Você está na página 1de 13
mare sta académica eletronica IMPORTANCIA DA ESTATISTICA PARA A LOGISTICA Oldecir Fernandes de Oliveira e Silva Faculdade Sumaré ofos@ig.com.br S sumere Revista Académica Eletrénica Sumaré 1" edigao - ano 2014 RESUMO: A Estatistica € importante para todas as dreas académicas. Auxilia de modo direto nas demonstragdes em niveis quantitativos e qualitativos. E uma ferramenta cujo objetivo essencial esta em passar informagdes de maneira simples ¢ objetiva, causando ripida absorgao por parte dos alunos. Dentro do mundo logistico os especialistas usam estatistica para identificar lotes de compra, grificos de controle do material, entre outros modelos de previsio. Conhecimentos de Matematica e Estatisticas sfo elementares no curriculo dos bons profissionais de logistica sendo de primordial importancia o seu ensino para se bem buscar decisdes corretas cabiveis no processo logistico Palavras Chave: Estatistica, Logistica, Historico de Estatistica e Logistica, Conceituagdes. INTRODUCAO Este artigo tem como objetivo mostrar a Estatistica como um instrumento didatico que os Professores podem utilizar nas aulas de logistica nos Cursos Superiores de Tecnologia em Logistica tendo em vista que, costumeiramente, os Docentes dessa disciplina sio questionados pelos alunos a respeito da razio de seu estudo como matéria curricular. Sabemos que uma aula de logistica toma-se interessante na medida em que os alunos percebem 0 sentido do conhecimento a ser construido, o que torma fundamental os alunos identificarem a relevancia da disciplina para sua formacao. Ao incentivar o uso da Estatistica como instrumento didatico para as aulas no Ensino da Logistica procuraremos contribuir com o trabalho do Docente dessa disciplina e auxilié-lo no sentido de tornar essa disciplina mais significativa aos estudantes. Dentro do mundo logistico os especialistas usam estatistica para identificar lotes de compra, grificos de controle do material, entre outros modelos de previso. Os conhecimentos de Matematica e Estatisticas so elementares no curtis culo dos bons profissionais de Logistica e, em sala de aula, podemos tomar as aulas de logistica bastante dindmicas, pois ela possui uma linguagem visual, representada em grificos ou tabelas e, evidentemente, mais imediata, podendo facilitar a identificagio e diagnéstico das questdes logisticas. No decorrer do artigo veremos como a Estatistica se desenvolveu e passou a ser utilizada pela Logistica. Apresentaremos, inicialmente, os aspectos mais importantes a respeito do surgimento da Estatistica e sua conceituagaio. Num segundo momento, destacaremos © surgimento da Logistica, sua definisio, ppara ent, abordarmos sobre a importancia da Estatistica sobre a Logistica e a necessidade de Revista Académica Eletrénica Sumaré 11 edigao - ano 2014 3 seu estudo face a que, nos dias de hoje, a Estatistica tornou-se uma ferramenta indispensavel para qualquer profissional que necessita analisar informagdes em suas tomadas de decisdes didrias, seja no seu trabalho ow na sua vida pessoal, 1. ESTATISTICA: INTRODUCAO Atualmente, vivemos no mundo rodeados por uma quantidade enorme de informacdes & nao podemos deixar de pensar o quanto a Estatistica nos ¢ ttil e 0 quanto esta ciéncia vem configurando-se como uma das competéncias mais importantes para quem precisa tomar decisées sendo seu estudo relacionado as situagdes que envolvem planejamento, coleta de dados, organizacao de informagdes, anélise das informagdes coletadas, interpretagao e divulgacao de forma clara e objetiva. Integrada no campo das Ciéncias Exatas, tem uma estreita relagdo com a Matematica, entretanto, essa relagdo nao apresenta consenso na literatura, Hi