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Mecânica dos

Sólidos

Ponte "estaiada" é um nome genérico porque é uma ponte sustentada por estais (os cabos de aço). O nome oficial desta ponte
é "Ponte Octávio Frias de Oliveira".
Avaliações Datas
D1
D2
D3
A1
A2

Referências bibliográficas
Básica
HIBBELER, R.C. Estática - Mecânica para Engenharia. 12ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall. 2011.

HIBBELER, R.C. Resistência dos materiais. 7a ed. São Paulo: Pearson. 2010.

Complementar
MERIAM, J.L. e KRAIGE, L.G. Mecânica para Engenharia - Estática. 7ª ed. Rio de Janeiro: LTC - Livros
Técnicos e Científicos. 2016.

BEER, F.P. e JOHNSTON, R.E. e EISENBERG, E.R. Mecânica Vetorial para Engenheiros. Vol. Estática. 9ª
Ed. São Paulo: McGraw-Hill. 2012.
Vetores de força

Objetivos do capítulo

Aprender a expressar a força e sua localização na forma vetorial cartesiana.


Aprender como determinar a intensidade (módulo) e a direção dos vetores.
Vetores cartesianos

1
2
3
Vetor força orientado ao longo de uma reta

Exemplo resolvido:
Um homem puxa uma corda com uma força de 70 N.
Represente está força que atua sobre o suporte A como um
vetor cartesiano.

Resulução:
Pode-se obter r “caminhando pelos eixos”, ou seja, para ir de A até B, deve-se deslocar-se
no sentido negativo de Z (-24k) m, depois no sentido negativo de y (-8j) m e, por fim, no
sentido positivo de x (12i) m. Observe a sequência na figura abaixo:

O vetor r, será 𝐫 = (12𝐢 − 8𝐣 − 24𝐤)m.


O módulo de r, que neste caso representa o comprimento da corda, será:

𝑟 = √(12𝑚)2 + (−8𝑚)2 + (−24𝑚)2 = 28 m


Definimos o vetor unitário, que determina a direção e o sentido de r e F:
𝐫 12 8 24
𝒖= = 𝐢− 𝐣− 𝐤
|𝐫| 28 28 28
F tem módulo 70 N e direção dada por u, então:

𝐫 12 8 24
𝑭 = 𝐹 |𝐫| = 70𝑁 (28 𝐢 − 28 𝐣 − 28 𝐤) → 𝐅 = (30𝐢 − 20𝐣 − 60𝐤)𝐍

4
Exemplo 1. Expresse a força como um vetor
cartesiano

Exemplo 2. Determine a intensidade da força


resultante em A, devido às forças FAB e FAC.

5
Exercícios
Exercício 1. A porta é mantida aberta por
duas correntes. Se as trações em AB e em
CD são FA = 300N e FC = 250 N,
respectivamente, expresse cada uma
dessas forças na forma de um vetor
cartesiano.

Exercício 2. Represente a força em cada


cabo na forma de um vetor cartesiano e
determine seu módulo.

6
Exercício 3. Cada uma das quatro forças que
atuam em E tem intensidade de 28 kN. Expresse
cada força como um vetor cartesiano e
determine o vetor força resultante.

7
Resultante de um sistema de
forças

Objetivos do capítulo
Discutir o conceito do momento de uma força e mostrar como calculá-lo em duas
e três dimensões.

Definir o momento de um binário.

Mostrar como determinar o efeito resultante de um sistema de forças não


concorrentes.

8
Momento de uma Força - Formulação Escalar
O momento de uma força em relação a um ponto ou a um eixo, fornece uma medida
da tendência dessa força provocar a rotação de um corpo em torno do ponto ou do
eixo que não está não linha de ação da força. Para problemas em duas dimensões é
mais conveniente se utilizar uma formulação escalar e, para problemas em três
dimensões, a formulação vetorial é mais conveniente. Quanto maior a força ou o braço
de momento, maior é o efeito da rotação. A tendência de rotação também é chamada
de torque, momento de uma força ou simplesmente momento.

Exemplos
Momento em torno do Momento em torno do eixo x Não haverá momento, uma
eixo Z vez que a linha de ação da
força de F intercepta o
ponto O.

Momento é uma grandeza vetorial, que possui intensidade direção e sentido.

Convenção:
Tendência de rotação no sentido horário – Momento negativo
Tendência de rotação no sentido anti-horário – Momento positivo

9
Momento resultante de um sistema de forças coplanares

Exemplo resolvido. Determine os momentos da força de 800 N em relação aos


pontos A, B, C e D.

Exemplo 1. Determinar o momento resultante das quatro forças que atuam na barra
mostrada na figura, em relação ao ponto O.

10
Momento de uma força - Formulação Vetorial

O momento de uma força em relação a um ponto pode ser determinado através da


aplicação das regras de produto vetorial. A regra do produto vetorial para o cálculo de
momentos geralmente é aplicada para sistemas em três dimensões.

11
Momento resultante de um sistema de forças

Princípio dos Momentos


Conhecido como teorema de Varignon, o
teorema estabelece que o momento de
uma força em relação a um ponto é igual à
soma dos momentos dos componentes das
forças em relação ao mesmo ponto.

Exemplo 1. Determine o momento da força em relação ao ponto O.

12
Exemplo 2. Determine o momento da força F em relação ao ponto O. Expresse o
resultado como um vetor cartesiano.

Exercícios
1. Determine o momento da força de 200N em relação ao ponto A.

13
2. Determine o momento das forças que atuam na estrutura mostrada em relação
ao ponto A.

3. Dois homens exercem forças F= 80 lb e P= 50 lb sobre as cordas. Determine o


momento de cada força em relação a A. Em qual sentido o poste tenderá a girar?
Horário ou anti-horário?

(MA)C =-768 lb.ft (sentido horário)


(MA)B = 636 lb. Ft (sentido anti-horário)
Como, em módulo (MA)C > (MA)B, o poste tende a girar no sentido horário.

4. (Continuação do exercício 3) Se o homem em B exerce uma força P 30 lb sobre


sua corda, determine a intensidade da força F que o homem em C precisa
exercer para impedir que o poste gire, ou seja, para que o momento resultante
em relação a A devido às duas forças, seja zero.
F = 39,8 lb

5. Determine o ângulo  (0 ≤  ≤ 1800) da


força F de modo que ela produza um
momento máximo e um momento
mínimo em relação ao ponto A. Além
disso, quais são as intensidades desses
momentos máximo e mínimo?
max = 26,60
min = 1170
Mmax= 40,2 kN.m
Mmin = 0

14
6. Sérios danos ao pescoço podem ocorrer
quando um jogador de futebol americano
é atingido na proteção de rosto de seu
capacete. Determine o momento da força
P em relação ao ponto A. Qual seria a
intensidade da força do pescoço F de
modo que ela forneça o momento
neutralizante em relação a A?

