Resumos de Economia

 Fatores que influenciam o consumo (económicos e extraeconómicos)

Económicos Extraeconómicos
Rendimentos dos consumidores Moda

Preços dos bens Publicidade

Inovação tecnológica Dimensão e composição agregados familiares

 Rendimento
Um dos principais fatores que influenciam o consumo é o rendimento dos consumidores, uma mudança no
seu nível de rendimento traduz-se numa variação do consumo. Acontece, aos agregados familiares
passarem a consumir mais após o seu rendimento ter aumentado, e vice-versa. No entanto, o nível de
rendimento de uma família não afeta de igual modo os seus diversos tipos de consumo. Uma alteração no
rendimento reflete-se de forma diferente, conforme se trata do consumo de bens essenciais ou supérfluos.
Ex: Um agregado familiar cujo nível de rendimento diminuiu procurará reduzir primeiro os gastos com bens
supérfluos, pois são dispensáveis à sua sobrevivência. Esta família tentará manter o nível de consumo
relativamente aos bens essenciais, para reduzir custos, passará a adquirir produtos de primeira
necessidade com qualidade inferior e mais baratos.
Assim é fundamental recorrer à análise da estrutura de consumo de cada família, isto é, a forma como
cada família distribui os seus rendimentos pelas diversas classes de despesas. A estrutura de consumo de
uma família reflete o seu nível de vida.

 Estrutura do consumo
Forma como as despesas de consumo das famílias são repartidas pelos diferentes grupos ou classes de
despesas de consumo.

 Coeficiente orçamental
Quanto maior é o nível de rendimento de uma família, menor é a proporção dos seus gastos em bens
elementares. Importa salientar que, numa situação de acréscimo de rendimento, apesar de diminuírem as
despesas com bens essenciais em termos relativos (percentuais), é provável que o valor absoluto destas
despesas aumente. Esse agregado familiar deverá gastar mais em produtos de natureza básica, pois,
passará a adquirir bens de qualidade superior- é o efeito-qualidade. Nesse caso, o que diminui é a
percentagem de consumo de bens essenciais em função do orçamento familiar, ou seja, do conjunto total
de despesas. Neste contexto, convém então analisar o conceito de coeficiente orçamental, que traduz a
importância relativa (percentual), de uma rubrica de despesa quando comparada com o valor total das
despesas. Assim: Coeficiente orçamental= valor da classe de despesa/ Valor total das despesas x 100

 Lei de Engel
À medida que o rendimento das famílias aumenta, o peso das despesas em alimentação vai baixando,
aumentando por sua vez, o peso das outras despesas, como as destinadas á cultura, lazer e
entretenimento.

 Consumo A defesa dos consumidores em Portugal e na EU = DECO (Associação Portuguesa para a

defesa do consumidor) = Promove o consumo responsável (consumerismo)
Consumismo Consumerismo
Consumo irracional, impulsivo, Consumo racional, controlado, seletivo,
indiscriminado, sem olhar a consequências, baseado em valores sociais e ambientais e
baseado em valores materiais e na no respeito pelas gerações futuras.
ostentação.
Exemplos: Exemplos:
 Consumir grande quantidade de  Adquirir produtos biológicos
bens supérfluos.  Evitar o desperdício
 Adquirir produtos nocivos para a  Não comprar produtos fabricados
saúde e ambiente. em países que não respeitem os
 Usar e deitar fora direitos humanos.

