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CURSO BÁSICO DE FÍSICA

Prof: Francinaldo Florencio do Nascimento


www.desbravandoafisica.com.br

João Pessoa – PB

2022

1
1ª PARTE Matematicamente, a carga elétrica é definida como

ELETRICIDADE: 𝑸 = ±𝒏 ∙ 𝒆
É a parte da Física que estuda os fenômenos que
𝑸: 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎 (𝐶)
ocorrem com as Cargas Elétricas.
±𝒏: 𝑛º 𝑑𝑒 𝑝𝑟ó𝑡𝑜𝑛𝑠 (+𝑛) 𝑜𝑢 𝑛º 𝑑𝑒 𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑜𝑛𝑠 (−𝑛)
É dividida didaticamente em duas partes: Eletrostática,
𝒆: 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑒𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑟(𝐶)
que estuda os fenômenos físicos produzidos por cargas
elétricas que se encontram em repouso e a
• A unidade da carga elétrica no sistema
Eletrodinâmica, que estuda os fenômenos físicos
internacional (SI) é o Coulomb (C), em
produzidos pelas cargas elétricas que se encontram em
homenagem ao físico francês Augustin Coulomb
movimento.
que deu valorosas contribuições para essa área
da eletricidade.
CARGA ELÉTRICA
• A carga elementar (e) é menor valor existente
da carga elétrica. Todos os outros valores da
Classicamente falando, a matéria é tudo aquilo que
carga elétrica são múltiplos da carga elementar.
possui massa e ocupa um lugar no espaço. A matéria é
constituída por átomos que são constituídos
Submúltiplos Símbolo Valor (C)
basicamente por três partículas elementares: prótons,
Mili 𝑚 10−3
elétrons e nêutrons. Micro 𝜇 10−6
É importante ressaltar que essas não são as únicas Nano 𝑛 10−9
partículas existentes no átomo, mas para o nosso Pico 𝑝 10−12
propósito elas são suficientes.
LEI DE DU FAY

O físico Francês Charles Du Fay percebeu que ao


colocarmos cargas elétricas de mesmo sinal próximas
umas das outras, elas se repeliam mutuamente. E que
ao colocar cargas de sinais diferentes próximas umas
das outras elas se atraiam mutuamente.
Ou seja,

Em cada átomo há uma parte central muito densa,


o núcleo, onde estão os prótons e nêutrons. Os elétrons
podem ser imaginados descrevendo órbitas elípticas em
torno do núcleo, como planetas podem ser imaginados
descrevendo órbitas em torno do sol. Essa região
periférica do átomo é chamada de eletrosfera.
Aqui, vale aquele velho ditado, “os opostos se atraem!”.
Pelo menos fisicamente falando isso está mais que
CARGA ELÉTRICA (Q)
comprovado!

Carga elétrica é uma propriedade atribuída aos


CORPO ELETRIZADO
prótons e os elétrons pelo fato de interagirem entre si.
Os nêutrons não possuem carga. Ele é considerado
O processo de eletrização de um Corpo ocorre quando
neutro.
adicionamos ou retiramos carga(s) elétrica(s) deste.
Os prótons são, por convenção, considerados como
A carga elétrica que pode ser adicionada ou retirada de
tendo carga positiva. E os elétrons são, também por
um corpo será sempre o elétron, visto que ele encontra-
convenção, considerados como tendo carga negativa.
se mais afastado do núcleo do átomo, o que “facilita” a
Um átomo sempre apresenta um número igual de
sua transferência de um corpo para outro, quando
prótons e elétrons e por isso, a carga elétrica do átomo
comparado ao próton (este se encontra no núcleo do
é nula.
átomo, junto aos nêutrons. Para retirá-lo do núcleo,

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devemos “quebrar” o núcleo do átomo, o que é algo Meios materiais nos quais as cargas elétricas não têm
bastante complicado de se realizar na prática). facilidade de movimentação.
Elétrons livres: elétrons mais afastados do núcleo
• Se um corpo apresenta número de prótons atômico, ligados fracamente a ele. Os elétrons livres são
igual ao número de elétrons, dizemos que ele os responsáveis pela condução de eletricidade nos
está eletricamente neutro. metais.

