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‘06/2023, 01:12 Crianga e identidade étnica a oe) Crianca e identidade étnica Prof.? Camila Machado de Lima Descrigao Este tema trata da crianga e sua identidade étnica no contexto brasileiro. Abordaremos alguns pontos da legislagao no campo da educagao, das relagées étnico-raciais e das especificidades de criangas negras, indigenas, refugiadas e migrantes. Propésito Compreender as demandas da educagao de criangas historicamente invisibilizadas a fim de promover a construgao de suas identidades ao longo do processo de aprendizagem e desenvolvimento. Objetivos hitpsistecine azureedge netirepostoriof002172hu/00002index hime sae ‘1106/2023, 01:12 Crianca e identidade étnica Médulo 1 Identidade da crianga negra Descrever aspectos da identidade da crianga negra no contexto educacional brasileiro. Médulo 2 Educagao da crianga indigena no Brasil Identificar as especificidades na educagao da crianga indigena no Brasil Médulo 3 Criangas migrantes e refugiadas Analisar desafios educacionais de criangas migrantes e refugiadas no ambito brasileiro Introducgao Antes de iniciar a leitura, reconheca cenério a seguir. Vocé consegue perceber a pluralidade cultural presente na sala de aula? Temos, por exemplo, criangas negras, indigenas e mulcumanas. A partir desse cenério, o professor tem o desafio de, diante de miltiplos elementos culturais, criar mecanismos que propiciem a coexisténcia ea harmonia dessas diversas culturas. Parte desses mecanismos se referem aos aspectos comunicacionais que se revelam na atengdo dispensada aos alunos, na abertura dada ao didlogo, na escuta sensivel, na afetividade e no acolhimento, elementos que devem constar no processo de aprendizagem. A outra parte tem por base o reconhecimento da cultura do outro, das especificidades de cada sujeito e de cada vivéncia da crianga em seus contextos identitarios. hitpssstecine azureedge netirepostorio/002172hu/00002index hime 2182 ‘1108/2023, 01:12 Crianca e identidade étnica 1- Identidade da crianga negra Ao final deste médulo, vocé sera capaz de descrever aspectos da identidade da crianga negra no contexto educacional brasileiro. Diversidade e o papel da escola Le hitpsistecine azureedge netirepostoriof002172hu/00002index hime ‘110812023, 01:12 Crianca e identidade étnica Desafios da escola ‘Vamos ouvir 0 professor Rodrigo Rainha falando sobre os desafios da escola diante das miltiplas vivéncias e culturas na infancia. Para assistir a um video sobre o assunto, acesse a versao online deste contetido. A partir do video, podemos refletir que, se a diversidade na escola for trabalhada desde cedo, isso ajudara no combate a invisibilidade e, com isso, ao racismo e ao preconceito. Conflitos de diversidade Precisamos entender que mediar nao é impor, e sim criar situages para que uma relagao de aprendizado possa ser efetiva. A mediagdo docente, portanto, é parte desse processo. Algm disso, é necessério perceber que, diante da pratica e dos problemas cotidianos que abordamos, politicas publicas mostram-se hecessérias. Para ilustrar o quanto a presenga da diversidade coloca em questo o papel da escola, descreveremos, nos médulos a seguir, algumas situagées reais vivenciadas em turmas de educagao infantil (criangas de 0a 5 anos de idade) de algumas instituicdes de ensino. oliticas publicas Politicas publicas de educa¢ao constituem a tentativa governamental de atuar em uma demanda ou um problema, Vamos conhecer situagées de relagdes étnico-raciais na sala de aula? hitpsistecine azureedge netirepostoriof002172hu/00002index hime 4182 ‘110612023, 01:12 Crianga e identidade étnica \Vejamos a primeira situagao.Certo dia, duas criancas que costumavam brincar juntas se desentendem por conta de brinquedos. Uma era negra e a outra, branca, Na discussao entre as duas, esta rapidamente chama aquela de "macace” ‘Apés soltar o brinquedo de sua mao, a crianga negra comeca a chorar. A professora logo intervém, dizendo que nao devemos tratar 0 colega dessa maneira. Por fim, a docente diz & crianga negra que a outra nao fez por mal, sendo apenas uma brincadeira, E nunca mais se toca nesse assunto. ‘Agora vamos ao segundo caso, Toda vez que a professora da turma pede para seus alunos se desenharem, realizando um autorretrato, as criangas negras, em geral, retratam-se como brancas de olhos claros e cabelos lisos (mesmo contando com o apoio do espelho ou das préprias fotografias) Prats Em sua intervengao, a docente compara as duas imagens (a da crianga e a produzida por ela), tentando fazé-la ver a si mesma; no entanto, ela, ainda assim, se recusa a expressar no papel os préprios tragos. Diante de tais situag6es, surgem as seguintes perguntas: Como estamos olhando para estas criangas? Quando silenciamos perante essas ocorréncias, que mensagens e ensinamentos transmitimos as criangas negras e as brancas? Cada situagéio demonstrada anteriormente nos permite adentrar o cotidiano escolar e pensar nas relagées entre criangas e adultos, no papel da escola, durante a incluso das relagdes étnico-raciais e na figura do docente como alguém capaz de criar condigées de mediacao entre sujeitos que tendem a resistir ao olhar mediado, hitpsistecine azureedge netirepostoriof002172hu/00002index hime 5142 ‘1106/2023, 01:12 Crianca e identidade étnica Com 0 tempo, esse movimento permitird a valorizagao da identidade negra, buscando, continuamente, vencer as manifestagées de discriminagao étnico-racial e, até mesmo, os préprios preconceitos. Tendo em vista 0 carater invisivel da populagao negra nos processos civilizatérios da histéria "oficial’ do Brasil, o t6pico sobre crianga negra e identidade vem sendo, ha muito tempo, pauta de estudiosos, professores e integrantes de movimentos negros. Ao trabalhar com as criangas, o educador precisa ter em mente que nao basta reconhecer especificidades de corpos e culturas que carregam tragos dos resquicios do imagindrio social e pratico da escravidao. Saiba mais Em voga no século XIX, o imaginério social sobre a escravidao pregava a inferioridade do negro. Além de menor capacidade cerebral, caracteristicas selvagens e coisificaco, defendia-se a idela de uma compleigdo fisica prépria para o trabalho e 0 sexo \Vistos como fortes e tendo ancas largas, seus corpos eram considerados apropriados para o abuso de todas as formas. Herdadas, essas compleigdes ainda resistem no nosso vocabulério: a referéncia & cabeleira de origem étnica negra é chamada de cabelo ‘ruim’ ou “duro”. ‘Vamos entender ~ ainda que de forma breve ~ o significado da identidade negra. Identidade negra No periodo escravagista, as criangas negras eram vendidas. Separadas de suas familias, elas eram obrigadas a trabalhar em condigdes desumanas Além disso, sofriam as consequéncias de uma heranga ~ ainda alimentada atualmente pela reprodugao de determinados conceitos ~ acumulada em trés séculos de escraviddo. Um deles, por exemplo, é a consideracao de que os corpos negros so menos importantes. Tais ideias foram baseadas na concepgao de raga, Nao estamos nos referindo a uma ideia puramente biolégica, mas a uma construgdo social erigida das tensdes entre negros e brancos. hitpsistecine azureedge netirepostoriof002172hu/00002index hime 142 ‘110812023, 01:12 Crianca e identidade étnica 0 termo raga foi ressignificado por movimentos negros que o utilizavam com sentido politico de valorizagéo e afirmagaio do legado africano e afrodiaspérico. 