade de já estar invadindo a faixa contrária antes mesmo da colisão.

Irretorquível que as próprias declarações do condutor requerido fazem prova do


alegado pelo requerente, além de incidirem em manifesto confronto à análise
realística dos fatos, ora expendidos.

V-DA PRESCIDIBILIDADE DO ALEGADO ESTADO DE NECESSIDADE


FACE AO DEVER DE RESSARCIMENTO

No que se refere à indicativa de existência de um suposto veículo que tenha obstado o


livramento do seu veículo do acidente, é impreterível asserir que as condições
climáticas, no momento do acidente, não permitiam, ao demandante, afirmar, com
certeza, a existência ou não de outro veículo ao lado do daquele que o alvejou.

É certo, todavia, que cabe, à parte contendora, identificar o automóvel em questão e,


REGRESSIVAMENTE, se for de sua vontade, acionar o seu proprietário na Justiça. O
que deve ser fustigada é a tentativa de se furtar à reparação das avarias causadas ao
autor, porquanto este, de sua parte, não teve nenhuma culpa no acidente e nem deve
arcar com os prejuízos dele advindos.

O prefalado ARNALDO MARMITT, na mesma obra já citada, discorre com precisão


sobre o tema. Observe-se:

"O causador direto dos danos sempre é legitimado passivo para a causa
reparatória. Compete-lhe indenizar os estragos que fez, ainda que
atribua a fato de terceiro. Se outra pessoa interferiu na
concretização do evento danoso, cabe-lhe identificar essa pessoa e
responsabilizá-la oportunamente".

Obra citada. Página 187.

(ORIGINAL SEM DESTAQUES)

Alicerçando a tese acima exposta, é de se destacar a alvissareira consideração do ilustre


ARNALDO RIZZARDO, in litteris:

"Em suma, o autor direto assume a reparação, podendo buscar a


reposição da soma gasta junto ao terceiro culpado que, com seu
procedimento, originou uma manobra determinante do evento lesivo".

Obra citada. Página 99.

(ORIGINAL SEM DESTAQUES)


Fincando balizas norteadoras quanto à questão, importante colacionar a recente decisão
unânime da 4ª turma do Colendo SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, que trata de
hipótese semelhante àquela narrada no presente petitório, ipsis litteris:

"CIVIL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. ACIDENTE DE TRÂNSITO. ATO DE TERCEIRO.


COLISÃO. ESTADO DE NECESSIDADE. EXCLUSÃO DA ILICITUDE. PERMANÊNCIA,
TODAVIA, DA OBRIGAÇÃO DE RESSARCIR OS DANOS. DIREITO DE REGRESSO.

I. A empresa cujo preposto, buscando evitar atropelamento, procede a


manobra evasiva que culmina no abalroamento de outro veículo, causando
danos, responde civilmente pela sua reparação, ainda que não se
configure, na espécie, a ilicitude do ato, praticado em estado de
necessidade.

II. Direito de regresso assegurado contra o terceiro culpado pelo


sinistro, nos termos do art. 1.520 c/c o art. 160, II, do Código
Civil.

III. Recurso especial conhecido pela divergência, mas improvido".

Acórdão RESP 124527/SP. Recurso Especial (1997/0019630-5). 4ª Turma. Relator:


Exmo. Sr. Ministro Aldir Passarinho Júnior. Decisão em 04/05/2000. Publicada no
Diário de Justiça de 05/06/2000, à página 163.

(ORIGINAL SEM DESTAQUES)

Nesse mesmo prumo, assim asseverou a 4ª Turma do SUPERIOR TRIBUNAL DE


JUSTIÇA, em decisão unânime:

"RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE DE TRANSITO. COLISÃO COM VEICULO


REGULARMENTE ESTACIONADO. FATO DE TERCEIRO. FECHADA. ESTADO DE
NECESSIDADE. LICITUDE DA CONDUTA DO CAUSADOR DO DANO. AUSENCIA DE
CULPA DEMONSTRADA. CIRCUNSTANCIA QUE NÃO AFASTA A OBRIGAÇÃO
REPARATORIA (ARTS. 160, II E 1.520, CC. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.

I - O motorista que, ao desviar de "fechada" provocada por terceiro,


vem a colidir com automóvel que se encontra regularmente estacionado,
responde perante o proprietário deste pelos danos, não sendo elisiva
da obrigação indenizatória a circunstância de ter agido em estado de
necessidade.

II – Em casos tais, ao agente causador do dano assiste tão somente o


direito de regresso contra o terceiro que deu causa a situação de
perigo."

