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PONTIFICA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS

DÉBORA DE FARIA DIAS VIEIRA

SINTESE:
RADIOTERAPIA

Goiânia
2022
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DÉBORA DE FARIA DIAS VIEIRA

SINTESE:
RADIOTERAPIA

Trabalho apresentado como requisito


parcial para obtenção de nota na AED
da disciplina “MFB – 1022
BIOFÍSICA”, ministrada pela Profa.
Barbara Mariotto Bordin.

Goiânia
2022
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“Nunca se deve considerar uma ciência como acabada, é


preciso sempre buscar as verdades que se escondem no
infinito e inesgotável campo do conhecimento e que só
encontramos através de ingentes e perseverantes esforços,
inclusive de ousadias intelectuais.”

ANTÔNIO LOPES DE SÁ
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1. CONCEITO E INDICAÇÃO
A radioterapia é um tratamento contra o câncer que usa altas doses de radiação para
matar as células cancerígenas e encolher os tumores. Em doses baixas, a radiação é usada em
raios-x para ver dentro de seu corpo, como raios-x de seus dentes ou ossos quebrados.
Em altas doses, a radioterapia mata as células cancerosas ou retarda seu crescimento,
danificando seu DNA . As células cancerosas cujo DNA está danificado além do reparo
param de se dividir ou morrem. Quando as células danificadas morrem, elas são quebradas e
removidas pelo corpo.
A radioterapia não mata as células cancerosas imediatamente. Leva dias ou semanas
de tratamento antes que o DNA seja danificado o suficiente para que as células cancerosas
morram. Então, as células cancerosas continuam morrendo por semanas ou meses após o
término da radioterapia.

Tipos de radioterapia
A radioterapia pode ser administrada de várias maneiras. Seus médicos irão
recomendar o melhor tipo para você.
Os tipos mais comuns são:
 radioterapia externa, onde uma máquina é usada para direcionar
cuidadosamente os feixes de radiação no câncer
 implantes de radioterapia (braquiterapia), onde pequenos pedaços de metal
radioativo são (geralmente temporariamente) colocados dentro de seu corpo perto do
câncer
 injeções, cápsulas ou bebidas de radioterapia (terapia com radioisótopos),
onde você engole um líquido radioativo ou o injeta no sangue
 radioterapia intrabeam, onde a radiação é administrada diretamente no
tumor durante a cirurgia de câncer de mama (este tratamento não está disponível em
todos os hospitais do Brasil)

O tipo de radioterapia que você pode ter depende de muitos fatores, incluindo:
 o tipo de câncer
 o tamanho do tumor
 a localização do tumor no corpo
 quão próximo o tumor está dos tecidos normais que são sensíveis à radiação
 sua saúde geral e histórico médico
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 se você terá outros tipos de tratamento contra o câncer


 outros fatores, como sua idade e outras condições médicas

A maioria das pessoas tem várias sessões de tratamento, que normalmente são
distribuídas ao longo de algumas semanas.

2. EFEITOS COLATERAIS
Além de matar as células cancerosas, a radioterapia pode danificar algumas células
saudáveis na área a ser tratada.
Isso pode causar alguns efeitos colaterais, como:
 pele dolorida, vermelha
 sentindo cansado
 perda de cabelo na área a ser tratada
 sentindo doente
 perdendo o apetite
 uma boca dolorida
 diarréia
Muitos desses efeitos colaterais podem ser tratados ou prevenidos e a maioria passará
após a interrupção do tratamento.
A radioterapia externa não o torna radioativo, pois a radiação passa pelo seu corpo.
A radiação de implantes ou injeções pode permanecer em seu corpo por alguns dias,
então você pode precisar ficar no hospital e evitar contato próximo com outras pessoas por
alguns dias como precaução.
Quando a radioterapia é usada
A radioterapia pode ser usada nos estágios iniciais do câncer ou depois que ele
começou a se espalhar.
Pode ser usado para:
 tentar curar o câncer completamente (radioterapia curativa)
 tornar outros tratamentos mais eficazes – por exemplo, pode ser combinado
com quimioterapia ou usado antes da cirurgia (radioterapia neoadjuvante)
 reduzir o risco de o câncer voltar após a cirurgia (radioterapia adjuvante)
 aliviar os sintomas se a cura não for possível (radioterapia paliativa)

A radioterapia é geralmente considerada o tratamento de câncer mais eficaz após a


cirurgia, mas o quão bem ela funciona varia de pessoa para pessoa.
A radioterapia é um tratamento local (direcionado) e, portanto, os efeitos colaterais
observados geralmente são limitados aos tecidos expostos diretamente aos feixes de
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radiação. Os efeitos colaterais podem ser temporários (agudos) ou duradouros (crônicos). Por
exemplo, as células que se dividem rapidamente na pele , no revestimento da mucosa
da faringe oral (a região que forma a parte posterior da cavidade bucal e a parte superior da
garganta) e do trato gastrointestinal e na medula óssea são suscetíveis a danos imediatos,
embora temporários, como resultado da radioterapia. Se esses tecidos forem expostos à
radioterapia como parte do tratamento direcionado ao tumor, reações cutâneas, inflamação da
mucosa (mucosite) e resultará na diminuição da contagem de células sanguíneas.

