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Centro Regional de Ensino Integrado do Colégio Volta Redonda

Disciplina: Biotecnologia – Curso Técnico de Química 3º Ano


Professora: Sumara Melo

Apostila: Produtos de origem Biotecnológica e o caso dos Transgênicos

Biotecnologia

Biotecnologia é um processo tecnológico que permite a utilização de material


biológico (plantas e animais) para fins industriais. Engenharia Genética é o
termo usado para descrever algumas técnicas modernas em biologia molecular
que vem revolucionado o antigo processo da biotecnologia. A ciência e a
tecnologia são duas atividades muito ligadas a nosso cotidiano. A ciência está
associada ao desejo humano de saber, compreender, explicar ou prever
fenômenos naturais. A tecnologia decorre de outro desejo: o de encontrar
novas e melhores maneiras de satisfazer as necessidades humanas, usando
para isso conhecimentos, ferramentas, recursos naturais e energia. A
biotecnologia é o conjunto de técnicas que permite implantar processos na
indústria farmacêutica, no cultivo de mudas, no tratamento de despejos
sanitários pela ação de microorganismos em fossas sépticas entre outros mais
diversos usos. A biotecnologia possui o conhecimento nas áreas de
microbiologia, bioquímica, genética, engenharia, química, informática. Tendo
como agentes biológicos os microrganismos, células e moléculas (enzimas,
anticorpos, ADN, etc.), resultando em bens, como alimentos, bebidas, produtos
químicos, energia, produtos farmacêuticos, pesticidas, etc. Contribui com
serviços, como a purificação da água, tratamentos de resíduos, controle de
poluição, etc. Já na Antigüidade o homem fazia pão e bebidas fermentadas;
uma das fontes de alimentos dos Astecas eram as algas que eles cultivavam
nos lagos. A partir do século XIX, com o progresso da técnica e da ciência,
especialmente a Microbiologia, surgiram grandes avanços na tecnologia das
fermentações. No início do século XX desenvolveram-se as técnicas de cultura
de tecidos e a partir de meados do século surgem novos horizontes com a
Biologia Molecular e com a Informática que permite a automatização e o
controle das plantas industriais. A Biotecnologia já tem lançado vários produtos
no mercado mundial. Em alguns casos, como os da insulina e do hormônio do
crescimento, a inovação consiste em substituir os métodos de obtenção
tradicionais. Em outros casos, como o dos anticorpos monoclonais, trata-se de
produtos inteiramente novos.

Produtos e Benefícios.

A biotecnologia, mesmo com todos os benefícios e produtos gerados, tem


provocado inúmeros debates e controvérsias, (biodiversidade, patentes, ética).
Seu futuro depende dos fatores econômicos e sociais que condicionam o
desenvolvimento industrial. Alguns bens e produtos obtidos através da
biotecnologia:

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 Agricultura - adubo composto, pesticidas, silagem, mudas de plantas ou
de árvores, plantas transgênicas, etc.
 Alimentação - pães, queijos, picles, cerveja, vinho, proteína unicelular,
aditivo, etc.

 Química - butanol, acetona, glicerol, ácidos, enzimas, metais, etc.

 Eletrônica - biosensores

 Energia - etanol, biogás.

 Meio Ambiente - recuperação de petróleo, tratamento do lixo, purificação


da água.

Pecuária – embriões

 Saúde - antibióticos, hormônios e outros produtos farmacêuticos,


vacinas, reagentes e testes para diagnóstico, etc.

TRANSGÊNICOS:

O que é?

