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Apoio na Realização de

Atividades Instrumentais

U FCD: 7 2 2 1
CA RG A H O RÁ RI A: 5 0 H ORA S
FO RM A DO RA : A N A S O FI A CO N CE I ÇÃ O
Objetivos:
❖ Identificar as regras e procedimentos relativos à realização de atividades instrumentais diárias;
❖ Apoiar o indivíduo em deslocações dentro e fora de casa;
❖ Adquirir bens e serviços necessários ao dia-a-dia do indivíduo e família;
❖ Efetuar a armazenagem e conservação de produtos e alimentos;
❖ Efetuar a limpeza e manutenção do espaço doméstico;
❖ Efetuar o tratamento simples de roupas pessoais e de cama;
❖ Efetuar o registo e transmitir ocorrências.
Conteúdos programáticos
➢ Regras e procedimentos relativos à realização de atividades instrumentais diárias;
➢ Apoio nas deslocações ao exterior;
➢ Aquisição de bens e serviços em representação do utente e da família;
➢ Armazenagem e conservação de produtos;
➢ Trabalho de limpeza e manutenção dos espaços domésticos;
➢ Materiais e utensílios de Higienização;
➢ Técnicas de higienização de espaços;
➢ Higienização nos diversos contextos de exercício;
➢ Regras básicas de manutenção e limpeza de equipamento e utensílios;
➢ Ficha de arranjos;
➢ Tratamento de roupas pessoais e de cama;
➢ Ocorrências e anomalias no apoio à prestação de cuidados.
1. Regras e Procedimentos Relativos à Realização
de Atividades Instrumentais Diárias
Regras e Procedimentos Relativos à Realização
de Atividades Instrumentais Diárias

As Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVD) compreendem as atividades que dão suporte
à vida diária em casa ou na comunidade e que, frequentemente, exigem uma interação mais
complexa.
Regras e Procedimentos Relativos à Realização
de Atividades Instrumentais Diárias
São exemplos de Atividades Instrumentais de Vida Diária:
• Cuidar de outras pessoas (selecionar e supervisionar cuidadores ou cuidar pessoalmente de
alguém);
• Gerir a comunicação (enviar, receber e interpretar informações utilizando uma variedade de
sistemas e equipamentos incluindo ferramentas para a escrita, telefones, computadores,
recursos audiovisuais, campainhas de emergência, equipamentos de comunicação alternativa);
• Movimentar-se dentro da comunidade (movimentar-se na comunidade e utilizar transportes
públicos ou privados, caminhar, andar de bicicleta, apanhar um táxi ou um autocarro);
• Gestão financeira (uso dos recursos financeiros, planeamento financeiro a curto e a longo
prazo);
Regras e Procedimentos Relativos à Realização
de Atividades Instrumentais Diárias
• Gestão e manutenção da saúde (desenvolvimento, gestão e manutenção de rotinas saudáveis e
de promoção do bem-estar como exercícios físicos, nutrição adequada, cuidados com hábitos
que colocam a saúde em risco e rotina na ingestão de medicamentos);
• Estabelecimento e manutenção da casa (casa, jardim, quintal, manutenção e conserto de
roupas e objetos da casa, conhecimento para identificar e solicitar ajuda para reparações);
• Preparação de alimentos e limpeza (planeamento, preparação e capacidade de servir refeições
saudáveis nutricionalmente, capacidade para higienizar os alimentos e limpar os utensílios após
a refeição);
• Observação religiosa (participar adequadamente, seguindo as regras dos cultos religiosos),
procedimentos de segurança (conhecimento e capacidade de procedimentos de segurança,
capacidade de agir em situações inesperadas, pedir auxílio);
• Compras (preparação de lista de compras, seleção, compra e transporte de itens, seleção de
método de pagamento, uso adequado do dinheiro).
Regras e Procedimentos Relativos à Realização
de Atividades Instrumentais Diárias
O envelhecimento aumenta a suscetibilidade para doenças crónicas e incapacidades.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estão especialmente vulneráveis ao
adoecimento, incapacidades e morte, aqueles que atendem a determinados critérios
demográficos, sociais e económicos: idosos com 80 anos e mais, mulheres idosas, sobretudo
solteiras e viúvas, idosos que moram sozinhos, socialmente isolados, sem filhos ou aqueles que
contam com recursos económicos escassos.
Regras e Procedimentos Relativos à Realização
de Atividades Instrumentais Diárias
A presença de incapacidade tem sido adotada como um importante critério de fragilidade em
idosos.
Considera-se o idoso frágil ou em situação de fragilidade aquele que apresenta condições
causadoras de incapacidade funcional - como acidente vascular encefálico, síndromes
demenciais e outras doenças neurodegenerativas, etilismo, neoplasia terminal, amputações de
membros - ou que se encontre com pelo menos uma incapacidade funcional para atividades
básicas da vida diária, ou seja, para aquelas relacionadas com o autocuidado físico.
Regras e Procedimentos Relativos à Realização
de Atividades Instrumentais Diárias

Outros critérios estabelecidos para definir a condição de fragilidade são:


viver em situação de violência doméstica; viver numa instituição de longa
permanência para idosos; encontrar-se acamado e estar hospitalizado por
qualquer razão.
O envelhecimento, especialmente em condições de maior fragilidade, gera
uma crescente exigência por parte dos serviços sociais e programas de
promoção da saúde.
Regras e Procedimentos Relativos à Realização
de Atividades Instrumentais Diárias
Reconhecendo as necessidades de prevenção e tratamento de condições de fragilidade, a
Política Nacional de Saúde do Idoso tem como objetivos:
❑ Promoção do envelhecimento saudável,
❑ Manutenção e melhoria da capacidade funcional,
❑ Prevenção de doenças,
❑ Recuperação da saúde e reabilitação, de modo a garantir aos idosos a permanência no meio
em que vivem, exercendo da forma mais independente possível as suas funções na sociedade.
Regras e Procedimentos Relativos à Realização
de Atividades Instrumentais Diárias
Do ponto de vista da saúde pública, a capacidade funcional, designada como capacidade de
manter as capacidades físicas e mentais necessárias para a vida independente e autónoma,
surge como um novo conceito de saúde, mais adequado para instrumentalizar e operacionalizar
a atenção à saúde do idoso.
Ações preventivas, assistenciais e de reabilitação devem objetivar, sempre que possível, a
manutenção, melhoria ou recuperação desta capacidade. Ao focar a capacidade funcional,
transcende-se o simples diagnóstico e tratamento de doenças específicas em direção à
preservação da independência física e mental do idoso e valorização da sua autonomia e
autodeterminação.
Regras e Procedimentos Relativos à Realização
de Atividades Instrumentais Diárias

A independência, entendida como a capacidade de executar funções


relacionadas com a vida diária e de viver em comunidade com alguma ou
nenhuma ajuda de outros, envolve a capacidade funcional e favorece a
autonomia.
A independência permite que o indivíduo empreenda ações relativas às suas
decisões sobre como se deve viver diariamente, de acordo com as suas próprias
regras e preferências.
Regras e Procedimentos Relativos à Realização
de Atividades Instrumentais Diárias

Ações voltadas à capacidade funcional incluem controlar fatores de


risco para incapacidades. A fim de manter idosos sãos,
independentes e com qualidade de vida, fatores de risco -
comportamentais e ambientais - de doenças crónicas e declínio
funcional devem ser mantidos baixos, e os fatores de proteção,
elevados.
Regras e Procedimentos Relativos à Realização
de Atividades Instrumentais Diárias
Entre os fatores comportamentais favoráveis à saúde e funcionalidade, destacam-se:
o Envolvimento em atividades físicas adequadas,
o Alimentação saudável,
o Abstinência do fumo e do álcool,
o Uso adequado de medicamentos.
Fazem parte dos fatores de proteção ambiental relacionados com a saúde e capacidade
funcional:
o Proximidade de membros da família,
o Proximidade de serviços de transporte,
o Adaptações em residências e locais públicos que favoreçam a interação e previnam quedas e
outros acidentes.
Regras e Procedimentos Relativos à Realização
de Atividades Instrumentais Diárias
O controlo desses fatores configura-se como estratégia para a promoção da
saúde e compõe, com outras ações, práticas de autocuidado.
A capacidade referida para o autocuidado foi preditor de maior funcionalidade e
menor mortalidade entre idosos residentes numa comunidade.
Reconhece-se a importância de adaptações adotadas por idosos e/ou
cuidadores que visam manter ou aumentar a independência funcional nas
atividades de vida diária.
Estas, no seu conjunto, são conceituadas como práticas de autocuidado e
compreendem basicamente mudanças comportamentais, ambientais e uso de
dispositivos auxiliares.
Regras e Procedimentos Relativos à Realização
de Atividades Instrumentais Diárias
Mudanças comportamentais referem-se a técnicas adaptadas para a realização de atividades, a
sua reorganização no quotidiano ou substituição de antigas atividades por novas.
Essas mudanças podem incluir evitar o uso de escadas e objetos pesados, fracionar compras,
equilibrar a realização de atividades que impliquem uma elevada exigência física com outras que
envolvam um menor consumo de energia, ajustar a realização de atividades às capacidades da
pessoa ou torná-las mais confortáveis e seguras.
Regras e Procedimentos Relativos à Realização
de Atividades Instrumentais Diárias
Modificações ambientais também constituem estratégias compensatórias às dificuldades,
abarcando reformas e instalações de barras e corrimãos ou medidas simples como retiradas de
obstáculos.
Para empreender modificações ambientais, deve-se considerar o significado atribuído pelo idoso
ao seu ambiente.
Este muitas vezes compõe a sua autobiografia, conferindo-lhe segurança e apoio especialmente
em situações de perda. Assim, ajustes no ambiente podem ser propostos desde que equilibrem
necessidades objetivas e subjetivas.
Regras e Procedimentos Relativos à Realização
de Atividades Instrumentais Diárias
Para orientar a pessoa no desempenho da tarefa, pode-se utilizar ainda um dispositivo auxiliar
ou de tecnologia auxiliar.
Como estratégia para promover a saúde, especialmente de idosos, considera-se que práticas de
autocuidado possam voltar-se ainda ao exercício de distintas capacidades, prevenção ou
combate ao isolamento social.
Nessa perspetiva, as práticas incluem incentivá-los a envolverem-se num universo diversificado
e significativo de atividades, manter ou resgatar a participação social.
2. Apoio nas Deslocações ao Exterior
Apoio nas Deslocações ao Exterior
O acompanhamento ao exterior visa promover a qualidade de vida do idoso, bem como apoiá-
lo na satisfação das suas necessidades (Segurança Social, 2012).
O acompanhamento ao exterior pode ser destinado a um ou mais clientes, de acordo com o seu
grau de locomoção.
Cada idoso tem um gestor do processo, que é responsável pela organização e planificação do
acompanhamento, de forma a assegurar a concretização de todos os serviços do cliente.
Apoio nas Deslocações ao Exterior
O gestor do processo deve definir e implementar as regras de
acompanhamento e as condições em que os clientes se podem deslocar ao
exterior:

❑ O cliente deve conhecer antecipadamente quem é o colaborador que o irá


acompanhar numa saída externa;
❑ Sempre que possível, o cliente e/ou significativo escolhe quem o vai
acompanhar a uma saída externa;
❑ O colaborador nunca deve acelerar o ritmo dos clientes, nomeadamente
daqueles que possuam problemas de mobilidade;
Apoio nas Deslocações ao Exterior
❑Na via pública, o cliente deve circular sempre no interior do passeio;
❑ O colaborador deve estar atento ao cansaço ou outros sintomas do cliente;
❑ O cliente deve estar sempre acompanhado por elementos de identificação e
com dinheiro de bolso;
❑ Estarem identificadas (os), entre outras:
◦ a necessidade de uso de ajudas técnicas e quais;
◦ o tempo de permanência máximo no exterior.
Acompanhamento ao Exterior: Aquisição
de Bens e Serviços de Transporte
As regras e condições de acompanhamento ao exterior devem ser divulgadas, comunicadas e
validadas junto do cliente e/ou significativos e dos colaboradores.
Nesta atividade, o gestor do processo deve ter em atenção o perfil do colaborador para executar
o serviço, na medida em que deve ser adequado às necessidades e expectativas do cliente.
Acompanhamento ao Exterior: Aquisição
de Bens e Serviços de Transporte
É aconselhável que o colaborador possua, entre outras, as seguintes competências:
❑ Ter conhecimentos em primeiros socorros;
❑ Ser tranquilo, ter paciência e diálogo permanente com o cliente nas tarefas que executa;
❑ Ter equilíbrio emocional perante situações constrangedoras de doença, de emergência ou
outras;
❑ Mostrar segurança no relacionamento interpessoal.
Acompanhamento ao Exterior: Aquisição
de Bens e Serviços de Transporte
Todas as ações e tarefas executadas devem ser registadas no impresso:
Atividades Instrumentais da Vida Quotidiana (pré-elaborado pela Segurança
Social).
Por exemplo, no caso do acompanhamento ao exterior se destinar à frequência
de atividades espirituais e/ou religiosas, devem ser registadas as ações e as
tarefas respetivas no impresso supracitado.
Acompanhamento ao Exterior: Aquisição
de Bens e Serviços de Transporte
A Estrutura Residencial deverá definir, para o transporte dos clientes, os meios de transporte, as
regras de utilização e as condições de segurança, higiene e bem-estar.
Estas regras devem estar de acordo com a legislação em vigor relativa à segurança e transporte
de passageiros, em especial quando se trate de pessoas com mobilidade reduzida.
Sempre que se registe alguma ocorrência ou incidente com o cliente nos serviços atrás referidos
(quer quando prestados a nível individual, quer quando prestados a um conjunto de clientes),
deve ficar registado nos impressos próprios para o efeito.
Acompanhamento ao Exterior: Aquisição
de Bens e Serviços de Transporte
O gestor do processo do cliente, pertencente à instituição onde o cliente reside, é responsável
pela organização e planificação dos serviços, de forma a assegurar a concretização de todos os
serviços pretendidos pelo cliente.
Com vista a salvaguardar e garantir a relação de confiança entre o cliente e a
Estrutura Residencial, o gestor do processo deve definir as regras e as condições
gerais de segurança que os seus colaboradores devem seguir na aquisição de bens e
serviços para o cliente, nomeadamente:

❑ Sempre que possível, o cliente e/ou significativo escolhem o responsável pela


execução desta atividade;
❑ Todas as ações envolvendo transações financeiras realizadas pelos colaboradores em
nome do cliente têm de ser registadas, sustentadas por comprovativo e entregues ao
cliente e/ou significativo;
❑ Sempre que o cliente entregue dinheiro em mãos ao colaborador, este verifica-o
contando à sua frente;
❑Sempre que o colaborador faz uma compra em dinheiro, deve entregar ao
cliente o talão de compra e troco, quando existe, contando-o à sua frente e, se
necessário, referenciar a quantia que o cliente lhe havia entregue;
❑ O colaborador deverá devolver sempre o dinheiro, ao cliente ou à organização,
quando por razões de força maior, não lhe seja possível realizar o serviço
solicitado;
❑ Estarem identificadas as situações em que o colaborador recebe dinheiro
direto do cliente;
❑ Estarem identificadas as situações em que a estrutura residencial gere o
dinheiro do cliente e as normas internas para o efeito.
Acompanhamento ao Exterior: Aquisição
de Bens e Serviços de Transporte
As regras e condições de aquisição de bens e serviços devem ser divulgadas,
comunicadas e validadas junto do cliente e/ou significativos e dos
colaboradores.
Acompanhamento ao Exterior: Aquisição
de Bens e Serviços de Transporte
Nesta atividade, o gestor do processo deve ter em atenção o perfil do
colaborador.
É aconselhável que o colaborador possua, entre outras, as seguintes
competências:
❑ Conhecimentos para assegurar a autonomia, privacidade e segurança do
cliente;
❑ Honestidade em relação aos pertences do cliente;
❑ Segurança no relacionamento interpessoal.
Acompanhamento ao Exterior: Aquisição
de Bens e Serviços de Transporte
O Estatuto do Idoso garante, entre outros direitos, a prioridade no atendimento
em órgãos privados prestadores de serviços, sejam eles de natureza alimentar,
jurídica, médica/saúde, educação, cultura, desporto e lazer.
3. Aquisição de Bens e Serviços em
Representação do Utente e da Família
Aquisição de Bens e Serviços em
Representação do Utente e da Família
1. Direitos e Deveres do Consumidor
Os Direitos e Deveres dos Consumidores estão previstos na Constituição Portuguesa,
nomeadamente, no artigo 60 e na Lei de Defesa do Consumidor - Lei n.º 24/96, de 31 de julho,
alterada pelo Decreto-Lei n.º 67/2003, de 8 de abril.
De acordo com a legislação, o consumidor é todo aquele a quem sejam fornecidos bens,
prestados serviços ou transmitidos quaisquer direitos, destinados a uso não profissional, por
pessoa que exerça com carácter profissional uma atividade económica que vise a obtenção de
benefícios.
Direitos dos Consumidores
➢Direito à formação e educação para o consumo. Todos os cidadãos têm o direito de
conhecer os seus direitos na qualidade de consumidores.
➢ Direito à qualidade de bens e serviços. Os consumidores têm o direito que os
produtos e serviços adquiridos correspondam às suas expectativas em termos de
desempenho e qualidade.
➢ Direito à proteção da saúde e à segurança física. Os consumidores têm o direito que
os bens e serviços adquiridos não coloquem em causa a sua saúde ou segurança.
➢ Direito à informação para o consumo. Os consumidores têm o direito de ser
informados, por parte da entidade vendedora, a totalidade das informações sobre todas
as características dos produtos que pretendem adquirir.
Direitos dos Consumidores
➢ Direito à proteção dos interesses económicos. Os consumidores têm o direito de estar em
total igualdade com a entidade vendedora sendo que a relação entre ambos deverá ser baseada
nos princípios da boa-fé, lealdade e equilíbrio.
➢ Direito à prevenção e reparação de danos. Os consumidores têm o direito à reparação de
danos quando o serviço ou bem foi adquirido com defeito. As reclamações devem ser efetuadas
no prazo de 60 dias ou de um ano quanto aos bens móveis e bens imóveis, respetivamente.
➢ Direito à proteção jurídica e a uma justiça acessível e pronta. Os consumidores podem
recorrer à justiça para defender os seus direitos. Nos casos em que o valor da ação judicial não
ultrapassar os 3.750€, o consumidor recorrendo ao Centro de Arbitragem de Conflitos de
Consumo fica isento de qualquer pagamento dos custos processuais.
➢ Direito à participação, por via representativa dos seus direitos e interesses. Os consumidores
têm o direito em associar-se e que estas associações sejam consultadas na defesa dos seus
interesses.
Deveres dos Consumidores
➢ Dever de solidariedade. Os consumidores têm o dever de associar-se a outros em associações
ou outras formas de modo a dar mais força às organizações de defesa dos direitos dos
consumidores.
➢ Dever da consciência crítica. Os consumidores têm o dever de uma postura crítica em relação
aos serviços e bens.
➢ Dever de agir. Os consumidores têm dever de reclamar todas as situações em que considerem
que estejam a ser enganados.
➢ Dever da preocupação social. Os consumidores têm o dever de ter uma preocupação social e
racional nos seus hábitos de consumo.
➢ Dever de consciência ambiental. Os consumidores têm o dever de ter uma preocupação
ambiental e de defesa dos recursos naturais nos seus hábitos de consumo.
Gestão da Economia Doméstica
A Gestão da Economia Doméstica é um método de intervenção que permite
planear, avaliar e controlar a utilização de recursos familiares.
O que é o Orçamento?
Orçamento é uma ferramenta de planeamento financeiro pessoal que contribui
para a realização de projetos.
Para que se tenha um bom planeamento, é necessário estabelecer metas claras
e objetivas, as quais geralmente precisam de recursos financeiros para que
sejam alcançadas ou para que ajudem a atingir objetivos maiores.
Para tal, é importante que toda a movimentação de recursos financeiros,
incluindo todas as receitas (rendas), todas as despesas (gastos) e todos os
investimentos, estejam anotados e organizados.
O orçamento financeiro pessoal oferece uma oportunidade para avaliar a vida
financeira e definir prioridades que impactam a vida pessoal.
O processo de elaboração do Orçamento

