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Engenharia Civil

Topografia 9

Profa. Dra. Maria de Lourdes de


Aquino Macedo Gonçalves
prof.mlaquino@gmail.com
Departamento de Cartografia

REVISÃO 1ª. PROVA


Topografia é o conjunto dos princípios, técnicas e
convenções utilizadas para a determinação do
contorno, das dimensões e da posição relativa
de pontos sobre a superfície da terra ou no seu
interior (minas, túneis, galerias, etc).
• medir distâncias

• ângulos entre direções

• locar pontos (a partir de ângulos e distâncias


predeterminadas).
O objetivo principal é efetuar o levantamento
(executar medições de ângulos, distâncias e desníveis)
que permita representar uma porção da superfície
terrestre em uma escala adequada.

Levantamento topográfico – operações efetuadas


em campo com o objetivo de coletar dados para
posterior representação.
O trabalho topográfico pode ser dividido em 5
etapas:

• PLANEJAMENTO (métodos de levantamento,


equipamentos, posições ou pontos a serem
levantados);

• LEVANTAMENTO DE CAMPO;

• CÁLCULOS;

• REPRESENTAÇÃO – produzir o mapa ou carta a


partir dos dados medidos e calculados;

• LOCAÇÃO.
O levantamento topográfico:

• Planimétrico (coordenadas X e Y)

• Altimétrico (coordenada Z)

A realização simultânea - PLANIALTIMETRIA.


A topografia é base para diversos trabalhos de engenharia:

• Projetos e execução de estradas;

• Grandes obras de engenharia – pontes, viadutos, tuneis,


etc;

• Locação de obras;

• Trabalhos de terraplanagem;

• Monitoramento de estruturas;

• Planejamento urbano;

• Etc.
CONCEITO DE GEODÉSIA

Geodésia é a ciência que estuda a forma e as dimensões


da Terra, a posição de pontos sobre sua superfície e a
modelagem do campo gravitacional.
CONCEITO DE GEODÉSIA
Divisão:
– Geodésia Geométrica – se refere ao tamanho e
forma da Terra, determinação de pontos, comprimento
e azimutes de linhas da superfície terrestre;
– Geodésia Física – estuda o campo gravitacional da
Terra e determina modelos numéricos do geóide;
– Geodésia Espacial – estuda a determinação de
posições de pontos na superfície da Terra ou em
volta desta, através da observação de satélites

artificiais.
Sistemas de Referência

•descrever posições de objetos


•necessário identificar a posição de uma determinada
informação na superfície terrestre são utilizados os
Sistemas de Referência Terrestres ou Geodésicos
•associados a uma superfície que mais se aproxima da forma
da Terra
SUPERFÍCIES DE REFERÊNCIA
Devido a irregularidade da superfície terrestre – modelos
para representação.
• Latitude
– ângulo entre a normal à superfície
MODELO ESFÉRICO de referência (elipsóide ou esfera),
no ponto em questão, e o plano do
equador. Variade 0o a 90o
(norte ou sul)
• Longitude
– ângulo entre o meridiano que passa
pelo ponto e o meridiano origem
(Greenwich, por convenção). Varia
0o a 180o (leste e oeste)
MODELO ELIPSOIDAL
Forma adotada para aTerra é um elipsóide de
revolução. Exitem mais de 70 diferentes elipsoides
utilizados em trabalhos de geodésia no mundo.
MODELO ELIPSOIDAL
MODELO ELIPSOIDAL

Latitude Geodésica (Φ) – ângulo que


a normal forma com sua projeção no
plano do equador
+ Norte e - Sul

Longitude Geodésica (λ) – ângulo diedro formado pelo meridiano


geodésico de Greenwich (origem) e do ponto P. + Leste e – Oeste

Altitude Geométrica (h) – distância contada na normal entre o ponto P e


a superfície do elipsoide.
MODELO GEOIDAL
Modelo que mais se aproxima da forma da Terra. Teóricamente –
é o nível médio dos mares em repouso, prolongado através dos
continentes. É uma superfície irregular de difícil tratamento
matemático.

