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GNE 247 – ELEMENTOS

DE POLUIÇÃO DO AR

Precipitação e tipos de
Precipitação

Profa. Sílvia Monteiro

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FORMAÇÃO DAS CHUVAS

nuvem é composta de vapor d’água que se condensou e que se mantém


suspenso na atmosfera, devido a pequena dimensão de suas gotículas
(< 20 microns) ;
gotículas propícias a força de correntes ascendentes de ar, que as
mantém suspensa.

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FORMAÇÃO DAS CHUVAS

gotículas propícias também a ação da gravidade;


cada gotícula é sujeita a força gravitacional;
gotículas de tamanho grande, a força da gravidade será maior que a das
correntes ascendentes;
predominância da gravidade - gotículas descendem na atmosfera,
originando à precipitação.

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Fonte: Google imagens
CONDENSAÇÃO DO VAPOR D´ÁGUA

O crescimento das gotículas de água das nuvens se dá por dois


processos:
Primeiro:
gotícula cresce por difusão do vapor d’água em direção a superfície,
sobre a qual se condensa;
é menos intenso quanto maior for o tamanho das gotas.
Segundo:
gotícula cresce por colisão e coalescência das gotícula;
decorre por diferentes velocidades de queda causadas por gravidade,
por movimentos turbulentos do ar e por forças elétricas.
é lento, mas se intensifica exponencialmente com o tamanho das gotas.

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COLISÃO E COALESCÊNCIA DAS GOTÍCULA

ocorre em algumas nuvens com


temperatura acima do ponto de
congelamento da água (0° C).
gotículas gigantes caem rapidamente,
colidem com as gotículas menores e mais
lentas e as coalescem (combinam);
tornam-se maiores e caem mais
rapidamente, aumentando as chances de
colisão e crescimento;
 após um milhão de colisões, elas estão
suficientemente grandes para cair até a
superfície sem se evaporar.

Fonte: Google imagens


FORMAS DE PRECIPITAÇÃO
é o fenômeno meteorológico responsável pela recarga de água na
Terra.
pode ocorrer de três maneiras: pluvial, granizo e neve.

 Precipitação pluvial ou chuva:


ocorrência da precipitação na forma líquida.

é a forma principal que a água retorna da atmosfera para a superfície


terrestre, após os processos de evaporação/transpiração e
condensação (Ciclo Hidrológico).

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FORMAS DE PRECIPITAÇÃO

 Granizo:

forma quando fortes correntes de ar carregam minúsculas gotículas


de água em altitudes acima do ponto de congelamento dentro das
tempestades, transformando a água em gelo.

geralmente se derrete antes de atingir o solo, ou

em alguns casos atinge o solo com o tamanho de bolas de beisebol.

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FORMAS DE PRECIPITAÇÃO

 Neve:
cristais de gelo formados nas nuvens, com temperatura entre -20°C e -
40°C;
cristais se juntam enquanto caem e se tornam úmidos e congelam - forma
flocos de neve
Se ar estiver gelado em todo percurso da atmosfera – os cristais chegam
ao solo como neve
Se ar estiver muito quente, os cristais podem evaporar (novamente vapor
d’água) ou derreter e cair como granizo ou chuva.

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TIPOS DE PRECIPITAÇÃO

Quanto à origem
precipitações podem ser dos tipos: frontais, orográficas ou de
relevo e convectivas ou de verão.

CHUVAS FRONTAIS
 são aquelas que ocorrem devido à entrada, em uma região, de
massas de ar de origem polar e se concentram nos períodos do ano;
chuva de menor intensidade, longa duração;
as chuvas frontais - representadas por frentes frias e quentes.

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FRENTE FRIA

ar frio substitui ar quente;

uma massa de ar de menor temperatura desloca da superfície, uma


massa de ar de maior temperatura;

ar frio (denso) força o levantamento do ar quente;

aproximação de uma frente fria é caracterizada por redução na pressão


atmosférica, que após a passagem, a pressão aumenta rapidamente e a
temperatura cai abruptamente.