 Caraterizar e classificar os bens económicos

Classificação dos tipos de consumo
Quanto á abrangência…
Quanto á sua função…
Quanto á natureza do
agente…
Quanto á natureza da
necessidade…
Individual É o consumo associado a satisfação das
necessidades pessoais de cada indivíduo.
Por exemplo, a compra de vestuário é feita de
acordo com o gosto e o estilo pessoal do seu
consumidor.
Coletivo Ao contrário do anterior, este tipo de consumo
está relacionado com a satisfação das necessidades
de um conjunto de pessoas, como acontece nos
hospitais, escolas ou vias públicas.
Intermedio Representa o consumo de bens que, embora já
tenham sido transformados, ainda vão ser
incorporados no processo de fabrico de outros,
como o consumo de farinha para o fabrico de pão.
Final É o consumo de bens que já foram totalmente
transformados e que vão ser utilizados pelo
consumidor final.
O consumo de champó ou de um gelado, por
exemplo.
Público É o consumo efetuado pela Administração Pública.
Por exemplo, os gastos com tinteiros para as suas
impressoras ou o material de escritório (papel,
agrafos, esferográficas, etc.) que utiliza.
Privado Aqui incluem-se todos os consumos suportados
pelos agregados familiares e por entidades
particulares.
Por exemplo, o consumo de eletricidade das
famílias ou das empresas privadas.
Essencial Este consumo está relacionado com a satisfação
das necessidades básicas dos indivíduos.
O consumo de alimentos, por exemplo, é
fundamental para satisfazer uma necessidade vital:
a alimentação.
Supérfluo Neste caso, o consumo incide sobre bens e serviços
que não são essenciais à vida humana.
Por exemplo, o consumo de produtos de cosmética
 Bens
Bem Livre: Bens que existem em quantidades ilimitadas ex: ar, sol, água do mar

Bem económico: Bens limitados que, para os utilizar temos de despender moeda ex: ar ventilado, gelo dos
supermercados

Bens são os meios que contribuem para a satisfação das necessidades. Os bens económicos podem
classificar-se segundo os seguintes critérios:

Natureza
Bens matérias É possível senti-los, vê-los, isto é, têm visibilidade
física ou são tangíveis, podendo ser armazenados
Bens imateriais ou serviços Não têm visibilidade física, não são tangíveis

Função
Bens de consumo Destinam-se ao consumo final das famílias
Bens de produção Destinam-se a produzir outros bens. Ex.:
computador para uma empresa; máquinas e
matérias-primas.

Reciprocidade
Bens Substituíveis Têm características semelhantes e podem substituir-se
entre si
Bens complementares Para atingir os fins para que foram criados, devem ser
utilizados em conjunto

 Produção e o Processo Produtivo

Diariamente, as pessoas ingerem alimentos, usam vestuário, ouvem música, andam de transporte,
consomem eletricidade, etc. quer isto dizer que a satisfação das necessidades humanas exige a utilização e
o consumo de uma imensidade de bens e serviços diferentes que o ser humano obtém através da atividade
produtiva ou produção. Para se produzir um bem é necessário seguir uma sequência de etapas através das
quais as matérias-primas e subsidiárias, utilizando bens de equipamento, tecnologia e trabalho humano,
são transformadas em produtos finais. Esta sucesso de fases correspondentes à produção dos bens
designa-se por processo produtivo.
Todavia, nem tudo o que se produz se pode considerar como atividade económica. Para a produção ser
considerada atividade económica, é necessário que se verifique, pelo menos, uma das seguintes condições:

 bem produzido deve destinar-se ao mercado (ser transacionado)

 trabalho correspondente a essa produção deve ser remunerado.
Em consequência, a produção de bens alimentares para autoconsumo não é produção no sentido estrito
do conceito, como também não o é o trabalho de cuidadores de casa e da família, por não ser
remunerado.

 Setor de atividade:
Agrupamento das atividades económicas em função de determinadas características.
 Setores de atividade económica
Setor Primário Inclui as atividades relacionadas com a extração de
produtos do mar, do solo e do subsolo, ou seja, a
pesca, a agricultura, a pecuária, a silvicultura e a
indústria extrativa.
Setor Secundário Abrange as indústrias transformadoras, isto é, as
atividades que transformam as matérias-primas
fornecidas pelo setor primário em produtos
utilizáveis. Inclui, também, a construção e a produção
e distribuição de gás, água e eletricidade.
Setor Terciário Corresponde aos serviços - o comércio, os bancos, os
seguros, os transportes, a comunicação social, a
educação, a cultura, a saúde, a defesa, a justiça, o
turismo, etc. Este é um setor residual porque nele se
incluem todas as atividades que não cabem nos
outros dois setores.