Altitude ortométrica – distância


contada sobre a vertical, do
geóide até a superfície física da
Terra.
MODELO PLANO

Considera a porção da Terra em estudo como plana. É


uma simplificação adotada pela topografia. É válida dentro
de certos limites e facilita bastante os cálculos
topográficos.
VERTICAL e NORMAL

• VERTICAL
– reta que passa por um ponto do espaço
perpendicular ao geóide.

• NORMAL
– reta que passa por um ponto do espaço
perpendicular ao elipsóide.
Altimétrico

VERTICAL, NORMAL e
SUPERFÍCIES DE REFERÊNCIA
i i: desvio angular entre a
normal e a vertical.
Normal
Superfície
Vertical Física
P
Superfície
Geoidal

Superfície
Elipsoidal
Q
Altimétrico

VERTICAL, NORMAL e
SUPERFÍCIES DE REFERÊNCIA
• Vertical, normal e superfícies de referência

Normal
Superfície
Vertical Física
Geométrica
Superfície
Ortométrica Geoidal
Geoidal

N h Superfície
H Elipsoidal
Sistemas Geodésico Brasileiro - SGB
Define-se por Sistema Geodésico Brasileiro – SGB – o
conjunto de pontos geodésicos implantados na porção da
superfície terrestre delimitada pelas fronteiras do país. Ou seja,
é o sistema ao qual estão referidas todas as informações
espaciais no Brasil.
Conceitos de Geodésia
Datum Horizontal:

•Pode ser global (o centro do elipsóide coincide com o


centro de massa da Terra) ou local (o centro do elipsóide
está deslocado do centro da Terra)
SISTEMA GEODÉSICO
Ao assumir, para uma região, um elipsóide
conveniente para o relevo da superfície geoidal nesta
região, e definir um sistema de coordenadas geodésicas
baseadas neste elipsóide, é estabelecido um Datum
Geodésico.

 Datum Geodésico Horizontal (DGH) adota:


 Elipsóide de referência: fixação e orientação no espaço.
 Ponto origem: atribui coordenadas geodésicas, altura geoidal e
um azimute de partida.
SISTEMA GEODÉSICO

 Sistema Geodésico definido: define-se o sistema geodésico


através da escolha do DGH.

 Sistema Geodésico materializado: sua materialização são os


marcos de referência e suas coordenadas.
• Datum altimétrico ou vertical
– superfície de referência para a contagem das altitudes
(geóide).

– rede de marégrafos faz medições contínuas para a


determinação do nível médio dos mares.

– adota-se um dos marégrafos como ponto de referência do


datum vertical.

– No Brasil usa-se o marégrafo de Imbituba, em Santa


Catarina.

– Rede de RNs
Teoria dos erros: naturais e de
fabricação, noções de
ajustamento, calibração
Para representar a superfície da Terra são efetuadas

medidas de grandezas como direções, distância e

desníveis. Estas observações inevitavelmente

estarão afetadas por erros.


Fontes de erros:

• Operador: vinculado ao ser humano/habilidade

• Instrumentais/fabricação: erro de fábrica,


calibração, desgaste

• Erros naturais: provenientes da natureza,


condições ambientais
Tipos de erros:
•Erros grosseiros: desatenção na anotação de medidas. Exemplo:
coordenada de referência anotada erroneamente; engano na
contagem de lances na medida de distância com trena; etc.
•Erros sistemáticos: erros cuja magnitude e sinal algébrico
podem ser determinados, seguindo leis matemáticas ou físicas.
Por terem causa conhecida são passíveis de correção ou evitados
através de técnicas particulares Ex.: utilização de trena cujo
inicio está em 6 cm.
•Erros aleatório ou acidental: são erros que permanecem após os
anteriores terem sido eliminados. São erros que não seguem
nenhum tipo de lei e ora ocorrem num sentido ora noutro,
tendendo a se neutralizar quando o número de observações é
grande.
Conceitos fundamentais:

Precisão: proximidade/dispersão entre 2 ou


mais medidas, está ligada a repetibilidade de
medidas sucessivas

Acurácia (exatidão): proximidade do valor


verdadeiro
Goniômetros – equipamentos utilizados para medir ângulos
TEODOLITO - ângulos horizontais/verticais;

TAQUEOMETRO – teodolito que possui os fios estadimetricos


para medida indireta de distância;

ESTAÇÃO TOTAL – teodolito com distânciometro eletrônico,


armazenar e processar os dados coletados em uma memória
interna;

NÍVEL - determinação de desníveis entre dois ou mais pontos;


V : Eixo Vertical,
Principal ou de rotação
do Teodolito;

K: Eixo de Colimação ou
Linha de Visada;

Z: Eixo Secundário ou de
Rotação da luneta.