0 discurso de que “todo mundo ¢ igual” é desonesto com a histéria brasi a, responsavel por ~ entre outras mazelas ~ tornar subalterna a populagao negra. frodiasporico Afrodidspora ou diaspora africana é 0 nome dado ao fendmeno histérico e sociocultural ocorrido em pafses do continente africano, referente & imigragao forgada da populagao africana para outras partes do mundo. Tal fenémeno também diz respeito as reconstrugées identit jas de outras maneiras de ser, agir e pensar desse nave nas di Atengao! as reaifies ande nassaram a viver é urgente afirmar a presenga das diferengas que nos compéem enquanto povo para exigir que direitos sejam garantidos a todos. Negado por séculos, 0 direito & educagao da populagao negra foi assegurado pela luta de movimentos negros que pressionaram o Estado pela sua oferta Pensaremos na negritude que atravessa o cotidiano escolar, a fim de que possamos ver, sentir e prestar atengao na importancia da escola para a formacao da autoimagem e da autoconfianga das criangas. Vamos ver 0 que os estudiosos tém a dizer: No livro Do siléncio do lar ao siléncio escolar: racismo, preconceito e discriminagao na educagao infantil (2017), a professora Eliane Cavalleiro faz a seguinte afirmagao: liane Cavalleiro Mestra e Doutora em Educa¢do pela Faculdade de Educagao da Universidade de Séo Paulo (USP). “ce Aidentidade é um dos resultados mais importantes de constitui¢ao social do sujeito. hitpsistecine azureedge netirepostoriof002172hu/00002index hime 7182 ‘110812023, 01:12 Crianca e identidade étnica (CAVALLEIRO, 2017. p. 19) Vamos entender melhor. As identidades das criancas, particularmente a das negras, véo sendo formadas pelos professores e colegas dela por elas serem capazes de observar, desde cedo, diferengas de tratamento no contexto escolar. Isso acontece nas situagées em que as criangas negras + Nao recebem carinho nos seus cabelos crespos; + Nao veem nas hist6rias personagens negros em posi¢ao privilegiada; Notam que uma crianga branca néo as chama para brincar; Percebem que todos os bonecos do acervo de brinquedos so brancos; Verificam que os murais da escola nao dao espaco para pessoas com as quais elas possam se identificar positivamente. A ma iy" Existem muitas situagées que, sutilmente, permeiam a escola e suas préticas, demandando atengdo dos professores e da prépria instituigo devido & responsabilidade que eles tém de potencializar a construgao dessa ident lade racial. Como essa construcao deve ser potencializada? A professora Azoilda Loretto da Trindade considera que: zoilda Loretto da Trindade Doutora em Comunicagao e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mestre em Educagao, com area de concentragao em Psicologia da Educacdo, pela Fundacdo Getulio Vargas (FGV-RJ), graduada (Licenciatura) em Pedagogia pelo Instituto Isabel e em Psicologia (Licenciatura, Bacharelado e Formagao de Psicélogo) pela Universidade Gama Filho (UGF). hitpsistecine azureedge netirepostoriof002172hu/00002index hime 8182 ‘110812023, 01:12 Crianca e identidade étnica “cc Aescola deve reafirmar 0 compromisso e o débito social de garantir-Ihes sua infancia, seu direito de brincar, de sorrir, de ter orgulho da sua memoria e do seu povo. (TRINDADE, 2013, p. 145) Sabe por que devemos ter esse compromisso? Porque é principalmente na infancia que as experiéncias de racismo mais marcam e ferem.E necessério reconhecer que o racismo existe, sendo sua demonstragao, muitas vezes, silenciosa e silenciada Criangas pequenas nao sabem verbalizar a vivéncia de uma situagao racista e discriminatéria, mas podem carregar pelo resto da vida essa marca em seus corpos. ‘As experiéncias de racismo na infancia acabam fazendo com que as criangas neguem seus tragos bioldgicos e sociais de negritude; por isso, muitas desejam ter a pele mais clara, comegam a nao gostar da textura de seus cabelos ¢ isolam-se nas brincadeiras. Comportamentos e atitudes do tipo so reflexos de sua percepcao atenta a um contexto escolar (e também fora da escola) responsavel por, muitas vezes, conferir invisibilidade as situagdes do cotidiano. As criangas sao sujeitos capazes de reproduzir a negacao do corpo negro e de perceber que a beleza, inteligéncia e o carinho esto majoritariamente padronizadas no “ser” branco Atencaa! hitpsistecine azureedge netirepostoriof002172hu/00002index hime a2 ‘1106/2023, 01:12 Crianca e identidade étnica A cola é um dos espagos em que essa tensao ¢ maior. E fundamental que os profissionais da educagao reconhegam isso, compreendendo nda a ur a imposta a instituigdo que devers lid eriamente com tais conflitos. O silencio precisa ser rompido para que as vozes, os gestos e as palavras das criangas negras passem a nos afetar. A educagao tem o papel de criar relacdes respeitosas na diferenca sem esconder as tensdes raciais que habitam o cotidiano escolar. Vamos conhecer uma situagao de rompimento da invisibilidade negra? A professora leva um livro infantil sobre Zumbi dos Palmares para a sala de aula e conta sua histéria aos alunos. umbi dos Palmares Zumbi é considerado um dos grandes lideres de nossa histéria. Simbolo da luta contra a escravidao, lutou também pela liberdade de culto religioso e pela pratica da cultura africana no Pais. O dia de sua morte, 20 de novembro, é lembrado e comemorado em todo o territério nacional como o Dia da Consciéncia Negra. Fonte: Palmares Fundagao Cultural. As ilustragdes da obra mostram o povo negro como pessoas fortes, unidas, bonitas e com uma histéria de Vida que preza pelo coletivo e pela prépria comunidade. KS No comego, as criangas estranharam as referéncias ilustrativas, mas, no decorrer das paginas, jd estao curtindo e muito atentas a narrativa. hitpsistecine azureedge netirepostoriof002172hu/00002index hime 0182 ‘110812023, 01:12 Crianca e identidade étnica Ao final da hist6ria, todos os meninos desejam ser Zumbi dos Palmares, pois o reconhecem como uma figura heroica. No patio da escola, inventam uma brincadeira envolvendo a narrativa da obra, Aesséncia das situagées deste médulo é a mediagdo: sempre que a atividade feita pelo docente é efetiva, ela rompe com a invisibilidade; quando é errdtica, este profissional costuma reforcar os comportamentos do senso comum. Recomendagao 0 que a escola pode fazer para potencializar, de modo positivo, a formagao da identidade negra nas criangas? Nao deixe de conhecer outros exemplos nos videos indicados no Explore +. Também aproveite para pesquisar sobre o Projeto Griot, responsdvel pela promogao do ensino de tradigées afro-brasileiras por meio da tradigao oral. Politicas publicas ‘A educagao escolar deve se responsabilizar pelo desenvolvimento de competéncias que ajudem a romper com a reprodugao do racismo, do preconceito e da discriminagao racial. © combate & discriminagao de raga € 0 trabalho pelo fim da desigualdade social e racial nao sao tarefas exclusivas da escola. Tampouco sao originadas nela as diferentes formas de discriminago, mas é justamente o contrério: elas, na verdade, atravessam 0 cotidiano escolar. Como vocé ja sabe, o governo age para remediar tais problemas (j4 apresentados nas situagdes que analisamos anteriormente) por meio de politicas piblicas. A seguir, de maneira especffica, conheceremos a atuagdo recente de algumas delas: LEI N° 10.639/2003 v ALi n® 10.639/2003 (que foi reeditada em 2008) foi sancionada apés grande mobilizagao dos movimentos negros. Esta lei prevé a alteragao da Lei n® 9,394/96 ~ conhecida como Lei de Diretrizes Bases da Educa¢ao (LDB) -, incluindo no curriculo oficial das redes de ensino a obrigatoriedade da histéria e cultura afro-brasileiras. DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA A EDUCAGAO DAS RELAGOES ETNICO-RACIAIS -¥ hitpssstecine azureedge netirepostoriof002112hu/00002index html ae ‘110612023, 01:12 Crianca e identidade étnica As diretrizes curriculares nacionais para a educacao das relagdes étnico-raciais pretendem resgatar a contribuicao histérica dos negros na construcao da sociedade brasileira, promovendo a justia e a democracia como principios da formagao cidada dos estudantes e das criancas ‘Suas diretrizes ressaltam que o trabalho de educagao das relagdes etnicorraciais significa “ser sensivel ao sofrimento causado por tantas formas de desqual icagao: apelidos depreciativos, brincadeiras e piadas de mau gosto sugerindo incapacidade, r icularizando seus tragos fisicos, a textura de seus cabelos, fazendo pouco das religides de raiz africana. (BRASIL, 2004) Em didlogo com a Lei n° 10.639/03, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educagao Infantil orientam que as propostas pedagégicas das instituicées de educacao infantil devem assegurar: “O reconhecimento, a valorizagao, 0 respeito e a interagao das criangas com as histérias e as culturas africanas, afro-brasileiras, bem como 0 combate ao racismo e a discrimina¢ao". (BRASIL, 2010) E necessério reconhecer que a educagao e as instituigSes escolares ainda reproduzem as tradigdes de nosso passado escravocrata, influenciando, inclusive, nossos contetidos, praticas, relagées, escolha de teméticas, materiais e palavras. Deve-se estar atento a sutilezas que moldaram a maneira com que so formados os professores. E urgente, portanto, estarmos atentos as criangas e as relagdes estabelecidas entre elas que, por vezes, reproduzem praticas racistas e discriminatérias. Uma educagao antirracista ndo é um projeto com comeco, meio e fim ou uma proposta pedagégica baseada em sequéncias didaticas, além de outras estratégias. Ela deve constituir 0 préprio objetivo do ato educativo. hitpsistecine azureedge netirepostoriof002172hu/00002index hime 12182 ‘110812023, 01:12 Crianca e identidade étnica Valores civilizatérios afro-brasileiros Assista a este video da professora Camila Machado para aprofundar um pouco mais seus conhecimentos sobre o assunto. Para assistir a um video D>, sobre 0 assunto, acesse a 0) versao online deste contetido. ae hitpsistecine azureedge netirepostoriof002172hu/00002index hime 19142 ‘110812023, 01:12 Crianca e identidade étnica Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questao 1 Sobre o contexto educacional brasileiro e a questao da identidade da crianga negra, podemos considerar que ages como a Lei n® 10.639/03 buscavam: Garantir 0 ensino da cultura e da histéria afro-brasileira, em especial dos aspectos da escravidao. Resgatar a contribuigao historica da populagdo africana na formagao da sociedade B brasileira. 6 Estabelecer que a educagao escolar deve se responsabilizar por desenvolver ” competéncias que ajudem a romper com a reprodugao do racismo. Definir que 0 combate ao racismo e o trabalho pelo fim da desigualdade social e racial D so tarefas exclusivas da escola. hitpsistecine azureedge netirepostoriof002172hu/00002index hime 4182 ‘110812023, 01:12 Crianca e identidade étnica Instituir as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educagao das Relagées Etnico- Raciais e para o Ensino de Histéria e Cultura Afro-Brasileira e Africana Parabéns! A alternativa C esta correta. © combate ao racismo e o trabalho pelo fim da desigualdade social e racial nao so tarefas exclusivas da escola, Apesar de diferentes formas de discriminagao permearem o ambiente escolar, elas nao se originam dele. Questao 2 Em relagdo a formagao da identidade racial da crianga negra, qual alternativa apresenta uma pratica que pode promover a valorizagao positiva dela? Em situagao de reprodugao do racismo entre as criangas, o professor deve atuar pontualmente sem a necessidade de uma abordagem que atravesse sua pratica pedagégica cotidiana Usando imagens e narrativas positivas de personagens negros (reais ¢ ficticios) presentes em filmes, hist6rias e livros infantis. leira em Trabalhar o tema da identidade negra, historia e cultura africana e afro-bra: datas comemorativas e momentos especificos que tenham relago com a tematica, Abordar a histéria da escravidao da populagao negra, dando énfase ao sofrimento a que eram submetidos. Buscar op¢ées que valorizacao da identidade das criangas, muito além de somente representé-las em murais escolares ou acervo de brinquedos hitpsistecine azureedge netirepostoriof002172hu/00002index hime 15142 08/2023, 01:12 Crianga e identidade nica Parabéns! A alternativa B esta correta. As identidades das criangas, particularmente das criangas negras, vao sendo formadas por serem capazes de observar, desde cedo, diferengas de tratamento no contexto escolar- pelos professores e por outras criangas -, como o carinho que nao recebem nos seus cabelos crespos, por néo verem nas histérias personagens negros em posigo privilegiada, por notarem que uma crianga branca nao as ‘chamam para brincar, ao perceberem que todos os bonecos do acervo de brinquedos sao brancos ou quando os murais da escola nao dao espaco para pessoas com as quais elas possam se identificar positivamente. Existem muitas situagdes que sutilmente permeiam a escola e suas praticas, demandando atencéo dos professores e da propria instituigao devido a responsabilidade que eles tém de potencializar a construgdo dessa identidade racial. Trindade (2013, p. 145) nos diz que a escola deve reafirmar o compromisso e 0 débito social de garantirthes sua infancla, seu direito de brincar, de sorrir, de ter orgulho da sua meméria e do seu povo. 2 - Educagao da crianga indigena no Brasil Ao final deste médulo, vocé sera capaz de identificar especificidades na educagao da crianca indigena no Brasil. hitpsistecine azureedge netirepostoriof002172hu/00002index hime 16182 ‘1106/2023, 01:12 Crianca e identidade étnica Educacao da crianca indigena na escola formal A crianga indigena na escola Existem algumas situagdes que estado ligadas diretamente ao contexto social em que a crianga vive, que podem trazer alguns questionamento no convivio escolar. Vamos conhecer uma situagao de crianga indigena na escola formal? Pedro