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Artigo 1

ALMEIDA, Siderly do Carmo Dahle de; SOARES, Tania Aparecida. Os impactos da


Lei Geral de Proteção de Dados - LGPD no cenário digital. Perspectivas em Ciência
da Informação, v. 27, n. 3, p. 26-45, set. 2022.

Breve comentário:
O artigo abordou temas como a base legal para o tratamento de dados, a
necessidade de consentimento, as obrigações das empresas públicas e sociedades
de economia mista, as sanções aplicáveis em caso de infrações e a importância da
transparência e segurança no tratamento de dados pessoais. O artigo aborda o
papel da LGPD em relação às empresas e ao governo, destacando as obrigações,
sanções e fiscalização aplicáveis. Ademais, destacou-se a importância do uso ético
e seguro dos dados pessoais, respeitando a privacidade e protegendo a imagem
das instituições. Também menciona os desafios enfrentados, como as decisões
relacionadas ao tratamento automatizado de dados e a necessidade de revisar
procedimentos para se adequar à LGPD.

Fichamento Bibliográfico:
Indicar citações que julgar relevantes, trechos que expressam pontos fundamentais
do capítulo. Pode ser organizado em uma tabela.
(p. 26, 27)
Comentários:
- As informações se tornaram ativos valiosos para o aspecto econômico,
proteção das informações se tornou uma prioridade em virtude de sua
valorização.(p. 27)
- As empresas e instituições públicas e privadas passaram a coletar
informações valiosas sobre os indivíduos. (p. 27)
- A regulamentação por meio de leis se tornou necessária para lidar com o
tratamento e uso de dados pessoais e informações. (p.28)
- A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no Brasil entrou em vigor em 14
de agosto de 2018, objetivando regular a utilização e o tratamento de dados
pessoais na era digital. A lei estabelece parâmetros legais para instituições e
empresas, considerando os dados pessoais como moeda de troca em
transações significativas no mercado mundial. (p.28)
- Em seu 1º artigo, a Lei 13.709/18 expressa que seu propósito é proteger os
direitos fundamentais de liberdade, privacidade e livre desenvolvimento da
personalidade das pessoas naturais . (p. 30)
- O art. 2º impõe severas consequências operacionais às instituições e
empresas brasileiras que lidam com o tratamento de dados pessoais, visando
assegurar os direitos fundamentais de privacidade e liberdade. A disciplina da
proteção de dados pessoais fundamenta-se no respeito à privacidade,
autodeterminação informativa, liberdade de expressão, informação,
comunicação e opinião, inviolabilidade da intimidade, honra e imagem,
desenvolvimento econômico e tecnológico, livre iniciativa, livre concorrência,
defesa do consumidor, direitos humanos, livre desenvolvimento da
personalidade, dignidade e exercício da cidadania. (p. 30-31)
- Os princípios da boa-fé e o interesse público são fundamentos para a
disponibilidade e o acesso aos dados pessoais, garantindo os princípios e
direitos do titular que concedeu o consentimento, conforme o Art.7, I. (p.31-
32)
- A Lei visa evitar a evitar discriminação, requerando que os dados sens íveis
tenham elevado de proteção, conforme definido no Art. 5º, inciso I. Tais
dados incluem informações como origem racial ou étnica, convicção
religiosa, opinião política, filiação a sindicatos, dados de saúde, vida sexual,
dados genéticos ou biométricos vinculados a uma pessoa natural. O
tratamento de tal espécie de dados é permitido apenas em determinadas
situações, com consentimento específico e destacado do titular, cumprimento
de obrigações legais ou regulatórias, tratamento compartilhado necessário
para políticas públicas, estudos de pesquisa, exercício regular de direitos,
