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it- VOLU no Ill -n® 24 - Janeiro/2022 - ISSN 2675-2573 2 EVOLUINDO SEMPRE COM VOCE POIESIS on cy vere Sra SD Peers Tt et ons preeeerey @ www.primeiraevolucao.com.br VOLUCAO Ano Ill n° 24 - Janeiro de 2022 ISSN 2675-2573 Uma publisgzo mensal de Eaigbes Livro Altemativo Editor Responsével Coordenaram esta ediclo: Organizagse: ‘Antonio Raimundo Pereira Medrado ‘Ana Paula de Lima Andréia Fernandes de Souza Editor correspondente (Angola): ‘André Fernandes de Souza ‘Manuel Francisco Neto ‘Manuel Francisco Neto "Manuel Francisco Neto Vilma aria da Siva ‘Thais Thomas Bovo Vilma Maria de Silva AUTORES(AS) DESTA EDIGAO Adelina Ursula Correia de Lima Adriana Santos Morgado Alexandre Passos Bitencourt Diego Daniel Duarte dos Santos Elaine Cristina Reis de Lemos Evelice de Souza Evangelista Juliana Aparecida Pinheiro de Araujo Luis Venancio Marta Batista Justino Caetano Venda de Lima Rodrigues Vilma Maria da Silve Dados Internacionais de Catalogacao na Publicacao (CIP) Revista Primeira Evolugao [recurso eletrOnico] / [Editor] Antonio Raimundo Pereira Medrado. — ano Ill, n. 24 (an. 2022). ~ So Paulo : Edicdes Livro Alternativo, 2022. 78 p.: il color Bibliografia Mensal Modo de acesso: https://primeiraevalucao.com.br ISSN 2675-2573 (on-line) 1. Educagao ~ Periddicos. 2. Pedagogia ~ Periddicos. |. Medrado, Antonio, Raimundo Pereira, editor. Il Titulo. DD 22. ed. 370.5 Pairicia Martins da Siva Rede — Biblotecaria — CRE-S/S877 A ‘S80 Paulo 2022 SEVOLUCAO Isste 26752573 Publiass0 Mensa Fdtor Responsive: Sotonle amanda ere edo Ear correspondents ANGOLA! Manvel Francaeo Neto comiasio dior nto Rando Perr edrado ‘ose Roberto Tendroda Sls Manuel Francsco Neto limon se sivs oordenacb edtorit: Snapadagetume Denke Hak Petre Tergareli Leva ‘ls Thome: Bove Venera Rocha de Cartha Com. de avaliago eetur: Prof ie. elson Gott ins Profa Esp An Pula de ira Profs. ti. Andrea Fernandes de Souza Profs Dra Denise Mak Prof esc cos Santos Perera Prof Dr Manvel Fanckco Net Profs te bara eusnds Canacs Guns Franleca Profs ra. Parca Tanganell are Profa bra: Tals Thomas Bove Profa. Me. Venerands Roche de Carvalho siblioteciria: Patrica arin da Siva Rede Edo, Web-edicio« projetos: Satanic Raimunda rena iedrcs ‘ose Roberto Tendo da va Lee Anthony Mecrado Sel (1) se031-7557 ihatsappe (1) 99582-5703 prneaevolucaogaralicom Ripsifprimeraevolucsocombr Seo Paulo se brs setomanvelrancsco@amallcom Uienda Angola nag eae, ears papain a) eosin. com E permitida a reprodusio total ou parcial dos artigos desta revista, desde que citada a font. os artigos astinados sie de rerponsablidade ‘rclusiva dos autores enfo expressam. necessariamente, a opinigo da revista, Pubic roel par yivro Alternativo A revista PRIMEIRA EVOLUGAO ¢ um projeto editorial criado pela Edigdes Livro Alternativo para auxiliar professores(as) a publicarem suas pesquisas, estudos, vivéncias ou relatos de experiéncias. © corpo editorial da revista é formado por professores especialistas, mestres e doutores que atuam na rede publica de ensino, e por profissionais do livro e da tecnologia da informacéo, E totalmente financiada por professoras e professores, e distribuida gratuitamente. 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Medrado COLUNAS 6 Catalog‘Art; Naveg'Acées de Estudantes sn doe Santo era aradecmento especial salnas Nathy eEloah Santos, 77 POIESIS. Elias Alvez 4. Wilton Manuel Francisco Neto ARTIGOS oor $< 1. AIMPORTANCIA DAS BRINCADEIRAS CANTADAS NA ESCOLA ‘Adelina Ursula Correia de Lima " ‘2. UMA PROPOSTA PARA RECONHECER AS CATEGORIAS DO SISTEMA DE ARTES VISUAIS: MUSEU E ARTISTAS ‘Adriana Santos Morgado 5 “te 3. PROPOSTA E POSSIBILIDADE DE MUDANGA NA ESCOLA Alexandre Passos Bitencourt 2B 4 OPRINCIPIO DA SEGREGACAO INDEPENDENTE DOS GENES PRESENTES EM