PROCESSOS DE ELETRIZAÇÃO

São os processos a serem realizados para que se consiga


eletrizar um corpo, seja positivamente ou
negativamente. São eles:
Se um corpo apresenta quantidades diferentes de
prótons e de elétrons, dizemos que o corpo está • Eletrização por atrito
eletrizado, sendo que isso pode ocorrer de duas
formas: Ocorre quando o atrito entre dois corpos é o agente
responsável pela transferência de elétrons entre eles.
• Corpo Eletrizado Positivamente: quando há Ao final desse processo, os corpos ficam eletrizados
falta de elétrons no corpo (há mais prótons do com cargas elétricas iguais (em quantidades), porém
que elétrons). de sinais contrários (um positivo e um negativo).
Para entender esse processo, imagine que um bastão
de vidro será atritado com um pedaço de lã.
Vamos considerar que lã e vidro estejam inicialmente
neutros. Da Química, sabemos que elétrons que
recebem energia podem “pular” para uma camada
eletrônica mais externa. Ao atritarmos os dois, a
• Corpo Eletrizado Negativamente: quando há temperatura deles aumenta, pois fornecemos energia
excesso de elétrons no corpo (há mais elétrons aos elétrons. Durante a mudança de camada eletrônica,
do que prótons). alguns elétrons do vidro são “roubados” pela lã,
fazendo com que o vidro fique com falta de elétrons
(carga elétrica +) e a lã fique com excesso de elétrons
(carga elétrica -).

PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO DAS CARGAS ELÉTRICAS

Num sistema eletricamente isolado, a soma algébrica


das quantidades de cargas positivas e negativas é
• Eletrização por contato
constante.

Ocorre quando um corpo que já está inicialmente


CONDUTORES E ISOLANTES
eletrizado é posto em contato (apenas encostado) com
• Condutores elétricos: outro corpo, que pode estar neutro, por exemplo. Ao
final desse processo, os dois corpos ficam eletrizados
Meios materiais nos quais as cargas elétricas com cargas elétricas de mesmo sinal.
movimentam-se com facilidade.

• Isolantes elétricos ou dielétricos

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EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1º) Num corpo o número total de elétrons é maior que


o número de total de prótons. Podemos afirmar que o
corpo está:

(a) Eletrizado negativamente.


(b) Eletricamente neutro.
(c) Não Eletrizado.
(d) Eletrizado positivamente.

2ª) Os corpos eletrizados por atrito e por contato ficam


• Eletrização por Indução carregados respectivamente com cargas elétricas de
sinais:
Quando um corpo neutro é colocado próximo de um a) iguais, iguais
corpo eletrizado, sem que exista contato, o corpo b) iguais, iguais
neutro tem parte das cargas elétricas separadas c) contrários, contrários
(indução eletrostática), podendo ser eletrizada. d) contrários, iguais

O processo de indução, simplesmente, não eletriza um 3ª) (UF-SE) Dois corpos A e B são eletrizados por atrito e
corpo. O que ocorre é um rearranjo no em seguida um corpo C, inicialmente neutro, é
posicionamento das cargas. eletrizado por contato com B. Sabendo-se que na
eletrização por atrito B perdeu elétrons para A, pode-se
afirmar que ao final desses processos as cargas de A, B e
C são, respectivamente:

a) positiva, positiva e positiva.


b) negativa, negativa e negativa.
c) negativa, positiva e positiva
d) negativa, negativa e positiva.

