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Ação de Indenização Por Acidente de Trânsito Modelo 004
Ação de Indenização Por Acidente de Trânsito Modelo 004
contra o Sr. O. M., proprietário do veículo Volkswagen Santana, cor azul, ano ...,
placa ..., município de ..., CRV n.º ... e, solidariamente, o seu filho, Sr. L. M.,
brasileiro, portador da carteira nacional de habilitação de n. ..., ambos residentes à ...,
município de Gravatá – PE, com esteio nos fatos e fundamentos jurídicos a seguir
expendidos:
Não há falar que enseje uma possível argüição de ilegitimidade passiva do Sr. O. M.,
porquanto notório é que o mesmo detém a propriedade do veículo conduzido pelo seu
filho, também suplicado solidariamente, causador unilateral do acidente a ser analisado
por este MM. Juízo.
Insta salientar que, sentenciando caso análogo àquele sub examine, o a 4ª Turma do
Excelso SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, em decisão unânime, assim se
posicionou:
Nesse rumo, não permanece qualquer dúvida de que o veículo da parte contrária,
ignorando a demarcação separatória das faixas (vide croqui), adentrou o espaço da
via destinado aos veículos em sentido contrário, dando margem, assim, à colisão sob
trato.
Sendo a colisão de sorte frontal, não paira indagações de que seria FISICAMENTE
IMPOSSÍVEL uma batida dessa natureza, caso a condutora da Parati tivesse realizado
a manobra de conversão suscitada pela parte ex adversa em sua declaração à perícia, ou
mesmo tivesse adentrado a área destinada à faixa oposta.
Nesse caso, a colisão seria tão somente LATERAL (atente-se à figura n. 3) e não
frontal, como ocorrera in veritas.
De outra parte, para que houvesse colisão frontal na fantasiosa manobra indicada pelo
condutor do veículo Santana, imperioso se fazia que o mesmo estivesse trafegando com
origem na própria Estrada do Arraial, nos moldes apontados na figura n. 4, noutra
lauda.
Nem se diga que o documento em apreços não tem valia à presente lide, porquanto a sua
presunção de veracidade tem eficácia juris tantum e, hodiernamente, vem sendo
amplamente acolhida nos pretórios do Brasil, inclusive na mais alta Corte
InfraConstitucional, o Egrégio SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, consoante o
aresto colacionado, a seguir:
"BOLETIM DE OCORRÊNCIA. Verificação do local do fato. Croquis. A
descrição que o funcionário faz dos vestígios que encontra no local do
acidente tem por si a presunção de veracidade, porque são elementos de
fato submetidos à sua observação imediata".
Ainda que se saiba que as figuras que revestem o presente petitório têm caráter
meramente ilustrativo, o mesmo não se pode dizer do croqui elaborado pelo policial de
trânsito competente, após averiguação das circunstâncias fáticas da colisão. Tal
documento é revestido da fé pública que goza o dito servidor, na ocasião da realização
de seu trabalho.
Mister se faz apontar que a parte contendora, por ocasião da lavratura do BAT
(Boletim de Acidente de Trânsito), confessa, incontrastavelmente, a sua condição
de único e exclusivo culpado da batida, ora apreciada por esse MM. Juízo. Para tal
ilação, leia-se a Declaração do Condutor, jungida aos autos pelo suplicante, da feitura
do Sr. Leandro Manetti, in verbis:
"... QUANDO UMA PARATI PLACA KGU 5694 ENTRAVA NA ESTRADA DO ARRAIAL
VINDO DE FRENTE PARA MIM, COMO HAVIA CARRO DO MEU LADO DIREITO NÃO
HOUVE COMO EVITAR A COLISÃO FRONTAL DESVIANDO DO CARRO A MINHA
FRENTE.".
Tal declaração, permissa venia, não pode ser desprezada por esse Insigne Juízo, por
ocasião de seu decisum.
