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DEMÉTRIUS - Monografia Graduação
DEMÉTRIUS - Monografia Graduação
Segurança Pública:
O emprego da Força Nacional de Segurança Pública
Segurança Pública:
O emprego da Força Nacional de Segurança Pública
SEGURANÇA PÚBLICA:
O Emprego da Força Nacional de Segurança Pública
Orientador: __________________________________________
Prof. Joaquim Marcelo B. da Silva
Centro Universitário da Fundação de Ensino Octávio Bastos
Examinador(a): __________________________________________
Nome:
Centro Universitário da Fundação de Ensino Octávio Bastos
Examinador(a): __________________________________________
Nome:
Centro Universitário da Fundação de Ensino Octávio Bastos
DEDICO
por ter estado ao meu lado durante toda a elaboração deste trabalho; por ter
compreendido minha ausência e meu cansaço, para o qual o único remédio era
eu me sentir amado. Ela não desistiu de ser o meu bálsamo confortador.
pela paciência que tiveram comigo, quando muitas vezes eu havia perdido a
paciência com eles; pelo amor inigualável que só um filho pode sentir por um
pai.
por ter me mostrado que juntos não temos limites; que podemos ser mais do que
realmente supomos, e que a coisas acontecem se assim as quisermos.
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AGRADEÇO
Aos meus pais, irmãos, tios, primos, e amigos, por todo o apoio e confiança
irrestritos a mim dispensados, meus abrigos para todos os momentos, em
especial minha mãe Ilda, mulher de fibra que vive mais a vida de seus filhos
amados do que a sua própria e que não se cansa de se sacrificar por mim.
À minha avó Anna, pelo incentivo inesgotável e pela minha infância mágica.
Ao meu amigo e irmão de todas as horas, Paulo Sérgio Mariano, por ter estado
ao meu lado desde os primórdios de nossa adolescência, acompanhando-me e
auxiliando-me em todas as minhas urgências, sendo meu arrimo e companheiro
no curso de Direito, meu eterno parceiro e paradigma de força, garra e coragem,
lembrança viva sempre, principalmente nos momentos em que a desistência
rondava meu espírito cansado.
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Quando você tem uma meta, o que era um obstáculo passa a ser uma etapa
de um de seus planos.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 9
2.4 Princípios a serem respeitados nas atividades da Força Nacional de Segurança .............. 30
CONCLUSÃO..........................................................................................................................
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REFERÊNCIAS ......................................................................................................................
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ANEXOS .................................................................................................................................. 52
ANEXO A – Decreto nº 5.289, de 29 de novembro de 2004 ................................................... 52
ANEXO B – Lei nº 11.473, de 10 de maio de 2007 .................................................................. 55
ANEXO C – Decreto nº 6.189, de 20 de agosto de 2007 .......................................................... 57
ANEXO D – Proposta de Emenda à Constituição nº63, de 15 de maio de 2007 ...................... 58
ANEXO E – Proposta de Emenda à Constituição nº202, de 11 de dezembro de 2007 ............. 60
ANEXO F – Portaria nº 379, de 28 de fevereiro de 2008 ......................................................... 61
INTRODUÇÃO
Essas entrevistas foram fundamentais para que se colhessem informações atuais e de cunho
prático, como por exemplo, o nome do comandante da Força, efetivo pronto e mobilizado,
operações em andamento, sistema de captação dos voluntários entre os órgãos de Segurança
Pública.
Portanto, como uma introdução ao assunto principal, foi discorrido sobre os diversos
conceitos embutidos dentro dos chamados Serviços Públicos.
Neste sentido, tratou-se sobre sua definição, por meio de um estudo comparado entre os
diversos pontos de vistas de renomados doutrinadores, que formam duas correntes antagônicas,
sendo uma de caráter mais restritivo, que optam por excluir determinadas modalidades de
prestação estatal do rol dos considerados serviços públicos, entre elas a segurança pública, e
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outra, mais abrangente, que entendem que a prestação de serviços por parte do estado elenca uma
gama maior de atribuições. Para o presente trabalho optamos pela corrente mais abrangente, que
vem ao encontro de nosso modo de pensar e entender a responsabilidade do poder público quanto
à segurança das pessoas e do patrimônio.
No estudo sobre o Serviço Publico, foram destacados alguns princípios de direito que
norteiam as ações estatais, importantes para que se observe o balizamento e as limitações às ações
da Força Nacional de Segurança.
E por fim, foi enquadrada a Força Nacional de Segurança dentro da Segurança Pública,
como uma instituição, portanto, prestadora de serviço público.
Este brochura está muito longe de querer esgotar quaisquer assuntos a respeito, nem esta é
nossa pretensão.
Com certeza tudo isso ajudou a ampliar ainda mais os nossos horizontes.
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Tem-se, ainda, que a definição de Serviço Público vem sofrendo reinterpretações em seu
cerne. Os conceitos dentro do ordenamento jurídico sofrem constantes modificações com o
transcorrer do tempo, adaptando-se aos valores sociais vigentes em determinada época e lugar.
No Brasil, o conceito em sentido amplo é adotado por Mário Masagão, que define serviço
público como sendo “toda atividade que o Estado exerce para cumprir os seus fins” (apud Di
Pietro, 2004, p. 95). Aqui se incluem as atividades judiciárias e administrativas, entendendo o
ilustre doutrinador que as atividades legislativas são próprias da Administração Pública.
José CRETELLA Júnior (2000, p. 409) conceitua que serviço público é “toda atividade
que o Estado exerce, direta ou indiretamente, para a satisfação das necessidades públicas mediante
procedimento típico do direito público”.
Para Hely Lopes Meirelles (2007, p. 330), serviço público é “todo aquele prestado pela
Administração ou por seus delegados, sob normas e controles estatais, para satisfazer as
necessidades essenciais ou secundárias da coletividade, ou simples conveniência do Estado”. Em
sua definição, ao empregar o termo “Administração”, em substituição a “Estado”, o doutrinador
excluiu as atividades legislativas e judiciárias, mas ela ainda possui sentido amplo por não fazer
distinção entre serviço público e atividade de polícia.
