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Pos-Eja IFRO Alfabetizacao - Final
Pos-Eja IFRO Alfabetizacao - Final
Ministério da Educação
Porto Velho - RO
2015
© Ministério da Educação
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão.
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1ª edição – 2015
Editora responsável:
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Designer educacional: Marta Magnusson Solyszko
Revisão de língua portuguesa: Laura Akemi Côrtes Massunari
Supervisão editorial: Letícia Carvalho Pivetta Fendt
Ficha Catalográfica
C824a
Corrêa, Marcia de Fátima Barbosa.
ISBN: 978-85-69951-09-4
CDD: 374
Apresentação
da disciplina
Por isso, é importante que você conheça uma pouco mais sobre o nosso
Ambiente Virtual de Aprendizagem e as ferramentas que podem contribuir
para sua ambientação na diversidade e inclusão social, assim como colaborar
com seu processo de construção de conhecimentos.
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Indica os pontos de Define ou elucida ter-
maior relevância no mos, palavras ou ex-
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Atividade
Indica atividades que de-
vem ser feitas para exer-
citar a compreensão, tan-
to no Ambiente Virtual
de Aprendizagem (AVA)
como em sala.
Palavras da
professora autora
Caro(a) professor(a),
Seja bem-vindo(a) à disciplina de Alfabetização e Inclusão Social!
Bons estudos!
Sumário
UNIDADE 1
EJA: contextualização e conceitos em alfabetização ____________________ 8
I. Em busca da contextualização na EJA ...........................................................................8
II. Alfabetização e letramento .......................................................................................... 15
III. Alfabetização na perspectiva da emancipação e inclusão social ............................. 18
UNIDADE 2
EJA: tópicos para ensino ..................................................................................... 23
I. Tópicos em educação ambiental ..................................................................................23
II. Tópicos em direitos humanos...................................................................................... 26
III. Tópicos sobre gênero ....................................................................................................28
IV. Tópicos sobre diversidade e inclusão ...........................................................................31
UNIDADE 3
EJA: educação e trabalho ................................................................................... 38
I. Educação e trabalho: uma abordagem relacional ......................................................38
II. O ensino médio e a educação profissional: trabalho como princípio educativo ..... 42
UNIDADE 4
EJA: geração de trabalho e renda ...................................................................... 49
I. Economia solidária, popular e EJA............................................................................... 49
II. Experiências de economia solidária .............................................................................53
III. Dez princípios da economia solidária ..........................................................................56
Referências.......................................................................................................59
Currículo da professora autora .......................................................................66
UNIDADE 1 EJA: contextualização e
conceitos em alfabetização
SECADI 8
Unidade 1
Anos 50
No governo Getúlio Vargas, a educação de adultos foi considerada um im-
portante passo para elevar o nível de escolarização do país. Para isso, criaram-se
as Escolas de Várzea, mais tarde chamadas Fábrica de Leitores. Desta experiên-
cia, restou a certeza de que somente a alfabetização não resolveria; era necessá-
ria uma ação mais ampla junto às comunidades.
1958
Neste período, durante o governo de Juscelino Kubitscheck de Olivei-
ra, grupos de vários estados foram convocados para relatar suas experiências
no “Congresso de Educação de Adultos”. Neste congresso, ganha destaque a
experiência do grupo de Pernambuco liderado por Paulo Freire, cuja propos-
ta incluía o desenvolvimento da educação e a crítica aos prédios escolares,
aos materiais didáticos e à qualificação dos professores. O momento também
foi marcado por relatos de experiências de inovações pedagógicas, com pro-
postas de renovação dos métodos e processos educativos. Foi, então, criada a
Campanha Nacional de Erradicação do Analfabetismo (CNEA), com o objetivo
de diminuir os índices do analfabetismo. A campanha foi extinta em 1963; as
críticas eram dirigidas tanto às suas deficiências administrativas e financeiras
quanto à sua orientação pedagógica.
