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dzain Marie-José Mom r? A imagem pode mata! vee Passagens , salen is foi acolhido com todas as fes- ays . etarias que a introdugao do cris- tianisMO no Mundo merece. Que festejava 0 (planeta esse dia? O triunfo do Ocidente cristo atraves da hegemonia do seu calend4rio? Num certo sentido, era isgo mesmo, embora seja pre- ciso saber de que se glori.cava nessa ocasio 0 nosso Mundo, néio tendo ele a minima religiosi- dade. A introdugao de um feino,)o da imagem. Por uma espécie de artificio tautoldgico foi no ecrd que pudemos assistir ao jubilo mundial. A partilha de uma emogiio internacional esteve bem a altura da ambigao ecuménica da Igreja. Aimagem triunfou ao longo dos séculos e todos celebraram o dominio incontestado do visivel € dos espectaculos, em toda a sua legitimidade. Com efeito, a revolugao crista é a primeira e Unica doutrina monoteista a ter feito da imagem Oemblema do seu poder eo instrumento de todas 88 suas conquistas. Persuadiu todos os poderes, de Este a Oeste, de que aquele que se apodera das visipilidades ¢ Senhor do reino e organiza MasieJosé Mond ‘ dos olhares. Uma tal revelagio uum golpe no livro, do qual se decretou * se aaa, oad ‘comparadas & olériaimediata e visivel da encarnaydo e da res- “surreigio da imagem do Pai. Daqui em diante, a informamos ¢ transmiti- anos através da imagem. O medo dos simula+ ‘eros dew lugar 90 culto das imitagdes. Instals-se aquilo a que podems chamar uma iconocracia. A festa foi de curta dureco, um grande abalo se preparava, A 11 de Setembro de 2001, foi desferido 0 ‘maior dos golpes contra este império do visivel, servidor de todas as formas modemas do poder cconjugado da exonomia edos seus icones. Vindos do cfu como anjos extemminadores, dois avi6es ‘abatem as torres da dominaco. Este foi um crime. ‘real, com vitimas de carne e sangue, aonivel, no ‘seu horror, dos maiores assassinatos cometidos elas ditaduras. No mesmo minuto, o assunto foi tratado em termos visuais, ‘misturando, na maior desorientagio, o visivel ¢ o invisivel, a ‘ealidadee a feslo,0 lutoreale a invencbilidade ‘dos simbolos. © inimigo tinha organizado um_ specticalo aterrador. Num certo sentido, 20 ‘massacrar tanios homens, ao abater estas torres, © Primeiro etpecticulo histérico da morte da. ‘imagem na imagem da morte. 0 imprevisivel Juntou-s: ao infigurivel e foi pein edenaros os ME Pode mary , anter 0 discurso cadaveres dene manter 0 ious ee (Q presidente dos rn fou um jejum das ima- A208: ae dn ev. depuraro dos Programasteleyisivos ecinematogriticos, inv ‘ida des conbates.Ovstvetentrava em ers | Aasticia maguavétiea do agressor provinha facto de ete petencer # uma cultura anicénica, ‘antes os idolos {Que tina destruido alguns meses antes os idol em Bimyin, eae oferecsidolatra do nimigo | dcidentalumespeeticalo:odasua vulnerabilidade, ‘or va dor seus sfmbolos,e 0 de um adversitio invisivel ue difunde, por sua vez, a sua propria ‘imagem como ade um foone redentor, Aimagem do Salvador cristio. 0 terror engendrado por um. sofisma politico revelava a extraordinaria per- |<. Sesanasmcmne out | Wiconoclasa dava claras provas do seu perfeito sonhecimento ¢ da sua total conformidade com ‘o mundo que d:struia, Moldando-se a figura do inimigo, le obig00-0 a dessparecer ou a re- compor a sua imagem nama nova distibuigdo de poder Acie alesti, dela se fez uma guerra. O cérebro do ™8¢ecre continuou, ilocalizével, asus vidd ‘©05 agredidos procuram ‘um novo ésic? Visual para exibira vingansa. Bentfo W Ouvimos vores, it c— sugerindo que a cre peetdo, Sendo mesmo ins pirado, °F "IS hollywoodianos dos filmes de catistrofes. Eis a imagem no banco dos révs, acusada de originar o crime. Os managers da ‘comunicagio