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SUM ARIO CAPA — Um aepecto interessante da Praia da Rocha FESTA OU TAREFA © PAPA MARTIR RAPARIGAS SERIAS —Qual ¢ o teu ideal, filiada da Mocidade? VIDAS QUE DURAM © MILAGRE DOS CINZEIS ALGARVE © LAR—Voltamos as sopas! NoTicIas DA M, P. F. GUIDA, RAPARIGA DE HOJE TRABALHOS DE MAOS —Sacas para améndoas PARA LER AO SERAO—Uma Familia Portuguesa, Cha da Costura e Cartas As Raparigas COLABORAGAO DAS FILIADAS RSE SE ESET CTV UVUN OES 5:- , MARCO 1944 PELA EDUCAGAO NACIONAL RAC T Se assim é, andas muito enganada? Ouve. Nas lojas onde se vendem objectos de (uxo, satisfaz-se a vaidade, mas ndo se encontra a felividude. Nax casas de espectdculos, goza-se, ou esquece-se, durante uma horas—e nem sempre é: certo} mas se levamos para ld 0 corded magoado on vaséo, nem a tristeza se muda em alegria, nem cor edo se enche... E enganadas andam também aquelas que poem a sua esperanca de felieldade no poder de agradar. Flirts, namoros, aventuras! Parece-te que é al que estd a felicidade ? Nao eaias na ilusdo de tantas raparigas que com essa idéia se pintam exageradamente, vestem imodes- tamente ¢ tomam atitades incorretas. Para agradar, fazem calar a sta consciéncia cristd e fecham os ouvidos aos bons conselhos que thes dao, Pobrezinhas! Como vivem iludidas! Ndo queiras tu cair no mesmo engano. © interésse que despertam nao é amor. Quantos flirts jd tiveram? E ainda nao vejo na sua mao 0 anel de noivado... A camarada dos divertimentos nem sempre é a preferida para companheira de vida. Os homens, para casar, gostam de raparigas serias. Para se diventir, de raparigas frtookes, Vais dizer-me que conheces easos de raparigas frivolas que casaram. Também eu os conhego. Mas espera uns anos, Foi feliz ésse enlace? F sdlido ésse lar? Santa essa familia? Faxem-se uiuitos casamentos desacertados, é verdade: mas ndo vés também muito lar desfeito ou infeliz? A rapariga que leva para 0 casamento 36 a sua frivolidade, 0 amor do mundo e dos prazeres, como poderd cumprir bem os seus deveres de dona de casa, de esposa e de mae? 0 casamento chama ds realidades. E as realidddes da vida desfazem muitas ilusdes, A vida é uma coisa sérial Quer tu acredites, quer nao... Nao Julgues que, esquivando-nos aoa deveres austeros, transformamos a vida num jardim? A vida ndo é um canteiro de flores: & um caminho pisado pelos passos de milhdes de homens que nos precederam levando a sua cruz. Mas ndo julgues também que a vida séria tem mais pedras no caminho do que a vida frivola; pelo io, § mate lisa, Nem penses que seriedade é sindnimo de tristeza. Seriedade e alegria nao se opdem, antes se atraem. A vida séria ndo é @ vida em que se ndo ri: é até a vida em que se choram lagrimas menos amargas, Numa vida séria encontra-se.a paz de consciéncia e a satisfagdo do dever cumprido; 0 bem, 0 dever, 0 do dao insensibilidade para 0 prazer, sao preparacdo para a alegria! Experimenta, Depois dumm dia iitil ¢ bem cheio pelo trabalho, a caridade, sentes-te alegre ou triste ? Alegre! Depois dum acto de vencimento proprio, de esforcos para subir, sentes-te mais pequena ou maior? Maior! Nao confundas vida séria com vida parada, tristonha, de horisontes acanhados, Podes ser uma rapariga séria e gostar de brincar; uma rapariga séria e marcares pela tua elegdneia; uma rapariga séria ¢ teres personalidade. Poderda aer até wm bocadinho original... Mas entd0?! Uma vida sem seriedude é aquela onde faltam a honestidade, a rectidao, oa bons prinelpios, Sé pura e simples, verdadelra ¢ cumpridora dos teus deveres—e serds uma rapariga séria, embora sejas a mais risonka e tibrante de todas as raparigas! DURAM! gina continuam © a6 ne ceiveis, lancarans, & vq render pelos Sho, aqueles, que ands 8 un Pa ) SAO se dade palo bem ee 1 terentes do bondade Oe snteligéncias terra oe fora, sencns 40 Dees aie, wo patrimonio Rumen on