Alimentos Geneticamente Modificados: são alimentos criados em laboratórios


com a utilização de genes (parte do código genético) de espécies diferentes de
animais, vegetais ou micróbios. Organismos Geneticamente Modificados: são
os organismos que sofreram alteração no seu código genético por métodos ou
meios que não ocorrem naturalmente. Engenharia Genética: ciência
responsável pela manipulação das informações contidas no código genético,
que comanda todas as funções da célula. Esse

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OBJETIVOS:

A geração de transgênicos visa à obtenção de características específicas por


um organismo de interesse. Resultados na área de transgenia já são
alcançados desde a década de 70, época na qual foi desenvolvida a técnica do
DNA recombinante. O primeiro transgênico foi a bactéria Escherichia coli, que
sofreu adição de genes humanos para a produção de insulina na década de
1980.

ALIMENTOS TRANSGÊNICOS:

Os alimentos transgênicos são modificados geneticamente em laboratórios


com o objetivo de conseguir melhorar a qualidade do produto. Os genes de
plantas e animais são manipulados e muitas vezes combinados. Os
organismos geneticamente modificados, depois da fase laboratorial, são
implantados na agricultura ou na pecuária. Na agricultura, por exemplo, uma
técnica muito utilizada é a introdução de genes que conferem tolerância a
herbicidas.

Nas culturas transgênicas que atualmente estão sendo comercializadas foram


incorporadas características da chamada primeira geração (input traits),
capazes de conferir vantagens agronômicas simples, ou seja, dependentes de
genes únicos ou de alguns poucos genes, dirigidas para a solução de
estresses ambientais. Essas incluem, em primeiro lugar, a tolerância a
herbicidas, seguida pela resistência a insetos e alguns produtos resistentes a
vírus. Neste grupo de plantas transgênicas incluem-se, ainda, aquelas que
incorporaram vantagens como a tolerância a metais tóxicos do solo, ao frio e a
outros estresses abióticos.

A alta taxa de adoção de culturas com tais características reflete a satisfação


dos agricultores com produtos que oferecem benefícios significativos, como
manejo mais flexível, menor trabalho e mais alta produtividade, além de
benefícios econômicos e ambientais, pelo decréscimo no uso de agroquímicos.
Exemplos: o mamão papaia (vírus da mancha anelar), o milho, soja e algodão
que são fortalecidos contra insetos que devoram as plantações, a batata que
resiste a pragas e reduz absorção de óleo durante o processo de fritura. A
empresa Monsanto recebeu parecer favorável da CTNBio à produção em
escala comercial da semente de soja transgênica Roundup Ready resistente à
aplicação de herbicida à base de Glifosate da mesma empresa, em dezembro
de 1998. O parecer técnico-científico baseia-se na conclusão de que a soja
geneticamente modificada não oferece riscos a saúde humana ou animal, e
nem ao meio ambiente.

A decisão da CTNBio está embasada nos seguintes


argumentos:

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O cultivar da soja não é passível de polinização cruzada com espécies
silvestres; Não há razões para se prever a sobrevivência de plantas derivadas
fora de ambientes agrícolas; Não haverá aumento da pressão de seleção sobre
as plantas daninhas, com a introdução de cultivares tolerantes ao herbicida
Glifosate; Não há nenhuma constatação de que a utilização do herbicida
Glifosate nas lavouras de soja no Brasil tenha efeito negativo no processo de
fixação biológica de nitrogênio; Não há indícios de que o uso de cultivares
derivadas dessa linhagem possa alterar o perfil e a dinâmica das populações
de insetos associados à cultura de soja convencional; a introdução do
transgene não altera as características da composição química da soja, com
exceção do acúmulo de proteína transgênica, tendo comprovada sua
segurança quanto aos aspectos de toxicidade e de alergenicidade humana e
animal (Comissão Técnica 1999). A segunda geração de características
introduzidas em culturas transgênicas inclui aquelas capazes de conferir a
melhoria na qualidade do produto. Tais características resultam em benefícios
que serão mais evidentes para os consumidores. A primeira característica de
qualidade introduzida numa cultura transgênica foi o amadurecimento
retardado no tomate Longa Vida, aprovado para comercialização nos Estados
Unidos em 1994.