4ª) (F.Carlos Chagas-SP) Uma esfera metálica M,


positivamente eletrizada, é posta em contato com outra
esfera condutora N, não-eletrizada. Durante o contato
ocorre deslocamento de:

Podemos, dentro desse procedimento, fazer uma a) prótons e elétrons d e M para N.


ligação à terra do corpo induzido e eletrizá-lo. b) elétrons de N para M.
c) prótons de M para N.
d) prótons de N para M.

5ª) (UFRGS) Quando um bastão eletricamente


carregado atrai uma bolinha condutora A, mas repele
uma bolinha condutora B, conclui-se que:

a) ambas as bolinhas estão carregadas igualmente;


b) ambas as bolinhas podem estar descarregadas;
c) a bolinha B deve estar carregada positivamente;
d) a bolinha A pode não estar carregada eletricamente.
ATENÇÃO: Caso a região ligada à terra
seja negativa, haverá deslocamento de
6ª) (FUVEST- SP) Três esferas de isopor M, N e P, estão
elétrons do corpo para a terra, fazendo
suspensas por fios isolantes. Quando se aproxima N de
com que o corpo fique positivo.
P, nota-se uma repulsão entre essas duas esferas.
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Quando se aproxima N de M, nota-se uma atração
entre essas duas esferas. Das possibilidades de sinais de
carga dos corpos M, N e P propostas abaixo (I, II, III, IV e
V), quais são compatíveis com as observações?

I) M (+), N (+), P(-); a) I e III;


II) M (-), N (-), P(+); b) II e IV;
III) M (0), N (0), P(-); c) III e V;
IV) M (-), N (+), P(+); d) IV e V; Matematicamente, o módulo da força elétrica ou lei de
Coulomb é dado por:
7ª) Um bastão de vidro eletrizado positivamente (A) é
𝑸∙𝒒
aproximado de um condutor inicialmente neutro (B). 𝑭=𝑲
Descreva o que ocorrerá.
𝒅𝟐
Onde
8ª) Na situação do exercício anterior, para se eletrizar
por indução o condutor B, após a aproximação de A, 𝐹: 𝐹𝑜𝑟ç𝑎 𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎 (𝑁)
devem ser executadas mais três operações: 𝑘: 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑒𝑙𝑒𝑡𝑟𝑜𝑠𝑡á𝑡𝑖𝑐𝑎 (𝑁 ∙ 𝑚2 /𝐶 2 )
𝑄, 𝑞: 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎𝑠 𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎𝑠 (𝐶)
I-Na presença de A, liga-se B a terra. 𝑑: 𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 (𝑚)
II- Desfaz-se a ligação de B com a terra.
ATENÇÃO: A força elétrica é diretamente proporcional
III- Afasta-se A de B.
ao produto das cargas e inversamente proporcional a
distância ao quadrado.
a) O que ocorre na operação I?
b) Qual o sinal da carga elétrica adquirida por B?
c) O que aconteceria com o condutor se efetuássemos CAMPO ELÉTRICO (E)
as operações na ordem I, III e II?
O campo elétrico é uma grandeza vetorial. Toda carga
elétrica gera ao seu redor uma região de perturbação
9ª) Um corpo está eletrizado com carga elétrica Q. Ele ou influência que denominamos de campo elétrico.
possui 𝟐, 𝟓 ∙ 𝟏𝟎𝟏𝟑 elétrons em excesso. Sendo 𝒆 = 𝟏, 𝟔 ∙ Matematicamente, o campo elétrico é
𝟏𝟎−𝟏𝟗 𝑪 a carga elétrica elementar, qual é o valor de Q? definido como:

10ª) Um corpo inicialmente neutro é eletrizado com 𝑭


carga Q = 32 μC. Qual o número de elétrons retirados 𝑬=
𝒒
do corpo? Dado: 𝒆 = 𝟏, 𝟔 ∙ 𝟏𝟎−𝟏𝟗 𝑪.
Onde
11ª) Quantos elétrons precisam ser retirados de um
corpo para que ele fique com a carga de 1C? 𝐸: 𝑐𝑎𝑚𝑝𝑜 𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑜 (𝑁/𝑚)
𝐹: 𝐹𝑜𝑟ç𝑎 𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎 (𝑁)
𝑞: 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎 (𝐶)

2ª PARTE
FORÇA ELÉTRICA - LEI DE COULOMB Carga Elétrica Puntiforme: é uma carga elétrica que
possui dimensões muito pequenas, semelhantes à de
No fim do século XVIII, o físico francês Charles Augustin
um ponto na definição Matemática. Resumindo, são
Coulomb realizou uma série de experiências que
cargas elétricas muito pequenas.
permitiram medir o valor da força eletrostática que age
sobre duas cargas elétrica puntiforme Q e q, separadas CAMPO ELÉTRICO PRODUZIDO POR UMA CARGA
por uma distância d: ELÉTRICA PUNTIFORME FIXA

Podemos calcular a intensidade do Campo Elétrico


produzido por uma carga elétrica puntiforme
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mesclando a definição de Vetor Campo Elétrico com a Determine a intensidade da força elétrica de repulsão
Lei de Coulomb, obtendo como resultado: existente entra as cargas.

14ª) Determine a intensidade do Campo Elétrico


𝑲∙𝒒 produzido por uma carga elétrica de 8𝜇𝐶, localizada no
𝑬= vácuo, a uma distância de 0,1 𝑚 da carga.
𝒅𝟐
15ª) Determine a intensidade do Campo Elétrico
produzido por uma carga elétrica de 18𝜇𝐶, localizada
𝐸: 𝑐𝑎𝑚𝑝𝑜 𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑜 (𝑁/𝑚) no vácuo, a uma distância de 0,02 𝑚 da carga.
𝑘: 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑒𝑙𝑒𝑡𝑟𝑜𝑠𝑡á𝑡𝑖𝑐𝑎 (𝑁 ∙ 𝑚2 /𝐶 2 )
𝑞: 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎 (𝐶) 3ª PARTE
𝑑: 𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 (𝑚)
POTENCIAL ELÉTRICO PRODUZIDO POR UMA CARGA
ELÉTRICA PUNTIFORME
LINHAS DE CAMPO ELÉTRICO: (ou Linhas de Força)
O Potencial Elétrico produzido por uma carga elétrica
São as linhas que envolvem as cargas elétricas. Essas puntiforme é uma grandeza escalar e é definido como
linhas são invisíveis a olho nu, mas seus efeitos são sendo o Trabalho realizado pela Força Elétrica, por
percebidos com facilidade em laboratório, unidade de carga, para deslocar a carga elétrica do
comprovando a sua existência. Por convenção, essas ponto onde ela se encontra até o infinito.
linhas saem das cargas elétricas positivas e entram nas
cargas elétricas negativas. Assim, podemos representá- O Potencial Elétrico também pode ser chamado, mais
las graficamente da seguinte maneira: tecnicamente, de Tensão Elétrica ou ainda de Diferença
de Potencial (d.d.p). No Sistema Internacional de
Unidades (S.I.), a unidade do Potencial Elétrico é o volt
(V). Matematicamente é definido como:

𝑲∙𝒒
𝑽=
𝒅

𝑉: 𝑃𝑜𝑡𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑜 (𝑉)


𝑘: 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑒𝑙𝑒𝑡𝑟𝑜𝑠𝑡á𝑡𝑖𝑐𝑎 (𝑁 ∙ 𝑚2 /𝐶 2 )
𝑞: 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎 (𝐶)
𝑑: 𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 (𝑚)

ELETRODINÂMICA

É a parte da Física que estuda as cargas elétricas que se


encontram em movimento.