MA= 15,4 N.m (horário)


F = 118,6 N

7. Dois garotos empurram o


portão mostrado na figura
abaixo. Se FB = 150 N,
determine a intensidade da
força FA que o garoto em A
precisa exercer para impedir
que o portão gire. Despreze a
espessura do portão.

FA = 144,3 N

8. As pinças são usadas para


prender as extremidades do
tubo de perfuração P. Se um
torque (momento) MP=1200
N.m é necessário em P para
girar o tubo, determine a força
que precisa ser aplicada no
cabo da pinça F. Considere
=30o.

F = 1193N

9. A fim de erguer o poste de iluminação a


partir da posição mostrada. A força F no cabo
deve criar um momento de 2250 N.m no
sentido anti-horário em relação ao ponto A.
Determine a intensidade de F que precisa ser
aplicada ao cabo.

F = 953,9N

15
10. A região do pé está sujeita à
contração de dois músculos.
Determine o momento de cada
força em relação ao ponto de
contato A no chão.

MA1= 14,74 N.m (horário)


MA2 = 17, 46 N.m ( horário)

11. A barra no mecanismo de


controle de potência de um jato
comercial está sujeita a uma força
de 80 N. Determine o momento
dessa força em relação ao mancal
em A.

MA= 7,71 N.m (Anti-horário)

12. O cabo de reboque exerce


uma força P = 4 kN na
extremidade da Lança do
guindaste de 20 m de
comprimento. Se  = 30o,
determine o posicionamento x
do gancho em A para que essa
força crie um momento máximo
em relação ao ponto O. Qual é
esse momento?

Momento máximo, OB ⊥ BA
(Mo)max = 80,0 kN.m (horário)
 = 33,6o

16
13. O carrinho de mão e seu conteúdo
possuem centro de massa em G. Se F
= 100 N e o momento resultante
produzido pela força F e o peso em
relação ao eixo A é zero determine a
massa do carrinho e de seu conteúdo.

M = 59,3 kg

14. Determine os momentos produzidos por F1 e por F2 em relação ao ponto O.


Expresse os resultados como vetores cartesianos.

Momento de F1: Mo = (110i - 50j + 90k) lb.ft


Momento de F2: Mo = (90i - 130j - 60k) lb.ft

15. Determine o momento resultante


produzido pelas forças FB e FC em relação
ao ponto O. Expresse o resultado como
um vetor cartesiano.

Mo = (-720i +720j) N.m

17
16. Determine o momento produzido
por cada força em relação ao ponto O
localizado na broca da furadeira.
Expresse o resultado como um vetor
cartesiano.

FA: (MR)O = (-18i + 9j - 3k) N.m


FB: (MR)O = (18i + 7,5j + 30k) N.m

17. Uma força 𝐹⃗ = (6𝑖̂ − 2𝑗̂ + 1𝑘̂ )𝑘𝑁 produz um momento 𝑀


̂0 = (4𝑖̂ + 5𝑗̂ − 14𝑘̂ )𝑘𝑁. 𝑚 em
relação a origem das coordenadas, o ponto O. Se a força age em um ponto tendo
uma coordenada x de x =1m, determine as coordenadas y e z.

18. O encanamento está sujeito à


força de 80N. Determine o momento
dessa força em relação ao ponto A.

MA = (-5,39i +13,1j – 11,4k) N.m

18
Momento de um binário
Um binário é definido como duas forças paralelas de
mesma intensidade, sentidos opostos e separadas por
uma distância d. O efeito de um binário é proporcionar
rotação ou tendência de rotação em um determinado
sentido.

Formulação Matemática

O momento de binário em relação ao ponto O, é dado por:

E como

Tem-se:

Isso indica que o momento de binário é um vetor livre, ou seja, pode agir em
qualquer ponto, já que M depende apenas do vetor posição r, direcionado entre as
forças e não dos vetores posição rA e rB, direcionados do ponto O até as forças.

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Exemplo 1. Determine o momento de binário agindo sobre o tubo mostrado na figura.
O segmento AB está direcionado 30o abaixo do plano xy.

2. Determine a intensidade de F de modo que o momento de binário resultante que


age sobre a viga seja 1,5 kN.m, no sentido horário.

20
Exercícios
1. O rodízio está sujeito aos dois binários. Determine as forças F que os rolamentos
exercem sobre o eixo de modo que o momento de binário resultante sobre o rodízio
seja zero.

2. Determine a intensidade necessária da força 𝐹⃗ se o momento de binário resultante


na estrutura for de 200 lb.ft horário.

3. Determine o momento de binário


resultante que age sobre a viga. Resolva o
problema de duas maneiras:
a) Some os momentos em relação ao
ponto O
b) Some os momentos em relação ao
ponto A.

21
4. Se a intensidade do momento de binário que age sobre a tubulação é de 50 N.m,
determine a intensidade das forças de binário aplicadas em cada chave.
Considere o sistema abaixo:

5. Determine o momento binário resultante dos dois binários que agem sobre o
encanamento. A distância de A a B é d = 400 mm. Expresse o resultado como um
vetor cartesiano.

6. Determine a distância d entre A e B tal que o momento de binário resultante tenha


intensidade de MR = 20 N.m.

22
Centro de Massa (CM), centro de
gravidade (CG) e centroide de
um corpo.

23
Centroides e áreas de algumas figuras planas
Se assumirmos que um corpo é muito fino com
espessura uniforme, então o resultante das forças
seria proporcional à área em vez do volume. A
localização desse ponto é chamada de centróide
da área. A localização do centróide é definida pelas
coordenadas x e y de um conjunto de eixos de
referência.

Áreas e centroides de algumas figuras planas

Centróide da figura Área Centróide da figura Área

24
Exemplo 1. Determine as coordenadas do centróide das áreas mostradas abaixo.
a)

b)

Exemplo 2. Localize os centróide das áreas mostradas abaixo.

25
Exemplo 3. Localize o centroide (𝑥,
̅ 𝑦̅) das áreas compostas. A espessura das chapas
é desprezível.

a)

b)

XC=4,83 in
YC=2,56 in

26
c)

XC=122,4 mm
YC=0

27
Exercícios
1. Localize o centroide (𝑥,
̅ 𝑦̅) da área composta.

2. Localize o centroide (𝑥,


̅ 𝑦̅) da área composta.

̅ = 𝟕𝟓, 𝟎 𝒎𝒎
𝑿
̅ = 𝟓𝟎, 𝟖 𝒎𝒎
𝒚

3. Localize o centroide (𝑥,


̅ 𝑦̅) da área composta.

28
4. Localize o centroide (𝑥,
̅ 𝑦̅) da área composta.

5. Determine as coordenadas do centro de massa do suporte, feito de uma chapa


metálica de espessura constante. A espessura da chapa é desprezível.