SECADI 9
Unidade 1
Anos 60
O pensamento de Paulo Freire, assim como sua proposta para a alfabeti-
zação de adultos, inspirou os principais programas de alfabetização do país –
como os do Movimento de Educação de Base (MEB) e do Movimento de Cultura
Popular do Recife, ambos iniciados em 1961; os programas dos Centros Popula-
res de Cultura, da União Nacional dos Estudantes (UNE), entre outras iniciativas
de caráter regional ou local.
1964
O Plano Nacional de Alfabetização, aprovado neste ano, previa a dissemi-
nação, por todo o Brasil, de programas de alfabetização orientados pela propos-
ta de Paulo Freire. As ações, porém, foram interrompidas com o golpe militar;
seus promotores foram duramente reprimidos.
1969
O governo assumiu o controle dos Programas de Alfabetização de Adul-
tos, tornando-os assistencialistas e conservadores. Nesse período, foi lançado
o Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral), programa de proporções
nacionais voltado à alfabetização de amplas parcelas de adultos nas mais va-
riadas localidades do país.
Anos 70
O Mobral expandiu-se por todo o território nacional, diversificando sua
atuação por diferentes razões. Ao longo da década, o objetivo era garantir sua
sobrevivência; mais para o final do período, a intenção era responder às críti-
cas em relação à falsidade dos números que apresentava como resultado, ou
à insuficiência do domínio rudimentar da escrita que era capaz de promover.
Um dos desdobramentos mais importantes nessa linha de diversificação foi o
SECADI 10
Unidade 1
Anos 80
Nesta década, destacou-se a emergência dos movimentos sociais e o início
do processo de abertura política dentro da ditadura militar, vigente desde 1964.
Os projetos de alfabetização desdobraram-se em turmas de pós-alfabetização.
1985
Desacreditado, o Mobral foi extinto substituído pela Fundação Educar,
que apoiava, financeira e tecnicamente, as iniciativas do governo, das entida-
des civis e das empresas.
Anos 90
A Fundação Educar foi extinta, criando um enorme vazio na educação
de jovens e adultos. Alguns estados e municípios assumiram a responsabili-
dade de oferecer programas na modalidade, cuja história chega aos anos 90
reclamando reformulações pedagógicas.
1990
Acontece, em Jomtiem (Tailândia), a Conferência Mundial de Educação
para Todos, em que se estabelecem diretrizes planetárias para a educação de
crianças, jovens e adultos.
SECADI 11
Unidade 1
1996
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) nº 9394/96 rea-
firma, em dois artigos – 37 e 38, no Capítulo da Educação Básica, Seção V, – a
obrigatoriedade e a gratuidade da oferta da educação para todos que a ela
não tiveram acesso na idade própria.
1997
A V Conferência Internacional de Educação de Jovens, promovida pela
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unes-
co), foi realizada em Hamburgo (Alemanha) – e representou um importante
marco por vincular a educação de adultos ao desenvolvimento sustentável e
equitativo da humanidade.
Anos 2000
Sob a coordenação do conselheiro Carlos Roberto Jamil Cury, foi aprova-
do o Parecer CEB/CNE nº 11/2000, que trata das Diretrizes Curriculares Nacionais
para a Educação de Jovens e Adultos. Também foi homologada a Resolução CNE
nº 01/00, que estabeleceu as Diretrizes Curriculares Nacionais para a EJA.