orm, fe duce! Vide ee cles imo um borate para encontear remédios pars OF rndes soales awe aligon Myo do homem,<,Ate Pate os gee Branly, dum Marcon escobrirem leis fisions ‘unis semendores ine ide perfeigao, sements «deabravar alas do rapezitios, Pa vide dum Estes vem, © PF fn do cleisios 1s também infelizes aaue- ‘mundo 9 £82 tes que passara eixar déles al yo 08 fash continuat * Giver, mesmo quando 08 esd os mio porter Yor! t oBivina Comedia, colona 20 cireulo superior toms o mal, Néo 6 Usk ‘ponte, as suas pains do inferno an alas daauele ‘bem certo que mayigbes divinas, © & ‘erdade teoloaicas verdagy azo podem saveda 20 00%, indo sh Fi cea an apna a cstave a plantar uma pereira, ciao: “Para cesta Tee a no se cede» Son do feu trabs © aelho respondeu: “E se Moe sneus netoss ave sen ede comer estes futon 6 07 ra desta Arvore” bem tinh 0 i i pee, 8 OO dure sae eaters 2a tm qaete Teresinba do Movin Jesus aque dist tnear o men obu 0 {020 Oe ant Tes conserva, Ha Su Oa a gets anscio humane Je orpetwar mesmo SDP "sc neabas a vide Torrens cio nina Portuguests Rel ere a i emia ay 0 togado ave ON fo geragdes futures. pie dle’ Para 000% oe cow eseeito um esa juvent Sedo no © een On ee fo Mfumanidade, & PF ree tereos pantado = wets de realizar! Plantar sejam sempre possi serko as a grvoree, bem pouens 0, LATE favor gor muse também DO fs todas. ayo we jurtesente 6 ommreree Cur” Peres linhas, quando qualquer coisa ae erésio do nosso, sande um mimo Tit Sor ble & memoria dao meena obra eserita, AS) spasa idolatcads je toda a 08 aqui cabe bem. soe rita do Sauidade Noe a © ca arOliveira, oferesido yocta Antonio Sfp, Adelaide nao deixe dade ede belexs. p Poti estas palaves: Tristéncia fez um poem vadmirdvel de bom enc Aes uma vida que ee sets ei peotna ne iio morte ras Oe igepieat 0 1000 88 Pa tho eleva’ dos os corte Tee da cantam entered ma choram as alias ¢-dolorosas Balxo relvo de Lopes O MILAGRE DOS CINZEIS Hero religioso e santo dos mais queridos a quem conhece profundamente os seus feitos, 0 Condestavel Nuno Alvares Pereira nao é apenas das figuras, fulgurantes da nossa Histéria mas aquela que a Mocidade portuguesa, compreen- dendo-a melhor, segue dé mais perto. Nun’Alvares éa encarnagao viva de Portugal eterno. Déle se ocupam os pequeninos Cruzados, festejando-o e aclamando-o entu- sidsticamente. Déle nos ocupamos todos na Ansia de ver triunfar a causa tio justa da sua canonisagao. Eo seu culto alastra... Em exuberante exemplo de amor Patrio di-nos a grande ligdo do valor guer- reiro cheio de nobreza e lealdade. Em santidade claramente manifesta, no trato que houve com amigos e inimi- gos, se tém inspirado poetas e artistas.” E nem sé os mais exigentes cultores da moral tém que aprender déle a caridade. O nome de Nuno Alvares—representante da Independencia Patria— s6a como um cAntico de Aleluia em todo o Império portugués. Tem sido simulta- neamente paixio de historiadores, gléria de cronistas e tentagdo de grandes mes- tres da pintura e da escultura nacionais. Quem pds melhor devogao ao interpretar 0 Santo Condestabre? E' dificil responder. : esqueceremos todavia o Milagre dos Cinzéis de Teixeira Lopes no t ptico a que podemos bem chamar Vida, Paixao e Morte do Cavaleiro do Céu, galo- pando entre anjos e nuvens em cavalgada sublime para Deus. Belo sonho de paz 0 guiou na guerra! Por isso ainda hoje, no barro maravilhosamente esculpido como na Historia melhor ou pior documentada, no espirito do povo como no coragdo. da Patria — Portugal pertence-the! Vencendo a prépria morte —isto é, a vida que passa— Nuno Alvares continua.a ser 0 nosso Grande Vencedor. BERTA LEITE UAL era a raparige, antes da guerra, que jalgando conservar assim uma figura ideal, tomava mais do que duas colheres de sopa ao jantar? Na verdade todos os jornais de modas.aconselhavam essa pré- tica, No entanto, agora dizem exactamente