morava em um aldeamento, onde foi educado, perto de um centro urbano. Sua tribo fazia questdo de educar as criangas pelas suas tradicbes, porém estava ciente quanto & importancia de também estudar em uma escola formal. Os colegas da escola tinham materiais que ele nao tinha. Certo dia, Pedro tentou pedir um emprestado, mas foi negado por todos 0s colegas, e eles comegaram a brigar. A professora interveio, dizendo que devemos ter pena dele; afinal, ele era um indio, e indios nao tinham tais objetos Neste dia, Pedro voltou a sua casa triste, pois descobriu que, naquele mundo, ele nao tinha nada. hitpsistecine azureedge netirepostoriof002172hu/00002index hime 7182 ‘110812023, 01:12 Crianca e identidade étnica Diante dessa situagao, cabem algumas reflexes: Como pensamos essa relagao entre 0 povo amerindio e o restante da sociedade? De que forma as criancas oriundas, de forma direta e indireta, da cultur \digena sdo vistas e integradas nas escolas? Pensar a respeito das criangas indigenas nos faz reconhecer que os povos origindrios do Brasil so muitos e diversos, assim como suas criangas. Elas so parte integrante de culturas distintas, sendo constituidas enquanto sujeitos no seio da relagao com seu povo, Ahhiistéria de Pedro nos ajuda a pensar um pouco sobre o entendimento da crianga indigena e como ela se sente na escola, porém isso € 56 0 inicio de nossa reflexao. Antes de iniciarmos nossa leitura, precisamios conferir alguns dados sobre a populagao indigena no Brasil: ovo amerindio Habitantes da América antes da chegada dos europeus ou seus descendentes. srs0ss oe setsateas Ed mis} Agora que vocé jd percebeu o panorama indigena no pais, podemos compreender o cenario da educacéo brasileira, Papel da escola na educacao indigena ‘A educagao infantil é a primeira etapa do ciclo basico, sendo dividida, conforme a LDB (Lei n® 9.394/1996), em creche e pré-escola (a creche para atendimento as criangas de 0 a 3 anos ea pré-escola atende de 4a 5 anos.). Na forma da lei, ela estd sob a responsabilidade dos municipios brasileiros e deve ser ofertada como direito da crianga e dever do Estado. ALDB ainda afirma que a finalidade da educagao infantil é o desenvolvimento integral da crianga em seus aspectos psicolégico, fisico, intelectual e social, complementando a acao da familia e da comunidade. hitpssstecine azureedge netirepostoriol002172hu/00002index hime 6182 ‘1106/2023, 01:12 Crianca e identidade étnica 1 No que se refere & educacdo infantil da populagao indigena, temos os seguintes dados do Censo Escolar de 2018 sobre as criangas matriculadas em todo o Brasil: DADOS DO CENSO ESCOLAR DE 2018: CRIANGAS INDIGENAS MATRICULADAS NA EDUCAGAO INFANTIL CRECHE PRE-ESCOLA TOTAL NORTE 3.024 15.829 18.853 NORDESTE 3.247 7.933 11.180 CENTRO-OESTE 506 4.263 4.769 SUDESTE 1.176 2.145 3.321 SUL 397 2.326 2.723 BRASIL 8.350 32.496 40.846 ‘Tabela: DADOS DO CENSO ESCOLAR DE 2018, ‘Adaptado por INEP, 2018. Embora a educacao infantil seja uma etapa opcional para as comunidades indigenas, o censo escolar nos mostra que, em todo o territério nacional, hd criangas indigenas matriculadas, o que gera o entendimento de que essa oferta deve ter 0 compromisso pela preservagao cultural desses povos eo didlogo permanente com seus anseios, referéncias e concepgées. Devemos sinalizar que 0 censo escolar é um indicio de um problema muito maior: Educagao indigena nos centros urbanos hitpsistecine azureedge netirepostoriof002172hu/00002index hime 19182 ‘110812023, 01:12 Crianca e identidade étnica Mostra que eles esto regularmente matriculados e integrados & educagao formal, no entanto, as bases do ensino tratam e abordam isso como se fosse uma questo eventual Referenciais socioculturais A educagao indigena nao é para ser entendida como um fundamento voltado para os grupos amerindios. E justamente o contrario: a crianga indigena precisa ser integrada, tendo os seus referenciais socioculturais respeitados, Para que isso seja possivel, é necessario que o coletivo ao qual ela se integra perceba o seu papel de maneira cotidiana. Sobre a populagao indigena brasileira de 0 a 5 anos, a Resolugo CNE/CEB n° § de 22 de junho de 2012, que define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educacao Escolar Indigena na Educagéo Bésica, expressa, no artigo 8°, que: “ A educagao infantil é um direito dos povos indigenas que deve ser garantido e realizado com o compromisso de qualidade sociocultural e de respeito aos preceitos da educacao diferenciada e especifica. (BRASIL, 2012) © mesmo documento ainda ressalta que a educacao infantil pode ser uma opgao de cada grupo indigena. Ele, portanto, é responsavel por avaliar as funges e objetivos desta etapa da educacao e decidir a respeito da matricula da crianga, tendo como parametros avaliativos as referéncias culturais da sua comunidade. Vamos entender melhor o problema? hitpsistecine azureedge netirepostoriof002172hu/00002index hime 20142 ‘110812023, 01:12 Crianca e identidade étnica Nas aldeias, em geral, existem concepgdes de ensino totalmente demarcadas pela tradigdo cultural de seus grupos; sob esse viés, entende-se a educagao como um processo continuo cuja responsabilidade é dividida entre todos os indios adultos da comunidade Os ensinamentos sao transmitidos geralmente pela oralidade e pela pratica cotidiana da vida, néo separando lugares e momentos determinados para aprender. Nesse contexto, a escola, cuja organizagao ainda mantém certos aspectos tradicionais, acaba reforcando uma separacao das aprendizagens. 0 modelo ocidental de educagao reproduz praticas e contetidos incapazes de dialogar com os contextos mais préximos do modo de viver dos indios. Atengao! 's indigenas. Além disso, é necessario ago formal e a realizada ni O desafio é perceber que seus sujeitos ma ainda mais clara la multiplicidade de referéncias culturais, muitas del contrastantes, Portanto, precisamos perceber que cada grupo ou sociedade indigena tem seu modo de considerar a crianga e seus processos de aprendizagem e desenvolvimento, pois, além da diversidade étnica, ha outras especificidades, como, por exemplo, criangas indigenas na cidade. Saiba mais Se vocé quiser conhecer um pouco mais as pesquisas realizadas no campo da educagao indigena no Brasil, sugerimos a leitura dos materiais de Sandra Benites, Guarani Nhandewa, doutoranda em Antropologia Social pelo Museu Nacional da Universidade Federal do rio de Janeiro (UFRJ). Desde 2004, trabalha com educacao indigena. Leia-os no Explore + Vamos conhecer outra historia? hitpsistecine azureedge netirepostoriof002172hu/00002index hime 2114, ‘110612023, 01:12 Crianca e identidade étnica Guaraciara, de cinco anos, nasceu em um centro urbano. Embora seja descendente de indigenas, nunca esteve em uma aldeia. Na escola, apesar de nao se apresentar como india, todos os professores e alunos a identificam por conta dos seus tragos e cabelos. Os coleguinhas fazem algumas perguntas: Por que ela salu da floresta? Por que ela usa roupa? Ela é amiga do curupira? Isso a deixa muito brava e quieta. Um dia, Guaraciara cortou os préprios cabelos para nao