Contexto atual
Em tempos atuais, a criação do Programa Brasil Alfabetizado envolveu,
concomitantemente, a geração de três vertentes de caráter primordialmente
social para a modalidade de EJA. São elas:
t P1SPKFUP&TDPMBEF'ÈCSJDB
RVFPGFSFDFDVSTPTEFGPSNBÎÍPQSPmTTJP-
nal com duração mínima de 600 horas para jovens de 15 a 21 anos;
t P 1SPHSBNB /BDJPOBM EF *ODMVTÍP EF +PWFOT 1SP+PWFN
WPMUBEP BP
segmento juvenil de 18 a 24 anos, com escolaridade superior à 4ª série
SECADI 12
Unidade 1
SECADI 13
Unidade 1
{
Para ampliar o conhecimento sobre o público da EJA, reco-
mendamos assistir ao vídeo “EJA – Educação para jovens
e adultos” disponível no link:
https://www.youtube.com/watch?v=n4vgDWEV97A
{
Registre sua percepção quanto às principais dificuldades
encontradas na oferta da EJA no período apresentado:
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
SECADI 14
Unidade 1
SECADI 15
Unidade 1
{
Para saber mais sobre os dois conceitos, consulte na Revista
Brasileira de Educação o texto “Letramento e Alfabetiza-
ção”, de Magda Soares (2003). Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/rbedu/n25/n25a01.pdf
SECADI 16
Unidade 1
{
Alfabetização: apropriação do sistema alfabético e ortográ-
fico da escrita;
SECADI 17
Unidade 1
{
Como você define alfabetização e letramento?
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
SECADI 18
Unidade 1
SECADI 19
Unidade 1
Freire (1994, p. 48) corrobora esta dimensão ao propor que não pode-
mos chegar aos operários urbanos ou camponeses, de modo geral imersos
num contexto colonial, [...] à maneira da concepção “bancária” e entregar-lhes
“conhecimento” ou impor-lhes um modelo de bom homem, contido no pro-
grama cujo conteúdo nós mesmos organizamos.
SECADI 20
Unidade 1
Isso não significa que a educação básica de jovens e adultos deva repro-
duzir as formas de organização, currículos, métodos, e materiais da edu-
cação básica infanto-juvenil. Muito ao contrario, a experiência interna-
cional recomenda flexibilizar currículos, meios e formas de atendimento,
integrando as dimensões de educação geral e profissional, reconhecen-
do processos de aprendizagem informais e formais, combinando meios
de ensino presenciais e a distancia de modo a que os indivíduos possam
obter novas aprendizagens e a certificação correspondente mediante
diferentes trajetórias formativas (2001, p. 71).
Ler e escrever a palavra só nos fazem deixar de ser sombra dos outros
quando, em relação dialética com a “leitura do mundo”, tem que ver com
o que chamo a “re-escrita” do mundo, quer dizer, com sua transformação.
Daí a natureza política, não necessariamente partidária, da educação em
geral, da de adultos e da alfabetização em particular (2000, p. 40).
t "QSPQSJBÎÍPEBBMGBCFUJ[BÎÍPFEPMFUSBNFOUP
t &TDPMBSJ[BÎÍPEFRVBMJEBEFQBSBKPWFOTFBEVMUPT
t "TTJNJMBÎÍPEBTEJNFOTÜFTQPMÓUJDB
QFEBHØHJDBFÏUJDBQBSBPFOTJ-
no na EJA;
SECADI 21
Unidade 1
{
Para conhecer outras discussões sobre alfabetização, con-
sulte “A reinvenção da alfabetização”, de Magda Soares,
disponível em:
http://pacto.mec.gov.br/images/pdf/Formacao/a-reivencao-alfabetizacao.pdf
{
Reflita e amplie os significados assumidos pela alfabetização
para a emancipação e a inclusão social na EJA.
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
Para relembrar:
Nesta unidade, vimos a contextualização da educação de jovens e adul-
tos na história da educação, em que buscamos analisar suas funções sociais.
Vimos os diferentes conceitos de alfabetização e letramento, de acordo com
diversos teóricos, na perspectiva da emancipação e inclusão social – conside-
rando a organização do trabalho pedagógico nesta modalidade de ensino.
Vamos lá!?