decidiram censurar a violéncia dos filmes e modificar os seus programas. Este foi otinico dominio onde, infelizmente, sem razZo, a América se sentiu confusamente responsivel pelos ataques que softeu. Se a andlise das causas de um tal drama chegar um dia & maturidade, no serd certamente por causa de imagens que evemos estabelecer responsabilidades! Se nos limitarmos a esta explicaglo, aeitaremos ficat prisioneiros do sofisma mortifero que ¢ 0 do prOprio terrorismo: 0 iso contra cristandade, ‘0 Oriente contra o Ocidente, o choque deculturas incompativeis... O reino da imagem implicari sempro a morte do outro. { Omen objectivo ntioé ode fazerumtrabalho cexplicativo, mas apenas ode compreender 0 que uma imagem, as relagdes que ela mantémcom a violéncia eas possibilidades que actualmentelhe restam de oferecer liberdade a uma comunidade niio criminosa. E, pois, unicamente da imagem que se tratari, a fim de compreender que pela ‘se joga, sem divida, o lugar que atribuimos 20 outro. Nias paraisso é necesséiio entendermo-n0s sobre que é uma imagem. Esta breve reflexio far-se-d em trés etapas: ada encarpagio, ada in- corporagao e a da personificapo. Estas etapas correspondem dandlise da imagem nasuarelapio como visivel, anslisedo visivelna sua apariggo ‘specifica no ecra, andlise da aparigdiodos corpos no cord na sua relagdo com o lugar criado para co espectador. Este trajecto esti longede esgotar a questio da violencia ¢ vou tentar abordar @ vieléncia do visivel, nfo emtermos de contetido} mas em termos de dispositive. Como partilhar { ‘um espago através de uma relagdo cemum com ||\einvistvel? T—A violenta histéria das imagens Quem recusaria hoje ver na imagem o ins- trumento de um poder sobre os Corpos € 0s es- Piritos? Este poder, concebido durante vinte séculos de cristianismocomo libertador e reden- tor, é actualmente suspeito de ser o instrumento de estratégias alicnantes ¢ dominadoras. Consi- deramos entéo que a imagem “leva-ao-crime”, ) na medida em que qualquer homicidio pareceter \ hencontrado o seu modelo nas ficgdes difundidas \ ; nos ecras. Os culpados dio-na como responsdvel. ~ Mas quem so 0s culpados? Aqueles que matam ouaqueles que produzem e difundem as imagens? Ora, culpabilidade eresponsabilidade sdo termos que s6 séo atribuiveis 4 pessoas, nunca a coisas. Eas imagens S40 coisas, Abandonemos esta estra- nha retérica. Se queremos atribuir as imagens um estatuto singular entre ag Coisas, dizendo que elas so, 20 MESMO tempo ¢ enigmaticamente, coisas ¢ 180 COiSas, entio que assim seja, mas serdo ¢las, Pt 'SS0, pessoas? Coisas e no coisas oscilam antes! itrealidade singular que difi- cilmente pode Mentar a sua responsabilidade. eel Medan No entanto, & sem divida assim que ¢ preciso ‘encarara imagem na sua realidade sensivel enas suas operagbes ficcionais; 6 xecessirio admitir que clas se encontram a meio caminho entre as coisas e ossonhos, num entre-muundo, mum quase- -mundo, onde talve2 se joguem as nossas depen- déncias eas noseas liberdades!Pensar a ima | Segundo esta perspectiva pemite interrogar 6 ‘paradoxo da sua insignificdncia e dos seus po-) deres, Para apreender esta estranhasituagSo que faz de tio pouco, isto é, a imagem, uma questo de primeira grandeza, a liberade, é necessério percorrer um pouco a sua histéria na palava e 108 gestos dos homens que a prodzem. Pois a ‘imagem nio existe sentlo no fo dos gesios ¢ das palavras, tanto daqueles que a qualifeam ¢ a ‘onstroem, como daqueles que a desqualifcam a destrocm. O desejo de mostrar inéuz uma necessidade de fazer e nto o desejo inevitivel de fazer fazer. NUo pensava Aristteles que, pelo ccontririo, oespecticulo da violéncia suspendia toda a passagem ao acto? Terlo as coisas mu- dado? ok ‘Hi mais de