LIVROS DIDATICOS Diego Daniel Duarte dos Santos B 5. CONTRIBUIOBES DOS CONTOS DE FADAS NO DESENVOLVIMENTO DAS CRIANCAS Eraine Cristina Reis de Lemos Ey 6. ACONTAGAO DE HISTORIAS EA AMPLIACAO DO REPERTORIO INFANTIL Evelce de Souza Evangelista 8 7. AIMPORTANCIA DE UMA GESTAO ESCOLAR DEMOCRATICA Juliane Aparecida Pinheiro de Areujo a7 “Hr 8.0 JORNAL COMO UM RECURSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM INTERDISCIPLINAR Lis enancio 51 2. AIMPORTANCIA DOS CONTOS DE FADAS NA INFANCIA Marte Batista Justno Caetano a 10. A ARTE E SUAS CONTRIBUICOES PARA O DESENVOLVIMENTO NA EDUCACKO INFANTIL Vanda de Lima Rodrigues 6 411, TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA) EA PRATICA DOCENTE NA EDUCAGAO INFANT, VWiima Maria da Siva n © TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA) E A PRATICA DOCENTE NA EDUCACAO INFANTIL \Viuwa Mana ba Siva RESUMO: 0 Transtorno do Espectro Autista (TEA) se refere @ uma série de condigées caracterizadas por algum grau de comprometimento no comportamento social, na comunicacao e na linguagem, e por uma gama estreita de interesses ¢ atividades que séo Unicas pare 0 individuo ¢ realizedas de Forma repetitiva. Geralmente, por volta dos dois ou trés anos de idade, periodo em que a crianca esta estabelecendo suas relagdes sociais, envolvendo-se com pessoas fora do seu convivio Familiar e Frequentando diferentes espacos, como € 0 caso da Educacao Infantil. E importante lembrar a grande variabilidade na apresentacdo dos TEA, no que diz respeito tanto aos prejuizos em interacéo social comportamento e comunicacao quanto ao grav de eventual comprometimento intelectual. Assim, 3 metodologia do presente artigo esté baseada em levantamento bibliografico sobre o tema em questo, levantando quais as dificuldades enfrentadas pelos docentes na EducacSo Infantil para que o processo de inclusao aconteca. Palavras-chave: Acessibilidade. Autismo. Aprendizagens. Educacao Especial. Inclusao. INTRODUGAO O Transtorno do Espectro Autista (TEA) esté relacionada a uma série de condigdes caracterizadas or algum grau de comprometimento no comportamento social, na comunicacao e na linguagem, e por uma gama estreita com relacio aos interesses e atividades que so tnicas para o individuo e realizadas de Forma repetitiva (KHOURYet al., 2014), Historicamente, o vocabulo foi utilizado pela primeira vez em 1911, a partir das pesquisas de Bleuler, compreendendo o problema como uma caracteristica da esquizofrenia. Em 1943, através dos estudos de Kanner, 0 autismo passou a apresentar uma definicgo clinica especifica, n8o mais sendojulgadocomo um tipo de esquizofrenia, Em 1944, Asperger publicou o trabalho intitulado “Autistic psychopathy in childhood” em “Autism and Asperger Syndrome” com base nos pacientes que ele cuidava relacionando caracteristicas mais amplas que as observadas por Kanner, incluindo casos envolvendo comprometimento orgénico. Asperger chamou a atencdo para as peculiaridades dos gestos que eram carentes de significado e caracterizados por estereotipias, da fala sem erros gramaticais, porém considerada monéton e a Forma de se aproximar das pessoas. Ainda, em determinados casos, o pesquisador percebeu a auséncia de contato visual e de problemas na interagio social entre portadores do transtorno em suas relades Familiares (BOSA et al, 2012). Assim, historicamente, diversos foram os conceitos apresentados para o autismo, variando conforme a rea de pesquisa. Ao longo do tempo, surgiram conceitos com aplicaco de termos relacionando a psicose e a esquizofrenia ao autismo, aplicados por Kanner e Asperger, além do Transtorno Invasivo do Desenvolvimento (TID) pela psicologia e do Transtorno global de desenvolvimento (TGD) pela psiquiatria. Atualmente a érea da Neurociéncia classifica o autismo como uma