quem considere a Estatistica como um ramo da Matematica e outros a consideram uma cigncia independente, mas que usa a Matematica como ferramenta, portanto, conclui-se nao ser tarefa facil saber quando se originov a histéria da Estatistica ou de qualquer ramo do conhecimento. LA. Historico da Estatistica A origem etimolégica da palavra Estatistica vem do vocabulo Latino “status” que significa “estado” e do vocabulo latino “sticas” que significa “contagem”. Assim sendo, “estatisticas”, em sua origem, significa contagem do estado. Desde remota antiguidade, os governos tém se interessado por informacdes sobre suas populagdes e riquezas, tendo em vista, principalmente, fins militares e tributarios. O registro de informacées perde-se no tempo. “A Estatistica constitui a ciéncia dos dados” (MOORE, 2000). O autor acrescenta ainda que’ fo podemos escapar dos dados, assim como nao podemos evitar o uso de palavras. Tal como palavras os dados nto ce interpretam a si mesmos, mas devem ser lides com entendimento. Da mesma maneira que um escritor pode dispor as palavras em argumentos convincentes ou frases sem sentido, assim também os dades podem ser ‘convincentes, engauosos ou simplesmente indcuos. A instrugdo numérica, a capacidade de acompanhar € compreender argumentos baseadas em dados, ¢ importante para ‘qualquer um de nés. O estudo da estatistica é parte essencial de uma formagao sélida.” Revista Académica Eletrénica Sumaré 11 edigao - ano 2014 4 Embora esteja associada ao crescimento e ao avango tecnolégico, sua utilizagio ¢ reconhecida a milhares de anos. Para responder ao desenvolvimento social, surgiram as primeiras técnicas estatisticas. Muitos anos antes de Cristo as necessidades que exigiam 0 conhecimento numérico comegaram a surgir, pois, contar e recensear sempre foi uma preocupagio em todas as culturas. O primeiro dado estatistico disponivel foi o de registros egipcios de presos de guerra datado de 5.000a.C.; em 3.000 a.C. existem também registros egipcios da falta de mao-de-obra relacionada 4 construgo de piramides. No ano de 2.238 a.C. 0 Imperador da China, Yao, ordenou que fosse feito 0 primeiro recenseamento com fins agricolas e comerciais (BAYER et al., 2009). No ano 1.400 a.C., Ramsés II, mandou realizar um levantamento das terras do Egito. Em 600 a.C. no Egito todos os individuos tinham que declarar todos os anos ao governo de sua provincia a sua profissdo e suas fontes de rendimento, caso nao a fi essem seria declarada a pena de morte. De registros estatisticos se utilizaram também as civilizagdes pré-colombianas dos maias, astecas e incas, conforme pesquisas arqueoligicas de Meméria (2004). Segundo Lopes ¢ Meireles (2005), 0s romanos registravam, por exemplo, os nascimentos ¢ as mortes com o objetivo de taxagao e cobranga de impostos, como também para 0 censo do mimero de homens aptos a guerrear. Contar e recensear, a0 longo da Historia, configura-se como uma preocupagio ¢ interesse face ao desenvolvimento econdmico. Com o avanco das necessidades estatisticas havia também o interesse na estruturagfo do. seu aprendizado. Com o Renascimento, foi despertado o interesse pela coleta de dados estatisticos, principalmente, por suas aplicagdes na administragao piblica. A obra pioneiza de Francesco Sansovini (1521 — 1586), representante da orientacio descritiva dos estatisticos italianos, publicada em 1561, é um exemplo dessa época. Deve ser mencionado, ainda, 0 reconhecimento por parte da Igreja Catélica Romana da importéncia dos registros de batismos, casamentos e Obitos, tomados compulsérios a partir do Concilio de Trento (1545 — 1563). O Ensino da Estatistica, como estudo da ciéneia do Estado, na realidade, comegou a partir