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FRENTE FRIA

deslocam-se mais rapidamente ou mais lentamente;

frentes frias de deslocamento rápido são mais inclinadas que as de


deslocamento lento;

frentes frias de deslocamento rápido são de origem polar e evoluem


para frentes de deslocamento lento;

frentes de deslocamento lento podem tornar-se estacionarias ou mesmo


evoluir para frentes quentes nas baixas latitudes;

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mapa do tempo:
representa uma linha com
triângulos ou "dentes"
estendidos para o ar mais
quente;
velocidade média é de
35 km/h.

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FRENTE QUENTE

Ar quente substitui o ar frio;


massa de ar de menor temperatura é substituída de junto do solo por
uma massa de ar de maior temperatura;
caracterizada por pequena ou nenhuma queda na pressão atmosférica,
(pequenas variações na temperatura);
geralmente produzem precipitações leves e moderadas sobre uma
área vasta por um período longo.
mudanças de tempo não são tão pronunciada quanto a passagem de
uma frente fria;
 precipitações cessam e geralmente, céu torna-se claro.

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mapa do tempo:
representada por uma
linha com semicírculos
estendidos para o ar mais
frio;
velocidade média é de
25 km/h (metade da frente
fria)
. 18
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CHUVAS OROGRÁFICAS OU DE RELEVO

ocorrem em locais em que o relevo apresenta grandes variações de


altitude;
nuvem encontra alto obstáculo em seu caminho (elevação do terreno,
cadeia de morros, serra, etc);
a massa de ar para transpor o obstáculo é forçada a atingir grandes
altitudes, causando a queda de temperatura e condensação do vapor d’água;
chuva geralmente intermitente e fina, comum nas regiões NE e SE do
Brasil, onde as serras e chapadas dificultam a penetração das massas
úmidas de ar provenientes do oceano Atlântico no interior do continente;
nebulosidade e chuvas, muitas vezes torrenciais, nas altas encostas dos
morros.
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CHUVAS CONVECTIVAS OU DE VERÃO

ocorrem geralmente nas épocas mais quentes do ano (típica de


verão);
grande intensidade e curta duração (menos comum no inverno);
formação de células convectivas ( movimentos verticais convectivos
de ar), provocados pela elevação de massas
de ar quente (resfriamento adiabático);
formato da nuvem típico de cogumelos,
grandes desenvolvimento vertical, podendo
ter dezenas de quilômetros tanto em altura
como em diâmetro;

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CHUVAS CONVECTIVAS OU DE VERÃO

podem ocorrer isoladas (céu azul em volta);


apresentam grande atividade elétrica interna (raios, violentos ventos
verticais e turbulências diversas);
após chuvas torrenciais o céu fica claro;
nuvens muito altas e de grande energia
cinética, sendo propício para formação
de granizo.

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CHUVAS INTENSAS

chuvas de grande intensidade (trovões,


descargas elétricas, granizos, ventos fortes,
forte variação de temperatura e, ocasionalmente,
tornados);
nuvem característica: Cumulonimbus (CB), nuvem em forma de torre,
que se expande lateralmente no topo, assumindo a conformação de
bigorna ou cogumelo;
deslocamento dessas nuvens (tempestades locais) : associadas à
presença de ar quente, úmido e instável.
regiões montanhosas ocorrem principalmente no verão.

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CHUVAS INTENSAS

associadas às formações frontais,


as tempestades seguem o deslocamento das frentes.
duração de nuvem tempestuosa é curto (ciclo completo ± 1 ou 2 horas)
total precipitado em uma hora pode chegar a 500 mm (sítios urbanos);
locais confinados ou de drenagem difícil - inundações catastróficas.

Apesar dos riscos envolvidos na ocorrência de tempestades severas,


esse fenômeno também tem um lado importante, ao representar alta
porcentagem do índice de chuvas nas regiões tropicais, durante a maior
parte do verão.

