As Guerras Da Antiguidade Entre Judeus e Arabes

A PAZ ETERNA ENTRE
JUDEUS E ÁRABES NA TERRA
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G U S T A V O T E L E S
A PAZ ETERNA ENTRE

JUDEUS E ÁRABES NA TERRA
E DI TOR A AU TOGRAFIA
R io de Jane i ro, 2017

EDITORA AUTOGRAFIA
Editora Autografia Edição e Comunicação Ltda.
Rua Buenos Aires, 168, 4º Andar – Centro
Cep: 20070-022
Rio de Janeiro
Editoração eletrônica: Fabricio Vale
A Paz Eterna entre Judeus e Árabes na Terra

TELES, Gustavo
1ª Edição
Março de 2017
ISBN: 978-85-518-0133-8
Todos os direitos reservados.

É proibida a reprodução deste livro com fins comerciais sem
prévia autorização do autor e da Editora Autografia.

INTRODUÇÃO
S
audações querido leitor (a). Há milhares de anos tem
havido guerras no Oriente Médio entre os árabes e os judeus por cau-
sa do estado de Israel. Apesar de todos os esforços das Nações Unidas
para conciliar a desavença milenar entre esses povos, os conflitos entre eles
continuam alimentando a mãe terra com o derramamento de sangue hu-
mano inocente.
No processo judicial entre os árabes e os judeus, os árabes alegam em
sua acusação que de acordo com o Alcorão, o estado de Israel pertence aos
muçulmanos e os judeus alegam em sua defesa que de acordo com o juda-
ísmo, o estado de Israel ou antiga Canaã, pertence aos judeus, pois tal terra
foi dada por Deus a Abraão.
Como as Nações Unidas não conseguiram resolver pacificamente o con-
flito entre estes países árabes e judeus. Eu como bacharel em Direito, ins-
pirado pelo amor de uma bela mulher, escrevi este livro para acabar com
o conflito sangrento no Oriente Médio e estabelecer definitivamente a paz
na terra.
Este livro de poesia, direito e história antiga é um termo de conciliação
pacífica entre estas nações que estão vivendo em meio a escuridão da igno-
rância da ilusão por causa de suas irreligiões cheias de infernos, demônios,
diabos e fantasmas que são inverdades ou invenções dos antigos governan-
tes de corações de pedra que as criaram para controlar seus povos por meio
do medo e do ódio para que não aprendam a amar a si mesmo e ao próximo.

Os árabes e os judeus se odeiam porque não tem amor próprio, pois se
tivessem, amariam o próximo como sendo Deus. Os árabes e os judeus, en-
quanto não aprenderem a amar a si mesmos, nunca aprenderão a amar ao
próximo que é Deus, cujo espírito imortal fazem parte o meu espírito e o teu.
Deus é amor e não ódio. Deus é paz e não guerra. Toda guerra tem uma
causa e as causas das guerras entre os árabes e o povo de Israel são as men-
tiras ensinadas pelas religiões de seus profetas cegos como Jesus e Maomé.
Há uma diferença muito grande entre o ouro e o ferro, a religião e a irre-
ligião. Religião é a ciência espiritual que ensina por meio da verdade como
amar a si mesmo, ao próximo e a Deus. Irreligião é a ciência material que
por meio da mentira ensina os seres humanos a odiar a si mesmo, ao próximo
e a Deus. As religiões dos árabes e judeus não são religiões, mas irreligiões.
Uma religião verdadeira não ensina mentiras como a existência de in-
fernos, demônios, diabos, fantasmas, julgamento de Deus e nem induz seus
seguidores a andar de joelhos em escadas, levantar a bunda para o ar e ras-
par a cabeça. A religião liberta. A irreligião escraviza. Todas as religiões hu-
manas foram criadas por homens e mulheres e no entanto, seus líderes espi-
rituais ensinam seus seguidores que é a palavra de Deus.
Há uma relação muito semelhante entre a política e a irreligião. A políti-
ca ensina por meio do direito torto os cidadãos a servir o estado e os membros
do estado com lealdade. A irreligião ensina por meio de mentiras as almas
servirem a Deus e os santos com lealdade. Na política se não servir o estado
e respeitar as leis, vai para a cadeia. Na irreligião se não servir a Deus e aos
santos, vai para o inferno. Não existe inferno, demônios, diabos e fantasmas.
O que existe é muita escuridão e negatividades criadas pelas mentes doen-
tias dos seres humanos ignorantes iludidos por falsas crenças que os fazem
temer a Deus, a morte e odiar o diabo, a si mesmos, a Deus e aos demais.
Por causa do temor a Deus e ao diabo, a maioria do povo da terra vive
com medo de viver, de morrer e com raiva de si mesmo, de Deus e dos de-
mais. O medo e a raiva que causam doenças mentais e físicas são os dois la-
dos de uma mesma moeda e também a técnica mais antiga de controle so-
cial por meio das leis injustas e violentas dos estados e das inverdades e falsas

crenças das irreligiões humanas. Tal medo e tal raiva criados pelas irreligiões
e pelos estados têm por finalidade impedir que os seres humanos amem a si
mesmos, aos demais e a Deus para que não haja paz permanente na terra.
A paz na terra não é um negócio lucrativo para os empresários, eclesiás-
ticos e políticos porque eles ganham muito dinheiro com o medo, a raiva e
a violência entre os servos de Deus e dos estados com a compra por meio de
contratos licitatórios de remédios para os postos de saúde, hospitais públicos
e armas, veículos motorizados, material de limpeza, de expediente, comi-
da e roupas para os presos, para os policiais e para os presídios, assim como
a venda de santos, terços e livros sagrados pelos eclesiásticos que de sagrado
só têm o nome.
Nenhum pai que é bom, gosta de ver seus filhos com medo, brigando e
se matando entre si por causa de comida, água, ouro, terra e poder sobre os
outros e Deus é um pai bom assim que apesar de nossos erros, nos ama e a
tudo perdoa.
Deus não é Krihsna, Moisés, Jeová, Hórus, Buda e Jesus, Deus é amor
e perdão e não julgamento e punição. Você é muito amado e querido por
Deus e por mim. Espero que goste do meu livro de poemas, Direito e histó-
ria antiga, pois eu gostei muito. Bênçãos minhas a você e todos os seus en-
tes queridos.
Cordialmente e com amor, seu amigo

Historiador Luis Gustavo Rodrigues Teles.

SUMÁRIO
CAPÍTULO I
A FORMAÇÃO DA SUMÉRIA, DO EGITO E DA ÍNDIA. . . . . . . . . . . . . . . . . 11
CAPÍTULO II
A CIDADE DA BABILÔNIA E O ZIGURATE DE ETEMENAKI . . . . . . . . . . . . 43
CAPITULO III
O COMEÇO DO IMPÉRIO ASSÍRIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
CAPÍTULO IV
O REINO DA BABILÔNIA E A CIDADE DE BORASIPPA . . . . . . . . . . . . . . . 85
CAPÍTULO V
O REI HAMURÁBI E A REGIÃO DO PENJAB (ÍNDIA). . . . . . . . . . . . . . . . . 99
CAPITULO VI
O FARAÓSWOSERENRE E A INVASÃO DO EGITO PELOS HICSOS. . . . . . . 117
CAPÍTULO VII
A NÚBIA E A EXPULSÃO DOS HICSOS DO EGITO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127
CAPÍTULO VIII
A GUERRA ENTRE EGÍPCIOS E SÍRIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 141
CAPÍTULO IX
A ILHA DE CRETA E A FORMAÇÃO DA CIVILIZAÇÃO EUROPEIA. . . . . . . . 161
CAPÍTULO X
A RAINHA HATCHEPSUT E AS INVASÕES NA SÍRIA PALESTINA. . . . . . . 179
CAPÍTULO XI
O REI PANKENG E O INÍCIO DA CIVILIZAÇÃO CHINESA. . . . . . . . . . . . . . 199

CAPÍTULO XII
O NASCIMENTO DO JAPÃO E AS ILHAS DE SHIKOKU E KYUSHU . . . . . . 219
CAPÍTULO XIII
A CIDADE DE TIKAL E OS PRIMÓRDIOS DA CIVILIZAÇÃO MAIA. . . . . . . . 233
CAPÍTULO XIV
A CIVILIZAÇÃO FENÍCIA E AS CIDADES DE TIRO E SIDON. . . . . . . . . . . . 251
CAPITULOXV
O REI SALOMÃO E A CAPITAL DE ISRAEL (JERUSÁLEM). . . . . . . . . . . . . 269
CAPITULO XVI
O REI XIÃO ZHOU E A DINASTIAZHOU DA CHINA . . . . . . . . . . . . . . . . . . 289
CAPITULO XVII
A ETRÚRIA E O INICIO DA CIVILIZAÇÃO ROMANA. . . . . . . . . . . . . . . . . . 309
CAPITULO XVIII
O IMPÉRIO ASSÍRIO E A PRIMEIRA DIÁSPORA JUDAICA. . . . . . . . . . . . . 327
CAPITULO XIX
O REI NABUCODONOSOR II E O CATIVEIRO DOS JUDEUS NA
BABILÓNIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 345
CAPITULO XXI
O FILOSOFO SÓCRATESE A DEMOCRACIA ATENIENSE . . . . . . . . . . . . . . 363
CAPITULO XXII
ALEXANDRE O GRANDE E A INVASÃO NA PÉRSIA, EGITO E ÍNDIA . . . . . 381
CAPITULO XXIII
O IMPERADOR ASOKA E O BUDISMO INDIANO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 395
CAPITULO XXIV
O REI HERODES E O NASCIMENTO DE JESUS DE NAZARÉ . . . . . . . . . . . 411
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 421

CAPÍTULO I
A FORMAÇÃO DA SUMÉRIA,
DO EGITO E DA ÍNDIA

N
a noite de 2060 A.C. na Cidade Estado de Ur, Meso-
potâmia, uma nave do tamanho de uma cidade pairou sobre ela
com uma forte luz que fez a noite parecer dia. Depois partiu em
alta velocidade em direção a lua cheia. Vinte anos depois no rio Eufrates de
Ur, Laom aproximou-se de Larama com uma flor na mão e lhe disse:
– Vi muitas coisas belas neste mundo enquanto acordado e em sonhos,
mas nem mesmo a união das belezas deste universo e de meus sonhos pode
se comparar com apenas uma pequena fração da beleza que emana de teu
espírito e corpo cheios de luz e encanto. Por favor, aceite esta flor que lhe
dou com o coração cheio de amor.
– Obrigada, ela é linda.
– Você é real ou é um sonho?
– Eu sou um sonho, pois somente um sonho poderia ser tão real como
eu sou. Eu sou tantas coisas que eu precisaria de todas as montanhas da
terra e dos outros planetas do sistema solar para escrever nelas o que real-
mente sou.
Alguns dias depois de namoro, Larama foi morar com Laom na casa e
oficina dele onde ela também aprendeu a criar estátuas de pedra. Certo dia,
eles viram na cidade de Ur de longe, o rei Ur-Nammu saindo de um grande
e belo edifício público, Larama disse a Laom:
– Aquele é o rei de Ur?
– É.
– O que ele fez de importante como rei?
– Expulsou os góticos, reunificou a região da Mesopotâmia que estava
sob o controle dos acadianos, construiu os zigurates e criou as leis do direi-
to sumério.
12

– Do que trata estas leis?
– Danos morais e penas pecuniárias para delitos diversos.
– Como se chama esse código de leis?
– Código de Ur-Nammu.
– E o Zigurate? Onde fica?
– Do outro lado da cidade.
– O que é um Zigurate?
– É um centro de adoração aos deuses Annunaki. Eles adoram e louvam
os deuses Annunaki com amor, assim como meu coração adora e louva você.
Nada nesta cidade maravilhosa cheia de rios e jardins pode se comparar com
a beleza do teu rosto bonito sorrindo.
– Também não há no mundo inteiro uma mulher mais feliz do que eu.
Eu te amo tanto que eu não te trocaria por nenhum rei ou Deus.
Depois de uma longa caminhada, eles chegaram ao Zigurate de Ur. La-
rama disse a Laom:
– Que estrutura linda. Eu quero ir até lá em cima.
– Lamento lhe dizer meu amor, mas essa é a morada dos deuses e só é
permitida a entrada dos sacerdotes.
– O que é aquilo brilhando no céu?
– É uma carruagem celestial de um Deus Annunaki.
– Foram esses deuses Annunaki que criaram a nós humanos não foi?
– Foi.
– Como foi isso?
– Há 450 mil anos atrás (452000 A.C.), no planeta dos Annunaki, Nibi-
ru, um imenso buraco surgiu na camada de ozônio, os sábios se reuniram
na assembleia dos deuses e a solução para o problema do planeta deles era
ouro em pó, mas não havia ouro suficiente em Nibiru. O rei Alalu mandou
buscar ouro no espaço e os astronautas morreram num cinturão de asteroides
onde estava o ouro. O rei Alalu, perdeu o reino de Nibiru para um Deus de
uma descendência mais pura que a sua, chamado Anu. Anu derrotou Alalu
13

em uma luta corpo a corpo e Alalu fugiu de Nibiru para salvar sua vida e
encontrou a terra em sua fuga. Aqui ele descobriu muito ouro no mar e na
terra e naves de Nibiru logo começaram a chegar à Mesopotâmia. Alalu lu-
tou mais uma vez com Anu aqui na terra, perdeu mais uma vez e foi con-
denado a morrer em Marte. O trabalho duro da extração do ouro da terra e
do mar desagradou os deuses Annunaki que diziam que eram astronautas e
não mineiros. Para solucionar o conflito, eles resolveram criar um escravo
para trabalhar para eles a partir do macaco misturado com o DNA deles e
do ventre de duas deusas Annunaki, nasceu os primeiros humanos aqui na
Mesopotâmia. Nós somos uma mistura bem-sucedida entre macacos e An-
nunaki. Eles nos ensinaram a escrita, a astronomia, a astrologia e outros ti-
pos de conhecimentos.
– Como eles são?
– São humanos gigantes com cabeças de lagartos. A presença deles im-
põe medo e respeito.
Assim que anoiteceu, Laom e Larama subiram no teto de sua casa, acen-
deram um fogo, olharam para a lua, beberam cerveja, fizeram uma oração
para a divindade lunar suméria, a Deusa Nanna e dormiram do lado um do
outro. Assim que amanheceu, Laom disse a Larama:
– Amor, acorde, o sol já vai nascer.
– Que maravilha ver o sol nascer. O que você está fazendo?
– Escrevendo eu te amo neste tijolinho de argila. Daqui a pouco ele vai
endurecer e virará uma lembrança que durará para sempre, assim como o
meu amor por você.
– De todos os presentes que você me deu, este foi o que eu mais gostei
e do qual nunca esquecerei.
– Vamos fazer a viagem à Uruk?
– Vamos.
– Se sairmos agora de Ur, chegaremos a Uruk antes do anoitecer.
Pouco antes do anoitecer, Laom e Larama chegaram à cidade de Uruk.
Larama disse a Laom:
14

– Chegamos a Uruk. Veja como é imensa a muralha dessa cidade. Di-
zem que foi Gilgamesh quem mandou construí-la para proteger o povo dos
invasores adoradores de guerras. Ele mandou construir também o templo
de Eana, dedicado à Inana, ou Deusa Ishtar.
– Quem é esse Gilgamesh?
– É o mais ilustre antecessor dos reis sumérios que se tornou objeto de
lendas, poemas e venerado como deidade.
Assim que entraram na cidade de Uruk, Larama e Laom ficaram fasci-
nados com a beleza de Uruk. Larama disse:
– Uruk é tão encantadora e bonita como Ur. Ambas parecem um sonho.
– Por trás de todo sonho há um sonhador. Eu acredito que este sonhador
seja o maior de todos os deuses.
– Grande é este Deus e o lugar onde vive. Grande também é o meu
amor por você que vive dentro de meu coração.
– Acredito que não há lugar algum em todo o universo que seja melhor
para viver que dentro de seu coração. É por eu viver sempre dentro de seu
coração que eu me sinto sempre feliz.
– O dia está ótimo para um banho e há muita água por aqui. Vamos pu-
lar naquele rio antes que anoiteça.
Laom e Larama se banharam no rio da cidade de Uruk e agradeceram
aos deuses por terem uma água tão boa para se refrescar do calor. Após al-
guns dias em Uruk, Laom e Larama partiram de camelo para Eridu.Em Eri-
du, Laom disse a Larama:
– Eridu foi a primeira cidade do mundo criada pelos deuses Annunaki.
Ela é a morada do Deus Enki.
– Quem é esse Deus Enki?
– É o filho de Anu, rei de Nibiru. Ele veio à terra com sua esposa e fi-
lho para salvar seu povo e seu planeta com o ouro da terra. Estando aqui ele
criou Eridu. Com a calamidade em seu planeta se agravando, seu pai Anu,
enviou seu meio irmão Enlil, que causou guerra entre eles. Enki é o Deus
15

do conhecimento e da sabedoria. É o portador dos segredos da vida e da mor-
te. É o senhor da terra e pai da humanidade.
– Foi dele a ideia de criar nós humanos?
– Foi. Ele deu seu próprio sangue da costela para nos criar.
– E o Enlil?
– É o Deus do ar, senhor das tempestades, raios e trovoes. É o conector
entre o Céu e a Terra e responsável pelo distanciamento entre os mesmos. A
esposa de Enlil, Ninlil, violentada por ele antes do casamento, pediu justi-
ça. Enlil foi condenado à casa dos mortos sem retorno. Ninlil que amava ele
foi à casa dos mortos e lhe deu quatro filhos. Antes de se tornar rainha dos
três mundos dos mortos, forneceu um óvulo seu para a criação do homem.
A Deusa Nanna de Ur é a filha deles e irmã de Namtar, Deus do destino,
um Deus mal. Em certa ocasião Enlil quis destruir a humanidade por causa
do barulho que produziam em suas cidades. Então mandou Namtar a Ter-
ra para que espalhasse uma terrível praga, mas ao chegar Namtar foi surpre-
endida pelas inumeráveis oferendas que os homens lhe prestavam e por isso
não teve coragem de destruir a humanidade.
Após alguns dias, Laom e Larama entraram num barco feito de juncos
e desceram o rio Eufrates em direção a Ur. No meio do caminho pelo Eu-
frates, Larama disse:
– Amor, como é calmo e agradável navegar pelo rio Eufrates com você.
Como é linda a Suméria.
– É linda mesmo, mais linda é o meu amor por você em meu coração.
– Como é bom ouvir os passarinhos cantando alegremente.
– É bom mesmo. Eles estão dizendo, Larama, você é a deusa mais lin-
da da Suméria e do universo.
De volta a Ur, Larama disse a Laom:
– Como é bom estar de volta a nossa casa.
– Vamos ter que trabalhar muito para conseguir mais dinheiro para a nos-
sa próxima viagem no ano que vem. Amanhã, começaremos a criar mais es-
tátuas de pedra. Combinado?
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– Sim.
Na manhã seguinte, Laom e Larama começaram a construir novas está-
tuas. Depois de sete longos dias de trabalho, Laom disse a Larama:
– As suas estátuas ficaram ótimas.
– As suas também. Vamos colocar elas perto uma da outra.
– Aí estão nossos filhos de pedra. Os corações deles são duros como pe-
dra e ainda assim mais macio e suave que os corações dos reis, dos sacerdo-
tes, dos nobres, dos militares e dos povos desta terra amaldiçoada que só pen-
sam em guerras e não em paz.
Após um ano fazendo e vendendo estátuas, Laom e Larama partiram
para a cidade-estado de Lagash. Laom e Larama chagaram a Lagash, Lara-
ma disse a Laom:
– Como é linda Lagash.
– Lagash é uma das cidades mais antigas da mesopotâmia. Ao longo de
sua história foi à autoridade de outras cidades estados, inclusive Ur. Foi des-
truída e reconstruída e agora está assim.
– O tempo e as guerras destroem reinos e reis, mas não conseguem des-
truir o meu amor por você.
– Se seu amor por mim se destruísse, isso destruiria minha felicidade
também. Sem felicidade eu não comeria bem, não dormiria bem e não vi-
veria bem. Eu amo tanto você que eu prefiro morrer a viver sem você.
– Não se preocupe, eu nunca vou deixar de te amar. Seu amor é bilhões
de vezes mais querido a mim do que a respiração da minha própria vida. So-
mente em sua presença é que eu experimento paz e felicidade. Sua com-
panhia é tão agradável quanto à brisa fria e suave que vem dos rios Tigre e
Eufrates. Não existe neste mundo inteiro uma mulher ou deusa que supere
a sua beleza e a sua doçura. Nenhuma destas flores poderiam se comparar
com a beleza que há em teu coração, em teu corpo e em teu rosto. Como
as pérolas são as joias do mar, você como humana é a joia da terra. Nem o
tempo, nem a morte, conseguirão destruir o amor que sinto por você em
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meu coração. Graças a você, não há no mundo inteiro um coração mais fe-
liz que o meu.
Após uns dias em Lagash, Laom e Larama partiram de camelo para Kish.
Em Kish, Larama disse a Laom:
– Como é linda Kish.
– Kish significa coroa de fogo em alusão a Deusa Isthar, a deusa reful-
gente, a divindade tutelar da estrela da manhã e do entardecer e deusa da
guerra e do amor.
– Então é ela quem me faz amar tanto você, não é?
– É. Nossos deuses são muito poderosos e tem nomes muito bonitos. Se
eu nunca tivesse visto eles, eu não acreditaria que existem de verdade.
– Parece um sonho estar aqui com você nesse lugar cheio de pessoas,
animais e arte em todo lugar. É difícil acreditar que com apenas instrumen-
tos de bronze, conseguimos criar verdadeiras maravilhas arquitetônicas pe-
rante o céu e a terra. Só mesmo os deuses poderiam construir cidades tão
belas como estas. Belas também devem ser as cidades do planeta Nibiru.
Assim que anoiteceu, Laom e Larama viram as luzes brilhantes das na-
ves annunakis descendo a terra e subindo em direção ao céu. Larama dis-
se a Laom:
– Veja quantas naves estão chegando e partindo da terra.
– Deve haver umas 100 delas.
– Ia ser legal passear com você pela terra em uma daquelas.
– Ia mesmo. Se os deuses Annunaki são bons, eles devem nos amar, pois
nós humanos, como escravos nas minas de ouro, salvamos o planeta Nibi-
ru da destruição.
– Kish é maravilhosamente bela e você é esplendidamente linda. Aqui
em Kish ninguém sabe que o universo é o sonho de Deus dormindo no
céu. As trevas amam a luz e a luz a escuridão, pois uma não pode viver sem
a outra. Imenso é esse amor entre eles, assim como imenso é o meu amor
por você.
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– Seu amor por mim alimenta o meu amor por você assim como a es-
curidão alimenta a escuridão e a luz alimenta a luz. Assim como nenhuma
pode viver sem a outra, assim também somos eu e você. Um dia, toda essa es-
curidão e luz terá um fim, mas não terá fim o meu amor por você. Num so-
nho de vida e morte, tudo é possível. Meu sonho é viver e morrer para sem-
pre com você vida após vida.
– Que coincidência, é o meu sonho também.
Ao chegarem a Nippur, Larama disse a Laom:
– Quanto mais eu conheço as cidades dos deuses, mais impressionada
eu fico. Olha só aquela torre.
– É impressionante mesmo. Essa é a cidade do Deus Enlil.
– Só mesmo um Deus para criar obras tão bonitas na natureza.
– De todas as coisas que os deuses Annunaki criaram, você é a que eu
mais amo.
Enquanto conversavam e apreciavam a vista, eles viram um Deus Annu-
naki de 4 metros caminhando pela rua. Larama disse a Laom:
– Olha um Deus Annnuaki ali, amor.
– Esse deve ter uns 4 metros de altura. Aonde será que está indo?
– Não tenho a mínima ideia.
Larama e Laom saíram de onde estavam e viram em uma parede um
belo ar fresco. Larama disse a Laom:
– Olha que belo quadro na parede, amor. O que significa isso?
– Os deuses annunakis criando nós humanos.
Após passarem vários dias e noites em Kish, Larama e Laom voltaram a
Ur. Ao chegar a Ur, Larama disse a Laom:
– Eu estava com saudade de Ur.
– Eu também.
– Veja o que está gravado neste muro. Antes do dilúvio havia gigantes vi-
vendo na terra. Após o dilúvio surgiu uma nova civilização na Mesopotâmia.
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– O dilúvio foi há 5.000 anos (7000 A.C) e é o marco da nova civilização
da Mesopotâmia. Ao longo desses anos, transmitimos aos outros povos todo
o conhecimento que recebemos dos deuses Annunaki.
– O dilúvio foi um castigo de Deus? Uma causa natural ou obra dos
Annunaki?
– Foi obra dos Annunaki.
– Por que mataram tudo na terra?
– Estavam insatisfeitos com as maldades dos seres humanos, dos gigan-
tes e híbridos que haviam criado.
– Havia gigantes e híbridos vivendo na terra antes do dilúvio?
– Havia. Antes dos Annunaki criarem os seres humanos a sua imagem
e semelhança, eles misturaram o DNA deles com todas as espécies de vidas
que existiam neste planeta. Havia gigantes e outras formas de vida assusta-
doras tais como seres metade gente, metade animal.
– Que bom que isso acabou, né? Seria bom também que as cidades-es-
tados da Suméria parassem de lutar entre si. A cada guerra morre milha-
res de soldados. Se formos invadidos por uma força maior, toda a Suméria
sucumbirá.
– Isso é verdade, ou nos unimos ou será o fim da nossa civilização.
– Os amoritas no Oeste e os elamitas no Leste estão nos espreitando nas
fronteiras que nem lobos espreitam ovelhas no campo. Parte meu coração
dizer isto, mas é melhor irmos embora da Mesopotâmia.
– Para onde iremos?
– Para o Egito.
– Por que o Egito?
– Por que eu ouvi dizer que o faraó Mentuhotep II reunificou o Egito.
Ele ordenou um vasto programa de obras, como templos e capelas em lo-
cais como Dendera, Gebelein, Abido, Tod, Ermant, Elkab, Karnak, Assu-
an e o funerário dele. Todos estes templos serão decorados com estátuas de
pedras. Lá teremos trabalho, pois somos mestres na arte de esculpir pedras.
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Laom e Larama juntaram suas economias, venderam a casa, compra-
ram 2 camelos e partiram em direção ao Egito. No caminho em meio ao sol
forte, Larama disse a Laom:
– Se no Egito nos perguntarem sobre a Mesopotâmia, o que dire-
mos a eles?
– Diremos que é a terra sagrada e abençoada entre dois rios delimita-
dos pelo Vale do Rio Tigre e Eufrates que foi unificada por Sargão I (2270-
2215 A.C).
Depois de alguns dias de viagem, Laom e Larama chegaram ao Egito.
Laom e Larama, à camelo, perto da cidade do Cairo, passaram pelas pirâmi-
des de Gizé, Quéops, Quéfren e Miquerinos. Larama disse:
– Que pirâmides colossais.
– Estas três majestosas pirâmides foram construídas como tumbas re-
ais para os reis Quéops, Quéfren, e Miquerinos, que foram pai, filho e neto.
– Quantos anos elas têm?
– 500 anos.
– Aquela maior tem uns 160 metros de altura.
– Elas foram construídas na margem oeste do Nilo, na direção do sol
poente. Os egípcios acreditam que, enterrando seu rei numa pirâmide com
muitos tesouros, ele se elevaria e se juntaria ao sol, tomando o seu lugar de
direito com os deuses.
– Para construir estas pirâmides, seriam necessários 30 mil egípcios tra-
balhando por 20 anos.
– A Pirâmide de Quéops, a maior delas, é o monumento mais pesado
que já foi construído pelo homem. Ela possui aproximadamente 2,3 milhões
de blocos de rocha, cada um pesa em torno de 2,5 toneladas.
– Será que não foram os Annunaki que construíram a pirâmide
de Quéops?
– Acho que foram os egípcios com ajuda de tecnologia extraterrestre
Annunaki.
21

– Quem foi esse Quéops?
– Foi um faraó cruel e impiedoso do antigo império egípcio. Ele reinou
por 23 anos (2551-2528 A.C).
– E o Quéfren?
– Foi o criador da segunda maior pirâmide e da esfinge com corpo de
leão e cabeça de humano. Seu nome, Khaf-Ré, significa da coroa de Rá.
– Quem é Rá?
– É Osíris, pai do Deus Hórus.
– Me conta mais sobre esse Deus Hórus?
– Ele nasceu da virgem Isis. Seu nascimento foi acompanhado de uma
estrela no céu e visita de 3 reis. Ressuscitou um morto, curou doentes, ex-
pulsou demônios, andou sobre as águas. Tinha 12 discípulos, foi crucifica-
do entre 2 ladrões, morreu e 3 dias depois, ressuscitou e ascendeu aos céus.
– E o Miquerinos?
– Seu nome é Menkauré, que significa estável são os Kau de Ré.
– Já está anoitecendo, é melhor passarmos a noite aqui.
Assim que anoiteceu, Laom acendeu uma fogueira e disse a Larama:
– Há um equilíbrio perfeito entre a escuridão e a luz. Juntas, elas for-
mam o céu deste mundo material. Uma se alimenta da outra. Uma mata a
outra. Há uma relação de amor e ódio entre elas. A escuridão representa a
ignorância. A luz representa a sabedoria. O caminho da escuridão leva ao
sofrimento. O caminho da luz leva ao fim do sofrimento. É preciso enten-
der o sofrimento para compreender a felicidade. É preciso entender a afli-
ção para compreender a paz. É preciso entender o ódio para compreender
o amor. É preciso reencarnar para compreender a vida, respeitar e amar to-
dos os seres vivos como a si mesmo. Metade da terra está de noite e a ou-
tra metade de dia. Metade da lua está clara, metade da lua está escura. A
terra leva 365 dias para dar uma volta em torno do sol. O sistema solar leva
25000 anos para dar uma volta completa em torno das constelações do zo-
díaco. As flores se abrem durante o dia e se fecham durante a noite. A noite
castiga os seres humanos com frio e o dia com calor. As estrelas aparecem à
22

noite e desaparecem de dia. O tempo não para e como não para, tudo devo-
ra. A escuridão e a luz são as energias masculinas e femininas, negativas, po-
sitivas, inferiores e superiores, do Deus Osíris que dorme sossegado no céu
espiritual.
– De noite faz frio, de dia faz calor, não importa como esteja o tempo,
feliz mesmo é o meu coração que por ti está cheio de amor.
– Grande é a saudade que sinto de nossa terra natal, grande também é o
meu amor por você que me faz feliz em qualquer lugar.
– Estive com você na Mesopotâmia, estou com você no Egito e aonde
quer que eu esteja eu me sentirei feliz por ser amada por você e estar sem-
pre ao seu lado. Olha ali no céu uma nave Annunaki.
– Linda, não é?
– É.
– Mais linda ainda é você. Nem as belezas da Mesopotâmia e do Egito
juntas podem se comparar à tua beleza. Já estive em muitas cidades, conhe-
ci várias pessoas, mas eu nunca vi por onde passei algo com um rosto tão lin-
do quanto o teu. Se eu fosse um faraó, eu mandaria construir uma pirâmide
dessas para ser sepultado junto com você.
– Mesmo que eu seja enterrada na areia do deserto, meu cadáver só des-
cansará em paz e ficará feliz se você estiver enterrado junto com ele. Mes-
mo que minha alma atinja o céu e entre no reino do Deus Osíris, nem mes-
mo lá estarei feliz se você não estiver comigo. Eu acredito que neste mundo
de ilusões, tudo o que a gente pensa se torna realidade e eu só penso em vi-
ver para sempre com você.
– Larama, está vindo uma tempestade de areia, há uma brecha ali na pi-
râmide de Queóps. Vamos para lá;
– É você quem manda.
Laom e Larama entraram por uma fenda na pirâmide de Quéops. La-
rama disse:
– Como está escuro aqui dentro. Deve estar cheio de morcegos.
Um morcego bateu na cabeça da Larama, ela deu um grito e disse:
23

– Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii.
– Não grite. Você pode acordar o faraó.
– Um morcego bateu na minha cabeça.
– Vamos sentar e esperar a tempestade passar.
– Estou com medo. Abraça-me. Beija-me. Diz que me ama.
– Eu te amo.
Assim que amanheceu, Larama e Laom viram parte da esfinge de Gizé
que havia sido descoberta pela tempestade de areia. Ela disse a ele:
– O que é aquilo ali, amor?
– É uma estátua gigantesca de uma cabeça humana com corpo de leão.
– Vamos até ela.
Ao chegarem à esfinge, eles viram escritos em egípcio nela.
– O que está escrito aí?
– Que criatura pela manhã tem quatro pés, ao meio-dia tem dois e à tar-
de tem três?
– É o ser humano. Quando bebe engatinha anda de 4. Na fase adulta
anda sobre dois pés e na velhice usa uma bengala como terceira perna.
– Há 6000 anos (8000 A.C) todo esse mar de areia do deserto egípcio e
da mesopotâmia eram florestas verdes e exuberantes.
– Devia ser lindo. Já que conhecemos as pirâmides de Gizé, é melhor
arrumarmos um lugar para passarmos a noite.
No dia seguinte, Laom e Larama alugaram uma pequena casa e em
frente dela colocaram suas estátuas de bronze e pedra de deuses egípcios na
rua e próximo a elas começaram a criar novas. Um oficial à paisana do fa-
raó, passou por eles e disse:
– Quanto custa estas estátuas de bronze estátuas de bronze e pedra de
deuses egípcios?
– Cinco libras.
– Pensei que valia mais. Eu as quero para mim. Tome o dinheiro.
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O oficial foi embora com a estátua em direção ao faraó. Ele disse
ao faraó:
– Veja isto, faraó.
– Que estátua linda de Hórus na cruz.
– Onde você encontrou isto? É algum tesouro da tumba de Quéops?
– Comprei agora há pouco na cidade.
– Contrate o artista para fazer estátuas minhas em meus novos templos.
– Sim, senhor.
No dia seguinte, Laom estava trabalhando numa estátua de Larama,
quando o oficial do faraó apareceu para Laom e lhe disse:
– Quanto você ganha por mês vendendo estátuas dos deuses?
– Não muito, mas é o suficiente para manter a mim e ao meu amor vivos.
– Eu mostrei seu trabalho do Deus Hórus ao faraó e ele ficou impressio-
nado com a perfeição da sua obra, então ele me mandou contratá-lo para fa-
zer estátuas dele em seus novos templos.
– Na realidade, o trabalho não foi só meu, foi de minha amada de alma
imortal. Se ele aceitar ela comigo, a gente trabalha para ele.
– Vamos comigo até o palácio do faraó. Lá poderemos negociar a sua
proposta.
Ao chegarem ao faraó, ele ficou encantado com a beleza de Larama e
lhe perguntou:
– De onde és, jovem?
– Eu sou da cidade de Ur, Suméria.
– O que viestes fazer tão longe de casa?
– Fugir do ataque iminente dos amoritas e eremitas, conhecer vossos
deuses, vossa cultura avançada e fazer estátuas para o faraó.
– Foi você quem fez esta estátua de Hórus?
– Foi e não foi ao mesmo tempo. Eu fiz uma parte e meu marido outra.
Cada estátua nós fazemos juntos para simbolizar na pedra e na arte o amor
que sentimos um pelo outro.
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– O amor é uma força muito poderosa. Quando desenvolvido no seu po-
tencial máximo, é possível usá-lo para curar doenças e ressuscitar os mortos.
Eu gostei muito do trabalho de vocês. Eu gostaria de contratá-los para fazer
estátuas minhas em meus novos templos em várias cidades do Egito.
– Quanto ganharemos?
– Quanto vocês ganham por mês?
– Mil libras egípcias.
– Ganharão duas mil libras egípcias por estátua que fizerem minha. Está
bom assim?
– Está. É muita bondade a sua, faraó. Nem mesmo em milhões de vidas
eu poderia saldar a dívida que tenho com o senhor. Que seu governo seja
sempre próspero e cheio de paz.
– Obrigado. O primeiro local de trabalho de vocês será Dendera. O meu
oficial providenciará tudo o que necessitam para fazerem as estátuas em
completa paz de espírito e positividade.
O oficial saiu do palácio do faraó com Laom e Larama em direção a
Dendera, Laom perguntou ao oficial:
– O que você sabe sobre Dendera?
– É um complexo funerário de cerca de 40.000 metros quadrados que é
cercado por um robusto muro feito de tijolos de barro. O lugar é impressio-
nante e magnificamente belo. Por dentro do complexo há figuras e frases de
sabedoria em ar fresco por todas as paredes. Nele vocês construirão 10 está-
tuas maiores que o faraó.
– Podem até me dar uma montanha que eu crio uma cópia dele nela.
Após chegarem a Dendera, Laom e Larama foram levados para uma mo-
desta, confortável e bonita casa de barro. Na casa, Laom disse:
– Agora temos mais do que o necessário para mantermos nossas almas e
corações juntos. O que faremos com tanto dinheiro?
– Compraremos uma casa decente para a gente morar. Olha uma nave
Annunaki lá no céu.
26

– Parece uma estrela.
– Toda vez que vejo uma nave Annunaki eu me lembro dos momentos
felizes que vivemos na Suméria.
– Eu também. Como são lindas as cidades e os rios da Suméria, como
são místicas as cidades misteriosas do Egito, mais lindo que tudo isto é você.
– Mudamos de lugar e teu amor por mim continua o mesmo.
– Ele é como a lua, ela vive mudando, mas sempre permanece a mesma.
Não importa aonde eu vá, nada neste mundo é capaz de mudar o amor que
sinto por você. Nós mudamos de corpos quando morremos, mas nossas al-
mas permanecem as mesmas, posso mudar de cidades e de vida, mas eu nun-
ca vou deixar meu amor por você mudar de direção. Nada neste mundo me é
mais querido que você. Sem você ao meu lado, qualquer lugar deste mundo
seria um oceano insondável de tristeza e sofrimento. Nem os deuses no céu
podem se sentir mais felizes do que eu aqui amando você de coração e alma.
– Conte os grãos de areia da terra, as gotas do oceano, dos rios e as estre-
las, depois multiplique por mil e a resposta será o valor da equação perfeita
do meu amor por você.
– Meu amor por você é imortal, ele me fará feliz por todas as minhas vi-
das. Somente algo tão belo quanto você que foi criada pelos deuses pode-
ria me dar tanta alegria assim. A cada momento perto de você, é um passo a
mais do meu caminho em direção à imortalidade. Somente meu amor por
você é capaz de me fazer cruzar esse oceano de nascimentos e mortes em
que vivemos e me levar de volta ao céu espiritual, a fonte criativa do amor,
a alma de Deus de onde eu e você vivíamos felizes antes de virmos para cá.
– Este mundo material é mesmo um lugar cheio de escuridão, doenças,
mortes e sofrimento. Meu amor por você também me libertará do ciclo de
nascimentos e mortes e lá no céu eu e você continuaremos vivendo como
marido e mulher para sempre em amor, fidelidade e felicidade.
– Nosso amor é transcendental. Nem mesmo o amor que os deuses sen-
tem um pelo outro é maior que o meu por você. Ó obra mais graciosa de
Osíris. Ó maravilha das maravilhas do Deus Enki. Eu não sou Osíris e nem
Enki, eu sou apenas um grão de areia em relação à beleza de teu deserto,
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uma gota no teu oceano de misericórdia e um ser que vive feliz na alta fre-
quência do amor que sente por Deus e você. Ó beleza divina. Ó doçura di-
vina, você é Deus para mim.
– É tudo muito belo aqui. Veja quantas flores, jardins, mármore e cons-
truções magníficas. É difícil acreditar que isto tudo seja obra humana. Olha
só o tamanho daquela pedra, ela é maior que nós dois umas 10 vezes, deve
pesar uma tonelada ou mais. Como conseguiram colocá-la ali em cima? Os
Annunaki não gostam de ser vistos, mas gostam que sua arte seja apreciada
por todos aqueles que criaram.
– Para mim, é para mostrar aos outros extraterrestres que este planeta é
uma Colônia de Nibiru.
– Faz sentido isso. Como devem ser os outros extraterrestres?
– Meio homens e animais. Baixinhos de grandes olhos e cabeça.
– Você é engraçado. Está tarde, vamos dormir porque temos muito tra-
balho amanhã.
– O trabalho é algo penoso para alguns, mas trabalhar ao seu lado mes-
mo que seja o mais duro de todos é sempre para mim algo muito leve e
agradável.
Após vários meses trabalhando em Dendera, Laom e Larama foram le-
vados pelos egípcios ao templo de Abido. Em Abido, Larama disse a Laom:
– Que belo templo, não é?
– Bota belo nisso. Magnífico.
– Estou curiosa para ver o que tem lá dentro.
– Eu também.
Laom e Larama entraram no templo de Abido e ficaram encantados
com os desenhos feitos em pedra nas paredes. Assim que anoiteceu, acen-
deram uma fogueira e assaram um peixe nela. Larama maravilhada com as
maravilhas do antigo Egito disse a Laom:
– É seco, mas é belo o Egito.
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Após concluírem seus trabalhos e estudos no Egito e cansados de sofrer
de calor, Laom e Larama partiram do Egito com alguns médicos egípcios
em direção a Índia. Após 1 ano de viagem, Laom e Larama chegaram a Ín-
dia, próximo ao rio indo onde floresceu a Civilização do Vale do Indo (2500
A.C). Na margem do rio Indo, Larama disse a Laom:
– Estamos livres do calor, meu amor.
– Graças a Deus. Espero nunca mais nascer na Mesopotâmia outra vez.
Há flores e passarinhos aqui em todo lugar.
– Todas essas flores eu te ofereço como prova de meu amor por você.
– Qual é a história deste povo do Vale do Indo?
– Há cerca de 700 anos (3000 A.C), povos vindos da Ásia meridional e
ocidental deram início a formação da civilização do Vale do Indo. Foi duran-
te este período que foram escritos os Vedas, a escritura mais antiga do hindu-
ísmo que significa a eterna lei de Deus criada pelos seres humanos e a divi-
são da sociedade indiana em castas.
– O que são castas?
– É um sistema de estratificação e exclusão social hereditária onde quem
nasce pobre, morre pobre.
– Também ensinam os governantes daqui por meio de sua irreligião que
o que Deus quer é que todos vivam com fome e na miséria, não é?
– É. Esta sociedade de governantes e líderes espirituais ladrões e assassi-
nos é igual à mesopotâmica e a egípcia.
– Olha que lindo trabalho em pedra ali.
– Aquelas estátuas ali são de Krsna (Krishna) e Radha (Radharani).
– Quem são Krsna e Radha?
– São o pai e a mãe da humanidade e os Deuses principais dos indianos.
Eles são para os indianos o que Osíris e Ísis é para o Egito e Enki e Ninhur-
sag é para os mesopotâmicos.
– Qual é a história de Krsna e Radha?
29

– Krsna foi o oitavo filho da princesa Devaki e seu pai adotivo Vasudeva.
Como o Deus Hórus do Egito, Krsna nasceu sem união sexual há cerca de
2000 mil anos (3228 A.C) na prisão de Mathura, capital do Clã dos Vrish-
ni, Andhaka e Bhoja.
– Aqui também os governantes ensinam seus povos por meio da menti-
ra e de seus líderes religiosos a temer a Deus, não é?
– É. Os indianos pensam que Deus é o senhor e eles escravos dele.
Como todo escravo odeia seu senhor, é ensinado o temor a Deus para que
todos odeiem Deus e se matem uns aos outros.
– Está anoitecendo e esfriando muito. Precisamos de um lugar para nos
aquecer e passar a noite.
– Ali tem uma cabana. Será lá que passaremos a noite.
– Se o dono aparecer, ele poderá nos prender por invasão de proprieda-
de privada.
– Do jeito que está velha e suja aquela cabana, certamente está
abandonada.
– Então vamos limpá-la, pois não quero passar a noite inteira espirrando.
Assim que anoiteceu, Laom acendeu uma fogueira, Larama pôs o peixe
no fogo e disse a Laom:
– Ai, que coisa boa. Frio tanto de dia quanto de noite. Obrigada Índia.
– Alguns indianos têm tanto medo do julgamento de Deus que eles não
têm coragem nem de comer um peixe sequer, pois acham tolamente que
matando e comendo peixes eles renascerão como peixes e que suas almas
irão sofrer para sempre no inferno como peixes. Também como os mesopo-
tâmicos e os egípcios tem medo de beber vinho, fazer sexo e fumar pelo mes-
mo motivo da história do peixe.
– Tudo o que é bom e dá alegria, os governantes querem proibir aqui
como na Mesopotâmia e no Egito também não é?
– É. Nestes 3 lugares com culturas tão diferentes, devido à liderança po-
lítica e espiritual, está todo mundo proibido de amar a Deus e sentir ale-
gria. Em todos estes lugares, Deus julga e a justiça pune. Bem elaborado o
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sistema de controle dos líderes políticos e religiosos para impedir o povo da
terra de amar a Deus e viver em paz uns com os outros, não é?
– É. Este sistema de opressão, exploração e escravidão dos governantes
não tem o menor respeito pelos direitos humanos pois todo ser humano tem
o direito de conhecer a verdade, viver em paz e amar a Deus.
– Se houver amor a Deus entre os seres humanos, eles aprenderão a res-
peitar os direitos humanos e muitos governos da escuridão como estas mo-
narquias desabarão e o povo se tornará rei (senhor) e os reis (servos).
Enquanto caia neve sobre a cabana do jovem casal de namorados, Lara-
ma viu em sonhos Laom caminhando pela floresta e viu um menino com
cabeça de elefante meditando em meio a flores. Laom passou pelo meni-
no e disse:
– Com licença senhor, por favor me perdoe interromper sua meditação,
mas eu fiquei curioso para saber quem é você?
– Eu sou o Deus Ganesha, o menino elefante. O mestre do intelecto e
da sabedoria.
– De onde viestes?
– Eu vim de um lugar onde não há escuridão, sofrimento, doenças
e mortes.
– O que representa todos estes atributos corporais em ti?
– A minha cabeça de elefante, representa a fidelidade, a inteligência
e a discriminação. Minhas orelhas representam a sabedoria e a habilidade
de escutar as pessoas que estão em busca de ajuda para refletir sobre as ver-
dades espirituais. Minha tromba representa as potencialidades intelectuais
que se manifestam da faculdade de discriminação entre o real e o irreal. Mi-
nha testa representa o passado, o presente, o futuro e os modos da ignorân-
cia, paixão e bondade. Minha mente com muitos universos simboliza a be-
nevolência da natureza, equanimidade, a habilidade de sugar os sofrimentos
do Universo e proteger o mundo. Minhas pernas cruzadas representam a
importância da vivência e participação no mundo material assim como no
espiritual e a habilidade de viver sem ser do mundo. Meus quatro braços
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representam a mente, o intelecto, o ego e a consciência condicionada. Mi-
nha machadinha representa a superação dos obstáculos e a restrição de to-
dos os desejos que trazem o sofrimento. O meu chicote é o símbolo da força
que leva o devoto para a eterna beatitude de Deus. Eu represento proteção
para os bons e as desgraças para os maus. Eu represento o mais alto objetivo
da evolução humana e a realização do seu verdadeiro eu.
– Como posso me tornar perfeito?
– Se iluminando com o conhecimento perfeito e pensando em Deus no
momento da separação do corpo e da alma.
– Como se chama Deus?
– Se chama Amor.
– Foram os Annunakis que te criaram?
– Foram não. Quem me criou foi minha mãe Parvati e meu pai adoti-
vo Shiva.
– Ó menino elefante, preciso saber algo.
– Pode perguntar o que quiser para mim, pois eu sei de tudo. O que que-
res saber?
– Onde está Larama meu amor?
– Está dentro de seu coração e em tudo ao seu redor.
Laom olhou as belezas ao seu redor, o menino elefante desapareceu e
Laom cantou:
– Querida Larama. É tudo tão lindo no inconsciente da sua mente. Eu
estava morrendo de saudade pois pensei que você havia ido embora e eu
nunca mais ia vê-la. Mas ao vê-la dentro de meu coração e em tudo ao meu
redor eu nunca mais me senti só e infeliz pois sei que estou, sempre estive
e sempre estarei com você. Aonde quer que eu vá eu só vejo você. É graças
ao seu amor que eu vivo feliz. É graças ao seu ar que eu respiro o perfume
das tuas flores. É graças à luz do teu sol que eu posso ver você em todo lu-
gar. Você é este universo onde estou e por ser este universo eu amo tudo o
que você criou com amor. Dentro da sua realidade mental eu sou um fruto
da sua imaginação, seu filho e você. Eu estou em seu sonho e também ao
32

seu lado nesta viagem pela vida e morte sucessivas. Sei que você é tudo aqui
dentro e lá fora. Mas onde está aquela que dorme ao meu lado?Volte para
mim ou morrerei de saudade e amor. Eu te amo tanto. Eu só penso em você
e sem você eu amaldiçoo a vida que estou destinado a viver.
Laom sentou em uma pedra debaixo de um pé de caju e começou a
chorar de saudade e amor de Larama então o cenário mudou de verde para
branco neve e enquanto sofria de frio, saudade e amor suas lágrimas viravam
gelo, então Larama apareceu sorrindo para ele e lhe disse:
– Laom, meu querido amor. Deixei-te por um instante para que você
sentisse saudade de mim e pudesse me encontrar em meu sonho. Não cho-
ra mais e nem fica triste porque eu te amo de verdade.
– Quando estamos tristes é porque nossos guias se afastaram de nós
por algum propósito e a tristeza que sinto quando os meus guias se afas-
tam de mim é alegre em comparação com a tristeza que sento quando você
me deixa.
– Eu te deixei apenas fisicamente pois por amor sempre estaremos jun-
tos espiritualmente.
– Linda é a Índia, linda também é a luz, a beleza e a elegância do meu
amor por você.
– Vida após vida eu quero está contigo. Vida após vida maior será o meu
amor por você. Graças ao amor que sinto por você e o amor que você sente
por mim, resido feliz dentro de mim e de você. Todos no mundo estão em
busca de felicidade e eu sou feliz porque encontrei a felicidade desde o pri-
meiro dia em que vi você.
– Você era infeliz antes de me conhecer, eu era infeliz antes de te conhe-
cer. Você agora se sente feliz e eu também me sinto feliz e assim será em to-
das as nossas vidas futuras.
– Se não fosse o tempo, meu amor por você nunca teria nascido e flores-
cido, se meu amor por você não tivesse nascido, eu nunca teria me sentido
tão feliz quanto estou me sentindo agora. Ao tempo devo a minha felicida-
de, pois sem ele eu nunca teria te amado.
33