ser mais conhecida como india. A coordenagao pedagégica precisou intervir, fazendo uma oficina com todas as turmas sobre as varias culturas e a importancia delas para histéria do Brasil Diante dessa situacao, comegamos a questionar especialmente o espaco que os conhecimentos e os saberes culturais ocupam no cotidiano escolar, questionando quais aparatos legals buscam garantir uma educagao que nao negligencie criangas indigenas e suas culturas. ey, Sabe-se que, historicamente, a populagao indigena brasileira sofre consequéncias da nao valorizagao de suas matrizes, rituais culturais e concepgdes de mundo. hitpsistecine azureedge netirepostoriof002172hu/00002index hime 22142 ‘wosr2023, 0:12 Ctianga e identidade étnica Este povo também foi escravizado no perfodo colonial, o que acarretou muitas mortes e desapropriagées de terras indigenas. Ao longo da hist6ria, sua populagao sempre se manteve em luta para garantir a vida digna, a sobrevivéncia de seu povo ea participacao nas decisées politicas do governo. Devemos, enquanto profissionais da educagao, buscar referéncias e possibilidades de trabalho com as culturas indigenas baseadas nesse histérico e em suas manifestacées a fim de valorizd-las e reconhecé-las. Apesar das diferencas existentes entre os povos, o reconhecimento da natureza como parte prépria de cada individuo é um trago cultural e espiritual que os atravessa. Acontece que nenhuma dessas relagdes é facil ou automatica; afinal, essa construgdo é um desafio. Como resolver esse desafio? As criangas indigenas vao se constituindo enquanto sujeitos no espaco-tempo pelo qual transitam. A formagao de suas identidades perpassa as relagGes criadas na aldeia, na cidade, na escola ou na alteridade com os sujeitos que também compéem tais amt Ag. > Be Acreditamos, desse modo, que a escola para as criancas indigenas precisa constituir um lugar de ressignificagao de seus contextos identitérios e fortalecimento do que seu grupo étnico considera fundamental enquanto ensinamento e aprendizagem. ‘As marcas e os tragos culturais devem ser o centro das propostas pedagégicas, e ndo um adendo ou tépico a surgir esporadicamente no cotidiano escolar. Se levarmos em consideragao que a importéncia da educagao infantil est na criagdo de condi¢des para a ampliagao de repertério linguistico, imagético, de brincadeiras, de musicalidade ou de interagées, também é possivel aproximar e fundir tais praticas com as existentes nas comunidades indigenas. escola voltada para esse puiblico deve ser mais um local que o potencializa na sua completude, afirmando a garantia de seus direitos como crianga indigena. Trata-se, enfim, de um lugar de criagéo e invengao com as narrativas tradicionais de seu grupo, a rela¢do com a natureza, as palavras da lingua de sua etnia e 0 brincar, possibilitando 0 reconhecimento de algo préprio desses sujeitos. hitpsistecine azureedge netirepostoriof002172hu/00002index hime 23182 ‘110812023, 01:12 Crianca e identidade étnica Prémio Territorios Educativos Para entender ainda mais os problemas e comegar a amealhar solugées, vejam este video sobre o Prémio Territérios Educativos do Instituto Tomie Ohtake. Para assistir a um video b. sobre 0 assunto, acesse a 10) verso online deste contetido. Percebemos neste video quo urgente é, para nossa formagao como professores, aceitar a enorme contribuigdo desses povos na educagao das criangas em geral; afinal, eles a pensam de outra maneira. Isso manifesta-se tanto na possibilidade de atuar diretamente com as indigenas quanto no compromisso de nao hegligenciar saberes dos povos origindrios em praticas realizadas com criangas fora da realidade do indio. Uma vez mais, devemos sinalizar 0 fundamental papel da mediagdo. Diante de tals desafios, o professor deve entender como compromisso continuo atacar as relagées e as situagées problematicas que se manifestem, Saiba mais Precisamos frisar ainda que a sensagdo de inaptidéo contribui para que a populacao amerindia apresente numeros alarmantes de suicidios e alcoolismo. Agora que jé observamos o panorama dos povos indigenas e maneiras de atuar nesse contexto, veremos as politicas publicas empregadas para reparar essa situagao. O artigo 210, da Constituigao Federal de 1988, trata de conteidos minimos para o ensino fundamental “de maneira a assegurar formagao basica comum e respeito aos valores culturais e artisticos, nacionais e regionais". No segundo pardgrafo, ela afirma que “o ensino fundamental regular ser ministrado em lingua portuguesa, assegurada as comunidades indigenas também a utilizagdo de suas Iinguas maternas e processos préprios de aprendizagem’. (BRASIL, 1988) hitpssstecine azureedge netirepostorio!002172hu/00002index hime 24142 ‘110612023, 01:12 Crianca e identidade étnica ‘Seu objetivo, portanto, é valorizar as referéncias linguisticas dos grupos indigenas no proceso educacional, LEI N° 11.645; 008 v ALei n° 11.645/2008, anteriormente (em 2003), tratava da obrigatoriedade do ensino da historia e cultura afro-brasileira na educago bdsica; apés a inclusao do artigo 26-A, seu ensino passa a abranger também os seus aspectos, “resgatando as suas contribuigées nas dreas social, econémica € politica, pertinentes a histéria do Brasil’, (BRASIL, 2008, grifos nossos). JA 0 artigo 78 versa sobre os fomentos a cultura e a assisténcia aos indios, tragando alguns objetivos para o desenvolvimento de programas de ensino e pesquisa na oferta da educagao escolar bilingue e intercultural destes povos. Atende-se, assim, a necessidade de que os préprios indios tenham assegurada a recuperagao de sua histéria (que também é a historia invisibilizada de formagao do nosso pais) a fim de fortalecer suas culturas tanto para esta quanto para as préximas geragGes. Isso significa manter vivas as herangas e sabedorias dos povos origindrios. Documentos legais que possuem uma grande importancia para a construgao de uma sociedade democraticamente plural e de direitos, leis e diretrizes sdo fundamentais para repensar o desafio da escola frente as diferengas culturais e multiétnicas que a atravessam tanto no Ambito escolar indigena quanto no contexto educacional regular (que, por vezes, ndo conta com a presenca fisica de criangas indigenas) A formagao da nossa sociedade se deve também a esses povos, historicamente invisibilizados e destinados a lugares de subalternidade na construgao histérica brasileira. Pensar na escola e na formagao docente acerca da educagao de criangas indigenas, os grupos a que pertencem, a diversidade étnica do Brasil e os tragos comuns e singulares desses povos demonstra 0 potencial para outras maneiras de construcao de préticas e teorias no campo da educacao. hitpsistecine azureedge netirepostoriof002172hu/00002index hime 25142 ‘110612023, 01:12 Crianca e identidade étnica E urgente reconhecer que as culturais indigenas também sao parte integrante de nossas raizes. Diferenciais na educagao Indigena Para solidificar nossos conhecimentos, vamos ouvir Gabriela dos Santos Barbosa, professora especialista em Educagao Indigena da UERJ Para assistir a um video sobre 0 assunto, acesse a