O desenvolvimento de efeitos colaterais a longo prazo da radioterapia depende de


quais tecidos são expostos aos feixes de radiação, da idade do paciente e da dose de
radiação. Os efeitos a longo prazo são geralmente permanentes. Em uma criança pequena, o
crescimento ósseo é afetado quando a placa de crescimento está dentro do campo da
radioterapia. As deficiências hormonais podem ocorrer em qualquer idade quando a glândula
pituitária ou a glândula tireóide são expostas a altas doses de radiação. Quando crianças com
tumores cerebrais são tratadas com radioterapia, a função neurológica e a
capacidade cognitiva podem ser afetadas, resultando em dificuldades de aprendizagem, que
podem ser graves se a criança for muito jovem no momento do tratamento.

Malignidades induzidas pela radiação são uma das conseqüências mais devastadoras
da radioterapia. Exemplos de tais malignidades incluem tireóide câncer , câncer de mama,
câncer de pulmão, câncer gástrico e colorretal e sarcomas de ossos e tecidos moles. Para que
uma malignidade seja considerada induzida por radioterapia, deve ser de histologia diferente
do tumor inicial do paciente, deve ocorrer dentro do campo de tratamento da radioterapia e
deve ocorrer após um período de latência considerado suficiente para indução de uma
radiação câncer induzido (geralmente cinco ou mais anos).

3. PRINCIPIOS DE FUNCIONAMENTO
Noções básicas de física de radiação
O termo radiação se aplica à emissão e propagação de energia através do espaço ou de
um meio material. Em termos gerais, pode ser classificada em radiação eletromagnética e
radiação particulada. A radiação eletromagnética é caracterizada por campos elétricos e
magnéticos oscilantes e tem uma natureza dupla. Os raios X e os raios gama (γ) são as duas
principais formas de radiação eletromagnética usadas na radioterapia. Os raios X são
produzidos quando elétrons de alta velocidade colidem com um material de alto número
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atômico como o Tungstênio-Molibdênio no ânodo de um tubo de raios X, enquanto os raios γ


são produzidos por desintegração intranuclear. A radiação particulada refere-se à energia
propagada por corpúsculos viajantes, que têm massa de repouso definida, momento definido e
uma posição definida em qualquer instante, exemplos incluem elétron, próton, nêutron etc.
Quando um feixe de raios X ou raios γ passa por um meio, ocorrem interações entre o
fóton e a matéria e a energia é transferida para o meio. O feixe de fótons pode sofrer
atenuação, absorção, espalhamento ou transmissão. As três principais formas de interação da
radiação com a matéria, que são de importância clínica na RT, são o efeito Compton, o efeito
fotoelétrico e a produção de pares. O efeito Compton é o mais importante na RT de
megavoltagem moderna. O efeito fotoelétrico é de primordial importância na radiologia
diagnóstica e tem importância histórica apenas na RT atual.
No efeito Compton, os fótons interagem com elétrons livres e cedem parte de sua
energia a ele. O ângulo pelo qual o fóton é espalhado, a energia transferida para o elétron e a
energia perdida pelo fóton estão interligados. A mudança de comprimento de onda não
depende nem do material irradiado nem da energia da radiação, mas apenas do ângulo pelo
qual a radiação é espalhada. Tem várias implicações importantes no projeto de proteção
contra radiação. A dispersão reduzida sofrida pela radiação de alta energia, bem como a
dosagem tecidual quase homogênea, deve-se principalmente ao efeito Compton. Em efeito
fotoelétrico, o fóton desaparece completamente após interagir com o elétron ligado, sendo
parte da energia usada para remover os elétrons da camada, enquanto o restante é transmitido
como energia cinética ao fotoelétron. A energia da radiação característica (radiação
fluorescente) varia de átomo para átomo e para os elementos de baixo número atômico, que
compõem a maioria dos materiais biológicos, é de tão baixa energia que provavelmente é
absorvida pela mesma célula em que o evento ocorre. A produção de pares resulta de uma
interação com o campo eletromagnético do núcleo e como tal a probabilidade deste processo
aumenta rapidamente com o número atômico (Z 2). Quando o fóton com energia superior a
1,02 MeV (milhão de elétron-volt) passa próximo ao núcleo de um átomo, o fóton desaparece
e aparecem um pósitron e um elétron.
O mecanismo exato da morte celular devido à radiação ainda é uma área de
investigação ativa. Um grande corpo de evidências suporta quebras de fita dupla de ácido
nucléico desoxirribose nuclear (DNA) como o efeito celular mais importante da
radiação. Essa quebra leva à perda irreversível da integridade reprodutiva da célula e eventual
morte celular. Os danos causados pela radiação podem ser diretamente ionizantes. No entanto,
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na terapia clínica, o dano é mais comumente ionizante indireto via intermediários de radicais
livres formados a partir da radiólise da água celular. A radiação também pode afetar os
processos do ciclo celular necessários para o crescimento celular, senescência celular e
apoptose.