patologia neurolégica Utilizando o termo Transtorno do Espectro Autista (TEA). Nela se inclui 0 autismo propriamente dito, a Sindrome de Asperger e a Sindrome de Rett (CONSENZA € GUERRA, 2011). A mais recente classificac3o do CID-11, publicada em 2022, unificou todos os diagnésticos relacionados a essa condigao em um Unico codigo, o , trazendo apenas como. A ideia Foi contribuir para co diagnéstico a fim de Facilitar 0 atendimento na area da satide ‘onuprineramoleaccomie Ano-W24- Incr de2022-tssv 26752572 Evo.ucho 71 Esse transtorno esté relacionado a uma série de caracteristicas, com diferentes niveis de severidade e conex3ocom outros tipos de transtornos Fazendo com que cada individuo apresente uma atencdo individualizada tanto para a Familia, como para os profissionais clinicos e docentes. No caso do Brasil, apesar da caréncia de estudos epidemiolégicos que possam melhor computar (0 dados nacionais, uma pesquisa realizada nos iltimos anos indicou que os indices de acometimentopelo autismo séo de 27,2 casos para cada 10.000 habitantes (LEVENSON, 2015). EDUCACAO E INCLUSAO NO BRASIL No Brasil até meados do século XVIll, ocorria movimentos de exclusio, pois, aspessoas com deficiéncia eram retiradas do convivio social, ndo tendo seus direitos preservados e nem eram aceitos pela sociedade. No século seguinte, verificam-se registros de movimentos de segregacao parcial para 05 individuos considerados em risco social, possuindo acesso a instituicoes especificas, como 3 APAE voltadas para o atendimento desse publico em especial recebendo tratamento, educacdo e formacéo para o trabalho, de acordo com suas capacidades. A implementacdo de leis voltadas para 2 incluso no pais, provocou transformacSes importantissimas na concepgao de incluso para a sociedade. Os investimentos do Estado sobre as Politicas Publicas, a Educacgo ea participacéo social destas pessoas, foram estruturados aos desejos das pessoas com deficiéncias e suas familias. Pensando no processo educativo: "O simples fato de 0 aluno Frequentar a escola, tendo a oportunidade de conviver com os demais colegas ¢ professores, Justificaria sua permanencia em sala de aula. Negligencia-se a construcéo do conhecimento em prol da socializagéo do sujeito” (HATTGE e KLAUS, 2014, p. 329) Sobre essa problemstica, o processo de incluso ndo deve priorizar somente a participago desses estudantes em sala, mas sim, oportunizar a aprendizagem para todos os estudantes. A escola deve ter 0 compromisso com o desenvolvimento de todos os estudantes, por isso, nos processos inclusivos paira uma grande preocupacio com relaco aos materiais e a implementacio de metodologias de ensino que possam significar uma aprendizagem para todos, levando-se em consideracdo as necessidades especficas e potencialidades de cada estudante. O que se vé muitas vezes é ume grande preocupacéo centrada nas metodologias de ensino. Assim, ainda de acordo com os autores, a inclusao ainda € vista como algo natural que acontece de forma isolada do restante do processo. E preciso considerar que diferentes estratégias séo fundamentais para desenvolver a todos: CCriar @ organizer estratégias que percebam as questées individuais e de grupo, que permeiam o processo de aprendizagem, ¢ utilizé-las @ seu Favor, seja como pistas para estudo e pesquisa, saja como producao de praticas pedagésicas que tencionem permanentemente os processos, de ensino e aprendizagem implementados em sala de aula (HATTGE & KLAUS, 2014, p. 330). As informacdes recebidas geralmente no séo transformadas totalmente em conhecimento € 6 ai que o docente deve reconhecer as diferencas de cada estudante, jé que todos ndo esto ali somente pare a socializago, mas também para aprenderem. Orré (2012) ressalta que uma das caracteristicas mais marcantes em relacdo ao desenvolvimento