versio online deste contetido. hitpsistecine azureedge netirepostoriof002172hu/00002index hime 26182 ‘110812023, 01:12 Crianca e identidade étnica Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questo 1 Estudamos alguns documentos legais que fazem referéncia & educacdo infantil para criangas indigenas. As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educagao Indigena na Educagao Bésica apontam que ela: Constitui um direito dos povos indigenas, enquanto a matricula das criangas nesta A etapa de ensino ¢ obrigatéria 5 E um direito dos povos indigenas, enquanto a matricula das criangas é opcional pelo fato de a educagao oferecida nao ser diferenciada. E um direito dos povos indigenas que deve ser garantido e realizado com 0 c compromisso de qualidade sociocultural e de respeito aos preceitos da educacao hitpsistecine azureedge netirepostoriof002172hu/00002index hime 27142 ‘110812023, 01:12 Crianca e identidade étnica diferenciada e especifica E opcional a oferta pela rede de ensino e facultada aos povos indigenas a matricula das criangas de sua comunidade E opcional a oferta pela rede de ensino, se ndo houver um pedido formal da Comunidade Indigena préxima ao ambiente escolar. Parabéns! A alternativa C esta correta. No que diz respeito especificamente & populacao indigena brasileira de 0 a 5 anos (faixa etdria atendida pela educagdo infantil), a Resolucéio CNE/CEB n? 5, de 22 de junho de 2012, que define tais diretrizes (MEC, 2012), expressa, no artigo 8°, que a educagao infantil é um direito dos povos indigenas que deve ser garantido e realizado com 0 compromisso de qualidade sociocultural e de respeito aos preceitos da educagao diferenciada e especifica. (BRASIL, 2010, grifos nossos) Questo 2 A.Lei 9.394/96 é a legislagao educacional mais importante do pais, pois estabelece as Diretrizes e Bases da Educagao Nacional, Porém, no que se refere & educago indigena ~ histéria e cultura desses povos ~ podemos afirmar que: |. Esta determinada a oferta da educagao escolar bilingue e intercultural dos povos indigenas. Il. Determina que o ensino da Histéria do Brasil levard em conta as contribuigdes das diferentes culturas € etnias para a formagao do provo brasileiro: indigena, africana e europeia. Ill, Acrescentado posteriormente, em 2008, 0 Art. 26-A define como obrigatério o estudo da heranga histéria afro-brasileira e indigena, e como opcionais demais aspectos desses povos. Das afirmativas acima: Somente | é verdadeira. Somente Il é verdadeira, hitpsistecine azureedge netirepostoriof002172hu/00002index hime 26182 ‘110812023, 01:12 Crianca e identidade étnica ¢ Somente Ill é verdadeira D Somente |e II séo verdadeiras. E Somente Il e Ill séo verdadeiras. Parabéns! A alternativa D esta correta. ALDB n® 9.394/96 teve o artigo 26-A acrescido a reda¢ao dada pela Lei n® 11.645, de 2008 Anteriormente (em 2003), esta lei tratava da obrigatoriedade do ensino da histéria e cultura afro- brasileira na educagao basica; apés a inclusdo deste artigo, seu ensino passa a abranger também os seus aspectos, "resgatando as suas contribuicdes nas dreas social, econémica e politica, pertinentes & hist6ria do Brasil” (BRASIL, 2008). Trata-se, sem duivida, de um avango muito importante aos movimentos sociais indigenas. 3- Criangas migrantes e refugiadas Ao final deste médulo, vocé sera capaz de analisar desafios educacionais de criancas migrantes e refugiadas no ambito brasileiro. hitpsistecine azureedge netirepostoriof002172hu/00002index hime 20182 ‘110812023, 01:12 Crianca e identidade étnica Educacao de criancas migrantes e refugiadas Desafios educacionais Actianga em situagao de refigio ou migracao pode enfrentar questionamentos muito diferentes da crianga local que frequenta aquele ambiente escolar. Vamos entender melhor o contexto da crianca migrante e refugiada? ajudé-la, mas o problema ultrapassava a barreira do idioma 0 pai contou que frequentar a escola era algo novo para toda a familia, destacando que, em seu pais, as familias preferiam nao mandar as criangas para Id Samira saia de casa com receio de que seus pais nao estivessem mais |é quando ela voltasse. Essas so marcas profundas de uma guerra que nao se dissipam com o recomeco de uma nova vida Tendo em vista situagées do tipo, podemos fazer algumas reflexes: hitpsistecine azureedge netirepostoriof002172hu/00002index hime 30142 ‘110612023, 01:12 Crianca e identidade étnica Qual é a responsabilidade dos educadores diante da integragao dessas criangas na escola e na sociedade? Como diminuir a sensagao de isolamento delas que é agravado pelas diferencas culturais? Essas situagdes delineiam um cenatio sobre o enfrentamento dos desafios do atendimento educacional de criangas refugiadas. Mesmo que o acesso delas a educago seja garantido por lei, é necessario que 0 ambiente escolar possa efetivamente promover sua incluso, seu bem-estar e sua integragao ao novo contexto de vida para que ela no seja, mais uma vez, submetida a condigGes de isolamento endo pertencimento a um luger. A seguir, falaremos sobre o panorama dos refugiados no Brasil Panorama dos refugiados no Brasil Segundo a Coordenagao-Geral do Cor Nacional para os Refugiados (CONARE), 0 Bra: Refugiado 11.231 - Pessoas reconhecidas como refugiadas de 2011 a 2018. Individuos fora de seu pais de origem por conta de persegui¢do relacionada a raga, religido, pertencimento a determinado grupo social, nacionalidade, opinido politica ou conflitos armados, nao podendo (ou nao desejando) contar com a protegao do préprio pais. Migrante 161.057 mil - Solicitagdes em tramitagao para o reconhecimento da condigao de refugiado. £ garantida a pessoas com o processo ainda em tramitagdo a situacao migratoria regular enquanto elas aguardam a decisao do Conate. 0 porte do documento provisério de registro nacional migratério é obrigatério. Saiba mais Um relatério do Conare de 2018 lista os paises com mais solicitagdes de reconhecimento da condigao de refugiado no Brasil: Venezuela (61.681), Haiti (7.030), Cuba (2.749), China (1.450), Bangladesh (947), Angola (675), Senegal (462), Siria (409), india (370) e outros paises (4.284). hitpsistecine azureedge netirepostoriof002172hu/00002index hime 31142 ‘110812023, 01:12 Crianca e identidade étnica Os dados presentes no relatério do Conare demonstram um crescimento progressive de individuos refugiados no pats. Diferentes motivos levam os individuos a deixarem seu pais. Desse modo, o Brasil e outros paises de destino dos refugiados recebem familias inteiras; nelas, ha criangas que merecem atengao do Estado devido a sua vulnerabilidade social e as condigdes de risco 8s quais esto expostas, como o trabalho infantil, a exploragao sexual e 0 abandono, Existe ainda a possibilidade de elas serem separadas de suas familias antes de chegarem ao pais de destino. Como, em geral, elas nao possuem documentos de identidade ou registros, encontram-se ainda mais expostas ao tréfico de criangas. Nota-se 0 papel fundamental da escola na sua inser¢ao social, cultural e linguistica, além de ser um espago de protego e amparo para que as criangas migrantes e