Scontrério! O Ministério da Economia, de Ingla- terra, publica, periédicamente, uns conselhos, em to- dos os jornais. Na ultima revista que li aconselhai © uso das spas... para se ganhar a guerra que na verdade um bom prato de sopa sustenta muito e sai sensivelmente mais barato de que outra coi: que se coma, Com as dificuldades que se encontram para comprar seja o que for, é uma grande solugao dar duas vezes por dia sope, a0 almico e a0 jantar. E ningaém ficaré mais gordo; trabalhando e andando 8 pé nilo hi ocasiio para isso. Aqui tém umas receitas que so Sptimas! Sopa de tomates Deita-se numa casarola uma porcio de azeite e duas cebolas grandes, cortadas as rodas. Pée-se a0 lume e deixa-se alourar. Tira-se a pele e as sementes @ quatro tomates grandes e desfazem-se bem. Quando 4 cebola esta loura, deitam-se dentro ¢ dois decilitros de igua; vai-se deixando ferver uma hora, pouco mais ou menos. De vez em quando acrescenta-se com uma pouca de agua. Depois de bem fervida jant -Ihe a égua precisa para oito pratos, sal, e deixa-se ferver. Cortam-se bastantes fatias de pio muito fini- nhas, deitam-se dentro da sopa e, fervendo um mi- nto, esté pronta, Sopa de rabo de boi Cortam-se dois rabos de boi pelos nds e pdem-se de mélho em égua fria para tirar bem o sangue. Fre- fem-se em gordura ou manteiga e devem-se deixar tomar bem a cor para que a sopa fique escure. Deita- -se em seguida dgua suficiente para a sopa, sal, menta, uma cebola, uma cenoura, um ramo de cheiros atados, para se poderem tirar quando a sopa esta pronta, tirando-se também a cebola ¢ a cenoure. Des- Fiacse a carne dos rabos de boi e engrossa-se um pouco @ sopa com farinha de ¢rigo torrada, Sopa de abébora Cose-se em agua, temperada de pouco sal, qual- quer qualidade de absbora, e quando cosids, tira-se da agua ¢ esmaga-se muito bem. A esta massa, acres- centa-se um pouco de leite, dé maneira a ficar bem liquide. Leva-se a ferver durante dez minutos. Quando estiver para se retirar do lume, junta-se-Ihe uma colherzinha de manteiga. Fazem-se uns quadra- dinhos de pio torrado e péem-se nos pratos antes de se The deitar a sopa. Sopa de favas Péem-se favas frescas a coser em sgua e sal, tem- perando-as com toucinho, um molho de salsa e coen- tros. Quando bem cosidas, deita-se o arroz, deixando coser. Prova-se para vér'se tem sal suficiente Sopa de feijéo @ italiana Pie-se a coser em agua temperada de sal, feito branco, ¢ quendo estiver quési cosido, junt pedacinho de manteiga e casca de limio, deixando coser até que o feijio esteia cosido. Nessa, altura janta-se-lhe aletria ou pedacinhos de pio fritos em azeite, A's 10 horasda manha do dia 8 de Dezembro, «Dia da Imaculada Concelyto>, 8 Dirigentes e Filladas desta Ala ouvicam a Missa que MB. Pa.como nos ano anteriores, mando cclebrar. Durante 0 Santo Sacrificio 10" Lasitan entosrarm igus chideon | mee oe ‘n's Ib do referido dia, fol inaugurada a Exposieto de Ber¢os e Enxovais, que aM, P.'F, oferece anualmente a criancinhas pobres. Os artigos expostor repr entam’o produto dum ano de aflacado trabalho, e ningwém se pospars sacriicios pata que, de ano para ano, aumente progressivamente o nimero de "bergos e-ene xovais que tanta alegria © conforto leyam a alguns lares: Este ano, devido a um maior numero de artigos, a Exposicto Soupava duas geandes salas. Numa delas encontavam-se, os dols befgos 6 respectivas roupas pertencentes ao Centro Ne cola Primiria Ofictal, Um, todo cdr de rosa pintado e decorado pela Ex.™ Sr." SubeDelegada Adjunta, cra a cobl ‘ius faturas contempladas” A c6r suave da sua pintura, o lindo par dos alentejaios dansando, costrastara com o bergo azul ue 4 mesma decoradora aliadou corn ume mimova cefcadura de mlosotis a condlaer com a colsha, almotada e fengst num drranjo demieado e fresco. ‘or agus, por ali, dispostas com g6sto, as confortavela roupinhan que Iusitas « infantas ofereceram e fizeram ajudadas por dedicadas fastrutorasy formavant um conjunto admiravel que a todos multo agradou, A sala encontravarse decorada Bom cabecinhas de beher desenhadas e recor tadas por uma das hostas vanguardistas. Ov eaxovals feltos e oferecidos por Sete Centro foram 46, num total de 400 pecan. ‘Na outra estavam expostos os beryos © enxovais dos Contros n.