Outros Exemplos:

 A cenoura mais doce e contendo doses extras de betacaroteno;

 O arroz com mais proteínas;

 A batata com retardo de escurecimento;

 A soja com genes de castanha-do-pará que aumenta seu valor nutritivo.

Outros produtos com características de qualidade que estarão


disponíveis em curto prazo incluem:

 Produtos mais nutritivos e saudáveis para a alimentação humana e


animal;

 Produtos para sanar deficiências de micronutrientes;

 Produtos com melhor sabor, aroma e/ou aumento na qualidade e


armazenamento de compostos como amido ou proteínas;

 Produtos com melhor qualidade em fibras;

 Produtos que estão sendo desenvolvidos como remédios para


deficiências de vitaminas.

 O produto que promete um grande impacto na saúde pública é uma


variedade de arroz, desenvolvida pela empresa Syngenta, com maior
concentração de betacaroteno.

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 A substância é usada pelo organismo para metabolizar vitamina A.

 Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 500 mil crianças


ficam cegas todo ano em países pobres por falta de vitamina A em sua
dieta - em grande parte composta de arroz.

 O único produto desse tipo já comercializado é a soja com ômega 3,


disponível no mercado americano desde 2005. A Kellog's utiliza este
grão nos seus produtos.

Terceira Geração:

 Vacinas Comestíveis
 Animais Transgênicos

 Proteínas Recombinantes

Vacinas Comestíveis:

A grande vantagem é que não necessitam ser refrigeradas, pois o alimento


protege as proteínas da degradação. E, dentro das células vegetais, as vacinas
encontram-se protegidas do suco gástrico, sendo liberadas gradativamente já
no intestino delgado. Desde o início das pesquisas com vacinas em alimentos,
os pesquisadores desconfiavam que estas vacinas também teriam ação sobre
a imunidade mucosal. Muitos agentes patológicos entram no corpo via nariz,
boca ou órgãos genitais; a primeira defesa do organismo é uma série de
membranas mucosas, localizadas nestas regiões. As vacinas injetáveis, em
geral, não estimulam a defesa mucosal; as vacinas comestíveis, teoricamente,
deveriam ser mais ativas nesta imunidade, pois entra em contato íntimo com a
mucosa do intestino. Deveriam, portanto, serem capazes de ativar a imunidade
mucosal e sistêmica. Este efeito seria ótimo contra doenças como a diarréia,
por exemplo.

A maior parte dos cientistas envolvidos com vacinas comestíveis está


pesquisando formas de combater a diarréia, que é provocada por vários
agentes, como o Norwalk virus, o Vibrio cholerae e Escherichia coli. Cerca de 3
milhões de crianças morrem anualmente por causa destes agentes, que são
capazes de perturbar as células do intestino delgado, provocando a liberação
excessiva de água dos tecidos. A única terapia disponível é a re-hidratação,
mas algumas vezes não é suficiente. Não existe vacina, ainda, de alcance
mundial para a doença. No Brasil, a morte por diarréia é, infelizmente, muito
comum em várias regiões.

Em 1995, Arntzen conseguiu obter plantas de tabaco que produziam uma


proteína antígena para o vírus da hepatite B, testou em ratos e estes se
tornaram imune à doença. Também neste ano, William H. R. Langridge da
Loma Linda University obteve tomates e batatas com vacinas para as três
principais causas da diarréia. Alimentando animais (ratos, coelhos e macacos)

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com estas frutas ou tubérculos, conseguiram resultados excelentes: as cobaias
tiveram respostas positivas de imunidade mucosal e sistêmica, e não
contraíram a doença quando expostas aos agentes patológicos reais.