– Assim como meu destino, meu coração e mente está fortemente amar-
rado a você e é um nó tão apertado que nem mesmo a morte é capaz de
desatá-lo.
– Assim como as árvores se sentem fortemente presas a terra, eu também
me sinto fortemente presa a você com as raízes do amor que me prendem
fortemente a você e que não me permite te deixar.
– Esse planeta cria muitas coisas lindas assim como você cria muito
amor em meu coração. A fonte cria os rios e os rios criam os mares. Você cria
amor em meu coração e esse amor em meu coração cria em minha mente
a felicidade que me faz te amar a cada dia ainda mais.
– Nada neste planeta e no universo inteiro me é mais querido do
que você.
Assim que amanheceu, um nevoeiro denso e belo cobriu todo o Vale do
Rio Indo coberto de neve. Larama acordou com frio, saiu da cabana e viu
Laom pescando na margem do rio indo. Ela foi até ele e lhe disse:
– Bom dia, amor.
– Bom dia. Como você está?
– Estou com frio, com fome, mas feliz e você?
– Eu também.
– Ontem estava tudo verde ao nosso redor e agora está tudo branco.
– Antes de meu coração começar a te amar, ele estava como a terra está
agora. Quando minha alma começou a te amar, meu coração ficou como
a terra estava ontem.
– O amor não é só uma palavra e um sentimento. Amor é fonte de luz,
felicidade, paz, poder, equilíbrio, tolerância, paciência, positividade, força,
saúde, liberdade, destemor, sabedoria e iluminação. Em outras palavras,
amor é a essência do que você realmente é. O amor é uma fonte de felicida-
de enquanto dura e de infelicidade quando morre. O amor é a meta supre-
ma da vida. O amor é o rei dos sentimentos. O amor é a bondade na sua for-
ma mais pura. Tantas coisas são o amor que eu precisaria de 1000 vidas no
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mínimo para descrever a sua beleza e grandiosidade, pois o amor é Deus e é
Deus é o que eu sinto por você no fundo de meu peito.
– No fundo do teu peito vive o teu eu absoluto de onde vem a energia
criativa que cria os sonhos de tua mente e em um sonho meu esta noite eu
vi você chorando com saudade de mim por eu tê-lo deixado e ido embora
de sua vida.
– Longe de você meus olhos se transformam em nuvens cujas lágrimas
de amor competem de igual a igual em pureza com as águas sagradas des-
te rio que nasce no céu e deságua no mar. Como este rio que escorrega ma-
cio pela terra, o meu amor por você escorrega macio pelo céu. De dia o céu
é quente, de noite, o céu é frio e transparente. De dia meu amor por você
mostra a sua beleza como o sol mostra as flores desabrochando e os rios bri-
lhando com sua luz. De noite meu amor por você mostra seu brilho em for-
ma de estrela e lua cheia. Eu amo muito você Larama mesmo você estando
longe de mim. Amo tanto você que a felicidade e a infelicidade, paz e a sau-
dade só me fazem te amar cada vez mais. Só existe algo neste mundo que o
tempo não pode destruir e esse algo é a luz do meu amor por você.
– A luz do sol é carregada de magnetismo que faz o brilho das águas dos
rios duplicar em suas águas brilhantes a beleza das flores nas suas margens
de areia. Duas vezes maior e mais belo que o teu amor por mim é o meu
amor por você. A cada momento o céu e o Himalaia estão mandando mais e
mais água pelo Ganges ao mar. A cada momento mais e mais amor por você
e Deus meu coração manda a minha mente calma e tranquila. Tranquila
pela paz que traz amar você meu Deus amado e querido do meu coração.
– Existe algo dentro de meu coração que é tão grande e poderoso como
Deus e ele é o meu amor por você. Não há diferença entre Deus e meu amor
por você pois Deus é o amor. De amor é feito seu corpo e sua alma. De amor
é feito meu corpo. De amor é feito minha alma. Como as duas partes de um
mesmo amor, assim é o meu amor e o seu. Amor. Não existe nada igual a
Deus. Também não existe nada igual ao meu amor por você. Não importa
em que parte do planeta eu esteja. Em nenhum lugar dele eu posso viver fe-
liz sem você que é a própria felicidade em forma de corpo e alma.
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Enquanto caminhavam conversando alegremente pela estrada do rio
Ganges, o guia de luz de Larama disse ao guia de luz de Laom:
– Eu nunca vi a Larama tão feliz como está agora. O amor que ela está
sentindo em seu coração é tão forte e violento que está destruindo a escuri-
dão, negatividade, ódio e tristeza em todos os universos do sonho de Deus.
– Esse amor que eles sentem um pelo outro não tem cura. Ele é a alma
dela e ela é a alma dele. Veja como são lindos o amor e a felicidade ilumi-
nando a estrada e fazendo as flores florescerem e se abrirem como as asas
de um beija flor. Que energia positiva no ar. Isto faz bem a todo o planeta.
Enquanto os guias conversavam, Laom disse a Larama:
– Em minhas vidas passadas com você eu estive. Em minhas vidas com
você no futuro eu estarei. Tão bom como te amar no passado e no futuro é
te amar no presente.
– As flores temem a morte. O arco íris teme a morte. Os animais te-
mem a morte. As plantas temem a morte. Os seres humanos na escuridão
temem a morte. E eu só temo viver vida após vida sem você. Minha vida é
um sonho com você, seria um pesadelo sem você. Graças a Deus você exis-
te. Com você eu nunca me sinto sozinho. Com você eu só sinto paz e ale-
gria em meu coração. Nada me é mais querido ao meu coração que ver você
sorrindo com alegria diante de mim enquanto o sol e a lua cheia brilham no
céu. No outro lado do véu, nosso amor feito de luz e pureza cega os olhos
de nossos guias de luz com a sua luz como o sol cega os nossos olhos com o
seu brilho forte.
– Ó beleza divina. Tuas palavras doces enchem meu coração e mente
de alegria e felicidade. Eu tenho muito amor em meu coração por você que
brilha como estrelas que sorriem de felicidade quando te veem. Ó você que
veio do céu. É intenso o sentimento de amor que tenho por você. Viver sem-
pre com você é o meu maior desejo e amar você cegamente é o meu maior
dever e amar você com respeito e consideração é o meu direito, a minha re-
ligião e a minha meta de vida.
– Tuas palavras doces derretem meu coração de amor como a chama da
vela derrete a cera da vela. Como a chama de uma vela que nunca para de
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brilhar, assim vive brilhando reluzente o amor que sinto por você no fundo
de meu peito e dentro de meu coração. Você não é o rei da índia, mas é o
rei do meu coração e da minha mente. Amo você incondicionalmente, be-
nevolentemente e compassivamente.
Após comerem pequenos peixes fritos com frutos e água do rio, Laom
e Larama partiram em direção a vila de Harappa. No caminho, eles viram
um elefante com a cabeça presa entre duas árvores. Laom disse a Larama:
– Amor. Há um elefante preso entre aquelas árvores.
– Vamos libertá-lo.
– Como?
– Colocaremos dois troncos em suas pernas dianteiras. Assim ele ficará
em pé e libertará a cabeça. Use aqueles ali.
– Oi, amigo elefante. Fica calmo. Nós vamos tirar você daí.
Laom pôs troncos redondos abaixo dos pés dianteiros do elefante. Ele
ficou em pé e ao libertar a cabeça, o sol saiu detrás de uma grande nuvem e
foi dissipando aos poucos o nevoeiro enquanto Laom e Larama iam viajan-
do sentados nas costas do elefante cinza. Laom disse a Larama:
– Há tanta vida e cores diferentes neste planeta. É pena que a visão dos
seres humanos desta era decaída esteja em preto e branco.
– E lá na mesopotâmia? Será que os amoritas já subjugaram todas as ci-
dades-estados da antiga Suméria criada pelos seres humanos e os deuses
Annunaki?
– Não tenho a mínima ideia, mas espero que isto não aconteça.
Após alguns dias de viagem, Laom e Larama chegaram a cordilheira de
montanhas do grande Himalaia. Larama disse a Laom:
– Vamos até o topo daquela colina ver o sol se pondo entre o gelo das
montanhas do Himalaia.
– Vamos lá. Monte Himalaia. Ó gigante da terra. Aqui vamos ver o
que veres dai de cima. Permita-nos uma viagem segura até vossos cabelos
brancos ó grande e velho ancião. Ó, mais velho e sábio dos indianos. Tu és
como Deus que dorme sossegado no céu. Como ele tu produzes vida em
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abundância em tua meditação diária e noturna. Ó, mais mística de todas as
montanhas. Ó mais belo de todos os montes. Ó coroa da rainha Terra. Ó fir-
me, intransponível e inatingível Himalaia, dai-nos a sabedoria divina. Ó você
que muda as direções do vento e toca o céu e as nuvens. És filho gigante e sá-
bio da mãe terra. És o rei em relação a todos os montes da terra. Meu amor
por Larama em relação aos outros amores humanos e angelicais é como você
em relação as outras montanhas da terra. Ó poderoso Himalaia, abençoa as
novas vidas e ilumina nossas mentes e corações com amor, sabedoria, tole-
rância, paciência, compaixão, paz física, mental e espiritual. Ó maior e mais
velho de todos os seres da terra. Você é Deus para mim. Tu és muito belo e
elevado Himalaia, tão belo e elevado quanto o meu amor por Larama.
Enquanto subiam montanha acima, encontraram um velho monge que
lhes disse:
– Filhos queridos de Deus. Abençoados são os que buscam pela ilumi-
nação que é o poder sobre a luz e a escuridão. É o equilíbrio no amor de
Deus e a paz verdadeira. O Himalaia é como uma árvore e como a arvore
se move por meio de suas folhas, você se move por meio da neve no vento.
Nós. Quando somos crianças, somos um. Quando somos adolescentes, so-
mos outro. Quando somos adultos, outro. O amor de Deus nos livra da frus-
tração, da preocupação, do preconceito, da raiva, da impaciência, da ansie-
dade, da tristeza e do medo.
– O amor de Deus é único e inigualável como único e inigualável é o
meu amor por você.
Assim que deixaram o velho monge, Laom disse ao Himalaia:
– Ó, mestre Himalaia. É tão bom está vendo você. Meu coração é cheio
de belezas como você. Quando você ver o sol tocando sua neve com a sua
luz você se derrete e em gratidão você cria rios, árvores, frutos e flores por
onde passa. Quando vejo a beleza do rosto de Larama meu coração se der-
rete todo formando rios de amor tão belos como aqueles formados pelo se-
nhor. Tuas águas dão alegria aos peixes, aos pássaros e os povos da Índia. As
águas do amor que sinto por Larama enche também minhas células de ale-
gria. O sol é a luz da tua vida. Larama é a luz da minha vida. O sol te impede
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de você cobrir a terra inteira de neve, ele te controla, ele tem poder sobre
você. A Larama me impede de sentir tristeza. Ela controla minha mente e
meus sentidos. Ela tem poder sobre mim. Eu sou como você e ela é como o
sol. Como o sol é o meu amor por ela que é igual a ela que é feita de luz di-
vina, compassiva e amorosa.
– Mestre Himalaia. Meu amor é o melhor poeta da Mesopotâmia. Não
importa quantas eras passem, ninguém nunca irar conseguir superá-lo. Com
tudo o que existe e não existe ele compara o amor dele em relação ao meu
por ele, amor este que por ser tão belo, com nada se pode compará-lo na ter-
ra, neste universo e no céu. Ó, você que impede que toda a terra seja coberta
por um deserto de areia e pedra. Ele me impede de sentir medo, raiva, am-
bição e me protege da escuridão. Ele é o meu protetor, meu guia e também
o meu amor. Ele é a liberdade, ele é paz, ele é o amor, ele é Deus.
– Tudo é muito pouco se comparado em relação ao amor que sinto por
você em meu coração e mente. Larama minha doce fonte de inspiração,
você é minha vida meu coração, meu amor, minha paz, minha alma e mi-
nha felicidade.
– Por milhares de anos o Himalaia tem observado o mundo e a sua civili-
zação e em milhares de anos a civilização humana nada aprendeu e evoluiu.
Pelo contrário, está cada vez mais violenta e involuída. Só pensa em fazer
guerra e não dar importância a paz e o amor entre os reinos e os súditos en-
tre si. Em vez de cultivarem grãos em abundância e dividir com todos para
que não sofram de fome, fazem é roubar a comida um do outro. Em vez de
rezarem para ter paz na terra, oram para fazer guerras. Em vez de curarem
os ferimentos dos outros irmãos, fazem é causar ferimentos uns nos outros.
Vivem lutando por terras e comidas como os animais selvagens na nature-
za. Até os animais quando abatem uma caça sabem dividir o alimento entre
si e nem isto os seres humanos são capazes. Iludidos por tantas mentiras, os
seres humanos ficam piores que os animais.
– Aqueles que mentem, são aqueles que não compreendem a verdade.
Os que não compreendem a verdade, são aqueles apegados aos conceitos de
vida corpórea passageira. Nos que mentem, não se encontra neles verdades e
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nem sinceridade. Aqueles que mentem, enganam os outros, mas não podem
enganar a Deus, pois aquele que tenta enganar a Deus, engana a si mesmo.
Não há evolução alguma em mentir. É por causa das mentiras que o povo
da Índia e de toda a terra vivem com medo de morrer e com raiva dos gover-
nantes, do povo, da família, de Deus e deles mesmos. Nunca na história da
humanidade um sábio se tornou iluminado mentindo para as massas. A ver-
dade leva a paz. A mentira leva a guerra. A mentira faz do humano um igno-
rante. A verdade faz do humano um sábio. A mentira mantém o ser humano
na escuridão da ignorância. A verdade mantém o humano na luz. A menti-
ra destrói amizades antigas e nações civilizadas. A verdade constrói amizades
e nações civilizadas. O que mente é incivilizado, mal-educado e não confi-
ável. O que diz a verdade é civilizado, educado e confiável. O que mente é
mal. O que diz a verdade é bom. A mentira tem perna curta, a verdade tem
perna longa. A mentira gera o medo e o ódio. A verdade gera a coragem e o
amor. A mentira é negativa. A verdade é positiva. A mentira é uma semente
que só gera frutos ruins e amargos. A verdade é uma semente que gera frutos
bons e doces. Em meio a mentira e a verdade eu vou te amando e caminhan-
do ao teu lado no calor e no frio, no dia e na noite, dormindo e acordado.
– Quando durmo, um lençol de amor cobre meu coração e me protege
do frio. Quando acordo eu te vejo sorrindo e eu desperto para a vida e sin-
to minha alma e minha mente brilharem como se fossem o sol e as estrelas.
– Quando surge o inverno, a terra fica coberta de neve. Quando surge
a primavera, a terra fica coberta de flores. A neve é branca, o céu é azul. O
Himalaia é a maior montanha da terra e eu sou a mulher que mais te ama
neste mundo.
– Este mundo te ama. Ele te dar ar, te dar água e te dar comida. Eu não
posso te dar tudo o que ele te dar, mas eu amo você mais do que ele.
– Pena que os governantes que temos no planeta não são tão genero-
sos e bondosos como o mundo. Se fossem, seriam amados e não temidos
por todos.
– Há 2 tipos de governantes. Um vive na escuridão. O outro vive na luz.
O que vive na escuridão não quer o amor do povo. O que ele quer é o ódio,
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os serviços gratuitos e os impostos do povo. A política deles é a política do
ódio e da guerra. Vivem fazendo guerras como os macacos nas florestas. O
que vive na luz não quer o ódio do povo. O que ele quer é o amor do povo. O
que vive na luz ama Deus. O que vive na escuridão odeia Deus. O que vive
na luz ver Deus em tudo. O que vive na escuridão não ver Deus em nada.
Nós seres humanos somos uma família que vive brigando por terras e rique-
zas entre si como crianças brigando por doces e brinquedos. É muito pode-
rosa a energia positiva que emana desta montanha. Poderosa também é a
energia do amor que emana de meu coração por você.
– Meu amor por você supera tudo em beleza. Meu amor por você é
como o Himalaia de manhã, de noite e de tarde e durante o verão, a prima-
vera, o outono e o inverno. Com amor eu vou produzindo luz e destruindo
a escuridão e negatividade criada pelas mentes humanas e animais.
– Os animais amam e odeiam. Quem vive amando e odiando é igual
um animal irracional. Somos feitos da luz do amor de Deus e nós não fo-
mos criados para odiar e sim amar a Deus, a vida, a paz, a terra, as flores e o
ar. Se os governantes da escuridão soubessem o poder que o amor tem, eles
criariam exércitos invencíveis. Devido ao ódio de seu povo, eles criam um
povo medroso que morre de medo de morrer e ir para um inferno que não
existe. Por meio de mentiras, ódio, medo e leis injustas, os governantes da
terra controlam seus povos. E assim será nesta terra por muito tempo. Esta-
mos prestes a entrar em uma nova era. É a era de Touro. Nesta nova era, os
próximos 2000 anos, será apenas de guerra e fome em toda a terra.
– Não se preocupe com isto. Quando a era de touro acabar, não have-
rá mais fome, misérias e guerras. O que haverá é muita paz e amor nos co-
rações de todos. Pois daqui a 2000 anos, as nossas consciências estarão mais
desenvolvidas e nossos espíritos mais maduros. Quando estiverem maduros
e livres da ilusão, não incendiarão mais cidades e nem pessoas inocentes.
– Hoje os exércitos dos reis estão matando milhares de soldados e escra-
vizando outros milhares de civis. No futuro, quando as sociedades destes lu-
gares aumentarem, eles matarão milhões e escravizarão outros milhões.
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Enquanto Laom e Larama conversavam sobre Deus, paz, guerra, amor,
politica, futuro e economia, os amoritas invadiram a Suméria e enquanto
o povo sumério era flechado e golpeado com força pelo poder das flechas e
espadas árabes Algumas semanas depois Laom e Larama morreram, viram
seus guias de luz, foram com ele aos braços de Deus e 3 dias depois reencar-
naram na cidade estado da Babilônia em 2000 A.C.
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CAPÍTULO II
A CIDADE DA BABILÔNIA E O
ZIGURATE DE ETEMENAKI

E
m 2000 a.C, após destruírem a Suméria, os amoritas ele-
varam a Babilônia à capital da Mesopotâmia do sul. Em 1980 A.C.
Laom, agora como Raridabi, caminhou pela multidão, parou dian-
te de uma enorme porta em arco da Babilônia e ficou observando os dese-
nhos místicos esculpidos nela. Enquanto apreciava a beleza da parede, uma
moça muito bonita chamada Ramari (Larama) aproximou-se dele e disse:
–Bonita esta parede, não é?
– É. Pena que tenha sido construída em terra roubada.
– A lei da natureza é assim mesmo, os mais fortes vencem os mais fracos.
– Essa é a lei da natureza dos animais e não da natureza humana. Ser hu-
mano significa ser bom. Não há nada de bondade em roubar, saquear, incen-
diar cidades e matar crianças, mulheres e idosos por causa da ambição por
poder sobre os outros e ouro. O que os nossos reis e o povo mais precisam é
de sabedoria, pois a sabedoria é o verdadeiro poder e a verdadeira riqueza.
Estamos em terra ocupada, sinto vergonha de ser babilônico.
– Não se preocupe. Um dia a humanidade evoluirá tanto que todos
aprenderão a amar e respeitar a si mesmo e aos demais como sendo Deus.
– Com os governantes e povos que temos, nem mesmo em 5000 anos
isso vai acontecer. Daqui a 5000 anos as nações e os povos viverão sempre
em guerra como sempre viveram.
– Que tal esquecermos o passado? Lembranças ruins só trazem é sofri-
mento as nossas mentes. Veja só esse ar frescos na parede da Babilônia.
– E realmente fabuloso. Esses dois leões aqui foi eu quem fiz.
– Ficaram lindos. Se forem bem preservados, durarão para sempre.
– Se você quiser ver mais um pouco do meu trabalho, aqui próximo tem
uma parede com muitas figuras feitas por mim.
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– Me leva lá. Eu quero ver.
– Vamos atravessar o portão e logo estaremos lá. Qual é o seu nome:
– Ramarari e o seu?
– O meu é Raridabi. De onde você é?
– Sou daqui mesmo da Babilônia e você?
– Eu também.
Ao chegarem ao muro de figuras místicas da Babilônia, Raridabi disse
a Ramari:
– Eis ali elas.
– Uau. Você é mesmo um grande mestre nesta arte. Por que vários ani-
mais híbridos?
– Para representar a multietnicidade, a mentalidade e a consciência ani-
mal do povo da Babilônia. Esta maldita Babilônia é o centro político, eco-
nômico e religioso de toda a Mesopotâmia e do mundo por causa de sua
posição geográfica que liga os três mundos (Ásia, Europa e África). Nesta
parede para representar o amor, a doçura e a delicadeza deveria estar você
com um pergaminho nas mãos, abelhas nos ombros, um sorriso no rosto e
uma flor no cabelo.
– Você é engraçado. Qual é a sua religião?
– Não tenho religião alguma, mas creio na existência de Deus como sen-
do o amor.
–Tá quente aqui. Vamos banhar no rio?
– Vamos.
No rio, Raridabi disse a Ramari:
– Veja como é bela a luz do sol na água clara do rio Eufrates.
– Estou vendo. É uma bela imagem mesmo.
– Veja. É o exército do rei levando mais escravos para a prisão.
– Nesta história de horrores e aos olhos de Deus, os soldados do rei da
Babilônia que estão do lado do rei são os mocinhos (ladrões\assassinos) e
os prisioneiros (roubados\assassinados) os criminosos. Nós seres humanos
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somos tão incivilizados que nossos governantes precisam de exércitos forte-
mente armados para controlar o comportamento de todos por meio do medo
e da violência.
– Se não houvesse reis e países, não haveria vários exércitos. Se não exis-
tisse vários exércitos, não haveria guerras. Se não houvesse guerras, não ha-
veria mais necessidade de soldados marchando armados pelas ruas assustan-
do as mentes e os corações dos povos das cidades.
– Só vai haver paz no mundo quando não houver mais guerras. Só não
vai mais haver guerras quando ensinarem a verdade sobre Deus e alimenta-
rem todo o povo da terra. Mas em vez de alimentarem e educarem seus po-
vos, os governantes da terra, pegam seus impostos para investir na constru-
ção de grandes obras públicas e fazer guerra uns com os outros.
Ao saírem do rio, foram caminhando em direção ao Zigurate de Eteme-
naki enquanto os babilônicos iam acendendo as tochas da cidade. Ramari
disse a Raridabi:
– OEtemenaki foi construido para adorar qual Deus?
– O Deus Marduque.
– Quem é esse Deus Marduque?
– É o protetor da Babilônia e filho do Deus Enki com sua irmã
Ninhursag.
– Quem éNinhursag?
– É uma deusa Annunaki cujo nome significa montanha sagrada. Tam-
bém é conhecida por Ki (terra), Ninmah (grande rainha), Nintu (senhora do
conhecimento), Ninti (senhora da vida), Mama (mãe), Aruru (irmã de En-
lil), Ninzinak (senhora do embrião), Nindim (senhora modeladora), Amau-
duda (mãe que dar a luz) e Ninmenna (senhora do diadema).
– Ouvi dizer que fazem sacrifícios humanos aqui no Zigurate de
Etemenaki.
– Se isto é verdade, então quem está lá dentro do Zigurate não são sacer-
dotes e militares, mas vampiros humanos.
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– Se são vampiros, vamos chamar o Zigurate de Etemenaki deCaverna
de Etemenaki.
Alguns dias depois, Ramari disse a Raridabi em meio a um belo jardim
enfeitado de flores e luz vindo da lua e das estrelas:
– E quando eu estiver velha e feia?
– Você nunca ficará velha e feia, pois você é uma alma e alma não en-
velhece e é sempre bela.
– Eu sou importante para você?
– É. É mais importante para mim que todas as cidades e riquezas da Me-
sopotâmia são para os reis. É mais importante para mim que a imortalidade
para os humanos e os extraterrestres.
– Tuas palavras são tão belas quanto as flores deste jardim e daqui a pou-
co vai anoitecer.
– Quando anoitece a flor se fecha. Quando amanhece a flor se abre.
Quando te vi pela primeira vez, meu coração se encheu com a luz da fe-
licidade. Se você for embora, ele se encherá com as trevas da infelicidade.
– Para ter meu amor para sempre, você precisa pedir a meus pais a mi-
nha mão em casamento.
– Vou pedir a mão, os pés, a cabeça, o coração, a alma e tudo mais para
ter o seu amor, a sua amizade e a sua companhia agradável.
– O amor que sinto por você é o óleo que alimenta o fogo da felicidade
em meu coração e mente. Como a luz que destrói a escuridão, com um bei-
jo você destruiu toda a infelicidade que eu sentia em meu coração. Eu não
preciso de joias e nem de reinos para ser feliz. Tudo o que eu preciso para
ser feliz é ter o seu amor de dia e de noite.
– Sinto-me feliz por ter com minha luz destruído a escuridão da triste-
za de teu coração e enchido ele com a luz do amor de Deus e da felicidade.
– Você é mais bondosa, caridosa, piedosa, e misericordiosa que os deu-
ses da Ásia, da África e da Europa.
– Veja que lindo pôr do sol.
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– Mais lindo do que isso milhões de vezes é o seu rosto bonito sorrindo
docemente. O seu rosto é tão bonito que encanta até mesmo o amor que
encanta a todos.
No dia seguinte, depois de um longo e cansativo dia de trabalho, Rarida-
bi reencontrou o seu amor que lhe disse:
– Eu estava com saudade de você. Que bom que voltou e está aqui co-
migo de novo.
– Eu também senti muita saudade de você o dia inteiro. Essa saudade,
como a lenha que faz brilhar mais o fogo, faz brilhar ainda mais o meu amor
por você. O calor faz as flores florescerem e os frutos frutificar. A saudade
que eu sinto de você faz meu amor por você florescer e multiplicar. As flo-
res são belas, os frutos são doces e a dor da saudade é amarga e difícil de su-
portar. Tal dor insuportável quando não estou com você só tem fim quando
eu durmo e revejo você acordado e em sonhos. Sonhos são irreais e falsos,
mas é real e verdadeiro o meu amor por você. A saudade é como o casulo da
lagarta que impede borboleta de virar anjo e voar. A saudade é um atributo
do amor e uma fonte de sofrimento que em vez de diminuir o amor só faz
é aumentá-lo. A saudade na mente, no coração e na alma é como o sal nas
feridas das chicotadas. A dor da saudade é o ar que alimenta o fogo do meu
amor por você que queima meu coração e faz ele brilhar como uma estre-
la. O sol faz as flores florescerem no amanhecer e a saudade de você faz eu
amar ainda mais você. O sol transforma florestas em desertos e a saudade
de você transforma minha alegria em tristeza. O sol causa ao meu corpo so-
frimento e prazer e como o sol é a saudade que eu estava sentindo de você.
– A cada dia, maior é o meu amor por você. Meu amor por você é bri-
lhante como as estrelas, duro como o diamante e perfumado como as flores
do campo. Assim como todas as estrelas brilham de felicidade pelo amor que
sentem por Deus, o meu coração brilha de felicidade pelo amor que sente
por você. A cada dia mais estrelas surgem na escuridão do universo, a cada
dia, mais amor por você nasce em minha mente e em meu coração. Quan-
do vejo você, sinto meu rosto e meu coração brilhar de felicidade como a
lua cheia dentro do sol.
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– Seu rosto consiste na perfeição máxima da arte mais requintada. Cada
linha de seu rosto forma um poema entrelaçado com flores reluzentes como
a luz das estrelas. Seu rosto é tão esplêndido que até a lua cheia e o sol se en-
vergonham da sua luz por não ter uma luz tão bonita quanto a sua.
No dia seguinte, Raridabi e Ramari caminharam pelas ruas da Babilô-
nia e viram soldados amoritas batendo e prendendo alguns comerciantes
que se negaram a pagar impostos abusivos ao rei. Ramari disse a Raradabi:
– Como é triste ver cenas de violência entre os seres humanos.
– Devido as guerras, todos os povos da terra estão cheios de ódio. Devi-
do ao ódio, vivem roubando e matando um ao outro sem compaixão e dó.
– Os seres humanos têm muito o que aprender sobre amor e compai-
xão. Devido à falta de amor e compaixão por si próprios, eles não aprendem
a amar a Deus e sentir compaixão pelo sofrimento do próximo.
– A finalidade de todas as guerras é fazer com que os homens se odeiem
entre si para que assim ninguém ame Deus e nem viva em paz no planeta.
Se houver amor, compaixão e paz entre os seres humanos não haverá mais
guerras e alguns perderão muito ouro com isto.
– Quem são estes?
– São aqueles que fornecem armas para os exércitos se matarem entre si.
– É por causa destas guerras e construções como os Zigurates, palácios e
templos que vive faltando para o povo, comida, educação e remédios.
– Os governantes dos exércitos da escuridão não se importam com isto,
pois sabem que terão sempre estes privilégios ás suas mãos.
– A humanidade adora diferentes deuses guerreiros. Por causa destes
deuses guerreiros, a humanidade vive se matando seres humanos como ani-
mais irracionais matando animais irracionais.
– Os animais são irracionais e cegos espiritualmente. Cego espiritual-
mente também está toda a humanidade. O que cega os seres humanos e os
transformam em animais são os ensinamentos loucos criados pelos Annu-
nakis. Eles ensinaram aos seres humanos que são anjos caídos que foram ex-
pulsos por Deus numa grande batalha entre anjos no céu. Que Deus está no
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céu, julgando e mandando nossas almas após a morte para um lugar onde
elas sofrem para sempre dores insuportáveis e intoleráveis. Que somos escra-
vos de Deus, pecadores e assim vai. A finalidade dos ensinamentos de tais
inverdades é fazer os seres humanos temerem a Deus para que não sintam
amor por si mesmos e uns pelos outros para controlá-los por meio do medo
e da raiva para que façam guerras e se matem entre si para enriquecer os no-
bres, os sacerdotes, os militares e os reis. Os Annunaki são vampiros que sen-
tem imenso prazer beber o sangue humano e ver humano se matando en-
tre si em campos de batalha em nome deles e dos reis. O céu é a fonte da
luz do amor. O amor é alma do criador que está em minha alma e na sua.
Onde há amor não há ódio, onde não há ódio não há guerras e nunca hou-
ve tal guerra no céu, pois no céu só existe amor e amor é isto o que Deus é.
Deus é amor e não julgamento e punição. Não existe visões de horror após
a morte. Nós não somos escravos de Deus e Deus não é um rei e nem um
pai que escraviza seu povo e seus filhos. Os Annunaki não são anjos caídos,
mas almas iludidas e o seu sistema de crenças e leis foi o que fizeram deles
a raça mais pervertida, violenta, insensível, traiçoeira e perversa de todos os
universos. Devido a estarmos seguindo as crenças de uma raça extraterres-
tre perversa, cega e insensível, nos tornamos tão perversos, cegos e insensí-
veis quanto eles. Hoje os babilônicos adoram vários deuses de carne e osso e
Deus é feito de almas. Nós somos almas da grande alma de Deus. Deus é o
amor. Nós somos o amor. Deus somos nós em corpos diferentes. Por sermos
o amor, somos belos, divinos, alegres e grandiosos. Sua alma meu amor, é
maior que tudo o que existe na criação de Deus, pois a sua alma é a alma de
Deus. Maior que tudo o que existe, assim é o meu amor por você.
– Deus se ama, se respeita, se honra, se valoriza e é por isto que ele ama,
respeita, honra e valoriza todos nós, não é?
– É. Não faz nenhum sentido você mandar você mesmo para o inferno
para sofrer. Por que Deus faria isto com ele mesmo? A adoração aos deuses
sanguinários Annunaki têm impedido os seres humanos de amar a Deus e
viver sem medo. Deus não quer ser adorado e temido. O que Deus quer é
ser amado e conhecido.
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– Em meio a tantos deuses, agora entendo porque o nome Babilônia
(Iraque) significa a porta dos deuses.
– Ficaria melhor se fosse a porta dos medos.
– Também ficaria bom se fosse a cidade dos adoradores dos deuses
Annunaki.
– Todo mundo aqui na Babilônia sabe que os Annunaki nos criaram, nos
fizeram de escravos, tentaram nos matar a todos afogados, nos traíram, nos
abandonaram, nos ensinaram tudo errado sobre Deus e nos puseram para
brigar uns com os outros como fazemos com os galos e os cachorros. E ain-
da assim os Babilônicos os adoram e os temem como sendo seus heróis e sal-
vadores. São muito otários não são?
– São. São tão otários como os deuses Annunaki e nossos reis.
Dois soldados com escudo e lanças nas mãos e nos braços, abordaram
Raridabi e Ramari com ordem de prisão. Da prisão foram levados ao Tribu-
nal de Justiça da Babilônia, onde os sacerdotes, o rei e o povo os esperavam
para o julgamento. No julgamento, um sacerdote disse a Raridabi:
– Recebemos no Supremo Tribunal Federal, denúncias de vocês dois so-
bre calunia, difamação e injuria em público contra o nosso rei, a nossa re-
ligião, as nossas leis, a nossa política, os nossos costumes e os nossos deuses
Annunaki. Tais denúncias são falsas ou verdadeiras?
– São verdadeiras.
– Aqui na cidade da Babilônia, capital do reino dos amoritas, o crime de
lesa majestade não é permitido por nossas leis desde o tempo dos reis Eve-
choos, Chomas-Belus, Porus, Nechubes, Abius, Oniballus, Zinzirus, Mardo-
centes, Nadius, Parannus, e Nabonnalus. Você sabe disto, não sabe?
– Sei.
– Por que então não respeitaste a lei?
– Por que tais leis não merecem tal respeito.
– Não há na África, na Ásia e na Europa leis mais justas que as nossas.
– São tão justas vossas leis que ninguém pode expressar livremente suas
ideias e ensinar a verdade para os demais acerca deste reinado de macacos e
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Annunaki que pega o dinheiro dos impostos do povo para construir grandes
obras, fazer guerras, criar ódio entre nações e ensinar que Deus julga, pune
e manda suas almas para um lugar onde se sofre para sempre. Vocês gover-
nantes ensinam estas mentiras aos seus povos para que temam Deus, os deu-
ses, a morte, o rei e o estado para que o amor de Deus não entre em seus co-
rações e eles lutem por paz em vez de lutarem para enriquecer um bando
de ladrões, assassinos, exploradores e opressores como vocês. Assim como
seus deuses caíram do céu, também vocês cairão do poder quando o povo
começar a ver e compreender que vocês os tem feito de otários a muitas vi-
das passadas. Deus é amor e não julgamento. Quem julga e pune as pesso-
as são os seres humanos. O que Deus faz é amar a todos sem preconceito e
discriminação. Vocês governam o povo por meio de mentiras e do medo e
este velho sistema de governo é tão autoritário, caótico e primitivo. O de-
ver do governante é amar e proteger o povo e também respeitar a soberania
dos outros estados. Vocês não têm o direito de invadir, roubar, matar, escra-
vizar, oprimir e explorar os estrangeiros e nem os nacionais. Vocês não têm
o direito de pegar o dinheiro dos impostos do povo para enriquecer os em-
presários e mandar seu povo para a morte nos campos de batalha. Vocês não
têm o direito de me julgarem e me prenderem porque estou dizendo a ver-
dade. Vossas religiões são as irreligiões dos Annunaki. Vossas leis são as leis
dos Annunaki traiçoeiros. Vossa forma de governo é a forma de governo dos
Annunakis. As leis, as irreligiões e a forma de governo dos Annnunaki não
servem para governar nosso povo. É por causa delas que há tantas guerras e
assassinatos em todo lugar. Tudo o que os Annnunaki nos ensinaram deve-
mos esquecer e deixar para trás e criarmos uma nova forma de governo em
que todos participem das decisões políticas e sejam iguais em direitos e de-
veres perante as leis.
O rei disse:
– Vosso discurso foi bonito e comovente, mas não altera em nada a vos-
sa sentença a pena de morte por estrangulamento.
O sacerdote disse ao rei:
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– A morte por estrangulamento não agradará os nossos adorados e queri-
dos deuses Annunakis, mas eu sei uma que eles irão adorar.
– Qual é?
– Vamos oferecer o coração dele em sacrifício para um Deus Annunaki.
– Soldados. Levem o prisioneiro para o Zigurate de Etemenaki.
– Amor, vou virar refeição de lagarto. Me perdoa por minhas palavras sin-
ceras terem te transformado em uma criminosa.
– Está perdoado. Eu te amo. Morra em paz.
– Te vejo na próxima vida.
– Combinado.
– Você é a Ramari, não é?
– É.
– Você sabe que cúmplice de crime também é punido como crimino-
so não sabe?
– Sei.
– Você está sendo acusada de ser cúmplice na degradação moral da ima-
gem, nome e honra de vossa majestade, do sistema monárquico, das religi-
ões, dos deuses, das leis, dos empresários e dos costumes.
– A minha acusação, assim como a de meu marido, é injusta também,
pois nós não cometemos crime algum. Não lesamos moralmente e fisica-
mente nenhum nacional ou estrangeiro em nossas terras e em terras alheias.
Apenas falávamos sobre o que pensamos que é certo e errado e acho que nis-
to não tem nada demais. Se vocês julgarem e punirem todos que pensam
mal sobre a péssima administração de vosso governo divino, todo o reino
amorita se tornará um imenso presídio. Seria um excelente negócio para vo-
cês prenderem todos do seu povo para que seus apoiadores políticos empre-
sários forneçam mais alimentos, remédios, roupas e armas para o estado e as
prisões em troca do dinheiro público. Vocês afirmam ser suas leis divinas se-
rem as mais modernas e justas do mundo, no entanto, elas não permitem ao
povo expressar livremente suas ideias e seguir a religião que quiser ou não
seguir religião alguma. Que leis são estas que não dar o direito a uma jovem
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amorita que não entende nada de leis alguém que entenda para defendê-la?
Que leis são estas que escravizam as mentes dos homens e enchem seus co-
rações de ódio? Onde está a decência nisto tudo? Onde está a dignidade da
pessoa humana? Os Annunaki lhes ensinaram que Deus esteve em Nibiru
e que Deus escreveu suas religiões. As religiões dos Annunaki foram escri-
tas por Annunaki e não Deus. As leis dos Annunaki não são as leis de Deus,
mas as leis de um povo que não se importa com a felicidade de vocês. Eles
criaram estas leis para nos controlar a todos pelo temor a Deus. Quem deve-
mos prender não é nosso povo da terra, mas os Annunaki que aqui vivem co-
nosco. Não somos escravos e nem Deus é rei como vocês e os reis Annunaki
que escravizam povos e planetas inteiros com as inverdades de suas leis. Vos-
sos corações e mentes estão cobertos pelo ódio e medo a Deuses, assim estão
também os corações de vossos deuses Annunaki. Os Annunaki são animais
e leis de animais não combinam com o modo de vida humana. Um passa-
rinho é feliz enquanto não põe uma corrente em seu pescoço e o escraviza
dentro de uma gaiola. O passarinho é o ser humano, a corrente é as religi-
ões Annunaki e a gaiola vosso governo que faz a todos infelizes e temerosos
a Deus e os deuses Annunaki.
O rei perguntou a Ramari:
– Filha. Você bebe cerveja?
– Bebo.
– Tá explicado porque você fala tantas tolices. Lamento lhe dizer, mas
não há perdão, anistia, graça e indulto para você. Você também será ofere-
cida em sacrifício para os Annunaki.
– Prefiro um lagarto comendo o meu coração ainda pulsando vivo do
que servir este governo da escuridão e da escravidão.
– Que assim seja. Levem-na para o Zigurate de Etemenaki.
Enquanto Ramari saia do tribunal com correntes nas pernas e nas mãos,
da mesma forma, Raridabi entrava no calabouço do Zigurate de Etemenaki.
Acorrentado e na escuridão do calabouço, Raridabi pensou:
– Ramari meu amor. Onde quer que você esteja me ouça com aten-
ção. É insuportável a dor de viver acorrentado nas pernas e nas mãos num
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calabouço escuro como um escravo e criminoso do estado. Tal dor insupor-
tável é indolor se comparado com a saudade que sinto de você. A saudade
que sinto de você causa muito sofrimento ao meu corpo, mente, coração e
alma do que o calor da Babilônia nos seus dias mais quentes. É tamanha a
tristeza estar preso, acorrentado e longe de você que é impossível para meus
olhos pararem de chorar lágrimas de amor, tristeza e saudade. Nem mesmo a
morte neste momento consegue confortar meu coração pois sei que ela não
matará o amor, a saudade e a tristeza que sentirei de você em minha próxi-
ma vida. Quando se nasce de novo, esquece-se tudo o que passou na vida an-
terior, mas nem mesmo em milhões de vidas eu vou conseguir esquecer os
momentos felizes que vivemos juntos quando éramos livres para nos amar e
se divertir. Agora sou um escravo privado injustamente de todos os seus di-
reitos, mas do meu direito de te amar, este direito divino, nenhum rei, juiz,
povo ou Deus me privará. Quando o Annunaki comer meu coração, ele vai
pensar que é uma manga, pois de tanto amor por Deus, pela minha vida, por
mim mesmo e por você ele ficou tão doce que sua carne amoleceu. Como o
gelo derretendo no calor, meu coração se derrete todo de amor quando está
perto de você. É insignificante a doçura do mel das flores, dos frutos e das
abelhas em comparação a doçura que há em teu coração. Nem mesmo as es-
poradas de milhares de abelhas se comparariam a dor da saudade que sinto
de você. Não sei o que fui em minha vida passada. Sou um escravo em mi-
nha vida presente e em minha vida futura continuarei lembrando da sua be-
leza, doçura e encanto. Há no direito babilônico as penas de escravidão, tor-
tura, banimento, sequestro de bens, morte por afogamento, apedrejamento,
enforcamento, fogueira, envenenamento e esquartejamento, mas nenhuma
destas penas é pior do que a pena de não vê-la e nem ouvi-la mais uma vez.
Que Karma horrível o meu por não poder mais te ver. Não poder mais revê-
-la é mais doloroso do que sentir na pele todas as penas da Babilônia de uma
só vez. As leis do direito e da religião da Babilônia, inspiradas nas leis dos
Annunaki, une e separa, liberta e escraviza, enriquece e empobrece, prote-
ge e desprotege, alegra e entristece as mentes e os corações daqueles que se
amam e se odeiam. Elas são justas para os criminosos e injustas para os ino-
centes. São a verdade para os que vivem na escuridão e a mentira para os que
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vivem na luz. De tantas injustiças, medo, raiva e paranoia coletiva o povo da
Babilônia já não sabe mais nem sorrir. Como o povo da Babilônia, eu tam-
bém não consigo mais sorrir por não poder mais ver o seu rosto bonito. Seu
rosto é tão bonito que supera juntas todas as maravilhas do mundo antigo.
Do lado de fora posso ouvir os pássaros cantando alegremente. O canto ale-
gre dos pássaros me lembra você cantando docemente. Os seres humanos
são ingênuos e tolos. Há tanta compaixão, bondade e amor em meu cora-
ção por Deus e por você que quando os Annunaki comerem meu coração e
minha alma, eles vão se tornar humanos e amarão a Deus. Minha vida hu-
mana está chegando ao fim e eu não quero que você fique triste quando este
fim chegar. Um banho de rio não põe fim ao sofrimento do calor, mas re-
fresca o sofrimento por 3 minutos. A morte não põe fim ao sofrimento, mas
refresca por 3 dias. Nestes 3 dias verei meus guias, ouvirei a canção amorosa
da galáxia que representa o amor de Deus, voltarei para casa e em seguida
retornarei para a minha graduação em história humana, para te proteger da
escuridão e libertar o povo da terra da escravidão criada pelas mentiras das
irreligiões e leis de seus governantes de baixa consciência que vivem na ilu-
são da escuridão da ignorância.
Enquanto Raridabi sofria em profundo pesar, um passarinho entrou den-
tro da prisão e começou a cantar, logo em seguida Ramari entrou dentro da
prisão do calabouço com as mãos e pés acorrentados. Ao ver Raridabi sen-
tado no chão com a cabeça enfiada entre as pernas chorando, o coração de
Ramari se encheu de compaixão por seu sofrimento e lhe disse:
– Amor. Não chora mais. Eu estou aqui.
– Ramariiiiiiiiii.
Dentro da prisão se abraçaram acorrentados. Raridabi disse a Ramari:
– Fortes são estas correntes que me prendem pelos pés e pelos braços.
Forte também são as correntes do amor de Deus que prendem meu cora-
ção e mente aos teus.
– Estamos abraçados e acorrentados. Isto é Deus nos dizendo que nem
a morte poderá nos separar do amor que sentimos um pelo outro.
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– Mesmo estando preso a este universo, ao planeta terra, a este calabou-
ço escuro e quente do Zigurate de Etemenaki, ainda assim sinto amor e fe-
licidade estando aqui com você abraçado e acorrentado.
– Eu também estou muito feliz por estar acorrentada por correntes de
ferro e amor aqui com você neste escuro e quente calabouço. Eu podia ter
me livrado do julgamento do tribunal se tivesse mentido em vez de defender
você diante de todos os juízes da Babilônia (rei, sacerdotes, povo).
– Por que você não mentiu e também me condenou?
– Por que eu te amo e quero morrer junto com você.
– Você é louca ao defender um criminoso e é por ser tão louca assim
que eu te amo tanto.
– Você conquistou meu coração com suas palavras sinceras e honestas.
Você contestou a autoridade dos reis, dos deuses Annunaki. Teu exemplo ser-
virá de exemplo para muitos outros que serão enviados das estrelas para ilu-
minar este planeta com a sua luz, amor e sabedoria. A tua morte e nem a mi-
nha serão em vão. Por seres tão corajoso e louco é que eu renunciei minha
liberdade falando a verdade. Com amor nos conhecemos. Com amor fize-
mos os anjos cantar de alegria, com amor morreremos juntos.
Assim que anoiteceu, os sacerdotes acenderam as tochas no topo do Zi-
gurate de Etemenaki enquanto o rei e seus ministros foram subindo lenta-
mente com tochas nas mãos as escadas da grande e pesada estrutura de pedra
feita aos deuses Annunaki de carne e osso. Enquanto bebiam vinho, comiam
e ouviam música, uma nave Annunaki pairou sobre a torre e dela desceu er-
guida por feixes de luz um Annunaki e duas Annunaki belamente vestidos
com trajes futurísticos. Os Annunaki ao tocarem os pés no alto da torre, to-
dos os ali presentes, encostaram a testa no chão e ergueram as nádegas para
o céu em sinal de adoração, temor e respeito pelos visitantes do espaço. O
Annunaki cabeça de lagarto disse com sua voz grossa e forte:
– Humanos. Levantem-se.
O rei se levantou e disse aos Annunaki:
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– Chegaram tarde para o jantar. Pensei que não viriam mais. Sejam
bem-vindos a Babilônia e ao Zigurate de Etemenaki.
– Cadê o jantar?
– Está no calabouço deste Zigurate. Soldados, mandem trazer o jantar.
Sentem-se por favor. Como foi a viagem?
– Agradável.
– Onde vocês estavam?
– Na lua. Quem são o jantar?
– Raridabi e Ramari.
– O que fizeram de errado?
– Calúnia, difamação e injúria contra o rei, vocês, nossas religiões e
suas leis.
– Tais calúnias consistiam em que?
– Que Deus é amor e não julgamento. Que suas leis e religiões foram
criadas para que por meio do medo os seres humanos não amassem a Deus.
Que nunca houve guerras no céu, que vocês não são anjos caídos, mas um
bando de idiotas iludidos e assim vai.
– Vocês humanos não foram programados para pensarem tais coisas. Há
alguma coisa errada aqui. Queridas, investiguem o registro akáshico de Ra-
ridabi e Ramari.
– Agora mesmo senhor Enlil. Raridabi e Ramari são pleidianos en-
carnados.
– Só podia ser. Todos eles que vem para cá e para as outras colônias ado-
ram bagunçar o nosso sistema. Nunca estive com um deles antes. Estou an-
sioso por conhecê-los.
Enquanto Raridabi e Ramari caminhavam em direção ao altar de sacri-
fícios humanos com soldados do rei da Babilônia atrás e a frente de si, ele
disse a ela:
– Estou caminhando acorrentado com o meu amor em direção aos deu-
ses e a morte. Isto não é engraçado?
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– É. É muito engraçado. Olha só para o meu rosto como ele está mor-
rendo de sorrir. Como é que fui entrar nesta fria? Esse negócio de amor cega,
enlouquece, enraivece e emburrece também.
– Quem cega, enlouquece, enraivece e emburrece é o ódio. Nesta histó-
ria de horrores, muitos já morreram por amor, mas nenhum matou por amor.
– Reis mandam exércitos matar, roubar, incendiar cidades e escravizar
reinos inteiros e não são processados, julgados, presos e mortos. E eu não pos-
so nem dizer que os reis são ladrões e assassinos que mandam me prender e
me matar. Isto não é justo. Que justiça é essa?
– É a justiça dos seres humanos cegos. O justo é um atributo da justiça e
o injusto é um atributo da injustiça. Não fomos julgados no tribunal de jus-
tiça da Babilônia, mas no tribunal de injustiças da Babilônia.
– Quanto mais o tempo passa, mais estúpidos e intoleráveis ficam os go-
vernantes e suas leis injustas, desiguais e desumanas. Tais leis permitem que
nossos reis tenham poder de vida e morte sobre seus súditos (escravos), prati-
car injustiças impunemente e nós não temos nem o direito de protestar. Nos
tratam como tratamos os animais e como animais terminaremos nossa histó-
ria de amor que mal começou. Eu tinha tantos planos para nós dois e agora
todos os meus sonhos se transformaram num verdadeiro pesadelo de morte.
– Os animais deram suas vidas para a gente permanecer vivos e agora
daremos nossas vidas para os animais para que permaneçam vivos. Isso não
é bonito?
– Eu não sou um animal para servir de alimento aos deuses Annunaki
lagartos. Isto fere a minha dignidade como ser humano e todas as regras de
conduta moral.
– Para quem vive na escuridão, ética é sinônimo de injustiça. A diferen-
ça do animal para os governantes é que o animal mata e rouba por necessi-
dade e os governantes matam e roubam por ouro e bronze.
– Vou sentir saudade de meus pais, minha família e amigos. Estou triste
e com vontade de chorar.
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– Não chora meu amor, seu rosto fica mais bonito sorrindo. Você vai
adorar morrer e sentir a alegria que estamos prestes a sentir livres do medo e
da raiva. Imagina como será maravilhoso estar livre da dor e do calor?
– Eu sou inocente e tão jovem para morrer.
– Sua alma é maior e mais velha do que tudo o que existe. Ela já experi-
mentou infinitas mortes neste e em outros planetas e universos. Você é um
pedaço da alma de Deus e Deus é imortal. Deus se ama e é por se amar que
ele ama você mais do que tudo. Não se preocupe, Deus não lhe abandona-
rá em sua morte e nem eu. Certamente serei o primeiro a ser sacrificado aos
deuses Annunaki e quando eu sair de meu corpo, meu espírito estará espe-
rando o seu espírito de braços abertos e o coração cheio de amor.
– Foi pouco, mas maravilhoso ser amada por você. Mesmo que teu es-
pírito não esteja esperando o meu e a morte nos separe para sempre, ainda
assim jamais te esquecerei e deixarei de amar você. Espero que tenha uma
boa morte e uma boa vida.
– Eu terei. Acredite nisto. Daqui a pouco estaremos caminhando de
mãos dadas em direção ao paraíso onde não há dor, tristeza, ódio, medo
e rancor.
– Como será que é o paraíso?
– É brilhante e refulgente como a alma do criador.
Depois de uma longa caminhada, Raraidabi e Ramari se encontraram
com o rei, os sacerdotes, soldados e os deuses Annunaki no topo do Zigura-
te de Etemenaki enquanto as estrelas desapareciam com a chegada de den-
sas nuvens negras carregadas de chuva e ventos fortes que apagaram algumas
tochas. O Annunaki disse a Raridabi e Ramari:
– Pleidianos. Aproximem-se.
– Quem é você?
– Eu sou Enlil, Deus do ar e senhor das tempestades, raios e trovoes.
– Pensei que você era só uma lenda, mas você existe de verdade. Como
conseguistes viver por tanto tempo?
– Temos uma bebida que nos mantém imortais.
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– Só porque obtiveram a imortalidade se julgam deuses superiores aos
seres humanos?
– E não somos não?
– São não. Vocês são tão idiotas quanto os seres humanos ignorantes que
vivem na escuridão como o povo de Nibiru.
– O que você disse? Ponham ele na pedra de sacrifício.
Raridabi foi deitado na pedra dos sacrifícios humanos enquanto em lágri-
mas Ramari via o Annunaki com suas garras cortar o peito de Raridabi e ar-
rancando o seu coração. Enlil ergueu o coração ainda pulsando de Raridabi
para o céu e o coração de Raridabi gritou bem alto em meio a trovões e raios:
– Ramari meu amor. Não chora. Eu te amo.
O Annunaki deu o coração de Raridabi para as Annunakis comerem e
Ramari atirou-se do topo do Zigurate de Etemenaki e enquanto caia gritan-
do um anjo a segurou nos braços e lhe disse:
– Eu lhe disse que estaria com você quando você morresse e eu falei a
verdade.
– Me leva para casa.
– Vamos.
Enquanto os amoritas (árabes) se amontoavam em volta do cadáver sem
vida de Ramari, os Annunaki comiam os restos do cadáver do Raridabi junto
com o rei, os sacerdotes, os nobres e os militares. Após de 3 dias de alegria,
as almas de Raridabi e Ramari reencarnaram no reino de Assur, situado no
norte da região da mesopotâmia em 1970 A.C.
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CAPITULO III
O COMEÇO DO IMPÉRIO ASSÍRIO

E
m Assur, capital da Mesopotâmia do Norte, Alanina
(Ramari), comemorava seu aniversário de 20 anos idade com Chan-
droá (Raridabi) que lhe disse:
– Feliz aniversário Alanina. Seu aniversário é a data mais importante do
mundo e o dia mais feliz da minha vida.
– Obrigada pelas palavras engraçadas. Desde quando te conheci, nunca
mais senti tristeza em minha vida. De todos os presentes que Deus me deu,
você foi o que eu mais gostei. És jovem e maduro. É como o caju que nasce
verde e logo amadurece. É um homem que sabe o que quer e sabe como fa-
zer feliz o coração de uma mulher.
– Hoje. Nesta data especial, você completa 20 anos de idade. Há 20 anos
temos vivido como amigos e vizinhos e nos dias que virão com o tempo, pas-
saremos a viver como marido e mulher se você aceitar nesta data feliz o meu
pedido de casamento.
– Não vou pedir um tempo para pensar sobre nós dois vivendo juntos
como marido e mulher até a morte porque casar-me contigo eu tenho espe-
rado por toda a minha vida.
– O tempo virá e como o vento que rouba o perfume das rosas, ele rou-
bará nossa juventude, nossa saúde, mas não nossa alegria e amor um pelo
outro. Que bom que posso te tocar, te beijar, te abraçar e dizer que te amo
sem medo de você ficar com medo de mim e me deixar. Amo você desde
quando éramos crianças.
– Eu também. Minha infância, assim como a minha adolescência con-
vivendo com você como sua amiga foi inesquecível. Nossas crianças serão
muito alegres, pois terão pais que nunca baterão nelas por nada que digam
ou façam. Que papai do céu não castiga. Que farão elas sorrirem sempre que
estiverem zangadas e tristes. Devido às mentiras ensinadas por nossos líderes
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políticos e espirituais da terra e de Nibiru, as crianças da Assíria vivem zan-
gadas, com medo e infelizes.
– A Assíria é um reino de guerreiros que adoram e temem os deuses. As
crianças da Assíria são criadas com mentiras e tapas para ficarem mais vio-
lentas para lutarem melhor no campo de batalha e não se importar com a
morte. Nas mentes destas crianças, após morrerem sofrerão ainda mais num
lugar tão quente quanto o sol e frio como a lua onde só há sofrimento de dia
e de noite sem cessar. Adorando os deuses, os seres humanos se esquecem de
adorar a eles mesmos e Deus que vive em seus corações e almas. Sem amar
e ver Deus em seus corações e dos outros seres humanos, eles não amam
Deus, não vêm Deus nas almas dos humanos, odeiam Deus sem saber e se
matam uns aos outros com grande satisfação na mente e no coração. Quem
deveria ser adorado em todos os templos da Mesopotâmia do Norte e do Sul,
são as mulheres que são as criadoras e orientadoras da humanidade. Assim
amariam as mulheres e não matariam os filhos delas.
– Sociedade de macacos com mentalidade de lagartos é assim mesmo
em qualquer lugar.
– Todos os seres humanos fazem parte de um só ser que os ama. Esse
ser é Deus e o ser humano é Deus e não um escravo que foi criado para te-
mer a Deus. Temer a Deus é temer a si mesmo. Você é o amor. Você teme o
amor? Claro que não. Mas muitos temem, pois estão cheios de medo e por
esta razão adoram o ódio e rejeitam o amor. Ame-se, pois existe algo dentro
de você que ama muito você. Amar a Deus e a si próprio deveria ser o direi-
to a guiar a vida de todos que estão aqui. No entanto, ensinam as crianças,
odeiem-se, pois existe algo dentro de você que odeia você. Esqueça Deus.
Esqueça você mesmo. Viva infeliz, com raiva, com medo e adore os deu-
ses ou sua alma irá queimar em planetas cheios de fogo e enxofre (inferno).
– Os Annunaki fazem estas maldades com os seres humanos porque eles
se odeiam, odeiam Deus e os seres humanos. Eles odeiam os seres humanos
porque os seres humanos são mais belos que eles. Eles têm inveja de nós. Vi-
vem engravidando as humanas somente para que seus filhos não nasçam tão
feios e medonhos como eles. Eles nos odeiam porque devido a sua feiura e
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maldade a gente não ama eles, mas os adoram e a adoração é o amor força-
do e barato, o falso amor, chamado de ódio ou amor disfarçado. Apesar de
termos DNA de macacos e lagartos em nossas células, não somos macacos e
nem lagartos, mas anjos encarnados e por sermos anjos encarnados feito da
luz da alegria do amor de Deus, não temos o direito de nos comportar como
animais e nem odiar os outros. Aqui na Assíria, como em todo lugar, os pais
ensinam seus filhos desde crianças a temerem a Deus, adorar os deuses la-
gartos e odiar outros povos em vez de lhes tratarem com respeito e lhe en-
sinarem a amar a Deus que sou eu, você e todos e tudo ao nosso redor. De-
vido as inverdades ensinadas, os seres humanos pensam que Deus é tudo e
eles é nada. Não é engraçado isto?
– É. É muito engraçado assustar as mentes e corações das crianças com
visões de horror após a morte e temor incondicional ao criador. Crianças de-
vem ser criadas é com amor, respeito, carinho, atenção e consideração e não
com tapas, gritos e palavrões.
– Estas crianças desafortunadas desta era estão sendo criadas com vio-
lência como foram criados seus pais e como seus pais criarão seus filhos com
violência.
– Governos liderados por homens violentos deixam os povos violentos
pois seguem seus maus exemplos. Governos com lideranças são aqueles em
que poucos governam muitos por meio do medo e da fome. Governos com
lideranças são os responsáveis pela violência, pela fome, pela ignorância e
pela miséria. Governos com lideranças é o governo no modo da escuridão.
Governo na escuridão é o governo em que o povo vive com ódio e medo.
Governo em que o povo vive na escuridão com ódio e medo não é governo,
é controle, escravidão e tristeza. Governos sem lideranças é o governo da luz
e de Deus em que todos governam juntos o mesmo planeta. Governo sem
lideranças é o governo em que muitos governam muitos e em que todos par-
ticipem das decisões políticas de seus governantes.
– Se os reis e deuses Annunaki que são cegos em espiritualidade como os
animais irracionais tivessem visão divina como você tem, as crianças da As-
síria e do mundo inteiro não viveriam com medo de Deus, dos deuses, dos
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homens, da morte, de amar a si mesmo e ao próximo como sendo seu pai,
sua mãe, seu irmão, sua irmã, seu avô e sua avó.
– Há aqui na terra alguns lagartos que são maus como as cascavéis, as pí-
tons e as najas e outros bons como o camaleão. Talvez haja entre os Annu-
naki consciências como as nossas que são contra a escravidão e sacrifícios
de seres humanos neste planeta e em todos os outros universos. Deus criou
muitas coisas belas ao nosso redor e muitos ainda dizem que não há Deus
em lugar algum. Esses são mais cegos que os que creem no julgamento de
Deus e a punição no inferno. Vou te contar uma história sobre um pai amo-
roso que ama muito o seu filho mais novo. Há uma guerra e o pai sobrevive
a guerra, mas seu filho mais novo é levado a outra nação como escravo. Na
escravidão, um homem mau diz ao filho escravizado:
– Seu pai está morto. Seu pai não ama mais você. Seu pai o abandonou
para servir nosso rei como escravo. Seu pai é mau, persegue, julga e pune
seus irmãos.
Por ser apenas uma criança, o filho acredita no homem mau e odeia e
esquece que o pai existe. Assim fizeram os Annunaki com os seres humanos
em relação a Deus. Ainda hoje muitos humanos e deuses extraterrestres acre-
ditam que Deus está morto e que não os ama do jeito que são. Nenhum ani-
mal é capaz de ver Deus em tudo e compreender a verdade e os Annunaki
são animais que criaram seres humanos que possuem níveis de consciência
mais elevados que as deles.
– Dizem que lá na Babilônia, capital do reino da Mesopotâmia do Sul,
ninguém do povo tem o direito de expressar livremente suas ideias e con-
testar a autoridade e leis do reino que é oferecido em sacrifico aos deuses
Annnunaki.
– Já ouvi falar também. Dizem que as mulheres lá se atiram do alto dos
zigurates para não servir de jantar aos deuses Annunaki.
– Se a civilização humana tivesse sido criada somente pelos pleidianos,
não haveria reinos, exércitos e guerras em todo o planeta. O que haveria se-
ria muita paz e amor e não guerras e ódio em todo lugar.
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– Você tem razão. Vamos banhar e depois passear de canoa de juncos
no rio Eufrates?
– Vamos.
Depois de alguns passos alegres em direção ao rio Eufrates, Chandroá
ajudou Alanina a sentar-se na canoa de juncos e começou a remar em di-
reção as correntezas do rio. Enquanto desciam o rio, Alanina perguntou a
Chandroár:
– Como começou a história do império Assírio?
– Começou com a chegada dos semitas, hititas, mirânios e curdos que
formaram um grupo primitivo dedicado a agricultura e o pastoreio que de-
ram origem há duas culturas semelhantes e ao mesmo tempo diferente no
crescente fértil da região da Mesopotâmia compreendida entre os rios Tigre
e Eufrates. Essas duas culturas gêmeas com personalidades diferentes são o
império dos amoritas da Mesopotâmia do Sul e o império da Assíria da me-
sopotâmia do Norte. Essas duas regiões da mesopotâmia são importantes
centros comerciais e econômicos por causa da sua posição estratégica que
liga o mar mediterrâneo ao golfo pérsico. Como os reinos do Norte e do Sul
de Nibiru e do Egito, as duas regiões vivem em guerra pelo controle social,
econômico, político, espiritual e militar da região da Mesopotâmia. Acredi-
tam os estudiosos que a Assíria formada por povos primitivos tenha tido iní-
cio há 2500 anos (4500 A.C). A Assíria teve várias dinastias há 600 anos aos
dias atuais. Dentre elas estão as de Kish, Ur, Lagash, Uruk e Akkad. Com o
final de tais dinastias, a Babilônia passou a ser a capital da Mesopotâmia do
Sul e Assur a capital da mesopotâmia do Norte.
– O que mais você sabe sobre Assur?
– É o nome da principal divindade solar e capital dos assírios. Com a des-
truição da terceira dinastia de Ur, com a invasão dos amoritas e semitas vin-
dos do ocidente, Assur passou a ser governada por príncipes independentes
com nomes acadianos. Há 60 anos (2025 A.C), um destes príncipes, Kikkia
reconstruiu as muralhas de Assur, dando início a predominância comercial
e econômica de Assur na região da mesopotâmia do Norte.
– Vamos parar ali naquela ilha.
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Ao pararem na ilha, Alanina disse a Chandróar:
– Assur é quente, mas é bela. Que lugar maravilhoso você me trouxe
amor. Estou encantada com este lugar. Obrigada por este presente de ani-
versário.
– De nada.
– Quero passar a tarde e a noite inteira aqui com você.
Assim que anoiteceu, Alanina disse a Chandróar:
– Graças a Deus, o sol se foi e com ele o seu calor.
– O sol irradia luz e calor para a lua e para terra e o meu coração irradia
amor e paz para meu coração e minha mente. Quando o rei Alalu perdeu o
trono de Nibiru numa luta corpo a corpo com o rei Anu, ele para salvar sua
vida, deixou sua esposa, filhos, pais, parentes, amigos, emprego e seu plane-
ta. Aqui na terra ele sofreu de saudade de todos aqueles que amava e que
foi obrigado a deixar para trás. Maior que o universo foi a sua dor da sauda-
de dos que amava, maior ainda foi a minha dor e saudade de quando você
ou eu viajávamos para outro lugar. O rei Alalu morreu sozinho de fome e
sede em marte, seu sofrimento antes de morrer, está além de qualquer dor
já sentida por um Deus e maior que a dor dele foi passar alguns dias sem te
ver. Tão grande quanto o amor dos deuses é o meu amor por você que fa-
zem nossos guias de luz (anjos) cantarem de felicidade, a terra vibrar de ale-
gria e o universo de paz. Em todo o universo não há felicidade maior do que
está aqui ao teu lado.
– O rio que vem sendo um só quando toca esta ilha se divide em dois e
depois volta a ser um só. Como este rio somos nós aqui nesta ilha na vida e
depois da morte.
– Da morte, anjos trouxeram do céu uma alma que sofreu muito com as
mentiras em suas vidas passadas. De todas as crianças que estão na terra, a
que está em teu ventre, será a mais feliz de todas elas. Também deve ter ela
praticado muitas boas ações para nascer de uma mãe tão bela quanto você.
– O amor que vem de meu coração me mantêm viva. A vida que você se-
meou em mim é a minha vida e a tua. O frio da noite e o som desta floresta
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acalma minha a mente e os meus sentidos. Está aqui em Assur com você é
tão bom quanto está no céu.
– Creio eu que não há no universo inteiro uma lua tão bela quanto esta.
Também creio que na Mesopotâmia e no universo inteiro não há uma mu-
lher tão bela quanto você. É lindo o seu rosto tanto de dia como de noite.
De dia, seu rosto brilha bonito como o sol. De noite, ele brilha bonito como
a lua cheia. Iluminado pela luz do sol e da lua, seu rosto é tão belo quanto
o planeta terra e as estrelas brilhando no céu. O amor é como a lua cheia e
o sol que destrói a escuridão e embeleza tudo ao nosso redor. Pode até pa-
recer que é o sol que ilumina o dia e a lua que ilumina a noite, mas não é o
sol que ilumina o dia e a lua que ilumina a noite, mas a beleza de seu rosto
bonito que vive mudando e que eu não consigo esquecer quando estou lon-
ge de você.
– A lua e o sol estão percorrendo a mesma trajetória em sua jornada pelo
cosmos. A lua está sempre em busca da luz deixada pelo sol e o sol está sem-
pre em busca da luz deixada pela lua. Apesar de estarem longes um do ou-
tro também estão sempre juntos por meio de luzes como a nós por pensa-
mentos e amor.
– Olha uma cesta cheia de frutos amor.
– Deve ter sido algum assírio fazendo oferenda aos deuses ou foram os
deuses que mandaram para a gente não sofrer de fome. Seja lá quem ofer-
tou, muito obrigada e que seus desejos sejam todos realizados. Pega ela e
traz aqui.
– Doces e bonitas são estas frutas oferecidas aos deuses, doce, bonito e
divino também é o meu amor por você.
– Estão do jeito que eu gosto. Obrigada rio Eufrates.
– As estrelas brilham no céu e o rio brilha durante a noite, tão belo quan-
to isto tudo é o cabelo que embeleza teu rosto.
Enquanto isso o velho rei de Assur, Kikkia dizia a sua rainha:
– Eu reconstruí a muralha de Assur e eu quando me tornar rei da
Mesopotâmia mandarei construir uma grande muralha em torno da
70