°1 ¢ n.°3, xespectivamente do Lices Infante de Sagres, Encola Primaria da Casa dos Pescadores. Odo Cairo. ns Tera ligdo na sua cbr creme; Fol pintado por wma das nossay chefex de caselo e decorado também ‘wb-Delogada Adjunta com um geacioso {ite Coloka em erivo, trabalho multo perfelto duina vanguardiata. Ox enxovels distribuidos por €xte Centro forkim ii, asm total de {il pegas, Por ditimo, 0 do. , um cncantader barqulato pintado em asul mar e onde nada faltava para que 0 futuro ocupante, filha de sim peseador, ao despertar para a vida se vA familiarizando com a ancora, mastron, vein stc..~ ete. Este ergo, pola sia originalidade, mereceu de todon om visitantes, que foram cm grande namero, copecials Carayelan, arqulntios « andoriohin feltae em papel de iustro azul, que ornamestavam as parces repostciron, tor navam a sala ainda mals graclos "A exposiefo esteve aberta ao pablico durante tres dia Noudla'ityo Sr. Presidente da Casa dos Pencadores, Capito Tenente Antéalo Valeriano Gomes, xcompanhado por Di- rigenten filadas, procedeu h diatribuigao do bergo e 6 enxovats pup total de 8” pegam. ‘Os rertantes J bergos e cnxovele eram aletsbuidos no «Dia da Maeo i2 de Dezembro, perante numerosa ausisténcla. Finds'a entrege, a Sr* D, Jadite Galen, lustre professors do Lieew Infante de Sagres, ¢ Disactora de Centro me i fos uma alocugio sobre pucriculiura e higlens, um belo trabalho extremamente aproveltavel para o avditGrio presente, na sua nialoria mace e cflangas, ‘Marie inliaB.J.F. doe Senos Manes — sub-Deloguda da Me Fe i Da Ex.% Direcgho da «Casa do Douro» & Delegacia de Tris-oe-Montes e Alto Douro: 2.000800, DON AtiVOS-po iim Scotter Govarnador de Bragunga h Mec, sm Barguetson: 100800se D0 Chmare M nlcipal de Portlik0.A Sub.Delegacia da mesma localidade’ 2.500600, Do Ex." Presidente da Casa doe Pescadoree de Port Gad ao Centro u 9 daqucla Sub Delogneia pare sjeda da conteors dem beryo? ‘Ge noseoe melhores agradeclmentor, RAPARIGA DE HOJE iarga jancla de onde evista. ae arvores florida que & primavera presoee toucou We cbr de rosa e de brando, Gulda pensn no que foram ae ‘Sleiman acmanan du un vids Estas semanas contam para ela, por- aque! iow acs primelrgcontnsto com su Pi Numa tarde, a0 voltar de cava de Luz, conde fora fazet ima visita ¢ encontrar Seta as tas de cama com gripe, ela, que fhem soquer entrar, sentigcee mal, tone turas'e agonian, ¢ 4 nolte, quando beljow be pale, Gates notaram oacurenlor exceesle ‘YouD. lena fol buscas o termometro que Inareou om 30 graue que a gripe diepen: fava a todos que a tiveram, © Guida, que Sto ee lombrava do eatar doento, paseo fins dias do mal estar com febre'¢ tose, Guando o médico autorisou queve leven: tans, fol uma alegria, man passados doe is clade cata Jou Sasonl-e-n outro iy Oa pals spareseram com fobte, Culda, ‘como Suma fapariga forte, acomponhads pelts crladas, tove pela primelzn ver an Eoa'vida, que tomato. papel de enters ile Gig pear gun womycacenge lesemipenhou com coragem ¢ energia, Maria "Adelaide vivia confinada mo. eu quarto, tal ora 9 desejo de Guida de evitar due a pequcnita, mate fragt do que ela, sir a forivel grip Mas de sada Yaled 0 sou culdado, quando orbs docaten eomegaram ame: jorar, « pequesina apareceu com febre, D. leas, ainda, muito combalide, quiz por force Tevantar-ec, map fol ainda a Buide que © médica, veiho amigo da tax milla, sntregou a pequena dochte, que Sprerentava sintoman slarmanten qiee- Gherlam culdados continuon. N fscu quarto, alegre, em frente