da maioria das criancas autistas, percebidas na escola, so os déficits de comunicacdo e linguagem, 3 auséncia de linguagem verbal e o seu desenvolvimento tardio. Essas dificuldades observadas no autista so significadas erroneamente pelo grupo social em que elas esto inseridas, onde o baixo investimento nos processos de socializagao e educacdo esta pautado em uma visao que considera seu nivel de desenvolvimento inferior & de outras criangas. Assim: "[-] cabe exatamente ao proceso educacional destas pessoas a tentativa de desenvolvimento dessas insuficiéncias através do que so capazes de realizar investindo no processo de interago com o grupo social” (CRUZ, 2014, p. 60). Anda, no caso da Educacdo Infantil, esta representa integral mente um dos principais objetivos da escola, que é promover a socializacdo de todas as criancas, uma vez que é 0 primeiro momento em que elas comecam a se socializar de maneira direta com outras pessoas que nao Fazem parte do seu convivio didrio Familiar. A escola nesse caso se torna um ambiente Fundamental para todas as criancas. E preciso também que as habilidades do estudante sejam levadas em consideragao para que ela consiga se desenvolver de Forma plena: "No caso do autista, o que esté em jogo so as habilidades. E 7 ‘worcprimairasvalacaacombe 72 EVOLUCAG Anott-n+24- Janeiro de 2022-18516 2675.2573, rnelas que se deve investir para, assim, desenvolver as inabilidades (..). Isso reafirma a necessidade de ngo se esperar um comportamento dado, a0 que a maioria dos individuos do espectro autista ndo corresponde” (BASILIO e MOREIRA, 2014 p. s/n). © docente pode contribuir para o desenvolvimento social da crianca autista através da: “utilizacSo de todos os recursos disponiveis relacionados & socializacdo, aquisico de linguagem e comunicacéo, ¢ adequacao de comportamentos” (SILVA et al, 2012, p. 158). Deve-se exercitar a tolerancia, a paciéncia, a amizade, a solidariedade e a confianca, para que o estudante se sinta emparado e acolhido, tanto pelo docente quanto pelos colegas de classe: “[..] para que ocorra a educacSo para uma crianca autista, alguns fatores devem ser levados em consideracSo, Por exemplo: a dificuldade de comunicacéo do autista e as alteracdes repentinas de humor dessas Criancas” (PEREIRA, et al, 2013, p. 65). Porém, é preciso observar que no Brasil, as lacunas na formacéo docente quanto a incluso 80 bem acentuadas. Azevedo (2017) traz uma reviséo bibliogréfica baseada em préticas pedagdgicas desenvolvidas com educandos autistas em escolas do ensino comum, A conclusdo do autor Foi a de que menos de 20% dos profissionais da educagao possuem formacao especifica ou continuada nessa érea no sendo encontrado registro de capacitacdo especifica para se trabalhar com TEA. Para muitos docentes, a incluso ainda é uma realidade preocupante. As especificidades de educandos com diferentes caracteristicas, como no caso do TEA, aliado a0 desenvolvimento de uma pratica pedagégica nao direcionada, dificulta o trabalho de intervenco adequado para os mesmos, resultando em inseguranca por parte dos docentes (MATOS e MENDES, 2014). Os docentes ao perceberem uma crianca com dificuldade de se desenvolver, muitas vezes, tém receio de conversar com os pais e responsaveis sobre as suas observacdes, pois muitos nao aceitam iniciaimente que a crianca possui alguma deficiéncia, o que pode vir a dificulter 0 diélogo entre docentes @ responséveis sobre o assunto (BRASIL, 2003). Ou seja, em alguns casos: “A crianga autista apresenta uma aderéncia inflexivel a rotina ou rituais reagindo com intensa ansiedade a mudancas imprevistas no ambiente” (SURIAN, 2010, s/p.); assim cabe 20 docente utilizer metodologia eficaz para todos a fim de amenizar todo o “estresse” causado pela rotina escolar. Compreender e detectar o modo