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Carbono Equivalente
Carbono Equivalente
Soldabilidade
1. Importância
Neste caso, o resultado final do processo de união por soldagem impactará, por
exemplo, na integridade da estrutura (peça, conjunto, equipamento, outros), o que
impõe a obrigatoriedade e o desafio na padronização, via códigos/normas, dos
procedimentos de soldagem e dos testes que permitam, efetivamente, a avaliação da
soldabilidade e da robustez da estrutura fabricada (integridade).
Assim, a adoção do carbono equivalente (Ceq), conceito proposto por Dearden e
O`Neill (1940), caracteriza-se como uma interessante e útil ferramenta para a
avaliação da tendência da região soldada em gerar trincas induzidas pelo hidrogênio
(trincas a frio) na região da Zona Termicamente Afeta (ZTA), vizinha a linha de fusão
(Zona de Grãos Grosseiros) - vide figura 2.
Adicionalmente, em função da diversidade de composições químicas das ligas ferrosas
comercias, não há uma única equação do Ceq que cubra todas as faixas possíveis de
observação.
Por fim, a expectativa de se ter um baixo valor de Ceq (melhora na tenacidade, na
resistência à propagação de trinca a frio e um baixo valor de dureza) pode implicar em
problema do surgimento de trinca de solidificação, para concentrações de carbono
inferiores a 0,05% (peso), e, ao mesmo tempo, o uso de operação de pós-aquecimento
(PWHT), para a manutenção da dureza < 22 HRC, pode impactar negativamente sobre
a tenacidade (por exemplo, na redução da resistência à propagação de trinca a frio).
Figura 2. Exemplo típico da localização da nucleação (ZTA, na região da raiz do chanfro)
e da forma de propagação de uma trinca induzida pelo hidrogênio (P. H. Hart, 1999).
2. Conceituação
2.1 Formulações
Inicialmente, a ideia de estudo dos aços consistiu na tentativa de se criar uma relação
numérica, de fácil mensuração, entre o limite de resistência mecânica (UTS) e
composição química (equação 1) para as ligas ferrosas. Neste caso, observa-se que a
equação 1 serviu de inspiração (protótipo) para o desenvolvimento do conceito de
carbono equivalente (Ceq), como descrito na equação 2, e para as demais formulações
decorrentes de estudos posteriores.
Considerações:
A partir das equações propostas por Dearden e O´Neill é possível inferir sobre a
importância da concentração de carbono (composição química), das condições
térmicas impostas, das condições geométricas da estrutura, do consumível
empregado (eletrodo/vareta) e do hidrogênio residual nas as características mecânicas
(por exemplo, dureza limite) e metalúrgicas do substrato (por exemplo, possíveis fases
presentes).
Para a área da soldagem, a região de interesse (dureza crítica "limite" x tendência à
formação de trinca induzida pelo hidrogênio) situa-se na ZTA, especificamente na sub-
região de grãos grosseiros (vizinhança da linha de fusão).
Por exemplo, a adoção do Ceq-IIW é recomendada pela norma API 5L para C > 0,12% (%
em peso) e sua utilização, também, recai para o aço-carbono comum e para o aço ao
manganês.
Onde:
T0 - temperatura de pré-aquecimento
Pc = C + Si/30 + Mn/20 + Cu/20 + Ni/60 + Cr/20 + Mo/15 + V/10 + 5B + t/600 + H/60
(equação 6a)
Pc - Parâmetro de trinca
t - espessura da chapa
H - hidrogênio residual (difundido no substrato)
P - Parâmetro
C - Carbono
M - Material
Observação:
Como o PCM avalia o comprimento da trinca gerada tanto na ZTA quanto no Metal de
Solda (MS), isso pode "mascarar" a tendência do surgimento da trinca na ZTA?
b) Faixa 2
0,4 < Ceq < 0,5 (razoável soldabilidade) – necessário o uso de pré-aquecimento (T0)
c) Faixa 3
Ceq > 0,5 (baixa soldabilidade) – necessário o uso das temperaturas de pré-
aquecimento (T0), interpasses (Tint) e de pós-aquecimento (Tpós)