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Sumário
Disposições Constitucionais Aplicáveis ao Direito Processual Penal (continuação...) ..................................................... 2
7. PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA ................................................................................................................................... 2
8. PRINCÍPIO DA IGUALDADE PROCESSUAL OU DA PARIDADE DAS ARMAS (Par Condictio) ........................................ 3
9. Princípio da Publicidade ............................................................................................................................................. 3
10. Princípio do Juiz Natural .......................................................................................................................................... 4
11. Princípio da Verdade Real/Material ........................................................................................................................ 4
12. Princípio da não autocriminação (nemotenetur se detegere) ................................................................................. 4
13. Principio da Vedação das Provas ilícitas .................................................................................................................. 5

LeidoDireitoAutoralnº9.610,de19deFevereirode1998:Proíbeareproduçãototalouparcialdessematerialoudivulgaçãoco
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Disposições Constitucionais Aplicáveis ao Direito Processual


Penal (continuação...)

7. PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA

O que podemos entender por princípio da ampla defesa Professora????


O referido princípio é encontrado no art. 5º, LV, da CF, entende-se que o réu tem direito a
um AMPLO arsenal de instrumentos de defesa como forma de compensar sua enorme
hipossuficiência e fragilidade em relação ao Estado, que atua no Processo Penal por meio
de diversos órgãos (Polícia Judiciária, Ministério Público e Juiz).

A defesa pode ser subdividida:

PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA


AUTO DEFESA (DISPONÍVEL)
DEFESA TÉCNICA (INDISPONÍVEL)
 É a defesa promovida por um  Direito de Audiência
defensor técnico, bacharel em  Direito de Presença
Direito, sendo ela
indisponível, pois, em regra,
 É a defesa promovida
o acusado não pode se
pessoalmente pelo próprio réu,
defender sozinho conforme
sem assistência de procurador,
dispõem o art. 263, caput, do
geralmente durante o seu
CPP.
interrogatório judicial, sendo ela
EXCETO: Se o acusado for advogado,
disponível, afinal de contas o
que poderá promover a sua própria
acusado pode se calar ou até
defesa.
mesmo mentir, em
conformidade com outro
 Vale a pena destacar que, em
princípio constitucional
havendo ausência do defensor
expresso, o direito ao silêncio
técnico no processo, por
(art. 5º, inciso LXIII, CF).
falecimento, negligência ou
qualquer outro motivo, o Juiz,
antes de nomear novo
defensor, sempre deverá
intimar o acusado para que,
no prazo por ele determinado,
possa constituir novo
defensor.

ATENÇÃO: A Defesa técnica é sempre obrigatória, a Auto Defesa está no âmbito de


conveniência do acusado, que pode optar por permanecer inerte, invocando inclusive o
silêncio.

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O STF consagrou a Súmula 523, ao tratar da defesa técnica: “no processo penal, a falta de
defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se houver prova de
prejuízo para o réu (nulidade relativa)”.

8. PRINCÍPIO DA IGUALDADE PROCESSUAL OU DA PARIDADE DAS


ARMAS (Par Condictio)

“TODOS SÃO IGUAIS PERANTE


Você já escutou ou leu esta frase??????
A LEI, SEM DISTINÇÃO DE
QUALQUER NATUREZA”...

O princípio da igualdade decorre do comando de que todos são iguais perante a lei
encontrado no art. 5º, caput, da Constituição Federal, conforme acima exposto. Também
tratado com princípio da paridade de armas, consagra o tratamento isonômico das
partes no transcorrer processual.
Desse modo, por força do princípio em comento, as partes devem ter, em juízo, as mesmas
oportunidades de fazer valer suas razões e ser tratadas igualitariamente, na medida de
suas igualdades, e desigualmente, na proporção de suas desigualdades.
O que deve prevalecer é a chamada IGUALDADE MATERIAL, leia-se, os desiguais devem ser
tratados desigualmente, na medida de suas desigualdades.

9. Princípio da Publicidade
A publicidade dos atos processuais é a REGRA. Porém não é ABSOLUTA é relativa.
Todavia, o sigilo é admissível quando a defesa da intimidade ou o interesse social o
exigirem.

QUE no Inquérito Policial IP*, por se tratar de fase pré-processual, é regido


pelo princípio da sigilação, assegurando-se ao advogado, contudo, a consulta aos autos
correspondentes, conforme a súmula vinculante 14 do STF.

Para preservar o ofendido, é possível a decretação judicial do segredo de justiça, que pode
atingir toda a persecução penal, englobando dados, depoimentos e demais informações
constantes dos autos, de forma a não expor a vítima aos meios de comunicação.

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10. Princípio do Juiz Natural


O Princípio do Juiz natural encontra-se no inc. LIII, do art. 5.° da CF, assim disposto:
ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade.
O princípio do juiz natural decorre do devido processo legal. A cláusula do devido processo
legal é comumente conceituada como uma garantia constitucional pela qual ficam
assegurados aos sujeitos processuais parciais o estabelecimento e o respeito a um
processo judicial instituído legitimamente por lei e conduzido por um juiz
natural, independente e imparcial.
Sendo assim, prezado aluno o referido princípio, nas palavras do doutrinador Nestor
Távora “consagra o direito de ser processado pelo magistrado competente e a vedação
constitucional à criação de juízos ou tribunais de exceção. Impede a criação casuística de
tribunais pós-fato, para apreciar um determinado caso”.

