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Processo
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PROCESSUAL CIVIL
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Processo
Lídia Marangon
Sumário
Processo.........................................................................................................................4
Apresentação..................................................................................................................4
1. Conceito de Processo...................................................................................................5
2. Constitucionalização do Direito Processual.................................................................8
3. Normas Fundamentais do Processo Civil. . ...................................................................8
3.1. Instauração do Processo por Iniciativa da Parte. . .................................................... 10
3.2. Desenvolvimento do Processo por Impulso Oficial. . ................................................ 11
3.3. Devido Processo Legal............................................................................................ 11
3.4. Dignidade da Pessoa Humana..................................................................................17
3.5. Legalidade. ............................................................................................................. 19
3.6. Contraditório. ......................................................................................................... 19
3.7. Publicidade.............................................................................................................23
3.8. Duração Razoável do Processo..............................................................................25
3.9. Igualdade Processual ou Isonomia......................................................................... 27
3.10. Eficiência............................................................................................................. 28
3.11. Boa-fé Processual.................................................................................................29
3.12. Efetividade. ...........................................................................................................34
3.13. Adequação............................................................................................................34
3.14. Cooperação. ..........................................................................................................36
3.15. Respeito ao Autorregramento da Vontade no Processo. . ......................................39
3.16. Primazia da Decisão de Mérito............................................................................. 40
3.17. Instauração do Processo por Iniciativa da Parte e Desenvolvimento do Processo
por Impulso Oficial........................................................................................................43
3.18. Regra da Obediência à Ordem Cronológica de Conclusão......................................44
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Questões de Concurso...................................................................................................46
Gabarito........................................................................................................................59
Gabarito Comentado. .................................................................................................... 60
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Processo
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PROCESSO
Apresentação
Aqui quem escreve é a professora Lídia Marangon. No Gran Cursos Online, ministro aulas
de Direito Processual Civil e sou coordenadora dos cursos de Defensorias Públicas Estaduais
Trata-se, sem dúvida alguma, de uma excelente oportunidade de ingressar em uma dessas bri-
As bancas escolhidas para organizar tais concursos são as mais diversas, mas focare-
concursos públicos. Com isso, poderemos treinar todo o conhecimento aprendido nas aulas.
É importante deixar claro que muitas das questões abordam mais de uma temática e,
nesse caso, comentaremos essas alternativas, mesmo que aquele conteúdo não faça parte
do assunto da aula.
Professora, como posso aperfeiçoar meus estudos para os concursos de carreira jurídica?
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É extremamente importante criar uma base sólida em Direito Processual Civil, que possi-
bilitará, com o tempo, o alcance de um alto nível de conhecimento e de acertos nas questões
de prova.
Comecei minha trajetória nos concursos há algum tempo. O primeiro concurso no qual fui
nomeada foi para o cargo de Advogado dos Correios. Nele, nem cheguei a assumir o cargo, por-
que, logo em seguida, fui alcançando outros resultados, como Técnico Administrativo do TJDFT,
cução de Mandados do TJDFT, Analista Judiciário do STJ, Analista Judiciário do TRT 2ª Região,
e por fim, Defensora Pública do Distrito Federal, meu grande objetivo. Em todos esses concursos,
fui nomeada, tendo tomado posse primeiramente no TJDFT, em seguida no MPU e, por último,
na DPDF.
Já estive na sua posição e sei bem como é difícil o caminho até a aprovação no concurso
dos sonhos. Saiba, porém, que valem a pena o esforço e a abdicação. Não tenha medo de
encarar seus desafios. Seja forte e determinado(a). Após a aprovação, cada um desses mo-
mentos de dificuldade será lembrado apenas como algo que passou rapidamente e você será
vitorioso(a)!
1. Conceito de Processo
Vamos lá?
1. Conceito de Processo
Querido(a) aluno(a), para que façamos uma introdução ao estudo do Direito Processual
Civil, é importante que, inicialmente, você saiba o conceito de processo.
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Segundo Fredie Didier Júnior, processo pode ser compreendido como um método de
criação de normas jurídicas. Pode também, contudo, ser compreendido como ato jurídico
complexo e, nesse caso, é sinônimo de procedimento. Além disso, há o entendimento de
processo como relação jurídica.
Veja o esquema abaixo para compreender melhor:
Para quem entende que processo é o método de criação de normas jurídicas, o processo
seria o modo de produção da norma, pois o poder de criação de normas somente pode ser
exercido processualmente. Nesse contexto, há:
Legislativo;
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Perceba que o artigo 190 do Código de Processo Civil (CPC) de 2015 prevê a possibilidade
de as partes convencionarem sobre vários aspectos processuais, como seus ônus, poderes,
Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes ple-
namente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa
e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante
o processo.
Para quem entende que o processo é um ato jurídico complexo, ele é visto como ato de
formação sucessiva, pois os vários atos que o compõem sucedem-se no tempo em busca da
prestação jurisdicional.
Para quem entende que o processo é um conjunto de relações jurídicas, seria ele um agru-
Todos aqueles, que de alguma forma, participam do processo, como o juiz, as partes, os
auxiliares da justiça, os defensores públicos, os promotores de justiça e os advogados. Para
grande parte da doutrina, essa corrente é a mais aceita, sendo o processo uma relação jurídica
de Direito Processual que se exterioriza por meio do procedimento.
Por fim, perceba que os três conceitos de processo expostos não são antagônicos, tanto
que o artigo 14 do CPC/2015 trata o processo tanto como um conjunto de “atos processuais
praticados” quanto como um conjunto de relações jurídicas. Veja:
Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em
curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a
vigência da norma revogada.
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Art. 1º O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas
fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as
disposições deste Código.
Um dos temas mais cobrados em provas de concursos para as carreiras jurídicas é o que
trata das normas fundamentais do processo civil. Perceba que o CPC de 2015 trouxe um título
exclusivo, no Livro I, para tratar dessas normas fundamentais (artigos 1º ao 12).
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São normas processuais que formam a base do Direito Processual Civil Fundamental, as
quais são, algumas vezes, consideradas princípios, outras consideradas regras, como afirmado
pelo Fórum Permanente de Processualistas Civis. Confira:
Podemos dizer que as normas são fundamentais porque estruturam o modelo de processo
civil brasileiro?
Sim. Essas normas fundamentais, previstas nos primeiros artigos do CPC/2015, servem
de base para todas as demais normas jurídicas processuais civis.
Além disso, o rol de normas fundamentais previsto nesse capítulo, nos artigos 1º ao 12
do CPC/2015, não é taxativo, mas meramente exemplificativo. Isso significa que há outras
normas fundamentais do processo civil brasileiro espalhadas no CPC.
Exemplos:
O princípio de respeito ao autorregramento da vontade no processo e o dever de observância dos
precedentes judiciais são considerados, por grande parte da doutrina, normas fundamentais.
Enunciado n. 369/FPPC:
O rol de normas fundamentais previsto no Capítulo I do Título Único do Livro I da Parte
Geral do CPC não é exaustivo.
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Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as ex-
ceções previstas em lei.
Esse artigo corresponde a duas regras importantes. A primeira delas é conhecida como a
regra da instauração do processo por iniciativa da parte:
Art. 615. O requerimento de inventário e de partilha incumbe a quem estiver na posse e na admi-
nistração do espólio, no prazo estabelecido no art. 611.
• A execução de sentença de obrigação de fazer, não fazer ou dar coisa, desde que essa
coisa não seja dinheiro, pode ser instaurada de ofício. O mesmo não acontece com a
execução de sentença para pagamento de quantia, pois, nesse caso, haverá necessida-
de de provocação da parte. Perceba a redação dos artigos do CPC colacionados abaixo:
Exemplos:
O incidente de resolução de demandas repetitivas (art. 976), conflito de competência (art. 951)
e o incidente de arguição de inconstitucionalidade (art. 948).
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Essa regra traduz o ensinamento de que o processo se desenvolve por impulso oficial,
sem a necessidade de novas provocações da parte. Uma vez que a parte dê início ao processo,
cabe ao juiz conduzi-lo e dar o devido andamento.
Quanto à regra do desenvolvimento do processo por impulso oficial, observa-se que:
• não impede que o autor desista da demanda;
• há a possibilidade de as partes, convencionalmente, limitarem o impulso oficial, com
fundamento no artigo 190 do CPC;
• o dever de impulso oficial não se estende à fase recursal, já que cabe à parte a iniciativa
de interpor o recurso devido, salvo nos casos de remessa necessária.
Art. 5º, LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal.
A doutrina entende que esse princípio confere, a todo sujeito de direito, o direito funda-
mental a um processo devido, justo e equitativo.
É importante você lembrar que o princípio do devido processo legal é visto como base
norteadora de todos os demais princípios a serem observados no processo. Isso se deve
à sua importância no ordenamento jurídico, uma vez que tal princípio é utilizado, inclusive,
como uma espécie de limitador da administração pública, a fim de que ela não aja com des-
respeito aos direitos fundamentais reconhecidos nas relações jurídicas de natureza privada.
Na doutrina, há bastante divergência com relação à origem desse princípio, mas é bas-
tante comum os autores afirmarem a Magna Carta de 1215 como o mais remoto documento
histórico que o consagre em seu texto. No entanto, alguns doutrinadores informam que a
origem de tal princípio é germânica e ainda mais antiga.
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devido processo legal é uma cláusula geral. A resposta é afirmativa. Por ser, sim, uma cláusula
geral, há um conteúdo mínimo desse princípio que deve ser observado para que o processo
processo;
• publicidade do processo;
O devido processo legal é direito fundamental, que pode ser compreendido em duas
dimensões:
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Inicialmente, vamos falar sobre o devido processo legal formal, também conhecido como
procedural due process. No sentido formal, temos a definição tradicional desse princípio, que
dimensão mais famosa e conhecida desse princípio. Em outras palavras, seria o mesmo que
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dos deveres de proporcionalidade e razoabilidade. Desse modo, o devido processo legal im-
põe que tanto o órgão julgador quanto o legislador tomem decisões razoáveis e proporcionais.