ELÉTRONS LIVRES: da Química, sabemos que quando


um elétron recebe uma quantidade específica de
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
energia, chamada de quantun ou quanta de energia,
12ª) Duas cargas elétricas, 𝑄1 = −12 ∙ 10−6 𝐶 e 𝑄1 = esse elétron pode passar de uma camada eletrônica
30 ∙ 10−6 𝐶, estão separadas pela distância de 0,3 𝑚, mais interna para uma camada eletrônica mais externa
no vácuo. Determine a intensidade da força elétrica de do átomo.
atração existente entre elas. Se um elétron da última camada de um átomo receber
essa energia e puder realizar essa “passagem”, poderá
13ª) Duas cargas elétricas, 𝑄1 = 15𝜇𝐶 e 𝑄2 = 40𝜇𝐶, se desprender desse átomo e ficar, por um pequeno
estão separadas por uma distância de 0,1 𝑚, no vácuo. intervalo de tempo, livre do seu átomo. Nessas
condições, chamamos esse elétron de Elétron Livre.

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Sabe-se que esse elétron permanece nessa condição de que atravessam a seção transversal do condutor no
“liberdade” por intervalos de tempo muito pequenos, intervalo de tempo ∆𝒕. Como cada elétron apresenta a
uma vez que ele encontrará rapidamente um átomo carga elementar (𝒆), no intervalo de tempo ∆𝒕, então
onde esteja faltando um elétron e ali ele será passa pela seção transversal do condutor a carga
“requisitado”, voltando novamente a fazer parte de um elétrica de valor absoluto igual a: 𝑸 = 𝒏 ∙ 𝒆, onde 𝒆 =
átomo e perdendo, assim, a denominação de elétron 𝟏, 𝟔 ∙ 𝟏𝟎−𝟏𝟗 𝑪 é a carga elétrica elementar.
livre.
Define-se intensidade média de corrente elétrica num
MATERIAIS CONDUTORES DE ELETRICIDADE: são as condutor, num intervalo de tempo ∆𝒕 a razão:
substâncias que apresentam, em sua estrutura, uma
“grande” quantidade de elétrons livres (que são os ∆𝑸
𝒊=
responsáveis pela condução de corrente elétrica numa ∆𝒕
substância). Onde
Exemplos: metais em geral, alguns poucos tipos de 𝑖: 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎 (𝐴)
borracha, etc. ∆𝑄: 𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 (𝐶)
∆𝑡: 𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑜 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 (𝑠)
MATERIAIS ISOLANTES DE ELETRICIDADE: são as
substâncias que apresentam, em sua estrutura, uma
UNIDADE DE INTENSIDADE DE CORRENTE ELÉTRICA: é
“pequena” quantidade de elétrons livres. Assim, a
a unidade elétrica fundamental do Sistema
substância não é boa condutora de eletricidade.
Internacional de Unidades (S.I). É denominada de
Exemplos: vidro, plásticos em geral, alguns tipos de ampère (A).
borracha, madeira seca, etc. SENTIDO CONVENCIONAL DA CORRENTE ELÉTRICA

CORRENTE ELÉTRICA: se inserirmos um material O sentido convencional da corrente é o mesmo sentido


condutor de eletricidade num Campo Elétrico, o do movimento dos prótons, ou seja, dos portadores de
movimento dos elétrons livres, que era totalmente carga elétrica positiva, conforme pode ser visto abaixo:
desordenado, passa a ter a mesma orientação do
campo elétrico, tornando-se assim um movimento bem
ordenado de elétrons. Assim, podemos definir corrente
elétrica como sendo o movimento ordenado de
elétrons livres que se estabelece num material
condutor, devido à presença de um Campo Elétrico.
Dessa forma, a corrente elétrica é originada devido a
uma diferença de potencial.
EXERCÍCIOS PROPOSTOS

16ª) Determine a intensidade do Potencial Elétrico


produzido por uma carga elétrica de 300 nC, localizada
no vácuo, a uma distância de 0,9m da carga.

17ª) Determine a intensidade do Potencial Elétrico


produzido por uma carga elétrica de 15 μC, localizada
no vácuo, a uma distância de 0,5m da carga.