Adepto a este sistema restrito, Bandeira de Mello (2004, p. 620), conceitua que “serviço
público é toda atividade de oferecimento de utilidade ou comodidade material destinada à
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satisfação da coletividade em geral, mas fruível singularmente pelos administrados, que o Estado
assume como pertinentes a seus deveres e presta por si mesmo ou por quem lhe faça as vezes, sob
um regime de Direito Público – portanto, consagrador de prerrogativas de supremacia e de
restrições especiais – instituídos em favor dos interesses definidos como públicos no sistema
normativo”
Para tanto, passou a delegar sua função pública a terceiros, particulares, mantendo, porém,
a fiscalização e o controle. São exemplos as concessões de serviço público, as empresas públicas e
as sociedades de economia mista. O regime jurídico, nesta situação, adota um caráter
predominantemente privado.
Depreende-se, nesse contexto, que pelo menos dois elementos de conceituação foram
alterados, quais sejam, o elemento subjetivo - uma vez que o Estado não possui mais prerrogativa
exclusiva de execução de serviços públicos – e o elemento formal, visto que “nem todo serviço
público é prestado sob um regime jurídico exclusivamente público” (Di Pietro, 2004, 98).
Portanto, não está mais em voga utilizar-se desses três elementos, exclusivamente, para
conceituar serviço público. Deixaram de ser essenciais, pois hodiernamente é possível se elaborar
um conceito sem a presença de um, ou mesmo dois deles.
Como já mencionado, não é tarefa fácil definir um conceito unânime a respeito do serviço
público. Pode-se, para fins didáticos, coligarem-se os pensamentos afins em grupos, delimitando-
se pela abrangência mais ampla ou mais restrita sobre o assunto.
Neste sentido, observa-se a presença de uma corrente doutrinária ampla, que inclui todas as
atividades do Estado (legislação, jurisdição e execução); uma corrente intermediária, que só
considera como serviços públicos os decorrentes de atividades administrativas, excetuando-se a
jurisdição e a legislação, não separando, contudo, o serviço público do poder de polícia; e há um
terceiro enfoque, que restringe ainda mais a idéia, distinguindo o serviço público das outras
atividades da Administração Pública, entendendo que o poder de polícia não se enquadraria no
conceito.
Entendemos que a conceituação mais ampla atende melhor aos nossos anseios, pois
concordamos com Caio Tácito (1975, p. 198-199, apud, Di Pietro, 2004, p. 96) quanto ao fato de a
ordem pública, a paz, e a segurança coletiva corresponderem ao poder de polícia, que deve ser
exercido exclusivamente pelo Estado.
Pautamos nosso entendimento pelo fato de que a segurança pública é um dever indelegável
do Estado (art. 144 – CF/88), apresentando estreita interligação com serviços essenciais de
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prestação de assistência médico-hospitalar e funerários, previstos na Lei 7.783/89 (art. 10, incisos
II e IV).
Justen Filho (2006, p. 492) sustenta que o serviço público é uma espécie de intervenção no
domínio econômico, pois a prestação de serviço público pressupõe a utilização de recursos
limitados para a satisfação de necessidades entre si excludentes
A doutrina faz ainda outras classificações no estudo dos serviços públicos e discorre
também sobre seus requisitos.
Para o presente trabalho interessa as definições de serviço uti universi e uti singuli.
Serviços uti universi ou gerais: são aqueles que a Administração presta sem ter usuários
determinados, para atender à coletividade no seu todo, como os de polícia, iluminação pública,
calçamento e outros dessa espécie.
Serviços uti singuli ou individuais: são os que têm usuários determinados e utilização
particular ou mensurável para cada destinatário, como ocorre com o telefone, a água e a energia
elétrica domiciliares.
Para finalizar, outra observação relevante é o conteúdo expresso no art. 175 da CF/88,
onde “incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou
permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.” Ou seja, deverá haver
uma lei que determinará como será a prestação de determinado serviço público. O próprio Estado
determinará o que deve ser considerado serviço público.
Princípios de direito são noções fundamentais para a fiel aplicação da Justiça, sendo
sistematicamente utilizados por operadores do direito como forma de se preencher as lacuna
encontradas na lei quando confrontadas com um caso concreto. “São vetores normativos
subjacentes ao sistema jurídico-positivo, não porém como um dado externo, mas como uma
inerência da construção em que se corporifica o ordenamento” (Mello, 2004, p. 112).
CRETELLA (2000, p. 6) define princípio como “toda proposição, pressuposto de um
sistema, que lhe garante a validade, legitimando-o”.
Pode-se dizer que os princípios que norteiam o próprio Direito Administrativo amparam da
mesma forma a atividade de prestação do serviço público.
O Art. 37 da CF/88 reportou expressamente que a administração pública (direta e indireta)
deverá obedecer aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência. Porém esta relação não é taxativa. Existem inúmeros outros princípios previstos alhures
na própria constituição, ou ainda que não constam de forma expressa em nenhum instituto legal,
mas que são implicações evidentes do próprio estado de direito.
Segue abaixo a relação de alguns dos princípios fundamentais encontrados na doutrina.
Eis um exemplo de princípio não expresso em nenhum dispositivo legal, mas que é
inerente a qualquer sociedade, como condição de sua existência, sendo um pressuposto lógico de
convívio social.
De acordo com Bandeira de Mello (2004, p. 87), deste princípio derivam outros como o
princípio da função social da propriedade, da defesa do consumidor e do meio ambiente (art. 170,
III, V e VI – CF/88), sendo corolário também de institutos como a desapropriação e a requisição
(art. 5º, XXIV e XXV – CF/88).
Por este princípio, a Administração Pública tem a possibilidade de se utilizar de atos
imperativos, nos limites da lei, para obrigar o administrado, em detrimento de seus interesses
individuais.
b) Princípio da Legalidade
Neste sentido, a Administração Pública somente poderá ser exercida em conformidade com
a lei, ou seja, só poderá fazer o que determina a lei, que no seu bojo teórico-filosófico, representa a
vontade da sociedade. Agindo de acordo com as prerrogativas impressas na lei, o Administrador
fica isento de qualquer cunho pessoal em sua administração. Desta maneira, excessos personalistas
são evitados, tais como abusos de autoridade e parcialidade para com o administrado.
c) Princípio da Finalidade
d) Princípio da Razoabilidade
Reza este princípio que a atuação da Administração Pública deve obedecer a critérios
aceitáveis do ponto de vista racional, conforme o senso normal de uma pessoa equilibrada, em
respeito à finalidade da outorga da competência exercida (MELLO, 2004, p. 99). Devem ser
observados os critérios de “adequação entre os meios e fins”.
e) Princípio da Proporcionalidade
f) Princípio da Motivação
O STF já decidiu que a motivação é necessária para todo e qualquer ato administrativo
(RDP, 34:141). Os Tribunais têm entendido que a falta de motivação ou a indicação de motivos
falsos ou incoerentes, torna o ato nulo (RDA, 46:189 e 48:12). No âmbito federal a Lei 9.784/99,
estabelece que a motivação é sempre obrigatória, sem distinção entre atos vinculados ou
discricionários.