Mesopotâmia. Agora o povo está protegido contra invasores vindos do Oci-
dente e do Oriente.
– Quanto custou a obra da muralha?
– 30% de toda a receita anual de Assur.
– Quanto aos aliados políticos, sacerdotes, militares e empresários
ganharam?
– 10%.
– E ele?
– 10%.
– Ele era mau com o seu povo.
– É verdade. O que nós governantes fazemos com o nosso povo por cau-
sa de ouro, luxo e conforto é muita maldade.
– Nesta era cheia de escuridão, é melhor ser ladrão, viajar e comer do
bom e do melhor do que ser um comerciante honesto que trabalha com ho-
nestidade a vida inteira e morre na pobreza. Neste velho sistema explorató-
rio de governo em que tudo gira em torno de falsas crenças e dinheiro, só é
possível ser feliz na riqueza.
– É verdade. Viver na pobreza é uma maldição do inferno, mas nossa re-
ligião ensina aos pobres que viver na pobreza é uma benção dos céus e que
todos vivendo na pobreza é o que Deus quer. Para o povo pobre e cego, la-
drões como nós vão para o inferno após a morte e por esta razão não se im-
portam de viver na pobreza e nem que nós roubemos o seu dinheiro, a sua
comida, a sua paz e os seus bens.
– Por meio do roubo dos povos pelos mais ricos das minorias, o povo vive
na pobreza e sem comida. Sem comida, eles se alistam no exército e vão para
as guerras em nome de reis e deuses ladrões e assassinos.
– A escrita foi criada a 1500 anos (3500 A.C) e até hoje quase ninguém
sabe ler e escrever na Babilônia e nos outros reinos. Sabe porque nós gover-
nantes fazemos isto com nossos povos?
– Sei não. Para que é?
71

– Para que não compreendam a verdade, não se entendam entre si e
acreditem em tudo o que dissermos.
– É impressionante esta velha ordem de governo criada pelos reis ladrões
e assassinos que vieram antes de nós.
– Este velho sistema arcaico de governo por meio do medo e do terror é
um velho sistema ensinado a humanidade pelos antigos deuses Annunaki.
Na pequena ilha, Alanina viu nas margens do rio, os olhos brilhantes
dos crocodilos do Eufrates e em meio a vaga lumes eles desceram o rio Eu-
frates acompanhados pelos raios da lua cheia e de seus guias de luz. No dia
seguinte, Alanina foi para casa de seus pais e Chandroár para o seu trabalho.
Ao chegar ao trabalho, seu pai Liko lhe disse:
– Atrasado de novo para o trabalho?
– Ontem foi aniversário da Alanina e eu passei a noite inteira com ela
namorando.
– Como vai indo o namoro?
– Passou de namoro a noivado.
– Quando casarão?
– Na próxima lua cheia.
– Estou feliz por você. Agora volte ao trabalho e atenda aquele cliente.
O cliente disse a Chandroár:
– Quanto custa este tapete e estes vasos de cerâmica?
– O tapete custa 100 e cada vaso 5.
– Este tapete voa?
– Voa. Basta jogar ele de qualquer lugar.
– Quero o tapete e este vaso de cerâmica.
– São 105.
– Aceita 100?
– Lamento não poder aceitar, pois se eu aceitar, não terei lucro, a em-
presa irá a falência, o estado arrecadará menos impostos e o povo de Assur
continuará desempregado e eu vivendo na pobreza.
72

– Aqui está.
– Obrigado. São todos seus.
– Lá de onde vim, um tapete deste custa 3 vezes mais.
– Você veio de onde?
– Eu vim da Babilônia.
– Não sou explorador e nem ladrão como os comerciantes da Babilônia
e tenho vivido bem apesar do lucro pequeno.
– Pena os comerciantes da Babilônia não serem honestos e sinceros
como você é, pois se fossem, todos na Mesopotâmia do Sul teriam tapetes
em casa para que não brinquem na areia os seus bebes.
– Quando o rei de uma nação é ladrão, todo o povo imita o líder e vira
ladrão também. Crianças malcriadas roubam doces de outras crianças mal-
criadas e os reis roubam as terras dos povos. Há alguma diferença entre os
reis e as crianças?
– Há não. É mais vantajoso comercializar do que fazer guerras, pena que
nossos reis não tenham visão de negócio e futuro como nós. Tenho que ir.
Paz e prosperidade para você e sua família.
– Obrigado e boa viagem de volta à Babilônia.
– Obrigado.
O velho barbudo dos lábios grossos da Babilônia se reuniu aos demais na
caravana de camelos e disse aos seus companheiros de viagem:
– Parceiros. Já entregamos as mercadorias da Babilônia para a cidade de
Assur. Agora vamos voltar a Babilônia com as mercadorias compradas aqui.
Enquanto isto, na loja, Chandróar dizia a seu pai:
– Hoje foi um dia de sorte para nós. Conseguimos vender até os estoques
para uns comerciantes assírios vindos do norte da Mesopotâmia.
– Graças a Deus. Agora podemos pagar o empréstimo do investimento
para a casa da moeda do rei e nos livrar da falência e de perder a casa. Tra-
zer você para trabalhar aqui trouxe sorte a nossa empresa.
– Estou com saudade da Alanina, já posso ir?
73

– Pode. Mas não se atrase amanhã.
– Combinado. Diz para a mamãe que mandei um abraço. Tenha uma
boa noite, papai.
Chandroár voltou para casa com um presente e flores nas mãos e lá viu
Alanina preparando o jantar na cozinha com os olhos e o rostinho lindo bri-
lhando de alegria. Chandróar disse a ela:
– Estás feliz assim é porque em teu ventre espera um filho meu ou é por-
que cheguei?
– Pelas duas coisas.
– Eu trouxe estas flores e este presente para você.
– O que é isso? Um vestido. Que lindo. Obrigada amor. Vou banhar e
experimentar ele para jantar com você.
– O que você está fazendo para o jantar?
– Peixe cozido com batata e arroz. Vou banhar. Leva o jantar para mesa
e me aguarda lá.
Enquanto Alanina foi banhar, Chandróar levou para a mesa o jantar.
Acendeu uma tocha na parede. Sentou-se na cadeira, e esperou Alanina vol-
tar do banho. Ao vê-la com o cabelo molhado no vestido novo, ele disse a ela:
– A beleza deste vestido combina com a beleza de teu corpo, de tua per-
sonalidade e de teu espírito. Já és bonita sem roupa, com roupa fica ainda
mais bonita.
– Obrigada, vamos jantar.
– Parece estar muito bom. Vamos ver se você sabe fazer comida mesmo.
Nossa. Uau. Que delícia. Nunca comi nada igual.
– Fiz com amor para fortalecer teu corpo e alimentar teu espírito com
felicidade.
– Obrigado de coração, meu amor. Você é uma alma muito bondosa. Só
podia ser mesmo um anjo de luz para ser assim. Vê aquela tocha na parede?
– Vejo. O que tem ela?
– Parece meu coração queimando de amor por você.
74

– Vamos orar e agradecer a Deus por este alimento na mesa.
– Senhor meu bom Deus que é o amor que criou todos os deuses e todas
as coisas no universo visível e invisível. Sede bondoso comigo e aceita este
alimento que te ofereço com a pureza e amor de meu coração cheio de gra-
tidão. Obrigado de coração pelo alimento de todos os dias desta vida e das
passadas. Obrigado também pela água, pelo ar, pelo fogo e pela alegria de
jantar com o meu amor esta noite.
– A escuridão do universo não pode esconder as estrelas e nem a escu-
ridão da noite pode esconder o meu amor por você. As estrelas não conse-
guem destruir a escuridão do universo e nenhum demônio ou Deus pode
destruir o amor que sinto por você. O amor é o rei dos bons sentimentos e
pensamentos e você é o rei de meu coração e mente. Meu corpo é o teu cor-
po. Minha alma é a tua alma e nós somos uma só pessoa. Neste campo neu-
tro de luz e escuridão branca e negra que é o universo e o inconsciente da
mente de Deus eu vou te amando com respeito e sem medo.
– Me amas com respeito e sem medo porque sabe que meu coração
como o universo cheio de estrelas está cheio de amor por você e que esse
amor é puro, honesto, sincero, suave, protetor, benévolo, compassível, in-
condicional, pacífico, grandioso, simples, doce, infinito, brilhante, eterno,
transcendental, bonito, sensível, amigo, fiel, raro e verdadeiro. O que que-
ro dizer é que tu és a minha vida, a minha meta, o meu amor, a minha
alma, o meu coração, o centro das minhas adorações, as minhas preces e o
meu Deus.
– Sem água, luz, ar e terra a flor murcha e morre e sem você que é tudo
para mim eu murcho e morro de tristeza e amor. Tão importante quanto a
água é para flor é você para mim que é a minha vida e o meu amor. O sol
não consegue iluminar toda a terra e nem a felicidade ao meu coração quan-
do estais longe de mim. O sol e a lua conseguem iluminar toda a terra e a
felicidade consegue iluminar todo o meu coração com luz e beleza quan-
do estou com você.
– O sol representa a luz e a lua a escuridão e em meio a luz e a escuri-
dão eu vou te amando em meu coração como a luz da lua cheia em meio a
75

escuridão da noite e a luz do sol em meio a claridade do dia. De noite faz frio
e de dia faz calor, isto tudo é só para dizer como é belo por você o meu amor.
– Existe algo mais belo que o seu amor por mim.
– E o que é?
– É o meu amor por você.
No dia seguinte no comércio de tapetes e vasos de cerâmica dos pais de
Chandroár, uma amiga assuriana disse a Chandróar:
– O rei Kikkia morreu esta tarde.
– Pena não ter morrido com ele seus aliados e o seu governo de escravi-
dão, terror e medo.
– Daqui a 4 mil anos todas as monarquias do mundo desabarão como a
Torre de Babel do rei Ninrode da Babilônia.
– As antigas cidades estados da Suméria viviam em guerras entre si, en-
tão Sargão I se aproveitou desta vantagem e unificou todas as cidades em
uma só nação. A mesma coisa deveria acontecer com todos os reinos da ter-
ra em um só e sob a liderança de um só rei que fosse justo, honesto e piedo-
so com seu povo.
– Transformar o mundo em uma monarquia com um só rei? Aqui na
terra, isto nunca vai acontecer. Mesmo que isto aconteça e criem uma nova
forma de governo, ainda assim a maioria do povo da terra continuará viven-
do com medo de Deus e na pobreza.
– Neste planeta, poucos vivem na riqueza e muitos na pobreza e sem-
pre será assim até destruírem este planeta. O certo seria todos viverem na ri-
queza. Deus fez muita terra para que todos os seres humanos vivessem em
grandes castelos com grandes muralhas para protegê-los dos ladrões. Deus
fez muita água e árvores para que os seres humanos tivessem muita carne e
frutos para comer. E os reis e seus aliados políticos criaram leis que privaram
todos os povos da terra de seus sonhos e direitos.
– Monarquia, direitos desiguais, leis desumanas, guerras, fome, rou-
bos, assassinatos, ignorância e miséria é isso o que é um verdadeiro infer-
no na terra.
76

– O que é verdade, virou mentira e o que era para ser um parque de di-
versões se tornou uma prisão onde os prisioneiros vivem se matando por
ouro, deuses e religiões.
Enquanto conversava com a amiga, Alanina entrou na loja e sem no-
tada fingiu está escolhendo algo para comprar enquanto ouvia Kiki dizer a
Chandroár:
– Seu pai me falou que você está noivo da Alanina?
– O que ele lhe falou é verdade.
– Ela é bonita.
– E ciumenta também. Se me visse aqui conversando com você ia pen-
sar que estava tendo um caso com você.
– Isso é normal. Ela sente ciúme de você porque tem medo de te per-
der para outra, se sentir desprezada como um lixo e ficar sofrendo com isto.
– Eu tenho coragem de matar Annunaki, reis ladrões e assassinos, mas
trair ela com outra, isto eu não tenho não.
– E se fosse a rainha?
– Eu diria a ela, querida rainha, nem mesmo que me escolhessem para
ser o rei da terra para trair minha mulher, eu preferia tomar veneno, entrar
no fogo e bater com minha cabeça na pedra a trair ela.
– É muito difícil encontrar um homem fiel aqui na antiga Suméria, pois
todos querem ser como os reis e ter muitas mulheres. Sua mulher é uma mu-
lher de sorte. Sinto-me feliz de ter um amigo que ama, valoriza e respeita a
sua mulher. Tenho que ir. A gente se fala depois e felicidades para vocês dois.
– Obrigado.
Assim que Kiki saiu da loja, Alanina com o rosto brilhando de felicida-
de, disse a Chandroár:
– Por favor senhor vendedor. Quanto custa isto?
– Para você não custa nada. O que está fazendo aqui?
– Vim trazer comida para você e matar a saudade que eu estava sentin-
do em meu peito.
77

– Oh meu amor. Muito obrigado. Senta aqui. Vamos comer esta comi-
da. Oi comidinha maravilhosa. Seja bem-vinda ao meu organismo e obriga-
do por me manter vivo. Eu te amo Alanina e estou muito feliz com sua visita.
– Obrigada amor. Nós podemos passar a tarde aqui com você?
– É claro que pode. Não precisava nem perguntar. Como está
nosso bebê?
– Está bem e feliz por estar aqui comigo, com Deus e você.
Enquanto conversavam sobre si e o bebe, os soldados a cavalo do rei pas-
saram correndo velozmente em frente à loja dos pais de Chandroár. Chan-
droár disse a Alanina:
– Os soldados do rei Zulilu estão indo para a batalha com os amoritas da
Mesopotâmia do Sul de novo.
– Ainda bem que temos os soldados do rei e a muralha para nos proteger.
Vamos subir as escadas da muralha e ver a batalha lá do alto.
Enquanto Chandróar e Alanina subiam as escadas da muralha de As-
sur, o novo rei de Assur, Zulilu, enviou um falcão com um pedido de socorro
amarrado a pernas de um falcão para o rei de Ninive. Ao chegarem ao topo
da muralha, Alanina disse a Chandróar:
– Que exército enorme a dos amoritas. Deve haver uns 100 mil deles ali.
Nunca vi tantos ladrões e assassinos juntos assim prontos para saquear e ma-
tar milhares de assurianos.
– Muitos neste campo de batalha perderão seus pais, filhos e morrerão
infelizes agonizando de dor.
– Feliz serão os pais, os filhos e a Mesopotâmia do Sul, pois os ladrões e
assassinos que morrerão não ensinarão seus filhos a roubar e matar seus pró-
prios irmãos.
– A mãe terra vive tentando matar de calor o Egito e a Mesopotâmia,
pois já não aguenta mais viver como um vampiro bebendo o sangue de seus
próprios filhos. A terra já não suporta mais ver tanto horror na sociedade hu-
mana, mas alguns de seus filhos, como os reis e estes soldados não nasceram
para amá-la e protegê-la, mas para torturá-la e entristecê-la. É destruindo
78

civilizações que os seres humanos criam novas civilizações ainda mais cru-
éis que as anteriores. É difícil acreditar que daqui a pouco aqui em Assur e
na Babilônia muitos irão chorar a morte destes soldados patifes criadores de
desordem, medo e ódio entre os povos.
– Também na Babilônia e Assur, muitos irão sorrir com a morte destes
exércitos da escuridão no campo de batalha de Assur.
– Nas guerras entre nações, alguns choram de tristeza e outros sorriem
de alegria do sofrimento que Deus sente no campo de batalha. E ainda as-
sim Deus perdoa e ama todos eles sem ressentimento, magoa e rancor. Se
todos pudessem compreender o que estão fazendo de mal ao criador senti-
riam medo de machucar aquele que os criou com amor.
– Amor verdadeiro é assim. Você pode crivá-lo de flechas, apunhalá-lo di-
versas vezes, cortá-lo ao meio com uma espada, queimá-lo, enforcá-lo e afo-
gá-lo que ele não morre. Mesmo que os soldados amoritas me matem, meu
amor por você não morrerá e continuará evoluindo na próxima vida.
– Espero que na próxima vida os antigos sumérios não tentem mais nos
separar e destruir nosso amor, pois precisamos do amor de um pelo outro
para brilhar intensamente de felicidade e destruir a negatividade e escuri-
dão criadas pelos seres humanos. Em meio à guerra e a paz, minha alma e
coração continuam te amando sem parar cada vez mais.
– Mesmo em meio à guerra e a paz, você e nosso filho sobreviverá, mes-
mo que para isso eu tenha que sacrificar minha própria vida e oferecer meu
sangue em sacrifício a mãe terra vampiro.
– Começaram a se matar as cavalarias, os arqueiros e os soldados.
– Como é triste ver estas cenas de violência. Veja. Parecem um bando
de macacos lutando entre si.
– Quem você acha que vai ganhar este jogo mortal por poder?
– O exército assírio. Vendo estes dois exércitos no campo de batalha de
Assur, faz eu me lembrar da guerra que eu travava com a tristeza em minha
mente quando você viajava para outras cidades estados para visitar seus fa-
miliares.
79

– Esses amoritas são os criminosos mais ambiciosos do planeta terra. Já
tem metade da mesopotâmia e ainda não estão satisfeitos. Esses ladrões e as-
sassinos lutam em nome do crime e da injustiça e os assurianos em nome do
direito e da justiça divina, pois estão lutando em legitima defesa para salvar
as crianças, mulheres e idosos das garras da escravidão e da morte.
– O campo de batalha de Assur está se transformando num imenso ce-
mitério ao ar livre e a cidade-estado logo se transformará num mega hospi-
tal cheio de feridos.
– A luz é superior a escuridão e a justiça é superior a injustiça. Como a
luz prevalece sobre a escuridão, a justiça prevalecerá sobre a injustiça, assim
como o amor e a bondade prevalecem sobre o ódio e a maldade.
– Onde há amor, há gratidão. Onde há gratidão há amor. Da mesma for-
ma, onde há medo a ódio e onde há ódio há medo. O falso sistema de cren-
ças dos amoritas fez eles temerem Deus para que todos sentissem ódio e se
matassem em nome da ambição por poder dos seus governantes.
– Tantos estes reis quanto estes soldados são todos serial killers e psicopa-
tas. Veja como esses loucos doentes mentais matam com eficiência no cam-
po de batalha.
– Matar uns aos outros com eficiência foi tudo o que a humanidade
aprendeu em milhares de anos de má administração e guerras.
– Há equilíbrio e harmonia em toda a natureza do planeta, menos na
natureza da mente humana na escuridão. Tantos estes soldados quanto seus
reis são todos um bando de desequilibrados mentais.
– São todos fontes de maus pensamentos esses dementes no campo de
batalha assim como dementes, são seus reis irresponsáveis.
– Os reis e soldados fazem tantas coisas más como matar, roubar e escra-
vizar para que o povo pense mau deles para ficarem mau igual a eles.
– Esta guerra é uma história de terror e horrores. Tô com o coração e
mente cheios de compaixão pelo sofrimento daqueles soldados que estão
sangrando e agonizando de dor no chão.
– Enquanto sofrem, a morte anda entre eles libertando-os do sofrimento.
80

– Assim como a cada dia os seres humanos desta era de guerras ficam
cada vez mais perversos, também a humanidade a cada era que passa fica
mais perversa. Estamos na era de touro e é por isso que os humanos vivem
dando chifradas e facadas uns nos outros.
– A era de touro é a era decaída do bronze. A era de peixes que virá em
seguida será a era do ferro e de aquários será a era de ouro da humanidade
em que haverá paz, prosperidade e Deus em todo lugar. Infelizmente, os lí-
deres políticos e espirituais mentirosos ensinam que Deus está no céu jul-
gando a humanidade e não amando e perdoando todos. Estando todos ce-
gos com as mentiras ensinadas, eles não veem Deus (amor) uns nos outros
e em todo lugar e por esta razão se enchem de ódio e se matam com flechas
e espadas.
– Com espadas os seres humanos se matam sem piedade e escravizam
outros. Esta espada que tanto faz os seres humanos sofrer dor e injustiças é
o símbolo da justiça dos seres humanos.
– E a balança?
– É o instrumento que os comerciantes se utilizam para roubar (explo-
rar) o povo inocente e enriquecer ilicitamente por meio da majoração de
seus lucros. Também é o instrumento pelo qual os governantes se utilizam
para roubar seus povos.
– Toda esta cena de insanidade é consequência direta do ódio e temor a
Deus. Ninguém ama quem o julga e o pune. Na verdade, todo mundo odeia
quem os julga e pune. Os reis e os líderes religiosos ensinam que Deus está
julgando e punindo a humanidade e por esta razão a humanidade odeia
Deus e a si mesmo.
– Deus dar amor, vida, ar, água, luz, comida, alegria aos seres humanos
sem pedir nada em troca e em troca os seres humanos odeiam Deus. Não é
engraçado isto?
– É. É muito engraçado mesmo, principalmente para os generais e go-
vernantes que sorriem enquanto as mães de seus soldados choram de sauda-
de dos filhos que morrem no campo de batalha.
– Por que Deus deixa isto acontecer?
81

– Por que ele deu o livre arbítrio aos seres humanos. O livro arbítrio é a
liberdade de agir de acordo com sua consciência. Devido as leis feitas por lí-
deres de baixa consciência, o povo as segue, as defende e se tornam cegos,
loucos e com uma baixa consciência como a deles.
– Homens de baixa consciência sempre abordam outros com baixa fre-
quências e eis aqui na nossa frente neste campo de batalha, milhares de se-
res humanos possuidores de baixa consciência e amor por Deus.
– Fazem os governantes estas maldades com os povos da terra os reis, sa-
cerdotes, nobres e os soldados é para ensinar o povo perdoar e desenvolver
amor por Deus. O ódio a Deus na mente destes soldados fez deles os seres
humanos de consciências mais baixas da humanidade.
– Que Deus os liberte do ódio de seus corações e da escuridão em
suas mentes.
– Hoje vai ser uma noite cheia de tristeza em Assur, pois muitas mães e
pais perderão seus filhos nesta batalha.
– Muitas crianças também perderão seus pais nesta batalha. Assur é ago-
ra a capital das mães viúvas e dos filhos órfãos.
– Essa viagem torta de guerras é bárbaro e desumana. Fora do rio os pei-
xes enlouquecem e se matam entre si. Como os peixes, também os seres hu-
manos longe de casa enlouquecem e se matam entre si.
– Estes soldados amoritas podem separar meus braços, pernas e cabeça
de meu corpo, mas não podem separar de minha alma o amor que tenho
por você dentro de meu coração.
Assim que anoiteceu, foi feita uma trégua entre os exércitos inimigos
para enterrar os mortos. Enquanto os soldados vivos enterravam os solda-
dos mortos, Alanina e Chandroár ajudavam os feridos com água e remédios.
Chandroár disse a Alanina:
– Muitos soldados feridos estão voltando para casa (céu) vendo o seu
rosto bonito. Como eles, quando eu der meu último suspiro também que-
ro está olhando para ele.
82

– Muitos soldados estão morrendo infelizes porque perderão os bens
mais preciosos de suas vidas que são seus pais, suas mulheres e seus filhos. A
infelicidade deles não será mais pesada que a saudade e a tristeza que senti-
rei de você. Sem você, meu coração ficará tão estéril quanto o deserto onde
não surgirá nenhum tipo de alegria.
– Não quero que fique triste quando eu morrer, pois quando eu morrer,
eu renascerei mais uma vez para proteger e amar você.
– Você é tão importante para mim quanto a minha própria vida. Eu e
você somos partes de um mesmo ser e uma parte de mim está em você e
uma parte de você está em mim. E é isto que quer dizer um bebe.
– Nosso bebê se tornará um curador e estas são as suas primeiras aulas
de prestação de socorro.
– Nada disto estaria acontecendo se os seres humanos não vivessem na
dualidade da luz e da escuridão vivendo em conflito em suas mentes entre
o amor e o ódio a Deus. Na dualidade seus corações estão sempre preenchi-
dos de alegria e tristeza como o planeta terra preenchido pela luz e pela es-
curidão do dia e da noite.
– O corpo humano está cheio de escuridão. O planeta terra está cheio
de escuridão. A lua está cheia de escuridão. O universo está cheio de escuri-
dão. O sol e as estrelas estão cheios de luz assim como meu amor por você.
Assim que amanheceu, a batalha continuou sobre o cadáver dos mortos
e no final da tarde quando o exército assuriano estava perdendo a batalha,
soldados vindos de Nínive chegaram para ajudar a expulsar os assassinos e
ladrões amoritas de volta a Babilônia. Enquanto o exército amorita batia em
retirada, do alto da muralha de Assur, Chandróar disse a Alanina:
– Os invasores causaram muitos danos e causaram muito medo e tristeza
a nosso povo e indo embora eles nos deixaram como recompensa pelos da-
nos, muita alegria. Também a saudade que eu sentia de você quando você
viajava para longe de mim causou muitos danos a minha paz mental e quan-
do você voltava, a tristeza e o medo batiam em retirada deixando em seu lu-
gar muita alegria em meu coração que como as estrelas que não param de
83

brilhar, também não para de te amar e como as estrelas produzindo luz, ele
produz amor puro por você.
– Que bom que o pesadelo da guerra e da saudade acabaram para mim
e para você. Agora estou livre do medo, da preocupação, da ansiedade e da
insônia.
Nove meses se passaram, as guerras pararam, os negócios prosperaram e
o bebe de Alanina e Chandróar, Alanina nasceu numa noite de lua cheia de
sexta feira. Chandroár disse a ela:
– Só algo tão belo em todo universo quanto esta bela criança que criaste.
– E o que é?
– É você. A lua cheia representa a sua gravidez. Ela nasce com pouca
luz e depois fica cheia. O céu, a morada de Deus, a fonte criativa, a alma de
Deus foi de onde viemos a este planeta. Com o nascimento de nosso bebe, o
cordão umbilical foi cortado e houve a separação física, mas não a do amor.
O elo de amor entre a mãe e o filho é eterno assim como é eterno o nosso
amor com Deus e o meu por você.
Dez anos depois (1950 A.C), o reino de Assur se tornou independente de
Ur e se transformou no Império Assírio. Em 1910 A.C. Chandróar, enquan-
to passeava, caiu do cavalo, bateu a cabeça em uma pedra, morreu nos bra-
ços de Alanina e reencarnou 3 dias depois em Borasippa, cidade vizinha da
Babilônia. Nos 50 anos seguintes de lutas e guerras pela hegemonia do po-
der econômico, político, militar e espiritual entre as mesopotâmias do Norte
e do Sul, um amorita (árabe) chamado Amoreu Sumuabum, criou na Me-
sopotâmia do Sul em 1894 A.C a I dinastia amorita na cidade da Babilônia,
agora reino da Babilônia.
84

CAPÍTULO IV
O REINO DA BABILÔNIA E A
CIDADE DE BORASIPPA

E
m 1894, no reino da Babilônia, Amoreu Sumuabum pen-
sava no que fazer em relação a seu reino enquanto uma caravana de
comerciantes vinda de Borasippa caminhava lentamente pela paisa-
gem quente da Mesopotâmia do Sul em direção à capital do novo reino (Ba-
bilônia). Com eles, iam Analá (Alanina) e Ambor (Chandroár) em suas no-
vas vidas. Pouco antes de anoitecer, a caravana parou para descansar e para
curtir o pôr do sol. O líder do grupo, Elias disse à Ambor:
– Ambor.
– Sim líder.
– Este jumento está com sede, leve-o a água pura deste oásis e dê-lhe
de beber.
Ambor levou o jumento para beber água e na água limpa e cristalina do
oásis, ele viu Analá, banhando nua. Ao vê-lo, Analá tomou um susto, cobriu
os seios com um braço e a vagina com a outra e disse a Ambor:
– Vire-se para trás que eu vou sair e me vestir.
Ambor virou-se de costas e disse:
– Você é real ou é só uma miragem?
– Eu sou uma miragem e você quem é?
– Eu sou um admirador de miragens. Já vi muitas miragens belas na mi-
nha vida, mas nenhuma tão bela como a tua.
– Está me cantando, é?
– Estou.
– Pode se virar agora. Por que estás com as mãos nos olhos?
– Tenho medo de abrir os olhos e não ver você mais uma vez.
– Por que têm medo de não me ver?
86

– Por que eu sofreria muito se não pudesse te ver mais uma vez.
– E esse jumento aí?
– É a reencarnação do rei Ninrode da Babilônia.
– Como você sabe que ele foi o rei Ninrode?
– Ele me disse.
– E jumento fala?
– Fala, quer ver? Fala aí para ela jumentinho, você é linda, eu te amo,
case-se comigo e fica comigo para sempre.
– Você é engraçado. Eu tenho que ir. A gente se ver por aí.
Ambor pegou suavemente na mão de Analá e lhe disse:
– Por favor meu amor, não me deixe aqui sozinho.
Analá largou suavemente a mão de Ambor, sorriu e disse enquanto
caminhava:
– Você não está sozinho, Deus está em seu coração e seus guias de luz
ao seu redor.
– Eu te amo, fica comigo para sempre.
Enquanto Analá ia embora, o jumento se jogou no chão e começou a
sorrir de Ambor bem alto. Ambor disse ao jumento:
– Como você é engraçado rei jumento, estou morrendo de ri.
Enquanto Ambor dizia bobagens ao jumento, este ria cada vez mais. Ir-
ritado com o zombamento do jumento, Ambor disse:
– Como você é irritante, só podia ter sido mesmo um rei para ter nasci-
do assim.
E o jumento ria e ria de Ambor o tempo todo, na fonte e no acampamen-
to dos Borasippanianos. Ambor devolveu o jumento a Elias que lhe disse:
– Você demorou.
– Foi por culpa deste jumento. Lá na fonte, ele se jogou no chão e co-
meçou a ri de mim por um tempão. Tive que sentar e esperar ele parar de ri.
Elias sorriu e disse a Ambor:
87

– Obrigado Ambor.
– De nada líder.
Enquanto isso, Teka, esposa de Elias, disse à Analá em frente a uma
fogueira:
– O dever do fogo é queimar, o dever do homem é amar e proteger a
mulher com amor e respeito. Uma mulher tem muito direito sobre o seu fi-
lho, porque é ela quem o nutre, assim como a terra nutre uma árvore. Um
homem que não respeita uma mulher, não é um homem, é um covarde. O
dever de toda mulher é ser uma boa filha, uma boa esposa e uma boa mãe.
O amor entre um homem e uma mulher só dá uma relação feliz se houver
amor entre os dois. O amor é Deus.
Ambor passou por ali naquele instante, olhou para Analá, tropeçou
numa pedra e caiu de cara na areia em meio a poucas gramas e pequenas
flores. Analá disse a ele:
– Ei apreciador de miragens, a areia não é comida não.
Ambor sorriu, ficou de joelhos no chão, pegou algumas flores, com elas
se levantou, foi até Analá e lhe disse:
– As flores que estão em minha mão são pequenas, mas é grande o amor
que tenho por você em meu coração. Você roubou meu coração e mente
com sua beleza e encanto. Você enfeitiçou a minha mente e o meu cora-
ção com a sua beleza e o seu sorriso. Por favor, faça a gentileza de me acei-
tar como seu marido e pai dos seus filhos.
Ambor estendeu a mão para Analá que pegou as flores da mão dele. Ele
se levantou, a abraçou, a beijou e fecharam os olhos. Enquanto se beijavam,
as estrelas brilhavam com mais intensidade e o fogo cresceu. Assim que ama-
nheceu, os Borasippanianos deixaram o acampamento e continuaram sua
marcha em direção a Babilônia. Analá, coberta de panos da cabeça aos pés,
sentada no jumento zombador guiado por Ambor, disse a ele:
– Ambor.
– Diz, ó banhada de luz.
88

– O rei Amoreu Sumuabum já conseguiu criar o grande reino da Babi-
lônia na Mesopotâmia.
– Vai ser difícil para o Amoreu Sumuabum manter uma área tão gran-
de de terra, pois muitas cidades-estados da Mesopotâmia que foram e não fo-
ram submetidas ao seu poder e controle estão cheias de ódio por terem sido
subjugadas e incorporadas ao seu reino.
– Acredito que não haja uma região na Ásia, na África e na Europa
que já tenha bebido mais sangue humano inocente do que a região da Me-
sopotâmia.
– Essa região da mesopotâmia rica em rios e terras férteis é um dos lu-
gares mais belos do planeta, no entanto tantas riquezas tornaram esta terra
abençoada por Deus numa verdadeira maldição humana onde milhões já
perderam a vida por milhares de anos por causa da ambição e falta de visão
dos nossos governantes.
– Onde há abundância de escuridão em forma de medo, ódio e ambi-
ção há escassez de amor, bondade e compaixão. A região da mesopotâmia
tem o formato de uma lua crescente porque a lua crescente representa noi-
te com pouca luz e muita escuridão.
– Enquanto os governantes e os povos estiverem vivendo e sofrendo na
escuridão nem mesmo daqui a 5000 anos acabarão os conflitos nesta região
por causa de água, comida, terras férteis, ouro e religião.
– Religião significa como amar a Deus. Amar a Deus significa amar a si
mesmo e respeitar todos os seres vivos. As religiões da mesopotâmia ensinam
os seres humanos a odiar os seres humanos, portanto a região da mesopotâ-
mia é uma região sem religião, sem verdade e amor por Deus.
– Uma região sem Deus é uma região em que predomina a mentira e a
escuridão do ódio a Deus.
– O amor a Deus é o amor-próprio e ao próximo. Devido à falta de amor-
-próprio e ao próximo ninguém se ama, se respeita e todos se odeiam e ao
próximo.
89

– Sem amar a si próprio, ao próximo e a Deus, é impossível sentir paz e
ser feliz. Mas parece que é moda ser infeliz em todo lugar.
Após alguns dias caminhando pelo calor do dia e descansando no frio
da noite, Ambor e Analá viram de longe o rio Eufrates, a muralha e o portão
dos deuses da Babilônia. Analá disse a Ambor:
– É estranho.
– O que amor?
– Por um momento tive a impressão que já estive neste lugar antes.
– Isso é lembrança de outras vidas passadas. Quando morremos esque-
cemos o que vivemos, mas o espirito lembra. Pode ser que você tenha nasci-
do aqui antes de nascer em Assur.
– Eu tinha outro pai? Outra mãe? Outros irmãos e amigos?
– Tinha e você sofreu muito com a separação deles e eu entrei em tua
vida apenas para te fazer sorrir e aliviar o teu sofrer.
– Onde será que eu e eles estamos enterrados?
– Em um cemitério por aqui.
– O meu pai desta vida me disse quando eu era adolescente que os mor-
tos vivem presos a uma caixa escura e que os vivos que vivem na escuridão
sem ver Deus em tudo são cegos e mortos-vivos que caminham pelo chão.
– O que disse vosso pai é verdade e eis ali a cidade da Babilônia, capital
do reino da Babilônia e um dos maiores cemitérios de mortos vivos da Me-
sopotâmia. Já faz 4 mil anos que muitos reis e povos tem tentado conquistar
a Mesopotâmia e outras terras além dela e somente um foi bem-sucedido,
mas não por muito tempo.
– Foi o rei Sargão I da Árcadia (2270-2 215 A.C), não foi?
– Foi. O que você sabe sobre ele?
– Dizem que ele era filho de uma sacerdotisa que o colocou dentro
de uma cesta de juncos no rio que foi achada por uma moça que o criou
como seu filho adotivo. Mas na realidade, Sargão I da Arcádia era outro la-
drão, assassino, ambicioso, mentiroso, egoísta e oportunista que sonhava em
90

conquistar todo o globo. Ele se aproveitou da oportunidade dos conflitos das
cidades estados da antiga Suméria para unificar toda a Mesopotâmia que
após sua morte se dividiu em Mesopotâmia do Norte e Mesopotâmia do Sul.
Seu vasto império estendeu-se do Elam ao mar Mediterrâneo.
– Onde fica o Elam?
– Na região a leste da Mesopotâmia que faz fronteira com o golfo pérsi-
co. O Elam existe há 1000 anos (3000 A.C) e sempre foi rival dos sumérios,
dos arcádios e agora dos babilônicos na disputa pela hegemonia do oriente
próximo. A linguagem elamita não tem similaridade com nenhuma língua
dos povos da Mesopotâmia. A religião deles é politeísta e matriarcal. Seu
Deus é a deusa Kiririsha.
– Na política expansionista do rei Sargão I, ele conquistou muitas terras
e o povo da antiga Suméria e da Mesopotâmia ainda hoje continuam viven-
do na escuridão da ignorância e da miséria. Há muita semelhança entre as
civilizações mesopotâmica e egípcia. O Alto e Baixo Egito eram 2 reinos que
se tornou um só no tempo do Narmé. A Mesopotâmia no tempo do Sargão
I era uma só que se tornou duas.
E o Amoreu Sumuabum?
– É outro megalomaníaco que tentará como os egípcios expandir por
meio das conquistas as fronteiras do seu país.
Ao chegarem à porta dos deuses, Analá disse a Ambor:
– Como são lindas e magníficas estas figuras em alto-relevo na parede.
Quem quer que tenha feito, é um grande artista. Quem será que fez?
– Não tenho a mínima ideia.
Assim que atravessaram a porta dos deuses da Babilônia, Ambor disse
a Analá:
– Que cidade linda. Ficou ainda mais linda com você nela.
– A viagem foi longa e cansativa. Estou com calor, com fome, com sede
e vontade de banhar no rio Eufrates.
– Assim que pararmos no lugar onde passaremos a noite, deixaremos o
grupo e iremos comer, beber e banhar de rio.
91

Assim que o grupo parou para descansar, Ambor e Analá foram passe-
ar pela velha Babilônia e encontraram uma feira onde compraram comida
fresca para comer na margem do rio Eufrates. Enquanto iam caminhando
em direção ao rio viram uma multidão de amoritas em torno de um bura-
co. Eles foram até o buraco e viram 5 cadáveres de Annunaki sendo retira-
dos dele. Analá perguntou a Ambor:
– Que criaturas estranhas são estas que estão tirando deste buraco?
– São os restos mortais de 5 Annunaki.
– Que criaturas enormes e horríveis de feias. Ainda bem que estão mor-
tas, pois se estivessem vivas eu sairia daqui correndo e gritando de pavor.
– Esses Annunaki são monstros não é só na aparência, mas também na
maneira de pensar. Pensam que são deuses e os seres humanos animais, mas
Deus é tanto os humanos quanto os deuses. O que deveriam fazer com estes
animais é queimá-los neste buraco até que seus ossos virem pó. Esses lagar-
tos carnívoros viveram aqui na Babilônia e outras cidades estados da Meso-
potâmia e do Egito, se alimentando de carne e sangue humano há milhares
de anos e há 100 anos, todos os que viviam aqui na Mesopotâmia e no Egi-
to deixaram misteriosamente este planeta.
– Devem ter editado uma lei lá no planeta deles que proibiu eles de co-
merem seres humanos e viverem neste planeta. Que bom que foram embo-
ra. Espero que nunca mais voltem.
– Nós seres humanos somos como os extraterrestres, alguns estão na es-
curidão como os Annunaki (draconianos\reptilianos) e outros na luz como
os pleidianos.
–Vamos continuar nosso passeio.
Assim que chegaram ao rio, Analá pulou com a roupa preta que cobria
todo o seu corpo, descobriu o rosto e disse sorrindo docemente a Ambor:
– Não há nada melhor para acabar com o calor do que ficar toda mo-
lhada de roupa.
– Também não há nada melhor para acabar com a tristeza do que está
perto de você.
92

– Me dar estas tâmaras aí, pega tua viola e canta uma canção para mim.
– Ó você que é amada pelo universo e pelo mundo, ó você que é um
rio de amor, eu te amo meu amor. Flor do céu, de todas as flores, és a mais
bela de todas. Você é o amor da minha vida sem o qual não posso ser feliz.
Linda é a lua cheia e as estrelas cuja beleza não se compara com a beleza
de 1\4 da beleza de apenas um dos fios do seu cabelo. É tão bonito o teu ca-
belo negro que até mesmo as ruivas cujos cabelos são vermelhos como pé-
talas de rosas gostariam de ter um igual ao teu. Nada é mais glorioso neste
mundo que o teu cabelo dançando com o vento. Quando estão soltos, a be-
leza de teu cabelo me liberta de todos os maus pensamentos e quando es-
tão amarrados, eles prendem ainda mais a minha mente e o meu coração ao
teu. Nem mesmo o mais belo fio de seda, poderiam se comparar com a be-
leza e maciez de um dos fios do seu cabelo. Nem mesmo rio Eufrates ilumi-
nado pelos raios da lua cheia, do sol e das estrelas poderiam ser comparados
à beleza de cada um dos fios do seu cabelo. Seu cabelo é um rio de beleza e
o meu não possui nem mesmo uma gota da beleza que possui o teu. Quan-
do o meu cabelo se junta ao teu, ele sente amor e felicidade. Seu cabelo
tem tanto poder que quando meus dedos os tocam, eles imediatamente se
enchem de paz. Gostou?
– Gostei. Por que parou?
– Moça que amo do belo cabelo, nem mesmo a beleza combinada das
montanhas e ilhas desta terra podem se igualar com a beleza que possui a
sua testa. É por meio da tua bela testa que nossos pensamentos se amam
por meio de nossas mentes, pensamentos e corações. Nem uma testa des-
te planeta é mais bonita que a sua. A sua bela testa é coberta por uma pele
linda e fina que desafia e faz empalidecer de vergonha, a mais bela das flo-
res e a mais lisa das sedas. Há tanta beleza em sua testa que é difícil descre-
ver a beleza que ela possui. É muito mística e transcendental a beleza que
está estampada na tua testa. Já vi muitas testas lindas em minha vida, mas
nenhuma tão linda quanto a tua. É tão bela a beleza de tua testa quanto a
primavera.
– Não para.
93

– Amor de Deus. Suas sobrancelhas são tão cheias de beleza como duas
luas crescentes e dois arcos feitos de abelhas. Delas emanam luz que ilumi-
na meus passos e doçura que adoça a minha vida. Belos são os arcos dos rios
e do arco-íris, mas a beleza de tais arcos são pálidos em relação à beleza de
suas sobrancelhas. As suas sobrancelhas são tão bonitas, que elas me desli-
gam automaticamente para qualquer mulher ou deusa deste planeta e do
universo. De tuas sobrancelhas partem flechas perfumadas que trespassam
meu coração com a sua beleza e enche ele de amor por você. Tuas sobran-
celhas são os ornamentos graciosos que embelezam ainda mais a beleza do
teu rosto. Com tais armas perto do seu cabelo, você conquistou e roubou
meu coração com o seu encanto e beleza.
– Continua.
– Seus olhos brilhantes são tão belos quanto dois sóis ou duas luas cheias.
É tão doce e encantador o seu olhar que ele encanta a minha mente e en-
che meu coração de amor. Como pássaros inquietos seus olhos se movem
graciosamente belos. Os contornos suaves de seus olhos são tão belos quan-
to as pétalas das flores do deserto e os mais belos desta terra e deste univer-
so. Como uma flor de lótus abrindo com os raios do sol e se fechando com
os raios da lua, também assim são seus olhos quando se abrem e se fecham
de dia e de noite. Tão bonito quanto o amanhecer e o anoitecer são a beleza
do piscar dos olhos teus. Aonde quer que eu vá, o que quer que eu veja, eu
só vejo você em todo lugar. É grande o amor do céu pela terra, maior ainda
é o meu amor por você.
– Prossiga.
– Seu nariz é tão bonito. Do seu nariz entra e sai o ar vital que a mantém
viva e cheia de alegria. Sendo possuidor de muita beleza, seu nariz encanta
o meu. Como as flores que embelezam as plantas, seu nariz embeleza seu
rosto e me encanta. Nenhum nariz neste planeta e no universo inteiro me
é mais querido que o teu. Amo teu nariz não é só porque ele realça a beleza
do teu rosto, mas porque ele te mantém viva e dar sentido a minha vida. En-
quanto você respira, a minha mente se enche de alegria. Enquanto você ex-
pira o meu coração de amor suspira. Seu nariz é arte divina cujos traços são
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finos e delicados. Há muitos narizes na criação de Deus, mas nenhum de-
les, pode se comparar com a beleza que possui o teu. Visto de todos os ângu-
los, seu nariz é um verdadeiro encanto. Eu me sinto muito atraído à beleza
do seu nariz. Seu nariz é bilhões de vezes mais querido a mim do que a res-
piração da minha própria vida.
– Ainda não cansei de ouvir.
– Seus lábios cor-de-rosa e de contornos suaves e bem desenhados são
obras de arte e os mais belos de todo o universo. São tão belos e cheios de
luz que eles parecem a via láctea viajando pela galáxia. Ver tais lábios dar aos
meus olhos, mente e coração, imenso prazer e satisfação. Seu sorriso lindo
tem o poder de trazer paz e alegria a minha mente e a minha vida. Seus be-
los lábios suaves me inspiram a criar canções e incitam desejos luxuriosos
em meu coração. Seus lábios fascinam minha cabeça e mente com sua bele-
za. A visão de seus lábios dar muito prazer aos meus olhos e coração. Tua voz
é tão suave, bonita e melódica como o canto de um rouxinol. Como as estre-
las enfeitam e encanta o céu de beleza, as flores embelezam e encantam os
campos, da mesma forma, teus lábios feitos da energia benevolente do amor
puro encantam e embelezam ainda mais a beleza do teu rosto. Seus dentes
são tão belos quanto botões de cereja. Quando meus lábios se encontram
com os teus, eles ficam tão felizes quanto almas se encontrando com Deus.
– Quero ouvir mais.
– É tão bonito e perfeito o seu queixo que quando o vejo, fico de quei-
xo caído. Teu queixo bonito parece um morro onde cheio de milhões de flo-
res. Tão bonito quanto o arco de abelhas do cupido é o arco que forma o teu
queixo. Não há neste planeta e em todo o universo um queixo mais belo que
o teu. Tão belo quanto teu belo queixo são tuas belas orelhas.
– Vá em frente.
– A beleza de teu rosto supera a beleza de milhões de estrelas, de luas
cheias e de todas as flores deste planeta. É tão bonito o seu rosto que ele en-
che meus sentidos, minha mente e meu coração de amor.
– Adorei a canção. Muito obrigada de coração. Tão querido quanto o
seu amor por mim é o meu amor por você. Nosso amor é como os dois lados
95

de uma concha que cria e protege a pérola do tesouro da nossa felicidade.
Eu te amo. Vamos?
– Vamos.
Analá cobriu seu rosto e com Ambor, continuou caminhando pelas ruas
da capital do reino da Babilônia. Enquanto caminhavam, ela disse a ele em
meio à noite, tochas, animais e seres humanos praticando vários tipos de
atividades:
– Aqui estamos nós longes de casa e na Babilônia cheia de tochas e fu-
maça em todo lugar. Fazemos parte de um grande reino que incorporou pela
força territórios ocupados da região da Suméria e da Acárdia.
– Estamos longe de casa, mas não por muito tempo. Talvez retornare-
mos a Borasippa amanhã ou depois de amanhã.
– A noite aqui é tão misteriosa e mística quanto as noites de Borasippa.
Não saímos desta cidade e parece que já estamos em outra. A cidade da Ba-
bilônia tem tantas tochas por toda a cidade que vista do céu parece as estre-
las vistas daqui da terra.
– Todas estas estrelas vieram da escuridão do universo. Também vieram
da escuridão todas as religiões e leis dos seres humanos.
– Diferentemente das estrelas do céu, as religiões e leis dos seres huma-
nos não são nada belas. Todas as religiões e leis da Suméria, Acádia, Elam,
Assíria, Egito e índia ensinam a seus povos que no início só havia escuridão e
que Deus é como o estado que julga, pune e manda todos para a prisão. Toda
escuridão que há no universo e na terra, são a escuridão criada pelas mentes
humanas. A escuridão representa o medo, o ódio, a ignorância, a ambição,
a violência, a guerra, o roubo, o furto, a mentira, a negatividade, a malda-
de, a tristeza, a agonia, o desespero, a pobreza, a fome, a dor, o analfabetis-
mo, as doenças, a morte e tudo o mais que faz os seres humanos sofrerem.
As estrelas representam o amor, a verdade, a bondade, a honestidade, a ale-
gria, a paz, a sabedoria, o perdão, a misericórdia, a piedade, a sorte, a espe-
rança, a paciência, a tolerância, a vida, a imortalidade, a doçura, a delicade-
za, a educação e Deus dividido em trilhões de almas que foram criadas para
96

iluminar, destruir e eliminar a escuridão do universo e da terra criada pelas
mentes doentias e obscuras dos seres humanos ignorantes.
– Um dia a verdade virá como o sol para destruir toda a escuridão criada
pelas mentes dos seres humanos assim como da terra e do universo e com ela
a cura para a loucura e escuridão das mentes dos seres humanos.
Dois dias depois, a caravana de mercadores de Borasippa deixou a ca-
pital do reino da Babilônia de volta ao lar. Em 1880, o rei Amoreu Su-
muabum, morreu e lhe sucedeu o reino da Babilônia de assassinos e ladrões
o rei Sumulael. Em Borasippa, Analá disse a Ambor:
– Amor. O rei Amoreu Sumuabum morreu.
– Graças a Deus. Espero que com ele tenha morrido também as guerras
para manter os territórios ocupados e expandir a Babilônia além das frontei-
ras do reino. Quem é o seu sucessor?
– Sumulael.
– É parente dele?
– É não.
– Quem é ele?
– Não sei.
– Espero que não se torne um tirano como o seu antecessor e não envol-
va mais o seu povo em guerras que são um grande desperdício de impostos.
Enquanto isso o rei Sumulael disse a um juiz da Babilônia:
– O que o senhor sabe sobre Borasippa?
– É a cidade do Deus Nabu, filho do Deus Marduk da Babilônia. Seu rei
é o Nabudonosor que mandou construir um zigurate de 7 andares e 70 me-
tros de altura para a divindade Nabu. É uma cidade completamente depen-
dente da Babilônia, cujo clima é quente e as terras semiáridas.
Enquanto isso em Borasippa, por meio da escrita cuneiforme, Ambor es-
creveu em tabuletas de argila a história do rei Nabucodonosor e a constru-
ção do Zigurate de Nabu. Em 1812 A.C, morreu o rei da Babilônia Sumula-
el e seu sucessor foi seu filho Sin-mubalit. Sin-mubalit, conseguiu expandir
97

as fronteiras do reino da Babilônia enquanto as almas de Chandroár e Ala-
nina voavam em direção à região do Penjab, região situada a oeste da Índia.
98

