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Princípios Científicos

Definição:
Aquilo que é aceite pelo grupo e que advém de investigação.
Várias investigações permitiram ganhar conhecimentos.
O enfermeiro ao agir tem de saber qual o processo de cuidados que pode impor dando
visibilidade à autonomia ou à dependência do ato de enfermagem.
Requisitos:
Método de aquisição de conhecimentos que permite encontrar respostas para questões
precisas, consiste em descrever, explicar, predizer e verificar factos, acontecimentos ou
fenómenos.
Se observar uma má prática posso suportar-me nos princípios científicos para a corrigir.
Investigação é um dos requisitos obrigatórios.
No dia a dia, devemos ser enfermeiros que investigam. Encontrar respostas às questões
que procuramos através dos PC, enquanto mantemos uma relação com as pessoas
investigadas.
Sem estes princípios não nos conseguimos posicionar corretamente.
Finalidade:
A investigação fornece contributos para o reconhecimento e valorização da
enfermagem.
Em consequência, esta só consegue evoluir se houver pesquisa por parte dos
enfermeiros, que têm o dever de colocar questões que mereçam suscitar pesquisas.
Esta concorre para o fluxo do conhecimento.
Prática baseada em evidência:
➢ Experiência do Profissional;
➢ Evidência científica;
➢ Preferência da pessoa que estamos a cuidar.
Barreiras:
Intrínsecas: falta de pensamento critico.
Extrínsecas: difícil acesso à base de dados.
NOTA: hoje agimos de maneira diferente de há uns anos porque o conhecimento é
diferente. Há muita coisa que não aprendemos na Universidade, que só ganhamos
experiência e conhecimento quando em estágios ou a trabalhar mesmo.
Planeamento de cuidados
Definição
Consiste na decisão sobre quais os diagnósticos de enfermagem que requerem atenção
imediata e quais os menos ameaçadores.
Função administrativa que determina antecipadamente o que se deve fazer e quais os
objetivos a serem alcançados.
É necessário pensar antes de agir, estabelecer prioridades, definir resultados esperados,
decidir limites temporais para os resultados, identificar as intervenções, registar o plano
de cuidados.
Finalidade:
Utilização mais correta dos recursos, no sentido de ajudar a pessoa a atingir os
resultados desejados.
Permite:
→ Estabelecer prioridades;
→ Determinar resultados esperados e estabelecer linhas temporais para o seu
cumprimento;
→ Formular plano de ação;
→ Escrever plano de cuidados.
→ Requisitos:
→ Decisão sobre quais os diagnósticos de enfermagem que requerem atenção
imediata e quais são mais ameaçadores;
Plano de Cuidados: plano escrito que inclui todos os diagnósticos de enfermagem, os
resultados esperados e as intervenções de enfermagem. Informação escrita relativa à
segunda e terceira fases do processo de enfermagem que idêntica as necessidades da
pessoa, os resultados esperados e as intervenções relevantes para a concretização
desses resultados esperados.
Planeamento em Enfermagem:
→ Geral – delineado para responder à missão e visão da profissão, aos objetivos
institucionais, às metas de saúde do PNS, etc.;
→ Específico – delineado para responder às necessidades de cuidados da pessoa,
família e grupo através do PE.
Avaliação:
Ação de determinar com as caraterísticas específicas: processo contínuo de medir o
progresso ou extensão em que os objetivos estabelecidos foram alcançados.
É simultaneamente o ponto de partida e o ponto de chegada.
NOTA: Não é o mesmo que a avaliação inicial (PE)!!
Finalidade:
Realização do dever que o enfermeiro detém de agir de forma profissional e
responsável;
Processo contínuo que ocorre de forma constante ao longo da interação com o doente.
Requisitos: À medida que o estado da pessoa se altera, modificar o plano através da C.
Barreiras:
Intrínsecas: não foi um bom observador, não vai fazer uma avaliação tão boa.
Extrínsecas: podemos não ter as informações necessárias para uma boa observação;
falta de recursos.
Processo de Enfermagem
A competência de pensamento crítico específico, usado em enfermagem, é o Processo
de Enfermagem.
Processo intelectual e deliberado, estruturado segundo etapas logicamente ordenadas,
utilizado para planificar cuidados personalizados visando a melhoria do estado de saúde
para a pessoa cuidada;
A competência de pensamento critico específico, usada na enfermagem, é o processo
de enfermagem;
Orientado para:
→ Tomada de decisão clínica;
→ Resolução de problemas;
→ Prestação de cuidados individualizados.
Plano de Cuidados ≠ Processo de Enfermagem
Abordagem sistemática que os enfermeiros utilizam para:
→ Reunir dados;
→ Analisar dados;
→ Identificar respostas e ações;
→ Conceber resultados esperados e intervenções;
→ Implementar intervenções;
→ Avaliar a ação realizada.
Vantagens do PE:
→ Estrutura de organização;
→ Foco na resposta humana;
→ Tomada de decisão estruturada;
→ Envolvimento da pessoa;
→ Maior controlo do enfermeiro sobre a prática;
→ Linguagem comum;
→ Contribuições económicas.
Objetivos:
→ Assegurar continuidade dos cuidados;
→ Personalizar cuidados;
→ Maximizar os recursos da pessoa;
→ Conhecer recursos exteriores à pessoa (rede de apoio);
→ Planear intervenções adequadas;
→ Coordenar trabalho de equipa;
→ Assegurar cuidados de qualidade;
5 Passos:
→ Avaliação Inicial
→ Diagnóstico
→ Implementação
→ Planeamento
→ Avaliação Final
Pensar antes de agir → Estabelecer prioridades → Definir resultados esperados →
Definir limites temporais esperados → Identificar intervenções → Registar o plano de
cuidado.
Os resultados que queremos alcançar são os que visam uma melhoria e ajuda nos
problemas apresentados pelos pacientes.
Plano à posteriori, nem sempre é a maneira mais eficaz de resolver problemas.
Plano à priori faz com que as situações tenham um desenlace diferente.
Caraterísticas do Processo de Enfermagem:
Sistemático- Processo ordenado e abrangente que não deixa nada ao acaso;
Dinâmico- Constituído por etapas sequenciais e que se interrelacionam;
Interativo- Supõe o envolvimento da pessoa em cada uma das etapas, desde a avaliação
inicial até à avaliação final;
Flexível- Pode adaptar-se a todos os contextos: cuidados intensivos, de longa duração,
intensivos…
Quadro de Referências- Deve assentar num quadro de referências, que lhe dê sentido
(modelos, teorias, taxonomias).
Avalização Inicial:
Reunir, conferir e comunicar dados sobre a pessoa para criar uma base de dados.
Recolha sistemática de dados subjetivos e objetivos, os seus hábitos e
dificuldades relacionadas com o seu estado de saúde;
Ordenação e organização dos dados;
Documentação dos dados;
Análise e interpretação dos dados.
Base de dados da pessoa → Quadro de referência para a recolha de dados
Os enfermeiros guiam-se pelo diagnóstico médico, mas esse não é o foco da sua
prestação de cuidados, o nosso foco é a resposta da pessoa à patologia.
Exemplo: Enfermeiros diagnosticam tosse; médicos diagnosticam doenças patológicas
associadas à tosse.
Dados Objetivos- Tudo o que pode ser observado e muitas vezes passível de ser
mensurável, ou seja, são observações e avaliações que o enfermeiro faz com recurso
por exemplo a escalas, avaliação dos sinais vitais (valores), etc.
Dados Subjetivos- Perceções e sensações do cliente (como a dor, angústias,
sentimentos, etc); Devem depois ser “transformados” em dados objetivos.
Documentação tem de ser cuidada e tem que ter um certo brilho.
Processo organizado e sistemático de procura de informação através de diferentes
fontes que tem por finalidade descobrir o grau de satisfação de diferentes necessidades
da pessoa, de identificar os seus problemas, de conhecer os seus recursos pessoais e de
planificar intervenções adequadas aos problemas identificados; Processo contínuo e
dinâmico.