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O art. 50 da referida lei , em seu parágrafo 1º, determina que a motivação deve ser
explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com os
fundamentos de pareceres, de informações, decisões ou propostas anteriores (motivação aliunde).
g) Princípio da Moralidade
Este princípio norteia que o ato da Administração Pública deve obedecer, não somente à
norma legal, jurídica, mas também à lei ética da própria instituição.
O administrador deve se ater, em seus atos, na análise do que seja justo ou injusto,
conveniente ou inconveniente, legal ou ilegal e, ainda, deve agir com ética, calcado na
honestidade, na lealdade e na boa-fé para com os administrados e, por conseguinte, para com o
interesse público.
h) Princípio da Eficiência
Este princípio preceitua que a atividade administrativa deve ser exercida com presteza,
perfeição e rendimento funcional, exigindo resultados positivos para o serviço público e
satisfatório atendimento das necessidades da comunidade e de seus membros (MEIRELLES,
2007).
i) Princípio da Publicidade
Todo ato administrativo deve ser público, exceto os que tratem de assuntos como a
segurança nacional e investigações policiais, ou no interesse superior da Administração Pública a
ser preservado em processo previamente declarado sigiloso, nos termos da Lei 8.159/91, e do Dec.
2.134/97.
A publicidade capaz de gerar efeitos jurídicos é aquela realizada por órgãos oficiais da
Administração Pública, constituídos não apenas pelos Diários Oficiais, mas também por terceiros
contratados para realizarem publicações oficiais. Embora não servindo como publicidade oficial, a
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mídia privada, impressa, radiofônica, televisiva ou virtual (internet), colabora com a transparência
dos atos administrativos, atuando, ainda, como órgãos formadores de opinião.
i) Princípio da Impessoalidade
Administração Pública tem por escopo, como já discorrido, o interesse público, o bem-
estar coletivo, devendo tratar a todos os administrados com igualdade e imparcialidade, sem
favorecimentos pessoais a um ou a outro.
O que se coíbe com este princípio são os privilégios pessoais, vedando-se, também, a
promoção pessoal de autoridades e servidores públicos sobre suas realizações administrativas.
Quando um órgão público realiza uma licitação para a aquisição de material ou para a
realização de um serviço, faz com que os concorrentes se encontrem na mesma situação, sujeitos
aos mesmos critérios previstos no edital de convocação para apresentação das propostas, sendo
que a análise destas propostas está fundada em um caráter objetivo de apreciação (valores,
qualidade, etc.), não se levando em conta a subjetividade dos proponentes. Eis um exemplo prático
de utilização do princípio da impessoalidade.
j) Princípio da Continuidade
Vale lembrar que o art. 37 da CF/88 positivou o direito à greve dos servidores públicos,
sendo que as leis 7.783/89 e 10.227/01 discorrem sobre o assunto, dispondo sobre as providências
para a continuidade dos serviços públicos em casos de greve.
Este princípio vem consagrado na Constituição Federal de 1988, no art. 5º, XXXVI,
implícito na emanação de que a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a
coisa julgada.
A doutrina ainda elenca alguns outros princípios, porém, para o presente estudo, o rol aqui
discutido já se faz satisfatório.
A Constituição Federal de 1988 em seu artigo 144 dispõe sobre a segurança pública,
mencionando ser esta dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, sendo exercida para
preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.
Tal serviço público se justifica por manter a Ordem Pública, sendo, portanto, também
considerado essencial, posto que, nem um Estado suporta o caos de suas instituições.
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A Constituição Federal, no artigo 144, dispõe que a manutenção da Ordem Pública será
realizada através dos órgãos abaixo relacionados:
- Polícia federal
- Polícias civis
- Polícias militares
A Polícia Federal exerce o papel de polícia judiciária1 da União, com exclusividade, e tem
por finalidade:
[...] apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens,
serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas,
assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional
e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei. (CF/88, art. 144, § 1º, inciso I)
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A Polícia Federal tem, ainda, funções de polícia administrativa, uma vez que a CF/88
concedeu-lhe competência para a prevenção contra o tráfico de entorpecentes e drogas afins, o
contrabando e o descaminho, além de ser responsável pelo policiamento marítimo, aeroportuário e
das fronteiras.
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1
José Cretella Júnior define Polícia como sendo a “atividade concreta exercida pelo Estado para assegurar a
ordem pública através de limitações legais impostas à liberdade coletiva e individual.”
O autor subdivide a polícia em três espécies: polícia administrativa, polícia judiciária e polícia mista.
A polícia administrativa, ou preventiva, exerce atividades, a priori, antes dos acontecimentos, buscando
impedir que ocorram infrações legais, e, por conseguinte, garantindo a manutenção da ordem pública.
A polícia judiciária, ou repressiva, investiga os delitos que a polícia administrativa não conseguiu evitar,
buscando identificar a autoria, levantando provas e subsídios contra os infratores, e conduzindo-os aos órgãos
judiciários para serem julgados.
A polícia mista é o organismo estatal que acumula ou exerce sucessiva ou simultaneamente, as funções
preventiva e repressiva, entendendo, o autor, que a polícia brasileira está enquadrada neste conceito. Concordamos
com o ilustre doutrinador neste sentido apenas em relação às atribuições da Polícia Federal, sendo que a Polícia
Rodoviária Federal e a Polícia Ferroviária Federal têm funções preventivas apenas, assim como, na esfera estadual, a
divisão entre as funções preventivas (Polícia Militar) e repressivas (Polícia Civil) encontram-se bem definidas, tanto
na esfera legal, quanto nas situações práticas.
Tais intervenções foram amparadas pela CF/88, que arroga em seu artigo 142, in fine,
como competência das Forças Armadas, a garantia da lei e da ordem.