do século XVIIL Desse momento em diante, a Estatistica comecou a caminhar para a ciéncia que conhecemos hoje em dia, Temos o surgimento de duas Escolas, uma na Alemanha e outra na Inglaterra, A Escola Descritiva Alema, assim como ficou conhecida, afastou-se das ideias que fundamentaram a Estatistica Modema. Somente entre 1748 € 1749, coube ao Professor alemio Gottfiied Achenwall (1719-1772) da Universidade de Gottingen, o registro em seu livro “Introdugao 4 Ciéneia Politica” da palavra alema statistik, que vem de status (LOPES e MEIRELES, 2005, p. 2). Os alemies ampliaram os estudos com melhor sistematizacéo e definicao da orientacdo Revista Académica Eletrénica Sumaré 11 edigao - ano 2014 5 descritiva da Estatistica sendo que a palavra utilizada na Escola Alem denotava apenas 0 método utilizado nos estudos dedicados & descrigao dos estados politicos e, se alguma informagio numérica aparecia nesses registros era somente por acaso on conveniéncia. A Escola Inglesa, “Escola de Aritméticos Politicos”, preocupava-se com 0 estudo numérico dos fendmenos sociais e politicos. Dessa Escola Inglesa surgiram dois Estatisticos importantes para 0 desenvolvimento da Estatistica Modema, sendo eles, John Graunt (1620-1674) e William Petty (1623-1687). O trabalho desenvolvido por John Graunt (Seneta e Heyde, 2001) constituiu a base da Estatistica Moderna. Graunt estudou a mortalidade da cidade de Londres ¢ as incidéncias das causas naturais, sociais e politicas nesse fenémeno. Por meio das Tabuas de Mortalidade realizadas na altura da peste na cidade de Londres, Graunt fez uma anilise exaustiva do mimero de pessoas que morriam de virias doengas e estimou 0 nimero de nascimentos de homens mulheres, Foi a primeira pessoa a fazer observagdes entre sexos e mostrou que nasciam mais homens que mulheres e que por cada 100 pessoas nascidas, trinta e seis morriam aos seis anos & sete sobreviviam até aos setenta anos. Graunt publicou a sua obra Natural and Political Observation Made Upon The Bills of Mortality em 1662, a qual deu um grande impulso anélise quantitativa dos fendmenos sociais ¢ ao desenvolvimento das Estatisticas Demogrificas. O trabalho realizado por John Graunt chamou a atencao de Carlos III, Rei de Inglaterra, que propés a Grauat ser socio fundador da Royal Society. William Petty trabalhou em conjunto com John Grauat durante trés anos e, também ele, pode ser considerado como um impulsionador da Estatistica Modema. Em 1756, a Alemanha ea Inglaterra criaram o primeiro organismo oficial de Estatistica. Na Franca, em 1784, Necker, props a criagdo de um Bureau Central de Pesquisa e Ensino, “enearregado de recolher todas as informagdes de ordem econdmiea, social e demogrifica”. Um pouco antes de 1800, Frangois de ‘Neufchéteau, langou as premissas de um servigo desenvolvido de estatistica, sobretudo com a criagdo de uma cadeiza de estatistica no Collége de France, Seu projeto se concretizou sem ele em 1800, o novo ministro do interior, Lucien Bonaparte, criou o Bureau de Statistique, ligado a0 seu ministério. © século XIX foi, incontestavelmente, © século da difusio da técnica estatistica e das estatisticas. Ele foi também o século da instauragio da realizagdo regular de congressos internacionais de estatistica, ambos a cada quatro anos a partir de 1853, destinados a organizar, metodicamente, a coleta das observagées cientificas: as administracdes nacionais especializadas Revista Académica Eletrénica Sumaré 11 edigao - ano 2014 6 estavam ali presentes e, pouco a pouco, se constituiu uma rede internacional de estatisticos e de estatisticas. Esses congressos, ainda que perturbados pela guerra franco-prussiana, chegaram em 1885 a criagao do Institut