18ª) Um condutor elétrico é percorrido por uma


corrente elétrica de intensidade 20A. Determine a carga
elétrica que atravessa a seção transversal do fio num
intervalo de tempo de 10 segundos.
INTENSIDADE DE CORRENTE ELÉTRICA:
19ª) Um fio metálico é percorrido por uma Corrente
Considere um condutor metálico ligado aos terminais Elétrica contínua e constante de intensidade 8A. Sabe-
de um gerador elétrico. Seja 𝒏 o número de elétrons se que uma carga elétrica de 32C atravessa uma seção
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transversal do fio num intervalo de tempo ∆𝑡. resistor é diretamente proporcional à Tensão aplicada
Determine o intervalo de tempo ∆𝑡. aos seus terminais.

20ª) Certo aparelho eletrônico mede a passagem de Um resistor que obedece à 1ª Lei de Ohm é
150 ∙ 102 elétrons por minuto, através de uma seção denominado de Resistor Ôhmico. Para esse resistor, se
transversal do condutor. Sendo a carga elementar 1,6 ∙ elaborarmos um gráfico da Tensão versus Intensidade
10−19 𝐶, calcule a intensidade de corrente elétrica que de Corrente Elétrica, obteremos sempre uma reta
atravessa o condutor, nesse intervalo de tempo. crescente, pois existe uma relação diretamente
proporcional entre as grandezas Tensão e Intensidade
4ª PARTE da Corrente Elétrica.

RESISTORES ELÉTRICOS

Os resistores são dispositivos eletro-eletrônicos que


basicamente possuem duas funções:

• Transformar energia elétrica em energia


térmica;
• Dificultar a passagem da corrente elétrica.

Quanto maior a resistência elétrica do material, mais Matematicamente, podemos escrever a 1ª lei de Ohm
difícil se torna para a corrente elétrica atravessar o como sendo:
corpo. No Sistema Internacional, a unidade de
Resistência elétrica é o ohm (Ω). 𝑼=𝑹∙𝒊

RESISTORES: Nos aquecedores elétricos em geral onde,


(chuveiros elétricos, torneiras elétricas, ferros elétricos 𝑈: 𝑑𝑖𝑓𝑒𝑟𝑒𝑛ç𝑎 𝑑𝑒 𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙 (𝑉)
etc.), ocorre a transformação de Energia Elétrica em 𝑅: 𝑅𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎 (Ω)
Energia Térmica. O fenômeno da transformação de 𝑖: 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎 (𝐴)
Energia Elétrica em Energia Térmica é denominado de
Efeito Térmico ou Efeito Joule.
2ª LEI DE OHM: A segunda lei de Ohm leva em conta o
Em esquemas de circuitos elétricos, um resistor é aspecto geométrico do resistor. Seja um fio de
representado pelos seguintes símbolos: comprimento L e área da seção transversal A. Logo a
resistência é dodo por:

1ª LEI DE OHM: O físico alemão George Simon Ohm


verificou que num Resistor, percorrido por uma
corrente elétrica (i), quando entre seus terminais for
aplicada a d.d.p. (U) e for mantida a temperatura
constante, o quociente da Tensão pela respectiva
intensidade de corrente elétrica era uma constante
característica do resistor. 𝝆𝑳
𝑹=
𝑼 𝑨
= 𝒄𝒐𝒏𝒔𝒕𝒂𝒏𝒕𝒆 = 𝑹
𝒊
Onde,
(Resistência Elétrica do Resistor)
𝑅: 𝑅𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎 (Ω)
Através dessa observação prática, podemos enunciar a 𝜌: 𝑐𝑜𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 (Ωm)
Primeira Lei de Ohm: Para um resistor Ôhmico, a 𝐿: 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑓𝑖𝑜 (m)
intensidade de corrente elétrica que atravessa o 𝐴: á𝑟𝑒𝑎 (m2 )

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EXERCÍCIOS PROPOSTOS

21ª) Um resistor tem resistência elétrica igual a 50Ω.