As Forças Armadas têm por finalidade precípua a manutenção da soberania do país frente a
ameaças externas. O tipo de treinamento, o armamento empregado, o equipamento utilizado não
são compatíveis com a atividade de segurança ostensiva.
O treinamento da tropa é voltado quase que exclusivamente ao preparo para uma guerra
regular, onde se conhece o inimigo, sabe-se de onde ele vem e suas possibilidades bélicas e táticas.
Geralmente busca-se a evacuação dos civis das áreas de confronto (embora nem sempre seja
possível) e, portanto, pode-se empregar o poderio de fogo necessário para conter a ameaça.
Quando o Exército interveio no Rio de Janeiro, ele enfrentou um inimigo sem rosto,
desconhecendo efetivo a ser enfrentado, seus líderes, sua organização, seu poder de fogo, ou se
possuíam reféns. Essa situação pode ser perigosa para os moradores locais, pois passam a ser
encarados como potenciais criminosos.
Uma das alternativas seria a criação de uma força, militarizada, com treinamento
específico para situações de grande conturbação social, dotada de armamentos de baixa letalidade
que proporcionassem a desarticulação e a captura do criminoso para posterior julgamento e
respectiva punição, e que estivesse sempre em condições de emprego permanente.
necer uma noção dos acontecimentos que conduziram a situação no país até o agora.
A noção de violência também está sujeita a modificações de acordo com o tempo e com o
espaço. Conforme os interesses da sociedade em questão, um ato violento pode ser considerado
legal e legítimo. Exemplo disso foram os índios que ficaram a mercê do colonizador português,
sofrendo com a escravidão e com os castigos físicos, além de se encontrarem submetidos a uma
imposição religiosa e cultural, diversas do que preconizava a tradição autóctone. Superada a fase
da escravidão indígena, iniciou-se a escravidão negra, violento período de abuso de poder por
parte dos senhores brancos, que utilizavam seus escravos em trabalhos pesados, em uma situação
degradante de alojamentos insalubres e desprovidos de conforto, pessoas tratadas como meras
mercadorias, castigadas fisicamente até a morte na maioria das vezes. Ainda hoje, na China e nos
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No Brasil Colônia, a justiça era feita com base na lei do mais forte, com as próprias mãos.
Modernamente, esse tipo de situação não é mais aceitável. Os interesses sociais mudaram.
Os padrões de regramento são outros. A violência pura e indiscriminada não pode mais ser
admitida.
Essa evolução social culminou no que a Dr. Stela Cavalcanti chama de “sociedade
marcadamente excludente” (2006). De acordo com esta autora, algumas pessoas não dispõem de
acesso a bens essenciais à nutrição, saúde, segurança, proteção à vida. Um terço da população vive
na miséria, e esse situação gera um enorme impacto no sentimento de igualdade, impacto este que
gera conflitos. A exclusão, entre outros fatores, gera os níveis de violência conhecidos hoje, e os
excluídos são, ao mesmo tempo, vitimas e causadores dessa violência.
A melhor evidência dessas afirmações são os bolsões de pobreza encontrado nas regiões
periféricas dos grandes centros, chamados “favelas”.
_____________________________
maior interferência do poder público ou onde apresentar urgência de reforço na área de segurança,
podendo ser empregada em todo o território nacional, em regime de força-tarefa 1.
O efetivo para compor as forças-tarefas, em caso de emprego real, é fornecido por todos os
entes federados
O curso é composto por dez disciplinas, entre elas Direitos Humanos, Controle de
Distúrbios Civis, Policiamento Ostensivo, Gerenciamento de Crise e Técnicas de Tiro.
Esta força federal ainda não tem amparo expresso constitucional. O art. 144 não traz em
seu bojo a previsão da Força Nacional de Segurança como um dos órgãos regulares responsáveis
pela segurança pública.
Existem duas propostas de emenda constitucional pleiteando a sua inclusão no rol previsto
no artigo supra. A PEC nº 63, de 15 de maio de 2007, do Deputado Federal Jorge Botar (PT/RJ), e
a PEC nº 202, de 11 de dezembro de 2007, apresentada pela Deputada Federal Sueli Vidigal
(PDT/ES). Até o fechamento das pesquisas para o presente trabalho, as duas propostas haviam
sido recebidas pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), sendo que a
primeira foi aprovada pela comissão e encaminhada à Comissão Permanente para publicação, e a
segunda ainda aguarda o parecer do relator da CCJC.
_____________________________
1. Força-tarefa é um efetivo reunido especificamente para determinada operação, sendo que esta operação recebe um
designativo, nos moldes do que ocorre na Polícia Federal.
A Lei nº 11.473/07 estabelece que a União poderá celebrar convênio com os entes
federados (estados e Distrito Federal) para a execução de atividades e serviços imprescindíveis à
preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio (art. 1º).
O art. 3º traz elencadas as atividades e os serviços considerados imprescindíveis à
preservação da ordem e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, conforme descrito a seguir:
I – o policiamento ostensivo
A guarda, custódia e vigilância de presos, prevista no inciso IV, somente serão executadas
pela Força Nacional de Segurança em casos de grave crise no sistema penitenciário, configurando
uma situação extraordinária.
Art.1º Para efeito da aplicação do art. 3º, I, da Lei 11.473, de 2007, considera-se
policiamento ostensivo, as operações conjuntas com os órgãos federais no cumprimento
de suas atribuições policiais ou com os órgãos de segurança pública estaduais, realizadas
pela Força Nacional, no cumprimento das seguintes missões:
A Portaria nº 394, de 4 de março de 2008, em seu art. 1º, regulamenta, ainda, quanto ao 3º,
I, da Lei 11.473, de 2007, quais as missões a serem cumpridas em caso de policiamento ostensivo:
Esta portaria não traz em seu corpo nenhuma disposição que derrogue o art. 1º da Portaria
nº 379, que trata do mesmo assunto. Portanto, entendemos que ambas estão produzindo seus
efeitos, sendo que a Força Nacional de Segurança poderá, nestes termos, tanto apoiar as ações de
policiamento ostensivo, já em curso sob iniciativa das forças estaduais, quanto realizá-lo como
uma operação própria e autônoma.
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Não deve ser utilizada força excessiva ao necessário para contornar a situação de
emergência que levou o Chefe do Executivo do ente federado a solicitar a cooperação. O
tempo em que a força será empregada, a área de abrangência, e o efetivo a ser utilizado em
cada operação deverão obedecer aos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade.