International de Statistique (ISS). Em conclusto temos que na sua origem, a Estatistica, estava ligada ao Estado, Hoje, ntio s6 se mantém essa ligacdo, como todos os estados-nagdes ¢ a sociedade em geral dependem cada vez mais dela por isso, em todos os estados-nagées existe um Departamento ou Instituto Nacional de Estatistica. Na atualidade, a Estatistica ja nfo se limita apenas ao estudo da Demografia e da Economia. O seu campo de aplicacao alargou-se 4 andlise de dados em Biologia, Medicina, Fisica, Psicologia, Indiistria, Comércio, Meteorologia, Educacio, etc. No Brasil, s6 se pode falar, realmente, sobre estatistica a partir do Império, quando foi realizado o primeiro censo, em 1872, e mais precisamente com a fundaciio do IBGE em 1936 em que os levantamentos estatisticos ganharam regularidade e mais apoio do Estado. Antes disso, no periodo colonial, a Coroa Portuguesa era quem determinava os levantamentos populacionais, realizados precariamente, com 0 objetivo maior de “conhecer a populagao livre e adulta apta a ser usada na defesa do territério” 1.2. Estatistica: definigdes Concemente a conceituacio de Estatistica temos, conforme Crespo (2002), que “A Estatistica € uma parte da Matematica Aplicada que fornece métodos para a coleta, organizaciio, descricao, andlise interpretagao de dados e para a utilizaco dos mesmos na tomada de decisbes.” Quando Crespo apresenta tal definicfo ele divide a Estatistica em dois campos: 0 da Estatistica Descritiva que se encarrega da coleta, da organizacao e da descri¢ao dos dadas e o da Estatistica Indutiva ou Inferencial, que cuida da anilise e interpretagdo dos dados. Tais campos, juntamente com a Probabilidade que cuida de analisar situagdes que envolvem 0 acaso, vao se entrelagar e constituir a Cigneia Estatistiea. Definida por Costa Neto (1977) “como a ciéncia que se preocupa com a organizagio, descricdo, anzilise e interpretagio de dados experimentais ¢ por este motivo tem aplicago em quase todas as atividades humanas”. J4 Karmel e Polasek (1970) dizem que a “‘Estatistica’ trata da coleta, apresentagio, descrigaio e anilise de dados mensuriveis numericamente”. Falam, ainda, que a palavra “estatistica” &, algumas vezes, utilizada como significado de dados, como quando falamos de “estatistica da renda nacional” ou “estatisticas vVitais”, mas também é usada para referéncia a todo o campo do qual as estatisticas, no sentido Revista Académica Eletrénica Sumaré 11 edigao - ano 2014 7 restrito de dados estatisticos que ¢ 0 objeto. Segundo a Escola Nacional de Cigucias Estatisticas "o que modernamente se conhece como Cigneias Estatistieas, ou simplesmente Estatistica, ¢ um conjunto de técnicas © métodos de pesquisa que entre outros tépicos envolve o plangjamanto do exparimento a ser realizado, a coleta qualificada dos dados, a inferéncia, 0 processamento, a anélise e a disseminagio das informagdes. O desenvolvimento e © aperfeigoamento de técnicas estatistieas de obtengio e anilise de informagbes pennite o controle © 0 estudo adequado de fendmenos, fatos, eventos & ‘ocorténcias em diversas dreas do conhecimento. A Estatistica tem por objetive fomecer iétodos e técnicas para lidarmos, racionalmente, com simagdes sujeitas a incertezas.” Dos conceitos apontados, vemos que a Estatistica tem um campo de aplicagao muito amplo, mas os seus principios basicos ¢ a sua pratica independem do campo onde é aplicada, E uma ferramenta, ou método, que nos ajtida a interpretar e analisar grandes conjuntos de mimeros. E uma ciéncia importante, util e com um escopo abrangente de aplicagSes em Negocios, Administracao, Politica, Fisica e Cigucias Sociais que permite organizar a geragio de dados sua transformagio