4. DIFERENÇA ENTRE RADIOTERAPIA E QUIMIOTERAPIA


A quimioterapia usa substâncias para eliminar as células cancerígenas. Esses
compostos químicos são inseridos na corrente sanguínea do paciente, destruindo as células
doentes e impedindo que elas se espalhem pelo corpo. Os medicamentos podem ser
administrados via oral, intravenosa, intramuscular, subcutânea ou tópica.
Já o tratamento por radioterapia utiliza raios ionizantes para destruir as células
cancerígenas diretamente no local do tumor. Durante o tratamento são aplicadas pequenas
doses de radiação no tumor, por semanas, dependendo de cada caso. Além disso, é indolor,
garantindo mais conforto ao paciente.
Apesar de serem tratamentos distintos, a percepção maior da diferença entre
radioterapia e quimioterapia normalmente fica por conta dos efeitos colaterais, que são a
maior queixa dos pacientes submetidos a esses tratamentos.
A quimioterapia, apresenta sintomas e efeitos colaterais mais agressivos, que vão
desde enjoo, náuseas e cansaço até a tão temida queda de cabelo, anemias e problemas de
fertilidade.
Já na radioterapia os efeitos estão mais relacionados com a área que está sendo tratada.
Geralmente não são sentidos imediatamente ao início da aplicação. Levam alguns dias ou
semanas para serem percebidos pois são cumulativos.
O mais comum é o aparecimento de um processo inflamatório sobre a pele ou
descamação no local onde a radiação foi aplicada. De qualquer maneira, os efeitos colaterais
da radioterapia não são tão severos como os da quimioterapia e cessam logo após o término
do tratamento.
A medicina já dispõe de medicamentos indicados para atenuar os efeitos colaterais da
quimioterapia e da radioterapia. Porém, sua administração depende da resistência do paciente
e do tipo de câncer que está sendo tratado.
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5. HABITOS QUE PODEM MINIMIZAR OS SINTOMAS FRENTE AO USO


DO METODO.

Diversas atitudes e pequenas ações no dia a dia podem ajudar a reduzir os


sintomas.
Para isso, é de suma importância que o paciente seja acompanhado por um
nutricionista, profissional capacitado para orientá-lo e ajudá-lo a ter uma melhor resposta ao
tratamento, com qualidade de vida.
Abaixo, a supervisora de Nutrição Clínica do A.C.Camargo, Thaís Manfrinato, listou
sete principais efeitos colaterais do tratamento oncológico e o que pode ser feito, por meio da
alimentação, para minimizá-los. Confira:

Em caso de náuseas e vômitos


 Aumente o fracionamento das refeições
 Evite ingerir líquidos durante as refeições
 Mantenha-se afastado da cozinha durante o preparo das refeições
 Evite os alimentos muito condimentados, gordurosos e doces
 Alterne refeições líquidas com as sólidas, não-concomitantes.

Em caso de diarréia
 Aumente a ingestão de líquidos
 Utilize temperos como cebola, alho, sal e óleo com moderação
 Suspenda os alimentos laxativos, como verduras, laranja, ameixa, mamão, leite e
derivados, grãos integrais
 Introduza alimentos obstipantes como banana prata, maçã, melão, melancia, goiaba,
limão

Em caso de constipação
 Aumente o consumo de sucos laxativos, como laranja, mamão, ameixa
 Aumente o consumo de alimentos ricos em fibras (legumes, frutas, verduras cruas e
cozidas, grãos integrais)

Em caso de boca seca


 Ingira pequenas quantidades de líquidos frequentemente
 Consuma balas de limão ou hortelã e gomas sem açúcar Introduza mais molhos,
Saldos, sopas na dieta
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Em caso de mucosite oral (feridas na boca) ou dor para engolir


 Evite os alimentos irritantes (condimentos, secos, duros, ácidos, etc.)
 Modifique a consistência da dieta para pastosa ou semissólida

Em casos de ausência ou alteração de paladar


 Mantenha a temperatura das refeições conforme melhor aceitar
 Acrescente ervas e especiarias nas preparações para acentuar o sabor dos alimentos
 Introduza alimentos ácidos, caso não apresente feridas na boca

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