Diagnóstico:
Examinar os dados, identificar necessidades para formular diagnósticos.
Dar significado aos dados;
Identificar as necessidades e os problemas de saúde;
Perguntar (“Pode-me dizer o que foi o seu almoço?” em vez de “Almoçou?”);
Escutar (ouvir com atenção e escuta ativa; o silêncio e a aceitação, dando tempo
à pessoa para responder);
Observar (inspeção, palpação, percussão, auscultação).
Agrupar os dados de forma concisa, sistemática e agrupada, de modo a rever e
validar os dados.
Processo de análise e interpretação dos dados de forma a identificar os problemas ou
necessidades da pessoa/cliente.
Utiliza o pensamento crítico;
Pretende a individualização dos cuidados à pessoa;
Mobiliza conhecimentos científicos;
Deve ser sensível aos cuidados de enfermagem;
Estruturado tendo em conta prioridades.
Identificar e validar os diagnósticos de enfermagem (foco na experiência humana e nas
necessidades da pessoa, diagnóstico focado na resposta que a pessoa tem, nos sinais e
sintomas que apresenta), por oposição aos diagnósticos médicos (advêm de uma
doença ou condição para o qual o tratamento é prescrito por um médico, centrando-se
no tratamento de determinada patologia).
Diagnósticos sensíveis: p.e. dor. Com perguntas mais detalhadas tenho uma maior
hipótese de ter resultados e diagnósticos mais precisos.
Estes devem ser concisos, mas não deixando de ser profundos, fáceis de procurar e com
uma estrutura coerente.
Tipos de Diagnósticos de Enfermagem:
Diagnósticos Reais- Descreve a reação do individuo a condições de saúde ou a
processos de vida que existem, de facto, numa pessoa, família ou comunidade;
Diagnósticos de Risco ou potenciais- Consistem numa decisão clínica de que uma
pessoa, família ou comunidade é mais vulnerável ao desenvolvimento de
determinado problema que outros em igual ou idêntica situação;
Diagnósticos de bem-estar- Reporta-se ao papel do enfermeiro na promoção da
saúde e prevenção da doença, sendo definidos como: uma decisão clínica acerca
de uma pessoa, família ou comunidade que estão em transição de um nível
específico de bem-estar para outro superior. Traduz um potencial de
crescimento.
Planeamento:
Terceira fase do P.E. em que são definidos os objetivos e resultados esperados e
selecionadas intervenções. Estes elementos são documentados no Plano de Cuidados.
Processo centrado na pessoa: prioridades