CAPÍTULO V
O REI HAMURÁBI E A REGIÃO

DO PENJAB (ÍNDIA)
99

E
m 1790 A.C., o jovem príncipe da Índia chamado Lukash
(Ambor), da terra dos 5 rios (Jilum, Chenab, Rauí, Beás, Satle), re-
gião do Panjabe, saiu a cavalo do palácio disfarçado de soldado do
rei e caminhou pela cidade em direção ao rio Chenab. Enquanto banhava
no rio Chenab, ele viu uma bela indiana chamada Anamor (Alanina) des-
cendo o rio de canoa. Ele disse a ela:
– Quanto é a viagem até a vila mais próxima?
– Não muito. Entre.
Ao subir na canoa, a canoa virou e a indiana caiu na água com a mão di-
reita fechada no ar. Ao sair da água, séria, Anamor disse a Lukash:
– Você nunca entrou numa canoa antes?
– Já, mas não tão pequena quanto esta.
– Eu deveria te cobrar o dobro pelo acidente, mas como sou uma moça
boa, eu vou te perdoar e cobrar o mesmo valor.
– Muito obrigado de coração por me perdoar bondosa moça.
– De nada. Entre primeiro e não vire mais a canoa.
– Deixe-me ajudá-la a subir.
– Obrigada. Para que uma espada, escudo, arco e flechas? Está indo a
alguma guerra?
– Estou não. Elas são para me proteger dos perigos da floresta.
– Você não confia que Deus te ama e te protege?
– Confio.
– Então joga isto tudo no rio para que ele possa se proteger contra a fú-
ria dos seres humanos desta era que adoram se matar entre si.
1 00

Lukash jogou as armas e as vestes de soldados no rio. Anamor pergun-
tou a ele:
– O que houve? Deixou de ser soldado do rei?
– Deixei. Eu não quero mais pensar em guerras. O que quero agora é paz
e amor na minha vida. O que é que você está fumando?
– Ganja (maconha).
– O Veda Athava escrito a 200 anos (2000 A.C) menciona a ganja como
uma das 5 plantas sagradas. Diz o Veda Athava que o Deus Shiva, esposo da
deusa Parvati e mãe do menino elefante Ganesha, ficou tão feliz com um
banquete oferecido a ele e Parvati que salivou e do contato de sua saliva com
a terra nasceu a maconha.
– Você já fumou?
– Já não.
– Gostaria de experimentar?
– Gostaria. Obrigado.
– De nada.
– Cof, cof, cof.
– Há, há, há. Essa é da boa. Essa é forte.
– Bota forte nisso. Tô com meus olhos cheios de água e sentindo paz e
alegria em minha mente e coração.
– Ainda bem que não deixei molhar senão eu não teria conseguido tor-
nar meu Karma mais leve te dando esta alegria.
– Quando vi você caindo na água de mão fechada, pensei que ia me dar
um murro na cara.
– As nossas mentes adoram nos enganar com falsas ideias assim como os
governantes adoram enganar os povos com suas inverdades. Se todos os sol-
dados do mundo jogassem suas armas fora haveria paz em todos os reinos.
Mas isto só vai acontecer quando todos os governantes e povos da terra fu-
marem ganja.
– Qual é o seu nome?
1 01

– É Anamor e o seu?
– É Lukash. Muito prazer em conhecê-la.
– O prazer é todo meu.
– Você é filha de quem?
– Sou filha do mestre Rakesh. Fabricante, vendedor e alugador de cano-
as da região do Penjabe. E você?
– Eu não sou filho de ninguém importante. Meus pais são agricultores
e vivem de plantar e vender arroz ao povo.
– Você desce e sobe o rio transportando pessoas?
–Sim.
– Esse trabalho não é um trabalho duro para uma jovem tão frágil e bela
quanto você?
– É. Mas o que posso fazer? Nasci pobre e vou morrer pobre. Não sou
filha de rei e se eu não trabalhar, eu vou morrer de fome. O que o rei de-
veria fazer era ocupar todo o povo da Índia para produzir alimentos, remé-
dios, roupas, casas para que nenhum súdito sofra de fome, frio, raiva, triste-
za e doenças.
– Dar esses direitos ao povo é dever de todo rei, mas muitos reis da Índia,
da Mesopotâmia e do Egito não respeitam estes direitos e nem cumprem
com os seus deveres pois eles não têm amor por Deus, pois se tivessem os
povos da terra não viveriam sofrendo de fome, frio, raiva, tristeza e doenças.
Deus ama tanto a humanidade e a humanidade devido a escuridão das men-
tiras vive com medo de Deus daquele que mais a ama neste planeta. Deixe-
-me falar como é a infância de um rei. Um rei quando nasce, seu pai lhe diz:
– Quando você crescer, você será um grande rei, em vez de eu te amo
meu bebe, seja bem-vindo a sua nova vida e família.
Quando o bebe se torna uma criança, seus pais lhes dão um monte de
soldadinhos de madeira e lhe dizem:
– Um grande rei é aquele que possui um grande exército para prote-
ger seu povo de virar escravo de outros reis. Para que um exército vença
uma guerra você deve dar a ele muita comida, moedas, promessas e armas
1 02

modernas. Jamais ensine seu povo a verdade sobre Deus, pois se o povo amar
a Deus, você terá um exército de frouxos que amarão a si mesmos e aos ou-
tros. É muito perigoso dar saúde e visão ao povo por que um povo saudável,
bem alimentado e educado verá a verdade sobre nosso sistema de controle
por meio do medo, abandonarão as religiões, contestarão as leis e derruba-
rão seus reis do poder. O povo é escravo do rei como o rei é escravo de Deus.
Na escravidão vive o rei e na escravidão deve viver o povo do rei pois esta é
a vontade de Deus.
– Escravidão não é a vontade de Deus, mas a vontade dos reis e Deus
não é um rei de carne e osso para escravizar seus próprios filhos. Se meu pai
for um rei e ele me acorrentar, ele é pai e rei só de nome. Rei e pai verda-
deiros não são aqueles que conquistam muitas terras para deixar após a mor-
te para os herdeiros. Pais e reis verdadeiros não são aqueles que escravizam
seus filhos e súditos por meio de correntes e mentiras mas aqueles que amam
Deus e os libertam por meio do amor e da verdade.
– Meu pai esteve recentemente na capital do império da Babilônia. Ele
me disse que lá tem um rei chamado Hamurábi que criou um código de leis
conhecido como Lei de Talião (retaliação) ou lei do olho por olho e den-
te por dente que tem por finalidade punir o criminoso com o mesmo crime
que cometeu.
– Pena que estas leis não se aplicam aos reis, seus generais e aliados polí-
ticos que vivem mandando seus soldados separar com espadas as cabeças dos
corpos dos civis e militares que estão sendo mortos no campo de batalha por
defenderem suas famílias, terras, povo e país da ambição e tirania de tais reis.
– As guerras unem e mantêm muitos separados.
– A separação entre povos é o resultado da separaçãodos homens de si
mesmos e de Deus. Quando os seres humanos voltam sua atenção para o
céu e os deuses, eles se esquecem de si mesmos e de Deus que vive den-
tro deles. Não haverá mais separação entre povos, mas união e prosperida-
de entre
eles. Meu pai me disse que o povo da cidade da Babilônia é muito vio-
lento, mas que a cidade é muito bonita. Queria eu ser uma princesa ou
1 03

uma mulher rica para conhecer a capital do império da Babilônia. Chega-
mos à vila.
– Foi agradável passear com você até aqui. Agora me leva de volta.
– A volta é o dobro do valor.
– Tudo bem. Posso remar por você?
– Pode. Mas não tem desconto não.
– Me dá o remo.
Enquanto subiam o rio de volta, o sol ia se pondo lentamente e Anamor
disse a Lukash:
– De manhã o sol nasce calmo, a tarde fica bravo e no final da tarde ele
fica calmo.
– Ele é iluminado. A lua precisa de 30 dias para se iluminar e ele só de
um dia. Ele queima forte a tarde inteira para queimar e destruir a negativida-
de e a escuridão das mentes humanas presas a velha energia do ódio a Deus.
Enquanto viajavam pelo rio e pela floresta, o rei da região do Pen-
jabe disse:
– Soldados, procurem o príncipe Lukash em todo o Penjabe.
Assim que anoiteceu, Anamor e Lukash montados a cavalo caminhavam
pela floresta do Penjabe iluminada pelos raios da lua cheia. Em meio a flo-
resta iluminada, Lukash disse à Anamor:
– Esse foi o dia mais divertido da minha vida.
– Seu divertimento está apenas no início.
– Se eu te dissesse que estou apaixonado por você, o que você diria?
– Que eu também estou apaixonada por você.
– Se eu te dissesse que quero me casar com você e morrer em seus bra-
ços você deixaria eu dar um beijo em você?
– Deixaria você me dar quantos beijos quiser.
Após o beijo em cima do cavalo, Lukash disse a Anamor:
1 04

– Nenhuma fruta, flor ou mel desta floresta é mais doce que um beijo
teu. Muito obrigado por me deixar beijá-la e dar tanta alegria ao meu cora-
ção e alma. Eu te amo.
– Eu também amo você.
Após algum tempo, chegaram a oficina e casa dos pais de Anamor. Ao
ver sua filha com Lukash se aproximando em cima do cavalo branco, o pai
de Anamor, com o coração feliz disse a ela:
– Graças a Shiva e Parvati você voltou minha filha. Eu estava muito pre-
ocupado. Quem é este rapaz com você?
– É um ex soldado do rei, meu namorado, futuro pai de meus filhos, seu
genro e amor de minha vida.
– Olá meu filho. Seja bem-vindo à sua nova família. Desçam deste ca-
valo e venham comer e beber conosco.
O cavalo branco abaixou-se e Lukash e Anamor desceram dele. Após
fumarem, beberem, comerem peixes e frutos silvestres, Anamor pegou sua
cítara, seu pai um tambor e sua mãe uma concha do mar e Lukash cantou:
– Anamor, meu amor. A lua ilumina o mar com raios de luz prateados
e você ilumina o meu coração com a luz pura do amor infinito e incondi-
cional. A luz do amor faz desta noite a noite mais alegre de todas as noites.
Com amor e alegria na mente e no coração eu vou te amando docemente.
Você é a minha alma, a minha vida, os meus olhos, a minha mente, o meu
coração e o meu amor. Há muitos tipos de amor, há muitas formas de amar
e dizer eu te amo e eu te amo cantando com alegria em meu coração. Onde
há amor, há gratidão, onde há gratidão, há amor e meu obrigado de cora-
ção meu amor por ter semeado tamanha alegria em minha alma. O alimen-
to do fogo é o ar, o alimento do meu amor por você é o tempo, pois a cada
segundo que passa eu te amo mais. Junte todas as estrelas e flores do céu,
faça da luz das estrelas e das flores do céu uma flor brilhante e você pode-
rá ter uma pequena noção de como é grande e luminoso o meu amor por
você. Não quero ser um sultão árabe e ter um harém cheio de belas mulhe-
res, não quero ser um rei e ter muitas terras e ilhas, tudo o que eu quero é
o seu amor vida após vida. O piscar de seus olhos é tão bonito que parece o
1 05

dia nascendo e o sol se pondo num mesmo momento. Diferentemente do
sol que só brilha de dia e da lua que só brilha de noite, o meu amor por você
brilha em meu coração e mente tanto de dia como de noite. Sua beleza en-
canta minha mente e meu coração como as flores encantam as mentes e os
corações das abelhas. Como as estrelas brilhando no firmamento, assim é o
meu amor por você em meu coração. Neste mundo de ilusões, só o amor é
verdadeiro e por ser verdadeiro ele tem mais valor do que tudo que é ilusó-
rio dentro da cabeça e do sonho de Deus. A luz da lua é um fogo tão suave
como o fogo do meu amor por você. Meu amor por você nesta vida come-
çou há algumas horas, mas todo grande incêndio começa com uma pequena
chama. Como a luz que destrói a escuridão, o amor que sinto por você des-
truiu a tristeza do meu coração. De tanto o meu coração queimar de amor
por você ele parece um universo negro em chamas. As estrelas possuem co-
res diferentes, junte todas elas e você terá um arco-íris de luz cuja alma se
parece com a alma do meu amor por você que enche o meu coração, mi-
nha mente e o mundo ainda mais de cores e beleza. Ó luz divina que brilha
no universo do teu coração que ilumina a minha vida e queima com amor
o meu coração, eu te amo tanto. Em meio a paz e a guerra, a realidade e a
ilusão eu vou te amando em meu coração. Com amor eu ofereço esta can-
ção a Deus e a você que é o amor de meu coração. O meu amor por você
é belo e colorido como belo e colorida é a aurora boreal. O amor que sinto
por você é um sonho de paz em forma de realidade. Não há escuridão sem
luz e nem luz sem escuridão, também não há felicidade sem infelicidade
e nem infelicidade sem felicidade. Na felicidade e na infelicidade eu que-
ro estar ao seu lado com você sempre em meus braços. Pensando e amando
você sinto-me como se estivesse no céu e nos braços de Deus. Você é o meu
pai, a minha mãe, a minha irmã e o Deus que eu amo.
Um ano depois, o príncipe Lukash disse à princesa Anamor:
– Minha deusa celestial. Minha amada de alma imortal. Ó, várias ve-
zes nascida. Ó, morada do amor. Vamos conhecer a capital do império da
Babilônia?
– Vamos.
1 06

– Partiremos amanhã pela manhã.
No dia seguinte, pouco antes de amanhecer, dois cavalos brancos saí-
ram do palácio e caminharam em direção a um pequeno porto no rio Che-
nab, onde embarcaram sem seus cavalos em direção ao oceano índico. En-
quanto o barco descia o rio Chenab, Lukash disse a Anamor:
– São cerca de 400 km de distância daqui ao Oceano Índico. Nesta ve-
locidade chegaremos lá em 2 ou 3 dias.
– E qual é a distância entre o Penjab e a Babilônia?
– 2.500 km.
– Vamos chegar lá em 2 semanas, não é?
– É.
Três semanas depois (1772 A.C), Lukash e Anamor chegaram ao porto
da Babilônia no Golfo Pérsico. Assim que desceram do barco, compraram 2
camelos e partiram em direção a capital da Babilônia. Em meio ao deserto
do império da Babilônia, Anamor disse a Luikash:
– Nossa. Que vento quente. Como é quente este lugar. Acho que vou
desmaiar.
– Aguenta firme, só falta 800 km para realizar o seu sonho de conhecer
a Babilônia.
– Meu sonho de conhecer a Babilônia se tornou um verdadeiro pesade-
lo. Sinceramente não sei como as areias e as pedras deste deserto não derre-
tem. Estou cozinhando viva e começando a ter alucinações.
– O que você está vendo?
– O deserto inteiro se enchendo de água, grama, passarinhos, abelhas,
beija flores, borboletas, arco-íris, girassóis, pombos, cisnes, pavões, rosas, jas-
mins, flores de lótus, joaninhas, mangueiras, cajueiros, coqueiros, pitombei-
ras, jambeiros, laranjeiras, macieiras, uvêras, bem te vis, pombos, águias, co-
rujas, andorinhas, pardais, zebras, elefantes, cavalos, jumentos, papagaios,
montanhas cheias de gelo, lagos, lagoas, cachoeiras, rios, camaleões, fadas,
unicórnios, falcões, cães, gatos, crianças brincando e sorrindo, gaivotas, lu-
zes coloridas brilhando no céu e anjos cantando de alegria, vejo gigantes
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caminhando descalços, animais e seres humanos híbridos e a morte cami-
nhando em minha direção. Acho que morrerei sem realizar meu sonho de
conhecer a Babilônia. Amor estou morrendo de calor. Te vejo na próxima
vida. Eu te amo.
Anamor, ao dizer eu te amo para Lukash, fechou os olhos e caiu do ca-
melo junto com Lukash na areia dizendo:
– Anamor. Anamor meu amor. Não morra. Eu te amo tanto. Não me
deixa aqui neste deserto sem vida sem você. Eu não posso viver sem você.
Por favor ressuscita meu amor.
– Ah, ah, ah.
– Muito engraçado. Eu estou morrendo de ri. Você podia ter se machu-
cado. Me dar um beijo e vamos continuar a nossa viagem.
Depois de 4 dias de viagem, Anamor viu a Babilônia de longe e de per-
to e disse:
– É tão bela a babilônia que encanta os hindus e todos os outros povos
da terra.
– É mesmo uma bela prisão cheia de ladrões e assassinos. É para a fe-
licidade dos empresários que muitas guerras injustas são travadas para que
por meio dos impostos do povo, muitas cidades tão belas quanto estas sejam
construídas em todo o império árabe.
Ao entrarem na cidade da Babilônia, Anamor disse a Lukash:
– Nossa amor, quanta beleza e horror há nesta bela e imponente cidade-
-estado. Veja quanta gente sem mãos, pernas, olhos e braços,
– Isto tudo é consequência do pleno vigor das leis penais do código de
Hamurábi.
– Ao invés de se chamar Babilônia, capital do império da Babilônia, de-
veria se chamar Babilônia, a capital do povo mutilado.
Pouco tempo depois, Anamor viu em uma loja um lindo par de sapatos
bico fino de cor verde. Ela comprou o sapato e saiu feliz da loja com Lukash.
Com inveja da beleza de Anamor, a vendedora de sapatos disse a 3 soldados
1 08

que Anamor roubou um par de sapatos. Os soldados aproximaram-se de Ana-
mor e Lukash e disseram:
– Ei, vocês dois aí. Alto lá.
Lukash e Anamor pararam e olharam para trás. Lukash disse aos
soldados:
– Boa tarde cavalheiros. Por que nos abordam a parar e interrompem
nossa caminhada?
– Recebemos uma queixa de que sua companheira roubou um par de
sapatos da loja daquela senhora que vem vindo ali.
– Quem está sendo roubado é minha esposa que pagou com ouro o sa-
pato que comprou honestamente para embelezar ainda mais o seu pé.
– É mentira dele. Enquanto o marido dela conversava comigo e desvia-
va a minha atenção, ela saía da minha loja com os sapatos nas mãos. Devol-
va os meus sapatos.
– Devolvo somente se você devolver o ouro que lhe paguei.
– Você não me pagou ouro algum.
– Qual é a sua comigo? Tá com inveja da minha beleza ou da minha luz?
– Ladra de sapatos.
– Eu não sou ladra de sapatos. Deus que é minha testemunha sabe que
eu estou falando a verdade.
– Mentirosa, prendam-na.
Os soldados seguraram Anamor e bateram com uma vara em Lukash
que caiu de joelhos no chão enquanto os soldados do rei levavam Lukash
para a prisão. Uma garotinha aproximou-se de Lukash ainda caído no chão
e perguntou:
– Está doendo muito?
– Está.
– Tem paciência que daqui a pouco a dor vai passar.
– Terei.
– Pede para tuas células curarem a tua dor.
1 09

– Minhas células queridas. Por favor, curem a minha dor.
– Está se sentindo melhor?
– Estou.
– Deixa eu te ajudar a levantar.
– Obrigado.
– Pode andar?
– Posso.
– Então vá salvar sua esposa.
– Para que lado fica o palácio do rei?
– Por aquele lado ali.
– Quem é você?
– Alguém que acredita na sua inocência.
O príncipe deu uma pequena pedra de ouro a criança amorita e cami-
nhou com dor no corpo e no coração em direção a loja da denunciante do
roubo do sapato e lhe disse:
– Estou sentindo muita dor em meu corpo e muita tristeza em meu co-
ração por causa da sua injusta queixa. Você cometeu o crime de injuria, ca-
lunia e difamação e uma inocente foi presa por roubo. Você partiu meu co-
ração, mas eu te perdoo.
Enquanto isso, Hamurábi dizia a sua rainha:
– Como eu me sentiria se a morte levasse você? Me sentiria como um
cadáver caminhando pelo dia e pela noite.
Um soldado aproximou-se do Rei Hamurábi e lhe disse:
– Rei Hamurábi.
– Diga, soldado.
– Um homem deseja vê-lo.
– Diga a ele para vir outro dia.
– O homem é um príncipe da Índia.
– Traga ele aqui.
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O soldado levou o príncipe Lukash até o rei Hamurábi e lhe disse:
– Saudações rei Hamurábi da Babilônia. Meu eu superior saúda seu eu
superior.
– Quem é teu eu superior?
– É Deus em meu espírito.
– O que estás fazendo tão longe de casa e o que queres comigo?
– Lá na região do Penjabe da Índia, eu e minha esposa ouvimos mui-
to falar sobre a beleza da capital da Babilônia e do código de leis escritas do
grande rei Hamurábi. Então viemos conhecer a Babilônia. Aqui na Babilô-
nia, minha esposa comprou um sapato e a vendedora disse a 3 soldados que
ela roubou o sapato e eles me agrediram e a prenderam injustamente.
– Quem são os soldados e a vendedora de sapatos?
– Os soldados não sei quem são. A vendedora é da loja ao lado do Zigu-
rate de Etemenaki.
– Qual o nome da sua princesa?
– Anamor.
– Oficial. Vá a loja de sapatos e descubra quem são os soldados da prisão
injusta, a vendedora e a princesa Anamor. Depois traga todos ao Tribunal.
– Sim, meu rei.
– Vamos ao tribunal jovem príncipe. É por aqui. O que queres que eu
faça com os soldados, a vendedora e a sua amada?
– Quero que leve todos a julgamento e blá. blá. Blá.
Na prisão da Babilônia. Anamor com lágrimas nos olhos disse a si mesma:
– Não fica triste eu. Eu te amo. Para de chorar. Se alegra. O Lukash vem
te salvar. Se não vier, me tornarei escrava da Babilônia e nunca mais verei
meu príncipe e a Índia. Pai Shiva, mãe Parvati me liberta daqui. Que coisa
horrível é a prisão. Agora entendo um pouco o que passou Devaki, a mãe do
príncipe Krsna. O sofrimento dela perdendo todos os filhos diante de si não
é pior do que a saudade que sinto por meu príncipe. Lukash, onde você está?
Porque não vem me salvar? Não tenho forças para me libertar desta prisão e
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nem do seu amor. Te amo tanto quanto a mim mesma. Ó meu amor, venha
me salvar. Não me abandone, pois você sabe que eu sou só sua. Esta prisão
é como o ódio e deste ódio eu sairei para morrer sem você. Honesta fui a mi-
nha vida inteira na Índia e sem roubar nada como ladra morrerei na Babilô-
nia porta dos deuses do rei Hamurábi. Ó, Babilônia porque me castiga tanto?
Graças a inveja de uma mulher, perdi a liberdade, o meu príncipe e agora
perderei a vida por causa desta lei absurda do rei Hámurabi que permite al-
guém matar outra porque roubou um sapato. Só mesmo um rei idiota como
ele para criar uma lei tão idiota como esta, mais idiota ainda é este povo que
apoia tal lei e tal rei como este Hamurábi. Se este rei soubesse que na pró-
xima vida não nascerá mais rei e que estará sujeito a tal lei, certamente não
teria feito esta lei que tem separado por meio da força, da violência e da co-
vardia uma mulher de seu marido. Percorri 2500 KM de rio, mar e deserto
apenas para morrer por causa de um par de sapatos feitos de couro de carnei-
ro. Que maldição, porque não me tornei monja e me afastei da civilização
humana como disse minha mãe? Maldito Karma, eu não te quero mais. Kar-
ma maldito me deixa em paz. Karma maldito eu te descarto da minha vida.
Algumas poucas horas depois, Anamor, a vendedora de sapatos e os sol-
dados estavam no tribunal cheio de homens e mulheres de diversas cores e
credos do povo. O rei Hamurábi disse a Anamor:
– Você é a ladra de sapatos, não é?
– É não. Fui acusada injustamente de roubar um sapato e a acusação
é falsa porque eu não roubei sapato algum. Eu comprei com ouro o sapa-
to. A mulher que me vendeu o sapato que roubou o meu ouro. Ela é a la-
dra e eu a vítima.
– E você o que tem a dizer?
– Ladra é ela.
– Vocês soldados que efetuaram a prisão?
– Ladra.
– Ladra.
– Ladra.
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– Povo?
– Ladra, ladra, ladra.
– Lamento lhe dizer ladra de sapatos, mais você vai ser enforcada no fi-
nal da tarde.
– A decisão de todos vocês porá fim a minha vida e ainda assim eu per-
doo vocês por suas criancices e falta de bom senso espiritual.
– Ladra. Vá com o soldado.
– Venha senhorita.
– Vão me levar de novo para aquele calabouço imundo?
– Vamos não. Vamos lhe levar para a uma corda dependurada em
uma árvore.
– Então é o fim. Adeus Lukash onde quer que você esteja. Adeus ami-
gos. Adeus mundo. Perdoa eles pela a injustiça Deus.
Enquanto Anamor falava suas últimas palavras, todos riam dela triste,
chorando e saindo do tribunal em direção a uma sala toda de mármore com
flores e um homem sentado de costa em uma cadeira:
– Quem é você? O que você quer de mim? Eu sou casada sabia? Eu amo
meu marido. Me deixa morrer em paz.
– Calma amor. Eu estou aqui.
– Seu louco. Graça a Deus você me salvou. Você tá engraçado vestido
de amorita. Como você está?
– Eu estou bem e você?
– Eu tô morrendo de fome e de saudade do Penjabe. Me leva de volta
para casa.
Lukash e Anamor embarcaram num barco feito de juncos pelo rio Eu-
frates e voltaram ao Penjabe, ele cantou para ela:
– Assim como você mesma é intoxicada e encantada com a beleza de teu
rosto, eu também sou tão encantado e intoxicado com a sua beleza quanto
você. Milhares de rios de águas claras iluminadas pela luz do sol e da lua,
flores como margaridas, lótus, tulipas, rosas, jasmins, joias valiosas como o
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ouro, diamantes, esmeraldas e rubis, juntas, jamais poderiam ser compara-
das com a beleza de teu rosto. Seu rosto é uma perfeição mística adornada
com traços perfeitos. De todos os rostos que Deus possui, o seu é o mais bo-
nito. É tão bonita a beleza de teu rosto, que ela faz os jasmins empalidecer
de vergonha. Deus chegou à perfeição de sua arte divina criando o seu rosto
divino. É inconfundível o teu rosto quando em presença de outras flores bo-
nitas. Tão bela como a primavera é a beleza do teu rosto. É tão bonito o teu
rosto que ele cega os meus olhos de amor. É tão bonito o brilho do teu rosto,
que nem mesmo o brilho das estrelas e das luas poderiam ter apenas uma pe-
quena fração da beleza que seu rosto possui. O brilho que emana de seu ros-
to, eclipsa a beleza da luz do sol, da lua cheia e das estrelas. Tão belo quan-
to à haste de uma flor do céu, é a beleza da haste de teu pescoço, base de teu
rosto de flor. As veias de teu pescoço são os rios de teu corpo. Como é bonito
o seu pescoço. A beleza dele vira minha cabeça e encanta meus olhos. Seu
pescoço é incrivelmente belo. Nada no mundo material e espiritual, pode
ser comparar a rara beleza, de seus ombros macios e delicados. Seus ombros
são muito bonitos, eles juntos compõem uma perfeição mística de muita be-
leza e encanto. A beleza deles é superior à beleza de milhões de pirâmides
de ouro puro. Assim como teu cabelo, testa, sobrancelhas, nariz, boca, quei-
xo e orelhas realçam a beleza de teu rosto, da mesma forma, teus ombros re-
alçam a beleza de tuas costas. Vistos sob todos os ângulos, seus ombros são
encantadoramente belos. Os arcos de teus ombros são tão belos, que esma-
gam o ego do cupido, com a sua beleza. Assim como o sol se põe e nasce en-
tre florestas e mares, os teus ombros se põem e nascem nas florestas e mares
de beleza de teu corpo. A cada avanço do momento, seus ombros se tornam
ainda mais belos. Seus ombros são dois oceanos de beleza. O seu ombro es-
querdo se chama paz, e o seu ombro direito se chama amor. É indescritível
a beleza e encanto de seus ombros. Eles embelezam e dão alegria aos lados,
à frente e as costas de teu corpo. Seus bracinhos lindos e delicados, que são
muito amados por mim, são tão lindos quanto os talinhos das flores de ló-
tus. Teus braços é arte, é poesia, é também alegria a minha vida. Milhões de
vezes mais bonitas, perfumadas, brilhantes e macias, que as flores de lótus
que florescem, tanto de noite como de dia, que também são lindas tanto no
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inverno como no verão, assim também é composta a beleza mística de suas
mãos. Como uma grande flor formada por milhões de flores, assim são suas
belas mãos. Tuas mãos de lótus são maravilhosamente belas e as pétalas de
teus dedos são esplendidamente lindas. Sua mão é um milagre da criação.
Como uma flor suas mãos se abrem, se fecham e exalam um doce perfume.
Tão belas e auspiciosas como as pétalas de teus dedos, unhas cheias de luas
nascentes, são as marcas que estão na palma da flor de tuas mãos. Como dez
luas nascentes, em meio a flores perfumadas, são as luas que compõem as
unhas que embelezam ainda mais o poder atrativo e beleza de teus dedos
das mãos. Mares de infinita beleza são teus pés, as suas unhas e as pegadas
que você deixa na areia. Cada passo seu é tão cheio de beleza quanto as flo-
res se abrindo durante o amanhecer.
Em 1716, Anamor e Lukash morreram e reencarnaram e dias depois
num grupo de hicsos acampado no Vale do Delta do Nilo do Egito.
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CAPITULO VI
O FARAÓSWOSERENRE E A INVASÃO
DO EGITO PELOS HICSOS

E
m 1704 A.C. na capital do Egito, assume o reinado do
império do Egito, o faraó Aya I (Merneferre) e no Vale do Nilo, Tote
disse a seu filho Erom (Lukash):
– Nós hicsos somos um povo vindo da Ásia que invadiu a região orien-
tal do Vale do Nilo durante a décima segunda dinastia do Egito. Somos sí-
rios palestinos. Viemos em busca de terras férteis e alimentos para o nosso
povo. Sei que fizemos o Delta do Egito beber muito sangue humano e mui-
tas mães egípcias chorarem, mas era matar por comida ou morrer de fome.
Após a coroação, o faraó do Egito, Aya I disse a sua rainha Ineni:
– Ineni meu amor.
– Sim querido?
– Vou expulsar os hicsos do Vale do Delta do Egito e depois vou mandar
construir na cidade de Menfis uma pirâmide para eu ser sepultado no futu-
ro com você e nosso filho.
Em 1640 a.C, no Baixo Egito, teve início a 15.ª Dinastia Hicsa com Sa-
litis (Swoserenre), o 1.º Faraó não-egípcio. Swoserenre disse a sua rainha:
– Querida rainha. Eu sou o primeiro faraó não egípcio do Alto e Bai-
xo Egito.
– Em breve será faraó dos 3 mundos (África, Ásia e Europa).
Do lado de fora do palácio do faraó, Erom. disse a Melri (Anamor):
– Os nossos irmãos hicsos estão determinados a conquistar todo o im-
pério egípcio. O Faraó Swoserenre é um grande conquistador e seus do-
mínios se estendem do Delta do Nilo (Baixo Egito) até a cidade de Meir
(Alto Egito).
– Um grande ladrão e assassino você quis dizer. O povo do Egito odeia o
Swoserenre. Quando chegamos aqui há algumas décadas passada, queríamos
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apenas água e comida, mas nosso povo ao verem as riquezas do Egito, não
se contentaram só com água, comida e terra, então resolveram conquis-
tar o Alto e Baixo Egito a força com a ajuda do Deus Ball cabeça e pernas
de bode.
– Veja como estão infelizes os egípcios sob o governo dos hicsos. Em ne-
nhum rosto deles consegue-se ver um sorriso.
– Ao longo de sua antiga história, os egípcios fizeram muitos povos de
escravos e agora estão sentindo na pele o que sentiam os povos que manti-
veram como escravos.
– Isso foi castigo dos deuses?
– Foi não. Foi o Karma deles. O Karma é assim. Ele pode ser tanto indi-
vidual como coletivo.
– Eles odeiam a gente. Sentem vontade de nos matar apesar de não ter-
mos matado, roubado e escravizado nenhum militar ou civil egípcio.
– Estão na escuridão e insatisfeitos com as leis que foram impostas a eles
pelo novo governo. Nestas leis, se um egípcio matar um hicso, mesmo que
seja em legitima defesa, será morto imediatamente pelas autoridades hicsa.
Se um hicso matar um egípcio, não tem julgamento e nem punição. Se não
adorar o Deus Ball será morto. Se não pagar impostos, terá todos os bens con-
fiscados pelo estado e será morto a facadas ou pauladas.
– Os egípcios estão tristes, com medo e com raiva dos hicsos.
– O que os reis e os faraós deveriam fazer era dizer um ao outro, vamos
unir nossos territórios para construiu um império ainda maior onde eu go-
verno esta parte do império e você governa a outra parte.
– Ideias como essas é só para quem é inteligente como você e inteligên-
cia falta nas mentes obscuras dos reis e faraós desta terra.
– Falta também sabedoria e amor por Deus.
– Vamos orar a Deus para que os governantes da terra alimentem, edu-
quem e criem leis justas tanto para egípcios e hicsos viver em paz e harmo-
nia com a natureza e consigo mesmo.
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– Vamos orar também para que os egípcios nos perdoem por termos in-
vadido e conquistado seu país, matado, roubado e escravizado seu povo.
– Em meio a tanto ódio e escuridão, a luz do meu amor por você luta
ferozmente para destruir tal escuridão que é a causa das guerras e da infeli-
cidade humana.
– Está de dia aqui no Egito, mas nosso amor em relação a este dia é como
duas velas acesas dentro de um quarto escuro.
– O amor e o ódio, a luz e a escuridão, cegam as mentes e os cora-
ções dos seres humanos, mas é melhor está cego de amor do que está cego
de ódio.
Enquanto caminhavam Erom e Melri em meio a multidão de egípcios
infelizes, um soldado hicso jogou um velho egípcio no chão e ao prepa-
rar umas chicotadas no velho no chão, Erom pegou no braço do soldado e
lhe disse:
– Irmão. Não faça isto. Deus vive dentro do coração deste velho egípcio.
– Perdão senhor. Eu estava cego e não via Deus em seu coração.
– Está perdoado. Me ajude a levantar por favor. Obrigado. Que Osíris te
abençoe. Muito obrigado senhor.
– De nada.
– Agora vejo que nem todos os hicsos são maus e perversos.
– Há muitos como eu em minha nação e poucos como nós como gover-
nantes. Sei que isto é difícil, mas por favor, perdoe meus irmãos, pois muitos
deles ainda vivem na escuridão odiando Deus sem saber.
– É homens como você que o Egito e a Síria Palestina precisam para to-
dos viverem em paz e felizes. Que você e sua esposa tenham muitos filhos e
que nunca lhes falte comida, água e abrigo.
– Muito obrigado. Para o senhor também. Vamos meu amor.
– Vamos ver o por do sol do topo daquela pirâmide.
Ao chegarem ao topo da pirâmide, viram a paisagem em volta e ficaram
admirados com o que viram. Melri disse a Erom:
1 20

– Estamos acima dos mortos. Somos imortais, eternos e indestrutível.
Como cada tijolo desse é parte desta pirâmide, nós somos partes de Deus.
– Aqui no topo desta pirâmide estou eu com o meu amor. Difícil foi a
subida a este topo. Como cada degrau de uma pirâmide, assim é a vida hu-
mana vida após vida caminhando em direção ao céu e a perfeição. Perfeito é
cada detalhe na natureza, perfeito também é o meu amor por você.
– Estamos acima do rei dos egípcios mortos e abaixo do rei dos vivos. En-
tre a vida e a morte, entre tijolos e o por do sol eu te amo tanto que nem sei
explicar o quanto.
– Quanto maior a base, maior a pirâmide, quanto mais te amo, maior é
o meu amor por você.
–Lá se foi o sol mais uma vez e lá vem a lua cheia iluminada em feli-
cidade para trazer paz, alegria e frio a minha alma, ao meu coração e ao
meu corpo.
– Venha. Vamos descer e tomar um banho de rio.
Assim que amanheceu, Erom e Melri acordaram com os gritos dos sol-
dados hicsos e egípcios. Melri disse:
– Estamos sendo atacados por egípcios de novo.
– Nem dormir mais em paz se pode aqui no Egito.
– Será que este pesadelo de guerras nunca vai ter fim nesta terra?
– Se as guerras na terra vão ter um fim eu não sei ao certo, mas meu
amor por você nunca terá fim e isto é certo..
Assim que a insurreição teve fim, Erom e Melri viram a rua dos deu-
ses centenas de cadáveres de cavalos e soldados egípcios e hicsos. Melri dis-
se a Erom:
– A rua dos deuses se transformou na rua dos mortos.
– Como estes cadáveres sem vida no chão, assim são os deuses, os reis e
as leis dos seres humanos. Enquanto as leis não mudarem e darem aos po-
vos o que tem direito, cenas tristes como estas sempre veremos ao amanhe-
cer, entardecer e anoitecer.
1 21

– Para mudar as leis, tem que mudar quem as criam e tais legisladores só
mudarão quando entenderem que todo ser humano nasceu para viver em li-
berdade e não na escravidão.
– A escravidão converte os seres humanos em mercadorias e seus vende-
dores em homens ricos.
– Tais homens que praticam tal atividade lucrativa, um dia estarão sen-
do vendidos como mercadorias e como aqueles não serão processados, nem
presos e nem mortos pela justiça dos reis. Como você mesmo pode ver, leis
criadas por criminosos tornam seus povos criminosos.
– Que tipos de atributos podemos atribuir a atividade de enriquecimen-
to ilícito que é a escravidão ?
– Atividade ilegal, proibida, anti ética, imoral, indecente, inaceitável, re-
provável, abusiva, repulsiva, abominável, injusta, cruel, obscura, degradan-
te, estúpida, draconiana, negativa e temida.
– Tudo isto por causa de dinheiro e leis mal elaboradas que dão o direi-
to de um humano escravizar outro humano, direito este que está longe de
ser justo e perfeito.
– Nós somos os filhos deste planeta, deste universo e do céu que é alma
de Deus. Nós somos uma família, nós somos partes de um mesmo ser. Nós
somos Deus e tudo o que é de Deus é nosso e não dos deuses e dos reis. O
planeta é o pai e a mãe de nós humanos, pois foi quem nos criou e como o
dever de todo ser humano é cuidar de suas mães é dever de todo ser huma-
no cuidar deste planeta, mas o que no momento estamos fazendo é destruin-
do a natureza para criar mais armas, mais guerras e mais sofrimento para os
corações das mães idosas que estão indo para os braços de Deus em plena
desolação e tristeza.
– Nos braços do amor que é Deus não há tristeza, assim como não há
tristeza para mim estando aqui em seus braços.
– Quem eu queria que estivesse nos braços de Deus era toda a civilização
humana deste planeta e que não houvesse mais guerras na terra.
1 22

– Se os braços de Deus fossem os meus braços, eu realizaria os seus de-
sejos com o maior prazer.
– Posso não ter o que desejo, mas amo tudo o que tenho e o que tenho de
mais importante na minha vida é o meu e o seu amor eternamente.
– Daqui a uma eternidade, estarei te amando mais. Daqui a duas eterni-
dades estarei te amando ainda mais.
– Um dia nossas almas nascerão dentro de um mesmo corpo que viverá
sempre em paz consigo mesmo e a natureza.
– Seria bom que não existisse mais esse negócio de dinheiro e competi-
ção entre os seres humanos. Milhares de monarquias são como os tijolos que
formam uma pirâmide e o resultado de tal obra é muito trabalho para nada
e morte. Deveria haver uma só monarquia no mundo inteiro com um só rei
e leis justas para todos, sejam os seres humanos brancos ou pretos. Em tais
leis deveria está inserido que o rei só permaneceria no poder enquanto hou-
ver emprego, comida, educação, saúde, moradia e proteção para todo o povo
da terra para que viva em paz com suas famílias num mundo sem guerras.
– Os seres humanos desta era de bronze não são inteligentes o suficiente
para entenderem que fazem partes de um mesmo espírito e que ajudar um
ao outro é ajudar a si mesmo e a Deus que vive dentro de você como sen-
do seu eu superior.
– Meu eu superior, ama teu eu superior como o meu corpo ama o
teu corpo.
– Estamos presos um ao outro pelos laços do amor do matrimonio con-
jugal e livres numa sociedade em que muitos escravos não tem direito a li-
berdade. Queria eu ser o homem mais rico do mundo para comprar e liber-
tar todos estes egípcios escravos.
– Mesmo que estejam livres das correntes, ainda assim continuarão es-
cravos do rei dos hicsos, agora faraó dos egípcios.
– Ladrão é bicho sem vergonha. Rouba e ainda faz guerra para não de-
volver ao roubado o que roubou.
1 23

– Ladrão também é bicho que não tem paz, pois quem é roubado vive
correndo atrás dele para mata-lo.
– Aqui o estado hicso pune roubo com pena de morte, mas não adianta
matar ladrão, pois devido ao Karma de roubar ele levará para a outra vida o
mal habito ilegal de furtar o bem que outro adquiriu as custas do seu traba-
lho e esforço e continuará a roubar e ser morto e a roubar e a ser morto e as-
sim vai. Se não faltasse emprego, comida, remédios, roupas, moradia e pro-
teção da lei não haveria tantas guerras e violências desnecessárias nesta vida
abençoada pelos raios da luz do sol, da lua, da estrelas e do amor de Deus.
– Você tem toda razão. Concordo em tudo o que você disse virgula por
virgula. O rei deste planeta deveria ser eu e a rainha deveria ser você que é
o sonho de todo rei e a alegria da minha vida.
– A alegria da tua vida é a alegria da alma de Deus. Tal alegria é bem vin-
da e divina na minha vida que compartilha contigo tal alegria.
– Não tenho dúvidas alguma que fomos feitos um para o outro e tenho
certeza que para sempre te amarei a cada nascer e a cada morrer.
– Muitas mortes e nascimentos nos aguardam no futuro, muitas mor-
tes e nascimentos encaramos no passado, no presente enquanto vivo e mor-
ro ao mesmo tempo, vou te amando docemente em meu coração e mente.
– É minha mente e meu coração que me mantêm presa a irrealidade e
a realidade. Na realidade eu sou luz, mas na irrealidade eu sou carne, osso
e sangue. Em meio a irrealidade e a realidade eu vou te amando com o co-
ração cheio de amor e a mente cheia de ilusões.
– De ilusões mentais divinas é feito o mundo e o universo e de realida-
de ainda mais divina é feito o meu amor por você que está tão cheio de ale-
gria como o universo e a terra cheios de beleza.
– Beleza é a paz em todos os reinos deste planeta. Deveríamos unir todo
os povos da terra para derrubar os deuses, os reis, os sacerdotes e os militares
do poder para que haja comida, educação, emprego, moradia, saúde, paz e
amor no mundo inteiro.
1 24

– Quando o mundo inteiro estiver cheio de amor e paz, todos viverão fe-
lizes e cheios de alegria.
– Quando não houver mais guerras, ignorância e miséria na terra, este
será o dia mais feliz da minha vida. Todo mundo vivendo em paz uns com
os outros. Todos trabalhando em prol de um objetivo comum que é forne-
cer alimentos e saber uns para os outros sem necessidade de dinheiro para
comprá-los.
– Não é totalmente impossível unificar todas as nações em uma só, mas
é impossível para mim deixar de te amar, pois a cada dia que passa, mais eu
amo você.
– Tão importante para mim como é para a sociedade humana a unifi-
cação de todas as nações e acabar com as guerras na terra é ter sempre o seu
amor e você por perto. Ó Melri. Eu te amo tanto minha velha de alma eter-
namente jovem e bela.
– Já estamos velhos e próximos da morte.
– A morte para quem vive na escuridão é algo ruim. Para quem vive na
luz é algo bom. Mas é algo bom e ruim ao mesmo tempo, pois deixamos
para trás quem amamos e é bom porque é o encontro com Deus, é a vol-
ta para casa, o nosso verdadeiro lar, a alma de Deus. Mesmo que eu esteja
nos braços e nas mãos de Deus, ainda assim eu não me sentirei feliz lá sem
você ao meu lado.
– Não sofrerás nas mãos e nos braços de Deus porque nós morreremos
juntos e juntos voltaremos a Deus, a morada dos deuses.
– Foi muito bom viver esta vida com você. Pena que a morte, como o
sono que não permite alguém fique acordado, não me permite continuar te
amando para sempre nesta mesma vida com a mesma mão e o mesmo co-
ração. Para te amar para sempre, vou necessitar de muitas vidas e corações.
Alguns dias depois, o velho Erom morreu dormindo ao lado de seu amor
que morreu logo em seguida semanas depois. Suas almas voltaram para
Deus e 3 dias depois, retornaram ao planeta terra no reino da Núbia, África.
1 25

CAPÍTULO VII
A NÚBIA E A EXPULSÃO DOS HICSOS DO EGITO

E
m 1575 A.C., na Núbia, Nakolo (Erom) disse à Shundula
(Melri):
– Já faz 200 anos que os egípcios lutam para libertar o Egito do domí-
nio dos hicsos.
– 200 anos de guerras, 200 anos de desperdício de verbas e 200 anos de
vidas perdidas.
– Os hicsos são guerreiros muito violentos que não respeitam as leis de
outros povos. Ainda bem que são aliados dos reis Núbios, senão a Núbia,
como grande parte do Egito se tornaria hicsa.
– Essa aliança entre hicsos e núbios terá consequências sérias para nós
núbios quando os egípcios expulsarem os hicsos de seu país.
Enquanto conversavam sobre o Egito, os hicsos e a Núbia, morreu o fa-
raó Amosis I e sucedeu o trono do reino egípcio o faraó Amenofis. Ameno-
fis disse a sua rainha:
– Depois de 200 anos de guerras com os hicsos, finalmente estamos qua-
se expulsando definitivamente eles do território egípcio. O Deus Ball cabe-
ça de bode deles é forte, mas Osíris é mais forte. Agora que usamos cavala-
ria e carros de guerra puxados a cavalos, nunca mais seremos conquistados
por outros povos.
– Querido irmão. Nossa união tem sido alvo de muitas críticas no Egi-
to e no resto do mundo pois somos filhos do mesmo pai e da mesma mãe.
– A nossa linhagem real é mais importante que as críticas dos egípcios
e do resto do mundo. Agora que nosso pai está morto e sepultado, o que fa-
remos para ganhar popularidade e respeito de nosso povo?
1 28

– Seguiremos os passos de nosso pai expulsando os hicsos e expandindo
o território do império egípcio para além da Núbia.
Enquanto o exército do faraó Amósis I continuava matando e expulsan-
do mais hicsos do Egito de volta a Ásia oriental, outro exército egípcio in-
vadia a Núbia. Na Núbia Nakolo disse a Shundula na beira de um lago nos
pés de uma pequena montanha:
– Você viu aquela coruja capturando o peixe no lago?
– Vi. Isto é um mal sinal para o povo núbio.
– Não seja tão negativa. Isto é sinal que haverá bastante comida para sa-
ciar a fome do nosso povo nos próximos dias.
Dias depois, o exército egípcio ladrão encontrou-se com os guerreiros
pretos da Núbia e neste encontro travou-se uma violenta batalha em nome
dos deuses e das riquezas em ouro e outras pedras preciosas. Em meio a ba-
talha, homens e mulheres gritando, Nakolo e Shundura conseguiram esca-
par da escravidão egípcia e se esconder nas matas. Nakolo disse chorando a
Shundura:
– Os egípcios mataram e escravizaram nosso povo, nossos familiares e
amigos por causa de ouro. Malditas sejam estas guerras por terras e rique-
zas, malditos sejam estes faraós. Maldito seja Deus que permite que tudo
isto aconteça.
– Não culpe Deus por nossas desgraças. A culpa não é dele. Se estamos
sofrendo é devido ao sofrimento que nós seres humanos com nossa ignorân-
cia fizemos eles sofrerem suas em vidas passadas. Não foi Deus que disse aos
faraós, invadam, matem, escravizem e roubem o ouro e a comida do povo
preto da Núbia. Quem disse para os faraós matarem, roubarem e escraviza-
rem os núbios foi a escuridão da mente dos faraós. Tantas riquezas e poder
fizeram dos egípcios um povo muito orgulhoso de si mesmo, perverso, ar-
rogante e intolerante em relação ao sofrimento alheio. Não viemos a este
mundo para aumentar a escuridão e negatividade deste planeta, mas para
destruí-la. Nossos parentes, amigos e povo estão neste momento nos braços
amorosos de Deus na 5ª dimensão onde não há sofrimento e nem aflição. A
1 29

morte deles assim como tua tristeza é só uma ilusão da tua mente. Perdoa os
egípcios e ora para que Deus os liberte de seus reis cegos.
– Minha cegueira se dissipou com a luz da sabedoria de tuas palavras mi-
nha nega querida. Deus, pai meu, mãe minha que tanto amo, por favor me
perdoa por odiar vossos filhos e meus irmãos cegos.
– Não se preocupe, Deus perdoa tudo o que fazemos de errado, pois se
não perdoasse, não seria ele o perdão e nem te amaria e se não te ama, não
é o amor que tudo criou. O amor é a energia mais poderosa que existe em
toda a criação de Deus. Teu espírito é feito de amor e por seres feito de amor
és divino, alegre, compassivo, piedoso, e tolerante com todos aqueles que es-
tão vivendo na escuridão.
– O que faremos agora? Para onde iremos?
– Vamos orar a Deus para que haja paz na terra e os egípcios nos deixem
em paz. Depois vamos procurar e nos unir aos outros fugitivos. Estou com
muito sono, boa noite velha alma.
Nakolo dormiu com o coração cheio de amargura e tristeza e sonhou
que estava chorando oprimido pela saudade que sentia dos pais, irmãos, tios,
primos, avós e amigos que morreram ou foram escravizados pelo exército la-
drão de egípcios enquanto um anjo de luz lhe dizia:
– Nego Nakolo, você está triste, mas a morte não é motivo para ninguém
ficar triste. Só há tristeza e dor na morte para quem fica e não para quem vai.
Seus parentes que morreram estão felizes nos braços de Deus. Eles não se
importam com a tristeza que você está sentindo, pois sabem que você passa-
rá pela mesma alegria ao morrer e se encontrar com Deus. Todo o seu sofri-
mento é causado por sua falta de sabedoria e conhecimento sobre a verda-
de. A morte só existe para aquilo que nasce e neste sonho chamado universo,
nada nasce e nada morre. Meu querido Nakolo, o nascimento e a morte não
existem na 5ª dimensão e é na 5ª dimensão que seus parentes e amigos estão.
Todo sofrimento faz parte do seu crescimento, amadurecimento em busca
da iluminação. Iluminados são aqueles que vivem na luz, vivem na luz aque-
les que sabem respeitar, valorizar, respeitar e amar o próximo como sendo
Deus ou si próprio. Tende paciência, pois teu sofrimento é impermanente.
1 30

Sede luz e não escuridão para o mundo. Livra-te de teus pensamentos nega-
tivos e volta a ser feliz.
– Só serei feliz quando eu conseguir destruir a escuridão que obscurece
as mentes dos seres humanos e não importa que isso leve milhões de vidas,
um dia eu vencerei esta guerra.
– Você nunca está sozinho. Ao seu redor há os seus guias de luz que são
seus protetores, professores, companheiros e expansões de você mesmo. A 3ª
dimensão é um hospício, uma escola, um parque de diversões e uma prisão
cheia de loucos varridos, aprendizes em busca da mestria, almas em busca de
divertimento e alegria e local onde os criminosos são corrigidos. Como uma
miragem no deserto, assim é este planeta em que vives no universo. Fortale-
ce-te e ajuda teu povo a se libertar da escravidão e ódio criados pela ganância
dos governantes faraós ladrões e matadores de idosos, mulheres e crianças.
Assim que amanheceu, Amenofis e Nefertari receberam a notícia de
que a Núbia caiu frente ao poder superior dos egípcios. Amenófis feliz da
vida pela conquista disse a Nefertari:
– Nefertari meu amor. Agora teremos ouro suficiente para a constru-
ção de nossa pirâmide funerária e bastante popularidade na opinião pública
como os faraós que expandiram as fronteiras do império egípcio.
– Nossa pirâmide funerária será construída com o roubo e o assassinato
de milhares de crianças, mulheres e idosos inocentes. Isso não é nada boni-
to o que fizemos, mas é romântico você não acha?
– Acho. Seria mais romântico ainda se a nossa pirâmide fosse feita de os-
sos de escravos núbios. Roubei, matei e escravizei os núbios apenas para que
na morte nossos cadáveres permanecêssemos para sempre perto um do ou-
tro em pleno amor.
Dez anos depois, Nakolo disse a um grupo de pescadores, artesões e pas-
tores núbios:
– Já faz 10 anos que os egípcios expulsaram os hicsos de seus territórios
e subjugaram a Núbia por meio da violência e das injustiças. De tanta raiva,
nós núbios estamos parecendo carvões em brasa cuja felicidade aos poucos
está se transformando em cinzas. Devido a raiva vivemos infelizes e doentes.
1 31

Infelizes perdemos a vontade de viver e lutar. Doentes perdemos nossa for-
ça e sofremos de doenças mentais e físicas. Deixamos os egípcios dominar
nossos territórios, mas não vamos deixar que dominem nossas mentes com
pesar, medo, raiva e tristeza.
– O que meu marido diz é verdade. A luta pela liberdade contra os egíp-
cios será longa e demorada. Fracos e doentes não vencerão esta guerra em
nome do direito e da justiça. A causa de vossa fraqueza e doenças é a raiva
e o medo dos dominadores. Se livrem da raiva e do medo e se fortaleçam
no amor de Deus. Perdoem os agressores e encham seus corações de amor.
– Os egípcios invadiram, roubaram, mataram e escravizaram o nosso
povo, amigos e familiares. Eles odeiam a gente e vocês querem que nós os
perdoemos? Não há perdão para as atrocidades que fizeram ao nosso povo
por causa de ambição e ouro.
– Se Deus perdoa tudo o que fazemos de errado, por que então nós que
somos muito menores não podemos perdoá-los?
– É muito bonita esta história de compaixão, amor, perdão, piedade e
misericórdia pelos inimigos, mas é mais eficaz libertar a Núbia por meio das
espadas, lanças, arcos e flechas. O que queremos é o sangue e a cabeça de
egípcios rolando pelo chão.
– Queremos o sangue e as cabeças dos egípcios rolando pelo chão. Que-
remos que as mães dos egípcios chorem com a morte de seus filhos como
as mães núbias.
– Irmãos, violência só gera é mais violência. Irmãos ouçam.
– Morte a todos os egípcios.
– Não adianta falar de amor para eles querida, estão todos possuídos pelo
ódio a Deus, assim como os egípcios.
Neste momento, a cavalaria egípcia interrompeu a reunião com violên-
cia. Shundula conseguiu escapar, mas Nakolo foi feito prisioneiro e levado
ao Egito para trabalhar como escravo no templo mortuário dos faraós Ame-
nofis e Nefertari em Deir El-Bahri. Em Deir El-Bahri, enquanto quebrava e
polia enormes pedras de granizo, Nakolo disse a outro escravo núbio:
1 32

