Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Desenho Infantil
Desenho Infantil
626), , __Depois do quinto ano, sobressai o de tal maneira a crianga { Papel do cavalo, que parece fascinar | piel ements due 0 desenha inclusive quando nao ha cavalos no meio | J exicano com sombreiro” esté montado no cavalo de Davi (des 6# ) Seria diffcit caracterizar com maior eloqiéncia a-fisionomia da cara do caval dentadura, as pélpebras inchadas, 0 olho inteligente e a izéncia das orelha a _ Os pés do animal sao fortes e nos recordam os pés ¢ pemas dos homens no de 23 uy, Também neste animal as extremidndes nasoem de propria Yexperiénoia “dos 39 / / \PBS E HS BO & & oe & Oh em ROLE LOLOL OLR RNai Bhpressupostos. endigicos que podemos apreciar no -estrato negro do desenho correspondente ao “nivel da garatuja”. (des. 26) ‘Agora, bem, alguém poderia perguntar’ Que acontece com a reprodugio das coisas técnicas, como por exemplo, 0 automovel, o avitlo & o trem? Nos equivocamos ao crermos que a fascinagio da técnica € 0 interesse em nossos modernos meios de tunsporte motiva a criunga a comegar os correspondentes desenhios. Olhando-o mais de perto, nos damos conta que o carro, o barco, o trem, ow 6 avido nao fazem senflo ampliar ou continuar a visiio da casa: uma casa sobre rodas, luma casa sobre as ondas, ou muitas casas acopladas sobre rodas, dio por resultado nossos modernos meios de transportes ( des.79, 20). Segue enlio 0 processo de incorporar a cor & ilustragao grifica: as composigées de estampas bem formadas podem fascinar-nos em seu desenvolvimento generoso. Com maior freqiiéncia encontramos o trifingulo: a crianga alegre, ou a casa em forma de tenda, em que a crianga pode se sentir bem protegida sob o céu estrelado (des, 83), se acham inteiramente subordinados a lei do Angulo agudo; por isso, a0 retingulo da fase anterior, se Ihe sobrepde um aguilhao triangular (des. 84 ) O desenho de Martim nos mostra a maneira de representar suas idéias na idade de sels anos’ ainda no vai a escola, mas, desde cedo, segundo as narragSes de seu irm&o maior, ja tem sua clara visilo de aula, Assim, Martim nos apresenta sua idéia propria da escola: no lado esquerdo, em cima, ele mesmo vai a caminho da escola; jA chegou ao edificio rodeado de pinus, Ha um relégio - ja tem importancia o tempol - ainda que identifique o tempo com os niimeros a0 contririo e fora do seu ugar. Nas mesas, fila por fila, esto sentados os atentos alunos, cada um com o seu paninho para limpar 0 quadro negro. A professora que lhes explica algo no quadro negro, com sua coroa, se vé como uma rainha Do caminho da escola, ou possivelmente ja do patio da casa, dois bichinhos irfio & aula com ele: um deles sentado na ultima fila com os meninos, com as orelhas atentas, 0 outro, se sentou perto do quadro negro. ( des, 85) Assim como, de um lado, Martim nos mostra graficamente sua idéia de aula, assim, por outro lado, Matias { seis anos) nos conta com palavras de suas peripércias do dia; viu um homem que Ihe chamou a atengdo por seu uniforme colorido. Na mesma noite, fez constar: “se quero, posso ver este homem; entio o ponho diante dos meus olhos...”. Poderia-se definir com maior preciso a indole da imagem mental? A conseqiiéncin do novo estado de consciéncin da erianga em idade escolar, comega a desvanecer 0 impulso espontineo criador pictérico, Os que se entusiasmam pelos desenhos infantis, (ém a triste experiéncia de que vai minguando a intensidade da mensagem infantil. Com 0 passo para o segundo seténio, desvanece a capacidade de reproduzir, sem resisténcia, os proprios processos vitais. Tanto a primeira mudanga morfoldgica, como também a troca dos dentes, pe em evidéncia que 0s provessos que, até agora, “construiam” e diferenciavam 0 ofganismo infantil agora se liberam pare outras tarefas ( ver o suplemento no final deste livro) : 7 As forgas que impulsionavam os desenhos, nos indicavam os passos da ‘ncorporaglo” © da “in-babitaglo”. Como grafia sismografica, vemos surgindo 0 homem concebide come “casa” Repetimos: vimos primeira # fixagdo esbogada ne etapa da garatuja, cheia de dinamica, A casa em suma ja esta consiruida a0 redor dos trés anos, © se manifesta tano no “homem-coluna”, como no circulo ou na cruz Finalmente, vemos a diferenciagaio e a configuragio que termina com a primeira mudanga morfologica. 