1. A vida da pessoa está ameaçada? Há danos?


2. As necessidades da pessoa estão comprometidas?
3. Há risco de comprometimento do bem-estar futuro da pessoa?
Identificar objetivos da e com a pessoa, estabelecer prioridades, fixar resultados e
estabelecer estratégias.
Tenho de fazer questões de modo a determinar um diagnóstico e tratamento que dê
resostas e resoluções aos problemas.
Para desenvolver um plano individualizado de cuidados.
É suposto integrar a pessoa neste planeamento. O objetivo é a saúde do paciente.
Vamos aprofundar as prioridades. E vamos delinear resultados a alcançar, pensando no
como vou lá conseguir chegar.
Através do diagnóstico real, que tem a tendência para ser o prioritário, planeio um plano
de cuidados, no entanto por vezes os de risco podem-se sobrepor a estes, tornando-se
assim os mais prioritários.
Definição de resultados esperados:
São efeitos de intervenções levadas a cabo;
O que espero alcançar com as intervenções que planeio e executo, por outras palavras
é uma alteração, mesurável, do estado da pessoa, em resposta aos cuidados de
enfermagem.
As escolhas das intervenções de enfermagem incluem o comportamento observável e
critérios mensuráveis; servem de critérios de avaliação, da eficácia das intervenções de
enfermagem e da resolução do diagnóstico de enfermagem.
Resultados esperados exemplo:
Identificar resultados esperados:
1. Dor – Diagnostico real
2. Ferida crónica – diagnóstico real
3. Risco de infeção – diagnóstico risco
4. Autoestima comprometida – diagnóstico bem-estar
Resultados esperados identificados:
1. Dor nenhuma
2. Ferida crónica melhorada
3. Infeção nenhuma
4. Autoestima efetiva
Quando planeio estou na 3ºfase do PE.
Quando execute estou na 4ºfase: resultado esperado.
Conjunto de intervenções.
Tenho de observar e quantificar.
Posso não conseguir chegar ao resultado esperado mesmo tendo seguido o
planeamento todo.
Dependendo da situação atendemos ao juízo pretendido.
Risco não pode ser nenhum no resultado esperados; resultado esperado é que esse
diagnostico não se torne real, mas que seja evitável.
Efetivo traz aspeto positivo.
Intervenções de Enfermagem:
Qualquer tratamento, baseado em juízo e conhecimento clínicos, realizado por um
enfermeiro para potenciar os resultados esperados.
Temos a responsabilidade de estarmos atualizados e de sermos rigorosos na seleção das
IE.
É fundamental que estejamos ao corrente do conhecimento científico que suporta as
nossas intervenções.
Executar as ações de enfermagem.
Temos de ter princípios científicos.
Temos de fundamentar todas as intervenções que vamos realizar.
Não chega ter conhecimento científico, temos de respeitar as preferências da pessoa.
CIPE intervenções têm diferentes verbos, para planear IE e escolher ação mais adequada
ao que pretendo.
Para escolher intervenções, tem de ser competente em 3 áreas: ter conhecimentos da
base científica da base científica das intervenções, ter as competências necessárias para
as executar e ser capaz de funcionar, numa determinada instituição, utilizando com
eficácia os recursos de saúde disponíveis. Para intervir tenho que ser perita e
desenrascada nessa área de modo a saber o que fazer.
A escolha é determinada por: Características dos diagnósticos de enfermagem;
resultados esperados; base de investigação para intervenção; viabilidade da
intervenção; aceitação por parte da pessoa; competência para ser enfermeiro.
Intervenção tem de responder ao diagnóstico; diagnostico e intervenções têm de estar
relacionados. É também escolhida pelo diagnóstico, conhecimentos e respostas.