em informago sendo, portanto, a Cigncia da anilise de dados que nos diz como os dados podem ser recolhidos, organizados, analisados e como podem ser retiradas conclusdes corretas a partir desses dads. 2. LOGISTICA As diversas atividades desempenhadas com 0 objetivo comum de administrar 0 tempo. os custos e a disponibilidade de bens e servicos recebem a denominacao de Logistica. Tais atividades so também praticadas pelas indiistrias, e, até mesmo, pelas pessoas em seu préprio cotidiano, Nas empresas, de um modo geral, a utilizagao eficiente dos instrumentos logisticos proporciona um diferencial competitive as mesmas. 2.1, Historia da Logistica A palavra logistica & de origem francesa, O conceito existe desde a década de quarenta, quando foi utilizada pela primeira vez, pelas Forgas Armadas Norte-Americanas, durante a segunda Guerra Mundial para o processo de fornecimento e aquisigao de materiais. No periodo que antecede a década de cinguenta, as empresas dividiam as atividades chaves da Logistica entre diversas areas. Nesse contexto o transporte ficava sob o comando da geréncia de produsao, Revista Académica Eletrénica Sumaré 11 edigao - ano 2014 8 os estoques sob o comando de Marketing e com isso exam causados diversos conflitos de objetivos e responsabilidades. Em meados de 1945, algumas empresas definiram que o transporte ¢ armazenagem de produtos acabados, ficariam sob as responsabilidades de um departamento especifico. Entretanto e, especificamente, foi entre a década de cinquenta e setenta, que houve a explosio da teoria e pritica da Logistica nas empresas. Com o desenvolvimento da dvea de Marketing, as empresas mudaram seu foco de produc para © consumider. Apés 1950 ocorreram varias mudancas como: gosto do consumidor e maiores variedades de mercadorias. Ainda nesse periodo as empresas percebem que no ha vantagem em manter estoque, visto que 0 custo é bastante alto, entao, resolve transferir a responsabilidade para o seu fornecedor, fazendo com que haja entregas frequentes. Na década de setenta, a logistica jé se propagou e varias empresas passaram a adoté-las, porém, algumas ainda preocupavam-se com os Incros e esqueci um-se dos custos. Em virtude das diversas crises ocorridas no periodo, as empresas passaram a se preocupar com a gestio de suprimentos. A partir de 1980, surge logistica integrada, que evoluiu bastante nos quinze anos seguintes, devido 4 revolugao da tecnologia da informagio. Apés 1990, a logistica ¢ entendida como junio da administragio de materiais distribuigio fisica. © grande crescimento da logistica no Brasil se deu devido a diversos fatores, tais como: custos elevados, mudangas no mercado e aparecimento de sistema como Just in time & kanban, Hoje, a procura pelos conceitos logisticos esta cada vez maior, pois, o mercado esta cada vez mais globalizado e os clientes mais exigentes. 2.2. Conceituacao de Logistica Existem diversos conceitos que definem logistica, embora os modos sejam diferentes, todos convergem para a importincia da sua aplicagdo de forma a integrar os varios componentes de um sistema logistico, e também reconhecem a devida importincia estratégica, Alguns desses conceitos so a seguir relacionados: ‘A Logistica, segundo Coronado (2001), pode ser apresentada sob a forma de duas categorias distintas: a intema e a extema. A Logistica intema engloba as atividades relacionadas ao recebimento, ammazenamento ¢ distribuigio de insumos ao(s) produto(s), tais come: tratamento de material, amazenagem, controle de estoques, programagio de frotas e devolugao para fornecedores. J a Logistica extema integra os meios associados a coleta, armazenamento e distribuigio fisica do produto para os clientes, ou seja: armazenamento de itens acabados, manuseio de insnmos, operagio de veiculos de entrega, atendimento de pedido e programagio. Revista Académica Eletrénica Sumaré 11 edigao - ano 2014 9 Por muito tempo a Logistica foi tratada de forma desagregada. Cada uma das fungdes logisticas era tratada independentemente e como éreas de apoio ao negdcio. Segundo Bowersox ¢ Closs (2007), até a década de cinquenta nao existia uma definigio formal de Logistica. Segundo Ballou (2006), os estudos de Logistica permaneciam em estado de dorméncia, sem uma filosofia guia. ‘As empresas fiagmentavam, completamente, a administragao das fungdes chave da Logistica. Esse tratamento desagregado da Logistica ¢ parte da explicagao dos varios nomes pela qual foi batizada: distribuigao, distribuicdo fisica, administragao de materiais, logistica de distribuigao, dentre outros, segundo Lambert (1998). Para Ballou (2006), apesar do gerenciamento das atividades de Logistica até poucas décadas ser disperso, remonta de, pelo menos, 1844 a ideia da integracao, traduzida no conceito de substituir um custo pelo outro, ou seja, o famoso conceito de trade-off logistico. Ainda segundo Ballou (2006), nos escritos do francés Julie Duto fica clara a opgdo da decisto da escolha do modal de transporte considerando © impacto no custo de armazenagem. Apesar de o conceito existir a bastante tempo, a primeira referéncia bibliogritica que realizou sugestdes explicitas sobre os beneficios da gestio coordenada das atividades de Logistica foi publicada em 1961, segundo Ballou (2006). Nessa mesma linha, Fleury ef al. (2000) afirmam que Logistica é um verdadeiro paradoxo dado que é um conceito muito antigo, mas um conceito gerencial muito modemno. Ainda para Fleury ef al. (2000), 0 que vem fazendo da logistica um dos conceitos gerenciais mais modemos so duas linhas fundamentais de transformagdes: a econémica e a tecnolégica, As transformacdes econémicas no mundo globalizado criam um novo ambiente de exigéncias competitivas e as transformacdes tecnol icas permitem um aumento de eficacia e eficiéncia na gestio de operagdes cada vez mais complexas. Dessa forma, a Logistica deixa de ser vista como uma simples atividade operacional para uma fungdo de relevancia estratégica. O tratamento da Logistica como um grupo de reas dispersas que nao possuiam interdependéncia traz uma perspectiva adicional Segundo Lambert (1998), 0 foco dessas areas era apenas controle fisico dos flusos de materiais, do ponto de origem ao ponto de consumo. A transformagiio dessa visio da Logistica para o entendimento de sua importincia e abrangéncia é um movimento de poucas décadas, mas que provocou uma avalanche de neologismos ¢ definigdes para Logistica, ressaltando a sua relevancia, Para Ballou (1993) foi dentro do ambiente empresarial que se iniciou 0 processo de aperfeigoamento gerencial das fngdes de Log Para o Council of Supply Chain Management Professional (CSCMP, 2007); stica por meio do agrupamento dessas atividades. Revista Académica Eletrénica Sumaré 11 edigao - ano 2014 10 “a gestio logistica é a parte da Cadeia de Suprimentos (Supply Chain) que planeja, implanta e controla a eficincia, efetividade do escoamento e do estoque e fluxo reverso de bens, servigos e informagbes relacionadas com o ponte de origem ¢ © ponto de consumo com objetivo de atender as restrigdes de servigo” (NOVAES) A definigiio de Ballou (2006) para Logistica acrescenta 0 conceito de “mix de marketing” (produto, local, tempo ¢ condicdes), quando diz que a missio da Logistica é disponibilizar o produto ou servigo certo, no lugar certo, no tempo certo e com as condigées combinadas. Além dessa consideracao, Ballou (2006) acrescenta o conceito