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Aula 1
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- Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
VERSÃO DO PROFESSOR
Apresentação
A
legislação do sistema brasileiro de ensino passa a traduzir inovações em todos os níveis
da Educação Básica. Estas, por sua vez, são influenciadas por fatores de naturezas
distintas decorrentes da terceira revolução técnico-industrial. Um dos impactos
decorrentes dessa terceira revolução técnico-industrial é a expansão significativa de alunos
matriculados nesse nível de ensino nos últimos dez anos. Tal crescimento caracteriza-se não
somente pela busca de uma via de acesso ao Ensino Superior, mas também para uma melhor
inserção no mercado de trabalho (BRASIL, 1999).
Nesta aula, iremos apresentar, de forma sucinta, as idéias gerais expressas nos
Parâmetros Curriculares Nacionais e nas Orientações Educacionais Complementares aos
Parâmetros Curriculares Nacionais – ‘‘PCN +’’ – referentes ao conhecimento químico para o
Ensino Médio (BRASIL, 2002).
Objetivo
Conhecer as idéias centrais referentes ao conhecimento químico
expresso nos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino
Médio e nas Orientações Educacionais Complementares aos
Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio – ‘‘PCN +’’.
Os documentos legais e a
formação de competências
P
articularmente para o Ensino Médio – etapa final da Educação Básica – os documentos
que regulamentam e orientam esse nível de ensino são: as Diretrizes Curriculares
Nacionais para o Ensino Médio (DCNEM), os Parâmetros Curriculares Nacionais para
o Ensino Médio (PCNEM) e as Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros
Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (“PCN +”).
A lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional (LDBEN) nº 9.394/96 sinalizam que
a organização curricular para esse nível de ensino prevê 75% numa Base Comum Nacional
e 25% numa Parte Diversificada (BRASIL, 1996). Entretanto, entre as discussões a partir
da reforma pode-se destacar que a organização dos conteúdos escolares é regida – de
forma explícita ou não – pela concepção teórica e metodológica adotada pelo professor.
Dessa forma, em muitas instituições escolares não havia uma forma homogênea para tal
organização, como preconizada na LDBEN. Por outro lado, as DCNEM sinalizam para: o
princípio da flexibilidade curricular, a adequação à realidade escolar, a identidade, a diversidade
e a autonomia (BRASIL, 1998). Todas essas questões compõem o arcabouço da complexa
discussão sobre a organização curricular no Ensino Médio.
Além disso, outros pontos foram sinalizados tais como estudos que mostravam pouca
clareza (tanto para professores quanto para gestores escolares) com relação ao como
trabalhar a interdisciplinaridade. Uma das razões, já discutidas em Instrumentação para o
Ensino de Química I, refere-se ao fato de, muitas vezes, não existirem espaços interativos de
planejamento e acompanhamento da ação pedagógica. Os professores se sentiam perdidos.
Em geral, adotava-se para tal organização e planejamento as estruturas propostas pelos
livros didáticos.
Esses autores e os documentos legais afirmam que uma pessoa competente é aquela
que articula e mobiliza valores, conhecimentos e habilidades diante de situações e problemas
não apenas rotineiros, mas também imprevistos em sua vida cotidiana.
Segundo a perspectiva dos documentos legais, a escola deve pensar quais saberes
(conhecimento científico, saber curricular, saber cotidiano, conhecimento do senso comum,
saber popular) são potencialmente educativos para contribuir com a formação integral do
educando. Sobre assunto, retome a aula 7 – Concepções alternativas: conceitos espontâneos
e científicos – da disciplina Instrumentação para o Ensino de Química II.
Atividade 1
Em grupo de três ou individualmente, elabore um texto no qual discuta “o que
devemos ensinar aos estudantes do Ensino Médio na disciplina de Química”?
Orientações Educacionais
Complementares aos Parâmetros
Curriculares Nacionais para o
Ensino Médio (“PCN +”)
S
egundo os ‘‘PCN +’’, o desenvolvimento da competência relativa à representação e
comunicação em Química significa envolver a “leitura e interpretação de códigos,
nomenclaturas e textos próprios da Química e da Ciência, a transposição entre
diferentes formas de representação, a busca de informações, a produção e análise crítica
de diferentes textos” (BRASIL, 2002 p. 88). Quer dizer, desenvolver o pensamento crítico
do estudante para reconhecer, por exemplo, as formas de representação da concentração
de soluções em determinados alimentos ou ainda em poemas, letras de música, recortes de
jornal ou outros recursos.
Fibra ótica, o que é fibra ótica? É um fiozinho brilhante que a (nome da empresa)
já colocou em mais de um milhão de quilômetros pelo Brasil.
Fibra ótica é o que faz a Glorinha de Ilhéus falar com a mãe dela lá no interior de
Alagoas. É para antes do jogo, o Rodolfo que é torcedor do Sport apostar com
o Eduardo, atleticano roxo. Fibra ótica é para falar com sotaque carioca e ouvir
paraibano. É coisa que a (nome da empresa) já colocou um montão, mais que
qualquer outra. E quanto mais ela coloca mais ela vê que tem que colocar neste
país grandão que a (nome da empresa) ajuda a crescer.
