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Patologia Genital Masculino

Sumário
 1. Pénis:
Anomalias congénitas
Inflamações
Tumores
 2. Massas escrotais
 3. Testículo e epidídimo:
Anomalias congénitas
Tumores
 4. Próstata:
Hiperplasia benigna
Tumor
1. Pénis
Anomalias congénitas

Agenesia
Hipoplasia

 Hipospádia:
Uretra abre-se na face ventral do pénis
Resulta do fechamento incompleto das pregas no seio urogenital
Complicações: obstrução e infecções, esterilidade
Tratamento: cirúrgico
1. Pénis
Anomalias congénitas

 Epispádias:
Uretra abre-se na face dorsal do pénis
+/- associadas a extrofia da bexiga
Tratamento complicado

 Fimose:
Estreitamento que impede a retracção do prepúcio sobre a glande.
Parafimose quando o prepúcio é repuxado com força e estrangula a
glande, impedindo a saía de sangue venoso.
1. Pénis
Inflamações inespecíficas

Balanopostite:
Inflamação da glande e prepúcio
Higiene inadequada, imunodepressão, diabetes
+Bactérias, fungos
Complicações: fimose e parafimose, estenose do
meato
1. Pénis
Inflamação

Infecções específicas:
Herpes genital – úlceras dolorosas

Sífilis – úlcera mole (cancro)

Cancróide – úlcera e linfadenite

Granuloma inguinal – úlcera com exsudato

Linfogranuloma venéreo – úlcera e linfadenite


dolorosa com fistulização

Condiloma acuminado – verrugas, HPV 6 e 11,


coilócitos
Condiloma acuminado
1. Pénis
Carcinoma in situ

Doença de Bowen
 Homens não circuncisados, > 35 anos
 Macro: placa solitária branco-acinzentada com ulceração e
crostas no corpo do pénis
 10% evolui para carcinoma de células escamosas
 Associação com carcinomas viscerais
1. Pénis
Carcinoma escamoso

 40-70 anos de idade


 Mais comum em homens não circuncisados
 Associação com fimose e parafimose, HPV
16 e 18, má higiene
 Formas: placa, papilar vegetante exofítico,
úlcera
 Crescimento lento, indolor, sangra
facilmente
 Metástases locais e para os gânglios
inguinais e ilíacos
1. Pénis

Carcinoma verrucoso
 Semelhante ao condiloma, mas com invasão local – carcinoma
escamoso de baixo grau
 Lesão solitária exofítica  destruir pénis
 Associação com HPV 6 e 11
 Não forma metástases
 Tendência a recidiva
2. Escroto
Massas escrotais

Hidrocele: liquido nos saco escrotal


Congénita (associada a hérnia inguinal) ou Adquirida (tumores,
traumatismo)
Complicações: atrofia testicular, periorquite

Hematocele: sangue
 Causas: tumor, trauma, infecções

Espermatocele: cisto formado a partir de projecções de


ductos deferentes alargados do testículo ou epidídimo
2. Escroto
Massas escrotais
Varicocelo: dilatação das veias testiculares
Complicações: Infertilidade e oligospermia
Tratamento: ressecção cirúrgica

Hérnia inguinal escrotal: protrusão do intestino no


escroto através do canal inguinal
Complicação: atrofia testicular
Tratamento cirúrgico
Massas escrotais
2. Escroto
Distúrbios circulatórios
 Edema escrotal
Tumores pélvicos ou abdominais, filaríase, cirrose,
Insuficiência cardíaca, s. nefrótico

 Disfunção eréctil (impotência)


Neuropsiquiátricas (depressão, lesão medular)
Endócrinas (hipotiroidismo,s. Cushing
Vasculares (Diabetes, HTA, aterosclerose)
Fármacos (anti-HTA, antineoplásicos)

 Priapismo: erecção contínua sem relação com excitação


sexual
3. Testículo e Epidídimo
Anomalias congénitas

Criptorquidismo
Descida incompleta dos testículos inta-abdominais para o saco
escrotal.
Factores associados: genéticos (trissomia 13), secreção
deficiente de hormona luteinizante,
Assintomático, uni ou bilateral,
Diagnóstico só depois de 1 ano de idade.
Micro: espesamento e hialinização da membrana basal dos
túbulos (atrofia)
Complicação: traumatismo e torção, atrofia, esterilidade, cancro
Tratamento: cirúrgico/orquiopexia (deve ser feito aos 2 anos de
idade). A orquiopexia diminui o risco de esterilidade mas não
o de cancro.
3.Testículo e Epidídimo
Inflamações

Epididimite e Orquite
 São mais comuns no epidídimo
 <35 anos: Chlamydia trachomatis, Neisseria
gonorrhoeae, Sífilis, Varicela
 >35 anos: E. coli, Pseudomonas, TB, Orquite
granulomatosa auto-imune (processo inflamatório
crónico granulomatoso, não infeccioso)
 Associadas a infecções do trato urinário, que
chegam via vasos deferentes ou linfáticos do cordão
espermático
Torção do Testículo

 Torção do cordão espermático


 A) Torsão neonatal (intra-útero pu pós-
parto): idiopatica
 B) Torsão adulta (causa: traumatismo,
movimentos violentos)
 Complicação: infarto
 Tratamento: cirurgião
Tumor Testicular

6 em cada 100 000 homens


15-34 anos
+brancos
Alguns associados a criptorquidismo e disgenesia testicular
++tumores das células germinativas
)
 Criptorquidismo
Diagnóstico: excisão da massa ou orquiectomia, e nunca biópsia
Classificação anatomopatológica dos
tumores testiculares
Tumores embrionários
Tumor das células germinativas

