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Estudo Sobre o Assoreamento em Reservatórios TCC PDF
Estudo Sobre o Assoreamento em Reservatórios TCC PDF
Campo Grande
2020
TALITA ARAUJO CAMPOS
Campo Grande
2020
TALITA ARAUJO CAMPOS
BANCA EXAMINADORA
RESUMO
ABSTRACT
The reservoirs, regardless of their purpose, orientation, size and particularities of op-
eration, are destined to have their storage capacity partially or totally saturated by sed-
iments, triggering the silting process. The silting up in reservoirs portrays a conse-
quence of the decrease in the natural speed of the watercourse as a result of the dam-
ming, resulting in the deposition of materials that are not loaded. Depending on the
location of the deposition, floods can occur upstream/downstream of the reservoir, in
addition to erosion of river banks and soil in general, due to the change in the flow
regime and the reduction of sediments. This deposition comes from erosive processes
caused by several factors such as wind, water, chemical and physical methods, human
intervention, that is, aspects that fragment the soil and rocks, generating sediments
that are loaded and deposited in areas below the relief. The deposition and emission
of sediments inside a reservoir are related to several factors such as: slope of flow, the
geometry of the reservoir, the way it is handled, the mineral properties of fine particles
and the chemical characteristics of the waters. The work had as general objective, to
describe the existing techniques in order to minimize the silting process in reservoirs.
A bibliographic and descriptive review was carried out. It was concluded that the ob-
served environmental impacts have a direct influence on the reservoirs and may inten-
sify over time, thus requiring mitigation actions to control the quality of the reservoir,
such as: the reconstruction of riparian forests and the recovery of areas degraded by
solid waste.
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 8
2 PRODUÇÃO DE SEDIMENTOS E ASSOREAMENTO EM
RESERVATÓRIOS .................................................................................... 10
3 IMPACTOS AMBIENTAIS E PARTICULARIDADES DO
ASSOREAMENTO .................................................................................... 15
4 AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO DO ASSOREAMENTO ................... 22
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................... 28
REFERÊNCIAS.................................................................................................... 29
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1 INTRODUÇÃO
(córregos, afluentes do rio principal), entre outros. A extração de materiais dos rios
incide em efeitos imediatos na dinâmica fluvial, uma vez que ocasiona mudanças nos
padrões ligados ao fluxo de sedimentos, bem como o seu transporte. Essas
modificações no canal do corpo hídrico podem ser propagadas na porção a jusante e
a montante, impactando negativamente os ecossistemas aquáticos e alterando os
parâmetros físicos e químicos da água (nutrientes, materiais sólidos em suspensão)
(OLIVEIRA; MELLO, 2016).
Observam-se, no Brasil, perdas de solos superiores a 20 toneladas por hectare,
por ano. Isto equivale à retirada de quatro caminhões de terra de cada hectare,
anualmente. Perde-se, assim, o que há de mais precioso nos solos, que é sua camada
superficial, onde se encontra a maior parte dos nutrientes. Mesmo os solos
originalmente férteis, como as lendárias “terras roxas”, se manejados incorretamente,
serão degradados em menos de uma geração. As baixas produtividades e os
prejuízos são as etapas seguintes do processo, cujas consequências finais serão
sentidas nos grandes centros urbanos, destino da maior parte dos deserdados da terra
(MORAES; JORDÃO, 2002).
Os prejuízos do processo erosivo extrapolam a fronteira, levando o sedimento
aos cursos d’água, particularmente o mais grosseiro (areia), que irá preencher as
calhas dos rios e o fundo dos lagos e reservatórios. Depois, na época das chuvas, o
escoamento dos rios, que originalmente não causa problemas, se eleva a níveis de
enchentes, pois o sedimento está ocupando sua calha natural. O tratamento dos
efeitos é mais eficaz do que cuidar das causas. O caso do assoreamento não é
diferente. Como ele é apenas o efeito final do processo de erosão e degradação
generalizada na bacia, os melhores resultados (e os mais duradouros) são obtidos por
meio de ações conservacionistas integradas na mesma (MORAES; JORDÃO, 2002).