– Milhões de vezes pior do que trabalhar duro debaixo do sol quente
como um escravo sem direito a salário, liberdade, igualdade e respeito é vi-
ver longe e sentindo saudade da minha nega que ficou na Núbia. Ela é a
nega mais linda e doce da África e de todo o planeta.
– Eu sei exatamente o que você está sentindo, pois sofro de amor e sau-
dade de uma nega que vive lá. Você passa o dia inteiro pensando nela. A noi-
te você sonha com ela. Você acorda pensando nela. Você não consegue e
nem quer esquecê-la. É tão forte e dolorosa a saudade que você sente as ve-
zes vontade de morrer para parar de sofrer. Isso é natural quando se ama al-
guém de verdade. A escuridão e o ódio a Deus são grandes neste império das
pirâmides dos faraós mortos, mas o amor prevalecerá e você voltará a rever a
sua amada seja nesta vida ou na próxima.
– Nunca mais a verei nesta vida. A saudade dela me causa sofrimento
e tristeza e ao mesmo tempo aumenta mais o amor que tenho por ela aqui
dentro de meu coração e mente. Apesar de ser separado da minha amada,
ainda tenho que construir um templo funerário para aqueles que me cau-
saram tanto sofrimento para morrerem em paz um ao lado do outro como
defuntos pôr toda a eternidade. Eu devo ter sido muito perverso em minhas
vidas passadas para ter merecido um Karma tão ruim quanto este. Eu amo
tanto ela. Meu amor por ela é tão forte que nem mesmo a morte pode ma-
tá-lo. Se em minha próxima vida eu não viver mais com ela comigo, conti-
nuarei me sentindo infeliz como estou me sentindo agora. Ó minha nega,
eu sinto tanta saudade de seu rosto e sorriso lindos. Os dias que passei com
você, foram os dias mais felizes da minha vida. Vento, leva minhas palavras
até ela e lhe diga que um dia eu voltarei.
– Se ela ama você, ela o esperará voltar.
Um egípcio disse aos Núbios:
– Ei macacos em forma de gente. Isso aqui é um local de trabalho. Tra-
balhem direito ou levarão 100 chicotadas.
Enquanto isto na Núbia, Shundula dizia chorando a uma amiga:
– Até quando os homens continuarão fazendo guerras entre si como
crianças mimadas e fazendo as mulheres sofrerem?
1 33

– Até o dia em que toda a escuridão e negatividade criada pelas mentes
humanas forem expulsas do planeta.
– Com os governantes dos impérios e reinos mantendo seus povos sem
ler e escrever, isso vai levar milhões de anos. É difícil crer que coisas tão belas
como os seres humanos possam criar coisas tão horrendas quanto as guerras.
– Vivendo na escuridão, o ser humano fica mais violento e perverso que
as feras. Como crianças, nossos governantes não pensam nas consequências
dos seus atos para as mulheres. Nós criamos estes homens e eles ainda assim
não se importam com o que sentimos.
– Isso vai mudar quando os homens reencarnarem milhares de vezes e
amadurecerem espiritualmente. A única coisa que não irá mudar em milha-
res de vidas é o amor que tenho por Nakolo em meu coração e mente. Não
importa quanto tempo passe, enquanto Nakolo não retornar eu não me ca-
sarei nunca mais.
– Vai envelhecer sem netos, filhos, marido e morrer na solidão?
– Vou.
– Isso é que é amor. E se ele já estiver morto?
– A ele me juntarei em seu leito de morte. Nenhum homem neste pla-
neta é capaz de me dar a alegria que ele me deu. Sinto muita saudade dele.
Aquele preto encantado é um anjo encarnado feito de amor como eu e você.
Assim como há vários tipos de animais, plantas, humanos e consciências di-
ferentes, também há vários tipos de amores. Ha amor de macaco, de zebra,
de hipopótamo, de crocodilo, de coruja, de peixe, de escaravelho, de hiena,
de coruja, de falcão, de formiga, de cobra, de mãe, de pai, de filho, de ami-
gos, de estranhos, de árvores, de pedra, de estrelas, de anjos, de semideuses,
de deuses, de extraterrestres, de Deus etc. Junte todos estes amores em um
só ser e você entenderá o qual belo, alegre e corajoso é o amor que tenho por
ele em meu coração. O dia faz calor, a noite faz frio e o calor e o frio só fa-
zem eu aumentar o amor que tenho por ele em meu peito brilhando como
o sol iluminando o céu do meu coração. Negão, negão, não me abandona,
volta para mim, eu espero por você, vá vento, leve minha mensagem a ele e
traga ele de volta a Núbia e aos meus braços.
1 34

Enquanto isto no campo de escravos de Deir El-Bahri, Nakolo dizia ao
amigo Núbio:
– Querido amigo, seria menos doloroso 1000 chicotadas e ficar acor-
rentado o dia inteiro no sol do que viver longe da minha nega amada. A mi-
nha nega não tem reinos e nem palácios, mas ela é a rainha da África, des-
te mundo, do universo e de meu coração, ela é tão doce e amável é a minha
nega doce como a fonte criativa onde está a ausência de tempo e infelicida-
de. Neste grande teatro cósmico de ilusões, amor e ódio só traz é sofrimen-
to. Se não houvesse tantos deuses na terra, os humanos não brigariam tan-
to por causa deles e não haveria tantos homens sofrendo de saudade e amor
de suas esposas amadas.
– Irmão. Aprenda a lidar com o seu sofrimento com o teu ofício. Veja
esta pedra. Há alguns dias ela era uma pedra comum e de tanto levar porra-
das ela se tornará uma bela coluna que permanecerá firme com o passar do
tempo. Firme e belo como esta coluna tu ficarás com as porradas que a vida
te dar. Sede forte, inteligente e corajoso, pois nesta era, as leis dos homens
são as mesmas dos animais e assim permanecerá mesmo que criem um Deus
e um antideus para assustar a mente e o coração da humanidade. Os egíp-
cios se desenvolveram com a ajuda dos Annunaki, os Annunaki são uma raça
de extraterrestres muito promiscua que se diverte com o medo, a raiva, a vio-
lência e o derramamento de sangue humano. Os egípcios fazem estas atroci-
dades de escravizar os povos mais fracos para agradar aos seus deuses Annu-
naki. Todas estas maldades que este povo egípcio tem feito aos núbios e aos
palestinos um dia serão as causas do fim de seu império, de suas falsas cren-
ças e de seus deuses. Não importa que os governantes criem um Deus único
e um antideus, enquanto a humanidade não compreender a verdade, a vio-
lência e o derramamento de sangue pelo mundo continuará.
– Querido amigo, tuas palavras são sabias, sensatas e recheadas de bom
senso, pena que o faraó não tem a sabedoria que tu tens e contraria os An-
nunaki. Que faraó é esse que ama mais o povo do espaço que os seus irmãos
na terra?
1 35

– É o tipo faraó morto. Faraó significa governante morto. Morto é aque-
le que é insensível, que não sente compaixão e nem amor. Morto é aquele
que vive na escuridão da ignorância e da ilusão.
Enquanto isso o faraó Amenofis disse à suaRainha Nerfetari:
– Amósis-Meritamon. Vamos fazer uma viagem à Cache de Deir
el-Bahri?
– Vamos.
Depois de alguns dias planejando a viagem de Dara a Abu el-Naga, Me-
ritamon e Amenofis partiram de barco alegremente em direção a Cache de
Deir el-Bahri enquanto os corações de Nakolo e Shundura ardiam e quei-
mavam de amor, agonia, tristeza, medo e saudade. Em Cache de Deir el-
-Bahri, Nakolo terminou mais um pedaço da coluna do templo mortuário
de Cache de Deir el-Bahri e disse ao amigo Núbio:
– Querido amigo. Eu não odeio os egípcios, pois quem odeia outro fica
sobre o controle dele e perde a força, a paz e alegria em viver. Eu sinto mui-
to amor e compaixão por eles pois vejo Deus em seus corações. Que Deus os
liberte de governantes doentes mentais como o faraó Amenofis e sua Rainha
Meritamon. Se em minha próxima vida eu nascer como um faraó, a primei-
ra coisa que farei é abolir a escravidão e a intolerância do Egito. Depois eu
mandaria ensinar todos os egípcios a ler e escrever. Empregaria todos os re-
cursos do império na agricultura e na pecuária. Mandaria, plantar milhões
de árvores que dão frutos e ervas medicinais dos dois lados do Nilo e alimen-
tar e cuidar da saúde de todo esse povo doido, perturbado, briguento e pre-
conceituoso. Certamente os egípcios fariam pirâmides de graça para mim
por livre e espontânea vontade só para retribuírem o amor e Deus que eu da-
ria a eles de graça pois todos eles nasceram para ser felizes e viverem em paz.
O faraó e a rainha Amenofis e Meritamon chegaram a Cache de Deir
el-Bahri. Em Cache de Deir el-Bahri, foram visitar o templo funerário em
construção. Ao ver o templo, Amenofis ficou encantado com o que viu e dis-
se ao faraó:
– Meritamon meu amor, eis ali o local onde nossos corpos ficarão sepul-
tados para sempre debaixo das rochas e das estrelas.
1 36

– A obra é cara, mas os escravos Núbios estão fazendo um belíssimo tra-
balho. Mas eles não parecem estar felizes com nossa presença. Der a ordem
aos soldados para que mandem eles sorrir diante do senhor dos seus destinos.
– Comandante, mande todos os escravos sorrirem diante da rainha de
suas vidas.
O comandante disse aos egípcios em Núbio:
– Nubienses. Sorriam para o seu rei e sua rainha ou serão punidos com
chicotadas.
Todos os Núbios sorriram para o faraó e sua rainha, com exceção de
Nakolo. O faraó disse ao comandante:
– Comandante, traga aquele preto que não sorriu para mim aqui.
– Caminha carvão de carne e osso.
– Tira as suas mãos sujas de mim rato do deserto.
– O que você disse? Aqui está o desobediente meu senhor faraó.
– Por que não sorriu para mim escravo?
– Se o senhor fosse separado a força da sua rainha e escravizado você sor-
riria para quem lhe escravizou?
– Sorriria, mesmo que ele não me desse água, comida, um lugar para
dormir e trabalho e eu te dou tudo isto.
– E o senhor acha isto justo, certo e direito?
– Acho. Sempre não foi assim? A lei do mais forte? Os mais fortes toman-
do dos mais fracos por meio da violência, das flechas e das espadas? Por que
haveria de ser diferente comigo?
– O senhor deveria deixar de imitar os outros faraós e ser original seu pa-
tife ladrão e assassino.
– Você me odeia, não é?
– Odeio não vossa majestade. Eu te amo de verdade. Você só vai enten-
der o que sinto por você no dia em que você passar pelo mesmo sofrimento
que o meu e este dia está bem próximo. Na minha próxima vida eu nasce-
rei faraó e você meu escravo.
1 37

– Ah, ah, ah, ah. Comandante dê 10 chicotadas nele.
– Ai, ai seu filho da puta, ai, ai, para, para, filho da putaaaaaaaaaaaaaaaa-
aaaaaaaa. Aiiiiiiiiiiiiiiiiii. Pelo amor de Deus, paraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa.
– Ah, ah, ah. Já chega comandante. Vamos embora daqui.
Enquanto Nakolo agonizava de dor das chicotadas no Egito, na Núbia,
Shundula agonizava de febre e sofria de insônia e anorexia causadas pela dor
da saudade de seu amor que se tornou escravo do faraó e da Rainha. Enquan-
to sentia agonia mental, Shundula dizia as paredes:
– Negão, volta logo antes que eu enlouqueça e morra de amor.
Assim que anoiteceu no Egito, o amigo Núbio de Nakolo pergun-
tou a ele?
– Está doendo muito irmão?
– Está querido amigo, mas comparado com a dor da saudade que sin-
to de minha nega, não está doendo nem um pouco. Sinto como se estives-
se morrendo.
– Você não sofreria assim se tivesse rido ao faraó.
– Eu odeio tanto ele que não consegui ri.
– O faraó não ver Deus dentro de teu coração, mas você ver Deus no co-
ração do faraó. Ao odiares ele, estais odiando o Deus que você tanta ama.
– Você tem razão. A partir de hoje, amarei a todos os meus inimigos
como sendo o meu próprio eu. Eu perdoo estes patifes ladrões e assassinos.
Que Deus os liberte da escuridão, da ilusão, do ódio e da ambição.
– É assim que um trabalhador da luz ou alma velha fala parceiro. Estou
orgulhoso de você. Você é muito amado por Deus. Deus ama o faraó com to-
dos os seus defeitos, mas ele não ama ele mais do que você. Sede forte e co-
rajoso e equilibra tua mente e teu coração no amor de Deus.
Uma semana depois, já melhor dos ferimentos das chicotadas, em meio
a uma tempestade de areia, Nakolo fugiu em direção ao deserto e assim que
anoiteceu, as buscas dos egípcios por ele cessaram e estes voltaram a Cache
de Deir el-Bahri. Cansado de caminhar, Nakolo sentou-se na areia, olhou
para as estrelas e chorou pensando em seu amor. Ele disse as estrelas:
1 38

– Queridas estrelas, estou sozinho em meio ao deserto, Deus não me
ama, Deus me abandonou.
Um dos guias de luz de Nakolo lhe disse:
– Você não está sozinho Nakolo. Deus ama você e nunca o abandonará.
– Quem está aí? Onde está você?
– Eu estou aqui Nakolo, mas você não pode me ver.
– Quem é você?
– Eu sou um dos seus guias de luz.
– Qual é o seu nome?
– Metatrom.
– Como está Shundula?
– Está quase morrendo de saudade de você.
– Por favor meu guia de luz, vá até ela o mais rápido possível e diga-lhe
para aguentar firme que em breve estarei com ela.
– Irei, mas não se entristeça com minha ausência, pois assim que eu der
o seu recado, eu retornarei para continuar guiando-o em direção a luz, a
Deus e ao fim do sofrimento.
Nakolo se levantou, deu alguns passos e adormeceu de cansaço e fome.
Em sonhos Shundula lhe disse:
– Querido Nakolo, acho que é tarde demais para nós dois. Desde quan-
do você foi levado de mim a força, perdi a vontade de comer, dormir e vi-
ver. Sinto a morte se aproximando lentamente. Eu vou sentir muita sauda-
de de você. Eu te amo de forma incondicional e para sempre. Adeus e até
a próxima vida.
Assim que amanheceu, Nakolo acordou e Shundula dormiu para sem-
pre. Com o coração cheio de amargura e tristeza, Nakolo continuou sua lon-
ga caminhada de volta a Núbia. Depois de 3 dias de caminhada sem água,
Nakolo deitou na areia quente do deserto e ao sair do corpo ele viu a alma
de Shundula e muitos guias de luz sorrindo para ele e ao vê-los a sua frente
e livre do sofrimento, Nakolo chorou de felicidade enquanto caminhava em
1 39

direção a fonte criativa, o céu espiritual, a grande alma de Deus. Ao chega-
rem alma de Deus acompanhados de seus guias, 3 dias depois retornaram ao
planeta terra para mais uma nova aventura, experiência e aprendizagem na
terra do velho Egito, em Cache de Deir el-Bahri como Istmek e Niniame.
140

CAPÍTULO VIII
A GUERRA ENTRE EGÍPCIOS E SÍRIO

E
m 1479, em Cache de Deir el-Bahri, Tutmés I, o suces-
sor de Amenofis, tornou-se o novo faraó do Egito. Depois de um
jantar e muito vinho, o faraó sentiu-se mal e foi levado ao seu apo-
sento real. Um médico egípcio, este médico, Istmek (Nakolo), foi chamado
ao aposento real do faraó. Após o exame detalhado no faraó, Istmek disse:
– Senhor meu rei e faraó, vós não fostes envenenado, apenas comes-
tes e bebestes vinho demais. Este chá e uma noite bem-dormida fará bem a
sua saúde.
– Tu és o melhor médico de todo Egito. Não tomei nenhum remédio e
já estou me sentindo melhor. Obrigado, tenha uma boa noite e vá em paz.
Istmeth deixou o palácio real em direção ao centro da cidade. Parou na
beira do rio para apreciar a luz e beber cerveja. Enquanto bebia cerveja, uma
prostituta chamada Claraesha sentou-se com ele na mesa e disse:
– Se importa se eu sentar aqui com você?
– Me importo não.
– Me dar um pouco de cerveja e comida.
– Coma e beba o quanto quiser.
– Obrigada. Quem é você?
– Eu sou Istmeth, o médico particular do faraó Tutmés I e você?
– Eu sou Claraesha, a prostituta do Egito. Você é casado?
– Sou.
– Por que não está com sua esposa?
– Porque ela viajou para outra cidade para visitar uns familiares.
– Tá interessado em se divertir comigo em teus braços após o jantar?
– Tô não, pois amo minha esposa com toda a força do meu coração.
142

– Quem é ela?
– É o amor de minha vida.
– Está com saudade do amor de sua vida?
– Estou. Sinto tanta saudade dela que choro todos os dias e todas as noi-
tes. É tanta saudade que todos os dias quando acordo, a primeira coisa que
penso é bom dia meu amor, tudo bem com você? Volta logo. Eu te amo com
todo o meu coração. Trabalho, estudo e durmo pensando nela.
– Como ela é?
– Não é alta e nem baixa, nem gorda e nem magra. Sua pele é branca
como a neve, seu cabelo é preto, seus olhos são castanhos e seus lábios cor-
-de-rosa. Nenhum reino ou império por mais belo que seja, pode se compa-
rar a ela em beleza.
– Quando ela voltará?
– Não sei.
– E se ela não voltar?
– Morrerei de saudade.
– Há quanto tempo ela se foi?
– Há 90 dias.
– Já conheci muitos homens egípcios e estrangeiros em minha vida, mas
fiel igual a você é o primeiro. Sua esposa é uma mulher de sorte e você me-
rece a fidelidade e o amor dela. E o novo faraó?
– Está de cama neste momento. Bebeu tanto álcool a tarde inteira que
passou mal pensando ter sido envenenado.
– Ouvi dizer que ele pretende manter a escravidão na Núbia e escravi-
zar os sírios e os palestinos. É verdade?
– Não sei. Mas espero que sejam só boatos. Já não suporto mais ver tan-
ta matança e crueldade entre os seres humanos por causa de comida, água,
riqueza e poder.
Enquanto isto, em uma cidade vizinha a Cache, Niniane disse a sua mãe:
– Estou triste assim por causa da saudade que sinto do Istmek.
143

– Não fique triste. Daqui a duas semanas você o verá novamente.
– Que Osiris torne reais as tuas palavras.
Uma semana depois, Niniane retornou a Cache de Deir el-Bahri. Ime-
diatamente foi ao consultório de Istmek e sua assistente, Irismel lhe disse:
– Lamento lhe dizer senhora Niniane, mas o doutor Istmek foi com o
exército egípcio para a guerra contra os sírios no Delta do Egito. Ele lhe dei-
xou uns escritos em rolo de papel.
– Dê-me por favor.
– Aqui está.
– Obrigada.
Niniane caminhou até a beira do rio, sentou-se debaixo de uma árvore
toda florida e leu o manuscrito de Istmek:
– Querida esposa, choro todos os dias de saudade de você. Todos os dias
oro para você voltar logo. Mas minhas orações não são atendidas por nos-
so pai dos deuses, Osíris. Infelizmente fui convocado pelo faraó para cuidar
dos feridos na guerra iminente com os sírios no Delta do Egito. Maior ago-
ra será a nossa distância e o meu sofrimento. Sem o Nilo não há vida e nem
civilização no Egito, da mesma forma, sem você não há paz e nem felicida-
de em minha vida. Eu amo tanto você. Todos os dias quando desperto, eu
penso em você e digo bom dia amor, fica em paz, eu te amo. Passo o dia in-
teiro pensando e desenvolvendo amor por você em meu coração. Pôr amor
fomos unidos como marido e esposa, por ódio fomos separados, mas o amor
prevalecerá e em breve eu acordarei dizendo a você todas as manhãs, bom
dia amor, eu te amo. Mesmo que eu seja morto nesta guerra, meu espírito
estará sempre com você lhe protegendo da tristeza e do medo. Com você
estarei sempre em pensamento enquanto acordado e sonhando. O amor de
Deus é belo e grandioso, belo e grandioso é o meu amor por você. O amor de
Deus é compassivo, benévolo, puro, divino e incondicional e incondicional,
divino, puro, benévolo e compassivo é o meu amor por você. Caso eu seja
capturado e não volte mais, não quero que fique triste. A cada passo que da-
rei em direção ao Delta do Nilo, maior será a distância de nossos corações e
maior e mais intenso dentro dele o amor que tenho por você. Sofro de amor
144

e saudade da felicidade que você me dava. Meus dias com você foram ines-
quecíveis e tais dias não me permitem esquecê-la. Ora por mim para que eu
volte para seus braços e com meu amor por você eu possa gerar mais luz para
acabar com o ódio e a escuridão que entristece e obscurece toda a atmosfera.
É horrível viver longe de você, mas horrível ainda seria viver sem você. São
tão bonitos o seu rosto e o seu sorriso. De todas as maravilhas criadas pelo
Egito, nada é mais maravilhoso que ver você sorrindo e falando alegremente
que me ama. Em nossa casa, eu deixei muitos textos escritos sobre o amor e
a dor da saudade que sinto de você. Meu amor por você está acima de qual-
quer medida, ele é a alegria da minha vida, o meu companheiro insepará-
vel e o meu melhor amigo. Fica em paz e tudo de bom. Com amor, Istmek.
Dominada pelo calor e pelos maus pensamentos, Niniane chorou e co-
meçou a orar para que Osíris proteja seu esposo e a guerra não aconteça en-
tre egípcios e sírios. Enquanto isso, o comandante do exército egípcio mon-
tado em um cavalo disse as 4 da tarde ao doutor Istmek:
– Doutor, o senhor já ouviu falar do livro dos mortos do Egito?
– Já. Já ouvi falar também do livro dos mortos do Deus Enki e dos Ve-
das da Índia.
– É mesmo. O senhor poderia nos falar um pouco sobre estes livros?
– Posso. O livro dos mortos do Egito é uma coletânea de feitiços, fórmu-
las mágicas, orações, hinos e litanias do Antigo Egito. Ele foi escrito por Sne-
fferus S. Karnak. Refere-se a reencarnação e ao julgamento da humanidade
pelo Deus e juiz supremo, Osíris. Os Vedas da Índia também dizem respei-
to a reencarnação e o julgamento de Deus que manda as almas para o céu,
para o inferno e as mantêm aqui na terra. O livro do Deus Enki fala que ele
ensinou para o primeiro humano e humana a ciência do julgamento e a pu-
nição por Deus. Se Deus é um bom pai, ele não julga e nem pune seus fi-
lhos amados. O que Deus faz é amar a todos com seus defeitos e qualidades.
Muitos aqui conosco estão dando seus últimos passos nesta vida e temem
o julgamento e a punição do senhor da verdade, da justiça e da morte. Não
temam morrer, ser julgados, punidos e mandados para o inferno para so-
frer para sempre, pois não existe inferno e demônio algum. Se os Annunaki
145

creem nesta bobagem de inferno, demônios e Ball, eles são tão tolos e igno-
rantes como os seres humanos. Acredito que a finalidade de infundir medo
nas mentes dos humanos é para que não mintam, não matem, não roubem,
não se prostituem, não se droguem e nem traiam pois se isto fizerem não te-
rão o perdão de Deus e irão para o inferno sofrer para sempre por seus peca-
dos, maldades e injustiças contra si mesmos, Deus, os animais, as plantas, os
rios, os mares e o resto da humanidade. Ao morrermos, voltaremos ao para-
íso onde está a fonte criativa do amor que é Deus que vos criou e os ama in-
condicionalmente.
– Eu tinha medo de morrer e ir para o inferno, mas ao conversar com o
senhor, meu medo se evaporou. Os reis usam a religião como forma políti-
ca de escravizar as mentes de seus súditos pelo medo?
– Sim. Com medo ninguém sente paz e alegria e quando a paz e alegria
estão ausentes se enchem de ódio os corações e as mentes de toda a gente.
Com ódio e medo os seres humanos ficam cegos e na escuridão eles fazem
guerras, matam pessoas e roubam outras terras por ouro e conhecimento.
Onde há medo e raiva, não há paz, amor, prosperidade e não violência em
nenhum lugar da África e da Ásia e Europa. O câncer cresce lentamente
se alimentando das células saudáveis, o império egípcio tem crescido lenta-
mente com a morte de crianças, mulheres e idosos inocentes. Assim como
câncer mata o portador, a matança de pessoas inocentes levará este impé-
rio à destruição e para sempre ele será lembrado como uma maldição. A hu-
manidade passou pela era da pedra, pela era do bronze e está entrando na
era do ferro, mas um dia a era do ouro e do diamante chegará e haverá paz
em todo lugar.
– Vou tentar entrar num acordo com os sírios para que se retirem paci-
ficamente das terras que ocuparam ilegalmente e injustamente. Se recusa-
rem, não teremos que expulsá-los a força antes que dominem todo o nosso
território e nos submetam a escravidão como fizeram os hicsos séculos atrás.
– Gostei da ideia. Se eles aceitarem o acordo amigável, você passará de
matador a salvador de pessoas. Vai se tornar um herói e quem sabe até faraó
como foram alguns comandantes militares.
146

Depois de mais alguns dias sofrendo de agonia, saudade e amor de Ni-
niane, os exércitos egípcio e Sírio se encontraram no Delta do Nilo. Um
mensageiro egípcio desarmado e a cavalo foi enviado ao comandante sírio.
O comandante sírio disse ao mensageiro:
– Olá mensageiro egípcio. Que mensagem trazes para mim?
– Trago-te, ó comandante dos sírios, um acordo de paz de nosso co-
mandante.
– Que acordo é este?
– Que desocupem as terras que ocuparam e partam em paz de volta a
Ásia ocidental.
– Lamento rejeitar a proposta de paz de vosso comandante, mas preci-
samos destas terras férteis do Delta do Nilo para alimentar o nosso povo. Se
vosso comandante não deseja o derramamento de sangue diga-lhe para pe-
gar seu exército e dar marcha ré.
– Senhor, vossa decisão custará as vidas de muitos de seu povo e talvez
a sua própria.
– Não tem acordo nenhum, vá embora daqui antes que eu o mate.
O mensageiro egípcio voltou ao exército egípcio e disse ao comandante:
– Comandante, eu disse ao comandante tudo o que o senhor me man-
dou falar, mas ele rejeitou vosso acordo de paz.
– Cavalheiros egípcios, se perdermos esta batalha, vossas famílias serão
mortas e submetidas a escravidão. Por tanto lutem como leões. É chegada a
hora de voltarmos para o céu e nos encontrarmos com Deus. A gente se ver
lá ou no jantar depois da batalha.
Os exércitos egípcios e sírios se enfrentaram numa luta que durou a ma-
nhã e a tarde inteira. Assim que anoiteceu, os exércitos pararam para uma
trégua para juntar os mortos e ajudar os feridos no chão ensanguentado do
campo de batalha. Ao ver tantos mortos e feridos gemendo de dor, o coração
e a mente de Istmek se encheu de compaixão pelo sofrimento de tantos sol-
dados sofrendo de dor. Sem perca de tempo, começou a medicar e amputar
147

braços e pernas dos soldados. Após a noite inteira de trabalho, Istmek disse a
um de seus ajudantes médicos:
– Grande é o sofrimento dos soldados, de suas famílias e de seus amigos
em ambos os lados, maior ainda é a dor da saudade que sinto em meu cora-
ção por Niniane. Ela adquiriu muita sabedoria e aprendeu a amar a Deus.
Apesar de todos os seres humanos serem iguais a ela, eles ainda não apren-
deram a amar a Deus e si mesmos. Quando aprenderem a amar a Deus e ver
ele em tudo, não se matarão mutuamente como inimigos, mas trabalharão
juntos como irmãos. Viemos da mesma fonte criativa, não são inimigos, mas
velhos conhecidos que se esqueceram o que são, de onde vieram e o quan-
to é bom amar a Deus e respeitar e valorizar o próximo como a si mesmo.
– Daqui a pouco amanhecerá e a matança e o trabalho para nós vão con-
tinuar. É melhor irmos dormir e descansar.
Enquanto núbios e sírios eram assassinados por soldados egípcios na Nú-
bia e no Delta do Egito, a pequena filha do faraó, a princesa Neferubity ado-
eceu gravemente e morreu. Neferubity foi embalsamada e enterrada num
sarcófago de ouro no Vale dos Reis em Cache Deir el-Bahri. Após o sepulta-
mento, a rainha do Egito no palácio real disse a Tutmés I:
– A morte de nossa filha ou foi culpa do Osíris e o Ball dos hicsos.
– Não existe Ball e nem Ball. Não existe céu e nem inferno. Nem alma,
nem julgamento, nem punição e nem nada. Deus e o Ball são as duas faces
da mesma moeda assim como o é o amor e ódio, a ignorância e a sabedoria.
A bondade e a maldade, a luz e a escuridão, a verdade e a mentira. Doutri-
nar as mentes dos seres humanos para acreditar na salvação e condenação de
suas almas no céu e no inferno é a maneira que mantemos seus pensamen-
tos longe da realidade e do que é certo e errado, direito e torto, justo e injus-
to. Crendo em deuses que não existem, eles aceitam nós governarmos a eles
como sendo representantes de Osíris na terra para protegê-los do julgamen-
to de Deus. Como são tolos e ingênuos os seres humanos. Tudo de bom que
acontece com eles, eles atribuem como sendo obra de Osíris e tudo o que
acontece de ruim, eles culpam o Ball. Quando se morre, não se vai para in-
ferno e céu algum, se vai é para debaixo da terra de um cemitério. Nossa
148

filha morreu foi por causa das doenças das quais estão cheias este mundo
cheio de doidos.
– Tanto Osíris como o Ball foram criados para amedrontar as mentes hu-
manas para que sirvam seus governantes que não se importam com sua vida,
saúde, educação, moradia, emprego e felicidade?
– Sim, é isso mesmo.
– Então não ensinam o povo egípcio a ler e escrever para que não en-
contrem a verdade e libertem os outros da mentira e controle dos estados?
– Isso mesmo.
– Qual a relação entre religião e política?
– É a mesma de Osíris e do Ball. A diferença é que a religião ensina os
seres humanos a servir a Deus e aos deuses e a política ensina os seres hu-
manos a servirem ao Estado e aos membros do Estado. Um dia todos desco-
brirão a verdade e neste dia todos tomarão consciência que foram feitos de
otários por toda uma vida em meio a escuridão criada pelas leis do direito,
da política e da religião.
Enquanto isto no campo de batalha entre egípcios e sírios, o curador
doutor Istmek disse aos soldados egípcios doentes e feridos:
– Bravos soldados. Conversem com suas células e peçam a elas que
curem suas células feridas e sua dor. Isto funciona para qualquer dor, me-
nos a de amor. Dor de amor nem o tempo cura, dor de amor ou saudade é
um inferno do qual quem entra não sai mais. Vocês acham que estão sofren-
do? Vocês acham isto porque nunca amaram uma garota e sofreram de sau-
dade dela. Sinto tanto dor e sofrimento com a saudade que sinto de minha
amada que eu sinto vontade de me matar as vezes para ver se paro de sofrer.
É insuportável o sofrimento que o amor traz. Entendo porque todos prefe-
rem se odiar do que se amar. O tempo está passando, a velhice e a morte es-
tão chegando e eu perdendo a chance de amar aquela cuja beleza vocês não
vão encontrar em ponto algum deste planeta.
Um soldado egípcio ferido disse a Istmek:
149

– Doutor Istmek. Eu sei exatamente o que o senhor está sentindo, pois
também fui obrigado por causa desta guerra a deixar para trás não só minha
esposa, mas meus filhos também. Teu sofrimento não é maior que o meu
pois estou ferido e longe de minha amada e meus filhos. Tua amada está tão
arraigada em tua mente e coração que nem mesmo em meio a um lugar
cheio de mortos, feridos e doentes conseguem te fazer esquecê-la. Tuas pa-
lavras me fizeram sorrir e o sorriso me fez esquecer por um momento a tris-
teza, a dor e o ódio que sinto pelos sírios e nosso faraó. Você é mesmo um
bom médico, mesmo sofrendo nos faz sorrir.
Após vencerem os sírios, o exército de serial killers do faraó atingiu o rio
Eufrates. De mãos postas, Istmek disse ao rio Eufrates:
– Poderoso rio Eufrates que cura o calor dos mesopotâmicos e alimen-
ta todo o seu povo. Cura a dor da minha saudade para que eu não morra de
amor e volte a sentir vontade de comer algo. A cada dia que passa estou cada
vez mais magro. Sem comer ficarei doente e as doenças me matarão. Não
temo a morte, mas temo viver a vida inteira morrendo de saudade de você.
Sede piedoso comigo como é com os mesopotâmicos e permita-me banhar
em paz e segurança.
Após o banho, Istmek escreveu em seu diário de guerra:
– A guerra por terras entre os egípcios e os sírios chegou ao fim, mas não
chegou ao fim a saudade e o amor que sinto por você. Todos os dias escrevo
para você para não te esquecer. Sofro de amor e saudade sem parar e quan-
to mais sofro de amor e saudade mais a amo, mas ainda não sei quando vol-
tarei, mas uma coisa eu sei, eu não posso ser feliz sem você. Mesmo que o
inferno existisse e houvesse um monte de almas sofrendo lá, ainda assim o
sofrimento delas não se compara ao meu sofrimento dela. Nem mesmo o
sofrimento da humanidade inteira poderia ser comparado ao meu sofrimen-
to longe de você milhares e milhares de milhas. Da mesma forma, também
todo o amor da humanidade por Deus não pode ser comparado ao amor que
sinto por você. Jamais imaginei que o rio Eufrates da Mesopotâmia era tão
belo quanto o Nilo, jamais pensei que te amaria tanto assim. Quando olho
para trás, lembro dos momentos felizes que tivemos e choro de saudade de
1 50

você. Foi tão bom está com você. Todos os dias oro a Deus para que você es-
teja bem e para não me esquecer. É tudo tão belo, alegre e maravilhoso ao
meu redor, mas eu não consigo sentir alegria alguma estando longe de você.
Sem este planeta não posso viver, sem você também não posso viver. O vento
carrega o perfume das flores, também ele carrega o amor que sinto por você
de meu coração. É indescritível a beleza do amor de Deus que faz meu co-
ração amar você. Quando anoitece os pássaros desaparecem da floresta, mas
não desaparece com a noite a minha saudade e tristeza de estar vivendo lon-
ge de você. Pior do que sentir calor o dia inteiro e ser queimado vivo é viver
sem você. A noite me protege do calor, o dia me protege do frio, mas nem a
noite e nem o dia podem me proteger da saudade que sinto de você. Como
um soldado dando chicotadas em um escravo, a saudade que sinto por você
dar chicotadas em meu coração e mente o dia inteiro e isto me causa dor e
a dor me faz chorar de saudade da paz que eu sentia quando estava perto de
você. Nunca houve na história da humanidade um homem que amasse mais
uma mulher do que eu a você. Queria eu ter asas para voar até onde você
está e eliminar a dor da minha saudade que tanto me faz chorar. Os seres
humanos não são escravos de Deus, mas eu sou escravo de seu amor. Nada
consegue deter a força das águas do rio Eufrates e nada também consegue
conter a força dessa saudade que arrasta minha mente para as regiões mais
obscuras do universo e me faz sofrer e chorar lágrimas de amor doces como
as águas do rio Eufrates cujas flores embelezam a paisagem e me fazem lem-
brar o seu rosto, o seu sorriso e o seu olhar. A mesopotâmia tem o forma-
to de uma lua crescente com milhares de flores diferentes. Tão bela quan-
to esta lua crescente são as suas sobrancelhas em teu rosto que refresca tua
mente e teus pensamentos. Em pensamento converso com você por telepa-
tia constantemente. Sinto você pensando em mim e espero que esteja bem.
Enquanto Istmek a longa distância e por telepatia declarava seu amor a
Niniane, Niniane também por telepatia dizia ao rio Nilo:
– Meu querido médico Istmek, não há limites para o meu sofrimento e
nem para o amor e saudade que sinto por você. O amor que sinto por você
me faz sofrer de saudade, criou a preocupação em minha mente, roubou
minha saúde e minha alegria em viver e ainda assim eu continuo amando
1 51

você. Não tenho a mínima ideia onde você está, se está morto ou feito escra-
vo, mas de uma coisa eu tenho certeza, eu amo você. Eu jurei a você que se-
ria sua companheira para sempre e se você não voltar não casarei com mais
ninguém. Estou sofrendo muito sem você, sinto compaixão do meu sofri-
mento e saudade do tempo em que eu era feliz com você me fazendo sor-
rir. Por favor, onde quer que esteja, volte logo, pois eu preciso de você para
sentir vontade de comer, dormir, sorrir e viver sem sofrer com esta saudade
que me mata de amor e dor. Quando estou sozinha, imagino você ao meu
lado dizendo que me ama e para eu me alegrar porque você voltará para
meus braços. Não sei quanto tempo aguentarei viver sem você, venha logo
senão irei morrer de saudades de você. Quando você estava comigo eu acha-
va tudo engraçado e alegre no Egito, agora com você longe de mim, estou
achando tudo triste e sem graça. Mesmo que eu me tornasse a imperatriz do
mundo inteiro, eu não sentiria alegria alguma senão pudesse dividi-lo com
você. Eu te amo tanto que já nasci te amando. Nasci te amando e morrerei
te amando. Já não sinto mais vontade de comer nada e a cada dia que passa
estou cada vez mais magra. De tanta preocupação com você eu não consigo
mais nem dormir direito. Magra e de olheiras profundas e negras, estou pa-
recendo as múmias das princesas e rainhas embalsamadas no Vale dos Reis.
É grande a tristeza, o medo, a escuridão e a negatividade as quais meu cora-
ção, mente e sentidos estão fortemente acorrentados. Grande também é o
meu amor por você. Como as trevas e a luz lutando para manter a terra na
escuridão e na claridade, também a tristeza e o amor estão lutando dentro
de minha mente e meu coração para me manter infeliz ou infeliz. Em meio
a infelicidade e a felicidade, por você eu choro de amor e saudade. Esta ba-
talha entre a felicidade e infelicidade só terá fim quando você voltar para os
meus braços. Onde quer que você esteja, saiba que eu estarei sempre com
você e jamais o esquecerei.
Uma semana depois, Istmek voltou com o exército egípcio e os espólios
da guerra para Cache Deir el-Bahri. Ao se encontrarem com o faraó, este
lhes disse:
– Muitos de vocês estão cansados de tanto lutar e marchar em nome da
grandeza do Egito e do povo egípcio. Merecem umas férias e para gozarem
1 52

de suas férias, dividiremos os espólios da guerra. Como combinado, 25% do
espólio será dividido entre vocês. 75% irá para o estado e para a sociedade.
Estão todos dispensados, vão em paz e bom descanso.
Enquanto os soldados se dirigiam em direção aos seus lares, todos ricos,
Tutmés I disse a sua rainha:
– Todo este tesouro que mandei buscar na Ásia ocidental é o seu presen-
te de aniversário.
– Onde guardaremos tantas pedras preciosas?
– Em nossa tumba funerária.
Enquanto Tutmés I e sua rainha planejavam o que fazer com tantas ri-
quezas trazidas da Ásia ocidental, Istmek caminhava alegre e rapidamente
em direção a casa da mãe de Niniane. Ao chegar a casa ele viu os parentes e
amigos de Niniane todos com o semblante muito triste. Ele perguntou a eles:
– Vocês estão todos tristes assim é por que eu voltei da guerra?
A mãe de Niniane respondeu:
– Não é nada disto seu idiota, estamos tristes porque Niniame acabou de
morrer de saudades de você.
Istmek ficou tão infeliz com o que ouviu que as flores que trazia em
suas mãos, imediatamente murcharam. Com as flores murchadas e os olhos
cheios de água, Istmek caminhou quase que em choque em direção a sala
onde estava o corpo morto e sem alma de Niniane. Ao vê-la morta, ele pe-
gou suavemente em sua mão e lhe disse:
– Querida Niniame, até morta você é bonita. Volte para o seu corpo e
ressuscite.
Enquanto ouvia Istmek chamando-a de volta a vida encarnada, seus
guias de luz lhe diziam:
– Venha conosco em direção ao céu e deixe o sofrimento para trás.
– O amor que sinto por Istmek não me permite ir com vocês, pois nem
mesmo no céu eu seria feliz senão estiver com ele. Vou voltar e continuar
o meu trabalho.
1 53

Enquanto Niniame ressuscitava, Niniane sentiu seu velho coração vol-
tar a bater de alegria e seus olhos ver Istmek sorrindo para ela novamente en-
quanto as flores que estavam murchas voltavam ao normal com alegria para
o espanto e a alegria de todos na sala. Niniame disse a Istmek:
– Eu sabia que você viria. Estou feliz por ver você mais uma vez. Obri-
gada por me ressuscitar. Me ajuda a levantar e me leva lá para fora para eu
tomar um ar. Como você está magro.
– Longe de você eu senti tanta saudade e tristeza que eu não sentia von-
tade de comer nada. Você também emagreceu um bocado.
– Não era só você que estava sofrendo de saudade, tristeza e vontade de
não se alimentar. Como foi a longa viagem?
– A pior que já fiz em toda a minha vida. E lá do outro lado? Como é?
– É bem diferente do que ensinam nas religiões da África, da Europa e
da Ásia. Não vi demônios e inferno algum. A única coisa que vi foi um mon-
te de anjos de luz ao meu redor e ao redor de todos os que estão presentes
aqui. Os meus guias me convidaram a ir para o paraíso, mas por amor a você
eu rejeitei o paraíso e ressuscitei quando você pegou a minha mão e me dis-
se que mesmo morta eu era bonita. Que poder é este que usastes para me
ressuscitar?
– É o poder do amor. Por meio do amor podemos curar os doentes sem
remédios e ressuscitar os mortos.
– Me ensina como curar os doentes e ressuscitar os mortos para eu nun-
ca mais me preocupar com a sua morte.
– Você está muito fraca e magra. Mal consegue andar e falar. Você pre-
cisa de comida e água para ficar mais forte, andar mais rápido e voltar a can-
tar para alegrar a minha mente, o meu coração e a minha alma.
– Estamos com muito pouco dinheiro para comemorar. O faraó aumen-
tou os impostos para financiar seus exércitos e nossas misérias. As leis do nos-
so direito egípcio estão longe de serem perfeitas. Nestes 9 meses longe de
você, eu não recebi nenhuma ajuda sequer do estado para comprar comida
1 54

e remédios. Quando o marido de uma mulher vai ou morre em guerra, o cer-
to seria o estado dar uma pensão para as viúvas, mas eles nada dão.
– No futuro, os governantes mudarão e com eles as leis das suas socieda-
des e cidades estados.
– Com a religião e a política controlando as mentes e corações dos seres
humanos de forma negativa, a pensão por morte será um direito que as mu-
lheres só irão ter acesso daqui a 3000 anos.
– Você está certa. Eu trouxe um presente para você da Ásia ocidental.
– Cadê?
– Está aqui.
– O que é isto? Ouro e diamantes? É roubado?
– É não. É o meu pagamento por cuidar de tantos feridos e doentes nas
campanhas de guerra.
– Estamos ricos Istmitek.
Uma festa foi feita para comemorar a volta de Istmek ao Egito e a volta
de Niniame a vida encarnada. Enquanto todos bebiam, comiam, dançavam
e cantavam, Istmek perguntou a Niniame:
– O que aconteceu de importante aqui em Cache enquanto estive
na guerra?
– A filha menor do faraó morreu ainda criança de causas desconhecidas.
– Neste momento o espírito dela está em paz e sem tristeza nos braços
de Deus.
– Veja como é irônico o destino. Por causa das ordens do faraó, muitas
crianças sírias e egípcias perderam seus pais enquanto estes lutavam entre si
no campo de batalha no Delta do Egito e na Núbia. E o faraó agora está ex-
perimentando a mesma dor.
– Os sábios na índia costumam dizer que todo sofrimento que causa-
mos aos outros temos que passar pelo mesmo sofrimento segundo as leis
do Karma.
1 55

Enquanto Istmek e Niniane sorriam felizes, o faraó Tutmés I dizia a seu
filho Wadjmore:
– Em breve estarei morto, embalsamado e sepultado e tu serás coroa-
do o novo faraó do império egípcio. Para seres um bom governante tens que
entender de política, história, economia e religião. Nós governantes ensina-
mos ao povo pobre e analfabeto que existe o céu e o inferno, a vida e o cas-
tigo eterno, mas não existe céu, inferno, Deus e nem demônio algum. O
que existe é amor e ódio, luz e escuridão, verdade e mentira, sabedoria e ig-
norância, coragem e medo, bondade e maldade, sorte e azar e assim vai. O
amor de um governante pela felicidade de seu povo justifica qualquer inva-
são, assassinato e roubo de outros povos. Um grande rei é aquele que possui
um enorme exército e marinha. Todos os grandes reis e faraós governaram
o Egito por meio do medo e da violência. Para o povo, nós faraós somos os
representantes de Deus na terra. Para eles, a nossa vontade é a vontade de
Deus. Para eles as nossas leis são as leis de Deus. Para eles a nossa religião é
a palavra de Deus. Nós egípcios somos um povo livre, mas nem sempre foi
assim. No início de nossa civilização anos atrás, éramos escravos dos Annu-
naki e eles para nos submeter a sua vontade eles nos ensinaram as histórias
de Deus e do demônio para que temêssemos a ambos. Então para nós faraós
eles nos ensinaram este segredo que é passado de faraó a faraó de geração a
geração. Não se importe com a salvação e perdição do teu e dos outros povos,
pois após a morte, todos irão é para debaixo do chão. Um buraco no chão,
este é o céu, o inferno e o destino de todas as almas após a morte. Tua per-
manência no poder depende do apoio de teus aliados políticos. Para mantê-
-los ao seu lado, construa grandes obras públicas e compre o material para a
construção em suas indústrias com o dinheiro dos impostos pagos pelo traba-
lho suado do povo pobre. Não alimente e nem eduque o seu povo para que
fiquem fracos, doentes, retardados para que não vejam a verdade e nem se
voltem contra ti para derrubá-lo. É direito do povo a vida, a alimentação, a
vestimenta, a moradia, o emprego, a religião, a saúde e a educação, mas não
dê o que o povo tem direito, pois isto seria o fim do império e o início de um
novo governo regido pelo povo e pela vontade popular. Qualquer manifesta-
ção acerca da reivindicação destes direitos humanos, reprima com violência.
1 56

Não tendes piedade e compaixão, pois estas más qualidades são as caracte-
rísticas dos reis fracos que não nasceram para governar. Segundo nossas leis
injustas, desiguais e privativas de liberdades, cúmplice de roubo também é
condenado a morte como ladrão. Muitos faraós roubaram e mataram ou-
tros povos com o povo egípcio como cúmplice deles. Por tanto numa socie-
dade de ladrões, só se governa bem e por muito tempo mentindo, roubando
e matando. Para ser bem-sucedido como rei não espere ser amado e sim te-
mido e para ser temido tens que infundir na mente e nos corações do povo
o temor a Deus e o demônio para que obedeçam a sua vontade. Sem comi-
da e informação o povo fica fraco, doente, com medo, com raiva e violento.
Com o povo doente e violento, haverá mais doentes nos hospitais e nas pri-
sões. Com isto comprarás remédios e armas dos grandes produtores e terás
teu apoio político garantido.
– Acredito que alimentando e educando o povo com a verdade, eles lu-
tariam melhor no campo de batalha.
– Se você alimentar e educar o povo, eles ficarão muito inteligentes e
não lutarão mais por guerras entre os povos, mas por paz na terra.
Enquanto o faraó Tutmés I falava um monte de tolices para seu filho, Ist-
mek. Dizia a Niniame, sua família e seus amigos:
– Na escuridão das mentiras criadas pela política e pelas religiões, o ser
humano fica cego e cego ele não pode ver Deus em nada e nem a verda-
de. Pôr não ver Deus em nada, ele não desenvolve amor por Deus e por não
amarem a Deus, eles se enchem de ódio e com ódio eles se matam entre si.
Todas religiões da terra falam sobre um Deus raivoso que julga, pune seus fi-
lhos e os mandam para o inferno. Nenhum pai faz isto com seus filhos. Por
que Deus que é bom faria isto? O amor não julga e nem pune ninguém, o
que ele faz é amar a todos sem discriminações e o amor é Deus e é amor ver-
dadeiro o que sinto em meu peito por Niniane de belo queixo. Não há nes-
te planeta inteiro uma mulher com um queixo mais belo que o teu. Com
amor Deus nos criou, com amor eu te ressuscitei e com amor eu me libertei
da saudade e da tristeza que eu sentia vivendo longe de você.
1 57

– Eu pensava que o amor estava me fazendo sofrer. Mas o que estava me
fazendo sofrer não era o amor, mas o medo de te perder, pois toda vez que
eu pensava em você eu sentia alegria lembrando de momentos como estes
em que vivi com você. Ao ressuscitar perdi meu medo de morrer e agora
vivo feliz não porque ressuscitei, mas porque estou mais uma vez com você.
Depois de muitos anos de estabilidade no império egípcio e sem guer-
ras, Istmek e Niniame constituíram uma bela família e à medida que seus fi-
lhos foram nascendo, o filho do Tutmés I, morreu para a tristeza de seu pai
ateu. Poucos anos depois em 1492 A, C. Tutmés I morreu e foi embalsama-
do e sepultado junto com seus filhos no Vale dos Reis. Mutnefert, esposa se-
cundaria de Tutmés, disse a seu filho Tutmósis II:
– Vosso pai está morto, mas sua meia irmã Hatchepsut tem mais direi-
tos ao trono do que você. Para não haver disputa de poder entre vocês, seria
bom que casem e governem juntos o Egito.
– Se ela aceitar, assim será.
Após uma longa conversa entre Tutmés e Hachepsut sobre a morte do
pai e destino do império, Hatchepsut aceitou casar-se com seu meu irmão
Tutmosis ou Tutmés II. Desse casamento nasceu as princesas egípcias Ne-
ferure e Neferubiti. Alguns meses após o nascimento de Neferubiti, o faraó
Tutmés II disse a sua meia irmã e esposa Neferubiti:
– Nosso pai me disse pouco antes de morrer que um grande rei é aque-
le que possui um grande exército. Eu tenho um grande exército e com ele
pretendo expandir as fronteiras do império do Egito para toda a África, de-
pois para a Ásia.
– Que tal pensar um pouco menos na conquista do mundo e pensar um
pouco mais nas suas filhas? Que tal parar de pensar em matar outros seres
humanos e brincar um pouco com suas filhas?
– Perdão, não é fácil ser faraó e pai ao mesmo tempo, pois devido ao tra-
balho e imensa responsabilidade nunca tenho tempo para pensar e brincar
com os próprios filhos.
Enquanto isto a velha Niniame disse ao velho Istmitek.:
1 58

– As leis do Egito são muito injustas e as penas aos criminosos muito
violentas.
– Injustos e violentos são os governantes, injustas e violentas são as suas
leis. Quando os governantes se tornarem justos e pacíficos, as leis serão jus-
tas e pacificas e o povo feliz. Sem sabedoria e amor por Deus, nenhum go-
vernante se torna justo, pacífico e querido. Sem ser justo e pacifico o gover-
nante não faz justiça e nem leva a paz ao seu povo. Sem paz, o povo fica
infeliz igual aos governantes injustos e violentos que enganam, põem medo
e exploram eles e na escuridão eles matam e roubam por seus reis. Estas
leis egípcias não são humanas, mas desumanas. Leis desumanas criam po-
vos desumanos. Nosso faraó, os sacerdotes, os juízes e demais aliados polí-
ticos do faraó, devido à falta de sabedoria, estão queimando vivo os crimi-
nosos e o Deus que os criou que vive em seus corações. É criminoso aqui
no Egito qualquer um que conteste as leis do direito egípcio e as leis da re-
ligião egípcia.
– Você ver coisas que ninguém mais ver e é também o homem que mais
amei neste planeta. Vou sentir saudade de você quando eu morrer.
– Você só vai morrer ou ir ao encontro de Deus depois que eu morrer,
pois se você morrer primeiro que eu, te ressuscitarei mais uma vez com o po-
der do meu amor por Deus e você.
– Em toda a minha vida, nunca consegui ressuscitar nenhuma abelha,
mas consegui criar muito amor por você e como os raios da lua, do sol e das
estrelas esse amor continua a iluminar e alegrar tudo o que existe nos multi-
-universos da criação de Deus.
– Você já sabe que Deus é o amor e a alegria?
– É o amor de Deus em sua vida.
– A luz do amor é tão positiva quanto a energia pura que emana dos cris-
tais que estão enterrados na terra, no mar e nas montanhas. Tais cristais abai-
xo de vossos pés, vibram de amor por que estais aqui sobre esta terra sagrada.
– O maior desejo dos faraós é conquistar todos os países, o meu maior
desejo é continuar sendo sua esposa vida após vida.
1 59

No dia seguinte, enquanto tomava café, o faraó Tutmés II, disse a sua rai-
nha enquanto brincava com suas filhas:
– No primeiro ano de nosso reinado, esmagamos uma revolta na Nubia
que acabou com o reino de Kush. Agora destruiremos os beduínos do Sul
da Palestina.
– Quando é que você vai crescer e parar de pensar em fazer guerras?
– Quando você parar de contrariar os meus desejos. Nessa campanha
contra os beduínos, eu mesmo lutarei no campo de batalha.
– Espero que morra lá.
– Por que você me odeia tanto?
– Por que teu pai traiu minha mãe com a tua, porque você é chato, in-
fantil e só pensa em fazer guerras em vez de dar atenção as filhas.
– Certamente tua mãe não sabia como conquistar a fidelidade de um
faraó que é a mesma coisa que Deus na terra e como Deus tem o direito de
fazer o que quiser, eu também tenho, pois Deus sou eu.
– Você não é Deus, mas uma pequena parte de Deus.
– Eu sou o Deus do Egito, desta terra e do universo.
– Você é o Deus dos iludidos e o pai mais idiota que não dar atenção a
mulher e nem aos filhos.
Enquanto o casal real discutia na frente dos filhos, Istmek foi atropela-
do por um cavalo e morreu nos braços de Niniane que também morreu em
seguida. Três dias depois reencarnaram na ilha de Creta, situada no sul do
mar Egeu, Grécia.
1 60

CAPÍTULO IX
A ILHA DE CRETA E A FORMAÇÃO

DA CIVILIZAÇÃO EUROPEIA

E
m 1450 A.C., a maior ilha do mar Egeu (Creta) da Gré-
cia, estava em tempos de anti-guerra (paz). Em um de seus portos,
uma jovem cretense chamada Ariadne (Niniane), da praia, observa-
va a chegada de um barco de madeira a vela vindo do Egito. Enquanto o bar-
co ancorava no porto, Ariadne subiu no barco, abraçou, beijou seu coman-
dante e lhe disse com uma linda coroa de flores sobre o cabelo:
– Amor. Você voltou. Eu estava com tanta saudade de você que nem
conseguia dormir e comer direito de tanta preocupação, ansiedade, triste-
za e medo.
– Livra-te de teu medo, tristeza, ansiedade e preocupação porque agora
eu estou aqui para te dar coragem, alegria, calma e paz de espírito.
– Como foi a viagem?
– Foi a pior que já fiz em toda a minha vida.
– Por que?
– Por que passei vários dias sem ver você.
– Conseguiu trocar as mercadorias pelo ouro?
– Consegui.
– Cadê o ouro?
– Tá aqui. Tome.
– Tá pesado. Carrega você.
Após subirem um caminho pelas rochas de um penhasco, eles senta-
ram em um banco de pedra. Ariadne, olhou o sol se pondo no mar e disse
a Taurus (Istmek):
1 62