Seminoma:
 Tipo mais comum (30%)
 Pico aos 40 anos, raro na
infância
 massa branco-acinzentada,
lobulada, bem delimitados,
geralmente sem hemorragia
nem necrose.
 3 variantes histológicas:
típicas(85%), anaplásicas (5-
10%) e espermatocítica (4-6%)
 Raramente metastiza.
Seminoma
Microscopicamente lóbulos de células grandes esféricas a
poliédricas, com citoplama claro ou granular, núcleo central
hipercromático, com um ou dois nucléolos proeminentes;
separados por septos de tecido fibroso; infiltrado linfocítico
Carcinoma embrionário
 Massa mal definida e invasiva,
microscopicamente células grandes e malignas
 Mais de 90% encontram-se em outros
tumores

Tumor do saco vitelino


 +crianças menores de 3 anos de idade, e com
melhor prognóstico
 Nos adultos, encontram-se misturados com
outros tumores e com pior prognóstico.
 Células epiteliais colunares formando microcistos,
glândulas, papilas. Formam estruturas
glomeruloides – corpos de Schiller-Duvall.
Fabíola Fernandes
Tumores testiculares germinativos

 Os tumores germinativos não seminomatosos metastizam


para o fígado e pulmões, tanto por via hematogénica como
linfática
 Os marcadores tumorais são importantes para o diagnóstico e
para acompanhamento pós-tratamento (GCh, AFP, LDH,
 Seminoma é radiossensível
 Os tumores germinativos não seminomatosos tem boa
resposta a quimioterapia.
 De todos o coriocarcinoma puro é que tem pior prognóstico
Teratoma
Maduro: + crianças
Imaturo:+adultos, misturados com outros tumores
(ex.carcinoma embrionário); tecido imaturo
“Teratoma com transformação maligna”
Próstata

 Órgão retroperitoneal, que circunda o


colo da bexiga e uretra
 Não tem cápsula bem definida, dividida
em 5 lóbulos (posterior, médio, anterior
e dois laterais)
 Micro: glândulas revestidas por duas
camadas de células (basal e secretora),
separadas por estroma fibromuscular
 Seu crescimento depende do androgénio
testicular
 70% dos carcinomas surge na zona
periférica
Próstata
Inflamação
Prostatite bacteriana aguda:
 Inflamação supurativa focal ou difusa
 Bactérias das infeccões das vias urinárias
 Disseminação pelo refluxo intraprostático da urina, e raramente
linfo-hematogénica
 Febre, disúria, dor

Prostatite bacteriana crónica:


 Associada a infecções de repetição das vias urinárias causadas pelo
mesmo organismo
 Tratamento difícil – mal penetração dos antibióticos
Próstata
Inflamação

Prostatite abacteriana crónica:


 Forma mais comum
 Homens sexualmente activos

Prostatite inflamatória assintomática


Hiperplasia nodular da próstata

 hiperplasia benigna da próstata


 Hiperplasia do estroma e das glândulas,
 Comum, homens + 50 anos. Em Moçambique é um dos
principais motivos de consulta
 Processo de envelhecimento normal
5¥ redutase
 Etiologia desconhecida. Hormonais DHT (testosterona ---
dihidrotestosterona) – metabólito activo de testosterona, que
estimula a actividade mitógena nas células estromais e epiteliais.
A castração protege.
Clínica: sintomas obstrutivos (polaquiúria, nictúria, redução
do jacto urinário).
Tto: inibidores da DHT, inibidores alfa adrenergicos
Hiperplasia nodular da próstata

Macro: próstata aumentada de


tamanho, com nódulos de
várias dimensões, ao corte de
aspecto heterogéneo
(esponjoso, áreas amarelo-
acinzentadas, liquido
esbranquiçado
Complicações da HNP
Carcinoma da Próstata
 + 50 anos, +negros e ocidentais
 Raro em jovens. Descrito em jovens associado a
Schistosomiase na Africa do Sul.
 Em Moçambique é a neoplasia mais frequente
depois dos 40 anos de idade (registo do SAP).
 Etiologia desconhecida
 Factores de risco: idade, raça, história familiar,
consumo de gordura animal, testosterona
(protecção dos castrados), cigarro
 Dependem dos androgénios
 Toque rectal, ressecção transuretral
Carcinoma da Próstata
 Morfologia: geralmente surge na zona de periferia, ao corte é
firme e de cor esbranquiçada
 Micro: são adenocarcinomas, proliferação de pequenas
glândulas revestidas por uma única camada de células
 Disseminação: invasão local (bexiga e vesículas seminais) e
metástases por via hematogénica (ossos e vísceras)
 Graduação: Gleason combinado – padrão glandular e grau de
anaplasia. É um elemento fundamental para estimar o
prognóstico.
 2-4: boa diferenciação
 5-7: anaplasia pronunciada
 8-10: pouco diferenciado
Carcinoma da Próstata
 PSA (prostatic specific antigen):
marcador bioquímico secretado no sémen. Mas não é específico
(4ng/mL). Pode estar elevado: carcinoma, instrumentação, inflamação,
ejaculação, infarto.
Usada não só no rastreio como na avaliação na resposta a terapia.

 Infiltração da bexiga e recto.


 Metástase óssea.

 Tratamento e prognóstico dependem do estádio da doença.


Cirurgia/radioterapia/quimioterapia e orquidectomia

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