29
Equilíbrio do corpo rígido

Objetivos do capítulo

• Desenvolver as equações de equilíbrio para um corpo rígido.

• Introduzir o conceito do diagrama de corpo livre para um corpo rígido.

• Aprender como reduzir um carregamento distribuído simples a uma força


resultante atuando em um local especificado.

• Mostrar como resolver problemas de equilíbrio de corpo rígido usando as


equações de equilíbrio.

30
Equações de equilíbrio da estática - sistema bidimensional

Reações de apoio para corpos rígidos sujeitos a sistemas de forças


bidimensionais.

Como regra geral, temos:


• Se um corpo é impedido de se movimentar em uma determinada direção, então
uma força é desenvolvida no corpo, nessa direção.
• Se a rotação de um corpo é impedida, um momento de binário é exercido sobre
este corpo.

Alguns exemplos de apoio


1) Rolete ou Apoio Móvel. Apresenta apenas uma incógnita. A reação é uma
força que atua perpendicularmente à superfície do ponto de contato.

2) Articulação ou Pino. Apresenta duas incógnitas. As reações são os dois


componentes da força resultante e atuam paralela e perpendicular à
superfície do ponto de contato.

3) Apoio fixo ou engastamento. Apresenta três incógnitas. As reações são os


dois componentes da força resultante que atuam nas direções paralela e
perpendicular à superfície do ponto de contato.

Diagrama de Corpo Livre – Analogia Prática/Teoria

31
Diferentes tipos de conexão e reações de apoio

Tipos de conexão Reação Número de incógnitas


Cabo
Uma incógnita. A reação é uma força que
age para fora do membro, na direção
conhecida do cabo.

Rolete
Uma incógnita. A reação é uma força que
age perpendicular à superfície. No ponto de
contato.

Rolete ou pino confinado em ranhura


lisa
Uma incógnita. A reação é uma força que
age perpendicular a ranhura.

Apoio oscilante
Uma incógnita. A reação é uma força que
age perpendicular à superfície. No ponto de
contato.

Superfície de contato lisa


Uma incógnita. A reação é uma força que
age perpendicular à superfície. No ponto de
contato.
Membro conectado por pino a um anel
sobre haste lisa
Uma incógnita. A reação é uma força que
age perpendicular à barra.

Pino liso ou dobradiça.


Duas incógnitas. As reações são duas
componentes da força

Membro fixo conectado ao colar em


haste fixa
Duas incógnitas. As reações são o
momento de binário e a força que age
perpendicularmente à barra.
Apoio fixo ou engaste
Três incógnitas. As reações são o momento
de binário e as duas componentes de força.

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Exemplo 1. Desenhe o diagrama de corpo livre e determine as componentes
horizontal e vertical da reação sobre a viga, causada pelo pino em B e o apoio oscilante
em A, como mostra a figura. Despreze o peso da viga.

Exemplo 2. O membro mostrado na figura está conectado por um pino em A e apoia-


se em um suporte liso em B. Desenhe o diagrama de corpo livre e determine as
componentes horizontal e vertical da reação no ponto A.

Resp. Ax = 100 N e Ay = 233,2 N

33
3. Desenhe o diagrama de corpo livre e determine as reações de apoio sobre o membro
nos pontos A e B. O colar em A é fixo no membro e pode deslizar verticalmente ao
longo da barra vertical.
Resp. MA=1486,4 N (horário),
Ax = 0 e By = 900N

34
Exercícios
Obs. As respostas estão após as perguntas.

1. Desenhe o diagrama de corpo livre da viga que


suporta a carga de 80 kg e é sustentada por um
pino em A e um cabo que contorna a polia em D e
determine a tração na corda e as componentes
horizontal e vertical no apoio A da viga.

2.
a) Desenhe o diagrama de corpo livre da lança de
guindaste AB, que possui peso de 3,25 kN e um
centro de gravidade em G. O apoio é sustentado
por um pino em A e um cabo em BC. A carga de
6,25 kN é suspensa por um cabo preso em B.

b) Determine as componentes horizontal e


vertical da reação em A e a tração no cabo BC
sobre a lança

3. a) Desenhe o diagrama de corpo


livre do membro ABC que é
sustentado por um anel liso em A,
um rolete em B e uma ligação curta
em CD. b) Determine as reações
normais em A e B e a força na
ligação CD agindo sobre o membro.

4. A lança do guindaste articulado


tem um peso de 625 N e centro de
gravidade em G. Se ele suporta uma
carga de 3000 N, determine a força
que age no pino A e a força no
cilindro hidráulico BC quando a lança
está na posição mostrada.

35
5. A massa de 700 kg é suspensa por um
gancho que se move ao longo de um trilho de
d = 1,7 m até d=3,5m. Determine a força ao
longo da cantoneira conectada por um pino BC
(ligação curta) e a intensidade da força no
pino A como uma função da posição d.

6. Determine as componentes horizontal e


vertical da reação no pino A e a reação do
colar liso B sobre a barra.

7. O cabo do guincho de um
caminhão reboque está sujeito a
uma força T=6 kN quando o cabo
está direcionado em  = 60o.
Determine as intensidades da força
total de atrito do freio F para o
conjunto de rodas traseiras B e as
forças normais totais em ambas as
rodas dianteiras A e ambas as rodas
traseiras B para o equilíbrio. O
caminhão tem uma massa total de 4
Mg e centro de massa em G.

8. A viga horizontal é sustentada por


molas em suas extremidades. Se a
rigidez da mola em A é kA = 5 kN/m,
determine a rigidez necessária da mola
em B para que, se a viga for carregada
com os 800 N, ela permanece na
horizontal. As molas são originalmente
construídas de modo que a viga esteja na
horizontal quando descarregada.

36
9. Se a mola BC está descarregada com
=0o e a alavanca excêntrica atinge sua
posição de equilíbrio quando  = 15o,
determine a força F aplicada
perpendicularmente ao segmento AD e
as componentes horizontal e vertical da
reação no pino A. A mola BC permanece
na posição horizontal em todo o tempo
devido ao rolete em C.

Respostas:
1.

2.

3.

4.
FB = 20,98 kN
Ax= 16,04 kN
Ay = 9,83 kN

37
5.

6.
AY = 3750 N
AX= 4125 N
NB = 4125 N

7.
F= 5,20 kN
NA= 17,3 kN
NB=24,9 kN
8.

9.
F = 50,6 N
AX= 108 N
AY = 48,8 N

38
Carregamento distribuído simples

A intensidade da força resultante é equivalente a soma de todas as forças atuantes no


sistema e, em muitos casos, deve ser calculada por integração, uma vez que existem
infinitas forças atuando sobre o sistema.

A força resultante é igual a área total sob o diagrama de carga.

