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7 de abril, Dia da Mulher Moçambicana.

Breve historial
Dia 7 de abril comemora-se o dia da mulher moçambicana. Na ocasião, é lembrando o
aniversário de morte de Josina Machel (1945-1971), combatente da liberdade de
Moçambique e heroína nacional.

Até 25 de junho de 1975, Moçambique era uma das colônias portuguesas em África,
quando nesta data, após uma década de guerra pela libertação, conquistou sua
independência.

Em Moçambique, como nas outras colônias de Portugal (atualmente, Cabo Verde,


Guiné-Bissau, Angola, São Tomé e Príncipe) as mulheres tiveram efetiva participação
na luta armada. Fazemos referência a duas mulheres que pegaram em armas e tornaram-
se símbolo de resistência, liberdade e heroínas em seus países de origem: Titina Silá, em
Guiné Bissau e Deolinda Rodrigues, em Angola. No entanto, destacamos que inúmeras
mulheres tiveram papel de destaque nestes processos de luta e que apesar disto, não
constam na história oficial como símbolos ou heroínas.

Vida e obras da Josina Machel

Josina Abiathar Muthemba, nasceu em 10 de agosto de 1945. Com o apoio da família,


pode estudar e frequentou a escola secundária, algo não muito comum às mulheres
moçambicanas naquele momento. Foi durante o ensino secundário, ao se mudar para
Lourenço Marques, atual Maputo, capital do país, que se envolveu politicamente e
tornou-se membro da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), partido que
esteve à frente da luta pela libertação nacional.

Por duas vezes, tentou fugir de Moçambique para se juntar à FRELIMO e à luta armada.
Na primeira, foi capturada na Rodésia do Sul, atual Zimbábue; foi mandada de volta à
Moçambique e presa. Na segunda tentativa, conseguiu alcançar a sede e o acampamento
militar da FRELIMO em Dar es Salaam, capital da Tanzânia, país vizinho. Foi uma das
25 mulheres que receberam treinamento militar. Lá, conheceu Samora Machel, seu
futuro marido e Primeiro Presidente de Moçambique.

À frente do destacamento feminino (unidade dedicada ao treino militar e educação


política), ajudou na construção de creches, escolas e hospitais nos tempos da guerra.
Recusou uma bolsa para estudar na Suíça, por entender que seria mais relevante
permanecer e lutar contra o domínio português. Josina Machel lutou, ainda, pelo direito
das mulheres em participar na luta pela libertação do seu país e pela participação ativa
destas na política, apesar de outras mulheres terem tido papel ativo.

Josina morreu no dia 07 de abril de 1971 aos 26 anos de idade, vítima de complicações
no fígado, deixando um filho com apenas 16 meses. A independência viria a ser
conquistada quatro anos depois da sua morte. O dia 7 de abril é feriado em Moçambique
e é considerado Dia Nacional da Mulher, em homenagem aos feitos de Josina.

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