O artigo 8º do CPC consagra, expressamente, o dever de observância da proporcionalidade
Art. 8º Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem
comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporciona-
lidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência.
Exemplo:
Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em
procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto.
Perceba que, para que uma associação exclua um associado de seus quadros, há neces-
2005, o STF enfrentou a teoria da aplicação dos direitos fundamentais às relações jurídicas
Por meio dele, o STF decidiu, ao apreciar litígio entre clube e associado, que os direitos
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Dessa maneira, não é lícito, também no âmbito das relações privadas, restrição a qualquer
direito sem observar o princípio do devido processo legal.
Confira um trecho do julgado:
Excetuando essa situação (exclusão de associado), existe alguma outra em que se aplique
o devido processo legal às relações privadas?
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Art. 1.337. O condômino, ou possuidor, que não cumpre reiteradamente com os seus deveres
perante o condomínio poderá, por deliberação de três quartos dos condôminos restantes, ser cons-
trangido a pagar multa correspondente até ao quíntuplo do valor atribuído à contribuição para as
despesas condominiais, conforme a gravidade das faltas e a reiteração, independentemente de
perdas e danos que se apurem.
Parágrafo único. O condômino ou possuidor que, por seu reiterado comportamento antis-
social, gerar incompatibilidade de convivência com os demais condôminos ou possuidores,
poderá ser constrangido a pagar multa correspondente ao décuplo do valor atribuído à contri-
buição para as despesas condominiais, até ulterior deliberação da assembleia.
Perceba, da leitura desse artigo, que o Código Civil prevê que, se o condômino apre-
sentar reiterado comportamento antissocial, poderá ser punido com sanção pecuniária, ou
seja, uma multa.
Para que o condomínio aplique essa multa, é necessário que garanta ao condômino direi-
to ao contraditório e à ampla defesa?
Com certeza. Aqui, temos mais um exemplo da aplicação da eficácia horizontal dos direi-
tos fundamentais. Nesse sentido, o STJ decidiu que a sanção prevista para o comportamento
antissocial reiterado de condômino não pode ser aplicada sem que antes lhe seja conferido o
direito de defesa.
Confira um trecho do julgado:
A sanção prevista para o comportamento antissocial reiterado de condômino (art. 1.337, parágrafo
único, do CC) não pode ser aplicada sem que antes lhe seja conferido o direito de defesa.
De fato, o Código Civil – na linha de suas diretrizes de socialidade, cunho de humanização do di-
reito e de vivência social, eticidade, na busca de solução mais justa e equitativa, e operabilidade,
alcançando o direito em sua concretude – previu, no âmbito da função social da posse e da pro-
priedade, no particular, a proteção da convivência coletiva na propriedade horizontal. Assim, os
condôminos podem usar, fruir e livremente dispor das suas unidades habitacionais, assim como
das áreas comuns (art. 1.335 do CC), desde que respeitem outros direitos e preceitos da legislação
e da convenção condominial. Nesse passo, o art. 1.337 do CC estabelece sancionamento para o
condômino que reiteradamente venha a violar seus deveres para com o condomínio, além de ins-
tituir, em seu parágrafo único, punição extrema àquele que reitera comportamento antissocial. A
doutrina especializada reconhece a necessidade de garantir o contraditório ao condômino infrator,
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possibilitando, assim, o exercício de seu direito de defesa. A propósito, esta é a conclusão do enun-
ciado 92 da I Jornada de Direito Civil do CJF: “Art. 1.337. As sanções do art. 1.337 do novo Código
Civil não podem ser aplicadas sem que se garanta direito de defesa ao condômino nocivo.” Por se
tratar de punição imputada por conduta contrária ao direito, na esteira da visão civil-constitucional
do sistema, deve-se reconhecer a aplicação imediata dos princípios que protegem a pessoa huma-
na nas relações entre particulares, a reconhecida eficácia horizontal dos direitos fundamentais, que
também deve incidir nas relações condominiais, para assegurar, na medida do possível, a ampla
defesa e o contraditório. Ressalte-se que a gravidade da punição do condômino antissocial, sem
nenhuma garantia de ampla defesa, contraditório ou devido processo legal, na medida do possível,
acaba por onerar consideravelmente o suposto infrator, o qual fica impossibilitado de demonstrar,
por qualquer motivo, que seu comportamento não era antijurídico nem afetou a harmonia, a qua-
lidade de vida e o bem-estar geral, sob pena de restringir o seu próprio direito de propriedade. Por
fim, convém esclarecer que a prévia notificação não visa conferir uma última chance ao condômino
nocivo, facultando-lhe, mais uma vez, a possibilidade de mudança de seu comportamento nocivo.
Em verdade, a advertência é para que o condômino faltoso venha prestar esclarecimentos aos de-
mais condôminos e, posteriormente, a assembleia possa decidir sobre o mérito da punição.
REsp n. 1.365.279-SP, rel.: Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 25/8/2015, DJe 29/9/2015.
Note que a doutrina também já se debruçou sobre o tema. Temos um enunciado da I Jor-
nada de Direito Civil do CJF que o aborda.
Enunciado n. 92/CJF:
Art. 1.337.
As sanções do art. 1.337 do novo Código Civil não podem ser aplicadas sem que se
garanta direito de defesa ao condômino nocivo.
O princípio da dignidade da pessoa humana tem previsão legal no artigo 8º do CPC, cuja
redação é a que segue:
Art. 8º Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem
comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporciona-
lidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência.
Da leitura do artigo 8º do CPC, percebe-se, claramente, que o CPC exige que o julgador
resguarde e promova a dignidade da pessoa humana, no processo civil brasileiro.
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Perceba que esse artigo resguarda o direito, à pessoa com deficiência auditiva, de comu-
nicar-se, em audiências, por meio de Libras, em claro respeito à dignidade da pessoa humana.
Também é possível afirmar que o CPC, ao prever a impenhorabilidade de certos bens no
artigo 833, visa garantir a aplicação desse princípio.
É com base nesse entendimento que o Superior Tribunal de Justiça entende que a
pequena propriedade rural é impenhorável, nos termos do art. 5º, inciso XXVI, da Consti-
tuição Federal e do art. 833, inciso VIII, do CPC, mesmo que o imóvel não sirva de moradia
ao executado e à sua família, pois, com esse entendimento, visa-se garantir ao executa-
do a preservação de um patrimônio mínimo, do qual lhe seja possível extrair condições
dignas de subsistência. (STJ. 3ª Turma. REsp n. 1.591.298-RJ, rel.: Min. Marco Aurélio
Bellizze, julgado em 14/11/2017, Info n. 616).
Outro exemplo é a previsão do artigo 1.048, inciso I, do CPC que trata da tramitação prio-
ritária de processos de pessoas idosas ou com doenças graves.
Art. 1.048. Terão prioridade de tramitação, em qualquer juízo ou tribunal, os procedimentos judiciais:
I – em que figure como parte ou interessado pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta)
anos ou portadora de doença grave, assim compreendida qualquer das enumeradas no art. 6º,
inciso XIV, da Lei n. 7.713, de 22 de dezembro de 1988
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Embora seja comum relacionar a dignidade da pessoa humana à pessoa natural, a doutri-
na possui posicionamento no sentido de que o princípio deve ser estendido a todo aquele que
pode ser parte, como pessoas jurídicas, condomínios, nascituros etc., uma vez que é neces-
3.5. Legalidade
De acordo com o princípio da legalidade, o juiz deve decidir, em conformidade com o Direito,
qualquer que seja a sua fonte, não apenas com base na lei. Além disso, o dever de observar a
legalidade deve ser compatibilizado com o dever de o órgão jurisdicional fazer o controle de
Art. 8º Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem
comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporciona-
lidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência.
3.6. Contraditório
A Constituição Federal prevê o princípio do contraditório no artigo 5º, inciso LV. Confira:
Art. 5º, LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes
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Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito
do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria
sobre a qual deva decidir de ofício.
Assim, não pode o órgão jurisdicional decidir com base em argumento, questão jurídica
ou questão de fato que não tenha sido submetida previamente às partes no processo. Nesse
caso, há necessidade de que o órgão jurisdicional intime as partes para manifestar-se a res-
peito do assunto, principalmente em razão do exercício democrático e cooperativo do poder
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jurisdicional. Isso também visa evitar a decisão-surpresa, a qual é nula por violação ao
princípio do contraditório.
Observe que foi com base no princípio do contraditório que o STJ decidiu que o recurso
interposto pela Defensoria Pública, na qualidade de curadora especial, está dispensado do
pagamento de preparo.
Sabemos que o artigo 190 do CPC permite a celebração de negócios jurídicos processuais
atípicos. Vamos conferir o teor do artigo:
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Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes ple-
namente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa
e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante
o processo.
Parágrafo único. De ofício ou a requerimento, o juiz controlará a validade das convenções previstas
neste artigo, recusando-lhes aplicação somente nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em
contrato de adesão ou em que alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade.
Diante disso, a ampla doutrina entende que um negócio jurídico processual feito entre as
partes pode, sim, reestruturar a conformação do contraditório. Por isso, o controle judicial
do efetivo contraditório somente pode ocorrer nos casos de nulidade, inserção abusiva em
contrato de adesão ou manifesta situação de vulnerabilidade da parte. Isso significa que o
magistrado não poderia interferir na vontade das partes quanto ao modo pelo qual decidiram
Sim. Veja que a Lei da Arbitragem (Lei n. 9.307/1996) traz, em seu artigo 21, expressa
Com toda certeza, já que a ampla defesa é direito fundamental de ambas as partes e
de modo que podemos concluir que a ampla defesa corresponde ao aspecto substancial do
princípio do contraditório.