Calcule a intensidade de corrente elétrica que o
atravessará se ele for submetido a uma tensão de 60V.

22ª) Um resistor ôhmico, quando submetido à uma


Características importantes da Associação em Série de
tensão de 20V, é atravessado por uma corrente elétrica
Resistores:
de intensidade 4A. Qual é a Resistência elétrica do
resistor? - a intensidade da corrente elétrica (i) em cada resistor
é a mesma, pois só existe um caminho para que os
23ª) Um resistor ôhmico, quando submetido à uma
elétrons livres se movimentem.
tensão de 100V, é atravessado por uma corrente
elétrica de intensidade 5A. Qual deve ser a tensão - a tensão da fonte (U) é igual a soma das tensões
aplicada aos terminais desse resistor para que ele seja existentes em cada um dos resistores. Assim, temos
percorrido por uma corrente elétrica de intensidade que:
1,2A?
𝑼 = 𝑼𝟏 + 𝑼𝟐 + 𝑼 𝟑 + . . . . + 𝑼𝒏
24ª) Um resistor ôhmico, quando submetido à uma
tensão de 120V, é atravessado por uma corrente - aplicando-se a Primeira Lei de Ohm nas propriedades
elétrica de intensidade 2A. Qual é a resistência elétrica acima, pode-se chegar à conclusão de que a Resistência
do resistor? Equivalente (Req) de uma Associação em Série de
Resistores pode ser obtida através da soma das
CIRCUITO ELÉTRICO resistências elétricas de cada um dos resistores. Assim,
temos que:
É o caminho fechado por onde uma Corrente Elétrica
pode circular e proporcionar os efeitos que são 𝑹𝒆𝒒 = 𝑹𝟏 + 𝑹𝟐 + 𝑹𝟑 + . . . . + 𝑹𝒏
desejados.
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
ASSOCIAÇÕES DE RESISTORES
25ª) Um resistor R1 = 50 Ω e um resistor R2 = 10Ω são
Os resistores podem ser associados de diversos modos. associados em série e a essa associação aplica-se uma
Basicamente, existem três modos distintos de associá- tensão de 𝑈 = 1200 𝑉. Calcule:
los: em série, em paralelo e a associação mista (que
envolve simultaneamente a associação em série e em
paralelo ao mesmo tempo).

Em qualquer associação de resistores, denomina-se de


Resistor Equivalente (Re) ao resistor que pode
substituir todos os resistores de uma associação,
proporcionando exatamente o mesmo efeito ao circuito
que todos os resistores juntos.
a) Qual a resistência equivalente da associação?
• ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES EM SÉRIE b) Qual a intensidade de corrente elétrica total na
associação?
Vários resistores estão associados em série quando são c) Qual é a intensidade de corrente elétrica em cada
conectados entre si de maneira seriada, ou seja, ligados resistor?
um em seguida do outro, de modo a serem percorridos d) Qual é a tensão em cada resistor associado (U1 = ???,
pela mesma Corrente Elétrica. U2 = ???)?
Abaixo, segue um esquema simplificado que mostra um
exemplo genérico de 3 resistores associados em série. 26ª) Seja o circuito abaixo, cujas resistências valem
𝑅1 = 𝑅2 = 15Ω e 𝑅3 = 20Ω e a tensão elétrica 𝑈 =
250𝑉.