Estes e outros testes preliminares, em animais, serviram para indicar que os


humanos também deveriam ser testados. Arntzen foi o primeiro cientista a
testar vacinas comestíveis em pessoas. Em 1997, vinte voluntários comeram
batatas não cozidas, contendo a sub-unidade B da toxina da E. coli. Todos
apresentaram estímulos das imunidades sistêmica e mucosal. O mesmo grupo
comeu outras batatas, contendo vacina contra o Norwalk virus; 19 dos vinte
tiveram resultados positivos. No ano seguinte, Hilary Koprowski do Thomas
Jefferson deu alface geneticamente modificada para conter um antígeno da
hepatite B para três voluntários; dois ficaram imunes a doença.

Estes resultados parecem deixar claro que as vacinas comestíveis são, de fato,
eficazes. A comunidade científica vê com bons olhos e vários órgãos de saúde
pública, como a NIH e a Unicef, já investem bastante dinheiro nesta área.
Entretanto, várias questões ainda devem ser respondidas, e vários problemas
precisam ser resolvidos, antes da liberação em massa destas vacinas. Dentre
os obstáculos, está a escolha das plantas corretas - e cada planta apresenta
seu próprio desafio. As batatas são ideais: se propagam rapidamente e podem
ser estocadas por longos períodos. A desvantagem é que devem ser ingeridas
sem cozimento, o que não é uma prática comum.

As folhas de tabaco, extensivamente estudadas, não fazem parte da dieta de


nenhuma população. As bananas não precisam ser cozidas, mas suas árvores
levam anos para dar frutos, e estes são sazonais. Além disso, após colhidas as
bananas apodrecem rapidamente. Por isso, mais plantas tem sido testadas,
como alface, cenouras, amendoins, trigo, milho arroz e soja.

Outra questão: o consumo cotidiano de vacinas poderia causar um fenômeno


conhecido como tolerância oral - o organismo pode simplesmente passar a
desligar suas defesas contra estas proteínas, se tornando suscetível ao ataque
do agente patológico real. Além disso, alguns cientistas advertem para o fato
de que a mãe que come o alimento com vacina estaria indiretamente
vacinando o seu filho, quer seja o feto, através da placenta, ou o bebê, pela
amamentação.

Futuras Gerações:

A combinação de anticorpos recombinantes e engenharia da planta têm


resultado na expressão de uma diversidade de formas moleculares em
diferentes espécies de plantas. Várias proteínas farmacêuticas têm sido
produzidas em plantas transgênicas, incluindo a lipase e a eritropoietina.O
hormônio do crescimento somatotrofina é usado para o tratamento de nanismo
hipopituitário em crianças e, futuramente existe possibilidade de uso na
síndrome de Turner, insuficiência renal crônica e síndrome debilitante do HIV.

Países Produtores de Transgênicos:

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A soja geneticamente modificada foi a principal lavoura de transgênicos em
2005, ocupando 54,4 milhões de hectares (60% da área GM global), seguida
pelo milho (21,2 milhões de hectares com 24% da área GM global), algodão
(9,8 milhões hectares com 11%) e canola (4,6 milhões de hectares com 5,0%
da área global semeada com lavouras GM).

O Arroz Desenvolvido pela multinacional Bayer CropScience, o arroz Liberty


Link é resistente a herbicidas, o que permite ao agricultor eliminar as ervas
daninhas que aumentam o custo da produção e reduzem a qualidade do
produto que chega ao consumidor.

O Milho Resistente a herbicidas e a insetos, não é atacado pelas micotoxinas,


agentes que podem causar alergias, intoxicações e câncer. A empresa
americana Syngenta Seeds trará para o Brasil a tecnologia do milho,
empregada na Argentina e nos Estados Unidos.

O desenvolvimento da batata resistente promete livrar o agricultor do mosaico,


a principal doença da lavoura, responsável por perdas de até 80% da safra. O
estudo, da Embrapa, vem sendo feito há mais de dez anos. Nos EUA, já é
comercializada há cinco anos.