proteção da vida ou incolumidade física e proteção da saúde. (p.32-33)
- O compartilhamento de dados pessoais sensíveis entre controladores para
obter vantagem econômica é proibido, exceto em casos de prestação de
serviços de saúde, assistência farmacêutica e assistência à saúde, desde
que respeitados os interesses dos titulares de dados e os padrões éticos
relacionados a estudos e pesquisas (art. 13). (p. 33)
- A divulgação de dados pessoais sensíveis em resultados de estudos e
pesquisas não deve revelar informações pessoais nem disponibilizar dados a
terceiros, seguindo as práticas de segurança e as orientações das
autoridades competentes. (p.33-34)
- A LGPD estabelece sanções para violações, definindo regras detalhadas
para coleta, tratamento, armazenamento e direitos dos titulares de dados
sensíveis, além de estabelecer diretrizes para o armazenamento de dados de
empresas e indivíduos.(p.34)
- O Art. 5º, X, define o que é englobado pelo tratamento de dados. (p.34-35)
- O legítimo interesse da empresa deve ser revestido de medidas
transparentes ao utilizar dados específicos, garantindo a proteção dos
segredos comerciais e industriais. (p.35)
- Empresas públicas e sociedades de economia mista devem adotar medidas
de segurança da informação e informar de forma clara e específica sobre o
tratamento e impacto dos dados pessoais em suas atividades. (p. 36)
- As empresas públicas e sociedades de economia mista atuando em regime
de concorrência serão tratadas da mesma forma que empresas privadas. (p.
36
- O Poder Público também está sujeito às regras da LGPD quando
operacionalizando políticas públicas, sendo obrigado a informar claramente
sobre o tratamento de dados pessoais. (p. 36)
- Em caso de dano causado por um controlador durante o tratamento de
dados, inclusive o Poder Público, há responsabilidades e reparação do
prejuízo. (p. 36-37)
- A LGPD estabelece sanções administrativas para agentes de tratamento de
dados em caso de infrações, como advertência, multa, bloqueio de dados,
eliminação de dados, suspensão de atividades relacionadas ao tratamento de
dados e proibição total ou parcial dessas atividades. (p. 37)
- A LGPD foi influenciada pelo General Data Protection Regulation (GDPR) da
União Europeia. (p. 38)
- A LGPD trouxe uma mudança de cultura nas instituições públicas e privadas,
exigindo maior responsabilidade no tratamento de dados pessoais. (p. 38-39)
- As Instituições de Ensino Superior (IES) são consideradas controladoras de
dados pessoais, amparadas por suas mantenedoras, conforme definido pela
LGPD, devendo, assim, cumprir as exigências da lei em relação à coleta,
tratamento, processamento e compartilhamento de dados. (p. 41- 42)
-
- O não cumprimento das normas da LGPD pode resultar em sanções legais,
como advertências formais, multas de até 2% do faturamento e bloqueio de
dados pessoais, conforme o Art. 52o e seus incisos de I a XII. (p. 42)
- A gestão das IES é colocada em situação de vulnerabilidade devido à
possibilidade de vazamento de informações de dados pessoais sensíveis, o
que exige uma avaliação e revisão da segurança cibernética. (p.42)
- A LGPD impacta empresas e instituições que realizam a coleta e tratamento
de dados pessoais, exigindo transparência em sua utilização. (p. 43)
- O uso de ferramentas digitais pode auxiliar na garantia da segurança e
manipulação adequada dos dados, em conformidade com as diretrizes da
LGPD. (p. 43)
- A regulamentação da LGPD traz benefícios ao propor a antecipação,
atualização e revisão de procedimentos, fortalecendo a credibilidade das
empresas e instituições. (p. 44)
- O artigo destaca a importância da LGPD, equiparando-a ao Código de
Defesa do Consumidor em termos de relevância. (p.44)