de criagao de valor para a definigio de Logistica, citando que a Logistica deve prover os produtos e servigos da forma, anteriormente citada, adicionando a maior contribuicdo A empresa. Para Ballou (1993), trata-se de uma evolugdo do pensamento administrative, pensar e gerenciar as fungdes logisticas de forma coletiva. Assim, Ballou (1993) agrega ao conceito de logistica a ideia dela ser um fato econdmico que tem como missio diminuir © hiato entre a produco e o consumo, ou seja, ser 0 elo desses dois universos. Esta, sem chivida, é uma conttibuigdo da Logistica, e também um grande passo para ampliar esses horizontes, avangar na cadeia e evoluir para os conceitos de logistica integrada e 0 de Supply Chain, Observa-se que devemos entender a Logistica como parte da Administragao que planeja, controla, organiza, movimenta e armazena materiais dentro de uma empresa, Com isso, pode-se afirmar que Logistica é uma cadeia integrada de suprimentos, que planeja e controla todo processo, com abjetivo de satisfazer o cliente final da melhor maneira possivel e sendo a area da gestao responsivel por prover recursos, equipamentos @ informagoes para a execugio de todas as atividades de uma empresa. 3. AESTATISTICA E A LOGISTICA © papel da Logistica & planejar a0 custo minimo satisfazendo o cliente, dispor das mercadorias ou servigos certos, no tempo certo nas condigdes certas. A Logistica vive em um cenzio bastante cobrado por previsdes mais certas e a Estatistica tem um papel primordial nesse aspecto. A Estatistica esté associada com “cole¢ao de nimeros”, tem o foco de contagem e medigdes que so fatores que ajudam na tomada de decisdes quando prevalecem condigdes de incerteza sendo, entio, findamental que um profissional da area de Logistica tenha conhecimento em Matematica e Estatistica. A area de Logistica é cobrada por resultados mais exatos com previsdes mais coerentes pois ela é responsavel nfo somente pelas compras de Revista Académica Eletrénica Sumaré 11 edigao - ano 2014 un suprimentos, armazenamento dos produtos no estoque, mas também pelas entregas no tempo certo para o cliente, diga-se de passagem, que quando 0 assunto é cliente devemos ter um pouco de cuidado, porque qualquer programagio errada pode atrapalhar uma operagio inteira, A Estatistica com suas imimeras fungdes tem como uma das principais, calcular o mercado e determinar 0 quanto produzir, definigdo do problema, planejamento, coleta, levantamento, analise e no plano interno poder verificar 0 custo unitario da producao, Como a Estatistica é um ramo de Matematica Aplicada, os seus métodos sao rigorosos e precisos. Ela ¢ importante pois é uma ferramenta cujo objetivo essencial esta em passar informagées de maneira simples e objetiva, causando rapida absorco por parte dos leitores e no contexto do mundo logistico os especialistas a usam para identificar lotes de compra, grificos de controle do material, entre outros modelos de previsio. Portanto, pelo apresentado, vemos que conhecimentos de Estatisticas so necessirios, indispensiveis e elementares para o cun sulo de qualquer profissional de Logistica CONCLUSAO. Vimos que a Estatistica, tal como conhecemos hoje, ganhou formatacao na Europa e foi apropriada pelas demais Ciéneias por constituir um importante instrumento de identificagio anilise das questdes tratadas por elas e que o conhecimento das diversas definigdes apresentadas sto necessarias para o entendimento da Logistica e a relagao existente entre elas, vimos também, que a palavra Logistica & de origem francesa, sendo varios os conceitos emitidos por diferentes estudiosos desta cigncia, entretanto, todos convergem para um mesmo sentido e, nos cursos de Logistica, a Estatistica