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3.7. Publicidade
inciso LX.
Art. 5º, LX. A lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimi-
dade ou o interesse social o exigirem
Isso significa que os atos processuais devem ser, via de regra, públicos, pois processo
devido é processo público.
• externa: publicidade para terceiros, que pode ser restringida em alguns casos.
determina que alguns processos devam tramitar em segredo de justiça. Vamos conferir.
Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça os processos:
I – em que o exija o interesse público ou social;
II – que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, filiação,
alimentos e guarda de crianças e adolescentes;
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Art. 8º Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do
bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a
proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência.
Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas
todas as decisões, sob pena de nulidade.
Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença somente das
partes, de seus advogados, de defensores públicos ou do Ministério Público.
Sim, pode, sigilo esse que se restringe à publicidade externa. No entanto, a arbitragem que
envolve entes públicos não pode ser sigilosa. Fique atento(a) quanto à essa circunstância.
Lei n. 9.307/1996. Art. 2º A arbitragem poderá ser de direito ou de equidade, a critério das partes.
§ 3º A arbitragem que envolva a administração pública será sempre de direito e respeitará o prin-
cípio da publicidade.
Enunciado n. 15 FPPC:
As arbitragens que envolvam a administração pública respeitarão o princípio da publi-
cidade, observadas as exceções legais (vide art. 2”, § 3º, da Lei n. 9.307/1996, com a
redação da Lei n. 13.129/2015).
Quando tratamos do princípio do contraditório, foi dito que um negócio jurídico proces-
sual pode reestruturar sua conformação. Seria possível que as partes pactuem o sigilo
processual com fundamento no artigo 190 do CPC?
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A resposta aqui é negativa para a maioria dos doutrinadores. O artigo 190 do CPC autoriza
a celebração de negócios jurídicos processuais atípicos. No entanto, não se admite o pacto
de sigilo processual, ou seja, um segredo de justiça de origem negocial. Aqui, temos em jogo
o princípio das motivações das decisões judiciais e a publicidade tornaria efetiva o controle
dessas decisões.
Para que o processo seja devido, você concorda que ele precisa ter uma duração razoável?
Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a
atividade satisfativa.
Observe que o artigo 4º do CPC esclarece que o princípio da duração razoável do processo
se aplica, inclusive, à atividade satisfativa, que corresponde à fase executiva.
Seguindo essa mesma tendência, o CPC previu que cabe ao magistrado primar pela dura-
ção razoável do processo. Veja:
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:
II – velar pela duração razoável do processo;
Como se pode saber se o processo está tendo ou não duração razoável? Existem critérios
para se determinar isso?
Sim. Os critérios foram firmados pela Corte Europeia dos Direitos Humanos. São eles:
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A seguir, serão dados exemplos de alguns mecanismos que visam efetivar a razoável
duração do processo.
• A previsão de um calendário processual, conforme dispõe o artigo 191 do CPC, é um
desses mecanismos, pois visa evitar a perda de tempo desnecessária para o deslinde
da controvérsia.
Art. 191. De comum acordo, o juiz e as partes podem fixar calendário para a prática dos atos pro-
cessuais, quando for o caso.
• A representação por excesso de prazo, conforme dispõe o artigo 235 do CPC, também é
um exemplo de mecanismo que visa garantir a duração razoável do processo.
Art. 235. Qualquer parte, o Ministério Público ou a Defensoria Pública poderá representar ao corre-
gedor do tribunal ou ao Conselho Nacional de Justiça contra juiz ou relator que injustificadamente
exceder os prazos previstos em lei, regulamento ou regimento interno.
Ainda quanto a esse princípio, é importante deixar claro que a duração razoável do
processo não é o mesmo que princípio da celeridade. Aliás, para a doutrina, esse último nem
sequer existe. O processo não tem que ser rápido ou célere, pois, na verdade, deve demorar o
tempo necessário e adequado à solução do caso submetido ao poder judiciário. Isso significa
que não podemos passar por cima dos direitos e atos processuais obrigatórios com a desculpa
de termos um processo célere.
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enunciado:
Enunciado n. 379/FPPC:
O exercício dos poderes de direção do processo pelo juiz deve observar a paridade de
armas das partes.
Sem dúvida. As bancas examinadoras adoram cobrar os enunciados e você não pode
perder pontos por desconhecê-los. Fora isso, os enunciados ajudam bastante a interpretar os
artigos do CPC.
Segundo Fredie Didier, os aspectos que a igualdade processual deve observar são os seguintes:
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No entanto, deve ser observado que, em certos casos, há necessidade de tratamento distinto
justamente para garantir a igualdade entre as partes. É o caso, por exemplo, da nomeação de
curador especial para incapazes no processo.
Podemos destacar, ainda, que os artigos 926 e 927 do CPC, quando afirmam que cabe aos
tribunais manter sua jurisprudência estável, íntegra e coerente e que juízes e tribunais devem
observar determinados pronunciamentos, estão visando, também, à garantia do princípio da
isonomia, pois é certo que a diversidade de decisões sobre um mesmo tema não observa a
mínima previsibilidade que se espera do Poder Judiciário e, com isso, restam afetadas a
segurança jurídica e a igualdade.
3.10. Eficiência
O princípio da eficiência resulta da previsão contida no artigo 37, caput, da Constituição
Federal de 1988, um dispositivo que também se dirige ao Poder Judiciário. No CPC, sua
previsão legal está no artigo 8º.
Art. 8º Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem
comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporciona-
lidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência.
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Art. 5º. Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a
boa-fé.
Observe que a boa-fé prevista no artigo 5º do CPC não diz respeito à boa-fé subjetiva. A
boa-fé processual deve ser entendida como norma de conduta e independe das boas ou más
intenções das partes.
Esse princípio também é considerado cláusula geral processual, visto que não há enu-
meração na lei das condutas consideradas desleais, embora existam regras processuais que
concretizem o princípio, como as normas sobre litigância de má-fé, previstas nos artigos 79
a 81 do CPC.
Observe, ainda, que todas as vezes em que existir um vínculo jurídico, as partes envolvi-
das devem não frustrar a confiança razoável do outro, devendo comportar-se como se pode
esperar de uma pessoa de boa-fé. Isso significa que o princípio da boa-fé objetiva deve ser
aplicado em todos os ramos do Direito, não apenas no Direito Processual Civil.
Essa é uma pergunta muito cobrada pelas bancas e sua resposta é não. O STF e o STJ
entendem que a exigência de comportamento segundo a boa-fé se dirige a todos os sujeitos
processuais, inclusive ao juiz.
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Civis. Confira:
Enunciado n. 375/FPPC:
O órgão jurisdicional também deve comportar-se de acordo com a boa-fé objetiva.
Enunciado n. 374/FPPC:
O art. 5º prevê a boa-fé objetiva
Enunciado n. 376/FPPC:
A vedação do comportamento contraditório aplica-se ao órgão jurisdicional.
Enunciado n. 377/FPPC:
A boa-fé objetiva impede que o julgador profira, sem motivar a alteração, decisões dife-
rentes sobre uma mesma questão de Direito aplicável às situações de fato análogas,
ainda que em processos distintos.
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Enunciado n. 378/FPPC:
A boa fé processual orienta a interpretação da postulação e da sentença, permite a repri-
menda do abuso de Direito Processual e das condutas dolosas de todos os sujeitos pro-
cessuais e veda seus comportamentos contraditórios.
Exemplos:
Requerimento doloso da citação por edital, a própria litigância de má-fé, prevista no artigo 80
do CPC, a atuação dolosa do juiz.
Art. 258/CPC. A parte que requerer a citação por edital, alegando dolosamente a ocorrência das circuns-
tâncias autorizadoras para sua realização, incorrerá em multa de 5 (cinco) vezes o salário-mínimo.
Parágrafo único. A multa reverterá em benefício do citando.
Art. 80/CPC. Considera-se litigante de má-fé aquele que:
I – deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;
II – alterar a verdade dos fatos;
III – usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV – opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
V – proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
VI – provocar incidente manifestamente infundado;
VII – interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.
Art. 81/CPC. De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé a pagar multa, que
deverá ser superior a um por cento e inferior a dez por cento do valor corrigido da causa, a indenizar
a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e com
todas as despesas que efetuou.
Art. 143/CPC. O juiz responderá, civil e regressivamente, por perdas e danos quando:
I – no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude
terior que tenha gerado no outro uma expectativa legítima de manutenção da coerência.
Exemplos:
Recorrer de uma decisão que já havia aceitado ou pedir a invalidação de ato a cujo defeito
deu causa.
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Art. 1.000/CPC. A parte que aceitar expressa ou tacitamente a decisão não poderá recorrer.
Art. 276/CPC. Quando a lei prescrever determinada forma sob pena de nulidade, a decretação desta
não pode ser requerida pela parte que lhe deu causa.
Exemplos:
Exemplo:
Perda do poder do juiz de examinar a admissibilidade do processo após anos de tramitação
regular, sem que ninguém haja suscitado a questão.
Ainda quanto ao princípio da boa-fé, é importante ressaltar que, no plano do Direito Mate-
rial, há o dever de mitigar o prejuízo ou as perdas, conhecido como duty to mitigate the loss,
conforme podemos notar do teor do Enunciado n. 169 do CJF (Conselho da Justiça Federal):
Enunciado n. 169/CJF:
O princípio da boa-fé objetiva deve levar o credor a evitar o agravamento do próprio prejuízo.
Por fim, é importante ressaltar que o negócio jurídico é uma espécie de fato jurídico que tem
como suporte fático manifestação de vontade das partes envolvidas. Assim, a boa-fé é pressu-
posto também do negócio jurídico, desde o início das suas tratativas até a sua conclusão.
