Consumação e Tentativa
1- DO CRIME CONSUMADO
Art. 14 – Diz-se o crime:
I – consumado, quando nele se reúnem todos os elementos
de sua definição legal.
Observar o inter criminis. O caminho do crime. As etapas
percorrias pelo agente para a prática de um fato previsto em
lei como crime.
2- DO CRIME TENTADO/CONATOS/ CRIME MANCO
art. 14, II – tentado, quando, iniciada a execução, não se
consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.
Parágrafo único – Salvo disposição em contrário, pune-se a
tentativa com a pena correspondente ao crime consumado,
diminuída de um a dois terços.
É a não consumação de um crime. Tendo sido iniciada sua
execução, não se consumou por circunstâncias alheias à
vontade do agente.
Aplicação da Pena:
A tentativa é punida com a mesma pena do crime
consumado, reduzida de 1/3 a 2/3. Quanto mais próximo
chegar da consumação, maior será a pena.
ESPÉCIES DE TENTATIVA
- Tentativa imperfeita ou inacabada: Ocorre quando a
execução do crime é interrompida por circunstâncias alheias
à vontade do agente.
- Tentativa perfeita ou acabada ou “crime falho”. Ocorre
quando a execução do crime se encerra, o agente executa o
crime até o final, mas o resultado não se produz por
circunstâncias alheias à sua vontade.
- Tentativa branca ou incruenta: Classificação para os
crimes contra a pessoa, ocorre quando a vítima não é
atingida.
- Tentativa cruenta vermelha: Classificação para os crimes
contra a pessoa, ocorre quando a vítima é atingida.
INFRAÇÕES QUE NÃO ADMITEM TENTATIVA:
Contravenção penal: infração penal de baixa gravidade,
considerada um "delito menor" chamados "delitos anões" ou
"crimes vagabundos", cuja pena é de prisão simples e/ou o
pagamento de multas. regime semi-aberto ou aberto.
Culposos: Se o sujeito não quer o resultado, não há que se
falar em tentativa.
Condicionado: Ex: art.122,cp.
Habituais: Exigem o cometimento de conduta típica anterior;
logo, com a realização da segunda conduta, já se caracteriza
o delito. Ex:curandeirismo(CP,art. 284,I)
Omissivos próprios: Este tipo de crime se perfaz pela
simples abstenção do agente, independentemente de um
resultado posterior. Ex: omissão de socorro 135,cp.
Unissubssistente: O crime é produzido com uma única
conduta. Ex: art. 331,cp (desacato).
Preterdoloso: dolo no antecedente e culpa no consequente.
Atentado ou de empreendimento: São os crimes em que a lei
pune a tentativa como se fosse consumado o delito. Ex: art.
352 do CP (evadir-se ou tentar evadir-se)
Tentativa abandonada ou qualificada: Iniciada a execução, o
resultado não se consuma por interferência da vontade do
próprio agente.
CP, Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de
prosseguir na execução ou impede que o resultado se
produza, só responde pelos atos já praticados.
Há duas espécies:
Desistência voluntária: O agente desiste de prosseguir na
execução, ou seja, ele mesmo, voluntariamente, interrompe
a execução. Não se esgotam os meios de execução. É
compatível com a tentativa imperfeita ou inacabada.
Fórmula de Frank:
Desist voluntária: “Posso prosseguir, mas não quero”
Tentativa: “quero prosseguir, mas não posso”
Arrependimento eficaz ou resipiscência: O agente executa
o crime até o último ato, esgotando-os, e logo após se
arrepende e adota providências aptas a impedir o resultado.
Ocorre somente nos crimes materiais que se consumam com
o resultado naturalístico. É compatível com tentativa
perfeita ou acabada
OBS: A desistência ou arrependimento não precisam ser
espontâneos, devendo ser voluntário e eficaz. Poderão ser
provocados por terceiros e terão plena validade. O agente
responderá somente pelos atos já praticados.
Natureza jurídica: exclusão da tipicidade
Tentativa inidônea ou inadequada “quase crime” ou “crime
impossível”: ocorre quando a consumação é, desde o início,
impossível, portanto, o fato é atípico.
A impossibilidade da consumação pode derivar de ineficácia
absoluta do meio ou impropriedade absoluta do objeto.
A teoria utilizada no crime impossível é a Teoria objetiva
temperada, ou seja, o agente não responde porque o bem
jurídico não ficou exposto a perigo.
- Ineficácia absoluta do meio: ex.: arma totalmente inapta a
produzir disparos utilizada num homicídio. Deve-se lembrar
que essa ineficácia pode ser considerada para um crime e
para outro não (ex.: no roubo, uma arma totalmente inapta a
produzir disparos pode ser utilizada para intimidar a vítima).
-Impropriedade absoluta do objeto: A pessoa ou a coisa
sobre a qual recai a conduta jamais poderia ser alvo do crime
(ex.: matar alguém que já está morto)
3- ARREPENDIMENTO POSTERIOR
CP, art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave
ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o
recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do
agente, a pena será reduzida de um a dois terços.
OBS: Ocorre após a consumação do crime. É uma causa
obrigatória de redução de pena. O agente responderá pelo
crime consumado com uma diminuição de pena de 1/3 a 2/3.
Anotações:
Reparação do dano ou restituição da coisa - deve ser
voluntária (não precisa ser espontâneo), pessoal e integral e
até o recebimento da denúncia ou queixa. Após o
recebimento da denúncia ou queixa, a reparação do dano será
somente atenuante genérica.
- Critérios para Aplicação da Redução da Pena:
celeridade e voluntariedade
- Casos em que o sujeito repara o dano, mas não ocorre a
diminuição da pena
Cheque sem fundos: pagando-se o cheque, extingue-se a
punibilidade.
Crime contra a ordem tributária: pagando-se a dívida,
extingue-se a punibilidade.
Peculato culposo: art. 312, §3º- a reparação do dano, se
precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se
lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.
Crime de ação penal pública condicionada à representação