– O sol passou o dia inteiro queimando a negatividade dos pensamentos
humanos e agora vai tomar um banho de mar para aparecer mais brilhante
no outro lado do planeta.
– O mar vai brilhar com o mergulho do sol e os peixes que estão na es-
curidão vão se enxergar assim como os seres humanos quando encontrarem
a verdade e virem Deus em todo lugar.
– Certamente quando este dia chegar, haverá paz e todos vão ter medo
de se matarem, não porque irão para a prisão ou sofrer em outro lugar, mas
é porque não faz o menor sentido matar.
– O que todos os povos da terra devem matar é a escuridão e a maldade
de suas mentes e corações.
– A escuridão é sagrada e a iluminação é profana para os povos da terra
desta era. Acredito que nesta era de pedra, bronze e ferro, só eu e você pode-
mos ver tudo como realmente é.
Assim que anoiteceu, Ariadne sonhou que havia sido presa por alguns
soldados e posta dentro de um buraco escuro e em meio a escuridão ela viu
um homem com cabeça de touro vindo em sua direção. Ao vê-lo, ela correu
procurando uma saída e enquanto corria, ela viu um monte de esqueletos
desmembrados de seres humanos pelo chão. Depois de percorrer o mesmo
lugar pelo qual já havia passado, ela percebeu que estava correndo em cír-
culos e parou de correr. O minotauro apareceu e ela disse a ele:
– Quem é você?
– Eu sou a personificação de todos os seus medos.
– O que você quer de mim?
– Quero lhe matar e lhe comer.
– Por que você não vai matar e comer a sua mãe seu filho da puta?
– O que você disse? Volte aqui.
Enquanto corria pelo corredor escuro, ela viu na curva uma luz e essa
luz era Taurus com uma tocha na mão. Ela disse a ele:
– Amor. Socorro. Tem um monstro com cabeça de touro que quer me
matar e me comer.
1 63

– Alto lá touro bravo. Pare ou jogarei este fogo em você.
Taurus jogou o fogo no touro, o touro pegou Taurus pelo pescoço e
Ariadne acordou gritando e assustando Taurus que lhe disse:
– Calma amor. Foi só um pesadelo.
– Que pesadelo horrível eu tive com você.
– Como foi?
– Um ser humano de 2 metros de altura com cabeça de touro raivoso
corria atrás de mim em um labirinto escuro sem começo e nem fim. En-
quanto ele corria atrás de mim, eu vi você com uma tocha na mão. Você jo-
gou o fogo na fera, ele pegou você pelo pescoço, eu gritei e acordei você.
– Esquece o que passou. Vamos comer algo, ver o sol nascer e depois
pescar em alto-mar?
– Vamos.
Ariadne e Taurus pegaram algumas frutas, levaram para frente da casa e
enquanto o sol vinha chegando suavemente, Taurus disse a Ariadne:
– Meu avô me disse que os primeiros habitantes de Creta chegaram aqui
há cerca de 12.6000 anos (128000 A.C.) E que nossa escrita foi inspirada nos
hieróglifos egípcios.
– E eu e você fomos feitos um para o outro. Olha só que visual. Sente só
este vento frio e úmido.
– Estou sentindo. Também estou sentindo a terra tremer.
– É um terremoto. Será que é a ilha está tentando se levantar?
Depois de vários minutos de tremor de terra que fez templos e casas de-
sabarem, um tsunami destruiu a maioria dos barcos e portos da ilha de Cre-
ta. Minutos após o tsunami, uma imensa nuvem preta vinda do vulcão do
monte Santorini cobriu a ilha de Creta matando plantações, animais e seres
humanos sufocados. Enquanto a ilha sofria com a fúria da natureza, Ariad-
ne no topo de um morro, com lágrimas nos olhos observava a ilha arder em
meio ao fogo e a fumaça. Taurus disse a Ariadne:
1 64

– Meu Deus. O tremor de terra, o tsunami e essa fumaça toda deve ter
se originado de uma erupção vulcânica. Certamente deve ter vindo do vul-
cão da ilha de Santorini. Isso é um mal sinal.
– Deus. Bondoso Deus. Não permita que haja mais guerras e nem que
as mentes dos seres humanos raivosos não liberem mais negatividade e es-
curidão como a fumaça preta dos vulcões. Ó você que nos deu o livre arbí-
trio e está proibido de interferir em nossas ações humanas, retira o livre ar-
bítrio e interfere nestas guerras antes que todos se aniquilem uns aos outros.
Ó você mãe terra que repousa dentro da mente de Deus. Deixa de ser vam-
pira e volta a ser um planeta normal.
Nos dias seguintes enquanto os cretenses reconstruíam os barcos, os
portos e as cidades, centenas de barcos movidos à vela e milhares de solda-
dos egeus desembarcaram e atacaram a ilha em ruínas. As cidades da ilha
de Creta foram facilmente conquistadas e seu rei e rainha capturados. Em
frente ao palácio de Cnossos e a uma multidão de civis cretenses e soldados
egeus, o rei dos egeus disse a todos os presentes, entre eles Ariadne e Taurus:
– Povo de Creta. Nós somos os aqueus, um grupo de ladrões e assassi-
nos seminômades Indo Europeu que devido a secas em nossa região de ori-
gem, viemos para cá em busca de terras férteis. Vocês são nossos escravos e
só viverão como escravos aqueles que não aceitarem nossa língua, os nos-
sos costumes, as nossas leis e os nossos deuses. Eis aqui vosso rei e rainha. A
coroa de ouro de sua rainha irá para a cabeça da minha esposa e a coroa de
seu rei virá para a minha cabeça. Pronto. Agora eu e minha esposa somos o
seu rei e a sua rainha. Como na Mesopotâmia, na Índia e no Egito, nosso di-
reito tem pena de morte e quem não obedecer às nossas leis vai virar escra-
vo ou vai morrer.
Enquanto o rei dos aqueus falava sobre a nova ordem e o novo governo,
Taurus pegou na mão de Ariadne do meio da multidão. Eles foram ao bar-
co a vela que partiu da ilha em direção ao mar seguido por barcos aqueus.
Enquanto fugiam, o tempo foi fechando com grandes nuvens carregadas de
chuva se formando, em meio a flechas dos aqueus, raios, trovões, chuvas e
1 65

ondas altas, Ariadne e Taurus conseguiram escapar após a tempestade ter-
minar. Enquanto o sol ia se pondo e a lua cheia chegando, Ariadne disse:
– Eu vou sentir saudade de Creta.
– Eu também.
– Vou sentir saudade de meus pais e amigos.
– Eu também. Mas prefiro sofrer de saudade de minha terra natal, pais
e amigos do que viver como escravo e sem você. Aqui embaixo de nós há
tantos peixes quanto estrelas no céu e no entanto, vivem brigando por terras
e comida em vez de empregarem todos na pesca e dividir os peixes entre si.
– Poderiam também empregar todos em plantações de árvores, legumes
e ervas medicinais e dividir tudo entre todos. No entanto, os povos da terra
vivem dizendo aos conquistados, ou aceita o nosso Deus e nossas leis ou vai
virar escravo ou vai morrer.
– A consciência da humanidade está se desenvolvendo na luz muito len-
tamente e a escuridão muito rapidamente. Só vai haver paz no mundo quan-
do não houver mais reinos e reis e deuses e sim um reino e um rei e um só
Deus na terra.
– É triste está longe de Creta, mas triste ainda foram os dias em que pas-
sei viajando pelo mar pensando em você.
– Chegaremos ao Egito que horas?
– Se o vento continuar soprando forte assim, talvez meio dia e meio
de amanhã.
– Espero que nos deixem viver em paz lá.
– Deixarão, pois temos boas relações comerciais com os egípcios já faz
algum tempo.
– Quem é o faraó lá?
– É o Tutmés III, filho do Tutmés II e sua meia irmã Hatchepsut.
– Não foi o Tutmés II e a rainha Hatchepsut que esmagaram revoltas na
Núbia e atacaram os beduínos no sul da palestina?
– Foi.
1 66

– Tá esfriando muito aqui.
– Ali dentro daquela caixa tem um cobertor feito de lã de carneiro.
– Adorei. Olha amor. É uma estrela se movendo.
– Aquela pequena luz no céu não é uma estrela em movimento, mas
uma nave extraterrestre.
– Que tipo de extraterrestre são aqueles?
– Pleidianos talvez.
–Vês estas estrelas no céu?
– Vejo. O que tem elas?
– É o meu amor por você brilhando na escuridão. Ver essa água toda
em movimento?
– Vejo. O que tem ela?
– É o meu amor por você em movimento.
– Em meio à guerra e a tragédia você me diz poemas, isto me faz ri, ale-
gra meu coração e me faz esquecer por um instante todas as misérias deste
mundo cheio de luz e escuridão. Em meio a escuridão e a luz eu posso ver
caminhando pelo céu em direção a Deus as almas dos que morreram e ma-
taram em Creta.
– Quando chegarem ao céu, se arrependerão de seus erros e voltarão a
terra para corrigi-los e aqui estando, serão iludidos pelas ideologias das men-
tiras de seus líderes políticos e espirituais e continuarão errando e se arre-
pendendo e Deus perdoando e amando todos em todas as vidas e mortes.
– É guerra, é tragédia, é terror, é horror, é drama e é comédia a nossa lou-
ca história de amor e fé.
– Em meio a tantas desgraças é impossível ser infeliz vivendo com você
dentro de meu coração e ao meu lado.
– Amor. Está vendo esta escuridão cheia de estrelas no céu?
– Estou. O que tem ela?
– São as paredes internas de meu coração cheio de amor por você. Ver o
que meus olhos estão vendo?
1 67

– Vejo. Você está vendo os meus olhos olhando para os teus enquan-
to meu coração brilha de amor por você como se fosse o próprio universo.
– Estou morrendo de sono. Vamos dormir.
Enquanto dormiam no barco, Ariadne sonhou que estava voando pelo
mar e enquanto voava, ela viu voando ao seu lado Taurus que lhe disse:
– Não importa se estamos na realidade ou na irrealidade, amar você me
dar asas e faz meu coração, mente, alma e todo o meu corpo voar por um
oceano de amor com você.
– Estamos voando. O que isto significa?
– Significa que estamos livres do medo, da escravidão, do ódio, da tris-
teza, da ganância, da ambição, da inveja e da escuridão da ignorância e
da ilusão.
– Agora entendo porque o amor nos dar asas e nos liberta da maldade e
da negatividade.
– Estou me sentindo feliz como um passarinho que voou pela primeira
vez do ninho. Acho que vou cair no mar.
Assim que Ariadne caiu dentro do mar, ondas vindas do mar entraram
dentro do barco acordando os dois assustados com outra tempestade que fa-
zia o barco voar sobre as ondas e Tarus dizia a Ariadne:
– Se segura firme amor, pois se cair no mar vai virar comida de tubarão.
– Tô me segurando. Se segura bem também porque não quero continu-
ar esta viagem sem você.
– Eu te amo.
– Eu também te amo
Assim que o mar se acalmou. Taurus disse a Ariadne:
– Graças a Deus o mar se acalmou. Aquela tempestade me lembra do
tempo em que minha mente sentia saudade de você e este mar calmo me
lembra quando te reencontrei depois de uma longa viagem.
Assim que chegaram ao Egito, Taurus disse ao faraó Tutmés III:
– Creta foi invadida e conquistada por guerreiros egeus.
1 68

– Lamento pelo que aconteceu a Creta, mas infelizmente não pode-
rei fazer nada por ela, pois eu precisaria de uma grande frota de navios, um
grande exército e muita comida para libertar Creta, mas 300 anos de guer-
ras com os hicsos, nos deixou falido. Todos os recursos que temos estão sen-
do investidos na segurança das nossas fronteiras com outros povos da Áfri-
ca e da Ásia.
Ariadne e Taurus deixaram o Egito e partiram em direção a Babilônia.
Ao chegarem a Babilônia, foram ao rei Ea-gamil e Taurus disse ao rei:
– Rei Ea-gamil, Creta foi invadida e submetida a escravidão pelos aqueus.
– Sinto muito, mais não podemos ajudá-lo neste momento. Talvez os hi-
titas possam lhes ajudar.
Ariadne e Taurus deixaram a Babilônia pelo golfo pérsico e partiram em
direção ao império dos hititas. No caminho Ariadne perguntou a Taurus:
– Qual é a história dos hititas?
– Eles são um povo indo-europeu que fundou um poderoso império
na Anatólia (Ásia Menor). Os hititas, os babilônicos e os egípcios são as três
maiores potências do planeta. A escrita deles como a dos babilônicos, dos
egípcios é hieroglífica como a de Creta. Possuem temidos carros de guerra
com 3 guerreiros.
– E se eles não nos ajudarem?
– Aí libertaremos Creta nós mesmos.
– Como faremos isto?
– Juntaremos secretamente o povo e lutaremos e expulsaremos os
invasores.
Ao chegarem ao império hitita, foram ao rei Telebino e Taurus lhe disse:
– Nosso povo foi escravizado pelos aqueus.
– Sinto muito por vosso povo, mas nada poderei fazer por ele, pois já te-
mos problemas demais por aqui.
Taurus e Ariadne voltaram ao mar e Taurus disse a Ariadne:
– Nosso ouro está no fim. Temos que voltar a Creta.
1 69

– Temos que pintar a vela de nosso barco de preto e chegar lá de madru-
gada para não sermos vistos chegando.
– A ideia é boa. Faremos isto no próximo porto hitita.
Ao retornarem a Creta de madrugada, Taurus e Ariadne foram procurar
seus familiares e amigos e alguns foram mortos e outros escravizados porque
fugiram da ilha. Taurus enfurecido disse a Ariadne:
– Eu vou matar esse rei dos aqueus e a família dele inteira.
– Aí será preso e morto e eu ficarei solteira até morrer de saudade de
você. Perdoa eles.
– Perdoar?
– Sim. Sei que é difícil perdoar alguém que matou tua mãe e teu pai,
mas perdoa.
– O rei dos aqueus é um ladrão e um assassino e ladrões e assassinos não
merecem o perdão de ninguém. O que merecem é a pena de morte.
– Você mata ele e vem outro no lugar dele. Mas se matarem você, nun-
ca virá outro em seu lugar. Nós amamos Deus e nós vemos Deus nos cora-
ções deles. Eles já te privaram de teus pais, mas não deixa eles te desligarem
de Deus e te levarem para a escuridão para você criar ainda mais karma para
você e Deus que habita dentro de você. Não viemos a este planeta para se-
mear o ódio entre os seres humanos, mas a paz e o amor de Deus entre eles.
Não deixa o ódio te cegar, te adoecer, te enfraquecer, te enfeiar, te entriste-
cer e te afastar de Deus. Não seja otário e estúpido como os aqueus que es-
tão cegos, na escuridão e odiando a Deus.
– Você tem razão. Podemos nós 2 não libertar Creta dos Aqueus, mas po-
demos libertar os cretenses do ódio a Deus, esta velha, escura, temida, pre-
ocupante, indesejável e estúpida energia escura e negativa. Eu não sou fon-
te de ódio, negatividade, tristeza e escuridão. Eu me amo. Eu amo Deus e
amo meus inimigos como a mim mesmo. Eu sou luz, eu sou alegria, eu sou
paz, eu sou o espírito e o amor de Deus. Deus, fonte criativa, alma suprema,
perdoa nossos inimigos e limpa o ódio de nossos corações. Me perdoa por
ter pensado em matar você várias vezes.
1 70

– Calma amor. Não chora. Não se julga. Não se pune. Não sofre, pois
Deus nos ama e perdoa tudo o que fazemos de errado. Ele não é um ser hu-
mano como você que não sabe se perdoar e nem se amar.
– Eu me perdoo. Eu me amo. Eu amo Deus. Eu te amo meu
grande amor.
– Há muitas maneiras de dizer eu te amo e as suas são sempre as melho-
res e pôr esta forma que eu te amo também além do espaço e do tempo, da
vida e da morte, do dia e da noite, da luz e da escuridão.
– Amor de humano é divino porque vem da alma, da luz, da alegria, do
amor e de Deus. Tão divino como o amor dos deuses é o meu amor por você
meu bondoso guerreiro de luz.
– Minha luz em comparação com a tua é como a chama da vela com
a luz do sol. Você ensinou meu coração a amar a Deus e agora ensina ele a
perdoar a Deus.
– Deus perdoa tudo o que fazemos de errado. Também devemos perdo-
ar Deus por tudo o que ele faz de errado. Longe de casa, as almas se compor-
tam como se fossem estranhas apesar de serem velhas conhecidas da fonte
criativa do amor que vive na alma e no fundo do coração de Deus.
– Deus tem coração?
– Tem e é enorme. Maior que milhões de universos. Ele é tão grande
quanto o meu amor por você. Eu falo de amor com naturalidade para você
porque eu sinto amor por você em minha mente, meu coração, alma e su-
per alma.
– A super alma é Deus em você?
– É. E eu sou esta super alma dentro de mim.
– Deus é um espírito de amor encarnado em um ser humano infinita-
mente grande do qual fazem partes eu e você. E de todas as partes de mim
mesmo, você é a que eu mais amo.
– Dizem que amor de doido é o mais puro de todos e o meu amor por
você é o mais puro e doido de todos porque é simplesmente sincero e verda-
deiro. A diferença de uma mulher para uma flor é que uma nasce no céu e
1 71

a outra nasce na terra. A diferença do amor para ódio é que o amor é imor-
tal e o ódio é mortal.
– Dizem que o amor cega. Que bom que estás cego de amor por mim e
me ver em todo lugar, És um homem abençoado. Merecias viver não como
um mercador do mar, mas como um rei de um belo planeta como este.
Enquanto caminhavam desolados pelas ruas de Creta, eles ouviram
numa praça pública um sacerdote aqueu dizendo aos cretenses:
– Aqueus naturalizados (cretenses), Zeus é o Deus dos céus, dos raios,
dos relâmpagos e quem mantêm a ordem e a justiça na terra e no universo.
Ele é o filho caçula de Cronos com Réia, casado com Métis, Hera, Dione e
pai de Atena, Afrodite, Apolo, Artemis, Hermes, Persefone, Demeteri, Dio-
nisio, Perseu, Heracles, Helena, Minos, Ares, Enio, Ititia, Éris, Hebe, Hefes-
to e todos vocês. De todos os deuses da terra, ele é o único que é verdadeiro
e pai de todos eles. São símbolos que o representam, o raio, a águia, o car-
valho e o touro. Ele é o juiz supremo e o universo o seu tribunal. Todos nós
seres humanos feitos de carne e osso somos mortais.
Ariadne disse a Taurus:
– Os aqueus já começaram a fazer uma lavagem cerebral nas cabeças,
mentes e corações dos cretenses com o seu Deus julgador e punidor, Zeus.
– Zeus. O Deus dos ladrões e assassinos aqueus. Agora é o Deus dos cre-
tenses roubados e assassinados.
– Melhor ser roubado do que roubar, melhor ser assassinado do que as-
sassinar, melhor ser odiado do que odiar, melhor ser invejado do que invejar,
melhor sofrer injustiças do que praticar uma. E o pai de Zeus?
– O pai de Zeus, Cnossos tinha 5 filhos antes dele, chamados Héstia,
Deméter, Hera, Hades e Posidon. Então Gaia (terra) disse a Cnossos que
seu filho iria depô-lo do poder. Sem saber qual dos filhos seria seu depositor,
Cnossos engoliu Héstia, Deméter e Hera. Com medo de Cnossos engolir
Zeus, sua mãe Réia o escondeu para que não morresse. Quando Zeus cres-
ceu, ele enfrentou Cnossos, abriu uma fenda em sua barriga e libertou seus
irmãos, ciclopes e titãs que estavam lá.
1 72

– E a nossa casa? Será que ainda é nossa?
– Não sei. Mas espero que não tenha sido dada aos nossos novos senhores.
Assim que chegaram em casa, prepararam algo para comer, acenderam
uma fogueira para preparar o jantar e se aquecer do frio da noite cheia de es-
trelas. Ariadne disse:
– Que coisa horrível é ser conquistado, escravizado, oprimido, explora-
do, respeitar leis de outro povo e adorar outro Deus.
– Pior do que tudo isto foi os dias que fiquei longe de você quando estive
no Egito. Aqueles dias no Egito foram os piores dias da minha vida. Não gos-
to nem de lembrar da tristeza que senti navegando pelo mar sem você. En-
quanto as ondas sacudiam violentamente o barco em movimento e o vento
forte assanhava meu cabelo, eu pensava que a morte iria me levar e eu nun-
ca mais ia te ver. Ó mais bela de todas as mulheres de Creta, eu não posso
ser feliz neste mundo vivendo longe de você. Também não posso ser feliz
vendo você tão triste assim. Tristeza é como um temporal no mar que vem
e logo depois se vai.
– Sinto saudade de meus pais, parentes e amigos. Eles morreram por que
eu fugi de Creta com você.
– Se você não tivesse fugido, certamente estaria morta como eles.
– Estando morta, meu pesar seria milhões de vezes pior do que todo pe-
sar que senti em minhas outras vidas passadas ao perder pais, parentes e ami-
gos que eu amava e que hoje devem estar em algum lugar neste planeta com
os seus novos pais, parentes e amigos assim como os seus.
– Nossos pais, parentes e amigos foram em suas vidas passadas soldados
que mataram muitos soldados nos campos de batalha e por esta razão tive-
ram que ser mortos pela espada da mesma forma que mataram. Também
os que os mataram, serão mortos pelas espadas nas batalhas que ainda virão
para entristecer ainda mais os corações das mães.
– Nesta era de touro, tá todo mundo louco. Os homens desta era amam a
guerra, mas não as mulheres. Por que os homens odeiam tanto as mulheres?
1 73

– É porque estão cegos e não podem vê-las como sendo um pequeno pe-
daço de Deus cuja alma é maior que tudo o que existe no universo. Perdoa
eles por seus erros pois vivem na escuridão sem luz, sem amor, sem paz e
sem Deus. Se perdoe também, não se culpe por seus erros, Deus é perfeito e
perdoa tudo o que a gente faz de errado. Pare de pensar nas coisas ruins que
aconteceram em sua vida e pense no futuro, no futuro onde traremos nossos
pais, parentes e amigos um por um através de nossos filhos. Neste mundo,
algumas almas reencarnam em grupos. Hoje você é filha de seus pais, ama-
nhã eles nascerão como seus filhos. Não se preocupe. Eles não foram embo-
ra de sua vida. Eles viraram anjos de luz e estão ao seu redor esperando uma
oportunidade para nascerem como um filho seu para que o amor que você
sente por Deus nunca tenha um fim como a chama de uma vela se apagan-
do ou uma estrela explodindo no céu.
– Somos os únicos em Creta que acreditamos em vida após a vida.
– Vivemos na luz e não iludidos.
– Aqui em Creta todos estão tristes, com medo e com ódio pensando que
perderam seus parentes para sempre.
– Na escuridão os seres humanos vivem na ilusão criando sofrimento em
vez de destruir o seu próprio sofrimento por meio da iluminação do amor a
Deus, fonte de toda vida, consciência, conhecimento e sabedoria. Devido a
escuridão da ignorância, nosso povo não está apenas triste, mas com medo e
com ódio e estes 3 sentimentos negativos são as raízes de sua infelicidade. Tal
mal deve ser cortado pela raiz para que não gere frutos amargos e nem mais
sofrimento. Os aqueus não respeitam nossas leis e os cretenses não aprende-
ram a perdoar e tanto aqueus como cretenses estão vivendo e sofrendo na
escuridão da ignorância e da ilusão.
– Perdoar e amar os inimigos só é mesmo para seres super-humanos
como eu e você. Os seres humanos só vão aprender a perdoar e amar o pró-
ximo quando eles aprenderem a se amar e se perdoar. É muito difícil para
quem vive na escuridão perdoar e amar quem os odeia e os faz sofrer, mas eu
não vivo na escuridão sem a luz do amor e do perdão de Deus.
1 74

Depois de 10 anos ensinando a ciência da imortalidade do ser vivo aos
cretenses, Ariadne e Taurus foram presos e levados a julgamento sob pretex-
to de estarem perturbando a ordem. No julgamento, o rei dos aqueus dis-
se a Taurus:
– Você tem ensinado aos colonos dos aqueus a imortalidade do ser vivo?
– Tenho.
– Você não tem pago os tributos ao estado?
– Tenho não.
– Você tem ensinado que Zeus não é Deus e que não existe julgamen-
to e punição em Deus?
– Tenho.
– Você tem ensinado que vosso rei é um porco ladrão e assassino?
– Tenho.
– Você não tem medo de morrer ou ser submetido a condição análoga
a de escravo?
– Tenho não.
– Você é a esposa dele, não é?
– É. Eu sou.
– É verdade que você tem ensinado aos colonos aqueus as mesmas coi-
sas que seu marido?
– É.
– Gostaria de morrer com ele ou sem ele?
– Com ele.
– Aceite ser uma de minhas esposas e eu lhe pouparei a vida.
– Aceito não. Prefiro a morte.
– Que assim seja. Levem os 2 de volta a prisão e aguardem as minhas or-
dens para a execução.
Na prisão, Ariadne foi colocada em uma cela ao lado de seu marido.
Ela lhe disse:
1 75

– Estamos presos aqui porque fomos reis em vidas passadas e mandamos
prender um monte de gente, não é?
– Não sei, pois não lembro do que vivi em minhas vidas passadas, mas
pode ter sido que eu e você tenhamos nascido como rei e rainha de algum
reino ou país da terra e mandado prender um monte de bandidos.
– Mas nós não somos bandidos nesta história de horrores e injustiças. Es-
pero que me enforquem primeiro que você.
– Por que?
– Por que assim não suportarei a dor de te perder nem mesmo por um
instante.
– Se você morrer primeiro que eu, me espera para a gente ir juntos de
volta ao lar.
– Espero a eternidade inteira se for preciso para estar mais uma vez com
você em outra vida.
Algumas horas depois, Ariadne foi levada da cela para o jardim a fren-
te da janela da cela de Taurus. Colocaram uma corda sobre o pescoço de
Ariadne e o rei dos aqueus, todo sorridente disse a ela:
– Quais são suas últimas palavras.
Ariadne gritou:
– Taurus meu amor, eu te amoooooooooooooooooooooooooooo.
O rei sério disse?
– Tirem o tronco dos pés dela.
Do alto da torre, Taurus gritou:
Nãooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo
ooooooooooooo.
O rei disse:
– Tragam o infeliz para cá.
– Sim senhor.
Levaram Taurus em profundo pesar da cela em direção ao corpo em
pendurado de Aridane numa árvore. Ao vê-la em pendurada de cabeça baixa
1 76

na árvore, ele caiu de joelhos no chão com os olhos cheios de lágrimas e
os soldados o ergueram e o ajudaram a caminhar até a corda na árvore ao
lado da árvore de Ariadne. Colocaram a corda no pescoço de Taurus e o rei
lhe disse:
– Quais são suas últimas palavras?
– Você mandou assassinar minha família, amigos e minha esposa e eu
e minha mulher é que somos condenados a morte por enforcamento. Você
mandou destruir e escravizar uma civilização e ilha inteiras por causa de al-
gumas moedas de bronze sem valor algum para Deus. Era para eu está com
muito ódio de você, mas eu não odeio você. Eu me amo, eu amo Deus e
perdoo você por teus erros.
– Tirem o tronco dos pés dele.
Assim que foi saindo de seu corpo, Taurus ouviu o som da morte emiti-
do pela galáxia que representa o amor de Deus e viu o espirito de Ariadne
em forma de anjo de luz lhe dizendo sorrindo:
– Achei lindo o que você disse. Olha só a cara do rei, dos juízes, dos sol-
dados e do povo de Creta. Eles pensam que estamos mortos e você estava
certo sobre a imortalidade do ser vivo. Ouça que bela canção de amor en-
toado pela galáxia.
– Essa canção é o som do meu amor por você emitido do fundo do meu
coração.
– Veja a quantidade de anjos ao nosso redor cantando alegremente e ce-
lebrando nossa união do outro lado do plano material. É linda a luz multi-
colorida emitida por teu corpo e rosto.
– Essa é a cor do amor. Essa é a nossa cor.
– Eu estou muito feliz por estar aqui com você.
– Eu também. É tão bom está livre da tristeza, do medo e do ódio que eu
sinto vontade de chorar de felicidade a cada respiração que dou.
– Chora meu amor e libera a velha energia que isto faz bem.
Ariadne disse ao rei Aqueu:
1 77

– Rei iludido, você mandou quebrar o meu pescoço, isso doeu, mas eu
te perdoo e abençoo para que Deus abra teu olho, teu coração, mente e en-
cha eles de amor, que te liberte da escuridão, da escravidão da ilusão da ig-
norância e que te ensine a amar a todos como sendo Deus ou teus irmãos.
Que Karma horrível a desse rei. Certamente será enforcado nesta vida ou
em alguma outra no futuro.
– Que Deus o perdoe.
– Deus perdoa tudo. Nossos guias estão nos chamando.
– Estamos indo em direção a Deus.
– Que legal a morte, não é?
– É. E lá na terra, todo mundo vive com medo de morrer e ir para o
inferno.
– Idiotas não são?
– São.
1 78

CAPÍTULO X
A RAINHA HATCHEPSUT E AS
INVASÕES NA SÍRIA PALESTINA

A
pós voltarem ao lar, céu espiritual alma de Deus, 3
dias depois (1530 A.C.) reencarnaram novamente no planeta ter-
ra, desta vez na região da Síria Palestina, onde o faraó Tutmés IV
assumia o governo do Egito. Enquanto no Egito se comemorava a coroação
do Faraó Tutmés IV, na Síria Palestina, duas grandes famílias comemora-
vam a chegada simultânea de duas belas crianças chamada Aila (Aila) e Ra-
íde (Taurus).
Enquanto todos bebiam, comiam, ouviam música, dançavam e sorriam,
um Juiz de Tebas disse a um sacerdote da corte de Tutmés III:
– Agora o Egito tem 2 faraós no poder, uma é a mãe e o outro é o filho.
– Hatchepsut não é a mãe do faraó, mas sua madrasta que se fez passar
de homem para governar o Egito enquanto o filho de Tutmés II não estava
apto a governar.
– Durante o período da regência, Hatchepsut dedicou-se avidamente a
construir grandes obras como o templo de Amon Rá em Carnac e o fune-
rário em Tebas.
– Deve ter custado uma fortuna.
– Bota fortuna nisto. Obter a imortalidade para os faraós está acima de
qualquer sacrifício, isto inclui o sacrifício do trabalho e impostos do povo
egípcio.
– Onde nasceu Hatchepsut e qual é a sua história?
– Hatchepsut nasceu em Tebas (1542 A.C.). Era a filha mais velha do
rei Tutmés I e da rainha Amosis. Com a morte de seu pai, ela casou-se com
seu meio irmão Tutmés II. Com a morte de Tutmés II, Tutmés III era uma
criança e não podia governar, então ela se disfarçou de homem e se tornou
o Faraó.
180

– É verdade que ela declarou publicamente como sendo filha do Deus
Amon-Rá?
– É.
– E vocês sacerdotes aceitaram esta farsa numa boa?
– A princípio não, mas depois de ponderarem bem, chegaram à conclu-
são que é melhor uma mulher adulta governar o Egito do que uma criança
que não sabe sobre administração, economia, política e religião.
– E qual é a história do Tutmés III?
– Tutmés III é filho de Tutmés II com uma concubina chamada Ísis.
Como não teve nenhum filho homem com Hatchetpsut, ele nomeou seu
filho Tutmés II como seu sucessor. Como não tinha idade para governar,
ela nomeou o pequeno faraó o responsável pela realização dos cultos as di-
vindades.
– Tá muito estranho a morte do pai e do marido de Hatchepsut. Não foi
ela quem mandou matar eles para assumir o poder?
– Aí só Amon-Rá sabe.
– E a invasão de Creta pelos aqueus?
– É uma séria ameaça a segurança do Egito e também uma tentativa dos
aqueus criarem um império tão grande e próspero como o nosso.
– E os conflitos na Síria Palestina?
– Continuam ocorrendo com frequências por causa da cobrança cada
vez maior dos impostos e maus tratos dos soldados. Estão querendo a sepa-
ração do império egípcio.
– Quem é o líder deste movimento separatista?
– É o principie kadesh e aliados do império Mitani.
– Devido as guerras, os países têm se unido e formado impérios que es-
tão produzindo guerras cada vez mais violentas e cruéis.
Enquanto isto, numa pequena cidade da Síria Palestina, o pai de Aila,
Alestino, disse a sua esposa, Tina:
181

– Nossa filha é muito bonita. Parece que Deus reuniu todas as belezas
da palestina, da terra e colocou nela.
– Ela parece um anjo não parece?
– Parece. Ela nasceu na época em que estamos conseguindo expulsar os
egípcios do sul da palestina.
– Há tantas terras na África. Por que então os egípcios não nos dei-
xam em paz?
– Por que estão na escuridão adorando deuses de ilusão, seguindo reis
cegos e respeitando leis injustas. Ninguém tem o direito de invadir outros
países e escravizar outros povos, mas os egípcios acham que tem e estão aci-
ma da lei.
– Todo ladrão e assassino acha que está acima da lei, ou melhor, acha
que é a própria lei para aplicar castigos nos outros. Querem ter mais direi-
tos que os outros povos. Querem os egípcios a Mesopotâmia para conquista-
rem a Europa e a Ásia por meio da espada, da violência, do medo e do terror,
– O Tutmés III quer globalizar o planeta terra e fazer deste mundo um
só país chamado planeta Egito.
– Não é só ele que quer conquistar o mundo inteiro, mas os outros reis
da terra também.
– Querem conquistar o mundo para criar uma imensa sociedade feita de
muitos escravos e poucos livres.
– Liberdade deveria ser um direito de todos e escravidão deveria ser abo-
lida para sempre.
– Concordo com você. No reino animal é comum aranhas aprisionar
em suas teias e mantê-las como escravas abelhas, moscas, borboletas e ou-
tros insetos. O que quero dizer é que escravidão é a lei dos animais e não dos
seres humanos. Se os seres humanos escravizam e matam seus semelhan-
tes, eles não passam de animais que não veem Deus em nada e nem neles
mesmos. Todo animal nasce livre e todo humano também, mas devido as
leis humanas feitas por seres humanos com mentalidade de animais, muitos
milhões de seres humanos estão sendo privados de seus direitos a liberdade,
182

igualdade e proteção da lei. No entanto, as leis humanas são usadas para rou-
bar, matar e escravizar outros seres humanos.
– Os povos ainda terão que lutar muito entre si até conseguirem obter
na teoria e na prática todos os direitos que Deus nos deu tais como vida, li-
berdade, igualdade, segurança, moradia, emprego, saúde, educação, apo-
sentadoria etc.
Enquanto isto, o pai de Raide, Naesto, disse a sua esposa, Alina:
– Querida esposa. Este Bebe será um grande soldado da infantaria como
é o seu pai.
– Não. Ele não será um assassino como você é. Ele será um líder espiri-
tual que trará paz a toda a Ásia, Europa e África.
– Nunca haverá paz na terra enquanto houver no poder reis com men-
talidade de animais como o faraó Tutmés III, Tutmés II e Tutmés I que só
pensam em conquistar o mundo e ignoram o que sentem os povos conquis-
tados a força. Muitos povos conquistados preferem o suicídio a escravidão.
– Ia ser legal se os reis dos grandes impérios se unissem militarmente
para que não houvesse mais guerras, roubos e assassinatos entre os reinos
menores. Mas ao invés dos grandes protegerem os menores, fazem é atacar
e escravizar os menores.
– São covardes os que matam e escravizam povos apesar da coragem de
lutarem nos campos de batalha.
– De que adianta leis se ninguém as respeita?
– Como respeitar leis que dão direitos diferentes aos ricos e aos pobres?
O povo da terra inteira só vai aprender a respeitar as leis quando as leis fo-
rem iguais e justas para todos independentemente do sexo, posição social,
religião e cor.
No dia seguinte, o todo poderoso faraó Tutmés III recebeu as notícias
de revoltas na colônia egípcia na Síria Palestina. Ele foi até Hatchepsut e
lhe disse:
– Querida madrasta. Houve uma revolta na Síria Palestina por liberda-
de. Perdemos o território Sirio Palestino.
183

– Mande um exército para lá e reconquiste a Síria Palestina.
– Agora mesmo. Passe bem.
– Você também.
O faraó mandou um exército de soldados egípcios que saiu marchan-
do com centenas de carros de guerra e milhares de cavalos do Delta do Rio
Nilo em direção a cidade de Gaza. Enquanto isto na Síria Palestina, o pai de
Aila e Raide conversavam sobre a libertação da Síria Palestina:
– Conseguimos expulsar os egípcios depois de décadas de domínio.
– Eles voltarão. Eu tenho certeza.
– Que venham. Estamos com Deus e com Deus venceremos outra vez.
– Os nascimentos de nossos filhos representam a liberdade e a paz da
Síria Palestina.
– Realmente nasceram em um grande momento da história sofrida do
nosso país. Espero que sejam grandes amigos no futuro como temos sido no
passado.
– Serão e espero que seus filhos, netos, bisnetos não nasçam num mundo
tão cheio de escuridão e violência como é esta terra. Esse negócio de muitos
deuses, muitos reis, muitos reinos, muitas leis, muitas moedas, muitos idio-
mas, criou uma sociedade humana caótica e confusa em que tudo termina
em derramamento em massa de sangue humano. O certo seria que houves-
se um reino na terra com um só idioma, uma só moeda, um só rei, uma só
lei e um só Deus.
– Isso nunca vai acontecer porque estas parafernálias todas impedem os
seres humanos a chegar a um plano grandioso como o seu. Quando a ter-
ra foi descoberta pelos Annunaki, eles tinham uma monarquia com um só
rei em seu planeta e porque então eles não deram apenas uma religião, um
idioma e um sistema de governo único?
– Por que querem terminar o que começaram. O extermínio da raça
humana. Como não tiveram coragem de nos matar a todos com o dilu-
vio, ensinaram um monte de idiomas para nós não nos entendermos e nos
184

exterminássemos uns aos outros para que venham morar nesta terra assim
que todos se matarem como os animais.
– Malditos sejam estes lagartos ingratos que querem nos matar apesar de
termos salvado com o nosso ouro o planeta e o povo deles. Entendo agora
porque os seres humanos são tão maus pois foram criados por animais que
não se importam com a nossa felicidade. Graças a Deus, estas pragas foram
embora deste planeta e espero que não voltem nunca mais.
Uma semana depois, o exército do faraó chegou a cidade de Gaza. En-
quanto isto na Síria Palestina, o pai de Raide disse a sua esposa:
– Conseguimos expulsar os egípcios de nossos territórios.
– Eles voltarão. Eu tenho certeza.
– Eu também. Vamos fugir ou vamos ficar aqui e lutar?
– Vamos ficar e lutar.
– Podemos ser mortos e escravizados.
– Que se dane a morte e a escravidão. Prefiro morrer a deixar minha ter-
ra natal e abandonar o meu povo.
– Gugu dada.
– O Raide falou.
Enquanto isto, o faraó Tutmés III disse a rainha Hatchepsut:
– Olá faraó. Como vai indo o senhor?
– Muito engraçado. Tô morrendo de rir. O que você quer Menkheperré
(estável é a manifestação de Ré).
– Conversar com você a respeito da retomada da Síria Palestina.
– Quem está incitando os sírios palestinos a se revoltarem contra o im-
pério egípcio é um príncipe Kadesh do império Mitani, pois temem eles se-
rem incorporados também ao Egito.
– Vou fazer deste Kadesh meu escravo, roubarei suas esposas e obrigarei
todo o seu povo e da Palestina para pagar impostos para a expansão do nos-
so império pela Mesopotâmia.
185

– A conquista da mesopotâmia custará milhões de libras e vidas huma-
nas e animais.
– Os espólios da guerra compensarão em muito as perdas. Seremos sem-
pre lembrados como os faraós que por meio da guerra puseram um final as
guerras milenares entre mesopotâmicos e egípcios. Com impostos dos po-
vos submetidos a escravidão (colonização) e o ouro vindo da Nubia pode-
mos construir o que quisermos em todo o Egito e com os impostos vindos da
mesopotâmia, poderemos fazer muito mais.
– Vou mandar levantar 2 obeliscos em nossa homenagem no templo
de Karnak.
– Concordo, contanto que sejam do mesmo peso e tamanho como sím-
bolos de igualdade de nosso poder.
– Assim será.
– Também seria bom que erguesse mais 2 obeliscos no templo de Rá
em Heliopólis.
– Assim será. E o seu templo funerário em Deir el-Bahari? Já está pronto?
– Está não e o seu quando mandará construir e onde?
– Vou mandar construir do lado do seu para meu corpo ficar para sem-
pre perto do seu, mamãe.
– Eu não sou sua mãe. Eu sou sua madrasta e filha de Amon-Ra.
– Filha de Amon-Ra. Meu faraó, foi um prazer ver o senhor de novo.
Fica na paz do divino Amon-Ra.
Enquanto isto na Síria Palestina, o pai de Aila dizia a sua amada esposa:
– Os deuses dos egípcios e dos mesopotâmicos devem está em guerra
para haver tantas guerras e derramamento de sangue humano aqui na terra.
– Os mesopotâmicos e os egípcios adoram deuses imaginários e sangui-
nários que representam o poder de repressão e julgamento de seus estados.
Deus não é os deuses dos egípcios e dos mesopotâmicos. Deus é o amor.
Eu amo esta criança linda. Ela é alva como a neve e uma estrela brilhan-
do no céu.
186

20 dias depois, o exército do faraó Tutmés III e da rainha Hatchepsut,
chegou a cidade de Yehem onde se reuniu um conselho de guerra. No con-
selho de guerra o general dos egípcios disse aos seus soldados:
– Soldados. Estamos longe de casa e perto da batalha com os sírios pa-
lestinos. Aproveitem a noite para comer e beber à vontade porque muitos
de vocês morrerão em breve pelo império, pela rainha e pelo faraó. Não te-
mam matar e nem morrer em combate porque os que temem a morte são os
primeiros a morrer. As ordens do faraó são para matar os soldados sírios pa-
lestinos e do império Mitani, pilhar, roubar, arrestar, penhorá, sequestrar,
o máximo de bens valiosos, incendiar suas casas e comércios para aprende-
rem a não mais se rebelarem contra o maior e mais antigo império da terra.
– Senhor.
– Diga soldado.
– Teremos que matar mulheres, crianças e idosos?
– Terão, caso elas não se recusem a doar seus bens para o império, en-
tendeu né?
– É. Entendi. Obrigado por responder a minha pergunta.
– Mais alguma pergunta? Aquele que fugir da batalha por medo de mor-
rer, será morto imediatamente. Os animais vivem fazendo guerra com outros
animais para sobreviver e nós somos animais e para sobrevivência de nosso
império, família, amigos e comunidade, temos que matá-los para ensiná-los
a nos respeitar. Queimem todos os templos e destruam todos os seus deu-
ses. Sejam bem maus para que a repercussão da batalha imponha medo nas
mentes de nossos inimigos.
Enquanto o exército egípcio celebrava para os deuses egípcios, da guer-
ra o príncipe Kadesh celebrava com o rei da síria palestina a vitória definiti-
va sobre o antigo opressor egípcio. Kadesh disse ao rei:
– Não se preocupe com os egípcios. Se voltarem, nós estaremos aqui
para lhe ajudar a derrotá-lo mais uma vez.
– Somos apenas uma pequena região da Mesopotâmia e conseguimos
com a graça de Deus derrotar o maior império da terra.
187

– Os egípcios estão com orgulho ferido por essa derrota e certamente se
vingarão e voltarão com um exército ainda maior.
– Se perdermos nossa pátria e nossa identidade cultural não há mais ra-
zão alguma para viver, pois o ser humano que é privado de seus direitos é
um ser humano sem dignidade, sem proteção e sem valor na sociedade hu-
mana e nada para o estado opressor. Eu odeio os egípcios. A vontade que eu
tenho é de jogar todos eles num enorme buraco cheio de lenhas e queimar
todos eles com elas.
– Eu também.
O pai de Raide disse a sua esposa:
– Os sírios palestinos e egípcios estão cheios de ódio um pelo outro. Todo
mundo que conheço e não conheço só pensa e fala em matar os egípcios e
comer suas tripas assadas.
– Estamos vivendo em meio a uma sociedade de assassinos (sociopatas).
– Tudo isto por causa da ambição dos reis por mais poder, terras e rique-
zas. Isto tudo não é vergonhoso para você?
– É. Fomos feitos a imagem e semelhança de Deus e odiamos nossos se-
melhantes. Equilibrado é aquele que ama Deus. Desequilibrado é aquele
que odeia Deus. Em meio a tantos desequilibrados, equilibrados mesmos no
amor de Deus, só mesmo eu e você.
– Os reis vivem pirando a cabeça e os corações de seus povos e os povos
ainda assim vivem se matando por eles.
– Povo inteligente, não é? Na escuridão eles são como bonecos de ma-
rionetes nas mãos de seus governantes mentirosos, interesseiros, irresponsá-
veis, desonestos e ladrões.
32 dias depois, o exército do faraó e da rainha Hatchepsut chegaram a
Megido onde encontraram o exército Sírio Palestino Mitani. O pai de Aila
disse ao Pai de Raide:
– É amigo. A paz na Siria chegou ao fim. Se eu não sobreviver, diga a
minha esposa que eu amo muito e a minha filha quando eu crescer que eu
amava muito também.
188

– Você não vai morrer se tiver fé em Deus. Lá vem eles gritando.
Boa sorte.
– Pra você também.
A batalha começou com uma chuva de flechas em ambos os lados e en-
quanto corriam, muitos homens caiam mortos e semi-mortos no chão. En-
quanto os homens de diferentes nações caiam no chão por causa das flechas,
espadas e empurrões, as mães de Aila e Raide aflitas rezavam a Deus para
que seus maridos não morressem. Assim que anoiteceu, os exércitos fizeram
uma pausa para o descanso noturno e enterrar os mortos. O pai de Aila dis-
se ao pai de Raide:
– Irmão. Eu matei e feri muitos egípcios esta tarde.
– Eu também. Será que Deus nos perdoará pelo que fizemos?
– Perdoará, pois matamos para que muitos idosos, mulheres e crianças
não vão viver debaixo da terra e acorrentados a escravidão.
– Estou disposto a dar minha própria vida para que isto não aconteça.
– Eu também. Se não vencermos esta guerra, eles castigarão severamen-
te a Síria, nossos avós, pais, filhos e mulheres.
– Quem venceu hoje?
– Eles perderam mais homens e nós mais cavalos. Já comeu carne de
cavalo antes?
– Já não e você?
– Nem eu. Mas é o que os egípcios estão comendo neste momento.
Deve ser horrível para eles estarem sem comida, longe da família e matan-
do os pais de outras famílias.
– A guerra é uma maldição, mas toda maldição tem o seu fim. E ama-
nhã nós venceremos esta guerra e mandaremos estes gafanhotos egípcios de
volta ao Egito.
Depois de 6 meses de cerco e lutas entre egípcios, sírios e mitanis, Me-
gido se rendeu ao exército egípcio. Em Herenkeru, na região de Tiro, a mãe
de Aila disse a mãe de Raide:
189

– Jaz faz 1 mês que a batalha de Megido terminou e meu amor ainda
não voltou.
– O meu também. Ou foram mortos ou escravizados. Pobres crianças.
Mal nasceram e ficaram órfãos de pais ou com pais na prisão como crimi-
nosos. Estou tão triste amiga que só não me mato porque tenho um bebe
para criar.
– Eu também. Tudo isto por causa do faraó Tutmés III e da rainha Ha-
tchepsut. Eu odeio eles.
– Não odeia eles não senão teu leite vai azedar e teu filho adoecer. Per-
doe eles e adoçe teu leite para teu bebê ficar e crescer com saúde e alegria.
Eles são como estas crianças que não tem a menor noção da realidade em
que vivem. Não devemos punir as crianças por causa de seus erros e sim per-
doar o que fazem de errado. As leis baseadas nos costumes de cada nação são
as responsáveis pela realidade e formação da consciência de cada ser huma-
no. As leis do Egito controlam os egípcios por meio do medo e da violência.
Lá quem não respeita as leis é violentamente morto, escravizado e tortura-
do. No Egito quem edita e promulga leis são os reis e quem faz valer as leis
são os juízes e o exército. As leis deles não são muito diferentes das de nosso
e outros povos. São violentas as leis dos seres humanos desta era porque eles
ainda estão passando da fase de animal para humano como um bebe para
uma criança. Os seres humanos quando aprenderem a converter sua natu-
reza animal em humana e a humana em divina se tornarão deuses e adora-
ram a si mesmos, a Deus e tudo mais ao invés de apenas os reis e os deuses.
– É adorando e prestando respeitos aos reis que os súditos obtêm tudo o
que necessitam para viver. É adorando e respeitando os pais que os filhos ob-
têm tudo o que necessitam para viver. Também ensinam os sacerdotes que é
adorando e prestando respeitos a Deus que o ser humano obtêm tudo o que
necessita para viver. Nós seres humanos somos como deuses para os animais
e os reis são como deuses para nos humanos e como não nos preocupamos
com as vidas dos animais, eles também não se preocupam com nossas vidas.
Meu filho perdeu o pai nesta guerra de reis, mas enquanto ele viver, eu não
morrerei por nenhum homem ou Deus.
1 90

– Esta criança é uma pequenina parte de Deus. É também a união do
meu sangue com o do meu marido e só há algo neste mundo que me é tão
querido quanto ele e eu que é Deus, o amor que nos uniu, mas não nos se-
parou em definitivo, pois mesmo ele estando morto, eu o ainda o amo como
se ainda estivesse vivo.
– Será que os egípcios se atreverão a tomar a Região de Tiro?
– Acredito que não, mas se se atreverem estamos perdidas, pois sem ma-
ridos e com crianças nos colos não temos para onde ir.
– Pobres mulheres de Megido. Voltaram a ser escravas infelizes dos
egípcios.
– Os sacerdotes dos reis ensinam ao povo em seus templos de adoração
aos deuses que os seres humanos são servos de Deus, mas na realidade mi-
nha amiga, os seres humanos são escravos é dos reis e das rainhas.
– Enquanto os reis banham nas piscinas de seus palácios, os seus escra-
vos trabalham duro quebrando pedras no sol quente. Isto não é justo. Todo
ser humano merece viver em palácios cheios de piscinas e árvores.
– O maior pesadelo de um homem rico é viver na miséria e na pobreza.
A miséria e a pobreza são um pesadelo. Os governantes ao invés de acaba-
rem com a miséria e a pobreza dos povos, fazem é enriquecer eles mesmos
e empobrecer os outros povos.
– É realmente assustador a proporção de desigualdade entre os ricos e os
pobres nesta era das leis de pedra.
– As pedras que os escravos estão quebrando para construir templos, obe-
liscos, estátuas etc, deveriam ser substituídas pelas pedras onde estão as leis
dos impérios para que sejam criadas outras melhores que sejam mais boni-
tas, justas, solidarias, fraternas e iguais para todos. Leis tais como as que pro-
íbem as guerras, escravidão, pena de morte, banimento, cruéis. Que se pre-
ocupem com a saúde, com a educação, segurança, a liberdade, a moradia, o
emprego, a aposentadoria, e o bem-estar do povo em geral.
– Mesmo que mudem as leis e a monarquia, o povo ainda assim per-
manecerá na miséria e na pobreza, se os governantes não mudarem da
1 91

escuridão do ódio para a luz do amor de Deus. Os que os escravos deveriam
está quebrando não era pedras para criar colunas e embelezar palácios e tem-
plos funerários, mas os ossos dos seus reis, sacerdotes e juízes.
– Não é fácil uma pequena semente se transformar em uma grande ár-
vore, também não é fácil mudar da escuridão para luz, da ignorância para
a sabedoria, da maldade para a bondade, do egoísmo para a generosidade,
do medo para o destemor, da tristeza para a alegria e do ódio para o amor.
– Esses homens só pensam em guerras e ódio em vez de paz e amor. Es-
ses pensamentos infantis deles só nos fazem sofrer e nem isto eles podem
ver. Nos campos de batalhas eles partem os ossos dos seus inimigos e não
percebem que com isto estão partindo os corações de suas mães e de Deus
que vive dentro delas.
Enquanto conversavam sobre as guerras, o exército do faraó Tutmés III
e da rainha Hatchepsut marchava em direção a região de Tiro na Síria Pa-
lestina. Enquanto marchavam cantavam em uma só voz:
– Nós somos o invencível exército egípcio. Marchamos em direção a vi-
tória sobre os inimigos do império do Egito. Nascemos para conquistar o
mundo para os nossos filhos. Como o rio Nilo, nada pode impedir o nosso
caminho. Amon-Rá é o nosso Deus. Amon-Rá é nosso pai. Amon-Rá é vitó-
ria no campo de batalha. Ra, rá, rá. Os exércitos da Síria Palestina e dos mi-
tanis não são de nada. Temos as melhores espadas. Temos os melhores ca-
valos e os melhores soldados do deserto da África. Lutando juntos e unidos
destruiremos na mesopotâmia os nossos inimigos, do rei e da rainha do Egi-
to. Nós somos a lei. Nós somos a ordem. Nós somos a justiça. Nós somos o
invencível e temido exército egípcio.
Enquanto os soldados do exército egípcio marchavam cantando alegre-
mente, Tutmés III no palácio real de Cache disse a rainha Hatchepsut:
– Querida rainha. Trago-te boas notícias.
– Que notícias são estas?
– Depois de 6 meses de cerco. Tomamos Megiro.
1 92

– Que noticia maravilhosa. Espero que os espólios da tomada tenham
compensado tamanha despesa que temos tido em manter um exército tão
grande como o nosso.
– Compensou. O mensageiro que trouxe a notícia de Megiro disse que
um grupo de soldados está trazendo muito ouro, diamantes e outras pedras
e objetos valiosos. Além dos mais apreendemos 894 carros de guerra e 2 mil
cavalos.
– E as cidades da região do Tiro?
– O nosso exército já está a caminho de lá neste instante.
21 dias depois, o exército egípcio chegou a região de Tiro e em 6 meses
de luta tomou as cidades de Yanoam, Nuges e Herenkeru dos sírios palesti-
nos. Em 30 anos, Tutmés III e a rainha Tatchpsut empreenderam 17 cam-
panhas militares contra a síria palestina e na 17ª chegaram as fronteiras do
Império Mitanni. Mas com a adesão de 150 príncipes das cidades estados
da Síria Palestina e Líbia conseguiram expulsar os gafanhotos egípcios da sí-
ria palestina de volta ao Egito.
Tutmés III disse a Hatchepsut:
– Hatchepsut. É melhor desistirmos de conquistar a Palestina e a Me-
sopotâmia.
– Por que estamos tendo mais prejuízos do que lucros.
– Aumente os impostos dos povos submetidos a nossa autoridade e con-
tinue a guerra.
– Para mim, chega de guerras por enquanto.
– Nada de chega de guerra. Continue a guerra.
– Sua velha idiota. Se eu continuar esta guerra, todas as mulheres do Egi-
to ficarão solteiras e seus filhos órfãos.
– Velha idiota é sua mãe seu filho da puta. Chega de guerras para mim
também. Agora saia daqui.
Enquanto o faraó saia do palácio da Hatchepsut. Raide foi levado para
uma prisão na cidade de Gaza. Na prisão ele conheceu um velhinho que
lhe disse:
1 93