é incluida como disciplina na grade curricular para atender, principalmente, a uma demanda de profissionais que necessitam ter 0s conhecimentos necessirios para que tomem decisdes certas no cotidiano de trabalho. Para tanto, hi a necessidade de que os Professores articularem suas aulas tomado-as significativas, 0 que demanda utilizagao de recursos didaticos que atendam as particularidades da Logistica. Que ambas, Estatistica ¢ Logistica, convivam juntas havendo perfeita simbiose entre elas e a compreensio ¢ © seu entendimento conduzira e contribuira para o profissional de Logistica desempenhar bem suas atividades, REFERENCIAS BILIOGRAFICAS Revista Académica Eletrénica Sumaré 11 edigao - ano 2014 12 BALLOU, RH. Administragio de Materiais: transportes, administragio de materiais € distribuigao fisica. Trad. Hugo. T. Y. Sao Paulo. 1° Ed, Atlas, 1993, BALLOU, RH. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/logistica empresarial; tradugio Raul Rubenich. — 5.ed. — Porto Alegre: Bookman, 2006. BARRETO, A. R. Uma Abordagem Historica do Desenvolvimento da Estatistica no Estado de Sio Paulo. Dissertacao (Mestrado em Educacao Matematica) ~ Instituto de Geociéncias e Ciéncias Exatas. Universidade Estadual Paulista. Rio Claro: 1999. 94f. BAYER ef al. “A Estatistica e sua Historia ". Disponivel em: . Acesso em 08 jul 2014. BOWERSOX, Donald J. Logistica empresarial: 0 processo de integragio da cadeia de suprimento/ Donald J. Bowersox, David J. Closs: tradugao Equipe do Centro de Estudos em Logistica, Adalberto Ferreira das Neves; coordenagao da revisio técnica Paulo Femando Flewy, Cesar Lavalle. 1.ed.— 5. Reimpr. ~ So Paulo: Atlas, 2007. CHRISTOPHER, 4. Logistica e Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: criando redes que agregam valor. Sao Paulo. 2" Ed, Cengage Learning, 2007. CHRISTOPHER, M. Logistica e gerenciamento da cadeia de suprimentos: estratégias para a reduciio de custos e melhoria dos servicos. Sao Paulo: Pioneira, 1997. COSTA NETO, P. Estatistica. Sao Paulo: Edgard Blucher, 1997.CRESPO, Antonio Amot. Estatistica Facil. 17 ed. Sao Paulo: Saraiva, 1999. CORONADO, 0. Controladoria no atacado e varejo: logistica integrada e modelo de gestio sob a dptica da gestio econémica logisticon. Sao Paulo: Atlas, 2001 FLEURY, P. F. Logistica empresarial: a perspectiva brasileira. Sao Paulo: Atlas, 2000, Sumaré Revista Académica Eletrénica Sumaré 11 edigao - ano 2014 13 NOVAES, Galvao A. Logistica e Gerenciamento da Cadeia de Distribuicao. Rio de Janeiro: Campus, 2001 ESCOLA NACIONAL DE CIENCIAS ESTATISTICAS. Disponivel em: < http://www ence.ibge.gov.br/estatistica/default.asp >. Acesso em: 14 jul. 2014. HISTORIA — Departamento de Estati: fica da UFRN. Disponivel em Acessado em 09 de julho de 2014 LOPES, C. E.; MEIRELLES, E. “O Desenvolvimento da Probabilidade e da Estatistica”. Disponivel em: < http:/‘www.ime.unicamp.br/erpm2005/anais/m_cur/mc02_b.pdf >, 2005. Acesso em 15 jul. 2014. MEMORIA, J.MP. “Breve Historia da Estatistica”. Disponivel em: < http://www.im.ufy.br/~Ipbraga/prob l/historia_estatistica.pdf.2004 >. Acesso em 20 jul 2014, MOORE, D. A Estatistica Basica ¢ sua Pratica. Rio de Janeiro: Ed. LTC, 2000. MARTIN, Olivier — Universidade de Paris V, Sorbone. CERLIS — Centre de Recherche sur lés Liens Socieux/CNRS — Revista Brasileira de Historia. Vol 21 n.° 41, Sao Paulo-2001. “Da estatistica politica & sociologia estatistica. Desenvolvimento ¢€ transformagoes da anilise estatistica da sociedade (séculos XVII-XIX)” SENRA, N. Historia das Estatisticas Brasileiras. vol.1, Estatisticas desejadas (1822-1889). Rio de Janeiro: IBGE. 2000. Revista Académica Eletrénica Sumaré 11 edigao - ano 2014

Você também pode gostar