Guida conhecew as duras horas pansa- das Junto duma doente querida, ¢ ava: iow quso profiada é sua ternura’por fgucin irmisinha que pela diferenca de dade t quasi uma flier como ela com- preendis' a inguletagao da mal, naquelen Erlstes dias em que a todo o momento en- peravam uma complicacko, que omedico Eomla, Dias aegros na sua vide uminosa, ‘an dam om gue howe também minutos juma grande docuta. O Sr. Albuquerque Seen idem ‘de ‘hndo.seceher minguam © Lule de Menezes tomou o habito de tele- fonar todas av tardes, a hora cert Guida, ‘como que por acaro, estava sempre a essa hora perto do telefone © Senaue conversan, que non primeiros dias, quando 9 Cuidado era intenna ne mite Yam umas preguntas e reepostas ripl- dae sébre o'ertado doe docnten, mas que tien a pouco ve foram alangando, guar Sx'uma fecordagto muito dose. ‘© interesse com que 0 javom oftctal ac informava dow seus docates dava-le 2 eeneacio duma suave companhia now fot culdados, e, embora adistincia, sent tla-ec apolada numa afeigho muito’ sin= cera que compartithava sata preoctps gece € que com ela se alegrau to consta: nto dos Siena mithoran ¢ 0 restabclpetn doentes, Os ‘clefonemas foran-re alongando ‘e Guilda sentiv-accia muito lnfeliz be todos fs dias pio retinlese alegremente a ca Paine do telefone. Yasae conversae nada tiabam de ox- traordinario-e no houve nelas uma p Invrn que ‘fOsse. de anor, no entant srandes olean o neu coragho adivinhare, S'repassn nia meméria todas as palavras ouvidan, ee Colas banals para outra qualquer estoa, tae para dia 189. inteneneanten sen fazemnonhar hJanela do seu quarto, tendo loridaeas arvoree don quiseates Seeas flores lembrarnihe camblm ainda ‘ingem gue for 20 Algarve. ogo que o-medico autoriaoy que salesem d@ Lisbon, 0 St, Albuquerque, & fuer proocupava 0 estado de abatimnento lo. Bienac de Marin Adelaide. que teve ‘uma difiell convalesconga, resolveu uma Iudanca de arcs e partiram todos para Aigarve. Nao podl tate paraclo. Estavam em flor as amendoeiras © cveae atvores, que pareciam enormen ra: alheten de nolva, naquela tarde lind de temperatura delloldea, davamelhe & Impreeeno de viver um soaho. ocd tsa om Sonchigue viificon o¢ loeatee e, quando partiram para a pra dia Rocha, ji'on mace dias extavam eequce eldoe:recuperado oapetite, todas tintiam jd outro nepecto. Gus dine hegzes Fam na praia e 20 acu slmpaticn hotel No entahto, Guida, embora apreciaase 0 Iinalasimo passelo e recouheccess 0 bem que estava’ farendo sadde de’ todo, Gusodo chegaya a hora a que costume Feline na cava da Eetréia wcampainha do {slefone, sentia no coragho a dor duine saiidade, que odo se satiefazia com um Gu outta postal que a fidelidade de Lulz ser melhor a Spoca para ge ibs arsatnet oaeciereas Siececrnsaacneabaaat 7h metidae nar mnencsaree Eh eadia ceouhannioe Scie ve nectar gta! Riise cee: ate ceria anata Sabie ee eteedr ee ce nasser ace re eaee pe tocinan eae peter neem Pat cetacean reer seen are eae Benes cee Senay sarge seperate titan reggie te Rep ce dances cna Me oh Set teceaeavals tess Ea Sls atts ai iners onan Haidar aol ash deaein elt jertava no seu coracto, ot apenas tim en Geslaamo de Fepariga ‘que se. diesiparia dum fogotem cousequeaciaes feo” E.ao contemplar a lux clara, as drvo- zea Horldan na nova evtacio que comeya, im a certeza que fe conhecimento do seu cardeter ihe da Geque fle werd a alma da ave aime, vic ‘endo com ela as horas felizen.c aleve que hh em thdas an vidas ean horas doe Foros ac nto'condieto Butana. eatia que apolada no seu braco po- erin trithar comm conflanga a catrada da vida, E fol como um acordar de sonifo quando Maria Adelaide a shamou para 0 Simogo ¢ the velo contar que ja tinha ‘arrumedo tOdaa ae suas coisas nas gavee fa “nia Jevado toga mia mat Pe Quando ee sentaram nena, D. Elona, olhando-a, preguntou ue fone Guida, parece que extis Guida sorris © nfo respondeu nad: ha’ eis Goimpreeatera fra mento que a dominava ea tornava mulher. Moria Feo UMA FAMILIA PORTUGUESA (Continvagao) his crea test cat ota pies care aerate cae acne cieeeesccaeseeree Dales pera ical ee eee pisces eee as taceey “Andou, andouw, fol sempre seguind Becca cae eee pee care ore einer eigen eee BE can le lit Fiasco ae peat ema be coon poten aerate eee aime i fear es as et aa eter eerie seb att! lt asa i aa Soe Basco os geile ie erat nao oto Bae eee es Eee I Riceitde You eon pee ice aaa Vesela aaes ee ites eer eee ae ae Ben Seca eee eee per acetate pease ete reece eae serine a Beceem eee pea eral Sa e tls ee Be eee eae Pig cee aagmi es Fae rece Be es ee a Beet rs eer eal re ee rena, renee pee ena ee eats eee tee Sees een ee eee Derditor= Bensewse devagar: a As Idgrimes cobriam-lhe a cara; reo fechados, 0 Padre Nosso, a Ave Marta, 0 Acto de contriedo: dettoirse entdo no chido e encosiou & cabega sobre @ mala, Na Misado de Hulambango estavam t0- doe mullo asafamados niquela manha, Inauguraca.se @ nova eacole de agri fuara para rapaces, anes d escola ve ira. baile mantels das reparigas;e os bons padres minsiondrios ndo paraeam desde je eaacera 0 wot. Hala, porém, horae, i que todoo eeperanam & bola do padre Souttar Superior da ifleedo. Partircnito eedo, dcompanhado por dols pretitos de 17. 18 aon, Stmao e Vicente, para bapt- Sar umas eriancinhas gémeat que tinkans hascido numa cubsta de XEXG e eta Inde estava moribunda. Oe eniron padeen dindacam apreenae Fttaile para teens baséa do seu Superion, iuando ranch tie cranan dahon Fompen em grande grita, “Ld pink, do longa, envolo mo, seu hae bug brand, acenndo com of da Br $08, 0a tua'longa barba branca alvejan= fla sol, o sano padre Sousa, que todos ali Gdoraoame respeltavam. Mas que tra Slam aos ombros Simdo.e Vicente? Pare- ia win taboleito feito de troncoa e plan= ‘Giiando chegou & Misedo,o Padre Sousa explicoms Fneontrel mo mato 0 cadaver déste rapaz! Ao menos agi podemon fazor-the lum ontérro erlwido, coftadito, O que me Sapania— continuo —é que ae blends o do devorasnenr.-. Fol milagre, com cer a vom douth ! — gritou Simao, vendo wparecer 0 alta figurt do dowior Aguiar, ‘midieo diatinto, de passagem na Mando. Entdo quem é teterapas? morte Progunton 0 midleo. Sem eepera re oola, encostou a cabega ao pelto de Joa {aim 'e,Iecantan donee brustamente No morreu. J8, ja. para a samal Botljas quenten! Alcool pala boca abso! Vou dar the uma injeecto de esparteina. EJoagurm,rodelado de carinkce, entrou hd enfermarta de Hulambango. ‘Pascaram semanas. Senta mo peyuen no jardim em frente da eapetay justo lima rosetra trepadeira chela ‘de roel thas enetrnadas, Joagutm sentiacse fe ti ue ida calico a da nado’ logo eal da capela um enorme rancho de pretinhas, com lencos brancos nas cabeyan encarapinka: Sente-se, (4, mev querido doentel das ¢ acompankadas, nao 96 por duae rend Minslondrian, thaw poruoha encane ladora'rapariga, morena’e bonita, apa~ Fentandoune 1? anor. wf a primeira ves que a vefo agutI— ‘murmurdn Joaguim, levantandonse: Mas ficou eopaniade quando a rapariga, avan- faa para tie da'mao extent, ela. a jente-ee jd, men querido doente? Nao me venhd dpoquenttr coin uma te- caida,” ouolu? carregando-the 108 bmbros, obrigowo a delvarae car no Banco, olan eundo a conhego— disxe Joaquim sicamevor ure 6 quanta bone repltcou a rapariga, afantando-se comas Ininds, que lam debaizo dan colfas bra ‘Quem seria aqueta linda rapariga? Tie nha, sim, und lola vaga, muitivo niga, de Der abbre a aaa cama dn vecen,curcarae ma. muther.., Secla estab Seria una Irma hospitaisira? ‘Nessa menma tarde, Joagutm contou ao, Padre Sousa a lowea historla da sua aver. tara. ‘Giiando Joaquim terminou alonga na ratloa'o Padre Sousa poxcihe a into na eabepa, Depots, oltwu para os sete othoe Honentose isse, satlofett Ponte um eine! undaste mal; dese joatante a tua familia. Nas nao ealete no Shai eaininha’meatrdate coragen © no dente @ 1a ent Deum, Vou hoje mice Io escrever d aa pobre mae ¢ tt Jantar Fund minha carta twa; tena de pedir, hem atmcerantente,o nen perddo? we depois? Mandaeme embora?