Artigo 2

SZINVELSKI, Mártin Marks; ARCENO, Taynara Silva; FRANCISCO, Lucas Baratieri.


Perspectivas jurídicas da relação entre big data e proteção de dados. Perspectivas
em Ciência da Informação, v. 24, n. 4, p. 132-144, dez. 2019.

O artigo trata da a relação entre o big data e a proteção de dados pessoais,


abordando questões relativas a necessidade de conciliar o avanço tecnológico com
a preservação dos direitos individuais e a garantia da dignidade humana. Ressalta-
se a necessidade de transparência no tratamento dos dados pessoais, evitando a
coleta não autorizada ou consentimento não informado. Por fim, levanta-se a
questão da democracia e do poder na proteção dos dados pessoais. O monopólio
de informações e o uso abusivo dos dados para fins distorcidos constituem-se como
ameaças à construção de uma sociedade global baseada no respeito mútuo.

Fichamento Citação:

"Observa-se o incremento do volume de informações, da variedade de dados


coletados, da velocidade da coleta e do processamento, aliado ao aspecto da
veracidade da informação, cuida-se, portanto, do que se denomina big data." (p.
134)
"A linha condutora da comunicação possui o ponto de partida teórico-sociológico da
sociedade em rede, em que se verifica o exercício de poderes fragmentados por um
lado, e o componente tecnológico-informacional que conecta os interessados e
permite a coleta de dados fornecidos pelos internautas."
Comentário:
- O fenômeno do big data envolve o aumento do volume e variedade de dados,
velocidade de coleta e processamento, e a veracidade das informações.A
sociedade em rede e a tecnologia informacional permitem a coleta de dados,
levantando questões sobre a proteção de dados pessoais.
"Se a sociedade é informatizada, as relações tendem a se estabelecer em rede e a
proteção de direitos desloca-se do espaço físico para a proteção na virtualidade." (p.
136)
"A revolução da internet projeta o maior espaço público que a humanidade já
conheceu, produzindo novas formas de relações institucionais que contribuem para
um possível constitucionalismo global." (p. 136)
"A sociedade em rede é marcada pela relação humano-computador/dispositivos
eletrônicos."(p. 136)
"A informática não intervém só na 'ecologia cognitiva', mas também nos 'processos
de subjetivação individuais e coletivos'." (p. 137)
Comentário:
- O termo “Ecologia Cognitiva” de Pierre Lévy (1993) é a disciplina que se
dedica ao estudo sistemático da tecnologia informática na organização
institucional das sociedades humanas. O objeto de estudo são as dimensões
técnicas e coletivas da cognição.
"A tecnologia apresenta um desafio democrático na harmonização entre direitos e
tecnologias, levando políticos a delegarem na tecnologia a solução de problemas
difíceis." (p. 137)
"A mineração de dados permite que empresas e órgãos estatais descubram ou até
mesmo induzam fatos e padrões, o que representa um problema democrático." (p.
137)
"A privacidade está sendo reinventada devido ao avanço tecnológico e seus efeitos
na construção da identidade das pessoas." (p. 137)
"O big data é utilizado para se referir a esses conjuntos de dados tão variados e
coletados em grande quantidade que as tradicionais técnicas de análises de dados
demonstram-se insuficientes." (p. 138)
"Deveras, a imensa gama de sensores e câmeras e a multiplicidade de formas de
acesso à rede torna o dado pessoal um grão de areia no deserto das informações
em rede." (p. 139)
"A disponibilidade de dados em grande escala, coletados não somente on- line (via
computadores e redes sociais), mas através do uso de dispositivos móveis com
recursos de rastreamento de localização e milhares de aplicativos (apps) que
compartilham dados (IoT – internet das coisas), é o primeiro traço caracterizador; a
alta velocidade de processamento e armazenamento, é o segundo elemento; a
crescente utilização de novas ferramentas ou estruturas computacionais na
verificação e tratamento de informações, apresenta-se como terceiro." (p. 139)
"A promessa de utilização dos dados de forma transparente acaba entrando em
choque como o fato das pessoas não saberem onde estarão os pontos coletores de
informações pessoais ou os sensores, se em sites serão contabilizados os cliques
do mouse e, até mesmo, em que medida será avaliada a interação em redes
sociais."
"O big data pode ter como consequência a utilização do dado pessoal em
ferramentas que incutam comportamentos não espontâneos nas pessoas. Trata-se
da possibilidade de influenciar ou até restringir a edificação da identidade pessoal."
(p.140)
"A noção de consentimento cristalizada na doutrina nacional e internacional possui
como norte a ideia de manifestação livre, informada e inequívoca de concordância
do titular com o tratamento de seus dados pessoais. (p. 141)

"O big data é, antes, tecnologia. A proteção de dados deve ser articulada com vistas
à utilização dos dispositivos tecnológicos de forma compatibilizada entre as diversas
aplicações a serviço do ser humano, mas que leve em conta a potencialidade do
dano: a ausência de transparência que leva ao consentimento não informado ou a
coleta não autorizada de dados pessoais; a noção de resguardo à dignidade
humana e o livre desempenho da personalidade e da autodeterminação informativa,
na construção da identidade própria da pessoa e não identidade que menospreza a
singularidade de cada um; e a ideia de democracia e poder, no sentido de coibir o
monopólio de informações e a utilização abusiva dos dados pessoais para
finalidades deturpadas e não compatíveis com a construção republicana de uma
sociedade global e pautada pelo respeito intercultural." (p. 142)

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