O pedido de apoio deve ser analisado pelo Ministério da Justiça, e deve ser ainda
verificada a real imposição de cada situação, pois a mobilização dos integrantes da Força Nacional
de Segurança para cada operação demanda custos operacionais e de logísticas.
O art. 3º do Dec. 5.289/04 estabelece alguns dos princípios que, além dos que já foram
citados, deverão ser seguidos durante as atividades da Força Nacional de Segurança.
O princípio da unidade de comando diz respeito ao fato de que a FNS é composta por
militares de vários estados, com diferentes legislações sobre hierarquia, e que, embora existam
essas diferenças, deve ser estabelecido um padrão de antiguidade entre os postos (oficiais) e
graduações (praças), para que haja apenas um comando geral e se determine os demais
comandantes das frações e das forças-tarefas das operações.
A Força Nacional de Segurança deve estar sempre em condições de ser acionada, com o
efetivo necessário devidamente adestrado e preparado, pronto para estar à disposição do Chefe do
Executivo estadual ou do Distrito Federal, sendo que o Ministério da Justiça deverá assegurar o
contingente mínimo de quinhentos integrantes treinados para emprego imediato (art. 4º, § 5º, do
Dec. 5.289/04). Eis o que prescreve o princípio do pronto atendimento
Os integrantes da Força Nacional de Segurança devem ter uma qualificação especial para
gestão de conflitos. Como são empregados em situações de crise, quando o estado-membro se vê
incapaz de agir com seus próprios meios, os integrantes da Força Nacional de Segurança devem
ter um treinamento específico para gerenciar as intercorrências desfavoráveis em seu modo
superlativo. Este princípio influencia sobremaneira no momento de os estados federados, o
Distrito Federal e as polícias federais fornecerem seus efetivos para comporem a Força Nacional
de Segurança, visto que necessário um perfil que demonstre já uma aptidão para o tipo de função a
ser exercida. Inteligência e equilíbrio emocionais são imprescindíveis.
____________________
1. www.mj.gov.br/data/Pages/MJ7C55F195ITEMID03426B267B9F433CAB4E27A723369D83PTBRIE.htm
a lei estabelece que qualquer das instituições elencadas no art. 144 da Constituição Federal de
1988 poderá destacar efetivo para fazer parte de sua composição.
Ainda pelo o que regula o art. 5º da Lei 11.473, de 10 de maio de 2007, as atividades de
cooperação federativa serão desempenhadas por militares e servidores civis dos entes federados
que celebrarem o convênio, incluindo, portanto, membros das polícias federal e civis estaduais.
O efetivo mínimo, que deve estar sempre de prontidão para eventualidades emergenciais, é
de quinhentos integrantes.
A sede da FNS foi instituída pela Portaria n° 1.801, de 30 de setembro de 2008, e está
localizada na cidade de Luziânia – GO, tendo como atual comandante da força o Coronel Luiz
A hierarquia entre os militares dos diversos batalhões é assegurada pela data da promoção
respectivamente), levando-se em conta a instituição de origem. Isto quer dizer que um policial de
um estado será hierarquicamente superior a um policial de outro estado caso seja mais graduado,
ou, sendo idênticas essas graduações, o que tenha sido promovido primeiro a ela.
rigoroso.
O Ministério da Justiça envia ofício para todas as polícias militares do País, que escolhem,
durante a seleção.
- Ter idade entre 25 e 35 anos para cabos e soldados, e entre 25 e 40 anos para sargentos e
oficiais.
- Ser oriundo de curso de formação de oficiais, ou equivalente, do quadro de combatente,
no caso de oficiais.
- Possuir, no mínimo, cinco anos de experiência profissional na atividade operacional, não
devendo estar afastado das atividades há mais de um ano.
- Ter disponibilidade para ser convocado para integrar a Força por período de até 90 dias,
em data indeterminada.
- Preferencialmente o policial deve pertencer, ou ter pertencido, a unidades ou frações de
policiamento especializado, como Choque ou Tático Móvel, GATE, operações especiais urbanas e
rurais, ou ainda ter participado de treinamentos específicos nestas atividades, no caso de militares
oriundos da atividade de polícia ostensiva.
- Ser combatente com especialização na área de socorros de urgência, ou técnico em
emergência pré-hospitalar (paramédico), ou ter treinamento nestas áreas (no caso de bombeiro).
- Ser considerado apto em inspeção de saúde.
- Ter obtido, no mínimo, conceito “Muito Bom” em teste de aptidão física na corporação.
- Não estar respondendo a processo administrativo ou criminal em sua corporação ou na
justiça comum.
- Ter facilidade de relacionamento pessoal.
- Estar classificado, no mínimo “bom”, em conceitos de comportamento dentro de suas
corporações.
Como se pode notar, estes requisitos são específicos para os candidatos militares.
Os policiais de instituições civis também passam por uma rigorosa seleção, que
analogamente procura seguir os parâmetros acima definidos.
No entender de Celso Bastos (1992, p. 267 apud ARAÚJO; NUNES JÚNIOR, 2002, P.
210), “a intervenção consiste no afastamento temporário pela União das prerrogativas totais ou
parciais próprias da autonomia dos Estados, prevalecendo a vontade do ente interventor”.
Por meio da intervenção, a União atua nos entes federados onde se verifiquem graves
violações dos princípios federativos. É um remédio amargo, mas necessário para que se evite a
degradação do Estado Federado.
Não existe previsão de intervenção da União nos municípios, a menos que estes sejam
integrantes de Territórios Nacionais, nos moldes do que o eram os estados do Acre, Roraima e
Amapá antes da Constituição Federal de 1988.
Esta intervenção, em termos simplistas, vem de cima para baixo, isto quer dizer, o ente de
maior hierarquia federativa age sobre o de menor hierarquia, independente de sua manifestação de
vontade.
Quando se trata da utilização da Força Nacional de Segurança, esta também é uma forma
de intervenção da União nos estados federados. Porém, esta intervenção ocorre por rogativa do
ente federado, que se socorre dela para reequilibrar uma situação que lhe tenha saído do controle.