– De onde vens jovem e o que fez para estar aqui?
– Vim de Herenkeru, região de Tiro na Síria Palestina. Matei muitos
egípcios em Herenkeru, Yanoam, Nuges, Megiro e por esta razão fui trazi-
do como escravo até aqui e o senhor?
– Eu quando tinha a sua idade, eu também matei um monte de solda-
dos egípcios em Megiro e estou aqui desde então. Você é da Líbia ou do Im-
pério Mitani?
– De uma e nem outro. Eu sou de Herenkeru, Região de Tiro, na Síria
Palestina. E o senhor?
– Eu também sou de Herenkeru. Alestino. Alestino. Vem cá amigo.
– Aqui estou irmão.
– Veja este rapaz. Ele é de nossa querida cidade estado Herenkeru.
– Meu jovem. Você conhece em Herenkeru alguma senhora cha-
mada Tina?
– Conheço. É a viúva que tem uma filha chamada Tina?
– Irmão, ele conhece minha esposa e minha filha. Deus. Isso não pode
ser real. Como elas estão?
– Estão bem meu sogro.
– Você é casado com minha filha? De quem você é filho?
– Eu sou filho da viúva Alina e do falecido Naesto.
– Filho. Este senhor aqui é o Naesto, o seu pai verdadeiro.
– Meu filho.
– Papai. Me dar um abraço.
– Eu te amo tanto. Pensei que nunca mais ia ver você de novo. Foi Deus
quem trouxe você aqui. Como está a sua mãe?
– Está morta papai.
– Morta?
– Sim. Morta e enterrada.
– Como ela morreu?
1 94

– Quando eu tinha 6 anos de idade, os egípcios invadiram Herenkeru.
Para que eu não fosse morto pelos egípcios, ela se colocou entre mim e os
egípcios com uma faca e eles a mataram com suas espadas afiadas.
– Filhos da puta.
– Não chora e nem fica triste papai. A morte da mamãe não é um mo-
tivo para ficar triste, pois ela está livre do sofrimento e nos braços de Deus
em uma outra dimensão onde não há escuridão, medo, ódio, escuridão, ne-
gatividade e tristeza.
– Você se tornou um homem sábio apesar da pouca idade. Tua mãe fez
um bom trabalho nesta vida em te orientar e educar. Agradeço-te pelas pa-
lavras de sabedoria que aliviam e confortam a dor em meu coração, mas
tal dor não terá fim nem mesmo em outra encarnação, pois o amor que te-
nho por sua mãe é tão grande que nem mesmo o tempo e a distância é ca-
paz de matá-lo. Já faz 30 anos que não a vejo e que não paro de pensar nela
e em você.
– O senhor perdeu sua esposa, mas ainda tem seus filhos e seus netos.
– Netos?
– Sim. Muitos.
– Sinceramente não sei se sorrio ou choro num momento dramático
como esse. Minha ilusão, minhas esperanças de que ela estivesse viva e que
um dia eu iria vê-la de novo, morreu junto com ela. Agora está tudo confu-
so. Tudo está rodando ao meu redor. Já não consigo controlar minha men-
te, meus sentidos e nem ficar em pé. Oh meu Deus que tragédia. O que fiz
de errado para merecer um castigo tão cruel assim?
– Calma papai. Aquieta teu coração. A mamãe está viva e bem brincan-
do com seus netos.
– Está viva? Oh meu Deus muito obrigado. Moleque quem foi que te
ensinou a ser tão malvado assim? Podias ter me matado do coração. Filho
eu te amo;
Enquanto Naesto chorava de alegria, beijava e abraçava seu filho, todos
os escravos na prisão começaram a sorrir. No palácio em Cache, Tutmés III
1 95

com o consentimento da rainha Hatchepsut e dos membros do conselho do
império, mandou libertar os escravos mesopotâmicos na cidade de Gaza de
volta a suas cidades estados para economizar custos para a administração di-
reta e indireta do império egípcio. 12 anos depois (1458 A.C.), morre com
84 anos a Rainha Hatchepsut que foi sepultada no Vale dos Reis e das Rai-
nhas próximo ao templo de 1 milhão de anos construído durante o seu lon-
go e macabro governo de roubos e assassinatos (latrocínio). Agora o faraó
Tutmés III reina absoluto sem necessidade de consentimento de Hatchep-
sut para tomar qualquer decisão. Enquanto ele mandava apagar o nome de
sua madrasta dos templos, Raide dizia a Aila:
– O amor que tenho por você em meu coração é como as estrelas que
brilham elegantemente no céu. O brilho das estrelas viaja a alta velocidade
por todas as direções do universo assim como meu amor por você. Longas
distancias este amor já percorreu. A grandes distâncias o meu amor por você
suporta. A grandes distâncias ele é tão intenso e belo como perto. O meu
amor por você é um tipo de energia que faz parte de meu ser e por meio dele
eu tenho viajado a alta velocidade por lugares desconhecidos neste universo
e nos demais que existem no sonho e na consciência de Deus. O meu amor
por você alimenta com alegria e luz a mente e o coração de Deus. Deus é o
amor. O amor é o meu senhor. O meu senhor não me julga, não me odeia,
não me abandona, não me entristece, não me põe medo, não me trai, não
mente para mim, não me ilude, O meu senhor me ama, perdoa tudo o que
faço de errado, fica feliz com a minha alegria, não me inveja, me respeita,
me honra, me ajuda, me alegra, me dar força, sabedoria, confiança, me en-
sina a perdoar, a ver luz onde todos veem escuridão, a ver vida onde há mor-
te, a sentir compaixão pelos que sofrem, a não julgar e nem punir os irmãos,
a respeitar o próximo como a mim mesmo, a me amar, a amar o próximo,
ver bondade onde há maldade, ver esperança onde há desesperança, Eu sou
escravo deste senhor bondoso chamado amor. A este senhor eu sirvo com
destemor. A este senhor que tudo criou eu me rendo assim como me rendi
também ao seu amor que faz meu coração brilhar com as estrelas do amor
que destroem a tristeza e a escuridão da minha mente e de meu coração. Eu
sou escravo deste senhor assim como sou escravo do seu amor.
1 96

– Cada dia é como uma nova vida e a cada vida e dia que passa maior e
mais intenso que universo cheio de estrelas de luz e do mar, maior é o meu
amor por você que diferentemente de todas as estrelas no firmamento, as es-
trelas de amor por você em meu coração jamais deixarão de brilhar e ilumi-
nar meus passos e minha vida com você.
– Com o nosso senhor brilhando em nossos corações, amor, nem a hu-
manidade e nem a morte conseguirão nos separar para sempre.
Em 1400 A.C., Aila morreu com uma picada de cobra e no mesmo dia,
Raide morreu de ataque do coração. Retornaram sorrindo para o céu espiri-
tual e 3 dias depois reencarnaram novamente no planeta terra, desta vez em
Keng, capital do império da China.
1 97

CAPÍTULO XI
O REI PANKENG E O INÍCIO

DA CIVILIZAÇÃO CHINESA

E
m 1390 A.C., numa pequena, mas bela casa de madeira,
próxima à quedade uma cachoeira e a 10 km da capital da dinas-
tia Shang, Honan, um pequeno garotinho chamado Shun (Raide),
acordou com o som dos passarinhos, da água caindo da cachoeira e de seu
pai gritando enquanto praticava artes marciais. Ele passou por seu pai, ba-
nhou na cachoeira e depois disse ao pai Chanchun:
– Pai. Eu quero conhecer a capital do império da China.
– É uma longa caminhada daqui até lá.
– Não me importo.
– Então vamos.
Enquanto caminhavam pela floresta, Chansum disse a Shun:
– Pai. Qual é a história da civilização chinesa?
– Filho. A civilização chinesa teve início com a lenda dos 3 soberanos e
dos 5 imperadores.
– Que lenda é essa, papai?
– É a lenda dos 3 soberanos Fu Hsi que ensinou a caçar, Shen Nung que
cultivou os cereais, inventou o arado e instituiu os mercados e de Huang-Ti
que criou o barco, o remo e o fogo. No período dos 3 soberanos, a religião
destinava-se a assegurar o êxito dos trabalhadores no campo, fazendo coin-
cidir a semeadura e a colheita com as estações adequadas do ano. A ordem
sobrenatural era regulada pelo rei Céu que é o pai, daí a expressão de filhos
do céu e a origem da civilização chinesa.
– Engraçado. Não foi isto o que meu professor me ensinou na escola so-
bre a origem da civilização chinesa.
– O que foi que ele te ensinou?
200

– Que a história da civilização chinesa, data de cerca de 200 a 300 mil
anos (5000 A.C.), mas somente há cerca de 2000 mil anos (4000 A.C.), o ter-
ritório chinês passou a ser rapidamente povoado por agricultores, caçadores
e criadores de animais, artesões e tecelões. A colonização do território chi-
nês teve início do Leste para o este e do Norte para o sul e que o desenvolvi-
mento da nossa cultura foi muito semelhante ao desenvolvimento da cultu-
ra da Ásia ocidental e da Índia.
– Pode ser que ele esteja certo e eu errado, pois ele é professor de histó-
ria e eu de artes marciais.
– Não me importa se o senhor é professor de artes marciais ou de histó-
ria, eu gostaria do senhor do mesmo jeito que gosto agora. E a minha histó-
ria, vai me contar quando?
– Quer mesmo saber?
– Quero. Sua mãe é uma mulher muito bonita e inteligente. Ela é casa-
da com um oficial do rei Pankeng da dinastia Shang. Certa noite ela apare-
ceu lá na nossa casa e me disse:
– Por favor moço, me esconda de meu marido raivoso.
– Entre naquela casa e fique lá até eu chamar.
– Ela se escondeu em nossa casa e oficial de Pankeng me perguntou:
– Você viu uma chinesa vestida toda de branco?
– Vi. Ela passou correndo por aqui agora a pouco.
– Para onde ela foi?
– Para aquele lado ali.
– Muito obrigado.
– De nada.
– Assim que oficial se afastou. Eu disse a sua mãe:
– Ei moça bonita. Pode sair. Seu marido já passou e está bem lon-
ge daqui.
– A moça nada respondeu. Eu fui até ela e a vi encolhida no canto se tre-
mendo de medo. Eu fui até ela. Peguei em seu cabelo, acariciei-o e lhe disse:
201

– Calma meu amor. Não tenha medo. Seu marido não vai encontrá-la
aqui e nem machucá-la. Você está segura aqui.
– Ela parou de tremer e disse:
– Muito obrigada. Quem é você?
– Eu sou Chanchum, filho do mestre Ayoda. E você quem é?
– Eu sou Shuiani, esposa do oficial do rei Pankeng.
– O que você fez para ele está tão bravo com você?
– Chamei ele de ladrão, assassino e puxa saco do rei em frente a outros
oficiais numa reunião aqui perto.
– Sei que isto não é da minha conta, mas porque você fez isto?
– Ele me disse com raiva que eu estava olhando de maneira maliciosa
para outro oficial. Eu fiquei com raiva dele ter estragado meu dia e aí en-
tão eu o xinguei. Ele então me disse que quem era ladrão, assassino e puxa
saco do rei era meu pai, aquele filho da puta. Eu dei um tapa na cara dele,
ele puxou a espada para mim e eu corri dele para ele não me matar e nem
me bater.
– Então eu disse. Seu marido aprendeu a roubar, matar e puxar o saco do
rei, mas não aprendeu que com mulheres, idosos e crianças não se discute.
– As guerras estão deixando os homens desta era com o coração de pe-
dra. Onde já se viu isso de puxar a espada para uma mulher?
– Ela com medo de voltar para casa, passou a noite comigo e a gente
fez você.
– E daí?
– No dia seguinte ela foi para casa. O oficial pediu desculpas a ela e 9
meses depois ela apareceu com você nos braços e me disse:
– Este menino não se parece com meu marido porque ele não é filho
dele, mas seu.
– Viestes morar comigo?
– Vim não. Vim trazer teu filho para você.
– E o que dirá a seu marido?
202

– Que a criança morreu de um aborto indesejável enquanto ele lutava
no campo de batalha.
– Eu peguei você no meu colo. Ela foi embora e nunca mais voltou.
– Onde vive minha mãe?
– Eu não sei. Pois ela nunca me disse.
– Meu pai é pobre, minha mãe me abandonou quando eu era bebe e
meu padrasto é corno. Bela história para um garoto chinês não é mesmo?
– É. É linda. Você é engraçado sabia?
– Ó desgraça. Quando meus amigos descobrirem isto, vão todos me cha-
mar de filho da puta.
– Há, há, há.
– Há, há, há. Muito engraçado. Quem é essa dinastia Shang?
– É uma série de reis que tem governado a china desde 1766 (A.C.) aos
dias atuais.
– A sede do poder dos Shangs fica aonde?
– Em Honan.
– É para Honan que estamos indo?
– É.
Enquanto pai e filho caminhavam pela floresta da China, o rei da dinas-
tia Shang em Honan disse ao oficial corno no conselho de nobres:
– Estou pensando em transferir a sede do poder Shang para Yin, a mar-
gem do rio Huan e perto da cidade de Anyang. O que você acha?
– Acho sensato que esteja pensando e consultando o conselho dos no-
bres para tomar uma decisão tão importante para o governo quanto para o
povo chinês. Eu lhe aconselho que antes mande fazer uma análise sobre a
viabilidade econômica para o empreendimento e de maneira isto pode afe-
tar a economia do estado e os salários da população.
– Excelente ideia oficial Chen.
3 horas depois, Chansum e Shun chegaram a Honan. Enquanto o pai
observava alguns vasos de cerâmica com tinta preta e estátuas de seus deuses,
203

ele viu 2 meninos gordos incomodando uma jovem mocinha de 10 anos
chamada Xiani. Ele atravessou a rua e disse aos meninos gordos:
– Ei meninos gordos, deixem a menina em paz.
– Quem é você?
– Eu sou Shun Li, filho do mestre Chansum.
– Nunca ouvi falar de você e seu pai. Saia daqui.
O gordo ao tentar empurrar Shun para trás, Shun pegou no braço do
gordo com as duas mãos e com um golpe de judô jogou o gordo no chão. O
outro gordo tentou lhe acertar um soco, Shun se desviou do soco e chutou
com força a cabeça do gordo que caiu no chão perto do outro. Os dois gor-
dos se levantaram e saíram correndo. Shun disse a menina:
– Lá se vão correndo com medo de apanhar mais, os dois gordos
covardes.
– Covardes e ladrões. Obrigada por salvar meus doces. Tome um
para você.
– Obrigado. Nossa. Que doce maravilhoso. Quem fez?
– Foi a minha mãe.
– Onde é que ela está para me ensinar a receita?
– Está ali naquela loja de doces e salgados.
– Vamos lá?
– Vamos.
– Você é magro e fraco, mas é corajoso. Eu gostei de você.
– Fico feliz que tenha gostado de mim, pois eu também gostei de você.
– Mamãe. Esse é aqui é o Shun e ele me salvou de 2 meninos gordos e
ladrões.
– Foi mesmo? Merece uma recompensa. Coma o que quiser da mi-
nha loja.
– Vou comer as portas e as janelas da sua loja primeiro.
– Por que?
204

– Para quando eu passar por aqui outra vez não correr o risco de não te
ver mais uma vez.
– Ah, ah, ah, você é engraçado. De onde você é?
– De uma pequena vila a 10 km de Honan.
– Foi aquele menino que nos bateu papai.
– Ei garoto.
– Pois não?
– Foi você quem bateu em meus filhos?
– Foi.
– Peça desculpas a eles.
– Não peço. Quem deve pedir perdão é eles para ela que eles estavam
tentando roubar seus doces.
– Levante-se e lute como um homem.
– Como queira. Tal pai tal filho.
O pai dos garotos chutou o menino na cara que caiu e levou um soco
do chão. Com dor e raiva na cara, Shun pegou uma pedra e arremessou na
cabeça do pai dos garotos que caiu morto no meio da rua e do povo. Os sol-
dados do rei Pankeng chegaram ao local e prenderam Shun e Chuamsum
que foram levados a prisão e julgamento. No julgamento o rei Pankeng dis-
se a Shun e Chuamsum:
– Você é o pai do garoto assassino, não é?
– É.
– Você sabe que crimes como roubo, assassinato, adultério, extorsão, se-
questro, bigamia, falso testemunho, adulteração de medidas, estupro, lesa
majestade, e etc., é punível com pena de morte não sabe?
– Sei. Mas você não pode aplicar a pena de morte para este menino de
10 anos de idade.
– Por que não?
– Porque ele agiu em legitima defesa de outrem e de si mesmo.
– Ele exagerou na legitima defesa e por esta razão perderá a cabeça.
205

– Por favor bondoso rei. Mande matar e mim e deixe meu filho viver.
– Sou rei, mas não estou acima das leis que criei e por esta razão aplica-
rei a pena de um criminoso em um inocente.
– Eu tenho muitas terras. Poupe a vida dele e lhe darei todas elas.
– Suborno é crime.
– Não estou lhe subornando, estou apenas doando minhas terras ao go-
verno Shan.
– Quantos anos têm seu filho?
– Tem 10.
– Vamos fazer um acordo. Você dar as suas terras para a dinastia Shang e
cumpra 10 anos de prisão que seu filho ficará livre da pena de morte.
– Aceito vossa sentença.
– Julgamento encerrado. Levem o pai para a prisão e deixem o filho livre.
– Não seu juiz. Não leve meu pai para a prisão, pois a prisão não é lugar
de homem bom e honesto. Mande levar a mim para a prisão e me matem lá.
– Lamento, mas segundo nossas leis, as sentenças judicias do rei são ir-
recorríveis, imprescritíveis, inalteráveis e irrenunciáveis.
– Papai. Perdemos tudo o que temos. Eu sinto muito.
– Eu te perdoo meu filho. Dar um jeito de sobreviver lá fora, controle
sua raiva, não se meta em encrencas e não mate mais ninguém para não per-
der a cabeça. A gente se ver daqui a 10 anos. Que a paz e o amor de Deus
esteja sempre contigo.
Shun tentou libertar o pai da prisão e foi expulso do tribunal chinês e
posto a força na rua. Shun sentou-se em frente do tribunal, pôs a cabeça en-
tre as pernas e começou a chorar. Um velho sábio apareceu e disse a Shun?
– Por que estais chorando jovem menino?
– Porque minha mãe me abandonou quando eu era criança, por que eu
matei um homem, porque ps Shang tomaram as terras de meu pai e o con-
denaram a 10 anos de prisão para que eu não fosse morto.
206

– Para um pai doar os próprios bens e a liberdade para salvar a vida do
próprio filho é porque ele ama muito o filho. Eu gostaria de ser amigo de
tamanha grande alma e personalidade que é o seu pai. Por que você matou
um homem?
– Porque ele chutou minha cara e me fez sangrar pela boca.
– Por que ele chutou sua cara?
– Porque eu bati nos filhos dele.
– Por que você bateu nos filhos dele?
– Porque eles estavam tentando roubar os doces de uma menina.
– Quem condenou seu pai?
– Foi o rei Pankeng.
– Esse rei é sádico igual aos reis da índia, da mesopotâmia, do Egito e de
Creta que adoram escravizar e matar seres humanos em troca de bens e ri-
quezas que não os impedirão de continuar nascendo, sofrendo, morrendo,
nascendo, sofrendo e assim sucessivamente pela roda do Karma neste pla-
neta que como uma roda girando não para de girar. O ódio dele por Deus o
separou do amor de seu povo, assim como o seu o separou de seu pai.
– Pena eu ter aprendido essa lição sobre o ódio tarde demais. Eu devia
ter corrido depois que levei o chute na cara. Estou tão arrependido do que
fiz. Será que Deus irá me perdoar?
– Claro que vai. Deus ama tanto a gente que ele perdoa todos os nossos
erros. Mas nós seres humanos não aprendemos a se perdoar, amar a Deus e
não sentir mais raiva, pois quando estamos com raiva, ficamos cegos e com
os sentidos descontrolados. Quando os sentidos estão descontrolados, a men-
te se desequilibra e a gente perde o controle sobre os pensamentos, ações,
palavras e age irracionalmente como um animal e ataca Deus que vive nos
corações de todos os seres vivos.
– Entendi. Deus que está no fundo do meu coração, me perdoa por ter
empobrecido e mandado meu pai para a prisão. Por favor, alivia a dor da afli-
ção em meu coração.
– Sua mãe lhe abandonou quando você nasceu?
207

– Abandonou. Nunca a vi nesta vida e meu pai me disse que ela é…
– É o que?
– Deixa eu falar no teu ouvido. Ela é a esposa de um oficial do conselho
dos nobres do rei Pankeng.
– De nobre, aquele conselho só tem o nome. São todos é um bando de
ladrões e assassinos que usam os impostos do povo para construírem grandes
obras como edifícios do governo, ruas, pontes, estradas, templos, túmulos, e
etc., em suas lojas (empresas). São chamados de nobres porque são os mais
ricos desta dinastia monárquica corrompida por ambição, egoísmo, malda-
de e bruxaria.
– Bruxaria?
– Sim. Em seus templos eles fazem cultos aos fantasmas dos antepas-
sados e ensinam ao povo por meio de encenações teatrais que só rei tem
duas almas e que após a morte, uma vai para o paraíso e a outra fica com ele
enterrado.
– Meu pai me disse que os seres humanos, os animais e as plantas só tem
uma alma e que quando o corpo morre, ela vai ao céu e num período de 3
dias, ela retorna a terra para nascer em um novo corpo e numa nova família.
– O que o seu pai lhe disse é verdade, mas a verdade é a única coisa que
não é ensinada nesta sociedade de macacos amarelos (chineses).
– Os europeus são macacos brancos. Os africanos são macacos pretos.
Os mesopotâmicos são macacos preto e branco e os chineses são macacos
amarelos. O rei Pankeng é rei mais idiota da Ásia e eu sou o garoto mais in-
feliz do mundo.
– Você é o que você pensa. Se pensa que os outros são idiotas, idiota você
vai se tornar. Se pensa que é infeliz, infeliz você se sentirá.
– Entendi. Vou mentir para mim mesmo e dizer que sou o chinês mais
feliz do mundo.
– Esse tipo de mentira é permitida, pois ela permite que você não crie
mais Karma para aumentar o seu sofrimento nesta vida e nas próximas.
– Entendi. Todo mundo é bom e eu sou feliz.
208

– Você tem parentes?
– Tenho, mas não sei onde mora nenhum.
– Você sabe ler e escrever?
– Sei.
– Venha comigo que eu vou lhe arrumar um trabalho e um lugar
para dormir.
– Ó senhor bondoso, muito obrigado. Que Deus lhe abençoe.
– Obrigado. A você também. Como você se chama?
– Eu me chamo Shun e o senhor?
– Vovô Chon.
– Vovô Chon, se alguém lhe chamasse de filho da puta em público, o
que o senhor faria?
– Fingiria que sou surdo, que nada escutei e oraria a Deus para que Deus
destrua a escuridão da mente e de seu coração para que você veja Deus em
tudo e aprenda a ter mais respeito e amor pelos outros.
– As pessoas diriam que você é um covarde.
– É verdade. As pessoas na escuridão que são tolas e violentas em pen-
samentos, palavras e ações certamente me criticariam e me ofenderiam de
covarde, mas as pessoas na luz que são sabias e não violentas em pensamen-
tos, palavras e ações, certamente bateriam palmas para mim e criticariam
meu ofensor. Deixe-me dizer algo sobre a ofensa. A ofensa é como uma es-
mola e uma carta, se você não aceita, ela volta para quem mandou e quem
mandou é que fica humilhado diante de todos.
– Entendi. Se sua mãe o abandonasse quando você era bebe, você a per-
doaria e a amaria?
– Sim. Eu a perdoaria e lhe amaria com toda a força do meu coração
como se tivesse sempre estado presente em toda a minha vida.
– Qual é o propósito da vida?
– É se iluminar em conhecimento acerca de Deus, amar, honrar, valo-
rizar e respeitar o próximo como a si mesmo.
209

– Como eu faço para amar, honrar e respeitar o próximo como a
mim mesmo?
– Amando-se, valorizando-se, respeitando-se e honrando-se.
– Entendi. Eu me amo. Eu me respeito e me valorizo.
– Tô gostando de ver. Se continuar pensando assim, vai ser um grande
mestre quando envelhecer.
– O senhor tem filhos?
– Tenho. Mas já estão todos mortos.
– Morreram como?
– Nas guerras de conquistas criadas pelo rei Pankeng com os povos nô-
mades das fronteiras,
– O senhor perdoa ele pelo que fez tirando seus filhos de você?
– Perdoo. Pois o Deus que amo, vive dentro dele.
– Quem é o seu Deus?
– É o amor. O amor é como uma estrela que ao invés de irradiar luz ir-
radia perdão, bondade, misericórdia, piedade, compaixão, pureza, alegria,
equilíbrio, harmonia e paz de espirito.
– Por que este rei é tão mau?
– Para ter controle sobre o povo pelo medo e pela raiva e também para
ensinar as vítimas de suas maldades a perdoar e desenvolver mais luz e amor
por Deus. Então? Perdoa ou não perdoa o rei Pankeng?
– Seu Deus perdoa tudo o que a gente faz de errado, porque eu que sou
da mesma natureza que ele não perdoaria o rei Pankeng?
– Bom garoto. Acho que seremos bons amigos.
– Que tipo de trabalho você tem para mim?
– Cuidar de alguns animais, plantas e varrer folhas.
– Que tipo de animais, plantas e folhas?
– Cavalos, bois, vacas, cães, gatos, papagaio e macaco.
– Você mora com quem?
21 0

– Moro com meus guias e Deus.
– Quem são seus guias?
– São os meus anjos de luz.
– Eles estão lá em sua casa?
– Estão não. Eles estão aqui ao meu redor.
– São invisíveis?
– São.
– De noite posso vê-los brilhar na escuridão?
– Pode. Mas apenas se olhar com o seu terceiro olho.
– Terceiro olho? Mas eu só tenho 2.
– Muitos homens têm 2 olhos, mas na escuridão, tais olhos nada podem
ver. Poucos homens têm 3 olhos e somente estes podem ver e ouvir os seus
e os guias de luz de outros seres.
– Você pode ver os meus guias?
– Posso.
– Como eles são?
– São muito belos.
– O que estão dizendo?
– Que você é um garoto tolo que fica com raiva com facilidade.
Enquanto caminhavam pela rua, um moleque disse para outros
moleques:
– Olhem molecada, é o garoto assassino. Assassino. Assassino.
– Matei em legitima defesa, mirei a pedra no peito do morto, mas a pe-
dra acertou a cabeça. Agora não me aborreçam mais com esse negócio de
assassino, pois crime na China é perturbar a mente, o sossego e a paz dos
outros. Criminosos. Criminosos, que Deus lhes abençoe e lhes ensinem a
respeitar os outros.
O velho começou a sorrir e os meninos se calaram. Enquanto Chon e
Shun se afastavam, eles ouviram a molecada rindo do moleque porque ele
21 1

não conseguiu irritar a mente e os sentidos de Shun. 10 anos depois (1380
A.C.), o rei Pankeng transferiu a capital da dinastia Shang para Yin.
O mestre Chon disse a Shun:
– Shun meu filho. Hoje é o dia da liberdade de seu pai. Vá ao seu en-
contro e trago-a aqui.
– Sim, mestre Chon.
Enquanto Shun caminhava em direção a floresta com seu pai. Os filhos
gordos do homem que Shun matou apareceram em seu caminho. Shun pa-
rou e disse aos gordos:
– Faz 10 anos que não nos vemos. Sinto muito por ter matado o vosso
pai, pois eu era criança e vivia controlado pela raiva. Por favor me perdoem.
– É muito difícil para um homem perdoar alguém que matou seu pai
em sua frente durante a infância, mas você não matou nosso pai, pois a alma
dele é imortal e por esta razão, assim como Deus te perdoou eu também
te perdoo.
– Eu também. Siga seu caminho em paz.
– Obrigado irmãos.
Ao chegar a prisão, Shun não encontrou seu pai e lhe disseram que ele
havia sido transferido para a prisão da cidade estado de Yin. O mestre Chon
lhe disse:
– Você vai precisar de dinheiro para ir buscar seu pai em Yin e eu sei
como você pode consegui-lo. Colha todas as cerejas que puder carregar, vá
até o mercado e venda-as pelo dobro do valor a quem for rico, preço normal
para quem não é rico e nem pobre e venda de graça para quem for pobre.
Shun colheu as cerejas, foi ao mercado e vendeu todas. Ao chegar à casa
do mestre Chon, ele lhe disse:
– Fico feliz que tenha conseguido vender todas as cerejas. Agora tens o
dinheiro para ir buscar vosso pai. Vá e volte logo.
– Obrigado mestre Chon. Até logo.
21 2

Shun viajou a pé vários dias e várias noite até chegar a Yin. Em uma pra-
ça pública próximo a duas cerejeiras, ele viu uma senhora sentada sozinha
com um semblante muito triste. Shun aproximou-se dela e lhe disse:
– A velhice não é motivo para ficar triste.
– Não estou triste porque estou velha e perto de morrer, mas porque
meu filho morreu em batalha a alguns dias com os nômades das fronteiras
ao norte.
– Só morre aquilo que nasce, só tem fim aquilo que tem começo, espí-
ritos não nascem e nem morrem, e seu filho é um espírito que não tem co-
meço, final, data de nascimento e de falecimento. A única coisa que a mor-
te faz é causar tristeza, dor e medo nos corações e mentes de quem fica, não
para quem vai em direção aos braços de Deus no céu espiritual, a fonte cria-
tiva de todo o amor e todos nós.
– Que bom ouvir isto, mas a causa de minha tristeza não é apenas de
ter perdido o filho em uma guerra, mas por ter abandonado outro quando
era bebe.
– Você o abandonou na cidade de Honan porque ele foi fruto de uma
traição e para que você não fosse morta por adultério, o abandonou nos bra-
ços de seu pai não foi?
– Foi. Como você sabe disto?
– Esse garoto que a senhora abandonou quando era criança, era eu.
– Ó meu filho. Me perdoa pelo que fiz?
– Perdoo mamãe. Agora pare de se lamentar, se julgar e se punir. Sorri,
porque sorrindo você é mais bonita.
– Ó meu filho amado. Muito obrigado. Onde está o seu pai?
– Está preso na prisão de Yin.
– O que ele fez para estar preso?
– Há 10 anos atrás, eu matei um homem com uma pedra. Para que eu
não fosse executado, meu pai ofereceu as terras dele e cumprir 10 anos de
sentença.
21 3

– Quando ele obterá a liberdade?
–Hoje. Estou indo a prisão recepcioná-lo.
– Vá. Estarei aguardando aqui.
– Está bem. Até logo mamãe.
Shun encontrou seu pai na prisão. Depois de um longo abraço ele dis-
se ao pai:
– Deixou o cabelo e a barba crescer.
– Deixei. Veja como ele está ficando cinza?
– É a velhice e a morte se aproximando.
– Que bom que não morrerei na prisão. Pensei que nunca mais o veria.
– Eu também. Como foram os 10 anos na prisão?
– Foi tão horrível quanto viver longe de sua mãe.
– Você ainda lembra dela?
– Lembro. Senti tanto amor por ela que nunca mais quis me casar.
– Eu acredito que ela ainda esteja viva.
– Eu também e mesmo que ela morra, ela permanecerá para sempre
viva em meu coração. E você? Como foi que você conseguiu sobreviver sem
mim e sem dinheiro?
– Com a ajuda do mestre Chon.
– Quem é o mestre Chon?
– É o meu pai adotivo.
– Você arrumou um pai adotivo?
– Arrumei.
– Como foi isto?
Enquanto Shun foi explicando como conheceu o mestre Chon, arru-
mou emprego, lugar para dormir etc., o mestre Chon em Honan morria
enquanto dormia e via seus guias. Dias depois, Suiany explicou aos filhos
que iria partir para Honan com seu filho e com seu novo marido Chu-
amsun.Ao retornarem a Honan, souberam da notícia da morte do Velho
21 4

Chon. Imediatamente foram até o cemitério. No cemitério Chon disse ao
pai e a mãe:
– Papai. Mamãe. Este defunto que está enterrado embaixo neste túmu-
lo é o mestre Chon, o homem mais sábio e bondoso que eu já conheci em
toda a minha vida. Mestre Chon. Estes aqui são meus pais, senhor Chuam-
sum e senhora Suyani. Eu os encontrei graça a sua ajuda. Sei aonde você
está e, portanto, não irei chorar. Muito obrigado mestre Chon. Que esteja
em paz aí no céu.
Assim que saíram do cemitério, uma funcionária da área cível da dinas-
tia dos Shang disse a Shun:
– Com licença. O senhor é o senhor Shun?
– Sim. Sou eu mesmo.
– O mestre Chon deixou um testamento e alguns bens para o senhor. É
uma pequena fazenda, alguns cavalos, bois, vacas, cachorros e gatos. Você
tem 30 dias para manifestar a sua vontade de querer ou renunciar sua he-
rança. Caso seja beneficiário do testamento, procure o juizado cível da di-
nastia Shang.
– Muito obrigado, senhorita. Assim que tomar minha decisão irei
procurá-la.
– Está bem. Passem bem e perdão por ter interrompido sua visita ao
cemitério.
– Está perdoada. Vá em paz. Bom creio que já está resolvido onde
moraremos.
Alguns dias depois, Shun foi ao rio Huang Ho (rio amarelo) e viu uma
linda chinesa de vestido lavando roupa. Ele disse a ela:
– O que é que uma moça tão bonita está fazendo aqui sozinha na bei-
ra do rio?
– Estou lavando roupa, não tá vendo não?
– Estou não, pois fiquei cego de amor ao vê-la.
– Quem é você?
21 5

– Eu sou Shun, filho adotivo do falecido mestre Chon e de Suiany de
Yin e Chumsuam de Honan.
– Você é aquele menino que matou um homem há 10 anos atrás não foi?
– Foi.
– Vai me matar também?
– Vou não e por que eu faria isso com uma garota tão bonita quanto você?
– Sei lá. Aqui todo mundo só vive matando todo mundo sem moti-
vo algum.
– Veja as roupas que você está lavando. Uma está limpa e a outra está
suja. A suja representa minha mente na infância e a limpa a minha mente
no presente.
– A que tipo de sujeira você está falando?
– Raiva, medo, ambição, ganancia, egoísmo, maldade, escuridão, nega-
tividade, prudência e ignorância.
– Você ouviu a história de uma menina que atropelou e matou um ve-
lhinho com um cavalo?
– Ouvi não, pois estive fora de Honan a um bom tempo.
– A moça era eu?
– Você não foi presa e nem sentenciada a morte?
– Fui não.
– Por que não?
– Porque o velhinho me perdoou antes de morrer. Senta aí me ajuda a
lavar estas roupas.
– Posso banhar primeiro?
– Pode. Vai lá.
– Urruuuuu. Ahhhhhhhhh. Que água maravilhosaé essa? Adoro me ba-
nhar neste rio, pois toda vez que me banho nele ele leva para longe de mim
a tristeza que eu sinto em viver preso neste mundo de ilusões onde tudo nas-
ce, envelhece, adoece e morre.
21 6

– Existe algo nesta ilusão que não nasce, não morre e nem muda
de forma.
– O que é?
– A alma de Deus, a minha, a sua, a das árvores e a dos animais.
– O que é a alma de Deus?
– É a fonte de todo o amor que sentimos dentro de nós. É a nossa pró-
pria alma.
– Veja que lindos papagaios voando no ar.
– Estou vendo. São muito belas essas penas verdes voando. Espero que
elas levem para bem longe de mim a tristeza que sinto em minha alma por
ter matado o seu pai adotivo por acidente. Deus nunca vai me perdoar pelo
que fiz.
– Deus é o amor e também o perdão. Ele já perdoou você, quem não te
perdoou ainda foi sua própria mente. Assim como somos escravos desta ilu-
são, nossas mentes também são nossas escravas e não é que sendo senhores
de nossas mentes, nos deixemos escravizar por elas.
– Entendi o que você quis dizer e já sinto o vento trazendo de volta do
passado a minha alegria em viver e está viva nestas ilusões cheias de maravi-
lhas. De todas as coisas maravilhosas desta vida, nenhuma delas é mais bo-
nita que você sorrindo com alegria.
Aniuam sorriu e perguntou a Shun:
– Você quer ser o meu namorado?
– Quero.
Os dois se abraçaram, se beijaram, rolaram na areia, os anjos soaram
suas trombetas e as flores das arvores do rio Huang Ho caíram sobre o ve-
lho casal de pleidianos apaixonados. Aniuam algum tempo depois foi morar
com Shun e os pais dele. Em meio as crises internas e externas de seu país,
Aniuam e Shun constituíram uma união estável feliz, formaram uma famí-
lia e em 1310 A.C. enquanto passeavam pela cidade-estado de Honan, uma
criança atirou uma pedra em outra e a pedra pegou na cabeça de Shun que
morreu nos braços macios e suaves de sua amada esposa Aniuam. Enquanto
21 7

Aniuam chorava, o espírito de Shun caminhava com seus guias em direção
aos braços de Deus. Três dias depois (1310 A.C.) ele reencarnou em um ar-
quipélago com 6.852 ilhas chamado Japão. Dez anos depois (1300 A.C.),
Aniuam caminhava por trás de um cavalo e de um coice morreu de hemor-
ragia interna e reencarnou 3 dias depois no arquipélago do Japão.
21 8

CAPÍTULO XII
O NASCIMENTO DO JAPÃO E AS
ILHAS DE SHIKOKU E KYUSHU

E
m 1300 A.C., na ilha de Shikoku, ao sul do arquipélago
do Japão, o jovem Akiro (Shun) de 10 anos, disse a seu avô:
– Querido avô Shokoko. Qual é a história do Japão?

– Começou com a chegada dos primeiros seres humanos vindos da Ásia
a ilha a 31.500 anos (35.000 A.C.).
– Como eram esses seres humanos?
– Eram nômades caçadores e coletores cuja religião politeísta era base-
ada no culto dos elementos da natureza. Há 12.500 anos (14.000 A.C.) sur-
giu a primeira cultura de cerâmica e civilização japonesa. Essa antiga civi-
lização ainda não havia desenvolvido a agricultura e a criação de animais.
– De qual parte da Ásia vieram esses nômades?
– Da China.
– E nossa escrita?
– Da China.
– E a Coreia?
– Também foi colonizada pelos chineses.
– Eles querem conquistar o mundo?
– Não sei, mas é bem provável que sim.
– Quem manda lá?
– Os reis da Dinastia Shang.
– Esses reis são todos parentes?
– São.
– Somos chineses?
220

– Somos. Somos chineses livres da influência política da China.
– Como foi que nossos descendentes chineses conseguiram sobreviver
nestas ilhas do arquipélago sem saberem semear a terra e criar animais?
– Da pesca.
– Quais foram as primeiras ilhas a serem colonizadas pelos chineses?
– As maiores tais como Quinchu, Honxu, Shikoku e Hokaido.
– Shikoku tá tremendo vovô?
– É um terremoto. Se segura firme que seu coração vai balançar.
– Sabe o que é este tremor de terra vovô?
– Sei não. O que é?
– É a alma da minha esposa na vida passada chegando ao Japão para me
dar felicidade nesta nova vida e encarnação. Da mesma forma que ela che-
gou ao Japão é assim que o amor de Deus entra em nossos corações. Como
um vulcão gritando e expelindo fogo e fumaça cinza e preta pela boca é
assim que o ódio sai de nossos corações e mentes com a chegada do amor
de Deus.
– Os vulcões entraram em erupção. Deuses do vento, da terra, do céu, da
água e do fogo, protege todos nós japoneses da ira da ilha de Shikoku. Meu
netinho. É o nosso fim. Foi um prazer ser seu avô.
– Não seja tão negativo vovô. Nós não vamos morrer. Tenha fé em Deus
e em minhas palavras.
– Parou o terremoto. Obrigado Deuses da natureza por ouvirem as mi-
nhas suplicas de apelo.
– Minha alma gêmea acabou de nascer em um ventre japonês.
– Foi é? Espero que ela esteja bem e também todos os habitantes de Shi-
koku e do mundo.
– O que eu mais gosto no senhor é que tudo para você é nós e não eu.
– Pensar só em si mesmo e ignorar os demais é ignorância e egoísmo.
Pensar nos demais é ignorar a si mesmo é sabedoria e generosidade. Deve-
mos pensar em si mesmo não como sendo um só, mas como sendo todos.
221

– Somos este universo inteiro não somos vovô?
– Somos o universo inteiro e tudo o que está além dele. Mas nesta era de
escuridão, ignorância, violência e guerras, os seres humanos se veem como
sendo algo individual e separado de Deus.
– Deus é o rei dos deuses. Os deuses são os reis dos reis, os reis são os reis
dos povos e eu sou o garoto mais feliz do mundo porque tenho o avô mais
sábio e engraçado de todos. Já tive muitos pais e avôs em minhas vidas pas-
sadas e de todos eles foi de você que eu mais gostei.
– Quem tem te ensinado a ciência da imortalidade do ser vivo?
– Umas entidades humanas aladas de luz que de vez em quando apare-
cem em meus sonhos me dizendo que eu fui em minhas vidas passadas um
mesopotâmio, egípcio, núbio, cretense, indiano e chinês. Será que somos
imortais ou mortais vovô?
– Os indianos creem que somos imortais e os gregos creem que não,
quem está certo ou errado eu não sei, mas uma coisa eu tenho certeza. Eu
amo você.
– Eu também amo o senhor vovô. Olha vovô, tá chovendo de novo.
– Estou vendo. O céu está uma verdadeira obra de arte. Ainda bem que
não morri com o terremoto e as erupções antes de ver isto.
– Meus olhos são como o céu e como o céu neste instante ele ficaria se
o senhor tivesse morrido.
– Você tem um senso de humor muito afiado. Agora pegue sua espada
de bambu e volte a treinar para ser o melhor espadachim do Japão e prote-
ger nossa ilha dos ladrões estrangeiros.
– Sim mestre vovô. Minha espada é minha alma, minha alma é o amor e
com ela cortarei a tristeza do mundo e libertarei os seres humanos das guer-
ras, dos reis, da escuridão e da escravidão.
Dez anos depois (1290 A.C.), a ilha de Kyushu entrou em erupção e co-
meçou a fumar e a tremer violentamente enquanto Anayu (Aniuam) se abra-
çava firmemente a uma árvore do litoral do arquipélago do Japão. Assim que
o tremor passou, Anayu disse ao avô:
222

– Kyushu amanheceu zangada hoje.
– Ainda bem que ela se acalmou senão ia se queimar toda.
– O que faz estes monstros de pedras expelir fogo com tanta violência
da sua garganta vovó?
– É a terra por meio dos vulcões protestando contra as guerras e a escra-
vidão nas sociedades humanas.
– Coitada de Kyushu. Vai protestar por milhares de anos e as guerras e a
escravidão nas sociedades humanas nunca vão acabará.
– As guerras e a escravidão só vão deixar de reinar na sociedade humana
quando todos os seres humanos elevarem suas consciências além de si mes-
mo e em direção a Deus que é o caminho da paz (antiguerra) e da liberda-
de. Em muitas sociedades humanas há a escravidão de seres humanos ino-
centes em prisões que é fonte de ódio, medo e tristeza em massa. Devido a
escravidão não tem havido progresso espiritual algum na maioria das men-
tes dos seres humanos e no entanto, seus governantes insistem em manter tal
política indecente que só tem trazido benefícios as cidades e a poucos que
a estão construindo. Todos os reis da terra sonham em conquistar o plane-
ta para eles desfrutarem com seus filhos, amigos e mulheres. Esse sonho de
conquistar o mundo que representa a ilusão das mentes dos reis é o que le-
vará a destruição de todos os reinos e sociedades deste planeta.
– Como vovô?
– Por meio das guerras e invenções de armas cada vez mais pesadas. Des-
de quando os primeiros seres humanos adquiriram consciência do poder des-
truidor e intimidador das pedras e paus, armas cada vez mais letais têm sido
criadas para obter vantagens nos campos de batalha e vencer as guerras. Mas
as guerras que os reis devem travar e vencer não é aquelas nos campos de ba-
talha da terra, mas no campo de batalha de suas mentes.
– Que batalha é essa, vovô?
– A batalha entre a luz e a escuridão, o bem e o mal, a verdade e a men-
tira, o amor e o ódio.
– Como se vence a batalha da mente vovô?
223

– Amando Deus, a luz e a verdade.
– Quem vence a batalha da mente ganha o que?
– A paz mental e a felicidade mesmo encarnado. Acabou o descanso.
Agora pegue sua espada de bambu e treine para ser a guerreira mais hábil
do mundo inteiro.
– Sim mestre vovô. Kia. Kia. Kia.
Após o treino e o jantar, Anayu olhou para o mar e perguntou ao seu avô:
– Quantas ilhas têm o Japão, vovô?
– 6852.
Como se chamam as maiores ilhas?
– Honshu, Hokkaido, Shikoku e Kyushu.
– Qual é a história do povo japonês vovô?
– Os primitivos habitantes do Japão, era gente baixa e cabeluda, chama-
dos de ainos. Os ainos eram um povo rude e primitivo que se sustentava por
meio da caça de animais. Com a chegada de outros povos as ilhas, os ainos
foram empurrados para o norte do Japão.
– De onde vieram os ainos e os outros povos vovô?
– Do nordeste da Ásia, mais precisamente do nordeste da China e Co-
reia. Os que vieram da Coreia, eram guerreiros acostumados a lutar em
cavalos.
– A China fica a oeste do Japão e à Leste além do oceano?
– O litoral do continente Africano.
– Só existe a África, Ásia e a Europa no mundo?
– Só.
– Como são os povos e as culturas destas grandes ilhas (África, Ásia,
Europa)?
– São povos voltados a seus deuses de ilusões e suas culturas voltadas
para as guerras infantis. Agora chega de papo e vá dormir.
– Está bem. É o senhor que manda vovô. Eu te amo. Boa noite.
224

Dez anos depois (1280 A.C.), Akiro e outros guerreiros vindos de barco
de Shikokudesembarcaram em Kyushu, foram levados até o avô de Anyu-
am. Ao encontrar o avô de Aniuam, Akiro disse:
– Mestre Kyrioto. Trago-te uma mensagem urgente de meu avô, o mes-
tre Takura.
– Que mensagem é esta?
– Ele está muito doente e quer vê-lo mais uma vez antes de morrer.
– Diga a seu mestre e meu amigo Takura que irei o mais breve possível
ao seu encontro em Shikoku.
– Sim senhor.
Akiro voltou com seus guerreiros amigos de volta a Shikoku e disse a
seu avô:
– Mestre Takura. Vossa mensagem chegou a vosso amigo em Kyushu.
Diz ele que virá o mais breve possível ao vosso encontro.
– Kyrioto foi um grande amigo meu nesta vida assim como você. Ho-
mem mais honesto e sincero que ele não há nesta terra. O que ensinei a ele,
ensinei a você. O que aprendi com ele, também aprendi com você. Não sei
se estarei vivo quando ele chegar, mas diga a ele que eu gosto dele tanto gos-
to de você.
– Vovô. Vovô. Não me deixe. Volte vovô. Abra seus olhos e fale de novo
comigo. Vovô.
– Não adianta mais chorar meu filho, pois a alma de seu avô voltou para
o nosso criador.
Algumas horas depois, Kyrioto chegou com sua neta Aniuam e outros
guerreiros ao funeral de cremação do mestre Takura. Enquanto Takura quei-
mava diante da lua cheia, Akiro chorava de tristeza. Sensibilizada com a dor
inconsolável no coração de Akiro, Aniuam aproximou-se dele, puxou a es-
pada e lhe disse:
– Deixe-me cortar sua tristeza com minha espada corajoso guerreiro
japonês.
225

– A única maneira de cortar minha tristeza é separando meu corpo de
minha cabeça. Vá em frente e mate-me com sua espada.
– A morte é um processo de rejuvenescimento e uma ilusão quântica da
mente. O espírito de vosso avô está bem e caminhando para um novo nas-
cimento. Não se deixe dominar pela tristeza porque ele perdeu o seu corpo
doente e ganhou um saudável.
– Eu sou Aniuam, mestre em artes marciais e espirituais e neta do mes-
tre Kyrioto.
– Me perdoa pelas lágrimas é que para essas coisas de amor eu sou fraco.
– Se amar é uma fraqueza, pois o amor é a fraqueza que faz dos homens,
homens fortes. Não se deixe vencer pela tristeza. Vença a guerra entre a luz
e a escuridão, entre a alegria e a tristeza em sua mente e em seu coração.
– Essa vai ser a batalha mais difícil da minha vida. Posso ver como é
seu rosto?
– Pode, mas não se assuste, pois eu tenho um rosto muito feio.
Aniuam tirou o capacete da cabeça e Akiro disse:
– Além de bonita, você também é mentirosa , não é? Seu rosto é tão lin-
do que nem o agrupamento de milhares de ilhas de praias brancas cercadas
por águas azuis poderiam se comparar à uma pequena fração da beleza que
o seu rosto possui.
– Em meio às chamas, a lua cheia, a tristeza e a saudade de uma alma
você me diz um poema em meio a um funeral. Entenda uma coisa, guerrei-
ro: a morte é o começo de uma nova vida assim como a tristeza é o começo
de uma nova alegria. Como esta noite, sua tristeza desaparecerá e como o
dia sua alegria retornará. Não se entristeça. Se ame, se alegre e levante a ca-
beça. Pegue a sua tristeza e ofereça ao fogo para que queime junto com seu
avô, pois assim como ele, sua tristeza virará cinzas.
Enquanto conversavam diante do cadáver em chamas do mestre Taku-
ra, este se levantou com a boca aberta e Aniuam disse a Akiro:
– Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii. O cadáver do mestre Takura ressuscitou. Apa-
guem o fogo.
226

– Ah, ah, ah. É normal corpos cremados se levantarem durante a cre-
mação. Só você mesmo para me fazer sorrir num momento triste com este.
O espírito do mestre Takura disse a seus guias de luz:
– Anjos de luz, meus mestres na vida e na morte, estou pronto para vol-
tar para casa e me encontrar com Deus.
– Venha conosco. Vamos lhe guiar até ao lar e a ele.
Aniuam disse a Akiro:
– Não chora guerreiro. A alma dele voltará brevemente em um novo cor-
po para estar com você no futuro como o seu avô novamente.
– Adeus mestre. Vá em paz ao encontro com Deus. Obrigado por tudo
o que me ensinou sobre justiça, direito, história, Deus, alma e amor. Adeus
vovô. Até uma próxima vida se Deus quiser.
– Teu mestre, foi mestre do meu mestre. O que ele te ensinou?
– Tai Chi, judô, jiu-jitsu, karatê, Kung fu, muay tai, atirar flechas e lu-
tar com varas e espadas.
– Vamos ver se você aprendeu alguma coisa.
– Não luto com mulheres.
– É mesmo? Doeu? Quer levar outra? Então defenda-se.
– Tá doendo e eu não quero levar outra lapada de espada no ombro não,
mas só luto com você com uma condição.
– Que condição é essa?
– Que se eu vencer, você me dará um beijo e aceitará casar comigo.
– Aceito. Agora defenda-se ou matarei você.
– Lutarei com todas as minhas forças.
Os dois começaram a briga de espadas. Depois de alguns minutos de
luta, a espada de Aiuam quebrou e com um chute ela tirou a espada da mão
de Akiro. Então começou a troca de socos, pontapés, joelhadas, cotovela-
das e com um golpe de judo, Aiuam jogou Akiro de costas no chão. Akiro
olhou para ela e fechou os olhos. Ela caiu na areia da praia e disse a Akiro:
– Akiro? Eu te matei? Me desculpa meu amor, foi sem querer.
227

Akiro abraçou Aniuam e lhe disse:
– Está presa. Venci você. Agora você é toda minha e eu sou todo seu.
– Para sempre?
– Sim.
– Promete?
– Prometo.
– Promessa é dívida.
– Prefiro a morte do que não cumprir uma promessa. Também prefiro
morrer do que viver sem você.
O pai de Akiro, Suijiro Momoto sorrindo disse ao mestre kyrioto:
– É para este tipo de guerra que foram feitas as artes marciais e as espadas.
– É difícil para os humanos compreender a arte do amor de Deus. Seu
pai era um grande entendedor desta arte. Mesmo na hora da separação da
sua alma do seu corpo mortal, ele uniu duas almas e dois corpos diante dos
olhos do céu e do mar.
– Eles são belos como o mar e o céu e seus filhos serão belos como a ter-
ra, as montanhas, as florestas e os rios. E como os rios, as florestas, as mon-
tanhas, a terra, o céu e o mar, serão iluminados de noite e de dia pela luz do
sol, das estrelas e da sabedoria.
– A sabedoria é um verdadeiro tesouro tão valioso quanto o amor de
Deus. Que Deus abençoe a união deles.
– O amor que é Deus, une duas almas e a união de duas almas é uma
união tão feliz quanto o amor e a paz ou o céu e o mar.
Enquanto o cadáver do mestre Takura parecia sorrir entre as chamas,
Akiro pegou uma flor de cerejeira, lhe deu e lhe disse:
– Flor de cereja, esta flor que lhe dei irar murchar e morrer e com ela mi-
nha tristeza, mas diferentemente de meu amor por você, permanecerá sem-
pre jovem e esplendorosa como está agora.
– És tão hábil com as palavras quanto é com as espadas. És tão gentil
quanto o sol da manhã. Bela é esta flor de cerejeira, mas belo ainda é meu
228

amor por você. Como esta bela flor murchando e morrendo, assim também
serei eu se você morrer primeiro do que eu.
– A morte tem o poder de separar o meu corpo da minha alma, mas não
tem o poder de aniquilar a minha alma e nem o meu amor por você. Como
o espírito de uma flor que morre e nasce de novo, assim é o espírito do meu
amor por você que morre com meu corpo e continua vivendo com minha
alma cheia de amor por você como o oceano cheio de águas, as florestas
cheias de flores, o universo cheio de estrelas e o sol cheio de luz.
– De luz é feito o sol, de água é feito o mar, de doçura é feito o mel, de
belezas é feito o céu, de felicidade é feita a paz, de verdades é feita a sabedo-
ria, de amor é feito o meu coração que ama tanto você. Como passarinhos,
meu amor por você voa com o vento para alegrar a natureza e como a luz do
sol ele ilumina este planeta e destrói todo o ódio que há nele.
– Como a espada que corta o bambu, o ódio separa os que se amam e
como uma espada quebrada, este ódio eu jogo fora da minha mente e do
meu coração. Como a espada que corta a corda, com o amor de Deus, eu
corto todo ódio do meu ser e com a sua graça te amarei a noite inteira até o
amanhecer, o entardecer e por toda a eternidade. Vivo na terra onde o sol
nasce e se põe. Vivo na terra onde tudo nasce e morre. Vivo contente nesta
terra porque encontrei a minha alma gêmea novamente.
– Nossas almas sempre estiveram juntas em amor e em amor elas jun-
tas permanecerão para sempre, assim somos eu e você e assim é Deus e nós
para sempre.
– O meu Deus é o Deus dos africanos, é o Deus dos europeus e é o Deus
dos asiáticos e japoneses. O meu Deus é o único que é verdadeiro. O meu
Deus é o amor e o meu amor é você.
– Amor. Eu estava com saudade de você. Eu te amo. Obrigado de co-
ração por ter vindo de tão longe para me libertar da tristeza que eu sentia
em meu coração. Eu lhe sou eternamente grato por isto. Que eu seja sem-
pre seu e você seja sempre minha. Eis aqui minha espada. Com ela lhe en-
trego de joelhos a minha alma, o meu amor, a minha lealdade, o meu cora-
ção e o meu dinheiro.
229

– Tendo esta espada, com ela destruirei o medo e o ódio no mundo in-
teiro e dele farei de você o rei que já governa o meu coração e tem o meu
amor recíproco como o teu. Agora levanta-te, me abraça e me dar um beijo.
Enquanto os dois se beijavam e o cadáver ardia na brasa, todos os guer-
reiros presentes batiam palmas para Akiro e Aniuam em frente ao mar. As-
sim que amanheceu, Akiro acordou em sua casa de madeira com Aniuam
nua ao seu lado. Ele disse a ela:
– Amor. Este foi o amanhecer mais belo e feliz que já tive em toda a mi-
nha vida.
– Que tal fazer dele o dia mais feliz de nossas vidas?
– Acho uma excelente ideia.
Algumas horas depois, Aniuam e Akiro embarcaram no grupo de 5 bar-
cos a vela em direção a ilha de Kyushu. No caminho, ele disse a ela:
– A saudade que sentirei desta ilha será tão grande quanto a que senti es-
perando por você por tantos anos.
– Que bom que nem a morte, o tempo e a distância conseguiram fazer
você deixar me amar. Certamente se isto acontecesse, minhas lagrimas de
tristeza seriam tantas que faria o oceano engolir todas as terras do mundo e
apagar todas as estrelas e com elas a minha alegria em viver.
– Se a sua alegria em viver consiste em eu amar você, você será feliz para
sempre, pois para sempre te amarei.
– O sol ilumina o mar, o vento acaricia meu cabelo, você me diz poemas
de amor e eu vou viajando de barco e te amando cada vez mais.
– O barco viaja pelo mar jogando água para os lados, o sistema solar via-
ja pelo universo jogando luz para os lados e eu viajo em você jogando amor
no vento e no mar para alegrar os pássaros, os peixes e Deus.
– Você acredita em seres vindos de outros planetas?
– Acredito não. Acho que em todo universo só existe vida aqui na terra.
Também acho que o centro do universo é aqui. Que a terra é quadrada e que
somos o centro das atenções de Deus e você?
230