 Terciarização
Designa a crescente importância dos ramos de atividade do setor terciário, tanto a nível do Produto do país, como ao
nível da crescente capacidade de emprego do setor.

 Caracterizar os fatores produtivos e reconhecer a importância da sua

combinação para a atividade da produção

Os fatores de produção são todos os elementos necessários ao fabrico de bens. Consideram -se três tipos
de fatores produtivos: os recursos naturais, o trabalho e o capital. Estes fatores são combinados entre si
de modo a permitir a obtenção de bens.
O homem recolhe da natureza as matérias-primas necessárias para produzir bens capazes de satisfazer as
suas necessidades, com auxílio de ferramentas e equipamentos. As matérias-primas (recursos) vão ser
transformadas em produtos acabados através da força de trabalho do homem (trabalho) e de máquinas e
utensílios diversos (capitais).

Produçao de
bens e serviços

Recursos
Trabalho Capital
Naturais

Fatores produtivos ou fatores de produção- São os elementos indispensáveis à produção dos bens e
serviços. Englobam os recursos naturais, o trabalho e o capital.
Trabalho- Atividade física ou intelectual realizada pelo ser humano, cujo objetivo é fazer, transformar ou
obter algo.
Capital - Conjunto de elementos que contribui para que os seres humanos, através do trabalho, produzam
bens e serviços.
Trabalho e Capital
O trabalho exerce-se sobre «coisas» -os objetos de trabalho - e utiliza outras «coisas» - os meios de
trabalho. No seu conjunto, designamos os objetos e os meios de trabalho por meios de produção ou
capital.

Os objetos de trabalho são, pois, tudo aquilo que é alvo do trabalho humano. Serão os recursos naturais
existentes na Terra, cuja exploração permite a obtenção de produtos vegetais, animais e minerais. São
disso exemplo os minérios, que se exploram e que servem de matéria-prima numa empresa metalúrgica; o
algodão e a seda, matérias-primas utilizadas pelas indústrias têxteis; a água, a energia, matérias que
subsidiariamente contribuem para a produção, etc.

Deste modo, entre os objetos de trabalho, pode considerar-se dois tipos de matérias: as matérias-primas e
as matérias subsidiárias.

Os meios de trabalho são tudo aquilo que é usado pelo ser humano na transformação dos objetos de
trabalho a fim de obter produtos utilizáveis.
Exemplos: os edifícios, os canais de irrigação, os meios de comunicação, os instrumentos de trabalho, etc.
Os meios de trabalho são múltiplos, tendo importância entre eles os instrumentos de trabalho por
ajudarem a racionalizar a produção.

O capital pode classificar-se em:

 capital técnico - conjunto dos meios que permitem a produção.

Divide-se em capital fixo (representa todos os meios de produção que não se anulam durante o processo
produtivo, como as máquinas, por exemplo) e capital circulante (designa as matérias-primas e as matérias
subsidiárias que se irão incorporar nos produtos finais);

 capital natural - bens que a Natureza disponibiliza e que podem ser considerados como capital
quando utilizados na produção de outros bens (como o vento captado para fornecer energia, a
água do mar que fornece o peixe ou os minérios).
Inclui os recursos renováveis (como o vento, o sol e a água do mar) e os não renováveis (como o petróleo e
o cobre);

 capital humano - consiste nas capacidades, competências e saberes que as pessoas adquirem e
desenvolvem ao longo da vida e que utilizam no seu trabalho.
A investigação, a educação e a formação profissional fornecem maior conhecimento e qualificação,
contribuindo para um melhor desempenho profissional e maior produtividade do trabalho;

 capital financeiro - conjunto dos meios financeiros de uma empresa.

Divide-se em capital próprio (quando os meios financeiros são propriedade da empresa) e capital alheio
(quando os meios financeiros não pertencem à empresa).