Segurança dos Alimentos Transgênicos:

No desenvolvimento de uma metodologia para a avaliação de segurança de


novos alimentos, era essencial estabelecer uma definição de alimento
seguro.Segundo a OECD (Organização para Cooperação e Desenvolvimento
Econômico), um alimento é considerado seguro se houver certeza razoável de
que nenhum dano resultará de seu consumo sob condições previstas de uso.
Em 1993, a OECD formulou o conceito de equivalência substancial (ES) como
uma ferramenta a ser utilizada como guia na avaliação da segurança de
alimentos geneticamente modificados, a qual tem sido aperfeiçoada ao longo
dos anos. O conceito de ES se baseia na idéia de que alimentos já existentes
podem servir como base para a comparação do alimento geneticamente
modificado com o análogo apropriado.

Os fatores considerados incluem a identidade, fonte e composição do OGM, os


efeitos do processamento/cocção sobre o alimento geneticamente modificado,
o processo de transformação, a potencial toxicidade, entre outros fatores. O
fato de um alimento geneticamente modificado ser substancialmente
equivalente ao seu análogo convencional não significa que ele seja seguro,
nem elimina a necessidade de se conduzir uma avaliação rigorosa para
garantir a sua segurança antes que sua comercialização seja permitida.

Na avaliação da segurança de alimentos geneticamente modificados, além dos


estudos de composição, e da avaliação de segurança, um outro componente a
ser considerado é a equivalência nutricional. Esta avaliação é realizada através
de estudos em que animais são alimentados com rações produzidas a partir do
alimento geneticamente modificado. Não é muito utilizado na avaliação da
qualidade de novas variedades de alimentos desenvolvidos.

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Nenhuma das plantas resultantes dos cruzamentos interespecíficos existiu ou
existe na natureza. Portanto, sob qualquer definição, tais plantas foram
geneticamente modificadas por intervenção humana. Nesse processo, mesmo
que o melhorista esteja interessado em uma ou poucas características,
grandes blocos de genes são transferidos da planta doadora para a receptora.
Isso significa que centenas de genes não-conhecidos e indesejáveis podem ser
introduzidos concomitantemente ao gene de interesse, com o risco de que
algum(ns) codifique(m), por exemplo, toxinas ou produtos alergênicos que são
importantes para a sobrevivência das plantas selvagens na natureza.

É importante enfatizar que alimentos oriundos de plantas mutantes


espontâneas ou induzidas, bem como daquelas resultantes de cruzamentos
interespecíficos, apesar de serem avaliados agronomicamente pelos
melhoristas, não são submetidos a testes especiais, rotulagem ou qualquer
regulamentação e/ou inspeção governamental sobre os métodos de obtenção e
sobre os riscos alimentares ou ao meio ambiente decorrentes das alterações
genéticas.

Tanto os genótipos obtidos pelos métodos convencionais como os obtidos pela


transgenia devem ser devidamente avaliados. Essa orientação está
enfaticamente apresentada em declaração redigida pelo Dr. C.S. Prakash da
Tuskegee University, e assinada por mais de 3.300 cientistas de todo o mundo,
na qual é afirmado que: “Nenhum produto alimentar, seja produzido com
técnicas de DNA recombinante ou com métodos mais tradicionais, é totalmente
sem risco. Os riscos apresentados por alimentos são uma função das
características biológicas dos alimentos e dos genes que foram utilizados, e
não do processo empregado para o seu desenvolvimento. Nosso objetivo como
cientistas é assegurar que qualquer novo alimento produzido com a utilização
de DNA recombinante seja tão ou mais seguro do que aqueles que já vêm
sendo consumidos”

Já o Instituto Brasileiro de Defesa (1999) salienta os riscos dos alimentos


transgênicos, para a saúde da população e para o meio ambiente. Pode
ocorrer o aumento das alergias com o consumo dos OGMs, pois novos
compostos são formados no novo organismo, como proteínas e aminoácidos
que ingeridos poderão desencadear processos alérgicos, e aumento de
resistência aos antibióticos, pois são inseridos nos alimentos transgênicos
genes que podem ser de bactérias usadas na produção de antibióticos. Com o
consumo pela população desses alimentos, poderá ocorrer resistência a esses
medicamentos, reduzindo ou anulando a eficácia dos mesmos.