A localização da linha de ação da força resultante, em relação ao eixo x, pode ser


determinada pela equação de momentos da força resultante e da distribuição de forças
em relação ao ponto O.

A força resultante tem uma linha de ação que passa pelo centróide da área definida
pelo diagrama de carregamento.

39
Exemplo de carregamento distribuído

Exemplo 1. Determine a força resultante e especifique onde ela atua na viga, medindo
a partir do ponto A.

40
Exemplo 2. A viga ACB ao
lado está sujeita aos dois
carregamentos trapezoidais,
sendo que no ponto A o
carregamento é de 4 KN/m,
em C é de 6 KN/m e em B é
de 2kN/m. Na barra também
existe um momento anti-
horário e uma força em B. A
barra é apoiada em A por
um pino e em B por um
rolete.
a) Faça o diagrama de corpo livre.

b) Calcule o valor da força que o rolete aplica na barra, no ponto B.


c) Calcule o valor das reações horizontal e vertical sobre o pino em A.

41
Exemplo 3. Os tijolos sobre a viga e
os apoios na sua base criam o
carregamento distribuído mostrado na
segunda figura. Determine a
intensidade W e a dimensão d do apoio
direito necessário para que a força e o
momento de binário exultantes em
relação ao ponto A do sistema sejam
nulos.

Resp. d = 1,5 m W=175 N/m

42
Exercícios
1. Determine a reações devido ao carregamento distribuído.

2. A viga ABD abaixo está sujeita ao


carregamento constante mostrado, além do
momento anti-horário em B e da força
localizada em D. Ela é apoiada em A por um
pino e, em B, por uma haste leve (massa
desprezível).
a) Faça o diagrama de corpo livre.
b) Calcule o valor da força que a haste leve aplica
na barra AB, no ponto B.
c) Calcule o valor das reações de apoio horizontal
e vertical, aplicadas pelo pino, sobre a barra.

3. Determine as componentes horizontal e vertical da reação no pino A e a força no


cabo BC. Despreze a espessura do membro.

43
7. A prateleira simétrica está
sujeita a uma carga uniforme
de 4 kPa. O apoio é fornecido
por um parafuso (ou pino)
localizado em cada extremidade
A e A’ e por cantoneiras
simétricas apoiadas contra a
parede uniforme em ambos os
lados B e B’. Determine a força
aplicada por cada parafuso na
parede e a força normal em B
para o equilíbrio.

44
8. A estrutura é sustentada pelo membro AB,
que está apoiado sobre o piso liso. Quando
carregada, a distribuição de pressão sobre AB
é linear, como mostra a figura. Determine o
comprimento d do membro AB e a intensidade
W para este caso.

9. Para o carregamento
distribuído. Determine:
a) O módulo e a localização
da força resultante
equivalente.
b) As reações nos
suportes.

10. Determine a reações devido ao carregamento distribuído

11. A barra AB repousa sobre o solo, que exerce um carregamento distribuído de


baixo para cima. Determine os valores de A e B correspondentes para que ocorra
equilíbrio.

45
Respostas
1.
By= 1360 lb Cy=2360 lb
2.
a)

3.

4.

5.

b)

46
6.
a)

b)

7.

8.

9.

47
10.

11.

48
Análise estrutural - Treliças

Objetivos do capítulo

Mostrar como determinar as forças nos membros de uma treliça usando o


método dos nós e o método das seções.

49
Definição

Denomina-se treliça plana, o conjunto de elementos de construção (barras


redondas, chatas, cantoneiras, I, U, etc.), interligados entre si, sob a forma geométrica
triangular, através de pinos, soldas, rebites, parafusos, que visam formar uma
estrutura rígida, com a finalidade de resistir a esforços normais apenas.
A denominação treliça plana deve-se ao fato de todos os elementos do conjunto
pertencer a um único plano. A sua utilização na prática pode ser observada em pontes,
viadutos, coberturas, guindastes, torres, etc.
A treliça mostrada na Figura a seguir é um exemplo típico de treliça de telhado.
Como esse peso atua no mesmo plano da treliça, as análises das forças desenvolvidas
nos membros da treliça serão bidimensionais.

No caso de uma ponte, o peso no tabuleiro é primeiro transmitido para as longarinas


e para as vigas de piso e, finalmente, para os nós das duas treliças laterais. Assim
como no telhado, as forças na ponte de treliça também são coplanares.

50
Para projetar os membros e as conexões de uma treliça, é necessário primeiro
determinar a força desenvolvida em cada membro quando a treliça está sujeita a um
determinado carregamento. Para isso, faremos duas hipóteses importantes:
• Todas as cargas são aplicadas nos nós.
• Os membros são unidos por pinos lisos.

Devido a esses dois pressupostos, cada membro de treliça


agirá como um membro de duas forças e, portanto, a força
atuando em cada extremidade do membro será direcionada
ao longo do eixo do membro.

Treliça simples

Se os três membros são conectados por pinos em


suas extremidades, eles formam uma treliça
triangular que será rígida.

Quando precisamos encontrar a força em


apenas alguns membros de uma treliça, podemos
analisar a treliça usando o método das seções.
Este método se baseia no princípio de que se uma
treliça está em equilíbrio, então qualquer
segmento dela também está em equilíbrio. Por
exemplo, considere os dois membros de treliça
mostrados no lado esquerdo dessa Figura:
Claramente pode-se ver que membros sob tração
estão sujeitos a forças de tração internas e que
membros sob compressão estão sujeitos a forças
de compressão internas (ao cortar e manter o
equilíbrio)

Dois métodos de dimensionamento podem ser utilizados para as treliças:

• Método dos Nós ou Método de Cremona


• Método de Ritter ou Método das Seções (analíticos e usados com maior frequência)

51
Métodos dos nós ou método de Cremona
Ao usar o método dos nós, sempre comece em um nó que tenha pelo menos
uma força conhecida e, no máximo, duas forças desconhecidas. Desse modo, a
aplicação de ∑ 𝐹𝑥 = 0 e ∑ 𝐹𝑦 = 0 produz duas equações algébricas que podem ser
resolvidas para as duas incógnitas. Ao aplicar essas equações, o sentido correto de
uma força de membro desconhecida pode ser determinado.
O sentido correto da direção de uma força do membro incógnito pode, em muitos
casos, ser determinado ‘por observação’. Em casos mais complexos, o sentido de uma
força do membro incógnito pode ser assumido.
Uma vez que uma força de membro incógnito é encontrada, use sua intensidade e
sentido corretos no diagrama de corpo livre do nó subsequente.

Procedimentos para análise

Desenhe o diagrama de corpo livre de um nó tendo pelo menos uma força conhecida
e no máximo duas forças desconhecidas. (Se esse nó estiver em um dos suportes,
então pode ser necessário primeiro calcular as reações externas no suporte.)