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Enunciado n. 407/FPPC:
Nos negócios processuais, as partes e o juiz são obrigados a guardar nas tratativas, na
conclusão e na execução do negócio o princípio da boa-fé.
3.12. Efetividade
Segundo esse princípio, os direitos, além de reconhecidos, devem ser efetivados. De nada
adiantaria reconhecer o direito sem dar à parte os meios necessários para a sua efetivação.
Por isso, podemos dizer que esse princípio garante o direito fundamental à tutela executiva.
Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a
atividade satisfativa.
É preciso ter atenção a esse artigo. Leia e releia várias vezes. A maioria das provas muda
sua redação para excluir a atividade satisfativa.
3.13. Adequação
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Esse princípio define que um processo, para ser considerado adequado, tem que ser devido.
• A adequação legislativa do processo é sempre prévia e feita em abstrato. Corresponde
à dimensão informadora da produção legislativa das regras processuais.
• A adequação jurisdicional é a que confere ao órgão julgador poderes para conformar
o procedimento às peculiaridades do caso concreto. Nesse caso, permite-se ao juiz a
correção do procedimento que, por exemplo, revele-se inconstitucional, por ferir um
direito fundamental processual da parte. Em outras palavras, essa dimensão permite
ao juiz adaptar o procedimento às peculiaridades da causa que lhe é submetida.
Isso quer dizer que o juiz pode adaptar as regras processuais ao caso concreto?
Exemplo:
O artigo 139, inciso VI, do CPC permite ao juiz dilatar os prazos processuais e alterar a ordem
de produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a
conferir maior efetividade à tutela do Direito.
Enunciado n. 107/FPPC:
O juiz pode, de ofício, dilatar o prazo para a parte se manifestar sobre a prova documen-
tal produzida.
O juiz pode, de ofício, dilatar o prazo para a parte se manifestar sobre a prova documental
produzida.
• A adequação negocial é aquela que deriva de negócios processuais celebrados pelos
sujeitos processuais. Há no CPC, no artigo 190, uma autorização genérica de as partes
poderem ajustar o procedimento atipicamente.
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Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes
plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da
causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou
durante o processo.
Parágrafo único. De ofício ou a requerimento, o juiz controlará a validade das convenções previstas
neste artigo, recusando-lhes aplicação somente nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em
contrato de adesão ou em que alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade.
3.14. Cooperação
O princípio da cooperação é aquele que imputa aos sujeitos processuais alguns deveres,
como o de lealdade, o de esclarecimento, o de consulta, o de prevenção e o de proteção.
Tradicionalmente, a doutrina concebia a existência de dois modelos de processo:
Fredie Didier entende que o modelo brasileiro é cooperativo, considerando que haveria um
equilíbrio entre as características de um e outro modelos.
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Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo
razoável, decisão de mérito justa e efetiva.
Exemplos:
De acordo com o artigo 76 do CPC, se o juiz verificar a incapacidade processual ou a irregu-
laridade da representação da parte, suspenderá o processo e designará prazo razoável para
que seja sanado o vício; não simplesmente extinguirá o processo.
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Outro exemplo é o previsto no artigo 1.029, § 3º, do CPC, que afirma que tanto o Supremo
Tribunal Federal como o Superior Tribunal de Justiça podem desconsiderar vício formal de
recurso tempestivo ou determinar sua correção, desde que não o reputem grave.
Você já ouviu falar da Teoria dos Jogos e do Equilíbrio de Nash? O que isso tem a ver com
o princípio da cooperação1?
1
Para o assunto, indica-se leitura do Manual de Mediação Judicial do CNJ, disponível em: http://www.cnj.jus.br/files/con-
teudo/arquivo/2016/07/f247f5ce60df2774c59d6e2dddbfec54.pdf.
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A primeira observação a ser mencionada sobre esse princípio é que o poder de autorre-
gramento da vontade no processo não é ilimitado. Por envolver o exercício de uma função
pública, que é a jurisdição, a negociação processual se torna mais regulada e seu objeto,
mais restrito.
Esse princípio tem por finalidade a obtenção de um ambiente processual em que o direito
de se autorregular possa ser exercido sem restrições infundadas, ou seja, tornar o processo
um espaço propício para o exercício da liberdade.
2
Letra e.
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Sim, é possível.
• O CPC é estruturado de modo a estimular a solução do conflito por autocomposição.
• O CPC prevê muitos negócios processuais típicos, como a eleição negocial do foro, o
calendário processual, o acordo para a suspensão do processo etc.
• O CPC prevê, no artigo 190, uma cláusula geral de negociação processual, que permite
a realização de negócios jurídicos processuais atípicos.
• A arbitragem tem bastante prestígio no Direito brasileiro.
Para esse princípio, o magistrado deve priorizar a decisão de mérito e tê-la como objetivo
principal.
Na prática, isso significa que o magistrado deve buscar conduzir o processo aprovei-
tando ao máximo os atos processuais, evitar reconhecer nulidades quando puderem ser
sanadas e deixar de lado formalidades excessivas, destituídas de fundamento.
Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a
atividade satisfativa.
Art. 6º. Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo
razoável, decisão de mérito justa e efetiva.
Art. 317. Antes de proferir decisão sem resolução de mérito, o juiz deverá conceder à parte oportu-
nidade para, se possível, corrigir o vício.
Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou
que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará
que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que
deve ser corrigido ou completado.
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.
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Art. 932. Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo
de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a documentação
exigível.
Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela
legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena
de deserção.
§ 7º O equívoco no preenchimento da guia de custas não implicará a aplicação da pena de deserção,
cabendo ao relator, na hipótese de dúvida quanto ao recolhimento, intimar o recorrente para sanar
o vício no prazo de 5 (cinco) dias.
Perceba que, antes de inadmitir o recurso, o relator deve dar oportunidade ao recorrente
de sanar o vício existente ou complementar a documentação faltante.
Perceba também que, havendo equívoco no preenchimento da guia de custas do recurso,
o relator não vai de imediato declarar o recurso deserto, mas dar oportunidade de o recorrente
sanar o vício. Isso visa justamente evitar o não conhecimento do recurso e decidir o mérito.
É também importante dizer que a primazia da decisão de mérito tem sido reconhecida no
âmbito dos tribunais superiores.
No EAREsp n. 742.240-MG, o STJ entendeu que o interessado deverá ser intimado para
a realização do preparo recursal nas hipóteses de indeferimento ou de não processamento
do pedido de gratuidade da justiça; ou seja, se o pedido de gratuidade da justiça for feito
na fase recursal e for indeferido, é preciso que o recorrente seja intimado para que realize
o pagamento do preparo antes de o relator declarar o recurso deserto, evitando-se, assim,
aquela velha jurisprudência defensiva dos tribunais em detrimento do princípio da primazia
do julgamento de mérito.
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Enunciado n. 372/FPPC:
O art. 4º tem aplicação em todas as fases e em todos os tipos de procedimento, inclu-
sive em incidentes processuais e na instância recursal, impondo ao órgão jurisdicional
viabilizar o saneamento de vícios para examinar o mérito, sempre que seja possível a
sua correção.
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Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as ex-
ceções previstas em lei.
Quanto à regra de instauração do processo por iniciativa das partes, seguem algumas
observações importantes:
• o CPC de 1973 permitia, no artigo 989, que o juiz desse início de ofício ao processo de
inventário. O CPC 2015 não mais permite;
• a execução de sentença de fazer, não fazer ou dar coisa (distinta de dinheiro) pode ser
instaurada de ofício. O mesmo não acontece com a execução de sentença para paga-
mento de quantia, já que esta depende de provocação da parte (art. 513, § 1º, CPC);
• alguns incidentes processuais podem ser instaurados de ofício.
Exemplos:
Incidente de resolução de demandas repetitivas (art. 976 do CPC), conflito de competência
(art. 951 do CPC) e incidente de arguição de inconstitucionalidade (art. 948 do CPC).
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Art. 712. Verificado o desaparecimento dos autos, eletrônicos ou não, pode o juiz, de ofício, qual-
quer das partes ou o Ministério Público, se for o caso, promover-lhes a restauração.
Observe que, se os autos desaparecerem, o juiz pode, de ofício, dar início ao procedimento
de restauração. Esse é um dos exemplos mais cobrados nas provas de concurso. Portanto,
fique bem atento(a).
Por essa regra, o juiz deve julgar em conformidade com a ordem cronológica da conclusão,
ou seja, aquele processo que primeiro for concluso é o que primeiro deverá ser julgado.
Em princípio, esse artigo não continha o advérbio “preferencialmente”, que foi acrescido
pela Lei n. 13.256/16. Significa que, motivadamente, poderá o órgão julgador decidir em
desconformidade com a ordem de conclusão.
Sim. Há exceções que se justificam como modo de ponderar o princípio da igualdade. Elas
estão previstas no artigo 12, § 2º, do CPC.
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IV – as decisões proferidas com base nos arts. 485 (decisão sem exame do mérito) e 932 (decisões
monocráticas do relator);
V – o julgamento de embargos de declaração;
VI – o julgamento de agravo interno;
VII – as preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça;
VIII – os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal;
IX – a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão fundamentada.
(regra geral excetuadora)
Segundo Fredie Didier, não há nulidade da decisão que desrespeite a ordem cronológica,
diante da ausência de prejuízo às partes. De acordo com o autor, o prejuízo é de terceiros, cujo
processo estava em posição prioritária na lista. No entanto, em caso de desrespeito à regra, o
terceiro não passa a ter interesse jurídico na anulação do processo. Permite-se, nesse caso,
representar perante o respectivo tribunal e o CNJ contra o juiz que desobedece ao comando.
Trataremos agora de observações importantes quanto à regra da ordem cronológica de
conclusão dos processos:
• Há previsão de regra de transição no CPC, quanto à ordem cronológica de conclusão
dos processos, já que o CPC de 1973 não tinha regra semelhante:
Art. 1.046. Ao entrar em vigor este Código, suas disposições se aplicarão desde logo aos proces-
sos pendentes, ficando revogada a Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973.