Pode ser desencadeado também, um aumento das substâncias tóxicas quando


o gene de uma planta ou de um microorganismo for utilizado em um alimento, e
é possível que o nível dessas toxinas aumente inadvertidamente, causando
mal às pessoas, aos insetos benéficos e aos animais. Estudos a respeito têm
demonstrado que a inserção de genes resistentes aos agrotóxicos em alguns
alimentos transgênicos conferem às pragas e às ervas daninhas maior
resistência, tornando-se super-pragas, desequilibrando os ecossistemas,
implicando uso de uma maior quantidade de agrotóxicos, que resultará no
aumento de resíduos nos alimentos, rios e solos.

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Legislação:

Resolução - RDC nº 214, de 30 de julho de 2002.

Estabelece condições para importação, comercialização, e exposição ao


consumo dos produtos incluídos na RDC nº 213 de 30 de julho de 2002.

DECRETO N° 4.680, DE 24 DE ABRIL DE 2003

Art. 1° Este Decreto regulamenta o direito à informação, assegurado pela


Lei n° 8.078, de 11 de setembro de 1990, quanto aos alimentos e
ingredientes alimentares destinados ao consumo humano ou animal que
contenham ou sejam produzidos a partir de organismos geneticamente
modificados, sem prejuízo do cumprimento das demais normas aplicáveis.  

Art. 2º Alimentos destinados ao consumo humano, produzidos a partir de


OGMs com presença acima do limite de 1% do produto geneticamente
modificado, deverão ser informados ao consumidor.

O SUPER LEITE

Cientistas do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA), ligado ao


Ministério da Agricultura da Argentina, afirmam ter criado uma mistura de leite
de vaca e de cabra especial que poderia contribuir na prevenção de doenças
cardíacas, diabetes e tumores. Em entrevista à BBC Brasil, o autor da
pesquisa, o engenheiro agrônomo Gerardo Gagliostro, disse que a novidade foi
batizada de "super leite". "Não é um medicamento, mas um alimento capaz de
prevenir certas doenças, desde que a pessoa combine esse leite com
alimentação e vida saudável", afirmou.

Dieta na fonte

Segundo Gagliostro, as vacas e cabras que produzem o leite tiveram uma


alimentação suplementar de soja, leite de soja e azeite de peixe. Por conta da
alimentação mais saudável, os animais passaram a produzir leite menos
gorduroso. "Essa combinação alimentar que damos às vacas e cabras faz com
que elas produzam leite com maior quantidade de ácidos benéficos, reduzindo
a produção dos ácidos que entopem as artérias dos seres humanos. Ou seja,
esse leite funcional reduz a gordura saturada do ponto de vista cardiovascular
e evita outras doenças", disse.

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Ácidos anticâncer

O pesquisador sugere ainda que o leite produzido por estes animais bem
alimentados contém níveis mais altos de ácido linoleico conjugado (CLA) e
ácido vacênico (AV), substâncias que ajudam na prevenção contra a formação
de tumores, principalmente de mama e ovário, obstrução das artérias e
diabetes. O "super leite" teria ainda baixos níveis de ácidos saturados e o
índice recorde de 9% de ácido de linoleico conjugado. De acordo com
Gagliostro, o leite normal possui entre 3% e 3,4% de gordura saturada,
contraindicada para pessoas com problema cardíacos e colesterol alto.

Super queijos

Segundo ele, esse tipo de pesquisa para produção de um leite mais saudável
teria começado nos Estados Unidos com ratos de laboratório. Além dos EUA, a
pesquisa é desenvolvida também na França. A Argentina já começou a
comercializar queijos com este "super leite" em pequenas lojas da província de
Buenos Aires.

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