Oriente os eixos x e y de modo que as forças no diagrama de corpo livre possam ser
facilmente decompostas em suas componentes x e y e, depois, aplique as duas
equações de equilíbrio de força de ∑ 𝐹𝑥 = 0 e ∑ 𝐹𝑦 = 0. Resolva para as duas forças de
membro desconhecidas.

Exemplo resolvido
Determine a força em cada membro da treliça e indique se os membros estão sob
tração ou compressão. Considere P1= 4 kN e P2 = 0

52
53
Exemplo 1. Determine a força em cada membro
da treliça mostrada na figura e indique se os
membros estão sob tração ou compressão.

Exemplo 2. Determine a maior carga P que pode ser aplicada na treliça de modo que
nenhum dos membros esteja sujeito a uma força que excede 2 kN em tração ou 1,5
kN em compressão.

54
Exercícios
1. Determine a força em cada membro da treliça. Indique se os membros estão sob
tração ou compressão.

3. Determine a força em cada membro da treliça e diga se os membros estão sob


tração ou compressão. Faça P1 = P2 = 4 kN.

3. Remova a força de 500 lb e, então, determine


a maior força P que pode ser aplicada à treliça de
modo que nenhum dos membros esteja sujeito a
uma força maior que 800 lb em tração ou 600 lb
em compressão.

4. Determine o maior peso P2 que pode ser aplicado à treliça de modo que a força em
qualquer membro não exceda 500 lb (T) e 350 lb (C). Considere P1 = 0

55
5. Determine a maior força P que pode ser aplicada à treliça de modo que nenhum
dos membros esteja sujeito a uma força maior que 2,5 kN em tração ou 2 kN em
compressão.

6. A treliça é fabricada usando membros que têm um peso de 10 lb/ft. Remova as


forças externas da treliça e determine a força em cada membro devido ao peso dos
membros. Indique se os membros estão sob tração ou compressão. Considere que a
força total que atua sobre um nó é a soma da metade do peso de todos os membros
conectados ao nó.

7. A treliça é fabricada usando-se membros


uniformes que têm uma massa de 5 kg/m.
Remova as forças externas da treliça e
determine a força em cada membro devido
ao peso da treliça. Indique se os membros
estão sob tração ou compressão. Considere
que a força total que atua sobre um nó é a
soma da metade do peso de todos os
membros conectados ao nó.

56
8. Um painel está sujeito a uma carga de vento que exerce foças horizontais de 300
lb nos nós B e C de uma das treliças de apoio laterais. Determine a força em cada
membro da treliça e indique se os membros estão sob tração ou compressão.

57
Respostas:
1.

2.

58
3.

4.

59
5.

60
6.

61
7.

62
Método de Ritter ou método das seções
O método das seções é utilizado para se determinar as forças atuantes dentro de um
elemento da treliça. Esse método baseia-se no princípio de que se um corpo está em
equilíbrio, qualquer parte dele também está. O método consiste em seccionar o
elemento que se deseja analisar na treliça e aplicar as equações de equilíbrio na região
seccionada.

Exemplo do uso do método das seções.

O sentido correto de uma força de membro desconhecida pode, em muitos casos, ser
determinado ‘por observação’. Em casos mais complicados, o sentido de uma força de
membro desconhecida pode ser assumido.

Procedimentos para análise - Diagrama de corpo livre

• Decida sobre como ‘cortar’ ou seccionar a treliça através dos membros onde as
forças devem ser determinadas.
• Antes de isolar a seção apropriada, pode ser necessário primeiro determinar as
reações de apoio da treliça.
• Desenhe o diagrama de corpo livre do segmento da treliça seccionada que possui
o menor número de forças agindo.
• Use um dos dois métodos descritos anteriormente para estabelecer o sentido
das forças de membro desconhecidas.

63
Exemplo resolvido
Determine a força nos membros JK, CJ e CD da treliça e indique se os membros estão
sob compressão ou tração.

64
Exemplo 1. Determine a força nos membros GE, GC e BC da treliça mostrada na
figura. Indique se os membros estão sob tração ou compressão.

65
Exemplo 2. Determine a força nos membros LK, KC e CD da treliça Pratt. Indique se
os membros estão sob tração ou compressão.

66
Exercícios
1. A treliça de ponte Howe está sujeita ao
carregamento mostrado. Determine as forças
nos membros HI, HB e BC e indique se os
membros estão sob tração ou compressão.

2. Determine a força nos membros HI, FI e EF da treliça e indique se os membros


estão sob tração ou compressão.

3. Determine a força nos membros CD, CF e FG da treliça Warren. Indique se os


membros estão sob tração ou compressão.

4. Determine a força nos membros ED, EH e GH


da treliça e indique se os membros estão sob
tração ou compressão.

67
5. Determine a força nos membros BG, BC e HG da treliça e indique se os membros
estão sob tração ou compressão.

6. Determine a força nos membros JE e GF da treliça e indique se os membros estão


sob tração ou compressão. Além disso, indique todos os membros de força zero.

7. Determine a força nos membros CD e GF da treliça e indique se os membros


estão sob tração ou compressão. Além disso, indique todos os membros de força
zero.

8. Determine a força nos membros KJ, KC e BC da treliça Howe e indique se os


membros estão sob tração ou compressão.

68
Respostas:

1.

2.

3.

69
4.

5.

70
6.

7.

8.

71
Momentos de inércia

Objetivos do capítulo

Desenvolver um método para determinar o momento de inércia de áreas simples


e compostas.

72
Quantidades chamadas momentos de inércia surgem repetidamente em análises
de problemas de engenharia. Momentos de inércia de áreas são usadas no estudo de
forças distribuídas e em cálculo de flexão de vigas. O momento exercido pela
pressão sobre uma placa plana submersa pode ser expressa em termos do momento
de inércia da área da placa. Em dinâmica, momentos de inércia da massa são usados
no cálculo dos movimentos de rotação dos objetos.

Momento de inércia de área: medida da resistência à flexão de uma viga.


Momento de inércia de massa: medida da inércia (resistência) ao movimento de
rotação de um corpo sólido.

Teorema dos eixos paralelos

Se o momento de uma área em relação a um eixo passa pelo seu centroide, como é o
caso na maioria das vezes, é conveniente determinar o momento de inércia em relação
a um eixo paralelo correspondente, utilizando o teorema dos eixos paralelos. Na
expressão abaixo, 𝐼𝑥′
̅ representa o momento de inércia da área em relação ao eixo
centroide.

73
Raio de giração

Cada raio de giração representa a distância ao eixo ou ponto correspondente na qual


se pode concentrar toda a área da superfície de modo que se tenha o mesmo momento
de inércia.