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Primeira fase:

correntes verticais ascendentes


chegam a velocidades de 40 nós;

nuvem cumulus começa a se desenvolver verticalmente,


devido às correntes de ar ascendentes
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Segunda fase:
topo, os ventos em altos níveis (na
horizontal) formam a bigorna;
correntes ascendentes podem
transportar até 8.000 ton de água/min;
pode ocorrer correntes descendentes,
(gotículas pesadas caem, vencendo as
correntes ascendentes);
na descida, passam por camadas de ar
não saturadas, podendo ocorrer
evaporação (resfriamento da parcela de
ar que está em sua volta);

CB ocorre: correntes ascendentes


e descendentes.

É mais perigosa; 27
Fonte: Google imagens
correntes descendentes frias
atingem o solo;
chuva resfria o ar nos níveis mais
baixos;
Predominância de correntes Terceira fase:
descendentes - CB tende a se
dissipar;
 sobra a bigorna (nuvem alta: cirrus)
ciclo médio entre os estágios de
cúmulos e de dissipação pode levar
de 30 a 40 minutos;

CB pode causar vários estragos e,


muitas vezes, de forma inesperada.

Fonte: Google imagens


CHUVAS LEVES

chuvas de menores intensidades;


geralmente não são acompanhadas por fenômenos atmosféricos como
trovoadas ou ventos fortes;
chuvas que possuem um pequeno deslocamento e que têm longa
duração (vários dias);
Ocorrência mais comum no inverno, quando as massas de ar advindas
dos pólos penetram no continente;
chuvas do tipo frontal, predominantemente de massas de ar de frentes
quentes e estáveis.

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TIPOS DE CHUVA QUANTO À INTENSIDADE

Tabela. Diâmetro e características de diferentes precipitações


(Segundo Remenieras)

Tipo de Intensidade Diâmetro médio das gotas Velocidade de queda para


precipitação (mm h-1) (mm) os diâmetros médios
(m s-1)

Nevoeiro 0,25 0,20 -


Chuva leve 1a5 0,45 2,00
Chuva forte 15 a 20 1,50 5,50
Tempestade 100 3,00 8,00

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Fonte: Carvalho et al.(2010)
Chuva

TIPOS DE CHUVA QUANTO À INTENSIDADE

Chuva fraca Precipitação cuja intensidade é menor do que 5,0 mm/h.

Precipitação cuja intensidade está compreendida entre


Chuva moderada
5,0 e 25 mm/h.
Precipitação cuja intensidade está compreendida entre
Chuva forte
25,1 e 50 mm/h.

Chuva muito forte Precipitação cuja intensidade é maior do que 50,0 mm/h.

Precipitação intensa ocorrida em curto período de tempo


Pancadas de chuva
e espacialmente restrita

Fonte: http://www0.rio.rj.gov.br/alertario/?page_id=455

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CHUVA ARTIFICIAL

nuvens em que, a quantidade de NC existentes no ar não é suficiente para


originar chuva;
suprir a nuvem: com introdução de núcleos na chuva - "semeadura".
partículas que atuam como núcleos : iodeto de prata e o gelo seco (gás
carbônico congelado);
lançadas de avião na base ou no topo das nuvens consideradas capazes de
originar precipitação;
maiores sucessos observados: semeadura com iodeto de prata no topo de
nuvens, cuja temperatura é menor que - 13ºC;
fumaça é conduzida para cima, e as correntes convectivas ascendentes
fazem com que os núcleos de iodeto atinjam a base das nuvens;
iodeto de prata perde capacidade de agir como núcleo na presença de luz
solar (dissocia produz prata metálica). 32
experiências demonstram que é possível
provocar precipitação - viabilidade econômica.
MEDIÇÃO DA PRECIPITAÇÃO