Caso a versão fantasiosa da parte adversa fosse verídica, tendo, assim, o automóvel do
demandante adentrado a área destinada ao tráfego da mão a qual estava adstrito o
automóvel do demandado, insofismavelmente estariam, os dois veículos, após a colisão,
situados na dita faixa (vide figura n. 5), o que não ocorreu in casu.
I- Pela 2ª Lei de Newton, "Quando uma força age num corpo, este adquire uma
aceleração de mesma direção e sentido da força atuante". Admitindo, assim, que
narração contida na declaração do condutor (particularmente: "NO MOMENTO DA
COLISÃO A QUINA DIREITA DA PARATI PEGOU NA DIANTEIRA DO
SANTANA") fosse verídica, o veículo do réu não teria adentrado a faixa pertencente ao
veículo do autor;
II- Pela 3ª Lei de Newton, também conhecida como Princípio da Ação e Reação, ad
argumentandum tantum, supondo que o veiculo do promovente estivesse na plenitude
do movimento destinado a transpassar a faixa contrária e que, concomitantemente, o
veículo do réu viesse em sua direção, no momento do abalroamento, ter-se-ia forças de
mesmo sentido e direções diametralmente opostas. Isto é, o carro dirigido pela esposa
do demandante estaria, ao final, na área relativa à sua faixa, porém, o veículo do
demandado estaria na área respectiva a sua e não na oposta, excluindo-se a
possibilidade de já estar invadindo a faixa contrária antes mesmo da colisão.
"O causador direto dos danos sempre é legitimado passivo para a causa
reparatória. Compete-lhe indenizar os estragos que fez, ainda que
atribua a fato de terceiro. Se outra pessoa interferiu na
concretização do evento danoso, cabe-lhe identificar essa pessoa e
responsabilizá-la oportunamente".
Art. 159 do Código Civil Brasileiro - Aquele que, por ação ou omissão voluntária,
negligência, ou imprudência, violar direito, ou causar prejuízo a outrem, fica
obrigado a reparar o dano.
Pelos argumentos aduzidos em linhas transatas, dúvidas não pairam de que a conduta da
parte contrária deu azo a um fato lesivo ao autor. Tal fato repercutiu em diversos
prejuízos, os quais serão minuciosamente apontados.
Inicialmente, de conformidade com o recibo em anexo, o autor teve que pagar a quantia
de R$ 900,00 (novecentos reais) a título de franquia do seguro de seu veículo.
O valor, ora estimado, salvaguarda palpável limite de razoabilidade, eis que calçado em
menos de 10% do valor atual de revenda de um modelo similar intacto (mais ou menos
R$ 14.600,00 – quatorze mil e seiscentos reais).
Caso esse MM. Juízo não acolha os valores liqüidatórios apresentados por ocasião deste
pleito, requer, alternativamente, seja arbitrado por V. Exa. o valor que se julgue cabível.
Adicione-se, ainda, o gasto efetuado à guisa de taxa FUSP da Polícia Militar para
obtenção da cópia do BAT, no importe de R$ 9,79 (nove reais e setenta e nove
centavos).
VII-DOS PEDIDOS
Face ao exposto e de acordo com o previsto ela legislação aplicável ao caso, deverão, os
suplicados, serem coatados ao adimplemento de indenização relativa aos danos
patrimoniais acarretados ao suplicante, tudo corrigido monetariamente, além dos juros,
despesas e verba honorária, fixada esta entre os limites legais, em virtude dos prejuízos
causados, da seguinte forma, a seguir:
Protesta e requer, finalmente, pelo depoimento pessoal dos réus, sob pena de confissão,
juntada posterior de documentos, ouvida de testemunhas e produção de prova pericial,
caso necessária.
À causa, dá-se o valor de R$ 2.209,79 (dois mil duzentos e nove reais e setenta e nove
centavos).
Pede deferimento.
Leonardo Camello
OAB/PE 3.036