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Betao38 NPEN206P2
Betao38 NPEN206P2
NP EN 206
Por João Duarte, Diretor Executivo da APEB
A NP EN 206 só poderá ser
Contra a informação que vos tinha dado em maio pas- utilizada em Portugal após
sado, o Instituto Português da Qualidade (IPQ) não publi- a publicação do diploma
cou em junho a nova norma portuguesa do betão NP EN legal que anula e substitui o
206. Aliás, quando escrevo estas linhas, a norma ainda
não se encontra disponível, apesar de ter sido entregue
Decreto-Lei n.º 301/2007 de
ao IPQ para edição em dezembro de 2016. 23 de agosto. Enquanto este
Tal como a antecessora, a nova norma tem um anexo estiver em vigor, é obrigatório
com as disposições específicas para Portugal. Chama-se
Anexo Nacional NA.1 e encontra-se nas últimas páginas
continuar a utilizar a norma
do documento. anterior NP EN 206-1.
No artigo publicado na Betão de maio de 2017 apresen-
tei as principais alterações com influência na atividade
dos projetistas e das empresas de construção. Nesta edi- máxima dimensão do agregado no betão. Esta passou
ção gostaria de vos apresentar as alterações mais impor- a ser definida através de dois valores limite: Dinf e Dsup,
tantes para os fabricantes do betão. sendo que Dinf ≤ Dmax ≤ Dsup.
Assim, passa a ser definido um limite inferior para a
Especificação do betão máxima dimensão do agregado no betão fabricado,
É o projetista quem tem de especificar o betão a utilizar Dmax, que não existia anteriormente, o que condiciona
na estrutura. Face à NP EN 206-1 (versão da norma em a seleção da composição de betão a utilizar no fabrico
vigor), a única diferença deveras importante é a relativa à do betão.
30 etão
QUADRO 17
Há um outro aspeto importante a ter em conta pelo fabri- Portugal para efeitos de controlo da conformidade,
cante. Não se trata na realidade de uma alteração, mas uma vez que tal ficou expresso no Anexo Nacional
sim de uma clarificação. A nova versão da norma refere (secção NA.1 – 8.2.1.3.2).
explicitamente que em Portugal a classe de exposição
ambiental X0 não é aplicável a betão armado ou com Em resumo:
metais embebidos (ver Anexo Nacional NA.1 – 4.1). Critério para os resultados individuais:
Por vezes surgem situações em que o fabricante do fcm ≥ fck – 4
betão identifica erros ou omissões na especificação que
lhe é dada para o betão ou betões de uma obra. Estes Critérios para a média:
casos levam muitas vezes à alteração da especificação do Método A – Fase de produção inicial:
betão. Gostaria de vos lembrar que, com a nova norma, fcm ≥fck + 4
quaisquer alterações à especificação do betão carecem Método B – Fase de produção contínua:
de aprovação prévia pelo projetista (ver Anexo Nacional fcm ≥ fck + 1,48
NA.1 - 3.1.1.18).
Há também novidades no critério para confirmação dos
Controlo da conformidade membros de uma família de betões. A NP EN 206-1
da resistência à compressão tinha critérios aplicáveis apenas até 6 resultados de
A frequência mínima de ensaio está agora depen- ensaios. A nova norma define agora critérios para qual-
dente de um novo conceito: o dia de produção. Em quer número de resultados de ensaios (Quadro 18).
Portugal, o dia de produção corresponde a um dia em
que se fabrica pelo menos 25 metros cúbicos de um QUADRO 18
determinado betão ou de uma determinada família de
Critério de confirmação para membros
betões. Em caso de uma produção inferior, então o dia
duma família de betões
de produção passa a corresponder ao período em que
se produz um volume acumulado de 25 metros cúbi-
Número “n” Média dos “n” resultados
cos de betão. de resultados de ensaio (fcm) dum membro
Há ainda outras alterações no caso de centrais com dum membro individual individual da família
da família N/mm2
o controlo da produção certificado, tanto na fase de
produção inicial como na de produção contínua, con- 2 ≥ fck – 1,0
forme se pode observar no Quadro 17 da norma.
Há ainda que ter em conta que, para efeitos de apli- 3 ≥ fck + 1,0
cação deste quadro, a nova norma coloca em pé de
igualdade a certificação do controlo da produção de 4 ≥ fck+ 2,0
acordo com a NP EN 206 e a certificação ISO 9001, 5 ≥ fck+ 2,5
desde que o âmbito da certificação inclua o centro de
produção em causa. 6 ≥ fck+ 3,0
No que respeita aos critérios de conformidade, há 7, 8 e 9 ≥ fck+ 3,5
também alterações. Na realidade, os critérios não são
10, 11 e 12 ≥ fck+ 4,0
diferentes. O que verificamos é uma reorganização.
A verdadeira diferença consiste no Método C do cri- 13 e 14 ≥ fck+ 4,5
tério para a média que se baseia nas cartas de con-
≥ 15 ≥ fck+ 1,48
trolo. Contudo, este método não será aplicável em
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Normalização
32 etão
QUADRO 21
Avaliação da conformidade para a consistência, propriedades do BAC,
teor de ar e homogeneidade da distribuição de fibras do betão fresco
EN 12350-8
Viscosidade
ou EN 12350-9 Desvios não Desvios não
Capacidade EN 12350-10 permitidos permitidos
Se especificado
de passagem ou EN 12350-12
Resistência
EN 12350-11
à segregação
EN 12350-7 para betão
Teor de ar no betão corrente e pesado - 0,5 % + 0,5 %
1 amostra
fresco com ar
e ASTM C 173 por dia de produção em volume em volume
introduzido
para betão leve
Homogeneidade
da distribuição das Como indicado no Frequência igual à da
fibras no betão fresco resistência à compressão Como indicado no Anexo B.5
se adicionadas na Anexo B.5 do Quadro 17
autobetoneira
a)
Só aplicável ao resultado do ensaio realizado no betão da descarga inicial do camião-betoneira.
QUADRO 26
Dosagem em massa
Carga mínima a) até 20 % 20 % da escala
Carga em % da escala
da escala até carga máxima a)
Dosagem em volume
a)
As cargas mínima e máxima são fornecidas pelo fabricante do equipamento.
polémica: a adição de água em obra. A nova norma permitir a dispersão do adjuvante por toda a carga.
torna claro que tal só é permitido caso haja adição de Convém que o fabricante torne esta questão bem
adjuvantes para ajuste da consistência. A água a adi- clara junto dos motoristas dos camiões-betoneira,
cionar neste caso deve ser apenas a necessária para principalmente quando recorre à sua subcontratação.
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