Princípio do Delegado Natural (Lei 12.830/2013)

Como o advento da Lei 12.830/13, ao dispor sobre a investigação criminal conduzida


pelo Delegado de Polícia, consagrou um rol de garantias ao Estado-investigador, como
corolário do princípio do Delegado natural.
A partir de um breve exame do supradito diploma legal, extraem-se as seguintes
disposições:
a) vedação de avocação ou redistribuição de procedimentos investigativos em curso, salvo em
hipóteses excepcionalmente previstas art. 2º, §4º;
b) necessidade de fundamentação (idônea) para remoção de Autoridade Policial art. 2º, §5º e
c) o reconhecimento da decisão de indiciamento como ato privativo de Delegado de Polícia,
adstrito à fundamentação técnico-jurídica art. 2º, §6º.

11. Princípio da Verdade Real/Material


No processo penal o acusado vai se defender dos fatos. Então, o processo penal preocupa-
se com a busca da verdade real, que é aquela que demonstra em sua íntegra a sua
materialidade com o fato, isto é, não deixando pairar dúvidas quanto a sua comprovação
com o fato em si. Podemos também dizer que a verdade real é o mesmo que prova
material.

12. Princípio da não autocriminação (nemotenetur se detegere)


Assegura que ninguém pode ser compelido a produzir prova contra si mesmo (conforme
art. 5º, inciso LXIII da CF/88).Tem pontos de contato com o princípio da presunção de
inocência e com o direito ao silêncio assegurado pela Constituição. A ideia é a limitação do
poder de punir do Estado.

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Esse princípio deriva do NEMO TENETUR SE DETEGERE, e segundo esse, o acusado não é
obrigado a praticar nenhum comportamento ativo que possa incriminá-lo, como por
exemplo, participar de reconstituição do crime, fornecer material para exame grafotécnico.
As chamadas provas invasivas, ou seja, aquelas que envolvem o corpo humano e implicam
na utilização ou extração de alguma parte dele, também é protegida por esse princípio,
dependendo assim de anuência do acusado para sua realização.

MUITO CUIDADO –Você pode ser levado aos seguintes questionamentos - Professora no
reconhecimento de pessoas do art. 226 do CPP fere o PRINCÍPIO DA NÃO AUTO-
INCRIMINAÇÃO (NEMO TENETUR SE DETEGERE)?

Eu te respondo: Querido(a) devemos observar quanto ao reconhecimento de pessoas, que


este não demanda nenhum COMPORTAMENTO ATIVO por parte do “reconhecido”, não
ferindo, assim, tal princípio.

Profa. Estefânia, podemos aplicar ao depoimento da testemunha o PRINCÍPIO NÃO AUTO-


INCRIMINAÇÃO (NEMO TENETUR SE DETEGERE)?

A Testemunha e o direito ao silêncio

Com relação à testemunha, não se aplica esse princípio, visto que essa tem a obrigação
de dizer a verdade sob pena de falso testemunho, SALVO se da resposta da testemunha
puder resultar uma autoincriminação, excepcionalmente neste caso estará protegida
pelo direito ao silêncio.

13. Principio da Vedação das Provas ilícitas


Princípio da vedação das provas ilícitas (art. 5º, LVI, CF) Nos termos do art. 5º, inciso LVI,
da Constituição Federal, são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos.

O Código de Processo Penal, com o advento da Lei nº 11.690/08, passou a disciplinar com
pormenores a matéria. De tal modo, inicialmente, repetiu o mandamento constitucional no
art. 157, caput, estatuindo que são inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do
processo, as provas ilícitas.
Então o art. 157, § 3º, CPP, determina que preclusa a decisão de desentranhamento da
prova declarada inadmissível, esta será inutilizada por decisão judicial, facultado às
partes acompanhar o incidente. Registre-se, porém, que se a prova permanecer nos autos,
mas ela não for utilizada pelo magistrado, de nenhuma forma, para a prolação da sentença,
não haverá qualquer nulidade nesta decisão. Não obstante, caso o juiz venha a se utilizar
de uma prova ilícita para proferir a sentença, esta será nula (nulidade absoluta).
Em seguida, no mesmo dispositivo legal (art. 157, caput), o CPP define o que se entende
por provas ilícitas: são aquelas que violam tanto normas constitucionais como legais.
Na sequência, o CPP, no art. 157, § 1º, consagrou expressamente também a
impossibilidade de utilização das provas ilícitas por derivação (teoria dos frutos da
árvore envenenada ou do efeito à distância– fruitsofthepoisonoustree, construção da

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Suprema Corte americana e que já vinha sendo aceita, no Brasil, pelo STF), que são
aquelas provas que decorrem de uma prova ilícita originária, sendo que tal ilicitude
somente restará caracterizada se houver demonstração do nexo causal entre as provas ou
quando as derivadas não puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras.

A esse respeito, considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os
trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de
conduzir ao fato objeto da prova (art. 157, § 2º, do CPP).

A jurisprudência brasileira começa a reconhecer a teoria da


proporcionalidade (ou teoria da razoabilidade ou teoria do interesse
predominante) na apreciação da prova ilícita, admitindo excepcionalmente a
utilização desta última em benefício dos direitos do réu inocente que produziu tal
prova para a sua absolvição.

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