Planeamento Registo

Consiste em quatro etapas:


Orçamento

Avaliação Agrupamento
Tecnologias de Informação e Comunicação nos
Cuidados Pessoais e de Apoio à Comunidade
A utilização de tecnologias de informação e comunicação no campo da saúde constitui-se como
um elemento essencial para a promoção de modos de relacionamento mais seguros, acessíveis
e eficientes com os cuidados de saúde.(ACS, Espanha, R. et al, 2010)
Tecnologias de Informação e Comunicação nos
Cuidados Pessoais e de Apoio à Comunidade
Gerontecnologia define-se como o estudo do processo e necessidades provenientes do
envelhecimento, que procuram soluções da tecnologia para melhorar a vida diária dos idosos.
Representa o estudo multidisciplinar do envelhecimento e da tecnologia para adaptar os
ambientes no qual vivem e trabalham os idosos, os seus cuidadores, para que tenham a sua
independência preservada, possam participar na sociedade e trabalhar melhor com saúde
conforto e segurança.
Gerontecnologia é uma área profissional nova concebida para o desenvolvimento de técnicas e
produtos baseados no conhecimento do processo do envelhecimento e preferências e aspetos
culturais dos idosos
Tecnologias de Informação e Comunicação nos
Cuidados Pessoais e de Apoio à Comunidade

Essencialmente, a gerontecnologia utiliza a tecnologia disponível para reduzir


anos de morbilidade (condições de doença) e desconforto, acrescentando
autonomia funcional (estendendo os anos de vida independente).
Tecnologias de Informação e Comunicação nos
Cuidados Pessoais e de Apoio à Comunidade
As cinco principais abordagens da Gerontecnologia são:

➢ Melhorar as ferramentas tecnológicas para o estudo do processo de envelhecimento;


➢ Prevenir os efeitos do declínio da força, flexibilidade e resistência associadas com a idade;
➢ Aumentar a performance das novas funções (oportunidades) a serem assumidas decorrentes
do envelhecimento;
➢ Compensação do declínio das capacidades (os desafios) associada com o envelhecimento;
➢ Assistência aos cuidadores.
Tecnologias de Informação e Comunicação nos
Cuidados Pessoais e de Apoio à Comunidade
A Rede das Universidades da Terceira Idade (RUTIS) está a realizar testes para um novo software
que promete facilitar o acesso dos idosos à sua conta bancária. Será uma espécie de
“multibanco” virtual, através do qual os utilizadores podem aceder à sua conta do banco de
forma remota, seja através do computador, do dispositivo móvel (telemóvel ou tablet) ou até
através da sua TV (com devida ligação à internet).

A diferença desta aplicação para os sites normais dos bancos é que, neste sistema, desenvolvido
especificamente para a população idosa, os utilizadores podem aceder de forma mais
“amigável” e sem a necessidade de tantos procedimentos.
Tecnologias de Informação e Comunicação nos
Cuidados Pessoais e de Apoio à Comunidade
As cinco abordagens de gerontecnologia podem ser aplicadas a quase todos os aspetos da vida
de indivíduos idosos tais como:
▪ Locomoção e transporte;
▪ Saúde e medicina;
▪ Casa, trabalho, escola e ambientes de lazer;
▪ Informação e comunicação;
▪ Projeto de produto.
Documentos de Compra e Venda
O Contrato de Compra e Venda é aquele que desempenha a maior e mais
importante função económica.
Encontra-se deferido nos artigos. 874º e seguintes. Há na compra e venda, a
transmissão correspetiva de duas prestações: por um lado, a transmissão do
direito de propriedade ou de outro direito; por outro lado, o pagamento do
preço.
Qualquer cidadão se encontra no seu direito de adquirir ou vender produtos ou
serviços. A perda da capacidade do indivíduo para gerir os seus negócios não
pode ser atribuída à idade avançada.
Documentos de Compra e Venda
Por mais idade que a pessoa possua, ela é capaz de realizar atos e
negócios jurídicos. A lei submete alguns atos a determinadas
condições com a intenção de preservar interesses do indivíduo e dos
seus possíveis sucessores.
No entanto, caso a pessoa já não possua capacidade mental para
gerir o seu portfólio financeiro, deverá ser nomeado um
Representante Legal para o efeito.
Processo de Entrega, Liquidação e
Pagamento
▪ Entrega: Segundo o artigo 58 da Lei nº 4.320/64, consiste no ato emanado de autoridade competente
que cria para o Estado a obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição.
Consiste na reserva de dotação orçamentária para um fim específico.
As entregas podem ser classificadas em:
✓Ordinárias: É o tipo de empenho utilizado para as despesas de valor fixo e previamente determinado,
cujo pagamento deva ocorrer de uma só vez;
✓Estimativas: É o tipo de empenho utilizado para as despesas cujo montante não se pode determinar
previamente, tais como serviços de fornecimento de água e energia elétrica, aquisição de combustíveis
e lubrificantes e outros;
✓Global: É o tipo de empenho utilizado para despesas contratuais ou outras de valor determinado,
sujeitas a parcelamento, como, por exemplo, os compromissos decorrentes de aluguéis.
Processo de Entrega, Liquidação e
Pagamento
▪ Liquidação: Consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e
documentos comprovativos do respetivo crédito e tem por objetivo apurar:
• A origem e o objeto do que se deve pagar;
• A importância exata a pagar;
• A quem se deve pagar a importância para extinguir a obrigação.

As despesas com fornecimento ou com serviços prestados terão por base:


• O contrato, ajuste ou acordo respetivo;
• A nota de empenho;
• Os comprovativos da entrega de material ou da prestação efetiva dos serviços.
Processo de Entrega, Liquidação e
Pagamento

▪ Pagamento: O pagamento consiste na entrega de numerário ao


credor por meio de cheque nominativo, ordens de pagamentos ou
crédito em conta, e só pode ser efetuado após a regular liquidação
da despesa.
Prestação de Contas
O sistema de “Prestação de Contas por Via Eletrónica” visa dotar os cidadãos da entrega e consulta eletrónica
das suas contas. Basta o utilizador clicar no módulo PC Online e dar início à sua prestação de contas.
O sistema compreende:
➢ Elaboração, remessa e recebimento de prestações de contas;
➢ Análise financeira e técnica;
➢ Emissão de pareceres sobre as contas, inclusive pelos conselhos de controlo social;
➢ Emissão de diligências;
➢ Elaboração de relatórios gerenciais e operacionais;
➢ Acompanhamento de prazos;
➢ Recuperação de créditos.
4. Armazenagem e Conservação de Produtos
Armazenagem e Conservação de
Produtos
Para que os alimentos sejam conservados da melhor maneira e não se
estraguem, é necessário prestar atenção às condições de temperatura,
humidade, e ao local de armazenamento, entre outros fatores.
Observar a data de validade do produto é um fator essencial.
Produtos Perecíveis e Produtos Não
Perecíveis
Os Alimentos Não Perecíveis, ou seja, que duram muito tempo, não precisam de refrigeração e
podem ser armazenados à temperatura ambiente. O local da armazenagem deve ser arejado,
limpo e livre de humidade. A temperatura ideal é de 25º C (temperatura ambiente).
Os alimentos que não precisam de refrigeração são os cereais (arroz, milho, aveia, etc), grãos
(feijão, lentilha, ervilha), farinhas, biscoitos, produtos defumados e desidratados, enlatados e
embalados em vidro, óleos, açúcares, leite em pó, além de produtos em embalagens do tipo
“longa vida” (papelão esterilizado).
O prazo de validade dos produtos deve ser observado com cuidado. Para evitar prejuízos, quanto
mais perto do prazo de validade estiver o produto, mais rápido ele deverá ser usado.
Produtos Perecíveis e Produtos Não
Perecíveis
Hortaliças e Frutas:

As raízes, frutas e tubérculos que não estiverem maduros devem ser guardados em locais secos
e livres de insetos. As frutas e hortaliças não podem ficar expostas ao sol.
Precisam de estar num local fresco e seco ou serem mantidos no frigorífico, para que não
acabem ressecadas ou apodrecidas. A temperatura ideal para a conservação varia de um
produto para outro.
Produtos Perecíveis e Produtos Não
Perecíveis
Produtos Perecíveis:
Os produtos que precisam de refrigeração são aqueles que se estragam mais facilmente e não
podem ficar armazenados por muito tempo.
No entanto, nas temperaturas de refrigeração também pode haver crescimento de
microrganismos. É importante que o frigorífico não esteja com excesso de produtos, pois isso
pode afetar a sua capacidade de refrigeração, prejudicando a conservação dos alimentos e
causando perdas.
Produtos Perecíveis e Produtos Não
Perecíveis
As carnes só devem ser conservadas no frigorífico se forem ser usadas no mesmo dia. Caso
contrário, devem ser congeladas. Alguns exemplos de alimentos que devem ser guardados no
frigorífico: ovos, leite, queijo, manteiga, margarina, alguns vegetais e frutas, além de embutidos
(presunto, salsicha, linguiça).
As prateleiras mais altas da geladeira são as mais frias. É nelas que devem ser guardados
alimentos como carnes, leite e derivados.
Regras de Armazenagem de Produtos
Após a compra, os alimentos refrigerados e congelados devem ser armazenados no frigorífico o mais
rapidamente possível, e consumidos até à data de validade do produto.
O frigorífico não deve ficar muito cheio de alimentos e as prateleiras não devem ser cobertas por
panos ou toalhas, porque isso dificulta a circulação do ar frio.
Nas prateleiras superiores armazene os alimentos preparados e prontos para consumo, nas
prateleiras do meio os produtos pré-preparados e nas prateleiras inferiores, os alimentos crus.
Os alimentos não-perecíveis devem ser armazenados em prateleiras ou armários limpos, arejados e
afastados dos produtos de limpeza e outros com odor forte. Outras orientações quanto à
conservação do produto devem ser fornecidas pelo fabricante e devem ser seguidas pelo
consumidor.
Regras de Armazenagem de Produtos
Receção e Armazenamento de Produtos Alimentares:
➢ Verificar a data de validade dos produtos;
➢ Inspecionar visualmente a ausência de matérias estranhas, bolores, pragas, odores e cores
anormais;
➢ Verificar a integridade da embalagem;
➢ Verificar a temperatura dos produtos alimentares de alto risco, refrigerados, congelados e
ultracongelados;
➢ Depois de verificados, deve-se proceder à sua armazenagem o mais rapidamente possível
(ideal, máximo 15 minutos).
Regras de Armazenagem de Produtos
Armazenamento de Produtos Alimentares:

➢ Manter os produtos alimentares afastados do solo e das paredes;


➢ Utilizar o princípio: o primeiro a expirar é o primeiro a sair;
➢ Não utilizar alimentos cuja embalagem esteja danificada.
Regras de Armazenagem de Produtos
Regras para Uso de Frigoríficos e Congeladores:
➢ Manter os alimentos crus separados dos de alto risco. Se só existir um frigorífico, colocar sempre alimentos
de alto risco por cima de alimentos crus e garantir a ausência de contacto entre os mesmos;
➢ Utilizar os produtos mais antigos;
➢ Nunca colocar alimentos quentes no frigorífico porque irá fazer aumentar a temperatura no interior do
equipamento;
➢ Manter os alimentos protegidos;
➢ Não sobrecarregar o frigorífico. Os produtos têm de ser arrumados por forma ao ar frio circular livremente;
➢ Não guardar latas com alimentos depois de abertas. Usar um recipiente hermético para guardar os restos
das conservas;
➢ Manter a porta do frigorífico aberta pelo tempo estritamente necessário às operações.
Embalagem e Rotulagem

É pelos rótulos que as empresas produtoras de alimentos se comunicam com os consumidores.


As empresas colocam na embalagem do produto informações sobre o mesmo e os consumidores
consultam a embalagem para saber o que estão a comprar.
Os rótulos permitem proteger os consumidores de declarações abusivas ou infundadas que
possam induzir o cliente ao erro.
Com os rótulos, é possível comparar os produtos na hora da compra, seja quanto à qualidade,
preço, ingredientes, etc.
Embalagem e Rotulagem
Algumas das informações que devem estar obrigatoriamente no rótulo são:

❑ Lista de ingredientes, a não ser que seja um produto único, como leite;
❑ Conteúdo líquido em peso ou volume;
❑ Identificação de origem, com endereço do fabricante ou importador;
❑ Identificação do lote;
❑ Prazo de validade;
Embalagem e Rotulagem
❑Preparação e instruções de uso (quando for o caso) e conservação;
❑ Lista de ingredientes;
❑ As informações nutricionais (quantidade de calorias e nutrientes) só são obrigatórias se a
embalagem fizer alguma menção às propriedades nutricionais, como, por exemplo, “ rico em
fibras” ou “ diet” etc;
❑ Com a leitura do rótulo, é possível conhecer melhor o produto. Seguir as instruções de
preparação e armazenamento ajudam no rendimento e na conservação do valor nutritivo do
alimento. Também pode facilitar o seu aproveitamento pelo organismo.
Embalagem e Rotulagem
Produtos Embalados
Deve verificar o prazo de validade e outras informações que são importantes, como ingredientes
utilizados, composição nutricional, modo de conservação e de preparação.
A embalagem necessita de estar perfeita. Não pode estar estufada, enferrujada, amassada ou
rasgada.
O produto não deve estar com a cor, cheiro ou consistência alteradas.
Observe se o local de armazenamento está em boas condições, se as prateleiras estão limpas, os
frigoríficos ligados e em temperatura adequada.
O produtor e/ou indústria devem estar identificados no rótulo, assim como o número de registo do
estabelecimento.
Armazenagem de Medicamentos
Gerir medicamentos não é uma tarefa simples. Se eles têm o estado normal
alterado, tornam-se inativos ou nocivos à saúde e, o que é pior são de difícil
reconhecimento. Por isso, a responsabilidade com o manuseamento de
medicamentos é essencial. Um tratamento incorreto pode torná-los
ineficazes, o que traduz a importância do trabalho de todas as pessoas
envolvidas na sua manipulação.
Armazenagem de Medicamentos
❖Temperatura
A temperatura é diretamente responsável por um grande número de alterações e deteriorações
nos medicamentos. As temperaturas elevadas são contraindicadas porque podem acelerar a
indução de reações químicas, ocasionando a decomposição dos medicamentos e alterando a sua
eficácia.
❖Humidade
Os medicamentos armazenados em áreas húmidas costumam sofrer alterações na consistência,
sabor, odor, turvação e tempo de desintegração e podem oferecer perigo à saúde. A alta
humidade pode afetar a estabilidade dos medicamentos e desencadear reações químicas,
biológicas (crescimento de fungos e bactérias) e físicas (amolecimento de cápsulas).
O controlo de temperatura e humidade deve ser feito com a utilização de termómetros, com
registos diários em mapas de controlo, registo mensal consolidado e elaboração de relatórios
para correção de eventuais anormalidades.
Noções Básicas de Defesa do Consumidor
O Código de Defesa Do Consumidor (CDC) criado em 11/09/1990 estabelece normas de
proteção e enumera os direitos básicos do consumidor.

Os direitos mais importantes são:


➢ Proteção à Vida e à Saúde: Antes de comprar um produto, ou utilizar um serviço, o consumidor
dever ser avisado pelo fornecedor, dos possíveis riscos que ele possa oferecer à sua saúde ou
segurança;
➢ Educação para o Consumo: Todo o consumidor tem direito a receber orientação sobre o
consumo adequado e correto de cada produto ou serviço;
➢ Escolha de Produtos e Serviços: O consumidor deve ter assegurada a liberdade de escolha dos
produtos e serviços e a igualdade das contratações;
Noções Básicas de Defesa do Consumidor
➢ Informação: Ao entrar num estabelecimento comercial ou contratar alguma empresa de
serviços, o consumidor tem o direito de ser informado, de maneira clara e objetiva, dos
diferentes produtos e serviços oferecidos, com as suas especificações corretas, tais como:
quantidade, característica, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que eles possam
apresentar decorrentes do uso inadequado;
➢ Proteção contra Publicidade Enganosa ou Abusiva: O Código garante ao consumidor contra
métodos comerciais, desleais, práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de
produtos e serviços;
➢ Proteção Contratual: O Código tornou possível fazer mudanças em cláusulas contratuais que
estabeleçam prestações desproporcionais ou revisão em razão de fatos posteriores que possam
causar dificuldade no cumprimento do mesmo por se ter tornado excessivamente oneroso;
➢ Indemnização: Caso haja algum descumprimento ou falha nos serviços prestados o
consumidor tem o direito de ter a reparação de danos patrimoniais, morais, individuais,
coletivos e difusos;
Noções Básicas de Defesa do Consumidor
➢ Acesso à Justiça: Garante ao consumidor o acesso à justiça através dos órgãos judiciários,
administrativos e técnicos e assegura a proteção jurídica aos necessitados;
➢ Facilitação da Defesa dos seus Direitos: Facilita a defesa dos direitos do consumidor permitindo
até, que em certos casos, seja invertido o ónus gasto para provar os fatos;
➢Qualidade dos Serviços Públicos: Existem normas no Código de Defesa do Consumidor que
asseguram a prestação de serviços públicos de qualidade, assim como o bom atendimento ao
consumidor pelos órgãos públicos ou empresas concessionárias desses serviços.
5. Trabalho de Limpeza e Manutenção dos
Espaços Domésticos
Equipamentos de Proteção Individual (EPI)
O uso adequado de EPI, visa proteger não só o profissional de saúde mas também o doente, do
contacto com agentes transmissíveis sendo da responsabilidade de cada profissional escolher e
adequar o mesmo a cada situação.
A seleção do EPI deve ser baseada numa avaliação do risco de transmissão dos microrganismos
(do e para o doente) e o risco de contaminação da pele, mucosas ou da roupa do profissional,
com fluidos orgânicos.
O EPI deve proporcionar a proteção adequada aos profissionais de saúde e:
❖ Estar disponível junto ao local de utilização;
❖ Ser de uso único a não ser que o fabricante especifique o contrário;
❖ Deve ser colocado e removido sempre de forma segura, de modo a não ser ele próprio uma fonte de
contaminação. A remoção deve ser feita imediatamente após o procedimento, de forma correta (para não
contaminar o utilizador) e eliminado diretamente para contentor próprio;
❖ Não deve ser transportado para outras áreas, como zonas de circulação ou refeitórios;
❖ Se houver sinais da sua deterioração, durante o uso (máscara molhada ou suja, luvas perfuradas, etc), o EPI
deve ser imediatamente substituído;
❖ Após a remoção de qualquer EPI as mãos devem ser higienizadas;
❖ Os stocks devem ser armazenados em estantes adequadas (afastadas do chão pelo menos 30 cm, de
preferência em armário fechado) numa área de armazenamento própria, para garantir que não ficam
contaminados antes de serem utilizados;
❖ Não é necessária a utilização de EPI pelas visitas (exceto máscara se apresentam sintomas respiratórios). O
próprio uso de luvas pode ser um risco acrescido na transmissão de microrganismos, para a própria visita e
para o ambiente. As visitas devem ser incentivadas a procurar os profissionais de saúde sempre que tenham
dúvidas relacionadas com a situação clínica da pessoa que visitam.
Luvas:
O uso de luvas de punho alto para cobrir o antebraço pode ser necessário em determinadas situações, em
que a exposição a fluidos corporais, ou sangue é provável e deve ser considerado na avaliação do risco.
Considerar o uso de luvas duplas nos procedimentos de maior risco de exposição a fluidos orgânicos (p.ex.
alguns tipos de cirurgia).
As luvas devem ser:
❑ Usadas quando se antecipa a exposição a sangue ou outros fluidos orgânicos;
❑ Removidas imediatamente após o uso em cada doente e/ou após procedimentos (ex. mudança de fralda e
posterior manipulação da sonda gástrica). Não devem ser mantidas ou utilizadas para além da indicação que
motivou a sua utilização (escrever, tocar noutros materiais, equipamento, superfícies ou pessoas);
❑ Adequadas ao utilizador e ao procedimento a que se destinam.
Aventais e Batas:
A decisão entre escolher um avental ou uma bata depende da extensão do contacto e do maior ou
menor risco de contaminação com fluidos orgânicos. Devem ser retirados imediatamente após o
procedimento e substituídos entre doentes.

Aventais:
❑ Utilizar durante os procedimentos que envolvam contacto direto com o doente;
❑ Servem para proteção dos uniformes/fardas quando se considera provável a contaminação;
❑ Devem ser substituídos no final do procedimento e entre doentes (p.ex.: entre os cuidados de
higiene e a realização de penso de ferida).
Batas de Manga Comprida:
❑ Devem substituir os aventais se existe risco acrescido de salpicos de sangue ou fluidos
orgânicos e de acordo com a extensão do contato;
❑ Pode ser necessário a utilização de batas impermeáveis (p. ex durante uma sessão de
balneoterapia, autópsia etc.).
Equipamentos de Proteção Facial, Boca e Olhos:

A proteção ocular/ facial deve ser usada quando existe risco de projeção de salpicos de fluidos
orgânicos para a face e sempre durante procedimentos geradores de aerossóis (ex: entubações
traqueais, endoscopias brônquicas, sessões de balneoterapia).
Óculos de Proteção:
❑ Devem proteger toda a zona ocular incluindo as áreas laterais;
❑ Os óculos corretivos não conferem proteção ocular adequada.
Máscara Cirúrgica:
❑ Deve ser bem ajustada à face e adequada para o objetivo, devendo ser colocada confortavelmente, cobrindo
totalmente a boca e o nariz;
❑ Não devem ser tocadas durante a sua utilização;
❑ Devem ser retiradas quando já não necessárias e não colocadas ao redor do pescoço. A sua remoção deve
evitar o contato com áreas geralmente mais contaminadas (a remoção deve ser efetuada pelas fitas ou
elásticos);
❑ As máscaras com viseira podem ser utilizadas, em substituição da máscara cirúrgica e/ou óculos de proteção,
quando há risco acrescido de contaminação por salpicos ou aerossolização de sangue ou de outros fluidos
orgânicos.
Calçado:

O calçado deve ser antiderrapante, limpo e deve apoiar e cobrir todo o pé a fim de evitar a
contaminação com sangue e outros fluidos orgânicos ou lesão com material corto perfurante.
Não está indicado o uso de protetores de sapatos.
Estes podem contaminar desnecessariamente as mãos, no processo de colocação/remoção.
Além disso, a movimentação do ar que provocam ao andar levam à dispersão das poeiras e
microrganismos do chão.
Cobertura do Cabelo:
A cobertura do cabelo deve ser utilizada:
❑ Bem ajustada à cabeça e cobrir todo o cabelo;
❑ Nas áreas protegidas (Cozinha,...), durante procedimentos asséticos (p.ex. Colocação de
Cateter Venoso Central);
❑ Durante procedimentos potencialmente geradores de grande quantidade de aerossóis e
salpicos de fluidos orgânicos.
Programação das Atividades
O planeamento de atividades tem uma vigência anual, e define em função do projeto, os
objetivos, as formas de organização e a programação das atividades.
A programação das atividades deve ser considerada como um serviço indispensável à qualidade
de vida do paciente, este pode enquadrar-se num programa entre várias atividades recreativas,
culturais e desportivas, permitindo um estímulo constante às suas capacidades cognitivas e
físicas.
A programação das atividades representa um conjunto de passos com vista a facilitar o acesso a
uma vida mais ativa e mais criadora, à melhoria nas relações e comunicação com os outros, para
uma melhor participação na vida da comunidade de que se faz parte, desenvolvendo a
personalidade do indivíduo e a sua autonomia no seu dia-a-dia.
Os objetivos gerais das atividades visam nomeadamente:
➢ Promover a inovação e novas descobertas;
➢ Valorizar a formação ao longo da vida;
➢ Proporcionar uma vida mais harmoniosa, atrativa e dinâmica com a participação e envolvimento do idoso;
➢ Incrementar a ocupação adequada do tempo livre para evitar que o tempo de ócio seja alienante e passivo;
➢ Valorizar as capacidades, competências, saberes e cultura do utente, aumentando a sua autoestima e
autoconfiança.
Preparação dos Recursos, Equipamentos e
Utensílios Necessários
Espanar:
Material (Panos macios, baldes, água, equipamentos de proteção individual):
o Separar todo o material que será utilizado e levá-lo para a área a ser limpa;
o Humedecer o pano no balde com água torcê-lo para retirar o excesso da solução;
o Cada vez que verificar presença de sujidade lavar o pano mergulhando-o no balde para lavar;
o Esfregar o local com movimentos longos e retos, segurando o pano de maneira que absorva mais facilmente a sujidade;
o Começar a limpar de cima para baixo;
o Procurar as manchas de sujidade fixas sobre as superfícies e remova-as completamente;
o Utilizar uma solução desinfetante nas áreas criticas e semicríticas;
o Verificar a harmonia do local antes de sair;
o Lavar e guardar todo o material de limpeza;
o Lavar e pendurar os equipamentos de proteção individual.
Varrer:
Material (balde, esfregão, água, equipamentos de proteção individual, sinalização de segurança).
• Varrer humidamente deve ser feito diariamente e mais intensamente nas áreas de maior tráfego. Não se deve utilizar a
vassoura nas áreas assistenciais, evitando a suspensão de partículas contaminantes;
• Separar todo o material que será utilizado e levá-lo para a área a ser limpa;
• Remover móveis, utensílios ou equipamentos do local se necessário;
• Molhar o esfregão na água e remover o excesso de água;
• Aplicar sobre o piso, numa linha reta começando a limpeza do extremo da área, trabalhando progressivamente em direção à
saída, sempre em linhas paralelas;
• Utilizar o identificador de piso molhado, evitando a circulação de pessoas na área a ser limpa;
• Inspecionar o seu trabalho, o piso não deve possuir vestígios de poeira ou resíduos;
• Utilizar o equipamento de proteção individual, na execução do trabalho. Após o seu uso lavar e pendurar para secar;
• Escolher o horário de menor tráfego para realizar a operação, evitando acidentes.
Lavar:
Material (pano de chão lavado e limpo, balde, máquinas elétricas ou vassoura, água, solução detergente e
desinfetante, equipamentos de proteção individual, sinalização de segurança)
▪ Retirar o mobiliário do local sempre que possível e iniciar o procedimento;
▪ Despejar uma quantidade de água e sabão, e esfregar em sentido lateral com o uso de máquina ou vassoura;
▪ Esfregar toda a extensão traçando linhas paralelas;
▪ Remover a água e o sabão, torcendo o excesso num balde. Evitar que a solução corra para outras dependências;
▪ Proceder ao enxaguamento;
▪ Secar;
▪ Os cantos devem ser limpos com vassouras, pois as máquinas não chegam até ao mesmo;
▪ Lavar sempre as dependências do fundo para a porta com exceção das casas de banho, que devem ser lavados da
entrada para o fundo.
Limpeza:
A frequência da limpeza é estipulada de acordo com a classificação das áreas. No entanto, as técnicas de
limpeza e os produtos empregues, para cada tipo de material, são sempre iguais em qualquer área da unidade
de saúde, quer seja considerada ou não área crítica.
Tipos de Limpeza
➢Limpeza Corrente: É aquela que se realiza diariamente, e que inclui a limpeza e a arrumação simplificadas;
➢Limpeza de Conservação ou Semanal: É a limpeza que embora não necessite de ser realizada todos os dias,
pela sua importância na conservação de um bom ambiente, não deve ser descurada, devendo por isso ser
realizada pelo menos uma vez por semana;
➢Limpeza Imediata: É aquela que é realizada quando ocorrem salpicos e/ou derrames (ex: sangue ou outra
matéria orgânica) em qualquer período do dia, podendo ser solicitada pelos profissionais de saúde ou sempre
que constatada pelo funcionário do serviço de limpeza;
➢Limpeza Global: Trata-se de uma limpeza mais completa e de fundo, que contempla estruturas por vezes de
difícil acesso e/ou limpeza.
Deteção de Pequenas Avarias:

Atualmente, não compensa reparar alguns equipamentos porque o preço da mão-de-obra e das
peças é mais caro que comprar um componente novo. Antes de fazer qualquer substituição de um
componente, devemos verificar todos os componentes.
É importante realizar a manutenção dos equipamentos (limpeza de pó e lubrificação) de modo a
evitar futuras avarias.
6. Materiais e Utensílios de Higienização
Materiais e Utensílios de Higienização
O controlo da infeção associada aos cuidados de saúde exige uma padronização de
procedimentos de forma a minimizar e eliminar o risco da sua ocorrência. As normas tidas como
universais para todos os estabelecimentos de saúde, terão que ser adaptadas a cada local de
prestação de cuidados.
Uma adequada limpeza e desinfeção das instalações e equipamentos são medidas cruciais para
prevenir e reduzir as infeções cruzadas em utentes e profissionais, bem como para minimizar a
gradual deterioração das superfícies.
Estas medidas, quando associadas com a perceção do conforto por parte dos utentes e com a
qualidade das condições de trabalho pelos profissionais, têm um impacto positivo no estado
psicológico dos utilizadores das unidades de saúde, promovendo, em termos gerais, a qualidade
e uma boa imagem da instituição.
Conceitos Básicos de Química de Materiais
FACILMENTE INFLAMÁVEL
❖ Substância inflamável que arde facilmente;
❖ É proibido aproximar chamas ou fontes de ignição;
❖ Não ingerir;
❖ Não expor a temperaturas elevadas;
❖ Não fumar;
EX: Álcool etílico; acetona; gasolina.
COMBURENTE
❖ Substância que alimenta a combustão;
❖ Em contacto com outras substâncias dá origem a reações que libertam muita energia;
❖ Não aproximar de chamas e não ingerir;
EX: Acendalha líquida.
TÓXICO
❖ Substância venenosa prejudicial ao Homem, mesmo em pequenas quantidades, podendo
levar à morte;
❖ Usar luvas no seu manuseamento;
❖ Lavar as mãos em caso de utilização;
❖ Não ingerir;
❖ Não inalar;
Ex: inseticidas e outros produtos designados a matarem espécies animais cuja ação seja
prejudicial ao Homem.
NOCIVO OU IRRITANTE
❖ Substância nociva, cujos vapores não devem ser inalados;
❖ Não ingerir;
❖ Usar máscara protetora no nariz e na boca;
Ex: Corretores líquidos; ceras, amoníaco.
CORROSIVO
❖ Substância corrosiva que ataca a matéria viva;
❖ Não entrar em contacto com a pele;
❖ Usar luvas;
❖ Não ingerir;
Ex: Ácidos usados em laboratórios para limpeza.
RADIOATIVO
❖ Radiações emitidas por substâncias radioativas: em doses elevadas podem ser fatais;
Ex: Laboratórios de Raios X.
Produtos Básicos de Limpeza e Higienização
Desinfetantes Químicos

Os desinfetantes químicos são utilizados, frequentemente, para matar bactérias.

Contudo, na maioria dos casos, estes não são necessários. Se a superfície tiver sido limpa
convenientemente, a maior parte das bactérias terão sido removidas com a sujidade.
Para que este tipo de produto atue corretamente é necessário cumprir as seguintes regras:
➢ A água deve ser acrescentada de acordo com as indicações do produto;
➢ Os desinfetantes não devem ser misturados. A mistura provocará uma reação química ou libertação
de gases tóxicos e os produtos perderão a sua eficácia;
➢ Nenhum desinfetante é eficaz para todo o tipo de bactérias, pelo que este deve ser escolhido
mediante o tipo de bactérias a matar;
➢ As soluções desinfetantes só devem ser preparadas quando necessárias, pois perdem a eficácia se
forem guardadas durante algum tempo;
➢ As superfícies devem sempre ser limpas.
Detergentes Sintéticos
Os detergentes sintéticos são feitos pela combinação de diferentes químicos, geralmente derivados
do petróleo. Estes detergentes não formam espuma quando adicionados à água e podem ser de três
tipos:
❑ Detergentes Neutros: Para todos os usos; são os mais comuns. São frequentemente de cor verde ou
amarelo-acastanhado e são usados para a lavagem de pratos, limpeza de pó;
❑ Detergentes Alcalinos: Detergentes para superfícies difíceis, ou desengordurantes, e são utilizados
em tarefas mais especializadas e difíceis. Não devem ser usados em objetos em superfícies delicadas;
❑ Detergentes Ácidos: São usados geralmente para a limpeza de casas de banho, para a remoção de
estuque e cimento de superfícies novas e para remoção de nódoas causadas por depósitos de cal nas
torneiras que pingam. Estes poderão ser fracos ou fortes, dependendo do tipo de ácido usado.
Requerem cuidados de utilização.
Utilização dos Utensílios, Equipamentos e
Produtos de Limpeza e Higienização
Deve promover-se a utilização racional de desinfetantes, de acordo com a política instituída pela
Comissão de Controlo da Infeção, de modo a uniformizar o consumo dos produtos e a utilizá-los
de modo eficaz e sem riscos para doentes e profissionais.
O chão e as superfícies que não contactam diretamente com o doente não necessitam de
aplicação de desinfetantes sendo suficiente a sua lavagem com água quente e detergente.
Contudo, quando se verte sangue ou matéria orgânica, para a proteção do pessoal, deve-se
utilizar desinfetante para a sua remoção. Esta operação deve ser executada com luvas e avental
impermeável (evitando colocar os joelhos no chão para impedir que contactem com o derrame).
Se o derrame for grande, deve ser removido primeiro com toalhas de papel (que vão para o lixo
contaminado) e a superfície desinfetada a seguir. Caso contrário, remove-se o derrame com o
desinfetante. Lava-se a superfície no final.
De um modo geral utiliza-se produtos à base de cloro e que têm apresentações diversas:
solução, grânulos, pastilhas, devendo ser utilizados de acordo com as indicações do fabricante.
Não devem ser aplicados na remoção de urina porque podem libertar vapores tóxicos.
Só em situações muito específicas está indicado o uso de desinfetantes químicos: endoscópios
flexíveis e remoção de matéria orgânica vertida ou situações de surto de infeção.
Na maior parte das situações deve-se recorre às máquinas de lavagem/desinfeção que
descontaminam, desinfetam e apresentam o material já seco, pronto a ser empacotado sem
necessitar o manuseamento pelos profissionais reduzindo assim o risco de contaminação
acidental dos profissionais e do ambiente.
7. Técnicas de Higienização de Espaços
Técnicas de Higienização de Espaços
Regras do Serviço de Higienização:
Para realizar a higienização da unidade, o profissional deverá:
❖ Usar equipamentos de proteção individual adequada;
❖ Usar material adequado ao procedimento e à área a higienizar (baldes, panos, rolos, sacos e
outros);
❖ Remover da unidade todo o material clínico, resíduos e roupas contaminados e/ou
desnecessários à continuidade do tratamento;
❖ Preparar a diluição correta para a lavagem e substituir águas entre salas;
❖ Lavar e desinfetar todo o material utilizado, deixando-o a secar invertido.
Cuidados na Higienização dos Espaços Domésticos
Os cuidados ao domicílio devem ser prestados de modo a respeitar os conceitos descritos nas Normas de
Higiene, Segurança e Saúde no Trabalho.
Os recursos materiais, tais como: veículo, equipamentos e utensílios devem respeitar as normas de
controlo de infeção.
O veículo utilizado para transporte de profissionais, equipamentos e materiais necessários à prestação de
cuidados, deverá ser adaptado e mantido em perfeito estado de limpeza e será submetido a adequada
desinfeção periódica.
A bagageira deverá ser de material lavável, impermeável e de fácil limpeza, estar compartimentada em
zona de contaminados e não contaminados, e dotada de equipamentos tais como, malas refrigeradas, saco
de material lavável, impermeável para transporte do material que não necessita de refrigeração.
Os profissionais deverão usar o kit descartável de proteção individual e luvas. Este deve estar
devidamente identificado.
Todos os resíduos produzidos nos domicílios deverão ser acondicionados e transportados corretamente
para a Unidade de Saúde.
Cuidados Específicos com Móveis e Tecidos
Tecidos
Caraterísticas: Os tecidos são basicamente compostos por fibras naturais ou sintéticas, e cada
tipo deve ser analisado com cuidado para que a sua aplicação seja adequada.
Devido às suas características delicadas, os tecidos de um modo geral, não podem sofrer com
objetos pontiagudos, tinta de canetas, iluminação intensa (luz artificial ou solar), líquidos ou
corantes.
Com o passar do tempo, os tecidos podem modificar as suas características como tensão (ficam
levemente enrugados), esgarçamento (por constante fricção ou atrito), mudança de cor
(exposição a fontes luminosas), efeito peeling (quando um tecido de veludo ou camurça é
friccionado com muita força e perde o pelo).
Manutenção e Limpeza: Limpe semanalmente a poeira depositada sobre o tecido com um
aspirador de pó e escove suavemente uma ou duas vezes por semana. Retire imediatamente a
sujidade acidental utilizando uma esponja ou pano branco, limpo e macio.
Em casos de manchas de difícil remoção ou que já tenham penetrado no tecido, limpe
humedecendo a parte manchada com uma solução de detergente neutro diluído em água, e
esfregue levemente até a completa remoção.
Quando houver a necessidade de uma limpeza mais pesada recomenda-se, para os tecidos, uma
lavagem a seco. Nunca deixe o produto exposto ao sol, direta ou indiretamente, pois podem
ocorrer alterações nas tonalidades, além da danificação das fibras do tecido.
Móveis