dez séculos, os pensadores eris-)¥ kaos da imsgem foram os primeiros na histéria focidenal a fazer da imagem uma problemétcs! ilos6fica e politica. Ora proibida, oa celebrada, ‘de cada vez com igual violéncia, a imagem foi, assim, desde 0 inicio, uma questo passional. sinagempode mrt B Esta ambivaléncia do visivel esti longe de ser nova, Poistrata-se do estado de coisas na apa- riplo material de uma imaterialidade, Tal foi o sentido da encamagdo que deu came © corpo a uma imagem, arbuindo-Ihe, ao mesmo tempo, poder de conduzi invisbilidade do seu mo- ‘lo divino, Com a encarmago, uma nova defi- | nigdo de imagem entrou ns cultura greco-latina, tendo-se tomado a matriziednica de todas as vi- sbilidades partithadas. Coastruiu-se um mundo ‘comum que definia a sua cultura como uma ges- to articulada e simultinea do invistvel e do Visfvel A imagem tomou-se paixio. Designara vida da imagem do Pai, iso é, a de Cristo, pela pilavra Paixio esté em perfeita adequagao com ‘esquema icénico. APaixbo de Cristo, ouscja,a Psixdoda imagem, jogs-senaimagem da Pixalo, ‘uma travessia nas trevas até ao triunfo fin Ahistiria da encamagao é a lenda da propria fmagem, Mas hoje junta-se-Ihe uma esiranha inquieingao: a forga ds imagem estaria emlevar- -nos aimiter, eo conteido narrtivo da imagem Podia assim exereer directaments uma violencia, 1 medida em que faz fazer. Acusada de fazer ‘er, daravante éscusada de fazer fazer. Seaquilo ‘que parce ser um problema novo oculta as or'- ‘gens duas vezes milendtias da quest2o, tal deve- -se, essencialmente, a duas raaBes. A primeira remete para uma simples constatagio: 05 actos cstatsticas. Isto para no referiro facto capital ‘0 qual voltae: a saber, que inflacSo das “visi- ‘ilidades" no significa de modo algum inflagio de imagens. 'A segunds causa do medo actual, a verda- deirarazio talvez, advém do facto dea produsio visual se ter tomado num mercado, em toda a sua dimensio. As paradas financeiras so tho poderosas, as figuragdes da violencia vendem Ho bem e slo fte de tao grandes receitas, que 0 debate se desioca a ponto de nfo ser mais do que a tensio contraditéria entre os interesses condmices ca inquictasdo ética. De tal maneira «que, em vez de ns interessarmos pela imagem € pela natureza da sus violéncia,fazemos como se, tomando a relagio decansa-efeto entre imagem « violéncia como algo evidente ou adquirido, a ‘questio encontnsse, num mesmo movimento, sua solugo morale financeira pela via juridica. Alliberdade da imagem, a sua inocéncia relativa, ‘asua iealidade fecunda desaperecem S06 08 jo- ‘0 fnanceiros que doravante acompanham o Set ‘opretenodaprotec;o dos inocentes edasvitimas, | instalagdo de um novo mercado: uma imagem ‘lo se «tire, ela paga-se a0 seu proprietirio! ‘As imagens apresentam-ce como objectos aque podemos examina Estes objectos slo Sus- ceptves de rovocar um discurso ede serem sus tentados porum saber. Mesmo se o seu estatuto de objeto €¢fandamentalmeate problemitico, 88 imagens surgem Como uma realidade sensivel, ‘ferecids sizultancamente 2 olhar e ao conieci- fpente- Mas’ violEncia ess, nfo € um objoto- (O dicioairodefine-a como a manifestagdoabu- ira de ume fore. A violéncia designs um &X- Sih ainda 0 0 dscurso sobre ext stg SBeoostns Ai8 Como um juizn do que com? se teaber © presseponka um estado de dit? 4s Mace nt Medin ‘organizado por les que permitam avalia a norma © 8 ua transgressdo, Este juizo promuncia-se Sobre um dispéndio de energia e denuncia 0 ex- Jeito que ela € suspeita de poder abusar da sua oténcia. Comesam aqui os deslizes ¢ os mal~ ~eatendidos. Com eftito, cada um de nés tem ‘coma violEnca, enquantoTorga, uma conivéncia, uma relago, uma familiaridade que nko sto albeias & definipao da propria vide/ Uma