SECADI 22
UNIDADE 2 EJA: tópicos para ensino
SECADI 23
Unidade 2
SECADI 24
Unidade 2
{
“Alfabetização ecológica: o desafio para a educação do sé-
culo 21”, de Fritjof Capra, disponível em:
http://smeduquedecaxias.rj.gov.br/nead/Biblioteca/
Forma%C3%A7%C3%A3o%20Continuada/Educa%C3%A7%C3%A3o%20Am-
biental/ALFABETIZA%C3%87%C3%83O%20ECOL%C3%93GICA.pdf
SECADI 25
Unidade 2
SECADI 26
Unidade 2
SECADI 27
Unidade 2
{
Para exemplificar uma prática pedagógica ocorrida na EJA e
pautada nos princípios expostos até aqui, sugerimos a lei-
tura do artigo “Direitos humanos na EJA: uma intervenção
para o empoderamento de sujeitos educativos”, de Maria
Elizete Guimarães Carvalho et al. Disponível em:
http://coloquio.paulofreire.org.br/participacao/index.php/coloquio/viii-colo-
quio/paper/view/113
{
Assista ao vídeo “Direitos humanos na escola - Francisco
Cordão”, disponível em https://www.youtube.com/watch?v=grpI6mlvr0Q
O vídeo apresenta entrevista concedida pelo presidente da Câ-
mara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação
sobre a homologação das Diretrizes Nacionais para a Educação
em Direitos Humanos. A ideia é que as escolas promovam, no
ambiente escolar, uma educação de respeito às diversidades.
Para Louro (1997), gênero deve ser entendido como construção de identi-
dades múltiplas, plurais dos sujeitos, que se transformam e são dinâmicas.
SECADI 28
Unidade 2
SECADI 29
Unidade 2
SECADI 30
Unidade 2
{
Para ilustrar a temática que estamos abordando, sugerimos
assistir ao vídeo “Gênero (homem x mulher)”, disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=hIfBgCiO0U4
Analisar uma obra de arte, neste caso a pintura, não é tarefa fácil para
SECADI 31
Unidade 2
quem não é especialista. Mas esta, especialmente, supomos não ser de difícil
entendimento. A obra exibe a força do estilo da artista ao retratar a diversi-
dade cultural da população paulistana, escreve um jornalista para a revista
Veja; ele ainda complementa que:
SECADI 32
Unidade 2
No entanto, como nos lembra Jannuzzi (2004, p.199), “inclusão não se faz
por decreto. É um processo e como tal leva tempo e implica mudanças estrutu-
rais na cultura, na construção de uma nova postura pedagógica e na vida social”.
SECADI 33
Unidade 2
SECADI 34
Unidade 2
SECADI 35
Unidade 2
{
Para ilustrar a riqueza que a diversidade nos proporciona, assista
ao vídeo “Diversidade & Inclusão – PwC”, disponível no link:
https://www.youtube.com/watch?v=ZnwDQZ4YBrE
e o vídeo “For the birds”, disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=yJzQiemCIuY
SECADI 36
Unidade 2
{
ATIVIDADE DE PERCURSO
Fórum: Diversidade e inclusão
Como fazer?
1. Acesse o Ambiente Virtual de Aprendizagem e localize o Fó-
rum, na barra do menu superior;
2. Leia o item “Tópicos sobre diversidade e inclusão” da Unida-
de 2 deste caderno;
3. Assista ao vídeo “Uma cadeira de rodas, um coração bom
e muita inspiração para a vida”, disponível no link:
https://www.youtube.com/watch?v=Tt-kQ2uTZY0
4. Participe do fórum “Diversidade e inclusão na educação:
qual sua percepção?”;
5. Navegue pelas opiniões dos colegas e comente-as.
Para relembrar:
Nesta unidade, vimos os tópicos educação ambiental, direitos huma-
nos, gênero, diversidade e inclusão para o ensino na EJA. Apresentamos as
propostas para educação ambiental, possibilitando uma reflexão sobre direi-
tos humanos e gênero.
Vamos lá?!