é feita pontualmente em estações meteorológicas


(automáticas/convencionais);
equipamento básico: pluviômetro, o qual tem diversos formatos, tamanhos,
sistema de medida/registro;
unidade de medida da chuva: altura pluviométrica (h), expressa em
milímetros (mm);
alguns países são utilizadas outras unidades, como a polegada,

1mm =0,039 polegada;

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MEDIÇÃO DA PRECIPITAÇÃO

A altura pluviométrica (h) é dada pela seguinte relação:

Se 1 litro de água for captado por uma área de 1 m2, a lâmina de água
coletada terá a altura de 1mm.
Sabe-se que, 1mm = 1L / 1 m2. Logo, se um pluviômetro coletar 52 mm, isso
corresponderá a 52 litros por 1 m2 de área.

h = 1L / 1 m2 = 1.000 cm3 / 10.000 c m2 = 0,1 cm = 1mm

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MEDIÇÃO DA PRECIPITAÇÃO

Intensidade pluviométrica (I): é o volume precipitado por unidade de


tempo (mm/h) é dada pela seguinte relação:

É imprescindível à elaboração de projetos de drenagem agrícola, ambiental


e urbano

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MEDIÇÃO DA PRECIPITAÇÃO

Pluviômetro: mede a quantidade de água precipitada;


Pluviógrafo: medição e registro da precipitação.

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Figura. Pluviômetro (A) e pluviógrafo (B).
MEDIÇÃO DA PRECIPITAÇÃO
 leituras realizadas pelos pluviômetro e pluviôgrafo corresponde à
espessura da camada de água (mm) que incidiu sobre a superfície do solo,
considera a superfície do solo totalmente plana, sem evaporação, infiltração
e escoamento superficial.

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Figura. Representação da espessura da camada de água.
VARIAÇÃO DA PRECIPITAÇÃO
diferentes massas de ar atuam no Brasil;
variação e a distribuição da chuva são diferentes dependendo da região.
Região nordeste (propícias as massas de ar quente e seca)
deficiente em chuvas, com média anual <1000 mm de água.
Região Amazônica (propícias as massa de ar equatorial continental)
maiores médias anuais, certas épocas são >3000 mm.
Outras regiões (propícias as massas de ar polar)
apresentam valores intermediários.
litorais
apresentam altos valores anuais de precipitação;
massas de ar que após chegar no litoral, se deparam com as serras e
geram as precipitações orográficas.

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Sentelhas e Angelocci (2009)

a variabilidade espacial das chuvas na escala diária, gera


variabilidade espacial na escala mensal, que por sua vez
gera a variabilidade na escala anual.
Essa variabilidade ao longo do tempo é denominada
variabilidade temporal.
VARIABILIDADE TEMPORAL DA CHUVAS
dependendo da região do país, as chuvas se distribuem diferente ao longo
do ano.
consequência da interação dos diversos fatores determinantes do clima.
Exemplo:
Em João Pessoa-PB, a estação chuvosa se concentra no meio do ano.
Em Lavras-MG, essa estação se dá entre o final e o início do ano.

Lavras-MG

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Referência Bibliográfica

 Biscaro, G. A. Meteorologia Agrícola Básica. Cassilândia: 1ª Edição.


UNIGRAF. 2007. 87p.
Carvalho, L. G., Dantas, A. A. A.; Castro Neto, P. Agrometeorologia -
GNE 109 - Lavras : UFLA, 2010. 172 p.
Marin, F. R., Assas, E. D., Pilau, F. G. Clima e Ambiente: Introdução á
climatologia para Ciências Ambientais. Campinas, SP: Embrapa
Informática Agropecuária, 2008. 127p.
Pereira, A. R.; Angelocci, L. R.; Sentelhas, P. C. Agrometeorologia:
fundamentos e aplicações práticas. Guaíba: Agropecuária, 2002. 478 p.
 Vianello, R. L.; Alves, A. R. Meteorologia básica e aplicações. Viçosa:
Editora UFV. 2000. 449p.

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