refugiadas tenham seus direitos e sua integridade preservados. \Vocé deve estar se perguntando: Como é 0 cenério da educagao para tais criangas? Educagao para criangas refugiadas A andlise sobre criangas refugiadas e educagao no Brasil apresenta ainda poucos estudos. Mesmo os documentos legais de amparo aquelas nessa condi¢ao nao tratam especificamente de seu acesso a educagao. No entanto, existe 0 seguinte entendimento: quando a crianga tem sua situagao regularizada no pais, ela passa a gozar dos mesmos direitos que as brasileiras no que diz respeito & educagao, a satide, & protegdo, ao amparo, a seguranca, ao lazer e a cultura. Ainda assim, pesquisadores do assunto, como Grajzer (2018) e Mattos (2016), alegam que essa lacuna da legislagao brasileira nos faz questionar se, de fato, esses direitos estdo sendo assegurados e aplicados. De acordo com Mattos (2016), um dos empecilhos para a garantia da matricula escolar dessas criancas estd relacionado a falta de documentagao ou registro, as vezes devido a espera da avaliagao do Conare. Assim, algumas instituigées acabam nao aceitando 0 protocolo emitido pelo comité, o que ¢ um equivoco, jd que ele pode ser utilizado para 0 acesso aos servicos puiblicos. eg yt hitpsistecine azureedge netirepostoriof002172hu/00002index hime 32142 ‘110812023, 01:12 Crianca e identidade étnica Atengao! lucacdo para todos em territério nacional brasileiro ainda néo é uma realidade. Apesar dess totalidade”, ainda encontramos criangas fora das escolas publicas por falta de vagas, instituigdes escolares perto de suas residéncias e infraestrutura para atender a demanda local, além de outros fatores que marginalizam a populagdo mais vulnerdvel. Desse modo, as criangas migrantes e refugiadas também sofrem o reflexo das condigées da educagao Publica do nosso pais. Elas estdo duplamente vulneraveis, pois, além de serem individuos em desenvolvimento e merecerem uma atengao especifica em diferentes aspectos, esto fora de seu centro cultural, precisando lidar com mudangas ¢ transformagées de contextos e eventuais traumas recorrentes de conflitos e situacdes de seu pais de origem, Portanto, é indispensdvel que as instituigdes escolares repensem seus projetos politicos-pedagégicos com a comunidade. 0 Estado, por outro lado, deve oferecer formagées especificas para os docentes em atuagdo com esse ptiblico. Isso nao se limita a cursos de formacao, mas a um exercicio de aten¢do, acolhimento € adaptago a fim de ajudar essas criangas a viverem com tranquilidade na escola Como mediar esse problema? Cada crianga ¢ singular, assim como toda aquela que é refugiada tem uma histéria de vida E fundamental que a escola dedique a elas uma escuta sensivel para potencializar seu desenvolvimento e sua aprendizagem, o que ultrapassa quaisquer contetidos curriculares: trata-se, na verdade, da importancia das relagSes que vao se criando e se fortalecendo entre os sujeitos que transitam pela instituigao. O desafio é tornar a escola um lugar seguro para cada crianga, preservando e valorizando suas marcas culturais, além de proporcionar praticas e reflexes que possam romper com o racismo e a discriminagao perante as criangas refugiadas. Ou seja, ela deve ser um ambiente verdadeiramente intercultural que nao silencie esses sujeitos, especialmente por conta de possiveis manifestagées preconceituosas dos demais alunos e profissionais. L Musica e brincar na educacao infantil hitpsistecine azureedge netirepostoriof002172hu/00002index hime 33142 ‘110812023, 01:12 Crianca e identidade étnica Para facilitar esse entendimento na pratica, vamos assistir a0 video Musica e brincar na educagao infantil do Instituto Tomie Ohtake. Para assistir a um video D>, sobre o assunto, acesse a | versao online deste contetido. Politicas publicas para Criangas Refugiadas Para analisarmos as agdes governamentais na tentativa de mediar tais situagées, iremos, mais uma vez, destacar alguns pontos de documentos e orientagées legais que nos ajudem a refletir sobre a condigao da crianga refugiada e migrante em nosso pais. Nosso objetivo é analisar aqueles que versam sobre a protegao ea garantia de direitos basicos delas. Os destaques a seguir so documentos nos quais o Brasil, um de seus pafses signatérios, se compromete a responder e criar condigdes de vida digna para esses sujeitos. Afinal, em todo 0 mundo, as criangas so aqueles mais vulneraveis a violagdo de seus direitos humanos. Atencdo! Crian m situagao de ref sujeitos de direitos cuja ment: prevista em diverso: (como a Convengao sobre os Direitos d nacionais (Constituigao Federal de 1 fatuto da Crianga e do Adolescente de 199 ‘A Convengao Sobre os Direitos da Crianca ¢ um tratado aprovado na Assembleia das Nagées Unidas (ONU) em 20 de setembro de 1989, sendo ratificada por 196 paises. 0 Brasil é signatério deste documento desde 1990. O artigo 22 afirma que os Estados Partes deverdo adotar medidas para assegurar que as criancas recebam protecdo, assisténcia humanitaria e possam usufruir dos direitos previstos na convengao. Tal artigo ainda ressalta que, no caso de ela estar desacompanhada, deve-se ajudé-la, localizando sua familia a fim de obter informagées que a permitam se reunir com seus parentes. hitpsistecine azureedge netirepostoriof002172hu/00002index hime 34142 ‘110812023, 01:12 Crianca e identidade étnica ‘Também conhecido como Convencao de Genebra de 1951, este documento apresenta os direitos dos individuos refugiados, bem como a concessao de asilo e responsabilidades dos paises que fazem parte da convengdio na qual o Brasil é nago contratante. O artigo 22 trata da educacao publica para este grupo: "Os Estados Contratantes darao aos. refugiados 0 mesmo tratamento que aos nacionais no que concerne ao ensino primério". (ACNUR, 2019) A.Lein® 9.474 trata-se de uma lei nacional que define mecanismos para a implementagao do Estatuto dos Refugiados de 1951. Nao aborda em nenhum de seus artigos algo relacionado ao direito 8 educagao. O artigo 2° estabelece que “os efeitos da condigao dos refugiados serdo extensivos ao cénjuge, aos ascendentes e descendentes, assim como aos demais membros do grupo familiar que do refugiado dependerem economicamente, desde que se encontrem em territério nacional”. (BRASIL, 1997) Se observarmos as condigdes por vezes sub-humanas de vida e de sobrevivéncia a que esto sujeitas as. criangas brasileiras das comunidades periféricas, pobres, negras e indigenas, apesar de todo o aparato legal existente, podemos imaginar a situagdo dos pequenos migrantes e refugiados que chegam ao Brasil. Afinal, eles ficam expostas as mesmas situagdes graves e traumaticas, além de estarem em um pais que, em geral, possui cultura, lingua, organizagao social e politica totalmente diferentes daquele de sua origem. Por isso, essas criangas precisam de um apoio que - conforme j4 sabemos ~ nem sempre é dado as de nacionalidade brasileira. hitpsistecine azureedge netirepostoriof002172hu/00002index hime 35142 ‘110812023, 01:12 Crianca e identidade étnica Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questao1 Estudamos alguns documentos legais que tratam da condigéo das pessoas refugiadas. No que diz respeito ao ensino primério, assinale a alternativa cujo documento versa sobre a oferta e 0 acesso A educagao publica pelos refugiados: hitpsistecine azureedge netirepostoriof002172hu/00002index hime 36142 ‘110812023, 01:12 Crianca e identidade étnica Convengao Relativa ao Estatuto dos Refugiados. Lei n° 9.474/97. Constituicdo Federal de 1988. Convengao sobre os Direitos da Crianca Decreto 99.70/90. Parabéns! A alternativa A esta correta. A Convengao Relativa ao Estatuto dos Refugiados também é conhecida como Convengao de Genebra de 1951. Neste documento, so apresentados os direitos dos individuos refugiados, bem como a concessao de asilo e responsabilidades dos paises que fazem parte da convengo, na qual o Brasil & aco contratante. 