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EEG

→ Oriente privação de sono - em vez de dormir a noite de sono completa,


dormir 3h, acordar bem antes e chegar com sono durante o exame para ter a
oportunidade de entrar em sonolência e dormir durante o exame, ainda que
dure apenas 30 minutos. Faz parte do preparo do exame essa orientação e
privação de sono. Ainda que venha normal e não dê muita informação, sei que
foi ume exame bem feito. Pois se registrou só 15 minutos de vigília e veio
normal, talvez eu não tenha tido a melhor oportunidade de flagra uma
anormalidade.
→ Ao falar de criança se induz sono medicamentoso, mas no adulto nós
orientamos privação.
→ Exame deve conter provas de ativação:
● FII com luz estroboscópica em frequências progressivamente maiores.
● Hiperpneia de pelo menos 2-3 a 5 minutos. Pacientes que já tiveram
eventos cerebrovasculares e gestantes nós evitamos a hiperpneia.

→ Como solicitar: solicito EEG em vigília, sonolência e sono com FII e


hiperpneia.
→ Atividade elétrica cerebral (atividade de base)
● Procurar os elementos fisiológicos esperados:
● A vigília, sonolência e sono, cada uma tem uma cara, frequência,
distribuição de ritmo, determinados elementos gráficos com duração,
localização e morfologia específicos.
● Composição gráfica de cada estágio fisiológico, variando conforme
faixa etária.
● Esses padrões fisiológicos variam ao longo de cada faixa etária.

→ Desorganização da atividade de base (da atividade elétrica cerebral) —


significa que perdi os padrões esperados. Ex:
● Na vigília espero uma diferenciação Antero posterior e ao não
aparecer no paciente é uma desorganização.
● No sono, caso os elementos do sono não estão bem formados,
escassos ou diferentes do esperado também é uma desorganização.

→ O que leva a uma desorganização da atividade de base? Coisas que levam a


uma disfunção cerebral, especialmente uma disfunção cerebral mais difusa —
sonolento séptico, intoxicação medicamentosa, encefalopatia hepática,
encefalite (padrões mais lento). A desorganização não é específica e nem
sugestiva de epilepsia. A maior parte das epilepsias tem atividade de base
normal.
● Achado inespecífico bem mais comum em encefalopatia de etiologia
tóxico metabólica.
● Desorganização = disfunção cerebral.

→ Caso a desorganização seja muito focal, ex: restrita a região temporal -


nessa situação eu entendo de maneira diferente. Provavelmente esse circuito
que pode estar alterado por uma determinada etiologia (dentre elas epilepsia) ,
estruturalmente pode determinar uma atividade de base um pouco mais lenta.
Isso não é epilepsia também. Ex: uma sequela de AVC no lobo frontal pode
determinar uma lentificação da atividade frontal relacionada aquela área de
gliose.

→ Grafoelemento (elemento gráfico) no EEG que tem algumas características,


alguns critérios que fazem com que sejam caracterizado como epileptiforme.
● Duração, morfologia, presença de uma onda lenta de repolarização
após, a velocidade com que sobe e desce, assimetria da onda.
● Morfologias: espiculas, ondas agudas, ondas lentas agudizadas — as
descargas podem assumir características próprias e que recebem
nomes específicos - o que diferenciam elas são as durações em ms.
● Morfologias: complexo de espícula onda e complexo de multiespícula
onda são muito próprios das epilepsias generalizadas da infância e
adolescência.

→ Esses grafoelemento são anormalidades epileptiformes interictais. É mt


difícil registrar uma crise enquanto está fazendo o exame, mas não tão raro
achar uma descarga interictal.
● Biomarcador da epilepsia - marcador de risco de crise, embora não
seja o único dado usado para guiar terapêutica ou diagnóstico.
● Ajuda a estimar o risco de crise ou até mesmo confirmar o
diagnóstico.
● Descarga não é crise.

→ Epilepsia focal do adulto - o local mais frequente de ter descarga é o lobo


temporal. É o tipo de epilepsia mais frequente, a localização mais frequente de
zona epileptogênica. As espiculássemos e ondas agudas (EOA) são mais
frequentes no lobo temporal, sem dúvida local que mais se acha descarga
epileptiforme interictal. Porque a epilepsia temporal é a mais comum? Sim, mas
tb porque várias outras epilepsias aparecem no EEG no lobo temporal, porque
tem no lobo temporal a sua área de propagação.
● Uma crise com zona epileptogênica no parietal pode vir com descarga
no temporal. O mesmo com epilepsia de ínsula, córtex profundo
dificilmente registrado em eletrodo de superfície que só pegará uma
descarga já propagada.
● A epilepsia de lobo frontal pode ter EEG normal - ele é muito grande e
não necessariamente consigo enxergar essa descarga,
● O lobo parietal tem um eletrodo em cada hemisfério para sua
visualização, ele não é muito representado no EEG de superfície.
Tenho vários na região temporal, alguns no frontal, mas o parietal em
si não é tão individualizado no EEG. As vezes é uma descarga difícil de
pegar ou que estou vendo como uma descarga no lobo temporal,
embora nasça no parietal — se eu desconfio de uma semiologia
espacial (área de integração cortical parietal) e o erg vem normal,
tudo bem, possível que venha normal mesmo.
● Crises de lobo frontal se difundem muito rápido. Então se eu começo
numa área mais profunda do lobo frontal, que não é tão
individualizada no EEG e se difunde muito rápido pode ser que no EEG
eu veja como algo muito difuso e vem descrito como generalizado.
Então saber que algumas epilepsia focais, sobretudo de lobo frontal
podem se apresentar com descargas mais difusas é importante.

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