Para que a Força Nacional de Segurança possa ser empregada em um ente federado, é
necessário que este ente celebre um convênio de adesão ao programa de cooperação federativa
junto à União e aos demais estados e o Distrito Federal
É necessário, portanto, que o estado demonstre a intenção de querer fazer parte do plano de
cooperação e que está disposto a também fornecer efetivo para ser empregado em outras unidades
federadas.
Cada membro federativo possui suas particularidades, seus costumes, suas tradições, clima,
relevo, vegetação característicos; maior ou menor incidência de atuação de determinados
segmentos sociais e facções criminosas, atuadores estes que podem levar o estado à perda de
controle da situação.
Isto quer dizer que a Força Nacional de Segurança passa a ter condições de fazer um
estudo das probabilidades de atuação, de acordo com os fatos que usualmente acontecem em cada
região.
De acordo com o §2º do art. 3º da Portaria nº 394, de 04 de março de 2008, para que o
estado possa receber o apoio da Força Nacional de Segurança, seu Governador deverá assinar uma
solicitação ao Ministério da Justiça, que deverá atender aos requisitos abaixo:
A solicitação deve conter uma declaração expressa de que, caso a Força Nacional de
Segurança não possa intervir na situação apresentada, a ordem pública não poderá ser
restabelecida. É como que uma confissão de que o estado-membro se encontra incapaz de
solucionar, por suas próprias instituições, os conflitos existentes naquele determinado momento.
Esta exigência se presta a caracterizar a situação de excepcionalidade para o emprego da
FNS.
A solicitação deve conter qual será a abrangência territorial do emprego da FNS dentro do
estado-membro. A necessidade de se estender a utilização da FNS para outras áreas do estado
deverá ser prevista já na solicitação de apoio federal.
VI - proposta de emprego da Força Nacional de Segurança Pública no Estado ou no Distrito
Federal, indicando que o fato descrito no inciso I deste artigo compreende uma das
atividades ou serviços previstos no art. 3º da Lei n° 11.473, de 2007, e no art. 1º da Portaria
n° 394, de 2008.
Atendendo ao princípio da legalidade, a situação de emergência deve estar enquadrada em
uma das hipóteses previstas nos dispositivos supracitados.
Há que se destacar que uma das previsões legais contempla o emprego da FNS em casos de
grande conturbação da natureza e impactos ambientais negativos, apoiando a Defesa Civil em
casos de catástrofes naturais ou desastres de grande vulto.
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Toda ação de polícia deve ser muito bem planejada e coordenada. Quando se trata da FNS,
esse planejamento deve ser ainda mais meticuloso, pois envolve implicações de maiores vultos em
diversas esferas.
Lembrando-se que o efetivo que a integra pode ter um caráter multidisciplinar, envolvendo
diferentes ramos da segurança pública, há a necessidade de um treinamento específico e intensivo
para que seus integrantes consigam interagir uns com os outros, conhecendo as particularidades da
forma de trabalho de cada instituição.
A falta de coordenação poderá acarretar a baixa tanto de pessoal, quanto de material, além
do insucesso da operação. Os prejuízos econômicos serão elevados, pois os custos de mobilização
de pessoal, vindos de diversas unidades federais, são altos.
A FNS deve abrigar um efetivo fixo de 500 (quinhentas) pessoas, entre homens e
mulheres, em seu batalhão sede, prontos para serem empregados. Os integrantes são requisitados
aos Secretários de Segurança Pública dos estados, treinados, e colocados à disposição da FNS por
um período de três meses, findo o qual, poderá ser prorrogado, com a anuência desses secretários.
Caso não haja necessidade de prorrogação, ou a autorização seja denegada pelo estado de origem
do integrante, este será colocado à disposição novamente de sua força policial.
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Portanto, os componentes não atuam como companhias, mas como força-tarefa específica
para determinada operação.
41
A Força Nacional de Segurança, como toda instituição pública, deve pautar suas ações nos
dispositivos legais existentes.
O art. 3º da Lei 11.473 elenca as situações em que o emprego da FNS poderá ser
solicitado. Este artigo traz as definições sobre o que a lei considera atividades e serviços
imprescindíveis à preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio,
conforme relação a seguir descrita:
I - o policiamento ostensivo;
II - o cumprimento de mandados de prisão;
III - o cumprimento de alvarás de soltura;
IV - a guarda, a vigilância e a custódia de presos;
V - os serviços técnico-periciais, qualquer que seja sua modalidade;
VI - o registro de ocorrências policiais.
Esta mesma portaria regula que as atividades de guarda, vigilância e custódia de presos
serão executadas pela FNS apenas em situações extraordinárias de grave crise no sistema
penitenciário.
A existência das Forças Armadas tem previsão constitucional no art. 142, que orienta
As Forças Armadas têm por objetivo precípuo defender a soberania nacional ante Estados
A FNS não tem ainda previsão constitucional, mas já estão em trâmite nas casas do
Congresso Nacional, as propostas de Emendas Constitucionais para que essa força também figure
região amazônica, contra ameaças externas. Sua existência permanente e regular nessas regiões
inóspitas garante a soberania nacional e, não menos importante, colabora com as comunidades
43
locais prestando serviço de assistência médica e religiosa, transporte, segurança, provendo muitas
A FNS poderá também atuar nessas regiões, inclusive em conjunto com as Forças
Armadas, porém, seu emprego tem caráter provisório. Findo o prazo determinado, mesmo com
todas as prorrogações que se fizerem necessárias, seus integrantes deverão retornar a suas forças
de origem.
apenas em casos extremos, após todas as tentativas dos órgãos de segurança pública terem
O emprego das Forças Armadas está subordinado ao Ministro da Defesa, enquanto a FNS
desproporcionalmente superior ao necessário para fazer frente aos tipos de situações críticas que
se podem vivenciar nos estados federados, quando causados por elementos internos. Os soldados
não têm treinamento específico de operações tipo polícia, caracterizada pela busca e apreensão de
reduzida, e seus integrantes recebem treinamentos específicos para agir em situações de crises
extremas.
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5 DISPOSIÇÕES FINAIS
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Na questão jurídica, qual seria o foro para ingressar-se com uma ação de responsabilidade
A única disposição legal é a de que a defesa se dará por meio da Advocacia Geral da
União – AGU.