Cabral (2005) apresenta algumas orientações para o controle do assoreamento
de reservatórios como: informar-se sobre o local da formação de sedimentos; da
deposição dele; e tentar realizar o controle da deposição. O processo de
assoreamento pode ser monitorado e diminuído através de três parâmetros: redução
da quantidade final de sedimentos que penetra no reservatório através da contenção
da erosão da bacia e da retenção de sedimentos; retirada dos sedimentos de forma
mecânica como, por exemplo, a dragagem e; passagem do escoamento saturado de
sedimentos através do reservatório e posterior liberação por descarga de fundo
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situada na barragem.
Conforme a sua localização no reservatório, os depósitos são geralmente
classificados como (CABRAL, 2005):
• Depósito de remanso: formados pelos materiais de maior granulometria, como
os seixos, que se depositam no final do remanso, ligeiramente acima do nível máximo
do reservatório. Na teoria esses depósitos podem progredir tanto para dentro do lago
como para montante, já que o crescimento do depósito implica na extensão do efeito
de remanso. Esse crescimento será limitado, à medida que o escoamento ajusta seu
canal através dos depósitos, atingindo uma relação largura - profundidade ótima seja
pela eliminação dos meandros, ou pela variação da forma do fundo. Os impactos deste
tipo de depósito são as enchentes a montante;
• Deltas: a formação do delta é condicionada pela variação do nível d’água.
Possui partículas do tamanho de areia ou maiores, que geralmente se depositam logo
que o escoamento penetra o reservatório. Este tipo de depósito reduz gradualmente
a capacidade útil do reservatório;
• Depósito de fundo ou leito: reduzem o volume morto do lago com as partículas
de silte e argila que são geralmente transportadas para jusante dos deltas e se
depositam no trecho mais baixo do reservatório. A forma desses depósitos depende
principalmente das características minerais das argilas e das características químicas
da água.
Outros depósitos citados pelos autores supracitados são os depósitos de
margem (overbank), que são provocados pela deposição dos sedimentos trazidos
pela água e pelo vento e; os depósitos de várzea ou de planície de inundação, que
são produzidos pelas enchentes, ocorrendo ao longo do curso d’água e do
reservatório, formado por sedimentos finos e grossos (CABRAL, 2005).
As medidas corretivas e preventivas do assoreamento necessitam de
pesquisas específicas, que levem em consideração a dinâmica sedimentar desde as
áreas fonte até as áreas de deposição. Tais pesquisas devem considerar amostragens
diretas (conseguidas por draga e piston core) e indiretas, através de dados geofísicos
e ensaios laboratoriais, além da caracterização qualitativa e quantitativa dos
depósitos. As medidas preventivas pressupõem o controle e a prevenção da erosão
nas áreas de produção de sedimentos e a corretiva, pressupõe-se a dragagens,
aproveitamento mineral dos depósitos e obras hidráulicas específicas (GÓES FILHO,
20
2004).
No método de dragagem hidráulica, as dragas hidráulicas se diferenciam das
mecânicas em seu mecanismo que, ao invés de escavar o material, usa bombas de
dragagem que fazem a sucção e bombeamento do material sedimentado. A partir de
uma diferença de pressão, a bomba forma vácuo na entrada da tubulação de sucção
e faz com que a pressão da coluna de água force a entrada do sedimento a ser sugado
pela draga. As dragas hidráulicas são mais eficientes, versáteis e econômicas. Por
terem dimensões menores, elas são indicadas para locais de difícil acesso. Após a
sucção dos sedimentos, esses são dispostos em uma cisterna, que é responsável
pela separação do material mais pesado da água (GÓES FILHO, 2004).