§ 5º A primeira lista de processos para julgamento em ordem cronológica observará a antiguidade
da distribuição entre os já conclusos na data da entrada em vigor deste Código.
Agora, para treinar seus conhecimentos, resolva várias questões sobre os temas estudados.
Não se importe se algum item abordar conteúdo que ainda não estudamos. Cada questão será
comentada, para que você compreenda tudo perfeitamente.
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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO/2017) Um sistema processual civil que não
proporcione à sociedade o reconhecimento e a realização dos direitos, ameaçados ou violados,
que tem cada um dos jurisdicionados, não se harmoniza com as garantias constitucionais de
um Estado Democrático de Direito. Se é ineficiente o sistema processual, todo o ordenamento
jurídico passa a carecer de real efetividade. De fato, as normas de Direito Material se trans-
formam em pura ilusão, sem a garantia de sua correlata realização, no mundo empírico, por
meio do processo.
Exposição de motivos do Código de Processo Civil/2015, p. 248-53. Vade Mecum Acadêmico
de Direito Rideel. 22. ed. São Paulo, 2016 (com adaptações).
Tendo o texto precedente como referência inicial, julgue o item a seguir à luz do entendimento
jurisprudencial e doutrinário acerca das normas fundamentais do processo civil.
Apesar de o CPC garantir às partes a obtenção, em prazo razoável, da solução integral do
mérito, esse direito já existia no ordenamento jurídico brasileiro até mesmo antes da Emenda
Constitucional n. 45/2004.
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c) Em que pese o fato de ser vedada a decisão-surpresa, tal princípio é excepcionado pelas
matérias de ordem pública e, dessa maneira, o juiz pode extinguir a ação com resolução do
mérito, independentemente da oitiva das partes.
d) A prescrição somente será aplicada se o réu da causa alegá-la em sede de contestação, a
fim de dar vazão ao princípio dispositivo.
e) Por ser vedada a decisão-surpresa, deve o juiz ouvir as partes antes de determinar a
extinção do processo sem resolução do mérito, por inépcia da petição inicial, aplicando-se a
prescrição.
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a) conceder tutela de urgência contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.
b) proferir decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.
c) conceder tutela da evidência contra uma das partes, quando houver tese firmada em julga-
d) proferir decisão com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes
I – Por previsão expressa, as normas do CPC serão interpretadas de acordo com a Constituição
da República.
III – Foram explicitadas hipóteses de decisões judiciais que não se consideram fundamentadas.
coerente, comando que se aplica até mesmo para o Supremo Tribunal Federal.
e) Não respondida.
O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do
qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, salvo se se tratar de matéria
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“O processo, depois de instaurado, não pode ficar à mercê da vontade das partes, devendo ser
dado ao mesmo o devido andamento, cabendo ao juiz zelar pela rápida e eficaz solução da
a) da segurança jurídica.
c) do impulso processual/oficial.
d) da oficialidade.
e) da disponibilidade e indisponibilidade.
lidade das regras do CPC, que estabelecem prazos diferenciados para o Ministério Público, a
d) O paradigma cooperativo adotado pelo novo CPC traz como decorrência os deveres de es-
e) O CPC prevê, expressamente, como princípios a serem observados pelo juiz na aplicação
economia e da eficiência processual, o novo Código de Processo Civil, não admite a convali-
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c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
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GABARITO
1. C 26. a
2. d 27. d
3. a 28. d
4. a 29. E
5. d 30. E
6. a
7. c
8. c
9. b
10. C
11. b
12. a
13. E
14. e
15. e
16. b
17. b
18. e
19. c
20. c
21. d
22. E
23. b
24. a
25. a
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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO/2017) Um sistema processual civil que
não proporcione à sociedade o reconhecimento e a realização dos direitos, ameaçados
ou violados, que tem cada um dos jurisdicionados, não se harmoniza com as garantias
constitucionais de um Estado Democrático de Direito. Se é ineficiente o sistema proces-
sual, todo o ordenamento jurídico passa a carecer de real efetividade. De fato, as normas
de Direito Material se transformam em pura ilusão, sem a garantia de sua correlata rea-
lização, no mundo empírico, por meio do processo.
Exposição de motivos do Código de Processo Civil/2015, p. 248-53. Vade Mecum Acadêmico
de Direito Rideel. 22. ed. São Paulo, 2016 (com adaptações).
Tendo o texto precedente como referência inicial, julgue o item a seguir à luz do entendimento
jurisprudencial e doutrinário acerca das normas fundamentais do processo civil.
Apesar de o CPC garantir às partes a obtenção, em prazo razoável, da solução integral do
mérito, esse direito já existia no ordenamento jurídico brasileiro até mesmo antes da Emenda
Constitucional n. 45/2004.
Certo.
O princípio da duração razoável do processo é inerente ao Direito Processual. Um processo
devido é aquele que tem duração razoável. A EC n. 45/2004 incluiu o inciso LXXVIII no artigo
5º da Constituição Federal, prevendo que
No entanto, esse princípio já era previsto em Tratados Internacionais aos quais o Brasil ade-
riu, como o Pacto de San José da Costa Rica, internalizado em 1992, que já previa o direito a
um razoável prazo de duração dos processos no seu artigo 8º, § 1º. Confira:
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na apuração de qualquer acusação penal formulada contra ela, ou para que se determinem seus
direitos ou obrigações de natureza civil, trabalhista, fiscal ou de qualquer outra natureza.
Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a
atividade satisfativa.
Letra d.
I – Errado. A boa-fé no Direito Processual Civil não exige a verificação da intenção do sujeito
processual, tendo em vista que a boa-fé exigida no processo é objetiva, não subjetiva. O princípio
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Art. 5º Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a
boa-fé.
A boa-fé processual deve ser entendida como norma de conduta e independe das boas ou
II – Certo. O litisconsórcio ocorre quando duas ou mais pessoas litigam, no mesmo processo,
cio facultativo com grande número de litigantes. O CPC prevê, no artigo 113, § 1º, que o juiz
III – Errado. O item trata de competência e contraria o disposto no artigo 24, parágrafo único,
do CPC, que afirma que “a pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a
homologação de sentença judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil”.
IV – Certo. Aquele que faz concurso para as carreiras jurídicas precisa ter o artigo 98 do CPC na pon-
ta da língua. Veja que a resposta do item é exatamente o que dispõe o artigo 98, inciso IX, do CPC.
Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para
pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade
da justiça, na forma da lei.
§ 1º A gratuidade da justiça compreende:
I – as taxas ou as custas judiciais;
II – os selos postais;
III – as despesas com publicação na imprensa oficial, dispensando-se a publicação em outros meios;
IV – a indenização devida à testemunha que, quando empregada, receberá do empregador salário
integral, como se em serviço estivesse;
V – as despesas com a realização de exame de código genético (DNA) e de outros exames consi-
derados essenciais;
VI – os honorários do advogado e do perito e a remuneração do intérprete ou do tradutor nomeado
para apresentação de versão em português de documento redigido em língua estrangeira;
VII – o custo com a elaboração de memória de cálculo, quando exigida para instauração da execução;
VIII – os depósitos previstos em lei para interposição de recurso, para propositura de ação e para a
prática de outros atos processuais inerentes ao exercício da ampla defesa e do contraditório;
IX – os emolumentos devidos a notários ou registradores em decorrência de prática de registro,
averbação ou qualquer outro ato notarial necessário à efetivação de decisão judicial ou à continui-
dade de processo judicial no qual o benefício tenha sido concedido.
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Letra a.
a) Certa. O princípio do contraditório é claramente derivado do princípio do devido processo
legal. É aplicado não só no âmbito jurisdicional, mas também no administrativo e negocial.
Por ser um direito da parte, no âmbito processual civil, ela não é obrigada a exercê-lo, po-
dendo renunciá-lo de maneira expressa ou tácita. Um dos exemplos de renúncia da parte de
participar do contraditório, a que a afirmativa se refere, é a renúncia ao direito de recorrer. Dis-
põe o art. 999 do CPC que “a renúncia ao direito de recorrer independe da aceitação da outra
parte” e o art. 1.000, caput, do CPC que “a parte que aceitar expressa ou tacitamente a decisão
não poderá recorrer”. Ademais, a renúncia à apresentação de contestação, uma das formas
de exercitar o contraditório, cujo efeito é a revelia, também é admitida pela lei processual.
b) Errada. De acordo com grande parte dos doutrinadores, a jurisdição é a atuação estatal
que visa aplicar o direito objetivo ao caso concreto, de modo a resolver, de maneira definitiva,
uma situação de crise jurídica e gerar a paz social. A substitutividade é a característica da
jurisdição que significa que o órgão julgador substitui a vontade das partes pela vontade dele
quando ele decide. Essa característica refere-se à jurisdição contenciosa, não à voluntária,
como afirmado pela questão.
c) Errada. O princípio da indelegabilidade, ou da indeclinabilidade, da jurisdição é o que aduz
que o exercício da função jurisdicional não pode ser delegado. A carta precatória não constitui
exceção ao princípio da indeclinabilidade da jurisdição, correspondendo, apenas, a um meio
de cooperação estabelecido entre os órgãos jurisdicionais.
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d) Errada. A garantia do devido processo legal tem hierarquia constitucional e obriga a ob-
servância de todas as normas e princípios processuais, não se restringindo à aplicação das
formalidades contidas no Código de Processo Civil. Na Constituição Federal, a garantia do
devido processo legal está prevista no inciso LI, artigo 5º:
Art. 5º Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal.
e) Errada. A previsão legal do princípio da adstrição é o artigo 492 do CPC. Esse artigo afirma
que “é vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como condenar a
parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado”. Pela redação
do artigo e pelo entendimento doutrinário, percebe-se que o princípio da adstrição está dire-
cionado ao juiz, orientando-o a julgar o processo na medida do que lhe for pedido, de modo a
evitar que qualquer excesso ou omissão de sua parte torne a decisão viciada por pronuncia-
mento citra, extra ou ultra petita.