— pre union Joaquim, com lagrimay now othon Qs querests fazer oun Halambaingo? Yornou'o siiestondrto. Joaguiim lecaniowne'e, com demssada cevtergia, respondett: <"Belserme flear um tempo, senhor Pactre Souna. Eu tenho sete ation de lec, sabe? E queria flcar em Afriea a traba: thar. Detee-me Sprender agricultura 1a faua eacola, alm? depotn, duando eu sou Ber, areanjo (ead ieowte, ajuda a aS at ron, a otra de Meets a a lee ioerade Meet eae Pits = Be petite Ge teed ta R Saline earge cone vMfariazinha Medeiros... migha te ‘ Pole, mais wo que nds, fol cla qudte™ pe tga ne cae ied Tarde taste alae tae oes fae econ e car rere Se Pea cs de el SE pat ec uncons singe Fela ees tra samc Side atlage Peve oat Ponta tare eit Neti nem wm moment ace Cae Neteaa einige fea Tit Joaquim: aap le a bia hea tts et ta ela Solr ioe See ee oe Bes aires Sait ‘conime} ~(@=¥. Ana vem a Portugal (Bertrand) CHA DA COSTURA —Ah, meninas, estou entuslaamada ‘ ‘dGlas da’ Wandal—exelamou Mas quem vem a, ser a Wanda? — preguaton Altec S'Nio sabes quemé a Wanda?! — tormou Joana, meld-ofendida. Claga sabia ¢ oxplicos. Paquela russa oxetntrica,queanda ‘sompre de pijama polas ruas do Estoril, Chiquiasima & que ela é — disse —Eide uma nteligencia estupendal Joan: Tropor-me que organtzdssemos uma gr fe toviedadle pata har elon pobres, promovendo fertas de carldade constan: fou, balle, paseciow, jogos, wend oc Wanda uke nepion mt ‘nang, Jonna ~observou Mar “Sik possone para. quem os Joss. sobres, coltados, sho o pretexto para we divert em — diane Clara, Ro comhego, a tal russa—di ‘Alice — mas a0 ae idolas dela forem bose @ realizivels, = Sto formtayee, quam eabendo ‘um dinperindiio, um recreatorio ; = Sabena; Joana —tormod “Clara — Thaneira aemsata e pritiea, com eatabll dail, sobretucdo, & preciao delta raz toda a frivolidade, 6 ce feilumente, é habitual em ra js genero da Wanda Karlott SCoahgeen bem a Graga, no conhe- ~ quem a nfo conhese, Claral —die- ia fous. = Maa exaa vive sempre encafuada no augijo em concn de lias qe faz Gla de interessante? —preguntou Jo. “Nite saben’? tofaps. Clara pois you dizer-ve, em duas ido a obrada Graga. donado que Ine cederam, cal do, embonecado, a boa da Graga lost lou'hi anos uma Creche. An peenoan da tera dio-ine dinheiro, géneroe, Fou ‘tla di. tudo 0 que tom, a bem dizer. Edi, sobretudo, 0 acu coragio, a eua ‘Com ox culdados pelos filhoe, val mo- fulizando of pals: nom alarde, em espn- fhando na sombra, com a “Kesaobrahoje formidavel,flquem sahendot 0 barracho fol traneformado nda nos metensemoe numa ipeneatlva. Pocantou jas ?—lembrow J Orwa vante! Portugues Alice, com @ mislea da Mar — AVISO — minhas queridas Le onan quo apenas acabe a Familia Porta. las us cepero ihes hide agradar: © lirla Rita, soltelra, é 0 eu nome. muito gonto me darho ae alguma vez jae impresses bem ein: Peer ed CARTA AS RAPARIGAS “Se a8 raparigas soubeasem avaliar com todos! Infelte- ‘mente, porém, se, Ge facto, ha milla excepsSes, abun- dam na nossa que- rida terra ao me- nina mn dem por favor te ‘preguntas que thes ‘as ana opinis. com uma autorida- E eu recordo sempre 0 que dista, com espirito, uma tla minha: «Quem tederaa tlacr quem tu Julgas que éa!