A areia retirada é depositada no fundo da cisterna e, a partir de vertedores na
região superior, a água sugada no processo é devolvida para o meio. As cisternas
cheias, então, são enviadas para a disposição final do sedimento retirado. Devem ser
realizadas análises do material retirado do fundo do reservatório, visando sua correta
destinação final de acordo com a norma Resolução n° 344/2004 do CONAMA,
responsável pelas diretrizes e procedimentos de avaliação e disposição final do
material dragado (GÓES FILHO, 2004).
Mesmo quando não se observam volumes significativos de depósitos dentro da
porção útil do reservatório, o assoreamento passa por mais dois problemas principais:
a impossibilidade de operação de comportas de órgãos de adução e descarga, devido
ao acúmulo de material junto à barragem; e o prolongamento do efeito de remanso,
com a consequente elevação de níveis de enchente a montante, devido a depósitos
de material grosseiro na entrada do reservatório, uma vez que o prolongamento de
remanso implica na perda efetiva de capacidade útil (CABRAL, 2005).
Também é bem frequente ocorrer em áreas de remanso de lagos e
reservatórios, a forma de deltas arenosos, que contribuem com a retenção dos
sedimentos vindos de montante. Os materiais argilosos são transportados mais
facilmente para o interior dos lagos, sendo os primeiros a atingirem a tomada d'água
nos reservatórios (CABRAL, 2005).
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líquido e atinge o fundo submerso, reflete e retorna para a superfície, onde é captado
por um receptor (CARVALHO, 2008).
O levantamento batimétrico é uma ação de um levantamento hidrográfico e tem
a finalidade de calcular a profundidade do fundo submarino, rios, córregos, lagos
artificiais e naturais, aliando com a sua posição espacial. Na coleta de informações
são empregados ecobatímetros, sonares de varredura lateral, perfilamento a laser,
imagens de satélites, entre outros (KUWAJIMA, 2012).
Os levantamentos batimétricos também possuem o intuito de medir o volume
de reservatórios de águas artificiais. Através de séries temporais de informações é
possível conseguir o volume assoreado, confrontando com os Modelos Digitais do
Terreno (MDT). Esta comparação pode ser realizada utilizando dados obtidos
inicialmente, antes do preenchimento do reservatório, e um levantamento batimétrico
realizado após a formação do lago, ou comparando duas campanhas batimétricas
realizadas em diferentes momentos após o preenchimento do lago. A coleta de dados
envolve as fases: planejamento do recobrimento batimétrico, levantamento de campo,
processamento dos dados e elaboração de mapas digitais, geração de curvas cota
área e cota volume, e MDT (KUWAJIMA, 2012).
Os principais objetivos de um levantamento batimétrico, com intuito de avaliar
o assoreamento são: Determinação do volume de água do reservatório na época do
levantamento; Determinação da área do espelho d’água na época do levantamento;
Obtenção das curvas cota x área x volume para época do levantamento;
Determinação da geometria do leito; Análise dos sedimentos acumulados;
Monitoramento temporal do sedimento assoreado, através da comparação de
levantamentos realizados em épocas distintas; Cálculo da capacidade de retenção de
sedimentos; Outros (PEDROTE, 2018).
A ANA (2013) recomenda que seja instalada na área de execução do
levantamento batimétrico pelo menos uma seção de réguas linimétricas, e no mínimo
uma Referência de Nível (RN) vinculada a esta seção. A quantidade de réguas
depende da declividade do espelho d’água do lago. Como alternativa para redução
das quantidades de seções de réguas linimétricas podem ser utilizadas as
coordenadas altimétricas obtidas pelo Real Time Kinematic (RTK) instalado no barco
em movimento.
Ecobatímetro: os ecobatímetros podem ser classificados pela frequência em
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ANA (Agência Nacional de Águas). Orientações para atualização das curvas cota
x área x volume. Brasília: Superintendência de Gestão da Rede
Hidrometeorológica, 2013.
LIMA, V. C.; LIMA, M. R.; MELO, V. F. O solo no meio ambiente: abordagem para
professores do ensino fundamental e médio e alunos do ensino médio. Curitiba:
Departamento de Solos e Engenharia Agrícola, Universidade Federal do Paraná,
2007
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