42é RA RRRRAKKE Ee + peed Etec ere? v © primeiro esbogo para esta construciio de casa parecia puxado por impuisos que tém sua origem fora da figura da erianga, € que, por meio da erianca, imprimem seus sinais na folha de papel. Os processos que guiam o lapis, originam-se cnr diferentes egies de alividades: reconhecemos a expresso do elemento formador, do ritmico-articulado, e 0 volitivo. Nas diferentes fases das etapas primeira (tempora), média e tarda, os eentros de pravidade se eolocam em diferentes lugares, Sreeotes,“niveis de trabalho” determinam a formulagfo, segundo o caso: por exemplo, a reproducio das estruturas morfogenéticas por meio da tinha (ver, 0 capitulo “a fina e © movimento”), ou a criagko partindo do elemento da cor ( ver “da linha a superficie”) e 0 reproduzir de contedidos mentais ilustrativos-objetivos ( ver “do signo ao retrato”) Por etapas, a crianga vai tomando posse da “casa-caixa” e, porisso no aceita nenhuma influéncia em suas atividades, sua visio esta introvertida, os processo vitais ¢ organogénicos (relativo a formagio dos érgios) determinam a mensagem. O passo seguinte (a fase média) tem por conseqiiéncia que © muro se rompa, ¢ tem Togar a primeira orientagao para fora; abrem-se as janelas ¢ a porta, deixando entrar os raios de luz. Junto com a luz penetra a onda das cores, animando a habitagio. E entio quando o elemento ordenddor da ultima fase nasce partindo dos critérios da imaginagho externa. Os desenhos nos ensinam a ver o desenvolvimento infantil como um proceso de miiltiplas metamorfoses. Dentro de uma seqiiéncia continua, observamos tanto os passos intermitentes para a fiente, como também 0 estancamento retardativo, ‘ou inclusive elementos regressivos. Observando determinada etapa do desenvolvimento acompanhada dos “desenhos correspondentes, abre-se para nos a porta ao entendimento da individualidade infantil, Os signos enigmaticos se desvendam, e comegamos a decifrar os hieréglifos. O desenho infantil objetiva os sinais no caminho da antropogénese.POO OCOe ddd dddddde eoes soe0 NOTAS ANTROPOLOGICAS Wolfgang Schad Em 1902, a arqueologia reconheceu a autenticidade das pinturas rupestres da tltima época glacial, descobertas na Espanha 13 anos antes, Poucos anos Japois, em 1910, 0 £uss0 Kandinsky pintou o primero quadro abstrat 8 mls Twas depois, edema pintura da humanidade se encontravam num intervalo de 20 000 gues. Os contemporineos ficaram perplexos: Altamira foi considerada primeiro como reieagdo, &-que produziu a impressfo de ser pintura moderna. Fm troes, dicia-se & Kendingy que sua arte era demasiado primitiva para ser arte Ambos eventos siuarait ear nsciéncia piblica estlos de arte que nfo eram simples imagens, mas que focavamn as fontes do proprio proceso artistico e Entre estes dois eventos, em 1905, a sueca Ellen Key, proclamou 0 sée, XX como “Século da Crianga”, E em seguida descobriu-se que as pinturas infantis tinham categoria de obras artisticas passadas por alto ha milénios, ¢ que, nao bbstante, eram produzidas diariamente, de maneira similar, em todos os continentes Somente agora comegamos a pesat a importancia da terceira novidade que desta forma entrou na consciéncia piblica, Ainda que ja em 1905 o inglés Ebenezer Cooke tenha se ocupado com os desenhos infantis, nfo havia interesse sistematico, © as primeiras exposigdes de desenhos infantis nao comegaram seniio depois da virada -do século. ‘Ao mesmo tempo Rudolf Steiner fandou o estudo antropolégico do homem que nos oferece novos critérios cientificos de juizo, assim como os caminhos priticos para sua aquisigfo, para alcangarmos com toda cautela a compreensio integral dos desenhos infantis. Como se mencionou no principio deste livro, Hanns Strauss se deu conta de que nenhum padrio estético, como queira que se defina, pode ser adequado. E verdade que as mais heterogéneas tendéncias da arte moderna tem proclamado a arte infantil como sua aliada, tem elogiado aqueles elementos da arte infantil que thes serviam de afirmagio de suas proprias intengdes, e a tem qualificado em concordincia. Mas a crianga nfo se interessa, em absoluto, pela estética dos adultos e por suas pretensdes de fazér arte: as criangas nao fazem exposigdes, 0 ato de produgio € tudo, a forma nfo é nada, E a natureza ou é a alma o que aparece no papel? O presente livro da resposta vigorosa. Apesar da grande variedade dos quadros e com todo o respeito a cada individualidade infantil inconfundivel, a abundancia do material revisadd mostra sequéncias temporais que guardam uma relagdo dbvia com o desenvolvimento somatic da ctianga Ocupemo-nos desta relago nas seguintes notas antropologicas (0 homem é um ser de muilas camadas. Mas apesar de sabermos isto, nao sabemos 0 que mantém unidos 0 corpo e a alma , Se solicitamos a ajuda,da andlise cientfica nos inteitamos de que, pese a sua exatidao, a investigagao bioquimica nao esbarra com nenhum elemento animico, € que a introspeceo nfo chega a conhecer o lado natural do homem. Sendo assim, @ ponte ndo pode achar-se nem no fisico nem no psiquico, mas na permuta, numa regio que nfo pertence a nenhum dos dois, nos processor vitais inconscientes que, iranscorrem em nosso organismo de dia € de noite, isto é, na fisiologia propriamente dita. Ela tem a desvantagem metodologica de que a consciéncia comum diurna nao 44