74
Propriedades geométricas de elementos de área

Momentos de inércia para áreas compostas

Uma área composta consiste de uma série de partes conectadas, tais como
retângulos, triângulos e círculos. Desde que o momento de inércia de cada uma dessas
partes é conhecida ou pode ser determinada em torno de um eixo comum, então o
momento de inércia para a área composta sobre este eixo é igual à soma algébrica
dos momentos de inércia de todas as suas partes.

75
Exemplo resolvido
Determine o momento de inércia da área da seção
transversal da viga T mostrada na em torno do eixo
centroide x'.

Resolução:
A área é subdividida em dois retângulos para determinar a
distância entre o eixo x' e cada eixo centroide, como mostra a
figura. Pela tabela apresentada anteriormente, o momento de
1
inércia de um retângulo em torno de seu eixo centroide é 𝐼 = 12 𝑏ℎ3.
Aplicando o teorema dos eixos paralelos a cada retângulo e
somando os resultados, temos:

Exemplo 1. Determine o momento de inércia


da área mostrada na figura ao lado, em relação
ao eixo x.

Sugestão para a análise:

Resp. 𝑰𝒙 = 𝟏𝟎𝟏 × 𝟏𝟎𝟔 𝒎𝒎𝟒

76
Exemplo 2. Determine os momentos de inércia
para a área da seção transversal do membro
mostrado na figura ao lado, em relação aos
centroides x e y.

Sugestão para a análise:

Resp. 𝑰𝒙 = 𝟐, 𝟗𝟎 × 𝟏𝟎𝟗 𝒎𝒎𝟒


𝑰𝒚 = 𝟓, 𝟔𝟎 × 𝟏𝟎𝟗 𝒎𝒎𝟒

77
Exercícios

1. Determine o momento de inércia da área da


seção transversal da viga em relação aos eixos
centroides x e y.
Resp. 𝑰𝒙 = 𝟑𝟖𝟑 × 𝟏𝟎𝟔 𝒎𝒎𝟒 𝑰𝒚 = 𝟏𝟖𝟑 × 𝟏𝟎𝟔 𝒎𝒎𝟒

2. Determine a distância 𝑦̅ até o centroide da área


da seção transversal da viga; depois ache o
momento de inércia em relação ao eixo 𝑥 ′ .
̅ = 𝟐, 𝟐𝟎 𝒊𝒏 𝑰𝒙′ = 𝟓𝟕, 𝟗 𝒊𝒏𝟒
𝒚

3. Determine o momento de inércia da área da


seção transversal em relação ao eixo x.
𝑰𝒙 = 𝟏𝟓𝟓 𝒊𝒏𝟒

4. Determine o momento de inércia da área da


seção transversal em relação ao eixo y.
𝑰𝒚 = 𝟓𝟒, 𝟕 𝒊𝒏𝟒

5. Determine o momento de inércia da área


composta em relação ao eixo x.

𝑰𝒙 = 𝟕𝟗𝟖 × 𝟏𝟎𝟔 𝒎𝒎𝟒

6. Determine o momento de inércia da área composta em


relação ao eixo x.

Ix = 548 x 106 mm2

78
7. Determine o momento de inércia IX’ da seção. A origem das coordenadas está
no centróide C.

IX’ = 124 x 106 mm2

79
Forças internas
Objetivos do capítulo

Mostrar como obter a força cortante e o momento fletor (cargas internas) ao


longo de um membro e expressar o resultado graficamente, na forma de
diagramas dessa força e desse momento.

Convenção de sinais

A força normal é considerada positiva se criar tração.

Um esforço cortante positivo fará com que o segmento da viga sobre o qual atua,
gire no sentido horário.

Um momento fletor positivo tenderá a curvar o segmento no qual ele atua de


maneira côncava para cima.

80
Resumindo

81
Exemplo 1. Determine a força normal, o esforço cortante e o momento fletor que
atuam à esquerda, ponto B, e a direita, ponto C, da força de 6 kN sobre a viga abaixo

82
Exemplo 2. Determine a força normal, o esforço cortante e o momento fletor em C
da viga.

83
Exemplo 3. Determine a força normal, o esforço cortante e o momento fletor que
atuam no ponto B da estrutura de dois membros.

84
Exercícios

1. Para os casos a seguir, determine a força normal, o esforço cortante e o


momento fletor no ponto C.
a)

b)

c)

d)

e)

f)

85
Respostas

1.

a)

b)

c)

d)

e)

f)

86
Equações e diagramas de esforço cortante e momento
fletor
Vigas são membros estruturais projetados para suportar cargas aplicadas
perpendicularmente aos seus eixos. Em geral são longas e retas, e possuem uma área
da seção transversal constante. O projeto real de uma viga requer um conhecimento
detalhado da variação do esforço cortante interno V e do momento fletor M interno
atuando em cada ponta ao longo do eixo da viga.

Exemplo 1. Construir os diagramas de esforço cortante e de momento fletor para o


eixo mostrado na figura. O apoio em A é um mancal axial e o apoio em C é um mancal
radial.

Os rolamentos axiais, ou rolamentos de empuxo, são projetados para resistir a força na mesma direção que o eixo.
Os rolamentos radiais de esferas são projetados para resistir forças que são perpendiculares à direção do eixo, ou cargas
radiais.

87
Exemplo 2. Construir os diagramas de esforço cortante e momento fletor para a viga.

88
Exercícios
1. Determine os diagramas de esforço cortante e momento fletor para a viga
simplesmente apoiada.

2. Determine os diagramas de esforço cortante e momento fletor para a viga em


balanço.

3. Determine os diagramas de esforço cortante e momento fletor para a viga

89
Respostas
1.

2.

3.

90
Tensão
Introdução
A resistência dos materiais é um ramo d a mecânica que estuda as relações entre as
cargas externas aplicadas
a um corpo deformável e a intensidade das forças internas que agem no interior do
corpo. Esse assunto também envolve o cálculo das deformações do corpo e
proporciona o estudo de sua estabilidade quando sujeito a forças externas.

Desenvolvimento histórico
A origem da resistência dos materiais (ou mecânica dos materiais) remonta ao início
do século XVII, quando Galileu realizou experimentos para estudar os efeitos de cargas
sobre hastes e vigas feitas de diferentes materiais. Entretanto, para a compreensão
adequada desses efeitos, foi necessário fazer descrições experimentais precisas das
propriedades mecânicas dos vários materiais. Os métodos utilizados passaram por
uma notável melhoria no início do século XVIII. Nessa época, foram desenvolvidos
estudos experimentais e teóricos sobre o assunto, principalmente na França, por
cientistas extraordinários, como Saint-Venant, Poisson, Lamé e Navier. Como esses
estudos se baseavam em aplicações da mecânica de corpos materiais, foram
denominados "resistência dos materiais". Nos dias atuais, contudo, em geral são
denominados "mecânica de corpos deformáveis" ou, simplesmente, "mecânica dos
materiais" ou, como é mais comum, "resistência dos materiais".
HIBBELER, R.C. Resistência dos Materiais, 7º Ed. Ed. Pearson.