Neste caso, se levada em conta a pessoa do agente, o processo poderá correr na justiça
federal, caso o integrante tenha vindo da Polícia Federal, ou na justiça estadual, caso tenha sido
permanência da FNS em determinada ação, em determinado ente federado. Caso exista essa
necessidade, o Governador deverá solicitar novamente o apoio da FNS, nos moldes do que já
CONCLUSÃO
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O Brasil vem apresentando sérios óbices estruturais para seu desenvolvimento. Poderiam
ser citados diversos setores implicados nesse assunto, mas procuramos nos ater apenas nas
dificuldades em relação à manutenção da paz social, em relação à Segurança Pública.
Uma tentativa de reação do governo para fazer frente à crescente ameaça criminosa, foi a
criação da Força Nacional de Segurança Pública.
Por se tratar de uma administração pública, a Força Nacional de Segurança deve ater suas
ações aos ditames dos dispositivos legais e aos princípios preconizados pelos diversos ramos do
direito.
O serviço público é um assunto que está longe de unificar os entendimentos dos grandes
doutrinadores que buscaram ou ainda buscam descortinar-lhe os horizontes.
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As correntes são inúmeras, mas elas, para fins de estudo, podem ser classificadas em dois
grandes grupos: um primeiro grupo que engloba os pensamentos com tendências mais restritivas
quanto à abrangência das atividades estatais que poderiam ser consideradas serviços públicos, e
um segundo grupo que admite uma amplitude maior de possibilidades.
Preferimos, então, acompanhar os pensamentos dos doutrinadores que ampliam mais o rol
de atividades, e, assim, fundamentamos nossos argumentos a respeito da prestação de serviços
efetivados pela Força Nacional de Segurança.
Outros, não são encontrados em dispositivos legais, mas evocados dos costumes jurídicos,
da prática da aplicação do direito. É o caso do princípio da supremacia do interesse público sobre
o interesse privado e o do princípio da segurança jurídica.
Uma terceira classe de princípios está elencada no Decreto 5.289/04, em seu art. 3º. Os
princípios nele previstos dizem respeito especificamente às atividades realizadas pela Força
Nacional de Segurança, como o princípio do uso moderado e proporcional da força, o princípio do
respeito pelos direitos individuais e coletivos, e o da unidade de comando.
Princípios são pólos norteadores e oferecem maiores subsídios para que a lei seja bem
aplicada ao caso concreto.
Passado pelos breves comentários sobre serviços públicos e seus princípios, realizou-se
uma sucinta explanação a respeito da Segurança Pública e dos órgãos responsáveis por sua
implementação e manutenção, previstos na Constituição Federal de 1988.
A Força Nacional de Segurança ainda não figura entre esses órgãos, tendo em vista sua
criação recente (2004), mas já existem propostas de emendas constitucionais para garanti-la nesse
rol. Embora não tenha o amparo expresso constitucional, sem sombra de dúvida é uma instituição
integrante do sistema e completamente inserida no contexto da Segurança Pública.
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Embora seja uma instituição permanente, seu efetivo encontra-se sempre em renovação,
com um sistema de rodízio cujo período de permanência do profissional à disposição da força, de
acordo com o que se utiliza na prática, é de noventa dias, podendo ser prorrogados caso haja
necessidade e desde que o Secretario de Segurança Pública do estado que forneceu esse
profissional autorize.
Uma delas é a prevenção contra uma exposição por tempo indefinido a ambientes de crises
excepcionais e evitar o afastamento do profissional da sua família. O integrante da força está
sujeito a um nível de estresse demasiado, por motivo das missões que realiza, sempre dentro de
um teatro de operações de grave crise e exposição a perigos além do que comumente encontra em
sua força de origem. O profissional, geralmente casado e com filhos, vê-se afastado de seus entes
mais queridos enquanto integrante da força.
Caso essa exposição se prolongue por tempo indefinido, o estresse começará a diminuir a
atenção do profissional, aumentando sua irritabilidade e ansiedade, sua saudade de casa e da
família.
Outro fator que reputamos como grande vantagem é o fato de se ter profissionais de
diversas localidades agindo em um estado em que não são conhecidos. Esta particularidade
contribui para a diminuição da corrupção dentro dos órgãos policiais.
É comum, nos dias de hoje, os noticiários alertarem sobre a promiscuidade entre o crime e
o aparelhamento policial, informando que o crime organizado conseguiu se infiltrar em uma
corporação policial, ou que foram encontrados indícios de que policiais possam ter sido
subornados para deixarem de exercer suas funções como deveriam. A maior evidência do que está
sendo alegado é a existência de casas comerciais que ainda praticam o uso de máquinas caça-
níqueis, proibidas por lei.
Quando se fala em corrupção, não se pode esquecer que não se trata apenas da corrupção
do caráter, onde o profissional se vende em troco de maiores facilidades e altos lucros. Mas
incluímos ainda a corrupção por coação moral – vis compulsiva – em que o policial se vê obrigado
a prevaricar para proteger alguém de sua família que esteja sendo ameaçado, por exemplo.
Em relação à seleção dos candidatos para comporem os quadros da Força Nacional, há que
se destacarem as exigências dos diversos requisitos, entre eles o comportamento exemplar e o
preparo físico e emocional, este ainda sendo preponderante àquele.
Os candidatos passam por uma bateria de treinamentos e são enviados para qualquer parte
do território nacional.
compensação financeira, pois ele estará percebendo sua remuneração diretamente do tesouro
federal, tendo, com isso, um pequeno acréscimo em seus vencimentos.
Para que um ente federado possa solicitar o apoio da força, é necessário, primeiramente
que faça a adesão ao convênio com a União. Esta adesão já habilita o estado ou Distrito Federal a
enviar efetivos para treinamento e deixá-lo a disposição para mobilizar as forças-tarefas.
Caso ocorra situação que extrapole a órbita das possibilidades pessoais e materiais dos
órgãos locais, criando uma atmosfera de excepcionalidade, de grave crise, o ente federado poderá
solicitar o apoio. A lei estabelece que essa grave crise poderá ser originada não apenas por ações
criminosas. Catástrofes naturais, impactos ambientais negativos e eventos de vulto internacional
também são justificativas para o emprego da FNS em um estado.
Quanto à questão jurídica, em casos de excessos de seus integrantes, por exemplo, a defesa
é realizada pela Advocacia Geral da União – AGU, e o foro para as ações poderá ser o do local da
ocorrência do fato, ou ainda o do agente que supostamente exorbitou a esfera da legalidade.
Poderá também ser estabelecido em decorrência da natureza do fato ocorrido.