SECADI 37
UNIDADE 3 EJA: educação e trabalho
{
Dualidade estrutural na educação é a proposta de uma edu-
cação intelectual, destinada à classe dominante, ou seja, à elite,
e uma educação para o trabalho, destinada à classe trabalha-
dora e oprimida (MARTINS E CZERNISZ, 2007).
SECADI 38
Unidade 3
Santos e Blengini (2010) apontam que esta ação, por meio da qual o ho-
mem permite a si mesmo existir, é chamada de trabalho. Portanto, o trabalho
é inerente ao homem, já que, sem realizá-lo, não poderia conservar a sua exis-
tência; por ser inerente, é ontológico.
SECADI 39
Unidade 3
Como o autor nos lembra, a educação não poderá mais ser vista como
processo mecânico de desenvolvimento de potencialidades; ela será, necessa-
riamente, um processo de construção, ou seja, uma prática, mediante a qual os
homens se constroem ao longo do tempo.
SECADI 40
Unidade 3
SECADI 41
Unidade 3
Os autores destacam que, como jovens que são, expressam suas ansie-
dades frente a um futuro incerto. Existe uma grande preocupação em encarar
o mundo adulto, e ser adulto requer responsabilidades que eles ainda não es-
tão prontos para exercer, mas que precisam enfrentar. Sua tábua de salvação,
esperam, é a escola: vivem na esperança de que a escola lhes mostre o cami-
nho e lhes proporcione a chance de trabalho. Alguns nem esperam pelo futu-
ro, devido à necessidade premente de trabalhar para ajudar a família. Outros
chegam a abandonar a escola ao conseguirem um emprego, alegando falta de
tempo. É visível o desencaixe entre a escola e os jovens. Não se pode culpar a
escola, ou o próprio jovem; talvez a causa dessa não integração seja a maneira
como a formação dos indivíduos esteja acontecendo.
SECADI 42
Unidade 3
A mesma autora destaca, ainda, que após uma rápida expansão nos anos 90,
o acesso ao ensino médio mantém-se estagnado nos últimos dez anos, combina-
do às altas taxas de evasão e repetência, associadas a um baixo desempenho dos
alunos em testes nacionais de avaliação. Ela afirma que:
SECADI 43
Unidade 3
Segundo o estudo, para que a escola cumpra sua tarefa, é preciso ter
clareza de que o trabalho pedagógico escolar não é um processo natural, es-
pontâneo e muito menos ocasional – mas intencional, organizado, dosado,
sequenciado e deve ser construído de forma a garantir ao aluno que ingres-
sa na escola a permanência e uma boa escolarização. Outras considerações
apontadas por elas são:
SECADI 44
Unidade 3
SECADI 45
Unidade 3
Diante dos resultados encontrados, a autora conclui que não há, nos
projetos, referência e condições concretas, dadas as suas características, para
a implementação de procedimentos pedagógicos que assegurem o desen-
volvimento das competências complexas, as quais caracterizam o trabalho
intelectual – particularmente, as que assegurem o exercício da crítica, da cria-
ção, da participação política ou do acesso aos conhecimentos necessários
para enfrentar os desafios de uma sociedade. Sociedade, esta, cada vez mais
excludente, em que o domínio de conhecimentos científicos, tecnológicos e
sócio-históricos, com vistas à formação de um profissional com autonomia in-
telectual e ética, é fundamental. Ao contrário, o estudo conclui que vários dos
projetos analisados, embora sutilmente, negam esta necessidade.
SECADI 46
Unidade 3
Segundo Acácia Kuenzer, isso pode ser atribuído ao fato de que o ensino
médio ainda se encontra em “crise de identidade”, o que se agrava,
{
“Diretrizes Curriculares para a Educação Profissional”, dis-
ponível em:
portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc
SECADI 47
Unidade 3
Para relembrar:
Nesta unidade, vimos os conceitos de educação e trabalho, sua inter-
-relação no ensino médio e na educação profissional e o trabalho como prin-
cípio educativo.
