Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Relatório - Lab Glicemia
Relatório - Lab Glicemia
1° Semestre A
Abril 2022
1
Introdução
REGULAÇÃO
A regulação da glicemia é analisada em dois períodos principais: pós-prandial
(alimentado) e em jejum.
Quando nos alimentamos, os principais tipos de carboidratos (amido)
transformam-se em glicose que, após ser absorvida, compõem a glicemia. Quando a essa
variável aumenta, a glicose estimula as células β das ilhotas de Langerhans (parte
endócrina do pâncreas) a secretar o hormônio insulina, cujo efeito é hipoglicemiante, ou
seja, a fim de diminuir a taxa de glicose no sangue. A insulina é um dímero formado por
duas moléculas proteicas. Após ser secretada, esse hormônio ativa a expressão dos genes
para os GLUT 4 (canais do tecido adiposo e muscular que permitem a entrada de glicose
nas células teciduais) e ativa as enzimas marcapasso das vias hipoglicemiantes, a glicólise,
a glicogênese e a via das pentoses. Assim, a insulina é hipoglicemiante, agindo nas células
através de seu mensageiro tirosina fosforilada, mas também lipogênica.
A glicólise é a quebra da glicose, a fim de liberar energia. Esse processo pode ser
na presença ou ausência de oxigênio, sendo o primeiro aeróbico com a formação de dois
piruvatos; e o segundo anaeróbio com formação de duas moléculas de lactato. Quando há
oxigênio, o processo é conhecido como respiração celular, composto pela glicólise, pelo
ciclo de Krebs e pelas diversas cadeias respiratórias que são desencadeadas nas
desidrogenações e tem justamente o oxigênio como aceptor final. Nessa circunstância, com
uma molécula de glicose, há a formação de 40 (quarenta) moléculas de ATP e há o
consumo de dois ATP, tendo um saldo energético de 38 (trinta e oito) ATPs. Para mais, há o
consumo de seis moléculas de oxigênio e a produção de seis de dióxido de carbono. Já no
processo anaeróbio, fermentação, não há consumo de oxigênio nem produção de CO2,
porém o consumo também é de duas moléculas de ATP com a produção apenas de quatro,
2
havendo um saldo de dois ATPs. A enzima chave da glicólise que regula a velocidade
dessa cadeia é a fosfofrutoquinase (ou FFK), a qual é estimulada pela secreção de insulina.
Com o desencadear desta, a citrato sintase também inicia a catalisar os processos do ciclo
de Krebs, contribuindo à produção de ATP que finaliza com as cadeias respiratórias.
Outra via hipoglicemiante é a glicogênese, a qual produz grânulos de glicogênio a
partir de glicose. Esses grânulos são a reserva energética animal e são sintetizados pelos
tecidos hepático e muscular com finalidades de armazenamento diferentes. Esse processo
inicia-se com o acúmulo de ATP no organismo, uma vez que com o aumento dessa
carregadora energética, a glicólise é diminuída, pois a atividade da enzima FFK é inibida.
Dessa maneira, a glicose-6-fosfato é acumulada e sofre ação de uma isomerase para, em
seguida, ser hiperativada como UDPG (Uridina Difosfato Glicose). A enzima marcapasso
glicogênio sintase, induzida pela insulina, agirá desativando a glicose e criando ligações
glicosídicas lineares (do tipo 1,4) a um grânulo inicial, o glicogenina “primer”. Junto a ela, a
enzima ramificadora irá criar pontos de ramificação (ligações 1,6), onde a marcapasso
poderá adicionar mais moléculas de glicose.