1. Ação: Processo intencional aplicado a/ou desempenhado por um cliente


(educar/ trocar/ administrador/ monitorizar). Olhar para a CIPE, perceber
significado da ação percebendo se é o que nós queremos.
2. Exemplos:
Aliviar: tratar (tornar algo mais fácil de suportar);
Avaliar: estimar a dimensão, qualidade ou significado de alguma coisa;
Monitorizar: escrutinar em ocasiões repetidas ou regulares, alguém ou alguma
coisa.
1. Tempo: Medição da duração das coisas.
2. Localização: Orientação anatómica ou espacial de um diagnóstico ou
intervenção.
3. Cliente: sujeito a quem o diagnóstico se refere e que é o beneficiário da
intervenção.
Passo para a intervenção quando inicio o meu comportamento.
Passagem de quando planeio para quando executo.
Depois de intervir temos de avaliar.
Estou no X quero chegar ao Y, planeio, executo e depois avalio.
Implementação:
1. O inicio do comportamento de enfermagem, quando as ações, necessárias à
consecução dos objetivos e dos resultados esperados dos cuidados de
enfermagem, são iniciados e terminados.
2. Processo de implementação:
Reavaliação da pessoa;
(Re)leitura do plano de cuidados e eventual alteração;
Organização de recursos e prestação de cuidados;
Previsão e prevenção de complicações;
Identicação de áreas de ajuda.
Saberes:
➢ Competências:
Cognitivas, Psicomotoras e interpessoais.

Antes de implementar as intervenções tem de se assegurar que:


Compreende o motivo por que realiza a intervenção, o seu efeito previsto e
quaisquer potenciais contratempos associados.
Cria um ambiente propicio à realização das intervenções planeadas;
Tem em consideração quais as intervenções que podem ser combinadas, de
forma a permitir-lhe concluir as atividades dentro do limite de tempo.
Escrevi o planeamento e agora estou a pô-lo em prática.
É impossível prever tudo.
Imprevisibilidade é a coisa mais certa que pode acontecer.
Tenho de prever complicações e imprevistas de modo a fazer uma boa
implementação é necessária flexibilidade.
Durante a implementação é essencial:
Colher dados adicionais, e constantemente;
Usar recursos disponíveis e da melhor forma;
Ter em consideração os desejos da pessoa/ família.
Documentar os dados colhidos.
Nem todos os registos dão escritos de forma igual e temos de nos adaptar ao
que temos.
Partilhar os dados com os outros profissionais.
Avaliação Final:
Avaliar se as intervenções ajudaram a atingir os objetivos estabelecidos.
Fase final do PE.
Processo continuo essencial para garantir a qualidade e a pertinência dos cuidados
prestados.
É feita através da revisão das respostas da pessoa para determinar se o plano vai ao
encontro das suas necessidades.
Aspetos a ter em conta:
Ainda que o processo de avaliação final possa assemelhar-se à atividade da avaliação
inicial, existem diferenças importantes.
Em vez de avaliar o estado geral da pessoa e respetivos problemas, centra-se na
pertinência das intervenções implementadas e na evolução ou não evolução em relação
aos resultados esperados.
Estou sempre a avaliar as minhas intervenções.
Temos de perceber se o plano foi eficaz.
Avaliar inicial: colher dados e estabelecer diagnostico.

Avaliação final: avaliar planeamento e resultados obtidos tendo em conta os
resultados esperados.
Feedback
Componentes:
Reavaliação (constante medição e monitorização);
Modificação do plano;
Conclusão dos cuidados.
Lá por não chegarmos ao resultado esperado não quer dizer que o planeamento esteja
errado; mas também pode querer dizer que o planeamento tem lacunas e tem de ser
reformulado de modo a chegar ao resultado que pretendo.
Resultado enfermagem ≠ Resultado esperado.

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