peculiar como todos se situam no mundo com suas caracteristicas individuais permite ao docente desenvolver sua prética auxiliando o desenvolvimento infantil em consonancia com os objetivos dessa Fase. Assim, 8 participacdo da Familia junto a esses educandos também contribui para definir o sucesso ou Fracasso do pracesso de incluséo de todos no ambiente escolar. N80 s6 0 papel do docente é importante no processo mediador, mas também o apoio que a Familia da e recebe é essencial. OTEAE A EDUCACAO INFANTIL Segundo diferentes autores referenciados no tema em questéo, a metodologia de ensino utilizada muitas vezes com a criange com TEA, em vez de auxilé-la, acaba criando obstéculos na busca por melhores Formas de intervenco, levando a comprometimentos no aprendizado. Determinadas situacdes presentes na Educacéo Infantil Fazem com que as diferencas intelectuais se sobressaiam em relacdo ao grupo, resultando muitas vezes no fracasso escolar observado ao longo do proceso de escolarizacao (PEREIRA e SCHMITT, 2016) Assim, deve-se buscar modos de ressignificacdo para enfrentar as dificuldades enfrentadas pelo docente da Educacdo Infantil no trabalho de incluso com todos. Pare isso, & preciso ressignificar 0 trabalho nao s6 do ponto de vista dessa condicao, mas considerar a crianca enquanto sujeito de direitos que devem ser observados, respeitados e cumpridos. (Ou seja, a intengio é refletir sobre o TEA ea incluso da crianca na Educacdo Infantil, bem como © enfrentamento dos desafios encontrados pelos docentes tendo em vista o desenvolvimento € a incluso escolar dessas criancas especificamente. (O docente deve saber como o estudante esta aprendendo e se desenvolvendo; as dificuldades enfrentadas na Educacéo Infantil parta que o processo de incluso aconteca de forma efetiva e os processos educacionais que contribuem para acompanhar o desenvolvimento e a aprendizagem das mesmas, priorizando o relacionamento das familias com profissionais da educagio e satide (CHICON et al, 2014), ‘werineieevcluancon br : Ano t-N*24- nero de 2022-ssiv-2ers2sr EvoLucao 73 Klein (2010) traz que a palavra incluso tem sido utilizada de forma equivocada na area da educacdo delimitando praticas que gostariamos que Fossem mais justas, democraticas e solidarias. Porém, a incluséo vai além de uma mera insercao, havendo a necessidade de tonar a crianga parte de um todo, para que o mesmo nao seja excluido por apresentar comportamentos e caracteristicas diferenciadas, Para que a escola promova inicialmente o desenvolvimento, no caso da Educac3o Infantil, ¢ posteriormente a aprendizagem € necessério que ela possua ums pratica pedagogice coletiva na qual deixe bem clero a importancia do envolvimento familiar com a escola, além de mudancas de caréter estrutural e metodol6gico, privilegiando metodologias de ensino que se adéquem as reais necessidades de cada crianga: As escolas, de modo geral, tem conhecimento da existéncis das leis acerea da inclusdo de pessoas com necessidades educacionais especiais no ambiente escolar e da obrigatoriedade da garantia de vaga pare estas. As equipes diretivas respeitam e garantem a entrada destes alunos, mostrando-se Favoréveis & politica de incluso, mas apontam alguns entraves pelo Fato de no haver a sustentacio necesséria, como por exemplo, a auséncie de definicées mais estruturais acerca da educacéo especial e dos suportes necessérios a sua implementacéo (PAULON et at, 2005, p. 25-26). De acordo com Mousinho et al (2010), as criangas autistes apresentem dificuldades de comportamento e socializagéo, sendo vistas geralmente como excéntricas pelos demais colegas, tornando dificil e complexo 0 papel do docente diante dos desafios de ensinar e incluir simultaneamente, Desta Forma, a rigidez em determinadas situacdes gera dificuldades em aceitar mudangas, tornando-as mais vulneraveis e ansiosas. Ainda, de acordo com o autor, as criancas querem fazer parte do mundo social e ter amigos. 