No entanto, os grânulos apresentam um tamanho e uma quantidade limitada no
corpo, sendo que, ao atingir esse limiar, dá-se início a uma via alternativa de consumo de
glicose, a via das pentoses. Com a inibição da glicogênese, a glicose-6-fosfato acumula-se
novamente e servirá como base na produção de pentoses e de NADPH. A enzima chave
dessa terceira via, a glicogênio-6-fosfato desidrogenase, também estimulada pela secreção
de insulina, agirá na desidrogenação da glicose ativada que se acumulou, transferindo o
hidrogênio dela ao NADP. O NADPH formado será fundamental à síntese de ácidos graxos
e de colesterol, além de serem protetores contra radicais livres. Ocorrem duas
desidrogenações e uma descarboxilação, sendo formadas as pentoses. Essa é a primeira
etapa da via, a fase oxidativa; porém, quando há o acúmulo de três pentoses (xilulose,
ribulose e ribose) que não são utilizadas à formação de nucleotídeos, a fase não oxidativa
tem início, ocorrendo um processo de transferência de carbonos que origina duas moléculas
de frutose-6-fosfato e uma de gliceraldeído-3-fosfato, as quais são utilizadas como substrato
da via glicolítica.
Em contrapartida, quando no estado de jejum, seja entre refeições ou durante
atividade física, a glicemia tende a diminuir e, consequentemente, o indivíduo tende a entrar
em hipoglicemia. Quando isso acontece, a glicose é indutora das células α do pâncreas a
secretar o hormônio glucagon, o qual tem função hiperglicemiante, ou seja, a fim de
aumentar a glicemia. São, assim, ativadas as vias hiperglicemiantes, as quais sofrem ação
principalmente do glucagon, mas também podem ter influência da adrenalina, do cortisol,
corticoides e de hormônios de crescimento. O glucagon é um hormônio polipeptídico
produzido pelas células α das ilhotas de Langerhans do pâncreas e que possui efeito
antagônico ao da insulina. Ele ativa as enzimas marcapasso da glicogenólise e da
gliconeogênese, através de seu mensageiro AMPc, sendo hiperglicemiante, mas também
lipolítico. A glicogenólise é a quebra dos grânulos de glicogênio em glicose que ocorre nos
tecidos hepático e muscular com duas finalidades diferentes. O glucagon age nas reservas
de glicogênio, ativando a glicogênio fosforilase, enzima marcapasso que quebra as ligações
glicosídicas lineares (do tipo 1,4) e fosforila as moléculas de glicose. Junto a ela, as
enzimas glicogênio transferase e a desramificadora agirão, a fim de quebrar as ligações
ramificadas (do tipo 1,6) até a glicogenina primer. No tecido hepático, esse processo é
seguido da ação da glicose-6-fosfatase que transforma a glicose -6-fosfato em glicose, a
qual será liberada no sangue para a regulação glicêmica. No tecido muscular, no entanto,
3
não há essa enzima, não tendo esse papel de regulador. A glicose-6-fosfato será utilizada
como fonte de energia ao próprio músculo.
Por fim, há o processo de transformação de compostos não carboidratos em glicose,
conhecido como gliconeogênese. Esse funciona como um reversão da glicólise com três
diferenças: há um contorno energético com passagem por dentro das mitocôndrias e ação
da piruvato carboxilase, há a enzima marcapasso frutose-1,6-difosfatase e a enzima
glicose-6-fosfatase. Essa é uma via consumidora de energia que ocorre sobretudo no
fígado, conferindo mais uma vez a esse órgão a ação reguladora de glicemia. Um exemplo
essencial é o ciclo de Cori, o qual envolve a transformação de lactato em glicose no fígado,
que será passado ao músculo para gerar energia de movimento. Esse gera lactato na
glicólise anaeróbica, o qual voltará ao fígado, dando sequência ao ciclo.
4
calórica também são fatores de risco a essa doença. Os sintomas são semelhantes aos
encontrados na diabetes tipo I, mas com menor intensidade, além de apresentar
irritabilidade, mudanças de humor e dores generalizadas.