Fibra ótica é isso, não é coisa que eu e você temos que compreender.
Afinal quem tem que entender de tecnologia é a (nome da empresa), que tem
engenheiro. A gente tem mesmo é que usar, igual a qualquer brasileiro (FIBRA...,
2001, grifos nossos).
n na interpretação dos fatos, na utilização de linguagem específica como símbolos e ícones
Outro exemplo é sugerido por Porto (2000), ao propor discutir a linguagem química
envolvida em um soneto de 1909 escrito pelo paraibano Augusto Carvalho Rodrigues dos
Anjos (1884-1914), intitulado Psicologia de um vencido.
Psicologia de um vencido
Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que escapa da boca de um cardíaco.
Nesse soneto, o poeta apresenta uma visão de mundo peculiar de ciência e filosofia,
utilizando signos lingüísticos familiares à linguagem química e biológica. Você pode observar
que na primeira frase o poeta resume a origem química da vida: o carbono, principal elemento
constituinte das moléculas dos organismos vivos, e o amoníaco (formado por hidrogênio e
nitrogênio), que se combina formando as cadeias carbônicas (hidrogênio) e as proteínas e
ácidos nucléicos (nitrogênio).
Atividade 2
Proponha uma atividade para estudantes do Ensino Médio a partir do comentário a seguir.
Atividade 3
Nos “PCN+”, disponível no site do MEC http://www.mec.gov.br, páginas 94 e 95, é
apresentado o tema estruturador Reconhecimento e caracterização das transformações
químicas, transcrito a seguir. Leia-o atentamente.
Unidades temáticas
Leituras complementares
LOPES, Alice Casimiro. O ensino médio em questão. Revista Química Nova na Escola, n. 7,
p. 11-14, 1998.
MORTIMER, Eduardo Fleury (Org.). Química: ensino médio. Brasília: MEC, 2006. (Coleção
Explorando o Ensino, 4). Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/EnsMed/
expensquim_vol4.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2007.
Resumo
A reforma educacional brasileira suscitou, e ainda suscita, forte resistência e
crítica de todo o tipo, dentro e fora do sistema educativo, o que é de certa
forma saudável, já que a pluralidade de idéias sugere discussões e reflexões
sobre o tema. Nesta aula, destacamos o processo de ensino e aprendizagem
do conhecimento químico, o qual é norteado pela construção de competências
e habilidades em três grandes núcleos: representação e comunicação;
investigação e compreensão; contextualização sociocultural.
Auto-avaliação
Proponha uma atividade para estudantes do Ensino Médio a partir desta
1 informação.
Você sabia?
Que o tempo de decomposição de materiais usualmente jogados nos rios,
açudes ou mar é:
Papel – de 3 a 6 meses
Pano – de 6 meses a 1 ano
Chiclete e filtro de cigarro – 5 anos
Madeira pintada – 13 anos
Náilon – mais de 30 anos
Plástico e metal – mais de 100 anos
Vidro – 1 milhão de anos
Borracha – indeterminado
Referências
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes curriculares nacionais para o ensino médio.
Brasília, 1998.
______. Ministério da Educação. Lei de diretrizes e bases da educação nacional (LDB) no.
9.394/96. Brasília, 1996.
DIAS, Márcia Adelino da Silva; NUÑEZ, Isauro Beltrán; RAMALHO, Betania Leite. Os saberes
escolares e a formação de competências no ensino médio. In: NUÑEZ, I. B.; RAMALHO, B.
L. Fundamentos do ensino-aprendizagem das ciências naturais e da matemática: o novo
ensino médio. Porto Alegre: Sulina, 2004. p. 105-124.
LOPES, Alice Casimiro. O ensino médio em questão. Revista Química Nova na Escola, n.
7, p. 11-14, 1998.
______. Conhecimento escolar: ciência e cotidiano. Rio de Janeiro: Editora da UERJ, 1999.
MORTIMER, Eduardo Fleury et al. A proposta curricular de química para o estado de Minas
Gerais: fundamentos e pressupostos. Química Nova, São Paulo, v. 23, n. 2, p. 273-283, 2000.
Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/qn/v23n2/2131.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2007.
PORTO, P. A. Augusto dos Anjos: ciência e poesia. Revista Química Nova na Escola, n. 11,
p. 30-34, 2000.
Anotações
Anotações
EMENTA
Estudo de textos para levantamento das concepções espontâneas dos alunos. Incorporação efetiva ao processo ensino-
aprendizagem dos parâmetros curriculares nacionais do ensino médio e do ensino fundamental. Desenvolvimento
de material instrucional próprio para o ensino médio e conhecimento de várias atividades teóricas e experimentais
relacionadas com a química ambiental.
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