> Também thee dire! quo, por multo bont- ta que seja uma rapariga, we the faltar a bondade, a pacténela para ouvlr 08 mals velhoa, a deticadexa na manetra de res- Ponder, a chon educagio», emfim, essa Fapariga nunca terd sucesso na vida, Ha certas faltas dle delleadeza que ado 140 valgares cd em Portugal que frlzama ‘inconsclénclas! Por exemplo, o facto de fe deixar uma carta vem resposta: quo absolata falta de educagao! Infelizmente, porém, é um easo culgarlasimo, replto, que muttos constderam natural: Dantes, hd multos anos, havia um certo niimero de colsas, essenciais ¢ indiscutlvels, na educasto da gente nova: se uma pessoa do respelto deixavaealr qualquer objecto, @ crlanga bem educada apunhava-o, [a-80 falar ae pessoas de tdade ; dava-se-the 0 lugar ae estaca om pi; nunca se passava adiante. etc. et. ‘Como tudo tst0 vat longe... Hoje, com ‘pena o digo, a maioria dos novos... igno- ram ou desprezam a boa educagao! E as- ‘sim we vai perdendo, em Portugal, aquilo que se chamava a finutal... ‘Queridas raparigas penser no que hoje vos digo: ndo quelram nunea... ser ordinirlae de manelras. SRR AAAS MARIA VAI CASAR Decididamente, Martha — diese Maria, ateando na sallnhn da mil no poms jecldireme = concordar co ‘ tulo dos flfoe,e entendo que um verda Uciro desaatre.. quando les chegam nos Primelros anos do exeamento, Oh Mariel —exclamou hiartha, com calor — quem serl fal dlepatas minhas amt ‘coneideram fell te Que pobresa de alma, a dae suas ~ Preapondew Martha, com sine cere do — Assim, o fim natural da vida, © ideal da exieténcla do lar cristio, tazdo de wer da unido santificada do ho- ‘nem com a mulher, tudo leso & para vo- és, coltaditas, letra morta?! — ¢ Martha ‘Slow a irma com tal expressdode eepanto frlete que Marla, qudel envergonhads, , bom sol — tornou odes crer, Maria, que we {ates canats de que falas ato puramente, sinccramente, cHetdos, lamentam que 08 filhos nto tlyessem vindo dar vide male {ntenea, taal rasionaly mento, a0, iar Gs'fithos sho sempre, sempre, 6 comple: mento da felicldado conjugal. Siesmo quando ‘0 lur'€ pobre, e fal tans on melon'para ow austentar? eré no que te digo. jam, malor ter Ge ‘para on obter, pte Sins eerie ica ol IE simplesmente, sorrindo uma vielo fu onto, de corto, a malor felicidads que Pode haverno ntndot j Chesaram of com dle passer fom enorme rancho de rapazce « icidadog Soeeeee ocircde se fasnr io cedo para o campo? ca ith, nie? =A “ila por aasion dizer, €'a morte do cereal que acole ests & yet, Ek baizo, nfo vino campo muito lero? — tro que val ser ee pole de moltar tranformagBes risa dar» plo gee As come” sos ea Héria que se ergue b Consadracte Hformagdes sof 0 tego ho ace dh 40 homens « a tranefor~ 1. No me explicas!? pare poderer avalos 9 ‘—batmedeo gee todo, mu 1 9 Inverno, o» campos sfo pasa ae pede lesa peed eA oer erase pesando tempo eomejam & surgie uous ervlabas 4 lerado em ‘nda por duce drandes més de ped fhe, susim abu, Bea foust, tendo. necesito para In pela peneta com 0 fin dese obter ame ‘AAs di alto tabatho até chegat « pio, mfexfaba? eth yt trabalbo “gue tite sakes, fade 21094) — Cente no I= Ala de fro on “Se nbs incarnamos a felicidade no dever, a feli: cidade € perfeita, porque o dever ¢ constante” cates sis ‘ve iemton io perf evna adver ne Rapasiat Dorcse fe sdmitaste da dst no pelto? Nao te{mpaltona o sunsue Jovem das yeas,» Jorem sua soso dest expundie? ‘Nocatee ae'o Sal ian om plone pt pore yntimento nobre? Nem admi 30, fe algum moar, lo, eIbelro, Igo. - ae tegatana as tg iso Eko pen “mas tentise 0 deseo de dar tan vd cobertn com om grnalda de vosas? Bois into —e anto maist—é doe constitueo teu ever. ave oa or simbole, ama cur MN) Portugal! ‘eu Hloro € chelo de encanto Gestemunho de grandeza, le € todo um encanto A Biblia Portuguesa! ueria em verses formosos, Descrever a tua hist ‘Que € bela e chea de ali Com homens mui valorosns. ‘820 fanios que nem eu sei, De quis te he-de falar, Valentes como sonhel, omens de letras, 00 mar. Poema de devosies ‘que € para sempre imorial, Lives do grande Camées, ‘Gloria de Portugal ‘Como Cambes, matlos mais, hhonraram com seu valor, «9 bergo 208. 198809 pals sua hisiiria € um esplendor, Pus-me a pensar ¢ atinal, ‘hum vos vou Tal Que Iatou por Portugal € 6 soube também cantar. Brance Mole

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