Segundo Daniel Assunpção, o artigo 492 do CPC é incompleto, porque os limites da sentença
devem respeitar não só o pedido, mas também a causa de pedir e os sujeitos que participam
do processo. Vale ressaltar, ainda, que é nula a sentença que concede a mais ou diferente do
que foi pedido, como também há nulidade na sentença fundada em causa de pedir não narra-
da pelo autor, na sentença que atinge terceiros que não participaram do processo ou que não
julga a demanda relativamente a certos demandantes.
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d) o juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito
do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, salvo se tratar-se de ma-
téria sobre a qual deva decidir de ofício.
e) os juízes e tribunais atenderão obrigatoriamente à ordem cronológica de conclusão para
proferir sentença ou acórdão.
Letra a.
a) Certa. A afirmação traz o disposto no artigo 6º do CPC. Confira:
Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo
razoável, decisão de mérito justa e efetiva.
Art. 7º. É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e facul-
dades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções proces-
suais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.
Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a
atividade satisfativa.
d) Errada. O artigo 10 do CPC aduz que “o juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição,
com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de
se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício”. A dimensão
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Letra d.
a) Errada. A parte inicial do item está correta, porque a lei processual assegura às partes o
direito de obtenção, em lapso temporal razoável, da plena resolução meritória da demanda
judicial. No entanto, não há exclusão da tutela satisfativa, isto é, de cumprimento de sentença
ou execução. O artigo 4º do CPC afirma:
Art. 4º. As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a
atividade satisfativa.
Perceba que as bancas examinadoras costumam repetir essa questão na tentativa de fazer o
candidato errar. Contudo, você, meu(minha) querido(a) aluno(a), não vai cair nessa pegadinha.
b) Errada. O artigo 10 do CPC afirma que “o juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição,
com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de
se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício”. Trata-se da
vedação da decisão-surpresa, oriunda do exercício do direito ao contraditório. Isso significa
que as partes têm o direito de manifestação e de influência nas decisões judiciais, mesmo
quando o objeto delas consistir em matéria que possa ser conhecida de ofício pelo órgão jul-
gador. Portanto, na atual conjuntura, não é possível decidir questão de ofício sem oportunizar
a manifestação das partes, tanto na primeira quanto na segunda instância, bem como em
tribunais superiores.
c) Errada. O artigo 9º, caput, do CPC/15 prevê que “não se proferirá decisão contra uma das
partes sem que ela seja previamente ouvida”. No mesmo dispositivo, o CPC traz exceções ao
previsto no caput:
Art. 701. Sendo evidente o direito do autor, o juiz deferirá a expedição de mandado de pagamento,
de entrega de coisa ou para execução de obrigação de fazer ou de não fazer, concedendo ao réu
prazo de 15 (quinze) dias para o cumprimento e o pagamento de honorários advocatícios de cinco
por cento do valor atribuído à causa.
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Porque é um caso em que o juiz já pode deferir a expedição de mandado de pagamento, mes-
mo sem ouvir a parte contrária, justamente porque o direito do autor é evidente (fundado em
prova escrita sem força de título executivo).
d) Certa. Mesmo em questões a respeito das quais o magistrado está legalmente autorizado
a decidir de ofício, o juiz não está autorizado a proferir decisão sem oportunizar que as partes
tenham assegurado o direito de manifestação a fim de poder influenciar no julgamento. Para
esse item, vale conferir novamente os ensinamentos da letra b. O artigo 10 do CPC afirma que
“o juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do
qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de maté-
ria sobre a qual deva decidir de ofício”. Trata-se da vedação da decisão-surpresa. Veja o que
Fredie Didier entende sobre o assunto: “Essa dimensão substancial do contraditório impede a
prolação de decisão-surpresa; toda questão submetida a julgamento deve passar antes pelo
contraditório.” Isso porque o
Estado democrático não se compraz com a ideia de atos repentinos, inesperados, de qualquer dos
seus órgãos, mormente daqueles destinados à aplicação do Direito. A efetiva participação dos su-
jeitos processuais é medida que consagra o princípio democrático, cujos fundamentos são vetores
hermenêuticas para aplicação das normas jurídicas.
e) Errada. Dispõe o art. 6º do CPC que “todos os sujeitos do processo devem cooperar entre
si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva”. Além disso, o
artigo 6º está inserido justamente no capítulo do CPC que prevê as normas fundamentais do
processo civil.
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c) Há regra geral do Código de Processo Civil que permite que decisões sejam proferidas sem
a oitiva da parte afetada.
d) A cooperação processual é princípio que atinge apenas as partes, no Código de Processo
Civil.
e) A solução consensual dos conflitos é incentivada somente em momentos pré-processuais.
Letra a.
a) Certa. É o que prevê o artigo 4º do CPC:
Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a
atividade satisfativa.
É importante também ressaltar que a Emenda Constitucional n. 45/2004 incluiu o inciso LXX-
VIII no artigo 5º, prevendo que “a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados
a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação”. No
entanto, esse princípio já era previsto em Tratados Internacionais aos quais o Brasil aderiu.
b) Errada. A boa-fé, como norma fundamental do processo civil, aplica-se a todos que de qual-
quer forma participarem do processo, como partes, juízes, defensores públicos, advogados,
membros do Ministério Público, serventuários da justiça. Confira o teor do artigo 5º do CPC:
Art. 5º Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a
boa-fé.
STJ e STF também possuem o entendimento de que, no processo, exige-se dos magistrados
e dos serventuários da justiça conduta pautada por lealdade e boa-fé, sendo vedados os
comportamentos contraditórios.
c) Errada. O item afronta o disposto no artigo 10 do CPC:
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito
do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria
sobre a qual deva decidir de ofício.
Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.
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No entanto, essas são exceções, não regra geral, como afirmado no item.
d) Errada. Dispõe o art. 6º do CPC que “todos os sujeitos do processo devem cooperar entre
si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva”. Desse modo, a
cooperação processual não se limita às partes.
e) Errada. A solução consensual dos conflitos é incentivada tanto em momentos pré-proces-
suais como no curso do processo, conforme disposto no artigo 2º, § 3º, do CPC:
Art. 2º, § 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deve-
rão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público,
inclusive no curso do processo judicial.
Letra c.
No caso colocado pela questão, ao decidir de ofício e sem prévia manifestação das partes,
pela prescrição da pretensão do autor, o juiz infringiu o disposto nos artigos 9º e 10 do CPC:
Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito
do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria
sobre a qual deva decidir de ofício.
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Art. 489, § 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória,
sentença ou acórdão, que:
I – se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação
com a causa ou a questão decidida;
[...]
V – se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos
determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos.
Portanto, a decisão é nula, por ofensa aos princípios da não surpresa e da fundamentação das
decisões judiciais.
Letra c.
a) Certa. O princípio da isonomia está previsto no artigo 7º do CPC:
Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo
razoável, decisão de mérito justa e efetiva.
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Art. 5º Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a
boa-fé.
Letra b.
a) Errada. A alternativa afronta o disposto nos artigos 9º e 10º do CPC. Mesmo que se trate de
matéria sobre a qual o juiz deva decidir de ofício, ele deve ouvir previamente as partes.
Art. 9º. Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
I – à tutela provisória de urgência;
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Em matérias que o juiz só possa conhecer mediante a alegação das partes, realmente parece não
haver possibilidade de a decisão surpreender as partes. Os problemas verificam-se no tocante às
matérias de ordem pública, na aplicação de fundamentação jurídica alheia ao debate desenvolvido
no processo até o momento da prolação da decisão, e aos fatos secundários levados ao processo
pelo próprio juiz. São matérias e temas que o juiz pode conhecer de ofício, havendo, entretanto,
indevida ofensa ao contraditório sempre que o tratamento de tais matérias surpreender as partes.
Ainda que a matéria de ordem pública e a aplicação do princípio do iura novit curia permitam uma
atuação do juiz independentemente da provocação da parte, é inegável que o juiz, nesses casos –
se se decidir sem dar oportunidade de manifestação prévia às partes –, as surpreenderá com sua
decisão, o que naturalmente ofende o princípio do contraditório .
c) Errada. A alternativa vai de encontro ao que foi afirmado como correto na letra b, pois a
decisão-surpresa, mesmo em matéria de ordem pública, é nula.
d) Errada. A prescrição é matéria de ordem pública e pode ser reconhecida de ofício pelo julgador.
e) Errada. O artigo 487 do CPC, inciso II, afirma que haverá resolução de mérito quando o juiz
decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição. Não é o
caso de resolução sem mérito, como afirma o item. Importante prestar bem atenção também
no que diz o parágrafo único do mesmo artigo:
Art. 487. Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1º do art. 332, a prescrição e a decadência
não serão reconhecidas sem que antes seja dada às partes oportunidade de manifestar-se.
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Certo.
O princípio do contraditório é um dos princípios fundamentais do Direito Processual Civil e
pode ser decomposto em duas dimensões: a formal e a substancial. Assim, não basta a mera
possibilidade formal de oitiva das partes para se garantir o contraditório. A garantia da parti-
cipação é a dimensão formal do princípio do contraditório. Trata-se da garantia de ser ouvido,
de participar do processo, de ser comunicado, poder falar no processo. Há, porém, ainda, a
dimensão substancial do princípio do contraditório. Trata-se do “poder de influência”. Não
adianta permitir que a parte simplesmente participe do processo. Apenas isso não é o sufi-
ciente para que se efetive o princípio do contraditório. É necessário que se permita a ela ser
ouvida, é claro, mas em condições de poder influenciar a decisão do órgão jurisdicional.