Por final, temos a diabetes gestacional, que se trata da glicose elevada no sangue
durante e/ou após a gravidez. Esse é decorrente das mudanças no equilíbrio hormonal da
mulher durante o período de gestação. A placenta, por exemplo, atua como um
contrarregulador hiperglicemiante, a fim de atender às necessidades do feto. Dessa forma,
o pâncreas deve tentar compensar com um aumento na produção de insulina, mas que nem
sempre é efetivo, podendo gerar um estado hiperglicêmico. Quando o bebê é exposto a
grandes quantidades de glicose ainda no ambiente intrauterino, há maior risco de
crescimento excessivo (macrossomia fetal) e, consequentemente, partos traumáticos e até
de obesidade e diabetes em sua vida adulta. Além da mãe possuir maior risco de
desenvolver diabetes tipo II tardiamente. Os fatores de risco estão relacionados à idade
materna mais avançada, ao ganho de peso excessivo durante a gestação, ao sobrepeso ou
obesidade e ao histórico de diabetes na família, sobretudo, diabetes gestacional na mãe da
gestante.
5
vasoativas, infusão de glicose excessiva, falência pancreática ou hepática, piora de status
clínico e o seguimento de nutrição enteral/parental. Os fatores levados em conta em cada
tipo:a suspeita de descompensação glicêmica e a ausência ou presença de histórico familiar
diabético . Há o monitoramento da glicemia capilar em horários pré determinados conforme
os estados de alimentado, jejum, dieta ou tratamento de insulinoterapia venosa e os
resultados são analisados diante das metas glicêmicas de normalidade em cada um desses
estados. Em pacientes com controle glicêmico estável recomenda-se o contínuo uso de seu
respectivo tratamento, seja a insulina basal associada a dietas e em alguns casos os
hipoglicemiantes orais, mas em pessoas com hiperglicemia crítica é feita a infusão de
insulina como terapia intensiva. São identificadas circunstâncias especiais como os
diabéticos do tipo 1 em que a equipe sempre é acionada para acompanhar; insuficiência
renal; pacientes que fazem uso de corticoide e que seguem dieta enteral ou parenteral,
além daqueles em período pré ou pós operatório. Já o manejo da hipoglicemia leva em
consideração alguns fatores de risco como a idade, contínuo uso de insulina, uso
desregular de medicamentos e dietas de nutrição, vômitos, lesão renal entre outros casos
isolados que dizem respeito ao uso de insulina. São observados os mesmos fatos o que no
caso hiperglicêmico durante a admissão hospitalar, a descompensação glicêmica e dados
sobre histórico familiar. Os sintomas que se expressam são palidez, tremores, sonolência
cefaleia,sudorese, convulsões, desmaio e perda de consciência, sendo que a equipe tem
autorização para tratar com a dosagem de glicemia capilar e depois prescrever a dose de
ingestão oral, sendo que é seguido um cálculo conforme a resistência e peso do paciente.A
equipe é instruída a agir conjuntamente de forma organizada seguindo os protocolos de
atendimento, educação continuada, manejo de instrumentos, encaminhamento de
informações e orientação ao paciente. Destaca-se a participação do médico assistente, este
que deve promover uma comunicação clara com os demais equipistas, os pacientes e os
familiares. O grupo também é constituído essencialmente, pelos enfermeiros, farmacêuticos
e nutricionistas.
Objetivo
Materiais e Método
● Pipeta volumétrica
● Pipeta automática
● Banho maria
● Solução Padrão
● Reagente de cor
6
● Tubo de ensaio
● Espectrofotômetro
● Kit de glicemia (punção digital, agulha, álcool 70)
● Ponteira da pipeta
● Soro
● Descarte de lixo infectante
● Dextrina (solução de glicose)
● Água deionizada
● Luva
● Lanceta
Procedimento técnico
Pegar três tubos de ensaio, nomeá-los e proceder com as preparações indicadas na tabela
a seguir:
Soro 50 µL – –
Sol. Padrão – 50 µL –
7
escala de 0 a 1. Para isso, é necessário zerar o aparelho usando a solução branco, já que
esse não gera reação.
Cálculo:
Glicose mg/dL = (Absorbância da amostra/Absorbância do padrão) × 100
PROCEDIMENTO TÉCNICO
Dosar a glicemia em jejum;
Dar ao cliente uma solução de dextrose (glicose) 75 g em 300 mL de H20 ou (1,2 g de
dextrose por kg de peso do cliente ).