paz sem fora assemelha-se imorte.e. Forsa da vida ‘constréi-se a partir das reservas da violéacia) (Quem diz reserva, dizrecuros eextracyBes. Dito de outro modo, é'na capacidade de ser violento {que ¢ preciso buscar aforga para noo ser. A vio- léncia seria eno poténcia antes de ser ou nfo um acto. E claro que todo o ser vivo s6 sobre- vive graras a0 efeito de uma economia comple xa e muitas vezes contraditiria entre as forgas que o habitam — forgas que, a0 mesiro tempo, ‘© ameacam e mantém. A forra dos movimentos ‘que nos animam deriva de uma experiéaciavivi- dda antes mesmo de ser submetida a julgamento. sine pode mat 7 Noespago de uma coubitardo, a violéncia é, i putida, negociads. Sera necessério suprimir a Voléncia, serd isso mesmo possivel, ov seri preciso, antes, considerar as condigbes da sua no seioda comunidade? Quando a violéncia surge brusalmente, sem mediae30, lan € o indice da forca mas da fraqueza. Esta voléncia é destrutive, produz uma dupls ex- cso, a do violento ea da vitima, aplicanéo-se tanto 20 suicidio quaato ao assassinio; existe ‘uma outra violéncia, articulada com a primeira, A violéacia fusional onde o sueito se pode abis- ‘mar e desaparecer na voracidade unificadora do ‘Todo. Em ambos 0s casos, o aniquilamento ¢ a morte vo ao seu encontro. - ‘Aquestio 6, entBo, ade saber em que éque 4s produgdes visuais induziriam uma paixio hhomicida ou um sniquilamento fusional. Estard vel ao servo de ua opi mae da violéncia dos deseos ou seri ele suceptivel Tunas ambalee? Diode ou ma ¢ imagem uma forga no mediatizivel pela palivra 4, pelo coniririo, énela que se joga primordial- mente a cotbitarto dos desejos? O visivel afecta-qos na medida em que se relaciona som 8 potéacia do desejo e nos impele a encontrar simultanamente os meios para mat ou oir. ‘Toda a visibilidade leva os espiitos eos corpos ‘amanter com tais violéncias uma relagio ou constativa ou destrativa. Era precisamente isto fue pensava Arisoteles quando inserevia 0 e8- ecticul trigico num programa de tratamento Embdlico da violencia passional. O desejo de tnaaa eo medo de morrer podem arruinar todo ‘oprojecto de coustrugdo de um espago social fonde nunea poderto coabitar 0s mortos © os tusassings em poténcia que somos. Fazer ver € fazer ouvir a palavra parevia ser, para Arist6- {eles, 0 inico meio de tomar & Vida em comum possivel a pessoas enredadas nos seus desejos € nos seus temores. Mas ele privilegiavso texto © ‘a narrativa, duvidando em contrapartida dos poderes simbélicos do especticulo. Hesitava quando estava em questho o visivel. Hoje, nlo podemos duvidar do dominio do vsivel sobre as paixdes edo que isso implica para a comunida- {e,isto¢, polticamente. Incumbe-nos saber onde ecomoa viléncia dasnossas imagens id gerar a forga de que necessitamos para vivermos em ___conuns, Assim, um mesmo assunto pode se igu ado seja sob uma forma queameaga a liberdade, ‘seja sob uma forma que a constitui. A imagem da vinade va ds ele pdem gee vels- cia, Fi o caso dos filmes nazis que exaltavam cone we alinentsvam da fusio io do ou Visibilidades sem pa- Lvra, alimentadss por um discuso ensurdece- a » ete le men pene aan ing et et ee apart mame A & medingo da i ‘Tal significa que &© vai abondonar das produgbes sir lias para atordaro eempo menos palpével da infludnsia quase ipndten da perda do real, da alucina¢o coletiva ow do detirio privado. Isto significa quese ir privilgiar os movimentos co- ‘municaog ria imagemeno plo seu contcido figurativo, Aquestio que se coloca ento éa de Astingur, de entre as produedes visiveis, as que se dirigem ix plaies destrtivasefusionaise as que esto eacareguesdelibertar oespectadr de ‘uma tal prsséo mortifera, tanto para si quanto pra acominidade. Se fizetos economia