Os 3 eixos devem
ser ortogonais.
Círculos Graduados (Limbos)

Podem ter escalas demarcadas de diversas maneiras:

• Tinta sobre plástico;


• Ranhuras sobre metal;
• Traços gravados sobre cristal.
Taqueômetro – teodolito que possui fios estadimétricos.
Níveis

- V – eixo principal;
- Z – eixo de colimação;
- L – eixo do nível tubular (mecânicos)
Principais erros instrumentais:
• Verticalidade do eixo principal;
• Erro de colimação ou linha de visada;
• Erro de inclinação do eixo secundário;
• Erro de zênite;
• Excentricidade do limbo;
• Erro de desvio do compensador;
• Erro de desvio da vertical;
• Erro de zero;
• Fator de Escala;
• Prumo Óptico.
Medida da direção horizontal
Medida da direção horizontal
Medida da direção horizontal
Medida do ângulo vertical
Ângulo formado entre a linha do horizonte (plano
horizontal) e a linha de visada. Varia de 0˚ a ±90˚.
Medida do distância zenital
Ângulo formado entre a vertical local (zênite) e a linha
de visada. Varia de 0˚ a 180˚, sendo a origem contada a partir
do zênite.
Medida de distâncias:

• Direta – determinação a partir da comparação com uma


grandeza padrão;
• Indireta – por meio de modelos matemáticos.
Cuidados na Medida Direta de Distâncias:

• Manter o alinhamento
• Horizontalidade da trena
• Tensão uniforme nas extremidades
Métodos de Medida com Trena:

• Lance único
Métodos de Medida com Trena:

• Vários lances
Erros na Medida com Trena:
• Erro do valor nominal da trena;
• Erro catenária;
• Falta de verticalidade baliza.
Taquometria:

Dh = ( FS − FI ).k .sen 2 Z Dh = ( FS − FI ).k . cos 2 v


Medida Eletrônica de Distância:
Métodos de Medidas Angulares:

•Aparelho não orientado


Métodos de Medidas Angulares:

•Azimute verdadeiro – aparelho orientado pelo norte


verdadeiro

•Azimute magnético - aparelho orientado pela bússola

•Aparelho orientado na ré
Zera-se o instrumento na estação de ré e faz-se
pontaria na estação de vante.
Métodos de Medidas Angulares:

•Deflexão – ângulo entre o prolongamento do alinhamento


de ré e o alinhamento de vante. Varia de 0° a 180°,
positiva a direita e negativa a esquerda.
Técnicas de Medição de Direções Horizontais:

•Simples – direta, só uma posição da luneta.

•Pares Conjugados (PD e PI) – duas posições da luneta


Técnicas de Medição de Direções Horizontais:

SEMPRE QUE O ÂNGULO RESULTANTE FOR


NEGATIVO SOMA 360°. SE FOR MAIOR DO QUE
360°, DIMINUI 360°.
Internos; externos;

Fonte: Veiga et al (2007)


Antes de iniciar o levantamento da poligonal é importante
determinar a orientação (determinar o azimute ou rumo do ponto
inicial).
MERIDIANA – linha que passa pelo local do observador
(posição ocupada pelo equipamento) e pelos pólos da terra.

Azimute:
• ângulo entre a meridiana e o alinhamento desejado;
• contado a partir do Norte;
• sentido horário;
• varia de 0° a 360°;
• sempre positivo.
Azimutes N
1° Q

AzP
Azimutes N
2° Q

AzP

P
Azimutes N
3° Q

AzP

P
Azimutes N
4° Q

AzP
RUMO:
• ângulo que um alinhamento forma com a meridiana
•varia de 0° a 90°
•contado a partir do norte ou do sul, para leste ou oeste.