Os móveis são elementos importantes numa acomodação. A conjugação atual da função versos
forma proporciona conforto e qualidade de vida. Conservá-los corretamente, permitirá que se
mantenha a beleza natural e prolongará a vida útil dos mesmos, o que é muito importante em
relação ao custo/benefício dos recursos que foram investidos e também para o meio ambiente,
pois desta forma menos matéria-prima será necessária.
8. Higienização nos Diversos Contextos de
Exercícios
Centros de Cuidados Humanos
Utensílios:
❑ Verificar a existência de material sujo e encaminhá-lo devidamente acondicionado para a central de
esterilização;
❑ Remover o lixo dos recipientes e substituir sacos (circuito de resíduos);
❑ Verificar / repor toalhetes de papel e doseadores de sabão líquido.
Mobiliário e equipamentos:
❑ Lavar com água e detergente e desinfetar adequadamente com o produto em uso na instituição;
❑ Limpar e desinfetar os teclados dos computadores com álcool a 70º.
Pavimentos:
❑ Aspirar a seco; lavar com água e detergente contendo bactericida;
❑ Em caso de derramamento de sangue ou secreções (exceto urina), descontaminar com hipoclorito a 2,5% em
toalhetes de papel, deixando atuar durante 3 a 5 minutos. Remover para lixo grupo III (risco biológico).
Lares e Centros de Dia
Durante o desenvolvimento de trabalho na área da saúde, tanto no atendimento direto ao paciente
ou nas atividades de apoio, entramos em contacto com material biológico.
Como material biológico, nos referimos a sangue, secreções e excreções tipo vómito, urina, fezes,
sémen, leite materno, escarro, saliva e outros fluidos corporais.
Estes materiais biológicos podem estar alojando microrganismos, por isso consideramos estes
fluidos de pacientes ou os equipamentos e ambiente que tiveram contacto com eles, como
potencialmente contaminados por germes transmissíveis de doenças. Por não sabermos se os
germes estão ou não presentes nestes equipamentos, vamos sempre considerá-los contaminados.
Desta forma, na nossa rotina de trabalho sempre devemos estar conscientes da importância de nos
protegermos ao manipularmos materiais, artigos, resíduos e ambiente sujos de sangue e/ou
secreções.
Lavagem das Mãos
A lavagem rotineira das mãos com água e sabão elimina além da sujidade visível ou não, todos os
microrganismos que se aderem à pele durante o desenvolvimento das nossas atividades mesmo estando a
mão enluvada. A lavagem das mãos é a principal medida de bloqueio da transmissão de germes.
Devemos lavar as mãos sempre, antes de iniciar uma atividade e logo após o seu término, assim como
fazemos no nosso dia-a-dia antes das refeições e após a ida à casa de banho.
Manipulação de Instrumentos e Materiais
Os instrumentos e materiais sujos com sangue, fluidos corporais, secreções e excreções devem ser
manuseados de modo a prevenir a contaminação da pele e mucosas (olhos, nariz e boca), roupas, e ainda,
prevenir a transferência de microrganismos para outros pacientes e ambiente.
Todos os instrumentos reutilizados têm uma rotina de reprocessamento. Verifique para que estes estejam
limpos ou desinfetados/esterilizados adequadamente antes do uso em outro paciente ou profissional.
Confira se os materiais descartáveis de uso único estão sendo realmente descartados e se em local
apropriado.
Ambiente e Equipamentos
Toda a unidade de saúde deve ter rotinas de limpeza e desinfeção de superfícies do ambiente e de
equipamentos. Colabore na supervisão para conferir se estas medidas estão sendo seguidas. Proteja
as superfícies do contacto direto, como botões, alças de equipamentos, teclados, ratos e monitores
com barreiras do tipo filme plástico (PVC), papel alumínio ou outros materiais próprios a este fim.
Este procedimento impede a aderência da sujidade, requerendo apenas desinfeção na hora da troca
de barreiras entre pacientes, dispensando a limpeza da superfície do equipamento.
Roupas e Campos de Uso no Paciente
Manipule e transporte as roupas sujas com sangue, fluidos corporais, secreções e excreções com
cuidado. Transporte-as em sacos plásticos. Os serviços de saúde que utilizam rouparia e campos
reutilizáveis devem ter um sistema de lavandaria, própria ou contratada que garanta a desinfeção
destas roupas
Domicílio
Diariamente deve-se:
➢ Recolher o lixo;
➢ Limpar o pó dos móveis e acessórios;
➢ Limpar as casas de banho;
➢ Repor papel higiénico, papel toalha;
➢ Limpar e varrer (aspirar) pisos;
➢ Limpar aparelhos telefónicos;
➢ Deixar a louça lavada e a cozinha limpa e organizada;
➢ Arrumar as camas, afofar os travesseiros;
➢ Guardar roupas;
➢ Lavar e passar roupas;
➢ Mantenha as panelas sempre limpas, se for necessário, areadas.
Semanalmente deve-se:
➢ Lavar pisos e paredes de banheiros, cozinha e área de serviços;
➢ Aspirar pisos, estofados e tapetes;
➢ Lavar e secar as lixeiras;
➢ Lustrar móveis de madeira;
➢ Limpar os eletrodomésticos;
➢ Limpar as paredes azulejadas;
➢ Verificar os cantinhos onde podem aparecer insetos como aranhas e suas teias;
➢ Limpar as portas, maçanetas e rodapés;
➢ Organizar a dispensa de alimentos; (dispensar o que estiver vencido);
➢ Trocar os lençóis e toalhas (este item depende de cada um; algumas pessoas trocam toalhas e lençóis a cada dois dias);
➢ Regar as plantas;
➢ Limpar persianas.
Quinzenalmente deve-se:
➢ Polir os acessórios de metal;
➢ Limpeza dos vidros, janelas, peitoris;
➢ Limpar e higienizar o frigorífico, a arca congeladora, fogão, micro-ondas;
➢ Aspirar colchões e travesseiros;
➢ Encerar o piso.

Mensalmente deve-se:
➢ Limpeza geral das paredes, colunas e tetos;
➢ Limpeza dos aparelhos de iluminação, lustres e spots;
Semestralmente deve-se:
➢ Limpeza interna de armários e descarte de roupas e objetos que não se usa;
➢ Limpeza de telhados e calhas;
➢ Limpeza de coberturas em vidro ou policarbonato;
➢ Trocar filtros de purificadores de água.