de um tal questio- ramento coatinuemos a tornara imagem res- ponsive, nlo pelo que ela faz, mas por aquilo {ue leraria fazer. Dito de outro modo, dante tribunal da ezfo e da moral, ea encostrar- -se-ia inovente de cTimes que no cometeu, salvo ‘se considerarmos que aqueles que os cometem perderam faculdade de julgare agirlivremente For esa del. TS eno do juizo eda sus rs ces imagens, Supondo qu imagem induz pasividede, como pode ela V8 8.cometcr um acto? Se, pelo » Mate Mania contririo, coloco a hipdtese de que nfo arecebo Passivamente, a imagem deixa de estarnacrigem dos meus actos, mas sim eu mesma, enquarto sujeito livre da minha acglo. Logo, se existe crime, eleniio ¢ cometido pela imagem mas pela milo que 0 perpetrou. Nio podemos sair desta contradigto e deste embaraco senio estudando metodicamente a imagem, a sua forga €0s seus excessos, ¢ colocando ands préprios um certo nnimero de questdesa seu respeito. S6 este traba- tho permitir trar conclusBes acerca da natureza da ligago entre o que vemos ¢ 0 que fazemos. # de certa maneira uma interrogagdo sobre 0 caricter performativo da imagem, com a pequent, diferenga, mas que ¢ importante, de que iio nos interrogamos acerca do que a imagem faz, mas do que ela faz fazer. Pode a imagem matar, pode uma imagem levar a matar? E possivel atribuir-the uma rea- lidade tal que possamos dizé-a culpada ou res- ponsivel pelos crimes ¢ delitos que, enquanto objecto, ela nfo pode ter cometido? De que acto € uma imagem capaz? Objecto sem corpo, sem milo, sem vontade, pode ela agir como a magia de uma infiuéncia? Ouvirhistérias de Lobos aju- repent cles. Portanto, no espagoeolective, tem | | ger algo em aves joga, so mesmo tempo, a_) i | | { dale do specticulo ea solidio da visio ~ | Ao mesmo teMFO, distribuem.-se-os lugares onde | rae experimentard as emogdes singulares aque as imeBes Vo provocar! Algo de ritual ede politico esté €™ Jogo, dado que esta conjuns20 « Maren Mandan ‘fo produz nenhuma visto comum. Cada um, ‘no seu liga, percsbe os signos visivels, sonoros ¢ narrativos, de tal modo que, no fim do expec- ‘téculo,a questo ¢ apenas a de saber 0 que foi partithado, Uma experiéncia de fusto ou uma pperturbagio dos sentidos? Para o saber, seré ‘preciso perguntaracada um oque viuou bastari analisar a coisa vista para defini: os seus efeitos sobre todos? Dito de outro mod, anatureza da visio deperde ds qualidade do olar cos syeitos «que olham ou da quilidace do objecto que foi dado ver? No existe uma reposta univoca 8 sta questo {Se s constrasio dootharé um dever politico, eatlo quando esa construjto existe, todo o especticalo ¢ medido pela liberdade que concede. Mas quem constr 0 olhar excepto que que dia ver? preciso entdo reconhecer aque 0 produtor da do ecrd¢responsé- Yel po esa construio. Por corsequéncia, cade tspectdculo coloca em jogo a iberdade do es- pectador en: fungSoéo iugar que he éatriuido face a0 cera pelo cineasta ou videasta. Quanto ais este lugar for construido no repeitopelas distiacias, mais os espectadoresestardo aptos a responder, por eu turmo, com uma liberdade éritica1no funcionamento emocional do vsivel. sem diva nests termosque énccessrioabor- dar aeducagto des clbares. Uma erianga pode ver tudo sob condiedo deter a possbilidade de siangen pe mn? a construi oseu lugar de espestador. Porém, este lugar teva tempo & construir, E por isso forposo ‘conclu que uma crianja nfo pode ver tudo se ‘Mo for spoiada pela palavra daqueles que véem. com elae que devem eles mesmos, também, ter aprendido aver. imagem ilo ¢ um experaato cessive todos a cadazum. Aimagem enquanto object passonal¢ sempre violent; resta saber que forya ou faqueza retramas del. Avioléncia

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