0 papel docente nessa perspectiva é a de Facilitar essa socializac3o em sala de aula e adequar a sua metodologia pare atender as necessidades de cads crianga. Muitas vezes, algumacrianca fica & margem do conhecimento nao participando de atividades arupais, Feto que exige do docente muita sensibilidade 2 fim de incluilo no convivio com 6 meio, visto que é através da socializaco que se constitui 0 desenvolvimento e aprendizagem. Para isso, o docente deve ser capaz de observar as dificuldades existentes e investigar o nivel de desenvolvimento de cada educando para que ele saiba quais aspectos devem ser trabalhados com a crianca. Porém, 0 que se tem observado na realidade das escolas, é que a Formacdo docente ndo oferece base sdlida nos aspectos tedricos e praticos, de modo que poucos possuem Formacgo basica centrada nos aspectos inclusivos ou especificos para o autismo, implicando a falta de compreenséo acerca das necessidades diferenciadas e conhecimentos necessérios para ensinar a crianca com autismo, o que reflete nas dificuldades observadas nao s6 na Educacéo Infantil, mas como um todo ao longo de Educacéo Basica (MOURA e NETO, 2012). Por Fim, considere-se relevente a discusséo e pesquisa sobre esta temética, uma vez que possibilite ampliar as discussdes jé encontradas na literatura compreendendo o Autismo e suas caracteristicas, permitindo-se repensar sobre a incluso escolar e 05 desafios enfrentados pelos docentes para consolidé- la garantindo a progresséo das aprendizagens das criangas no contexto da Educacao Infantil. CONSIDERAGOES FINAIS A Educacéo Infantil ja tem em sua natureza o trabalho com a transversalidade e a oferta de propostas inumeras que abrangem aos diversos interesses apresentados por todos e por cada um. © trabalho com as criangas com TEA na Educagéo Infantil deve considerar a identificacdo de quais meios o docente utiliza para acompanhar o desenvolvimento e aprendizagem das criancas nessa etapa em especifico; a avaliacdo das aprendizagens; a capacidade de desenvolvimento das criancas a partir das varias perspectivas de intervencdo existentes; ea identificago dos critérios de escolha dos docentes sobre os meios utilizados para acompanhar o desenvolvimento e a aprendizagem das mesmas. Ainda, é preciso que 0 sucesso dessas praticas envolvam o desenvolvimento de uma escola que traga um ambiente de Formagéo tanto para os educadores quanto para os responsaveis, aproximando as Familias a fim de trocar informacées tanto pedagogicas quanto relacionais, Favorecendo um 7 ‘worcprimairasvalacaacombe 74 EVOLUCAG Anot-Ne24-Jancire de 2022 -S8N: 2675-2573, fortalecimento desse processo. Isso contribuiré para tornar as familias protagonistas, auxiliando os educadores na transformacao de um ambiente de aprendizagem que resulte em equidade. Incluir 0 estudante em sala de aula faz com que ela se desenvolva de forma plena, como todas as outras buscando alternativas coerentes, contribuindo ainda com o desenvolvimento das mesmas & auxiliando o trabalho docente essencial dentro do processo de incluso. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS AZEVEDO, MO. 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Participa da comissio editorial da Edigdes: Livro Alternativo desde 2016 promovendo ages educacionais e investindo na evoluc3o dos educadores. vilmamedrado@gmail.com \www.primeiraevolucao.com.br ‘werineieevcluancon br Ano-N24-ncodeo22-issv-2ers2sr2 EvoLucho 75 __ EVOLUINDO Savi elo RV ole ner Tae eeu et er) Manuel Francisco Neto SiO ey PO PSTN) de Adriana Santos Morgado Teg iene Beso PEt ToT) Reel Vilma Maria da Silva

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