● Dosar a glicemia 30* após a ingestão de glicose;
● Dosar a glicemia 60' após a ingestão de glicose;
● Dosar a glicemia 90' após a ingestão de glicose;
● Dosar a glicemia 120', após a ingestão de glicose.
Resultados
Cálculo:
Glicose mg/dL = (Absorbância da amostra/Absorbância do padrão) × 100
Glicose = (0,147/0,406) x 100
Glicose = 36,206 mg/dL
8
Discussão
9
sopa de açúcar (que pode ser diluída em água), uma colher de sopa ou 3 sachês de mel,
150ml de refrigerante comum (não dietético), suco de laranja integral ou de 3-4 balas
mastigáveis. Após ingerir alguma das fontes de 15g de carboidratos de rápida absorção, é
necessário aguardar 15 minutos para verificar novamente a glicemia. Se os valores
continuarem baixos, o procedimento deve ser repetido. Para prevenir outra crise de
hipoglicemia, após uma hora da normalização da glicemia, é recomendado que seja
realizada uma refeição, a qual deve incluir fibras (como alimentos integrais, feijão ou
leguminosas e verduras), proteína (carnes, ovos, queijo ou leite) e gorduras (como azeite e
castanhas). Em casos mais graves, pode ser necessária uma intervenção externa médica, a
fim de administrar hormônios hiperglicemiantes como glucagon, adrenalina e cortisol;
porém, de qualquer maneira, após restaurado o valor normoglicêmico, é importante que o
paciente tenha sempre algum carboidrato simples e que realize mais refeições durante o
dia. Em casos de insulinoma - tumor produtor de insulina no pâncreas - o tratamento
cirúrgico para remoção do tumor pode ser o mais recomendado.
Já com o Teste Oral de Tolerância à Glicose, foi possível verificar que o paciente não
apresentou nenhuma patologia em relação à digestão e absorção do monossacarídeo
analisado. Os resultados encontrados estavam dentro do valor de referência (70-99 mg/dL)
desde a medida durante o jejum até os momentos finais após a ingestão da solução de
dextrina. Ao observarmos o resultado em jejum, o paciente estava com a glicemia 88 mg/dL,
um valor adequado ao exame. Nos primeiros 30 minutos, verifica-se o pico de glicemia de
118 mg/dL. Portanto, a partir de então, a tendência é que esse valor diminua
progressivamente até entrar no padrão novamente. Esse processo ocorreu de modo
satisfatório no paciente, uma vez que na medição aos 60 minutos a glicemia estava 96
mg/dL, de volta ao estado de normoglicemia. Por fim, o último exame feito teve resultado de
93 mg/dL, ratificando a diminuição da glicemia. Pode-se, ainda, comparar os resultados
obtidos com o gráfico do livro “Fundamentos Clínicos de Química” dos autores Carl Burtis e
David Bruns, uma vez que a reta média é semelhante, verificando valores normais de
glicemia de acordo com os encontrados no estudo, estando longe de configurar alguma
patologia hiperglicemiante ou hipoglicemiante.
10
Esse processo ocorre devido à ação de um hormônio hipoglicemiante secretado pelo
pâncreas, a insulina. Uma vez ingerida a solução de dextrina, os níveis de glicose no
sangue aumentaram, de modo que o pâncreas é sensibilizado e secreta o hormônio insulina
através das células β das ilhotas de Langerhans. Esse hormônio é hipoglicemiante e atua
abrindo um canal de passagem de glicose para dentro das células - GLUT 4
insulino-dependente - acarretando a entrada do excesso desse monossacarídeo para
dentro das células, onde ocorrerão os processos das vias hipoglicemiantes, e assim, a
restauração do valor normal de glicemia.
Referências Bibliográficas
11
https://drasuzanavieira.med.br/2016/03/10/hipoglicemia-em-pessoas-sem-diabetes/.
Acesso em: 16 de abril de 2022
12