91
Tensões nos elementos de uma estrutura

Considere a estrutura abaixo.

A estrutura acima foi projetada para suportar uma carga de 30kN. As barras
apresentam as seguintes especificações:

Barra AB com uma seção transversal retangular de 30X50 mm.


Barra BC com uma seção transversal circular com diâmetro de 20 mm.

As duas barras estão conectadas por um pino em B e são suportadas por pinos e
suportes em A e C, respectivamente.

Usando os métodos desenvolvidos até agora, obtemos:


Ax =40 kN
Cx =40 kN
Ay =0
A =40 kN
Cx =40 kN
Cy =30 kN
FAB =40 kN (compressão)
FBC =50 kN (tração)

Esses valores não nos dizem se aquela carga pode ser suportada com segurança. Se
a barra BC, vai suportar ou não essa carga, depende não somente do valor
encontrado para a força interna FBC, mas também da área da seção transversal da
barra e do material do qual ela é feita.

92
A força por unidade de área, ou intensidade das
forças distribuídas sobre uma determinada seção,
é chamada de tensão naquela seção e é
representada pela letra grega (sigma). A tensão
na seção transversal de área A de uma barra
submetida a uma carga axial P, é obtida dividindo-
se o valor da carga P pela área A:
𝑷
𝝈=
𝑨

Se a força normal ou tensão tracionar o elemento


de área A, como mostra a figura, ela será
denominada tensão de tração, ao passo que, se
comprimir, ela será denominada tensão
de compressão.

No Sistema Internacional (SI), sendo P expressa


em newtons (N) e A, em metros quadrados (m2),
a tensão  será expressa em N/m2. Essa unidade
é chamada de pascal (Pa). O pascal é um valor
extremamente pequeno, portanto,
na prática, deverão ser utilizados múltiplos dessa unidade, ou seja, o
quilopascal (kPa), o megapascal (MPa) e o gigapascal (GPa). Temos:

Quando são utilizadas as unidades inglesas, a força P geralmente é expressa em libras


(lb) ou quilolibras (kip) e a área da seção transversal A em polegadas quadradas (in 2).
A tensão  será então expressa em libras por polegada quadrada (psi) ou quilolibras
por polegada quadrada (ksi).

Exemplo de aplicação 1

No caso da estrutura analisada, a barra BC com diâmetro de 20 mm pode suportar


com segurança a carga à qual ela está submetida? O valor da força F BC na barra já foi
calculada como 50 kN. Consideremos que a barra BC seja feita de aço com uma tensão
máxima admissível adm = 165 MPa.

93
Resolução:

Como o valor obtido para  é menor que o valor da tensão admissível do aço utilizado
adm, concluímos que a barra BC pode suportar com segurança a carga à qual ela está
submetida.
A análise da estrutura também deverá incluir a determinação da tensão de compressão
na barra AB, bem como uma investigação das tensões produzidas nos pinos e seus
mancais, entre outras análises.
Exemplo de aplicação 2.
Ainda para a estrutura analisada, vamos supor que será utilizado o alumínio, que tem
uma tensão admissível adm = 100 MPa. Determinar qual o diâmetro da barra de
alumínio.

Resolução:

Como a força na barra BC ainda será P = FBC = 50 kN sob a carga dada, devemos ter
então:

Concluímos que uma barra de alumínio com 26 mm ou mais de diâmetro será


adequada.

94
Carga axial e tensão normal
As forças FBC e F’BC que atuam em suas extremidades B e C estão dirigidas ao longo
do eixo da barra BC. Neste caso, dizemos que a barra está sob carga axial.

Devemos notar também que, na fórmula


𝑃
𝜎=
𝐴
 é obtido dividindo-se a intensidade P da resultante das forças internas distribuídas
sobre a seção transversal pela área A da seção transversal; a tensão  representa,
portanto, o valor médio da tensão sobre a seção transversal e não a tensão em um
ponto específico da seção transversal. Como a força P é normal ao plano da seção, a
tensão correspondente é descrita como tensão normal. Assim, a acima nos dá a
tensão normal em
um elemento sob carga axial:

A distribuição real das tensões em uma


determinada seção é estaticamente
indeterminada. Na prática, consideraremos que a
distribuição das tensões normais em
uma barra sob carga axial é uniforme, exceto nas
vizinhanças imediatas dos pontos de aplicação das
cargas. O valor  da tensão é então igual a méd.

95
No entanto, devemos perceber que, quando assumimos uma distribuição
uniforme das tensões na seção, ou seja, quando assumimos que as forças
internas estão distribuídas uniformemente através da seção, segue-se
que a resultante P das forças internas deve ser aplicada no centroide C
da seção, como mostra a figura abaixo. Isso significa que uma
distribuição uniforme da tensão é possível somente se a linha de ação
das cargas concentradas P e P’ passar através do centroide da seção
considerada.

Exemplo 1. A barra tem largura constante de 35 mm e espessura de 10 mm.


Determine a tensão normal média máxima na barra quando ela é submetida à carga
mostrada.

Solução:

Por inspeção, as forças internas axiais são constantes, mas têm valores diferentes.

Graficamente, o diagrama da força normal é como mostrado abaixo:

Por inspeção, a maior carga é na região BC, onde 𝑃𝐵𝐶 = 30𝑘𝑁

96
Visto que a área da seção transversal da barra é constante, a maior tensão normal
média é

 BC =
PBC
=
( )
30 10 3
= 85,7 MPa (Resposta)
A (0,035 )(0,01)
Exemplo 2. A peça fundida mostrada é feita de aço, cujo
peso específico é 𝛾𝑎ç𝑜 = 80 𝑘𝑁/𝑚3 . Determine a tensão de
compressão média que age nos pontos A e B.

97
Exemplo 3. O elemento AC mostrado na figura está submetido a uma força vertical
de 3 kN. Determine a posição x dessa força de modo que a tensão de compressão
média no apoio liso C seja igual à tensão de tração média na barra AB. A área da seção
transversal da barra é 400 mm2 e a área em C é 650 mm2.

98
Tensão de cisalhamento

Quando forças transversais P e P’ são aplicadas à barra


AB outro tipo de tensão é obtido. Ao passar um corte
na seção transversal C entre os pontos de aplicação
das duas forças, obtemos o diagrama da parte AC
mostrada na figura. Concluímos que devem existir
forças internas no plano da seção e que a resultante
dessas forças é igual a P. Essas forças internas
elementares são chamadas de forças de cisalhamento
e a intensidade P de sua resultante é a força cortante
na seção. Ao dividir a força cortante P pela área A da
seção transversal, obtemos a tensão média de
cisalhamento na seção. Indicando a tensão de
cisalhamento pela letra grega t (tau), temos:

𝑷
𝝉𝒎é𝒅𝒊𝒐 =
𝑨

Nessa expressão,
𝝉𝒎é𝒅𝒊𝒐= tensão de cisalhamento média na seção, que consideramos ser a mesma em
cada ponto localizado na seção
P = força de cisalhamento interna resultante na seção determinada pelas equações de
equilíbrio
A = área na seção

Diferentemente das tensões normais, a distribuição da tensão de cisalhamento por


meio da seção não pode ser considerada uniforme. Em estudos posteriores, será
verificado que o valor real  da tensão de cisalhamento varia de zero na superfície da
barra até um valor máximo máx, que pode ser muito maior que o valor médio méd.