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𝑼 = 𝑼𝟏 = 𝑼𝟐 = 𝑼𝟑 = . . . . = 𝑼𝒏

- como cada resistor está sendo submetido à tensão (U)


da fonte, cada um dos resistores será percorrido por
uma corrente elétrica. Para determinarmos a
intensidade da corrente elétrica total que sai da fonte
(i), basta somarmos as intensidades das correntes
elétricas em cada um dos resistores. Assim, temos:

𝒊 = 𝒊𝟏 + 𝒊𝟐 + 𝒊𝟑 + . . . + 𝒊𝒏
Calcule:
- aplicando-se a Primeira Lei de Ohm nas propriedades
a) Qual é a resistência equivalente da associação? acima, pode-se chegar à conclusão de que a

b) Qual é a intensidade de corrente elétrica total na Resistência Equivalente de uma Associação em


associação? Paralelo de Resistores pode ser obtida através da
fórmula:
c) Qual é a intensidade de corrente elétrica em cada
resistor? 𝟏 𝟏 𝟏 𝟏 𝟏
= + + + ⋯+
𝑹𝒆𝒒 𝑹𝟏 𝑹𝟐 𝑹𝟑 𝑹𝒏
d) Qual é a tensão em cada resistor associado (U1 = ???,
U2 = ??? e U3 = ???)?

ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES EM PARALELO:

Vários resistores estão associados em paralelo quando


são conectados entre si de maneira a que fiquem
dispostos paralelamente, ou seja, ligados um ao lado do
outro, de modo a serem percorridos, cada um, por uma
intensidade de corrente elétrica. Abaixo, segue um
esquema simplificado que mostra um exemplo genérico
de resistores associados em paralelo.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

27ª) Associam-se em paralelo dois resistores de


resistências R1 = 20Ω e R2 = 30Ω e a essa associação
aplica-se uma tensão de 120 V. Calcule:

a) Qual a resistência equivalente da associação?


Req = 12Ω
b) Qual é a tensão em cada resistor?
U1 = 120V e U2 = 120V
c) Qual é a intensidade de corrente elétrica em cada
resistor?
Características importantes da Associação em Paralelo i1 = 6A e i2 = 4A
de Resistores: d) Qual é a intensidade de corrente elétrica total na
- a tensão da fonte (U) é igual à tensão em cada um dos associação?
resistores, pois cada um deles está conectado i = 10ª
diretamente à fonte de tensão, através dos pontos A e
B. Assim, temos:

10
28ª) Para o circuito ao lado, determine:
DADOS: U = 240V; R1 = 120Ω; R2 = 120Ω; R3 = 120Ω

a) A resistência Equivalente (Req) da Associação:


Req = 40Ω
b) Qual é a tensão em cada um dos resistores?
U = U1 = U2 = U3 = 240V
c) Qual é a intensidade de corrente elétrica em cada um
dos resistores?
i1 = 2A ; i2 = 2A ; i3 = 2A
d) Qual a intensidade de corrente elétrica total na
associação?

i = 6A

OBSERVAÇÃO: Todas as imagens desta apostila foram retiradas da internet. Não há nenhuma imagem de autoria
própria.

GABARITO

1-A 11- 𝒏 = 𝟔, 𝟐𝟓 ∙ 𝟏𝟎𝟏𝟖 21-1,2A


2-D 12- 36N 22-5Ω
3-C 13- 540N 23-24V
4-B 14- 7,2 ∙ 106 𝑁/𝐶 24-60Ω
5-D 15- 4, 050 ∙ 108 𝑁/𝐶 25-a) 60Ω; b) 𝑖 = 20𝐴; c) 𝑖 = 𝑖1 = 𝑖2 ; d) 𝑈1 = 1000𝑉 ; 𝑈2 = 200𝑉
6-D 16- 3000𝑉 26- a) 50Ω; b) 𝑖 = 5𝐴; c) 𝑖 = 𝑖1 = 𝑖2 = 𝑖3 = 5𝐴;
d) 𝑈1 = 𝑈2 = 75𝑉; 𝑈3 = 100𝑉

7- 17-2,7 ∙ 105 𝑉 27-


8- 18-200C 28-
9- 𝑸 = 𝟒 ∙ 𝟏𝟎−𝟔 𝑪 19- 4s 29-
10- 𝒏 = 𝟐 ∙ 𝟏𝟎𝟏𝟒 20- 4 ∙ 10−7 𝐴

“A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original”

(Albert Einstein)

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