TEM QUE SER INDICADA A ORIENTAÇÃO NE,


NW, SE, SW
RUMO N
1° Q

P (NE)

W E

S
RUMO N
2° Q

W E

R (SE)

S
RUMO N
3° Q

W E

(SW) P

S
RUMO N
4° Q

P
(NW) R

W E

S
Conversão entre rumos e azimutes:
N
1° QUADRANTE

R
Az Az = R
W E

Fonte: Veiga et al (2007)


Conversão entre rumos e azimutes:
N
2° QUADRANTE

Az = 180° − R
Az
W E R = 180° − Az
R

Fonte: Veiga et al (2007)


Conversão entre rumos e azimutes:
N
3° QUADRANTE

Az = 180° + R
Az
W E R = Az −180°

Fonte: Veiga et al (2007)


Conversão entre rumos e azimutes:
N
4° QUADRANTE
R
Az = 360° − R
W E R = 360° − Az
Az

Fonte: Veiga et al (2007)


Declinação magnética – ângulo entre o meridiano
verdadeiro e o meridiano magnético.

Varia com o tempo e com a posição geográfica.


Observatório Nacional é responsável por elaboração de
carta que representam a declinação magnética.
No levantamento planimétrico de campo temos:
- Azimute inicial (orientação);
- Ângulos horizontais medidos no sentido horário;
- Distância horizontal.

Primeira etapa – estabelecimento do apoio


topográfico;

Segunda etapa – levantamento de detalhes.


Poligonação:
•um dos métodos mais empregados
•série de linhas consecutivas onde são conhecidos os
comprimentos e direções
• método de caminhamento, percorrendo o contorno
Poligonais:

Fechada
• parte de um ponto com coordenadas conhecidas e
retorna ao mesmo ponto.
• verificação do erro de fechamento angular e linear;
Poligonais:

Enquadrada
• parte de dois pontos com coordenadas conhecidas e
acaba em outros dois pontos com coordenadas
conhecidas.
• verificação do erro de fechamento linear e angular;
Poligonais:

Aberta
• parte de um ponto com coordenadas conhecidas e
acaba em um ponto cujas coordenadas deseja-se
determinar
• não permite verificação do erro angular e linear
A partir dos dados medidos em campo:
• ângulos
• distâncias
• orientação inicial (azimute)
• coordenadas do ponto de partida.

Calcula-se:
• coordenadas de todos os pontos da poligonal
• área
Etapas do cálculo da planilha da poligonal fechada:
1.Calcular o erro de fechamento angular;
2.Verificar se o erro está dentro do limite permitido;
3.Corrigir a direção horizontal;
4.Calcular os azimutes dos pontos;
5.Calcular a coordenadas X e Y dos pontos;
6.Determinar o erro de fechamento linear;
7.Verificar se o erro linear está dentro do limite permitido;
8.Corrigir as coordenadas;
9.Calcular a área da poligonal.
1. Erro de fechamento angular (para ângulos
externos)

n – número de estações (pontos)


2. Verificação do erro angular

Ea < εa – pode fazer a correção


Poligonação
3. Correção das direções horizontais
Distribuir o erro nos ângulos formados pelas menores
distâncias. Quando a baliza que está mais próxima ao
equipamento as chances de cometer erro é maior.
4. Calcular os azimutes
5. Cálculo Coordenadas X e Y
6. Erro de Fechamento Linear

O Erro de fechamento linear é a diferença entre as


coordenadas calculadas e conhecidas da estação 0PP.
7. Verificação do erro linear

Erro linear permitido no edital – 1/3000

Erro planimétrico em
forma de escala

No caso de 1/3000:

Significa que em uma poligonal com 3000m o erro aceitavel é de 1m.


8. Correção das coordenadas
9. Cálculo de Áreas

2A = ∑ X i (Yi−1 − Yi+1 )

2A = ∑Yi (X i−1 − X i+1 )

2A = ∑ (Yi .X i+1 ) − ∑ (X i .Yi+1 )

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