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c) conceder tutela da evidência contra uma das partes, quando houver tese firmada em julga-
mento de casos repetitivos, sem que ela seja previamente ouvida.
d) proferir decisão com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes
oportunidade de se manifestar, exceto nas matérias em que possa decidir de ofício.
Letra b.
a) Errada. O juiz pode conceder tutela de urgência contra uma das partes sem que ela seja pre-
viamente ouvida. É uma das exceções previstas no artigo 9º parágrafo único do CPC. Confira:
Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
I – à tutela provisória de urgência.
b) Certa. O juiz é impedido de proferir decisão contra uma das partes sem que ela seja previa-
mente ouvida. É o que está disposto no caput do artigo 9º do CPC.
c) Errada. O juiz pode conceder tutela da evidência contra uma das partes, quando houver
tese firmada em julgamento de casos repetitivos, sem que ela seja previamente ouvida. É uma
das exceções previstas no artigo 9º parágrafo único do CPC. Confira:
Art. 9º. Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
[...]
II – às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III.
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d) Errada. O item afronta o disposto no artigo 10 do CPC. Note que esse artigo cai com muita
frequência nas provas.
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito
do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria
sobre a qual deva decidir de ofício.
Letra a.
I – Certo. Realmente, há previsão expressa determinando que as normas do CPC serão inter-
pretadas de acordo com a Constituição da República.
Art. 1º [do CPC]. O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e
as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, obser-
vando-se as disposições deste Código.
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com todo o esforço chegar a um julgamento do mérito. Essa é uma realidade incontestável, e
bem representada pelo art. 282, § 2º, do CPC, ao prever que o juiz, sempre que puder decidir no
mérito a favor da parte a quem aproveite a declaração da nulidade, deve ignorar o vício formal
e proferir decisão de mérito. Confira:
Art. 282. Ao pronunciar a nulidade, o juiz declarará que atos são atingidos e ordenará as providên-
cias necessárias a fim de que sejam repetidos ou retificados.
§ 1º O ato não será repetido nem sua falta será suprida quando não prejudicar a parte.
§ 2º Quando puder decidir o mérito a favor da parte a quem aproveite a decretação da nulidade, o
juiz não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprir-lhe a falta.
III – Certo. No CPC de 2015 foram explicitadas hipóteses de decisões judiciais que não se
consideram fundamentadas. Confira o teor do artigo 489, § 1º, do CPC:
Art. 489, § 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória,
sentença ou acórdão, que:
I – se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação
com a causa ou a questão decidida;
II – empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidên-
cia no caso;
III – invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
IV – não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a
conclusão adotada pelo julgador;
V – se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos
determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
VI – deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem
demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.
IV – Certo. De acordo com o artigo 926, caput, do CPC, os tribunais devem uniformizar sua
jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente.
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Errado.
Veja que esta é mais uma questão que cobra a literalidade do artigo 10 do CPC. Era muito
comum, antes da entrada em vigor do novo código, que os órgãos jurisdicionais decidissem
as questões sem ouvir as partes previamente. O novo CPC reforçou, na minha opinião de ma-
neira correta, o princípio do contraditório, principalmente para evitar decisões que peguem as
partes de surpresa.
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito
do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria
sobre a qual deva decidir de ofício.
Letra e.
a) Errada. Uma das características principais do CPC de 2015 é o incentivo à solução consen-
sual dos conflitos. Desse modo, ao contrário do que afirma a alternativa, a solução consensu-
al dos conflitos deve ser estimulada durante todas as fases do processo judicial e por todos
os que nele atuam. Nesse sentido, dita o artigo 3º, § 3º, do CPC:
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Art. 3º, § 3º. A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deve-
rão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público,
inclusive no curso do processo judicial.
b) Errada. Com certeza, as partes têm direito de obter a solução integral do mérito. É o que se
chama de princípio da primazia da decisão de mérito. No entanto, o princípio não se aplica
apenas na fase de conhecimento. Aplica-se também à fase satisfativa (execução e cumpri-
mento de sentença). Confira:
Art. 4º [do CPC]. As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito,
incluída a atividade satisfativa.
c) Errada. O princípio da cooperação indica que todos aqueles envolvidos no processo deve-
rão direcionar seus esforços para que o processo alcance os seus objetivos e para que isso
ocorra em tempo razoável. Neste sentido, dispõe o art. 6º do CPC:
Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo
razoável, decisão de mérito justa e efetiva.
É um princípio que não se aplica apenas às partes. Aplica-se também ao juiz, membro do MP,
advogados, defensores públicos, serventuários da justiça e demais que porventura venham a
participar do processo.
d) Errada. Inicialmente, ressalto que o artigo 9º do CPC/15 dispõe:
Art. 9º. Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.
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Letra e.
Querido(a) aluno(a), perceba que a conduta do juiz no sentido de intimar Caio a emendar
a petição inicial está intimamente relacionada ao princípio da cooperação. Segundo Daniel
Assumpção, a doutrina nacional prevê três vertentes desse princípio, entendidas como verda-
deiros deveres do juiz na condução do processo:
(I) dever de esclarecimento, consubstanciado na atividade do juiz de requerer às partes es-
clarecimentos sobre suas alegações e pedidos, o que naturalmente evita a decretação de nu-
lidades e a equivocada interpretação do juiz a respeito de uma conduta assumida pela parte;
(II) dever de consultar, exigindo que o juiz sempre consulte as partes antes de proferir decisão,
em tema já tratado quanto ao conhecimento de matérias e questões de ofício;
(III) dever de prevenir, apontando às partes eventuais deficiências e permitindo suas devidas
correções, evitando-se assim a declaração de nulidade, dando-se ênfase ao processo como
genuíno mecanismo técnico de proteção de direito material. Veja que a conduta do juiz apon-
tado na questão se amolda perfeitamente ao dever de prevenir (terceira vertente do princípio
da cooperação).
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Letra b.
a) Errada. A garantia do contraditório participativo não impede a concessão de tutela anteci-
pada contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida. Nesse caso, o contraditório
continua a existir, porém em momento posterior. É o que a doutrina define como contraditório
diferido, como ocorre na concessão das tutelas de urgência inaudita altera parte, em situa-
ções de extrema urgência nas quais a decisão do juiz deve preceder informação e reação da
parte contrária.
b) Certa. Evidentemente, a boa-fé no processo tem a função de estabelecer comportamentos
probos e éticos aos diversos personagens do processo e restringir ou proibir a prática de atos
atentatórios à dignidade da justiça. É o que se extrai do artigo 5º do CPC:
Art. 5º Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a
boa-fé.
Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo
razoável, decisão de mérito justa e efetiva.
Assim, embora as bancas insistam nessa afirmação, o princípio da cooperação não se aplica
somente às partes, mas a todos os sujeitos do processo.
d) Errada. A alternativa afronta o disposto no artigo 8º do CPC, que afirma:
Art. 8º Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem
comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporciona-
lidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência.
O dispositivo legal aduz que o juiz deve atender às exigências do bem comum, não do bem público.
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e) Errada. Pelo contrário: o juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em
fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar,
ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício (artigo 10 do CPC).
Letra b.
Veja que essa questão é de 2014, mas traz detalhes interessantes. Vejamos.
I – Certo. A isenção, em relação às partes e aos fatos da causa, é condição indeclinável do
órgão jurisdicional para o proferimento de um julgamento justo, podendo-se afirmar que o juiz
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subjetivamente capaz é aquele que não tem sua imparcialidade comprometida pela suspei-
ção ou pelo impedimento. As hipóteses de impedimento e suspeição do juiz estão descritas
nos artigos 144 e 145 do CPC.
II – Certo. O princípio do devido processual legal decorre da norma contida na Constituição
Federal, no art. 5º, inciso LIV, garantindo às partes voz e meios para se defenderem, respeitan-
do os direitos fundamentais.
Art. 5º, LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal.
III – Errado. O novo CPC não reproduziu o dispositivo do CPC de 1973, que previa o princípio
da identidade física do juiz. De todo modo, ainda que o reproduzisse, o item continuaria erra-
do, porque o artigo 132 do CPC de 1973 previa que “o juiz, titular ou substituto, que concluir a
audiência julgará a lide, salvo se estiver convocado, licenciado, afastado por qualquer motivo,
promovido ou aposentado, casos em que passará os autos ao seu sucessor”.
IV – Certo. O princípio da congruência vincula o juiz aos limites do pedido do autor, não se
admitindo a concessão de algo diferente nem a mais do que foi pedido, o que, inclusive, gerará
sentença extra e ultra petita, respectivamente. Veja o teor do artigo 492, caput, do CPC:
Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como condenar a
parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado.
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Letra e.
O princípio mencionado na questão é o da inafastabilidade da jurisdição. Consagrado pelo art.
5º, inciso XXXV, da Constituição Federal (“a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciá-
rio lesão ou ameaça de lesão a direito”), o princípio da inafastabilidade tem dois aspectos: a
relação entre a jurisdição e a solução administrativa de conflitos e o acesso à ordem jurídica
justa, que dá novos contornos ao princípio, firme no entendimento de que a inafastabilidade
somente existirá concretamente por meio do oferecimento de um processo que efetivamente
tutele o interesse da parte titular do direito material. Esse princípio garante que não há maté-
ria que possa ser excluída da apreciação do Poder Judiciário.
O CPC está em consonância com a Constituição Federal, na medida em que prevê o princípio
no seu artigo 3º:
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Letra c.
a) Errada. A alternativa descreve o princípio da cooperação, insculpido no art. 6º do CPC:
Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo
razoável, decisão de mérito justa e efetiva.
Art. 8º Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem
comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporciona-
lidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência.
Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a
atividade satisfativa.
Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.
Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas
todas as decisões, sob pena de nulidade.
Art. 93, IX. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas
todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos,
às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do
direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação.
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a) da segurança jurídica.
c) do impulso processual/oficial.
d) da oficialidade.
e) da disponibilidade e indisponibilidade.
Letra c.
dito. Cabe às partes dar início à ação, mas, após ajuizada a demanda, nasce para o Poder Ju-
lidade das regras do CPC, que estabelecem prazos diferenciados para o Ministério Público, a
d) O paradigma cooperativo adotado pelo novo CPC traz como decorrência os deveres de es-
e) O CPC prevê, expressamente, como princípios a serem observados pelo juiz na aplicação
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Letra d.
a) Errada. A concessão de prazos diversos para partes em situações jurídicas distintas é, em
verdade, aplicação do princípio da isonomia, em sua vertente material. Mesmo que haja cor-
rente doutrinária que entenda pela inconstitucionalidade de prazos dilatados, ela é minoritária.
b) Errada. A doutrina afirma que o princípio do juiz natural é tridimensional, não unidimensional,
na medida em que deve ser observado em três dimensões:
• a causa deve ser julgada por um juiz previamente constituído, sendo vedados os tribu-
nais de exceção;
• tal juiz deve ser competente, exercendo a sua jurisdição nos limites estabelecidos pela lei;
• tal juiz deve ser imparcial, não apresentando interesse no resultado do processo.
c) Errada. O contraditório postecipado é também chamado de contraditório diferido. Esse tipo
de contraditório é justificado e aceito em situações de urgência. Não houve sua eliminação
pelo CPC. Observe o teor do art. 300, § 2º, do CPC:
Art. 300, § 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.
d) Certa. O princípio da cooperação tem sua origem na função dos princípios da boa-fé objeti-
va e do contraditório, e pressupõe uma conduta de lealdade por parte de todos os sujeitos do
processo. Recordemos os deveres relacionados ao princípio da cooperação:
• Dever de esclarecimento: as partes devem redigir sua demanda com clareza e coerência,
e o tribunal deve se esclarecer junto às partes quanto às dúvidas que tenha sobre suas
alegações. Isso tem a finalidade de evitar que o magistrado tome decisões precipitadas,
açodadas. Além disso, o órgão jurisdicional tem o dever de esclarecer os seus próprios
pronunciamentos para as partes, com fundamento também no dever de motivação.
• Dever de consulta: é uma variante do dever de esclarecimento. Não pode o órgão
jurisdicional decidir com base em questão de fato ou de direito sem que tenha dado às
partes o direito de manifestação prévia.
• Dever de prevenção: o magistrado tem o dever de apontar as deficiências das postu-
lações das partes para que elas sejam corrigidas. Visamos, com a prevenção, evitar
que o êxito da ação ou da defesa possa ser frustrado pelo uso inadequado do processo.
Por exemplo: de acordo com o artigo 76 do CPC, se o juiz verificar a incapacidade
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Art. 8º Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem
comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporciona-
lidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência.
Errado.
Conforme dispõe o art. 283 do CPC:
Art. 283. O erro de forma do processo acarreta unicamente a anulação dos atos que não possam
ser aproveitados, devendo ser praticados os que forem necessários a fim de se observarem as
prescrições legais.
Parágrafo único. Dar-se-á o aproveitamento dos atos praticados desde que não resulte prejuízo à
defesa de qualquer parte.
Em complementação, também há o enunciado n. 279 do FPPC, que prevê que, “para os fins
de alegar e demonstrar prejuízo, não basta a afirmação de tratar-se de violação a norma
constitucional”.
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Letra b.
a) Certa. De acordo com o art. 3º, § 1º, do CPC: “É permitida a arbitragem, na forma da lei”.
b) Errada. O dever de boa-fé cabe a toda e qualquer pessoa que participe do processo, atin-
gindo não somente as partes, mas também as testemunhas, servidores etc., conforme dispõe
o art. 5º do CPC:
Art. 5º Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a
boa-fé.
Art. 3º, § 3º. A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deve-
rão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público,
inclusive no curso do processo judicial.
Art. 8º. Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem
comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporciona-
lidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência.
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Letra a.
I – Certo. Nos termos do art. 12, § 1º, do CPC:
Art. 12, § 1º A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente à disposição
para consulta pública em cartório e na rede mundial de computadores.
Art. 12, § 3º Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem cronológica das conclusões
entre as preferências legais.
Art. 12, § 4º Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1º, o requerimento formulado
pela parte não altera a ordem cronológica para a decisão, exceto quando implicar a reabertura da
instrução ou a conversão do julgamento em diligência.
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Letra a.
Nos termos do art. 2º do CPC, o processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por
impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei.
O princípio da demanda estabelece que cabe à parte dar início ao processo judicial. Em con-
trapartida, o princípio do impulso oficial determina que o processo começa por provocação da
parte, no entanto, desenvolver-se-á por impulso oficial.
Os dois princípios possuem relação com a imparcialidade do juiz, pois, se ele pudesse, como
regra, dar início à ação de ofício, teria que fazer um juízo de valor sobre o caso concreto, tor-
nando-se, consequentemente, imparcial.
Letra a.
De acordo com o art. 12 do CPC, apenas não está excluído da regra o julgamento do agravo
de instrumento:
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Letra d.
a) Errada. O princípio da igualdade processual está previsto no artigo 7º do CPC e visa evitar
que haja algum tipo de discriminação no processo, sem que haja um motivo justo para tanto.
Não há relação desse princípio com o enunciado da questão.
b) Errada. O princípio da celeridade visa assegurar a todos, nos âmbitos judicial e administra-
tivo, a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
c) Errada. O princípio da cooperação tem seu alicerce no devido processo legal e foi previsto
expressamente no art. 6º do CPC:
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Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo
razoável, decisão de mérito justa e efetiva.
d) Certa. Pelo princípio da instrumentalidade das formas, sabemos que a existência do ato
processual é um instrumento utilizado para se atingir determinada finalidade. Assim, ainda que
eivado de vício, se o ato atinge sua finalidade sem causar prejuízo às partes, não se declara
sua nulidade, ou seja, ainda que o ato não seja praticado da forma prescrita em lei, se atingiu o
objetivo, será válido. De acordo com o enunciado da questão, foi acolhida a pretensão inicial.
Desse modo, o autor não teve prejuízo pelo simples indeferimento da prova requerida.
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Letra d.
I – Errado. Consoante os artigos 9º e 10 do CPC, a regra é a obrigatoriedade de o juiz ouvir as
partes antes de proferir suas decisões. Essa obrigatoriedade é aplicada, inclusive, quando a
decisão for tratar das condições da ação, dos pressupostos processuais ou dos pressupostos
recursais. Não se pode querer que as partes prevejam as futuras decisões judiciais.
II – Certo. O modelo cooperativo consiste em ter um processo cuja condução não contenha
protagonismos. Isso significa que a condução do processo ocorre de maneira compartilhada,
cooperativa, de modo que partes e magistrado conduzam o processo com a finalidade de al-
cançar a decisão de mérito justa e efetiva.
III – Certo. A regra da congruência consiste no dever de a decisão judicial guardar identidade
com o objeto litigioso, formado pelo pedido e causa de pedir. Nos moldes do art. 141 do CPC:
Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe vedado conhecer de
questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte.
Assim, a violação ao princípio da congruência pode gerar uma decisão ultra petita, quando
o juiz vai além do pedido, concedendo mais do que foi pleiteado; extra petita, quando o juiz
concede provimento estranho aos pedidos das partes; e infra petita, quando o juiz não analisa
algum dos pedidos, ficando a decisão aquém da esperada.
IV – Errado. A defesa técnica, via de regra, não é dispensável (prescindível) no processo civil.
Pelo contrário. Ela é necessária para garantir uma defesa efetiva. Há situações, por exemplo,
que requerem a nomeação de curador especial para elaborar a defesa técnica dos sujeitos
elencados nos incisos I e II do art. 72 do CPC:
Além disso, não podemos olvidar que um dos requisitos de validade do processo é justamente
a capacidade postulatória, detida por advogados regularmente inscritos na OAB, procurado-
res, defensores públicos e membros do Ministério Público.
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Errado.
O instituto da supressio é aceito em nosso ordenamento jurídico e já foi consolidado em di-
versos julgados. Supressio refere-se à supressão do direito de determinado sujeito, em razão
de seu não exercício, de maneira reiterada durante certo espaço de tempo. Já na surrectio, a
atitude de uma parte ao longo do tempo faz surgir para a outra um direito não pactuado ori-
ginariamente.
Com isso, temos que ambos os institutos são uma relação de causa e efeito, estando ambos
presentes simultaneamente, pois, quando o direito é suprimido para um (supressio), nasce
para outro (surrectio).
Ao contrário do que é afirmado na questão, não se poderá alegar nulidade a qualquer tempo,
devendo esta ser alegada no primeiro momento em que a parte se manifesta no processo, nos
moldes do art. 278 do CPC:
Art. 278. A nulidade dos atos deve ser alegada na primeira oportunidade em que couber à parte
falar nos autos, sob pena de preclusão.
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Errado.
Perceba como esta é uma questão cobrada em provas. De acordo com o art. 9º do CPC:
Art. 9º. Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
I – à tutela provisória de urgência;
II – às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III;
III – à decisão prevista no art. 701.
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito
do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria
sobre a qual deva decidir de ofício.
As bancas examinadoras costumam sempre colocar as matérias que podem ser decididas de
ofício como exceção. Não caia nessa!
Pronto. Finalizamos essa primeira aula e espero que tenha gostado e aprendido bastante.
Conte comigo em sua caminhada.
Desejo força a você que conseguiu terminar esta aula com alegria e a certeza de que será
aprovado(a)!
Até a próxima aula.
Forte abraço,
Lídia Marangon.
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