Acórdão RESP 12840/RJ. Recurso Especial (1991/0014816-4). 4ª Turma. Relator:


Exmo. Sr. Ministro Sálvio de Figueiredo Teixeira. Decisão em 22/02/1994. Publicada
no Diário de Justiça de 28/03/1994, à página 6324. LEXSTJ volume 84 de
AGOSTO/1996, à página 71.

(ORIGINAL SEM DESTAQUES)

É ilativo, assim, que a suposta existência de um terceiro causador do acidente não


exime, a parte adversa, do dever de reparação cabível à hipótese.
VI-DA IMPERIOSA NECESSIDADE DE RESSARCIMENTOS

Art. 159 do Código Civil Brasileiro - Aquele que, por ação ou omissão voluntária,
negligência, ou imprudência, violar direito, ou causar prejuízo a outrem, fica
obrigado a reparar o dano.

Pelos argumentos aduzidos em linhas transatas, dúvidas não pairam de que a conduta da
parte contrária deu azo a um fato lesivo ao autor. Tal fato repercutiu em diversos
prejuízos, os quais serão minuciosamente apontados.

Inicialmente, de conformidade com o recibo em anexo, o autor teve que pagar a quantia
de R$ 900,00 (novecentos reais) a título de franquia do seguro de seu veículo.

Em conseqüência aos efeitos prejudiciais ocasionados pela colisão, o automóvel de sua


propriedade teve seu valor de revenda depreciado em estimados R$ 1.300,00 (hum mil e
trezentos reais). Para tal ilação, veja-se as avarias constatadas pelo policiamento de
trânsito, no anverso do documento n. 3. Atente-se, também, à totalização dos gastos
realizados pela oficina (doc. 9), em patamares, inclusive, superiores ao vindicado. É
indispensável frisar que as aludidas avarias atingiram componentes do motor, o que
prejudicou, a partir daquela oportunidade, o bom desempenho do carro.

O valor, ora estimado, salvaguarda palpável limite de razoabilidade, eis que calçado em
menos de 10% do valor atual de revenda de um modelo similar intacto (mais ou menos
R$ 14.600,00 – quatorze mil e seiscentos reais).

Caso esse MM. Juízo não acolha os valores liqüidatórios apresentados por ocasião deste
pleito, requer, alternativamente, seja arbitrado por V. Exa. o valor que se julgue cabível.

Adicione-se, ainda, o gasto efetuado à guisa de taxa FUSP da Polícia Militar para
obtenção da cópia do BAT, no importe de R$ 9,79 (nove reais e setenta e nove
centavos).

VII-DOS PEDIDOS

Face ao exposto e de acordo com o previsto ela legislação aplicável ao caso, deverão, os
suplicados, serem coatados ao adimplemento de indenização relativa aos danos
patrimoniais acarretados ao suplicante, tudo corrigido monetariamente, além dos juros,
despesas e verba honorária, fixada esta entre os limites legais, em virtude dos prejuízos
causados, da seguinte forma, a seguir:

1..Valor adimplido a título de franquia do seguro do automóvel, no importe de R$


900,00 (novecentos reais);

2..Quantum pertinente à depreciação do automóvel, estimado, inicialmente, em R$


1.300,00 (hum mil e trezentos reais) ou, alternativamente, aquele a ser arbitrado por
esse Insigne Juízo;
3..Quantia referente ao pagamento da taxa FUSP da Polícia Militar para obtenção da
cópia do BAT, qual seja, R$ 9,79 (nove reais e setenta e nove centavos);

4..Honorários advocatícios oriundos da sucumbência, no percentual de 20% da


condenação;

5..Aplicação de juros e correção monetária.

VIII-DOS REQUERIMENTOS FINAIS

Desta feita, espera e requer, ainda, a TOTAL PROCEDÊNCIA DA AÇÃO, devendo


o quantum debeatur ser apurado na fase de liquidação de sentença.

Requer, outrossim, pela CITAÇÃO dos suplicados no endereço indicado no preâmbulo


para contestar, querendo, sob pena de revelia.

Protesta e requer, finalmente, pelo depoimento pessoal dos réus, sob pena de confissão,
juntada posterior de documentos, ouvida de testemunhas e produção de prova pericial,
caso necessária.

À causa, dá-se o valor de R$ 2.209,79 (dois mil duzentos e nove reais e setenta e nove
centavos).

Pede deferimento.

Recife, 06 de janeiro de 2001.

Leonardo Camello

OAB/PE 3.036

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