As tensões de cisalhamento são encontradas comumente em parafusos, pinos e


rebites utilizados para conectar vários elementos estruturais e elementos de
máquinas, como mostra afigura abaixo.

99
Considere as duas placas A e B, conectadas por um parafuso CD

Desenhando os diagramas do parafuso e da parte localizada acima do


plano EE, concluímos que a força cortante P na seção é igual a F. A tensão de
cisalhamento média na seção é obtida de acordo com a fórmula

Veja outro caso


No cisalhamento duplo, observando que a força cortante P em cada uma das seções é
P = F/2, concluímos que a tensão média de cisalhamento é

Exemplo 1. A barra mostrada na


Figura 1.24a tem área de seção
transversal quadrada com 40 mm
de profundidade e largura. Se uma
força axial de 800 N for aplicada
ao longo do eixo que passa pelo
centroide da área da seção
transversal da barra, determine a tensão normal média e a tensão de cisalhamento
média que agem no material ao longo do
(a) plano de seção a-a
(b) plano de seção b-b.

100
101
Exemplo 2. O elemento inclinado está submetido a uma força de compressão de
3.000 N. Determine a tensão de compressão média ao longo das áreas de contato
lisas definidas por AB e BC e a tensão de cisalhamento média ao longo do plano
horizontal definido por EDB.

102
Tensão admissível
Um engenheiro responsável pelo projeto de um elemento estrutural ou mecânico deve
restringir a tensão atuante no material a um nível seguro. Para se garantir a
segurança, é preciso escolher uma tensão admissível que restrinja a carga aplicada a
um valor menor do que a carga que o elemento pode suportar totalmente.

Fator de segurança (FS)


Um método para especificação da carga admissível para o projeto ou análise de um
elemento é o uso de um número denominado fator de segurança. O fator de segurança
(FS) é a razão entre a carga de ruptura, Frup , e a carga admissível, Fadm.

103
Projeto de acoplamentos simples

Área da seção transversal de um elemento de tração

Área da seção transversal de um acoplamento submetido a cisalhamento

104
Área exigida para resistir ao apoio

Área exigida para resistir a cisalhamento provocado por carga axial

Exemplo 1. O braço de controle está submetido ao carregamento mostrado na figura


abaixo. Determine, com aproximação de 5 mm, o diâmetro exigido para o pino de aço
em C se a tensão de cisalhamento admissível para o aço for 𝜏𝑎𝑑𝑚 = 55 𝑀𝑃𝑎. Note na
figura que o pino está sujeito a cisalhamento duplo.

105
106
Exemplo 2. A barra rígida AB é sustentada por uma haste de aço AC com 20 mm de
diâmetro e um bloco de alumínio com área de seção transversal de 1.800 mm2. Os
pinos de 18 mm de diâmetro em A e C estão submetidos a cisalhamento simples. Se
a tensão de ruptura do aço e do alumínio forem (𝜎𝑎ç𝑜 ) = 680 𝑀𝑃𝑎 e (𝜎𝑎𝑙𝑢𝑚 )𝑟𝑢𝑝 =
𝑟𝑢𝑝
70 𝑀𝑃𝑎, respectivamente, e a tensão falha para cada pino for de 𝜏𝑟𝑢𝑝 = 900 𝑀𝑃𝑎,
determine a maior carga P que pode ser aplicada à barra. Aplique um fator de
segurança FS = 2.

107
Exercícios
Tensão normal e tensão de cisalhamento

1. O arganéu da âncora suporta uma força de cabo de 3


kN. Se o pino tiver diâmetro de 6 mm, determine a
tensão média de cisalhamento no pino.
τavg = 53,05 Mpa

2. O mancal de encosto está sujeito às cargas mostradas.


Determine a tensão normal média desenvolvida nas seções
transversais que passam pelos pontos B, C e D.

σB = 150.7 kPa σC = 32.5 kPa

3. O eixo está sujeito à força axial de 30 kN.


Se ele passar pelo orifício de 53 mm de
diâmetro no apoio fixo A, determine a
tensão no mancal que age sobre o colar
C. Determine também a tensão de
cisalhamento média que age ao longo da
superfície interna do colar no ponto onde
ele está acoplado ao eixo de 52 mm de
diâmetro.
σb = 48.3MPa τavg = 18.4MPa

108
4. O guindaste é fixado em A e suporta uma
talha de corrente que pode deslocar-se ao
longo da flange inferior da viga, 0,3 m  x 
3,6 m. Se a capacidade de carga nominal
máxima do guindaste for 7,5kN, determine
a tensão normal média máxima na barra BC
de 18 mm de diâmetro e a tensão de
cisalhamento média máxima no pino de 16
mm de diâmetro em B.
τpin = 44,762 MPa σrod = 70,736 MPa

Tensão admissível

5. A junta está presa por dois parafusos.


Determine o diâmetro exigido para os
parafusos se a tensão de ruptura por
cisalhamento para os parafusos for τrup =
350 MPa. Use um fator de segurança para
cisalhamento FS = 2,5.

d = 13.49mm

6. As hastes AB e CD são feitas de aço cuja


tensão de ruptura por tração é σrup = 510
MPa. Usando um fator de segurança FS =
1,75 para tração, determine o menor
diâmetro das hastes de modo que elas
possam suportar a carga mostrada.
Considere que a viga está acoplada por
pinos em A e C.
ϕA = 6,02 mm e ϕB = 5,41 mm

109
7. Determine seu diâmetro d com aproximação de
múltiplos de 5 mm e a espessura exigida h com
aproximação de múltiplos de 5 mm do suporte de
modo que a arruela não penetre ou cisalhe o suporte.
A tensão normal admissível para o parafuso é σadm =
150 MPa e a tensão de cisalhamento admissível para o
material do suporte é τadm = 35 MPa.
d = 15mm d = 10mm

8. Determine as menores dimensões do eixo circular e da


tampa circular se a carga que devem suportar é
P=150 kN. A tensão de tração, a tensão de apoio e a
tensão de cisalhamento admissíveis são (σt)adm = 175
MPa, (σa)adm = 275 MPa e σadm = 115 MPa.
d1 = 44.62mm d3 = 26.35mm t = 15.75mm

110

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