0 artigo 22 trata da educago publica para os refugiados: “Os Estados Contratantes daro aos refugiados o mesmo tratamento que aos nacionais no que concerne ao ensino primério” (ACNUR, 2019). Questo 2 ‘Tendo em vista os desafios educacionais apresentados, assinale a altermnativa que destaca a importancia da inclusdo escolar das criangas refugiadas e migrantes: A aprendizagem de contetidos curriculares é 0 principal objetivo da inclusao de criangas refugiadas, Na escola, elas sdo protegidas de sua vulnerabilidade social. hitpsistecine azureedge netirepostoriof002172hu/00002index hime 3782 ‘osi2023, 01:12 Crianga e identidade nica E no ambiente escolar que estas criangas podem se sentir protegidas, interagir com outros sujeitos, entrar em contato com a lingua oficial do pafs e aprender sobre seu novo pais de domicilio, sendo acolhidas nas suas diferengas e especificidades. Ainclusao escolar destas criangas ¢ importante, principalmente para a formagao de professores. O mais importante é que a crianga se sinta fisicamente segura, para que possa assimilar © contetido da grade curricular, da mesma forma que as demais criancas. Parabéns! A alternativa C esta correta. E necessério que o ambiente escolar possa efetivamente promover a inclusdo, o bem-estar ea integraco da crianga refugiada ou migrante ao novo contexto de vida para que ela no seja submetida, mais uma vez, a condiges de isolamento e nao pertencimento a um lugar. Portanto, é indispensdvel que as instituigdes escolares repensem seus projetos politicos-pedagégicos com a comunidade. O Estado, por outro lado, deve oferecer formagies especificas para os docentes em atuacao com esse piiblico. Isso ndo se limita a cursos de formagao, mas a um exercicio de atengo, acolhimento adaptagao a fim de ajudar essas criangas a viverem com tranquilidade na escola. Consideracoes finais Como vimos neste tema, 0 professor, dentro da sala de aula, esté diante de uma diversidade étnica e cultural. A partir desse desafio, ele precisa dirigir sua atencao em busca de uma mediagao, efetivando a aprendizagem e combatendo o preconceito hitpsistecine azureedge netirepostoriof002172hu/00002index hime 38142 ‘1106/2023, 01:12 Crianca e identidade étnica No podcast a seguir, vamos falar mais sobre Crianga e identidade étnica com os professores Guilherme Pereira e Flavia Miguel. Para ouvir 0 éudio, acesse a verso online deste contetido, Explore + Leia os textos: a. 0 alcoolismo entre jovens indigenas: estudo de uma comunidade kaingang no parana, de Paulo Ramon e Rosangela Faustino, do X Congreso Nacional de Psicologia Escolar e Educacional. b. 0 suicidio do povo indigena, da jornalista Fernanda Martins, no site da CVV (Centro de Valorizacao da Vida), ©. Ecos discursivos da AD em sala de aula: do periodo da escravidao ao século XXI, de Nara Sgarbie Alexandra Figueiredo, na Revista Philologus. d. Nhe’a, reko pord ra: nhemboea oexakaré. Fundamento da pessoa guarani, nosso bem-estar futuro (educacao tradicional): o olhar distorcido da escola, de Sandra Benites e Ara Retes, da UFSC. Assista aos videos: a. O racismo é perigoso na educagao das criangas, do Canal Preto, na plataforma YouTube. hitpsistecine azureedge netirepostoriof002172hu/00002index hime 30142 08/2023, 01:12 Crianga edentidadediica b. Olhar Indigena - Daniel Munduruku fala sobre Educagao Indigena, do Canal Daniel Munduruku, na plataforma YouTube. c. BIENVENUE a Marly-Gomont (BEM-VINDO a Marly-Gomont). Filme de Julien Rambaldi. Franga: Fidélité Films, 2016" Referéncias ACNUR. Alto Comissariado das Nagées Unidas para os Refugiados. Convengao Relativa ao Estatuto dos Refugiados. Consultado na internet em: 2 dez. 2019, ACNUR. Alto Comissariado das Na¢ées Unidas para os Refugiados. Refligio em nimeros ~ 4. ed, Consultado na internet em: 2 dez. 2019. BENITES, S. Nhe’é, reko pora futuro (educagao tradicional): o olhar distorcido da escola, Monografia do Curso de Licenciatura Intercultural hemboea oexakaré. Fundamento da pessoa guarani, nosso bem-estar Indigena do Sul da Mata Atlantica da Universidade Federal de Santa Catarina. UFSC. Santa Catarina, 2015. BRASIL. Casa Civil. Constituigao da Republica Federativa do Brasil de 1988. Consultado na internet em: 2 dez. 2019. BRASIL. Ministério da Educagao. MEC. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educagao Escolar Indigena na Educagao Basica. Brasilia, 2012. Consultado na internet em: 2 dez. 2019, BRASIL. Ministério da Educagao. MEC. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educagao Infantil. Brasilia, 2010. Consultado na internet em: 2 dez. 2019. BRASIL. Ministério da Educagao. MEC. Diretrizes Curriculares Nacionais para a educagdo das relacées 6tnico-raciais e para o ensino de histéria e cultura afro-brasileira e africana. Brasilia, 2004. Consultado na internet em: 2 dez. 2019. BRASIL. Casa Civil. Lei 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispde sobre o Estatuto da Crianga e do adolescente e dé outras providéncias. Consultado na internet em: 2 dez. 2019. BRASIL. Casa Civil. Lei 9.474, de 22 de julho de 1997. Define mecanismos para a implementagao do Estatuto dos Refugiados de 1951, e determina outras providéncias.Consultado na internet em: 2 dez. 2019, CAVALLEIRO, E. Do infantil. So Paulo: Contexto, 2017, léncio do lar ao siléncio escolar: racismo, preconceito e discriminagao na educagao IBGE. 0 Bra Indigena. Funai. 2009. Acesso em: 2 dez. 2019, hitpsistecine azureedge netirepostoriof002172hu/00002index hime 40142 08/2023, 01:12 Crianga edentidadediica MATTOS, A. L. A crianga refugiada no Brasil: Entre a falta de regulamentagao e a necessidade de protecao. In: XII Seminario Nacional Demandas Sociais e Politicas Publicas na Sociedade Contemporanea ~ Edigao 2016. Consultado na internet em: 2 dez. 2019. PINTO, R. P. Movimento negro e educagao do negro: a énfase na identidade. 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Material para download Clique no botao abaixo para fazer o download do contetido completo em formato PDF. 0 que vocé achou do contetido? weewy © Relatar problema hitpsistecine azureedge netirepostoriof002172hu/00002index hime ny naa ‘1106/2023, 01:12 Crianca e identidade étnica hitpsistecine azureedge netirepostoriof002172hu/00002index hime 42142

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