Vamos lá!?
SECADI 48
UNIDADE 4 EJA: geração de trabalho
e renda
SECADI 49
Unidade 4
Ainda sobre a definição posta, França Filho (2002, p.16) destaca que “[...]
a ideia de economia solidária reflete assim a própria ação desses grupos locais
na sua tentativa de autogeração de riqueza, ou seja, de tentativa de resolução
das suas problemáticas sociais”.
Corrêa (s.d, p. 2), utilizando Tiriba (1998), aponta que “nem toda economia
popular é solidária, e nem toda economia solidária é popular”. Para Tiriba, é neces-
sário refletir sobre qual conceito/prática de economia solidária queremos construir.
SECADI 50
Unidade 4
Corrêa destaca ainda que a EJA, na última década, tem sido alvo de refle-
xões/ações que colocam em xeque concepções e abordagens – algumas ingênu-
as, outras mecaniscistas e utilitárias – até então dominantes nos cursos, projetos
e mutirões em torno da escolarização (alfabetização) de jovens e adultos.
SECADI 51
Unidade 4
para as outras esferas que envolvem nossa vida, como a política, a socieda-
de e a cultura”. Acrescenta:
Assim, concordamos com esse autor quando ele destaca que: “ao pro-
pormos uma intervenção radical da EJA no que diz respeito a este movimento,
Economia (ou Colaboração) Solidária, estamos propondo que o trabalho seja
o princípio educativo deste processo” (p. 13).
SECADI 52
Unidade 4
SECADI 53
Unidade 4
SECADI 54
Unidade 4
SECADI 55
Unidade 4
SECADI 56
Unidade 4
SECADI 57
Unidade 4
{
forma, afirmam a vocação local, articulada com uma perspectiva
mais ampla, nacional e internacional.
ATIVIDADE DE PERCURSO
Tarefa: Alfabetização e inclusão social
Como fazer?
1. Na Unidade 2, estudamos alguns tópicos para o ensino – entre
eles, diversidade e inclusão. Discutimos sobre os temas abordando
algumas concepções de Paulo Freire sobre inclusão, como histo-
ricidade, inconclusão, conscientização, diálogo e libertação, bem
como buscamos, por meio de vídeos e do fórum, ampliar o repertó-
rio de percepções a respeito da diversidade e da inclusão.
2. Vimos também, na Unidade 4, os princípios da economia so-
lidária. Assim, com base na leitura, na apreciação dos vídeos e
do fórum de discussão, elabore um texto de duas laudas com o
tema: Diversidade e Inclusão na EJA: os princípios da economia
solidária para trabalho e a geração de renda.
3. Redija seu texto, conforme o modelo disponibilizado no AVA,
salvando-o, primeiramente, em seu computador.
4. Ao concluir sua tarefa, salve, feche o arquivo, acesse o AVA e
envie sua atividade.
Para relembrar:
Mostramos, nesta unidade, os conceitos de economia solidária e popu-
lar, buscando diferenciá-los. Vimos, também, as experiências de economia soli-
dária como processos formativos, destacamos o papel da EJA para a economia
solidária, bem como apresentamos os dez princípios da economia solidária.
SECADI 58
Referências
SECADI 59
CAPRA, Fritjof. Alfabetização ecológica: o desafio para a educação do sécu-
lo 21. Disponível em: <http://smeduquedecaxias.rj.gov.br/nead/Biblioteca/
Forma%C3%A7%C3%A3o%20Continuada/Educa%C3%A7%C3%A3o%20
Ambiental/ALFABETIZA%C3%87%C3%83O%20ECOL%C3%93GICA.pdf>.
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no médio no século XXI. In: Seminário Nacional de Estudos e Pesquisas “Histó-
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TFOUNI, Leda Verdiani. Letramento e alfabetização. 8.ed. São Paulo: Cortez, 2005.
SECADI 65
Currículo da
professora autora
SECADI 66