Para finalizar, a inspiração para sua criação veio das Forças de Paz da ONU, e tem sido
uma experiência gratificante ao Governo.
Em pouco mais de quatro anos de sua criação, a Força Nacional de Segurança já treinou
mais de oito mil profissionais, e já atuou em diversos estados da federação, como o Rio de Janeiro,
Mato Grosso do Sul e Espírito Santo, sempre com resultados muito satisfatórios, e recentemente
tem efetivos empregados em Alagoas e região amazônica.
Muito ainda se tem que aperfeiçoar, mas essa perfeição, apesar dos estudos preventivos e
analises de experiências de forças análogas internacionais, para se incrementar as ações da Força,
51
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, L.A.D.; NUNES JÚNIOR, V. S. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Saraiva;
2002.
CRETELLA JUNIOR, José. Curso de Direito Administrativo.17. Ed. Rio de Janeiro: Forense,
2000.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 17. Ed. São Paulo: Atlas, 2004.
GASPARINI, Diogenes. Direito Administrativo. 12. Ed. São Paulo: Saraiva, 2007.
JUCÁ , Roberta Laena Costa. O papel da sociedade na política de segurança pública. Disponível
em: <http://www.jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=3525. Acesso em: 27 Abr 08.
JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de Direito Administrativo. 2. Ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 33. Ed. São Paulo: Malheiros, 2007.
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 17. Ed. São Paulo:
Malheiros, 2004.
ANEXOS
ANEXO A
ANEXO B
Art. 2º A cooperação federativa de que trata o art. 1º desta Lei, para fins desta Lei,
compreende operações conjuntas, transferências de recursos e desenvolvimento de atividades de
capacitação e qualificação de profissionais, no âmbito da Força Nacional de Segurança Pública.
I - o policiamento ostensivo;
II - o cumprimento de mandados de prisão;
III - o cumprimento de alvarás de soltura;
IV - a guarda, a vigilância e a custódia de presos;
V - os serviços técnico-periciais, qualquer que seja sua modalidade;
VI - o registro de ocorrências policiais.
§ 1º A diária de que trata o caput deste artigo será concedida aos servidores enquanto
mobilizados no âmbito do programa da Força Nacional de Segurança Pública em razão de
deslocamento da sede em caráter eventual ou transitório para outro ponto do território nacional e
não será computada para efeito de adicional de férias e do 13º (décimo terceiro) salário, nem
integrará os salários, remunerações, subsídios, proventos ou pensões, inclusive alimentícias.
§ 2º A diária de que trata o caput deste artigo será custeada pelo Fundo Nacional de
Segurança Pública, instituído pela Lei nº 10.201, de 14 de fevereiro de 2001, e, excepcionalmente,
à conta de dotação orçamentária da União.
Parágrafo único. A indenização de que trata o caput deste artigo correrá à conta do
Fundo Nacional de Segurança Pública.
Art. 8º As indenizações previstas nesta Lei não excluem outros direitos e vantagens
previstos em legislação específica.
ANEXO C
“Art. 4º (...)
(...)
“Art. 5º (...)
Parágrafo único. Os servidores civis e militares dos Estados e do Distrito Federal que
participarem de atividades desenvolvidas em decorrência de convênio de cooperação de que trata
este Decreto farão jus ao recebimento de diária, a ser paga na forma prevista pelo art. 6º da Lei nº
11.473, de 10 de maio de 2007.”
ANEXO D
Art. 1º - Esta Emenda Constitucional altera o art. 144 da Constituição Federal para
inserir entre os órgãos responsáveis pela segurança pública a Força Nacional de Segurança
Pública.
§10º - A Força Nacional de Segurança Pública, instituída por lei, como órgão
permanente, organizada pela União em convênio com os Estados e o Distrito Federal,
destina-se a executar atividades e serviços imprescindíveis à preservação da ordem pública
e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.”
JUSTIFICAÇÃO
A Força Nacional de Segurança Pública, FNSP, foi criada como uma das ações do
Plano Nacional de Segurança Pública e do Sistema Único de Segurança Pública – SUSP
(sistema criado para articular as ações federais, estaduais e municipais na área da
segurança pública e da Justiça Criminal).
Com efeito, a FNSP, que tem realizado ações em diversos Estados da Federação,
institucionalizou-se como mais um órgão a serviço da segurança pública no país. Assim,
nada mais justo do que o seu reconhecimento constitucional expresso como mais um dos
órgãos responsáveis pela efetivação da política e das ações de segurança pública no Brasil.
ANEXO E
Art. 1º. Acrescente-se ao art. 144 da Constituição Federal o inciso VI e § 10º, nos seguintes
termos:
“Art.144(...)
(...)
VI – Força Nacional de Segurança.
(...)
§ 10º - A Força Nacional de Segurança será mantida pela União e pelos Estados e será
constituída por uma unidade permanente em cada região do país, composta por pelo menos 500
homens, especialmente treinados para atuações planejadas de combate ao crime organizado.
JUSTIFICATIVA
O crime organizado exige uma atuação mais eficiente, qualificada e planeja por parte do
Poder Público.
Graças a este êxito, entendemos recomendável que se acrescente ao rol dos órgãos
permanentes e competentes pela Segurança Pública a Força de Segurança Nacional.
ANEXO F
Art. 1º Para efeito de aplicação do art 3º, I, da Lei no 11.473, de 2007, considera-se
policiamento ostensivo, as operações conjuntas com os órgãos federais no cumprimento de
suas atribuições policiais ou com os órgãos de segurança publica estaduais realizadas pela
Força Nacional, no cumprimento das seguintes missões:
TARSO GENRO
ANEXO G
O MINISTRO DE ESTADO DA JUSTIÇA, no uso das atribuições conferidas pelo art. 1º,
inciso IV e art. 16, incisos I e III, do Anexo I do Decreto nº 6.061, de 15 de março de 2007, e do
art. 10 do Decreto nº 5.289, de 29 de novembro de 2004, resolve: Art. 1º Para efeito de aplicação
do art 3º, I, da Lei n° 11.473, de 2007, considera-se policiamento ostensivo as operações conjuntas
com os órgãos federais no cumprimento de suas atribuições policiais ou com os órgãos de
segurança pública estaduais realizadas pela Força Nacional, no cumprimento das seguintes
missões:
TARSO GENRO
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