Anualmente deve-se:
➢ Lavar caixas de água;
➢ Lavar tapetes, carpetes e estofados;
➢ Lavar persianas e cortinas;
➢ Lavar tecnicamente: pisos e superfícies externas.
9. Regras Básicas de Manutenção e
Limpeza de Equipamentos e Utensílios
Regras Básicas de Manutenção e Limpeza de
Equipamentos e Utensílios
A empresa de serviços de limpeza deverá:
a. Apresentar ao Diretor Executivo do Aces, antes de iniciar a sua atividade, documento que
identifique criteriosamente as áreas críticas, semicríticas e não-críticas da Unidade de Saúde, de
acordo com o respetivo Caderno de Encargos, o qual deverá ser submetido à apreciação da
Comissão de Controlo de Infeção da Administração Regional de Saúde do Centro, de forma a
promover uma análise conjunta. Sempre que necessário deverá ser elaborada uma adenda que
retifique e/ou acrescente aspetos técnicos significativos, a qual deverá ser lavrada por todos os
intervenientes.
b. Fornecer os materiais, equipamentos, ferramentas e utensílios que se revelarem necessários
para garantir uma limpeza e desinfeção de qualidade;
c. Garantir a presença de recursos humanos, que assegurem a boa execução da atividade dos
serviços de limpeza;
d. Responsabilizar-se integralmente pelo cumprimento das especificações técnicas;
e. Selecionar, informar e formar rigorosamente os profissionais que irão prestar os serviços de
limpeza;
f. Assegurar que os profissionais do serviço de limpeza executam a sua atividade, devidamente
fardada e com o equipamento de proteção individual adequado;
g. Planificar mensalmente o serviço, através da elaboração de um Programa de limpeza, o qual
deverá ser dado a conhecer ao Coordenadores das Unidades de Saúde;
h. Afixar nos diferentes serviços/áreas/zonas mapas de registo, que comprovem a limpeza/
desinfeção que foi realizada, incluindo a hora, o nome e a assinatura do executor;
i. Informar os serviços competentes do Centro de Saúde sobre a necessidade de reparações
(fendas, falhas no equipamento sanitário ou elétrico, entre outras);
j. Responsabilizar-se pelos seus profissionais, nomeadamente quanto à vacinação dos mesmos
(Hepatite B e Tétano), ao seguro de acidentes pessoais e às demais questões relacionadas com
acidentes de trabalho e doenças profissionais;
k. Proceder a uma supervisão dos serviços de limpeza, pelo menos mensalmente;
l. Realizar anualmente uma auditoria da qualidade dos serviços de limpeza prestados nas
Unidades de Saúde.
10. Ficha de Arranjos
Ficha de Arranjos

O envio do material obriga ao preenchimento de uma requisição de material. Esse dossier, tem
para além das folhas de requisição, um conjunto de orientações sobre que tipo de material vai
ou não à manutenção.
O envio do material deve ser obrigatoriamente conferido pelo técnico da esterilização.
Quando o material chega à unidade, deve ser obrigatoriamente conferido pelo técnico de saúde
e arrumado nos armários.
Sempre que exista alguma discrepância entre o que foi requisitado e o que foi fornecido e que
não possa ser esclarecida na altura, deverá ser deixada informação ao técnico do turno da noite,
para que no turno da manhã seguinte se possa esclarecer a situação.
Deve-se manter o registo, em livro ata, das seguintes informações:
❖ Lote/Horário: a referência para identificação do lote será o horário;
❖ Nome do técnico responsável;
❖ Conteúdo geral da carga: registar os setores de origem da carga;
❖ Registar quaisquer ocorrências ocorridas durante o ciclo e as condutas tomadas.
11. Tratamento de Roupas Pessoais e de Cama
Tratamento de Roupas Pessoais e de Cama

O tratamento da roupa é um serviço que visa promover a satisfação de necessidades


do cliente e promover a sua qualidade de vida. O gestor do processo é responsável
pela organização e planificação dos serviços, de forma a assegurar a concretização de
todos os serviços constantes dos Planos Individuais dos clientes.
Quando o tratamento das roupas é assegurado na lavandaria da Estrutura Residencial, o gestor
do processo define os métodos e as regras relativas aos seguintes itens:
▪ Recolha: Periodicidade, método de recolha e identificação da roupa;
▪ Verificação e seleção: Verificação do tipo de nódoas, material e seleção do tipo de lavagem
aconselhado;
▪ Lavagem: Programa, temperatura e detergente;
▪ Secagem: Métodos de secagem possíveis ou aconselhados;
▪ Reparação: Arranjos;
▪ Engomagem: Seleção das temperaturas;
▪ Distribuição: Periodicidade, verificação da identificação e método da distribuição.
Quando o tratamento é realizado por uma entidade externa, o gestor do processo deve
estabelecer as regras para:
o Recolha: Método, identificação e periodicidade;
o Receção;
o Armazenamento;
o Separação;
o Distribuição e entrega da roupa no domicílio;
o Mecanismos de controlo e garantia de qualidade do serviço prestado por Entidades externas.
Todas as ações e tarefas executadas devem ser registadas no impresso da Segurança Social
respeitante às Atividades Instrumentais da Vida Quotidiana:
Controlo de Roupas
A roupa deve estar devidamente identificada, de forma discreta, de preferência utilizando
etiquetas próprias para o efeito. É aconselhável que não se marque a roupa por fora e de forma
visível.
Devem estar estabelecidas e serem do conhecimento do cliente e/ou significativos as regras,
procedimentos e medidas que permitam:
❖ Evitar a troca, danificação ou manchas de peças de vestuário;
❖ A correção de situações anómalas.
A Estrutura Residencial deve garantir um sistema de registo de controlo de roupas do cliente. No
caso do serviço de lavandaria ser executado por Entidade externa, a Estrutura Residencial deve
implementar um sistema de controlo e garantia do serviço prestado que permita avaliar a
conformidade com os requisitos especificadas em sede de contratualização e em caso de
incumprimento acionar os mecanismos necessários que assegurem os direitos dos clientes.
O Técnico de Geriatria poderá efetuar pequenos trabalhos de costura, no entanto, em grandes
quantidades, estas terão de ir para um técnico/ empresa responsável.
Procedimentos para Fazer a Cama
A técnica tem como função proporcionar repouso, conforto e segurança ao cliente. Sendo
encontrados três tipos de arrumação:
➢ Cama aberta: é quando o leito está ocupado pelo cliente que se locomove ou aguarda sua
chegada;
➢ Cama fechada: é quando o leito está vago até que um novo cliente a ocupe;
➢ Cama aberta para acamado: ocupada pelo cliente impossibilitado de locomover-se;
➢ Cama de operado: preparada quando o cliente é encaminhado à cirurgia, aguardando-o
retornar do centro cirúrgico.
Material:
Cama Fechada e Cama de Operado
• 2 lençóis.
• 1 travesseiro.
• 1 fronha.
• 1 forro s/n.
• 1 cobertor s/n.
Material:
Cama Aberta e Cama Aberta para Acamado:
• Luvas de procedimento.
• 3 lençóis.
• 1 travesseiro.
• 1 fronha.
• 1 cobertor s/n.
• 1 impermeável s/n.
• Pijama ou camisola.
Descrição da Técnica:
Normas Básicas:
➢ O leito deve ser trocado quantas vezes forem necessárias durante o plantão.
➢ O leito deve ser preparado de acordo com a sua finalidade.
➢ Abrir portas e janelas antes de iniciar o trabalho.
➢ Utilizar lençóis limpos, secos e sem pregas.
➢ Caso os lençóis sejam reutilizados pelo cliente, não deixar migalhas, fios de cabelos.
➢ Observar o estado de conservação dos colchões e travesseiros.
➢ Não sacudir as roupas de cama.
➢ Não arrastar as roupas de cama pelo chão.
12. Ocorrências e Anomalias no Apoio à Prestação de
Cuidados
Ocorrências e Anomalias no Apoio à Prestação de
Cuidados
A preocupação com a população idosa tem vindo a aumentar e a contínua gestão da qualidade
tem vindo a criar exigências junto dos processos da população idosa, pelo que, se exige o registo
de todas as alterações psicológicas, físicas, biológicas ou funcionais do idoso.
Os problemas identificados, caso não sejam adequadamente tratados, podem conduzir a
situações de incapacidade severa - imobilidade, instabilidade, incontinência, declínio cognitivo -
colocando o idoso em risco de iatrogenia.
A instabilidade postural e quedas são importantes marcadores de diminuição de capacidade
funcional e fragilidade em pessoas idosas.
Por essa razão, a referência da ocorrência de acidentes deve ser valorizada.
A avaliação de acidentes visa:
o Identificar a causa que os originou e tratá-la;
o Reconhecer os fatores de risco de forma a prevenir futuros eventos, implementando
intervenções adequadas.

A Caderneta da Pessoa Idosa é um instrumento que ajuda a identificar os idosos. Na visita ao


domicílio, o agente geriátrico pode identificar um problema, registar na caderneta e encaminhar
para a instituição designada.
A avaliação da situação envolve aspetos biológicos, físico-funcionais, cognitivos e psicossociais.
Devem ser levantados dados relacionados com:
• O contexto e mecanismo da situação;
• As condições clínicas da pessoa idosa, considerando as doenças crónicas e agudas presentes;
▪ A medicação em uso (prescritas ou automedicadas).
FIM DO MÓDULO!

OBRIGADA.

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