– Acho que você está redondamente enganado. Acho que o universo é
como este oceano, um lugar cheio de planetas e vidas diferentes, que aqui
não é o centro do universo e que não somos o centro do universo e das aten-
ções de Deus.
– Por que acha isto?
– Quando estávamos indo para o funeral do seu avô, vimos estranhos ob-
jetos metálicos vindos do céu e mergulhar dentro do mar. Há uma área aqui
no Japão em forma de triângulo onde muitas embarcações têm desapareci-
do misteriosamente. Meu avô acha que o desaparecimento de tais embarca-
ções deve-se a estes estranhos objetos.
– É mesmo? Que mais disse seu avô?
– Que há cidades onde viviam seres de outro planeta no fundo do mar
do Japão.
– Quem seriam estes?
– Seres de outros planetas que desapareceu após o diluvio contado pe-
los babilônicos.
– Não seriam eles os deuses que inspiraram as lendas japonesas contadas
pelos antigos assim como os deuses da babilônia, Egito e Creta?
– Não sei. Mas uma coisa eu sei.
– O que é?
– Eu amo você como as flores amam os raios de luz do sol pela manhã.
Eu amo você como Deus nos ama. Meu amor por você é infinito, incondi-
cional, transcendental e imortal. Meu coração é um oceano de amor onde
você navega com tranquilidade.
– Nas águas tranquilas do teu amor, eu navego feliz pelo mar. As on-
das do mar são as ondas de alegria do teu amor. Enquanto o planeta gira, o
mar se move, enquanto o mar se move, eu sinto meu coração balançando
de amor por você. As bolhas que vem do mar são como a alegria que vem do
fundo do meu coração. Como dois oceanos de amor são os nossos corações
cantando a canção do amor que enche nossos corações e mentes de alegria
e satisfação. Nossas mentes são dois universos de amor cuja grandeza está
231

além da compreensão humana. No nosso universo de amor não há escuri-
dão, medo, ódio e tristeza, o que há é muita luz, paz e compreensão. Essa
luz que enche nossas mentes e corações de amor é a luz do amor de Deus e
pode haver diferenças entre seres humanos e seres de outros planetas, mas
não há diferença alguma entre nós e o amor de Deus porque eu e você so-
mos o amor de Deus.
– O nosso universo de amor é feito da luz do amor de Deus e a nossa his-
tória é feita de poemas, canções e alegrias. Que a alegria seja a rainha deste
planeta e o amor de Deus o seu rei.
Ao chegarem a ilha de Kyushu, tiveram muitos filhos, alunos, amigos e
morreram de velhice no ano de 1200 A.C. 3 dias depois, retornaram a terra e
renasceram em Tikal, cidade Maia da região de Yucatan, (América central).
232

CAPÍTULO XIII
A CIDADE DE TIKAL E OS PRIMÓRDIOS

DA CIVILIZAÇÃO MAIA
233

E
m 1180 A.C., no coração da América central, Likal (Aki-
ro), pintado e fantasiado de pássaro, caminhava lentamente pela flo-
resta de Tikal quando se encontrou com Anakal pintada e fantasia-
da de jaguar. Ele disse a ela:
– Olá mulher jaguar. Que bom ver você de novo.
– É bom para mim também ver você de novo. Para onde você es-
tava indo?
– Para a pirâmide dos sacrifícios humanos na praça de Tikal e você?
– Eu também. Vai voando ou andando?
– Vou andando e você vai de 4 quatro ou andando?
– Vou andando.
– Essa pintura de onça ficou muito bonita em você.
– Foi mesmo? Você gostou?
– Gostei. Tá mais linda que milhões de jaguares.
– É melhor a gente se apressar ou não veremos a cerimonia aos deuses
do começo, pois está próximo ao anoitecer e com o anoitecer começará a
cerimônia aos deuses.
Assim que chegaram a Tikal, eles viram milhares de índios pintados e
fantasiados de animais se intoxicando em torno de uma pirâmide cheia de
serpentes em alto e baixo relevo de enquanto assistiam a um mortal jogo de
bola de borracha de cintura em que aquele que deixar a bola tocar no chão
e girar para o topo da pirâmide para dar aos deuses vampiros dos maias em
sacrifício o seu coração e seu sangue para haver chuvas e milho em abun-
dância para que não haja fome na cidade de Tikal e na civilização Maia em
meio a tochas acesas dependuradas em blocos de basalto de 15 a 25 tonela-
das. Assim que a bola de borracha passou pelo buraco do círculo de pedra
234

dempendurado nas pesadas paredes iluminadas pela luz do fogo das tochas,
Likal disse a Anakal:
– Aquele ali meu amor teve sorte, vai viver mais um pouco.
– Só falta mais 3. Qual deles será que vai morrer para que não morra-
mos de fome e sede?
– O menos hábil.
– O que significa aquele círculo de pedra dependurado na parede?
– Significa a roda do Karma e o círculo eterno dos nascimentos e mor-
tes. Representa o sol, a lua cheia e Deus que não tem fim e nem começo.
– Como foi que começou este negócio de sacrifícios humanos aqui na
nossa civilização?
– Dizem as lendas dos antigos que foi com a chegada dos Annunaki a es-
tas terras há milhares de anos atrás.
– Quem são os Annunaki?
– São os deuses da lua, do sol, da vida, da morte, da fertilidade, do raio,
dos mundos superiores, inferiores e intermediários.
– De onde vieram e como são estes Annunaki?
– São seres com corpo humano e cabeça de lagartos que vieram de ou-
tro planeta.
– O que vieram fazer aqui?
– Extrair pedras amarelas (ouro) e levar para o planeta deles.
– Isto explica por que a pedra amarela é usada para fazer estátuas dos
deuses e os desenhos de serpentes nas paredes das pirâmides e outros tem-
plos espalhados por Tikal não é?
– É.
– Esses Annunaki ainda vivem aqui conosco?
– Vivem não, mas seus costumes bizarros continuam bem vivos.
– Acabou o jogo. Agora os deuses dos maias vão saciar sua sede por san-
gue humano e eles mandarão as chuvas e teremos o que comer o ano inteiro.
– Ver os degraus por onde sobe a pirâmide o perdedor do jogo e da vida?
235

– Vejo.
– Eles representam o grau de evolução espiritual da consciência huma-
na. Quanto mais o homem eleva sua consciência, mas próximo fica ele do
céu e de Deus.
– Então é para isso que eles constroem pirâmides tão altas, não é?
– É. Essa aí que o moribundo está subindo tem 31 metros de altura e 120
metros de diâmetro. Veja como ele caminha com medo na mente e no co-
ração. Esse medo dele está dando imenso prazer aos deuses annunakis que
se alimentam dele mesmo estando longes em seu planeta. O mesmo medo
que alimenta os annunakis impede o jogador de sentir amor por Deus e ale-
gria em seu coração. O medo é que impede os seres humanos de amarem a
Deus, a si mesmos e aos outros. Por causa das mentiras criadas pelos annu-
nakis e pelos nossos líderes espirituais, o coitado vai para liberdade e para os
braços de Deus com medo de sua alma ir para outro lugar sofrer para sem-
pre no fogo dos mundos inferiores. Por causa do medo, os seres humanos fi-
cam com raiva e tristes, pois a raiva, faz a mente do homem se elevar ao mais
alto grau de perversidade e quando chega ao topo, sua queda é fatal de vol-
ta à terra. Quanto mais elevado é o grau de raiva e maldade dos seres huma-
nos, menor é a sua consciência e maior o seu sofrimento.
– Muitos maias perderam suas vidas porque roubaram, mentiram, estu-
praram, mataram e traíram, mas perder a vida, a família e os amigos porque
perdeu um jogo, isso é um grande absurdo e uma grande injustiça. Essa ma-
tança de seres humanos por causa de religião trazida por povos de outro pla-
neta não tem nada a ver. Se os deuses são bons que querem que tenhamos
uma consciência elevada como a deles, eles certamente não ficam satisfei-
tos com os sacrifícios de seres humanos inocentes.
– Nossos líderes de baixa consciência não estão fazendo estes sacrifícios
humanos para agradar aos deuses, mas aos desejos doentios das mentes de-
les por sangue.
– Fazem isso é para impor o medo nas mentes do povo. Veja pegaram o
coitado pelas pernas e pelas mãos e agora estão arrancando o seu coração e
oferecendo ele para o Chac (Deus da chuva) dos Maias.
236

– Assim como o sacerdote oferece o coração e a alma do morto para o
Deus da chuva, eu ofereço a você também o meu coração, a minha alma e
o meu amor para você.
– Os deuses não aceitam corações humanos pulsando de dor, mas eu
aceito o seu coração, a sua alma e o seu amor. Tome o meu também.
– Teu coração agora é o meu coração e o meu coração agora é o teu co-
ração e como sendo um só coração, uma só alma, um só amor, assim somos
nós dois sofrendo em corpos diferentes em meio a esta história de horror. Es-
tou cansada de ver cenas de violência, me leva daqui para outro lugar.
Likal disse a Anakal enquanto saia da cidade dos índios drogados e psi-
copatas (Maias).
– O que você sabe sobre a história da nossa civilização?
– Diz as lendas dos antigos que há cerca de 9.000 anos (12.000 A.C.),
este planeta era formado por 5 grandes ilhas. Com exceção da nossa ilha, fo-
ram engolidas pelo Deus mar. Enquanto o mar engolia as 4 grandes ilhas,
os seus povos foram trazidos com a ajuda dos Annunaki para a ilha em que
estamos.
– Ah. Então é por isso que o povo, dos Incas, dos Maias e dos astecas ado-
ram tanto as serpentes, não é?
– É. Dizem também que nestas grandes ilhas que estão no fundo do
mar, todos as religiões dos povos que viviam nelas eram adorações as serpen-
tes que são os deuses Annunaki. Quando acabou o diluvio, os sobreviventes
resolveram seguir em direção a nossa civilização aqui chegando no coração
desta grande ilha por volta de 5.000 anos (7.000 A.C.). Há 2 mil anos (3.000
A.C) começaram a construir os primeiros templos cerimoniais nos vários rei-
nos que constituíram a meso América fracionada em vários reinos com lín-
guas e costumes semelhantes tais como Tabasco, Grualva, Chiapas, Usu-
macinta, Escuintla, Motagua, Peten, Campeche, Yucatan, Chenes, Puuc,
Quintana Roo e Pasion. Estes reinos vivem em guerra uns com os outros
pela monopolização do poder e nestas guerras por água, terras e comida, a
nossa sociedade de hoje ficou dividida em uma pirâmide em que a nobreza
237

fica no topo, guerreiros, artesãos e artistas abaixo dos nobres, camponeses
abaixo dos guerreiros, artesoes e artistas e os escravos abaixo dos camponeses.
– Quem são os oferecidos em sacrifício aos deuses da natureza e dos
Annunaki?
– Escravos de guerra, ladrões e assassinos.
– É severa a justiça desta civilização de seres humanos meio homens,
meio animais.
– Severa e dolorosa. Vamos lá para casa?
– Vamos. O que tem lá para comer?
– Milho, feijão, abóbora e um local confortável para te proteger do frio
e dos predadores da escuridão da noite.
– De todos os predadores, os piores são o medo e a raiva. Pois elas jun-
tas impedem o coração humano de amar a Deus, a si mesmo e ao próximo
como sendo Deus. O amor são os degraus que elevam a consciência do ser
humano em direção ao céu, a Deus, a liberdade do sofrimento e a felicida-
de eterna em pleno contentamento.
– Como se chamam os interpretes das vontades dos deuses?
– Se chamam Halach-Uinic.
– Quem são eles?
– São membros da nobreza que distribuem entre si cargos religiosos,
militares e administrativos entre si. Mas de intérpretes eles têm só o nome.
– Como assim?
– Eles pensam que oferecendo corações humanos em público terão chu-
vas e alimentos em abundância para satisfazer todas as suas necessidades físi-
cas, mentais e espirituais. Mas o que devem oferecer em público os maias a
Deus não é o coração dos mortos, mas o amor dos vivos. Se querem ter chu-
va e alimentos em abundância devem oferecer seu coração, alma e amor a
Deus e isto Deus e os deuses que são bons e generosos aceitam com alegria
e satisfação. Um ser humano nunca deve matar outro ser humano por cau-
sa de água, deuses e comida, muito menos pensar nisto. Na escuridão, os se-
res humanos ficam sedentos de sangue. Matar, escravizar e torturar, esta é
238

a lei dos Maias. Matar, escravizar e torturar, também é a lei dos deuses An-
nunaki dos Maias.
– O calendário e as profecias Maias dizem que o mundo vai acabar da-
qui a 3.000 anos (2.012 D.C.).
– 2012 não será o final do mundo, mas o começo de um novo mundo,
uma nova consciência e uma nova humanidade. Será um tempo em que o
nosso sistema solar estará se aproximando do centro da via láctea. Essa pro-
ximidade do sistema solar do centro da lua a via láctea afetará o nosso sol e
a nossa consciência para um nível mais elevado de existência. Com a proxi-
midade do sistema solar do centro da via láctea, os seres humanos sairão da
obscuridade da escuridão e não pensarão mais em guerras e destruição entre
semelhantes nas florestas. Vivendo em paz com os semelhantes e em harmo-
nia com a natureza não haverá mais necessidade de armas e nem de sacri-
fícios humanos aos deuses da guerra, da chuva e da natureza. Quando isto
acontecer, os deuses voltarão a este planeta para salvá-lo da destruição total e
nós humanos pelo amor de Deus e ao próximo, nos libertaremos do Karma
e obteremos a imortalidade no reino de Itzamná (Deus criador dos Maias).
– Não entendo porque ele criou uma sociedade tão violenta como
a nossa?
– Não foi ele quem criou essa sociedade. Quem criou esta sociedade vio-
lenta em que vivemos foi a escuridão da ignorância e da ilusão das mentes
de nossos reis, sacerdotes, nobres e guerreiros militares. Com essa matan-
ça desenfreada por terras, poder e riquezas, os maias se esqueceram do que
são, o que é Deus, o que estão fazendo aqui e para onde vão após a morte.
– O que é Deus, o que somos? O que estamos fazendo aqui e para onde
vamos após a morte?
– Deus é um grande espírito eterno e belo feito de luz, amor, vida e ale-
gria. Nós somos um pequeno pedaço deste grande espírito que está dentro de
um imenso coração e corpo humano sobre humano dormindo em um lugar
que não é um lugar, mas uma energia benévola e complacente feita de puro
amor. Quando fechamos os olhos para dormir, vemos apenas escuridão den-
tro de nossa cabeça. Aos poucos vão surgindo nesta escuridão, estrelas, luas,
239

sois, o planeta terra, as cidades, as plantas, os rios, os animais e os seres hu-
manos. Todos estes seres humanos são diferentes, mas todos são um mesmo
ser. O que faz o cérebro sonhar é a energia da vida vinda do espirito que bri-
lha feliz dentro do coração. Sem este espirito, o corpo não sonha mais, mas
alma que é eterna nunca para de sonhar, pois é parte de um sonho cujo so-
nhador está travando enquanto dorme uma poderosa batalha entre a luz e a
escuridão dentro de sua enorme mente criadora de ilusões. Em meio a tan-
tas ilusões, só algo neste universo é verdadeiro, que é o amor de Deus que é
a energia espiritual que está por trás de todas as coisas reais e irreais, visíveis
e invisíveis do mundo físico e do não físico. O amor é Deus.
– Se Deus somos todos nós, porque nossos líderes governantes tratam
Deus com tanta brutalidade?
– Porque os lideres governantes adoram mentir e fazer de trouxas os go-
vernados para que não entendam a verdade e para que não haja paz em ne-
nhum lugar. O sistema solar é uma imensa nave voando ao redor da via
láctea. Ela está passando por lugares cujos campos de energia são muito obs-
curos do universo da mente de Itzamná e tal energia tem afetado a consciên-
cia a tal ponto de torná-la tão baixa quanto a dos animais irracionais que vi-
vem na escuridão e não podem ver Deus em nenhum lugar, em nada, nem
em ninguém e em coisa alguma. Nós maias nos vestimos com penas e pe-
les de animais porque a sociedade Maia é uma sociedade animal vivendo
em bandos em torno de grandes pedras ornamentadas com figuras místicas
que representam os deuses e as constelações. Numa sociedade animal rei-
na a violência e a brutalidade e de violência e brutalidade é feita a cultura
Maia. Não viemos a este mundo para escravizar e matar uns aos outros como
selvagens, mas para ajudar uns aos outros a cumprir a missão da vida que é
eliminar o Karma, parar de desencarnar e voltar para casa que fica na gran-
de alma e no grande coração de Itzamná. Assim como o corpo de Itzamná é
uma ilusão temporária criada por sua alma, nossos corpos também são ilu-
sões criadas por nossas almas que diferentemente de pássaros e jaguares que
se odeiam, se amam de verdade.
24 0

– Veja como é a mentira criada pela religião dos nossos líderes espiritu-
ais e apoiada por reis, nobres e militares. Sacrificamos todos os anos em ceri-
monias religiosas milhares de seres humanos aos braços da deusa morte para
termos água, comida e êxito e vitórias nas batalhas e guerras nas florestas.
Eles dizem ao povo que esta é a vontade de Deus e todos acreditam neles.
– Na escuridão, os povos têm o mal habito de apoiar os lideres men-
tirosos e por esta razão sempre os mantiveram e sempre os manterão na
escuridão.
– O que estes líderes da escuridão deveriam fazer é iluminar as men-
tes de seus povos coma verdade e o amor de Deus e não obscurecê-las com
mentiras, ódio e maldade.
– Vivendo na dualidade da luz e da escuridão em suas mentes e cora-
ções, os maias criaram uma sociedade cuja religião prega a elevação da cons-
ciência do ser humano em direção a Deus e no entanto, aqueles que ensi-
nam tal religião são os primeiros a apoiarem a extração de corações e sangue
dos seres humanos que nasceram neste planeta para amar, compreender
Deus e cuidar da natureza. Chegamos a nossa casa.
– É bonita ela. Quem a construiu?
– Fui eu. Venha conhecê-la por dentro.
– Está escuro e frio aqui. Acenda uma fogueira.
Rapidamente Likal acendeu uma fogueira e enquanto o fogo queimava
e faiscava ele dizia a Anakal:
– É tão belo o seu rosto que envergonha até mesmo a beleza do fogo. O
fogo produz luz e calor assim como Itzamná produz a vida e a morte, a luz
e a escuridão, o espírito real e a matéria ilusória.
– Itzamná é como o fogo e nós como a centelha do fogo e quando a cen-
telha do fogo se afasta do fogo ela fica na escuridão. Itzamná é como um rio
e nós como o peixe, quando o peixe se afasta do rio, ele morre em agonia. It-
zamná é como a árvore e nós como as folhas, quando a folha se afasta da ár-
vore, ela fica podre. Seu espírito é tão minúsculo (atômico) que é um qua-
se nada em relação a tudo o que há neste imenso universo de mistérios sem
24 1

começo e sem fim e, no entanto, e ao mesmo tempo, teu espírito é maior do
que tudo no universo. Tão grande e belo quanto teu espirito é o meu amor
por você.
– O brilho do fogo ilumina a nossa casa. O teu amor por mim e por Deus
ilumina o mundo e o universo inteiro e o amor que sinto por você e Deus
ilumina o meu coração de alegria e satisfação.
– Tão belo quanto o canto dos insetos da floresta e doce como mel das
flores é o néctar de tuas palavras agradáveis que adoçam minha vida e me fa-
zem sorrir de alegria.
Assim que amanheceu, um denso nevoeiro cobria Tikal inteira e Anakal
disse a Likal:
– Likal. Acorda meu amor pois já amanheceu.
– Acordar de manhã cedo sentindo frio e vendo seu rosto bonito alegre
é tão bom quanto morrer e acordar no céu.
– O céu verdadeiro é a alma de Deus. A alma de Deus é feita de amor
que é a energia mais poderosa do universo. Essa poderosa energia chamada
amor pulsa em minha alma, em meu coração, em minha mente, em meu
sangue e em minhas células por você.
– Cada célula de meu corpo te ama e feliz por amar você. Como o amor
é luz, minhas células brilham com amor por você como estrelas no céu e as
águas da terra. Muito obrigado de coração minha amada por ter me ofereci-
do a melhor noite de todas as minhas vidas passadas.
– Agora vá plantar e colher milho, abóbora e feijão para alimentar nos-
sa população, caso contrário os nobres, guerreiros e sacerdotes farão de você
escravo e arrancarão seu coração me matando desta forma de tristeza, sau-
dade e solidão.
Depois de um beijo e um abraço, o homem pássaro com seu arco e fle-
chas nas mãos desapareceu em meio ao canto belo dos pássaros e do denso
nevoeiro da floresta do reino dos Maias da cidade de Tikal. Assim que anoi-
teceu, Likal chegou debaixo de chuva a sua casa com ervas medicinais, legu-
mes, frutos, lã, peixes, flores e o coração cheio de amor transcendental para
24 2

dividir com Anakal, mas ela não estava lá. Como a luz do dia que desapare-
ce com a chegada da noite, a alegria que Likal estava sentindo em seu peito
foi para o outro lado do planeta e desapareceu. Likal juntou alguns gravetos,
fez uma pequena fogueira e viu escrito eu te amo dentro de um coração de-
senhado com um graveto na parede feito pelos belos dedos de Anakal, a mu-
lher jaguar dos Maias e a amada de alma imortal de Likal. Ao ler tais palavras
mágicas inscritas na parede, imediatamente seu coração se encheu de luz,
alegria e paz como a sua casa feita de pedras e palha. Cansado de tanto tra-
balhar para alimentar e cuidar da saúde do povo Maia de Tikal, comeu um
tomate, um abacate, uma batata-doce e deitou para descansar e sonhar com
seu amor de vidas passadas em Gaia, a energia amorosa de Deus do planeta
terra, a mãe natureza adorável dos Maias. Sonhou LiKal que estava subindo
os 360 degraus da escada do templo do jaguar. Ao chegar ao topo, ele viu o
pôr do sol e Anakal deitada sobre uma pedra quadrada com uma máscara de
jade no rosto. Likal tirou a máscara de Anakal, a beijou na boca e acordou
com ela lhe beijando e lhe dizendo:
– Voltei para passar mais uma noite com você, meu rei.
– Sonhei que estava caminhando em direção ao céu, ao chegar ao céu
eu vi você dormindo em cima de uma pedra lisa e polida com uma máscara
de jade no rosto. Tirei sua máscara, beijei você e acordei com um beijo seu.
Queria eu ser Deus o senhor do tempo para que esta noite demorasse para
sempre para que você nunca mais me deixasse outra vez para eu não sofrer
mais de saudade e tristeza. Sua presença nesta casa é tão importante para mi-
nha felicidade como é o ar para plantas e a água para os animais.
– O ar e água é fonte de vida e alegria para as plantas e os animais assim
como você é fonte de vida e alegria para meu coração e mente.
Assim que amanheceu, centenas de índios Maias vindos de uma cida-
de vizinha e rival de Tikal, Kalacmul, invadiram os campos de milho, feijão,
mandioca, pimenta, abóbora, abacate, tomate e batata-doce, dando início
a feroz batalha dentro dos campos abertos das matas da floresta ao redor da
encantada Tikal que como seus templos de pedra se encheu de sangue der-
ramado por espadas de obsidiana, flechas, lanças, pedras etc. Mais uma vez,
24 3

o povo de Tikal venceu a rival Kalacmul. Os mortos na batalha foram enter-
rados como adubo e os sobreviventes levados para suas casas. Em sua casa,
Anakal disse a Likal:
– Muitas mulheres perderam seus maridos em guerras como estas. Gra-
ças a Itzamná e aos deuses, eu não fui uma delas.
– Se eu tivesse morrido, o que você faria.
– Ia oferecer o meu sangue e o meu coração em sacrifício para os deu-
ses acabar com todas as guerras em todas as terras para que nenhuma mu-
lher maia derrame suas lágrimas como chuvas vindas do céu que chora todo
ano porque perdeu prematuramente os filhos que criou com muito amor.
– Perder um filho é como ter o coração arrancado vivo. Agora enten-
do o porquê desta insanidade bizarra dos maias de cortar corpos e arrancar
corações.
– Por que é?
– Para entristecer a mãe terra para que ela chore e jogue a água sobre nós.
– Enquanto houver reis cegos como os de Tikal e Kalakmul não have-
rá paz e nem sossego no reino dos Maias. Certamente a mãe terra chora-
ria de felicidade se os corações de tais reis fossem oferecidos em sacrifícios
para os deuses e os frutos ficariam mais doces e os povos mais felizes. Tanto
os Maias, quanto os Incas e os Astecas têm muito o que aprender com as ár-
vores, mas na escuridão eles preferem aprender mesmo é com os animais.
– O que as árvores têm a nos ensinar?
– Itzamná é como uma árvore e nós maias, astecas e incas somos como
as folhas desta árvore. Quando a folha pensa em matar, escravizar, torturar
e se enche de raiva, ambição, egoísmo, arrogância, insensatez, orgulho, vai-
dade, inveja, cobiça, luxuria, insensibilidade ela cai da árvore, apodrece e
morre infeliz. Quando a folha pensa em respeitar a vida, libertar os que vi-
vem presos, curar as dores dos que sofrem e se enchem de compaixão, amor,
bondade, alegria, sabedoria, misericórdia, piedade, bom senso, sensibilida-
de, inteligência, ela se transforma em uma flor, depois um fruto, numa nova
árvore e se torna Deus e como Deus dará sombra e frescor para aqueles cuja
24 4

baixa consciência e mesquinhez de coração sofrem de agonia e aflição no
chão. As árvores vivem em paz umas com as outras, todas respeitam o espa-
ço da outra, nenhuma tira a vida da outra, são simples, são humildes, sábias,
tolerantes, bondosas e pacientes. Nós índios as matamos em vez de abraçá-
-las, queimamos suas folhas e elas nos perdoam retornando o mal com o bem
com frutos, folhas, sombras, flores, ar e o bem o mal que nós lhe fazemos.
– É muito fácil transformar uma árvore em uma casa e armas, mas é mui-
to difícil mudar a consciência dos índios da escuridão para a luz, da malda-
de para a bondade e da ignorância para a sabedoria. Muitas destas almas que
estão fazendo atrocidades a outras almas, é a primeira vez que estão nascen-
do como humanos e a maioria deles passaram da dimensão animal para a
humana e como viviam como animais, ainda carregam com si seu Karma
e seus maus hábitos de matar outros seres vivos sem piedade. Que Deus re-
mova a ignorância e escuridão das mentes e corações dos nossos reis malva-
dos e mantenha para sempre a paz e a felicidade em todo a civilização dos
Incas, Astecas e Maias.
– Pelos raios, trovões e relâmpagos, é sinal que Itzamná escutou o que
você falou. Deus ama você e não quer seu coração morto, mas o seu amor
e o seu respeito.
– Os reis, os nobres, os sacerdotes, os guerreiros, os artesões, os campo-
neses e os escravos só vão aprender a amar, respeitar, valorizar Deus quan-
do eles abrirem a pineal.
– O que é a pineal?
– É o 3º olho ou 3ª visão que fica entre as sobrancelhas e o nariz. É uma
ponte de luz feita de amor, bondade e compaixão que liga o cérebro ao seu
eu superior que é Deus que vive no fundo do coração como a fonte da vida,
da consciência e da alegria. Enquanto o coração e o cérebro estão ligados
por esta ponte de harmonia e equilíbrio, o humano se ilumina em felicida-
de, sente paz e ama tudo que vive como sendo sua mãe, seu pai ou o seu
filho. Quando o humano sente medo, raiva e ambição no cérebro e cora-
ção, a ponte desaba e o humano fica na escuridão se sentindo infeliz, deso-
lado e na solidão. Na escuridão, os humanos desta era de corações de pedra
24 5

são controlados pelo medo, pela raiva, ambição, pela inveja e fazem guer-
ras com os próprios irmãos por água, poder sobre os outros, ouro, abóboras,
milho, feijão e terras.
Enquanto passava mais mel nas feridas de guerra de Likal, O rei e a rai-
nha de Tikal comemoravam com os nobres e guerreiros a vitória sobre o ini-
migo vizinho com uma sopa de cabeças, mãos, pés, corações e fígados de
índios mortos de Kalakmul com o sangue fresco dos sobreviventes que mor-
reram e foram mandados para a fogueira como churrasco. E o rei dizia a sua
rainha e convidados:
– Não há nada neste reino Maia que seja mais valioso que o sangue hu-
mano. Pena que os que estão aqui como refeição apenas os guerreiros de
Kalakmul e não o seu rei. Tal rei ladrão e assassino, merece morrer. Quero a
vingança e como parte desta vingança oferecemos a Deus os guerreiros mor-
tos nesta manhã para que conquistemos e dominemos o território deles eli-
minando de uma só vez sua pretensão de quererem ser os reis do reino dos
Maias. Vamos invadir Kalakmul e oferecemos os corações de suas crianças,
mulheres e idosos para os deuses que mandem mais chuva para ter muita
água para beber, boa colheita e vitória sobre as outras grandes cidades maias.
Ao conquistarmos todos elas, criaremos o maior império da terra.
Enquanto isto, Likal dizia a Anakal:
– Não há nada mais valioso neste mundo que a sua felicidade para mim.
Não há troféu e conquista maior que ter o seu amor e você aqui comigo cui-
dando das minhas feridas.
– Deixe me ver como estão suas feridas. Que bom que o mel das abelhas
desinfeccionou elas. Vou passar mais um pouco.
– Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii Anakal. Passa devagar. Quer me matar? Não estou
morto não.
– Perdão amor. Foi sem querer. Agora coma sua sopa de legumes e diga
as suas células machucadas para se curarem com o amor que você sente em
seu coração por Deus.
24 6

– Querida células, se curem logo por favor. Deus aceite por favor esta
sopa e também meu coração e em troca esvazie os corações dos homens do
ódio e encha-os com amor, paz, alegria, luz e compaixão.
– Como está minha sopa?
– Está ótima. Foi a melhor sopa que comi em toda a minha vida.
– Você está suando frio. Está com febre. É resultado dos ferimentos de
guerra. Deite-se e durma um pouco.
– Pior do que a dor e a febre no corpo é sentir saudade de você. Ainda
bem que não estou morto, pois se estivesse, mesmo nos braços de Deus, eu
não estaria feliz se não estivesse com você. Você é mais importante do que
tudo o que é importante. Você é mais doce do que tudo que é doce. Você é
mais bela que tudo o que é belo. Você é mais pura que tudo o que é puro.
Você é assim porque você é o amor de Deus e da minha vida.
– Sua voz está fraca e você mal consegue falar. Feche seus olhos e durma
bem meu amor por que amanhã você acordará com menos dor.
Assim que amanheceu, Tikal acordou com uma abelha mordendo uma
ferida em seu dedo e não viu a sua flor de milho e feijão e gritou chorando
de dor no corpo, na mente e no coração:
– Anakal. Cadê você meu amor? Por que me abandonou no momento
em que eu mais preciso de você?
– Eu estou aqui e em teu coração. Não te abandonei e nem pretendo te
abandonar. Apenas sai para ver o sol nascer e cozinhar algo para você comer.
Como você está se sentindo?
– Estou feliz por ver você mais uma vez. Eu te amo tanto que choro
quando acordo sem ver você. Como o sol que dissipa toda escuridão, sua be-
leza, brilho e encanto dissipa também toda a tristeza da minha mente e de
meu coração.
– Tome, Coma isto.
– Obrigado meu amor. Eu te amo.
– Eu também amo você meu amado e para sempre hei de te amar.
24 7

Neste momento os pais de Likal entraram em sua casa com cestas cheias
de cacau, algodão, tomate e seu pai lhe disse:
– Filho. O que fizeram com você? Tá parecendo uma múmia todo en-
faixado dessa forma.
– Foi a minha mulher que me mumificou assim. Amor. Esse é meu pai
e essa é minha mãe.
– Muito prazer em conhecê-los. Eu sou a Anakal. Já viram uma múmia
viva antes?
– Há milhares de maias em Tikal. Há milhões de maias no reino dos
maias, mas não há uma nora mais querida neste mundo para mim do que
você. Ela é bonita não é amor?
– Bonita é pouco para ela. Ela é linda e nos dará belos netos se puxa-
rem para ela.
– Mamãe, a verdadeira beleza é a beleza interior. Já tive muitas mães em
minhas vidas passadas e a senhora foi a que mais gostei. Se tem alguém que
vai me fazer chorar muito quando morrer é você.
– Acabamos de chegar de Chichen Itzá e trouxemos algumas sementes
de cacau para vocês comprarem o que quiser.
– Obrigado pelas sementes de cacau e pela bondade papai. Eu amo mui-
to você e a mamãe. Também amo minha mumificadora de olhar doce e en-
cantador que desceu do céu pelos degraus do templo do jaguar para me dar
amor e cuidar dos meus ferimentos. Amo ela em meu coração e mente. Ape-
sar de haver milhões de mulheres neste império, ela é a única que quero e
preciso para ser feliz tanto de noite como de dia.
– Que bom que você encontrou a outra metade do seu coração e da sua
alma. Estamos muito felizes por isto.
Depois de 70 anos e com 90 anos de idade, muitos filhos e muitos ne-
tos, Likal em seu leito de morte disse a Anakal:
– Anakal meu amor. Novamente a morte está vindo me buscar para re-
novar minha energia e o meu amor por você. Não fica triste quando este cor-
po velho morrer, pois o senhor dele sempre permanecerá vivo amando você.
24 8

Eu te amo tanto que nem sei como lhe dizer o quanto. Mas sei que em uma
outra vida eu te reencontrarei para te amar nela como te amei nesta. Cuida
bem de nossos filhos e netos e não me esqueça. É difícil dizer adeus, então
não direi adeus. O que direi é eu amo você.
– Likallllllllll. Likallllllllllll. Adeus meu amor, vai em paz com teus guias
de luz para os braços amorosos de Deus no céu espiritual, a morada do amor
e da alma de Deus.
Enquanto Anakal chorava, Likal caminhava com seus guias de luz ou-
vindo a canção da galáxia que representa o amor de Deus. 3 dias depois, ele
reencarnou na cidade de Tiro localizada na região de Canaã (palestina) em
1.100 A.C.
24 9

CAPÍTULO XIV
A CIVILIZAÇÃO FENÍCIA E AS
CIDADES DE TIRO E SIDON

E
m 1.070 A.C, na cidade portuária de Tiro as margens do
mar mediterrâneo, uma galé (navio a vela e a remos) estacionou no
porto e dela desceu 2 homens que foram até uma moça muito bo-
nita que vendia vasos de cerâmica e o mais velho lhe disse:
– Moça bonita. De onde veio este vaso?
– Do império assírio.
– Ele é muito bonito. Quanto quer nele?
– 100 moedas de bronze.
– Preço bom. Lhe dou 50.
– 50 foi por quanto comprei.
– Te dou 75.
– Quero 90.
– É pegar ou largar.
– Me dar.
– Aqui está e muito obrigado pelo desconto.
– De nada.
– Irmão, leva o pote para a galé.
Enquanto o irmão caminhava em direção a Galé estacionada, passou
por ele um cavalheiro bem vestido chamado Lero (Likal) que lhe perguntou:
– Por favor amigo. Você sabe de quem é aquela galé?
– Sei. É do capitão ali com aquelas moças bonitas lá.
– Obrigado e passe bem.
Lero aproximou-se do capitão e lhe disse:
– Com licença capitão. Desculpa por atrapalhar vossa conversa.
252

– Desculpo. O que quer.
– Saber se aquela Galé estacionada ali é de Sidon?
– É.
– Quando ela voltará para lá?
– Assim que meus homens entregaram todas as mercadorias nas lojas dos
comerciantes de Tiro.
– Tem vaga nela?
– Tem, mas é de remador.
– Pode. Vá para lá e aguarde o pessoal chegar.
– Muito obrigado capitão. Que Deus o abençoe.
– Obrigado. Lhe digo o mesmo. Sim senhoritas, como eu estava dizen-
do Sidon está a cerca de 40 km de Tiro. É a cidade mais importante e anti-
ga da nossa civilização fenícia. É uma cidade que já foi invadida e ocupada
pelos filisteus há 100 anos atrás.
Enquanto o capitão falava da história de Sidon, Lero caminhava em di-
reção a galé. Sentou-se numa pedra e aguardou a volta do capitão e dos re-
madores. Ao chegarem todos, partiram remando em direção ao alto mar
enquanto o sol ia se pondo. Em meio à noite, as estrelas e a lua cheia, o ca-
pitão gritava:
– Rema. Rema. Rema remador. Rema. Rema. Rema remador.
Enquanto remavam, viram luzes no fundo do oceano. Com medo. To-
dos pararam de remar e começaram a rezar a Deus e Lero disse a todos:
– Não tenham medo. Estas luzes são apenas um grande cardume de pei-
xes dourados.
O capitão disse:
– Isso é uma nave vinda de outro planeta. Os antigos sempre disseram
que as naves dos extraterrestres são brilhantes como estrelas e que eles têm
cidades no fundo do mar em todos os planetas do sistema solar. Eles são
os seres vindos das estrelas que os antigos mesopotâmicos, os egípcios e os
253

indianos adoravam como Deus. Só existe um Deus e ele se chama Jeová. So-
mente Jeová é digno de ser adorado e louvado.
Lero perguntou:
– Onde está Deus capitão?
– Está no céu julgando a humanidade por seus pecados.
– Na Índia, eles dizem que Deus é o amor e que o amor está em nossos
corações e em todos átomos da matéria. Também dizem que quando o corpo
morre, a alma nasce em outro corpo seja no reino animal, vegetal e humano.
Dizem também que foram os extraterrestres que deram esse conhecimento
e consciência aos indianos, aos mesopotâmicos, os egípcios e outros povos.
– Não existe esse negócio de reencarnação. Segundo o judaísmo e sua
santa e sabia doutrina e filosofia do Deus único, quando o corpo morre, a
alma ou vai para o céu ou vai para o inferno. Os judeus ou hebreus ou ca-
naneus são o povo escolhido de Deus para semear a verdade sobre o Deus
único da terra e de toda a humanidade.
– Ouvi dizer em Tiro que as histórias da Torá dos judeus são plágios de
histórias contadas no livro dos mortos dos egípcios e que o livro dos mortos
dos egípcios é um livro macabro sobre magia negra.
– Lhe disseram que a Torá é um livro de magia negra?
– Disseram.
– Quem quer que tenha lhe dito isto não passa de um louco. Afinal de
contas, aqui na mesopotâmia, como em todo o mundo, todos estão loucos
pois creem em vários deuses e não em Jeová. A Torá ou Tanakh (velho testa-
mento da Bíblia) meu filho é a palavra de Deus e a explicação mais plausí-
vel e racional sobre a criação do universo e da humanidade.
– Pensei que a Torá fossem histórias criadas por homens e mulheres acer-
ca da sua visão de vida sobre Deus.
– A Torá não foi escrita por Deus em pessoa, mas foi inspirada por Deus
e por ter sido inspirada por Deus é como se tivesse sido escrita por Deus
em pessoa.
254

– Se Deus criou o universo em 7 dias, ele deve ter criado a terra em 7 se-
gundos não foi?
– Não sei, mas sei que nada é impossível para Deus.
– Você expulsaria seus filhos de casa porque eles comeram uma maçã?
– Expulsaria não.
– Então porque Jeová expulsou seus filhos do paraíso por causa de
uma maçã?
– Por que eles violaram suas leis sagradas.
– Se Adão e Eva tivessem comido 10 maças, certamente Deus teria ma-
tado seus filhos, não é?
– Não sei porque ele fez isto com seus filhos, mas ele deve ter seus mo-
tivos. Deus meu filho, mesmo errando está sempre certo, pois Deus sabe o
que faz.
– E esse negócio que Abel matou Caim por causa de água e mel? Foi
porque Deus expulsou os pais deles do paraíso não foi?
– Não sei, mas eu sei que os povos, apesar de serem irmãos vindos do
mesmo pai, vivem brigando por terras e comidas.
– E Noé? Preferiu salvar os animais no dilúvio ao invés dos seres huma-
nos porque eles eram pecadores, não é?
– Se Noé não tivesse salvado os animais, todos morreriam de fome.
– Morreriam de fome com o oceano cheio de peixes?
– Não sei. O que sei é que Deus prometeu a Abraão fazer dele uma
grande nação e que Moisés abriu o Mar Vermelho em dois com a sua fé
em Deus.
– Os antigos de Tiro me disseram que a história de Adão e Eva é uma
analogia a criação dos primeiros seres humanos pelos deuses Annunaki que
piraram de medo e raiva a cabeça de todos com esta história infantil de Dia-
bo, inferno e legiões de demônios. Me disseram que a história do Moisés
posto numa cesta de junco e lançado ao rio e adotado por uma princesa é a
255

história do rei Sargão I da Arcádia que unificou a Mesopotâmia séculos atrás.
Que a história de Moisés é a história do rei Sargão I da Acadia.
– O que você quer dizer com isto?
– O que quero dizer é que os antigos dizem que o Deus dos judeus que
julga e manda almas para o inferno é o diabo e que o judaísmo é uma gran-
de farsa.
– Ainda bem que não foi você que disse isso, senão nós íamos jogar você
aqui para servir de comida aos tubarões.
– Se vocês me jogassem no mar e eu fosse morto por um tubarão, as leis
da Torá que são as leis judiciarias do povo judeu, todos vocês seriam conde-
nados à morte por apedrejamento, afogamento, enforcamento, envenena-
mento, decaptamento, estrangulamento etc.
– Pagar o mal com o mal é a lei do olho por olho e dente por dente do
Código de Hamurábi.
– Já faz 600 anos que este código de leis do Hamurábi foi criado com o
objetivo de acabar a violência com a violência e até hoje, a violência no Im-
pério Neobabilônico (Caldeus) ainda não teve fim. E nem vai ter enquan-
to os governantes cegos combaterem a violência com a violência. Violência
não se acaba com violência, violência se acaba é com não violência, ou seja,
conhecimento verdadeiro acerca de Deus, educação, sabedoria e luz. Pois
Somente quando todos conhecerem seus direitos e deveres é que vão apren-
der a respeitar as leis e as pessoas, assim como só vão amar a Deus quando
conhecerem que ele é o espírito por trás de toda essa ilusão a nossa frente e
ao nosso redor.
– Tudo é ilusão para você?
– Tudo não. Somente o que é visível.
– Por que dizes isto?
– Porque somente ilusões são temporárias e não permanentes e tudo nes-
te mundo e neste universo é temporário e não permanente, com exceção
do espírito de Deus que mantêm seu corpo material vivo enquanto dorme
256

e sonha com nós e os extraterrestres em todos os universos de sua mente in-
finitamente grande.
– Você veio foi do futuro?
– Não sei. A única coisa que sei é que não existem demônios, infernos e
diabos, o que existe é muita mentira, ignorância, negatividade, escuridão e
maldade nas mentes doentias dos humanos por guerras, riquezas e sangue.
Infinito é o universo, infinito é a maldade nas mentes doentias daqueles que
vivem na escuridão e não podem ver Deus em seus corações, no mar, na ter-
ra, no universo e em todo lugar.
– Filho, não acredite nos antigos pois eles não podem ver o inferno, os
demônios e o diabo tentando a mentes de todos para se prostituírem traí-
rem, se embebedarem, roubar, matar e dar o cu. Este universo é o inferno
e os sábios judeus estão certos, pois somente o inferno seria um lugar cheio
de guerras, ignorância e misérias como é esta terra.
– Não sei quem está certo ou errado sobre a existência de céus e infer-
nos, mas prefiro crer que o mundo e o universo inteiro estão preenchidos por
uma infinidade de anjos e amor de Deus. Não creio no que os judeus estão
pregando pela Mesopotâmia inteira seja verdadeiro, mas creio que mesmo os
governantes e povos estando vivendo na escuridão são amados e perdoados
por Deus assim mesmo, pois Deus é o amor e o amor ama até mesmo aque-
le que o odeia. Ensinar a uma criança que terá visões de horror após a mor-
te é uma grande indecência e falta de bom senso. O medo impede as crian-
ças e os adultos de amarem a Deus e sem amar a Deus é impossível amar a
si mesmo e sem amar a si mesmo é impossível amar o próximo como sendo
Deus. Temos que ser sinceros e honestos uns com os outros e eu vou sincero
e honesto com vocês, é direito o povo judeu crer na existência do diabo, no
inferno e demônios. Se querem viver com medo do que não existe eu não es-
tou nem aí, isso é problema deles e eu não tenho nada a ver com isto. A úni-
ca coisa que quero é encontrar minha alma gêmea para eu poder desenvol-
ver ainda mais amor por Deus para eu viver em paz e feliz comigo mesmo, a
natureza e os demais. Que Deus abençoe e remova a escuridão, a cegueira
257

da ilusão, a maldade, o egoísmo, a negatividade e a ambição dos corações
dos seres humanos e preencha o grande vazio com amor, paz, luz e bondade.
– O que é a morte para você?
– Um banho num oceano de amor e alegria.
– Então quer dizer que o diabo não existe?
– Isso mesmo. O diabo dos judeus é uma mistura de deuses maus como
Enlil, Seth, Netuno, Ball e outros.
Assim que chegaram ao porto de Sidon, o capitão disse a Lero:
– Lero meu filho, eu gostei muito de viajar com você. Se quiser traba-
lhar comigo, está contratado.
– Quero. Tem algum lugar para eu ficar lá por enquanto?
– Tem não, mas tem aqui no armazém. Você será o vigia daqui. Venha
conhecer a minha família e jantar conosco.
Lero entrou na casa do capitão e viu a sua filha Andia (Likal) que se apai-
xonou ao vê-lo pela primeira vez assim como ele por ela. Enquanto janta-
vam, Andia perguntou a Lero:
– Qual é a história de Tiro?
– É uma antiga cidade da Civilização Fenícia da região de Canaã. Fo-
mos o primeiro povo a se aventurar a navegar através do mar mediterrâneo,
fundando colônia na costa e ilhas vizinhas do mar Egeu, na Grécia, na cos-
ta do norte da África, em Cartago, na Sicília, na Córsega, na Península Ibé-
rica e mesmo para além dos pilares de Hércules em Gadeira.
Assim que terminou o jantar, Lero foi vigiar o armazém e enquanto
olhava para as estrelas e orava por paz na terra, Andia sentou-se ao seu lado
e lhe disse:
– Estava olhando para as estrelas e orando por paz na terra?
– Estava. Como foi que você adivinhou o que eu estava pensando?
– Eu posso ler sua mente.
– Pode ler também o meu coração?
– Posso. Está escrito, Deus ama você e eu também.
258

– Então não preciso mais dizer que te amo pois isto está escrito em meu
coração, mente, alma, testa, olhos e estrelas. Posso te dar um beijo?
– Pode.
Alguns dias depois de namoro e noivados, foi celebrado em uma noite
de lua cheia iluminada por uma grande fogueira entre muitas árvores cheias
de flores e belas paisagens místicas, um sagrado casamento judeu entre Lero
e Andia. O rabino com a Torá nas mãos disse aos noivos e convidados assim
que os músicos silenciaram seus instrumentos musicais:
– Queridas irmãs. Queridos irmãos. Hoje é noite de celebração de ca-
samento entre dois corpos que formaram uma só alma perdoada de todos
os pecados cometidos na vida de solteiros. Em nome de Deus eu abençoo
esta união sagrada de alma e os declaro marido e mulher até que a morte
os separe.
Lero disse a Andia:
– Nem mesmo a morte e a vida poderão me separar de teu espírito e do
amor que sinto por você e Deus em meu coração.
– Bonitas são tuas palavras. Bonito também é o meu amor sagrado, con-
sagrado e transcendental por você.
– Você é linda e só podia mesmo ser um anjo para ter nascido tão lin-
da assim.
– Venha. Vamos dançar para alegrar nossas almas.
Assim que a festa terminou, os noivos foram dormir e enquanto dormia,
Andia viu um humano gigante de 10 metros de altura caminhando pela flo-
resta e lhe disse:
– Ei você aí caminhando pela floresta.
– O que quer jovem bela?
– Saber quem você é.
– Eu sou um Nefelin. O primeiro ser humano criado pelos deuses
Annunaki.
– Cadê sua família e seus amigos?
259

– Estão enterrados debaixo da terra.
– Eles morreram como?
– Com o dilúvio a 10 mil anos atrás.
Enquanto sonhava conversando com o gigante, Lero lhe acordou
dizendo:
– Acorda amor.
– Que horas são?
– São umas duas da tarde eu acho.
– Acho que bebi vinho demais na noite passada. Não lembro de nada
que aconteceu ontem à noite
– A gente bebeu vinho a noite toda.
– Tá uma bela tarde para um bom banho de mar.
– Também acho. Vamos lá?
– Vamos.
Assim que saíram do mar mediterrâneo, sentaram na areia e Andia disse:
– Cava um buraco em forma de coração.
Assim que foi se formando o coração na areia, o coração foi se enchen-
do de água salgada e Andia disse:
– Este coração de areia cheio de água do mar está cheio de areia e água
como o meu coração de amor e paz. Encontrei esta paz graças a você que
me livrou do inferno e do diabo.
– Eu libertei você do inferno e do diabo e você me livrou da escuridão e
da infelicidade com a luz de seu amor. Imenso é a quantidade de água neste
mar. Imenso também é a quantidade amor que tenho por você. Pensei que
iria ter que navegar o mundo inteiro para te encontrar, mas Deus foi tão ge-
neroso comigo que me fez nascer num povoado cananeu perto do teu.
– Se meu coração fosse uma concha do mar, o amor que sinto por você
em meu coração, seria a pérola. Sem você eu era como a pérola que vivia
na escuridão presa dentro da concha. Quando meu coração passou a amar
260

você, minha alma brilhou de felicidade como a pérola refletindo o céu e o
mar diante da luz do sol e do amor de Deus.
– Teu amor é mais valioso para mim que milhões de oceanos cheios de
pérolas, diamantes e ouro derretido. As pérolas, os diamantes e os ouros são
as joias da terra e você é uma joia do céu espiritual de Deus cujo valor e sen-
so de dignidade está acima de qualquer preço.
– Faz outro coração aí.
Assim que fez o segundo coração de areia. Lero disse:
– Amor. Olhe a beleza do seu rosto na água deste coração de areia.
– Estou olhando.
– Se esse coração de areia fosse o meu coração, seria assim que você po-
deria ver seu rosto dentro do meu coração cheio de amor por você. Se o meu
coração fosse o mar, as ondas seriam ele cantando eu te amo, eu te amo meu
amor sucessivamente sem parar de dia, de tarde, de noite, de madrugada, no
verão, no inverno, no outono e na primavera.
– Se todos os mares e oceanos deste planeta fossem um imenso oceano
ainda assim eles não se comparariam com apenas uma gota do meu amor
por você.
– O céu cheio de belezas cobre o mar como a concha cobre a pérola
e como meu coração cobre o amor que sente por você. Iluminado como o
céu azul cheio de nuvens e belezas é o meu coração por abrigar dentro dele
o mais valioso tesouro já criado por Deus.
– O amor de Deus é a alma da minha vida e eu amo Deus porque é por
causa do seu amor que eu posso te amar e sentir paz e alegria em meu cora-
ção seja em casa, no céu e no mar. Nossos corações são como os lados gême-
os de uma concha do mar e nosso amor é como a pérola cuja concha sem
ela é tão sem beleza e sem alegria como a dor da saudade.
– A dor da saudade é amarga como o sal e eu tenho experimentado tal
amargura toda vez que você viaja a negócios pelo mar com o meu pai. Que-
ria ser sua sombra para estar sempre com você durante o dia e também no
anoitecer.
261

– Não andas comigo como sendo minha sombra, mas andas comigo em
meu coração, em meus pensamentos e em minhas orações.
Assim que o sol se pôs na praia, no caminho de volta para casa, eles vi-
ram um pedaço grande de um morro de praia desmoronar e no lugar do des-
moronamento, viram o cadáver de um esqueleto humano de 10 metros de
altura. Andia disse:
– Meu Deus o que é isto?
– É o esqueleto de um Nefelin criado pelos deuses Annunaki. Eles fo-
ram os primeiros seres humanos criados. Como não eram muito inteligen-
tes para trabalharem nas minas de ouro e assustavam os humanos normais,
os Annunaki resolveram eliminá-los com o diluvio. Dizem que haviam cer-
ca de 900 mil gigantes vivendo entre os humanos antes do diluvio.
– Que mensagem Deus quer nos dizer com isto?
– Que minha morte está próxima.
– Não fala besteira, pois não quero morrer solteira e nem de saudade.
Alguns dias depois, Lero viajou com o capitão e sogro até a Península
Ibérica (Portugal e Espanha) na Europa. Ao chegarem a Península Ibérica,
o capitão disse a Lero:
– Eis aqui a terra habitada por fenícios, cartagineses, lusitanos e outros.
– Quem foi que deu esse nome Península Ibérica a este belíssimo lugar?
– Foram os gregos que conheciam estas terras até o rio Ebro, daí a ori-
gem do nome Ibéria.
Na região onde fica hoje Lisboa, capital de Portugal, Lero escrevia em
seu diário de viagem.
– Querida e amada Andia da região sagrada e abençoada de Canaã, a via-
gem à Península Ibérica tem sido muito difícil pois quanto mais nos afastáva-
mos do porto de Sidon, maior era a dor da minha saudade que tortura o meu
amor como os tubarões aos peixes do mar. Conheci muitas belezas no litoral
da Europa e da África, mas não conheço uma maneira de parar de pensar e
sentir saudade de você. A saudade que sinto de você é pior do que enfrentar
uma tempestade, raios, relâmpagos e frio intenso que vem do céu e do mar
262

para congelar meu corpo e meus ossos. Neste momento em meio ao frio in-
tenso e luz de vela eu escrevo versos de amor para diminuir a dor da saudade
que sinto em minha mente e o meu coração. Em meio a tanto frio, a única
coisa em meu corpo que está quente é o meu coração que é calorosamente
aquecido pela luz e o calor do amor que sinto por você. Viver longe de você
é o pior dos castigos que um ser humano pode suportar. A vida sem você é
insuportável. Nem mesmo em meio a tantas belezas naturais, eu não consi-
go sentir ao menos um pingo de felicidade. Sei que é grande a distância en-
tre terras e mares que nos separa e nos mantêm longe. Também é grande o
amor e saudade que sinto de você. Viver esses poucos meses com você, fo-
ram os meses mais felizes que eu tive nesta vida. Sei que levará meses até que
nos vejamos mais uma vez e esses meses serão sem dúvidas algumas os pio-
res meses de minha vida. É possível que alguém consiga ser feliz nesta vida
com muitas riquezas e sabedoria, mais é impossível para mim ser feliz viven-
do longe de você. Não há distância ou tempo que separe duas almas unidas
com o amor de Jeová. Jeová é um espírito encarnado em um corpo cuja ca-
beça criou enquanto dormia o universo em que vivemos sempre se aman-
do e sofrendo. Sendo eu imagem e semelhança de Deus, eu também sonho
e o meu maior neste momento é estar com você, mas como não estou com
você eu penso e escrevo poemas de amor para você que é o meu amor hoje
e sempre para que eu não me sinta infeliz, sozinho e nem que meu coração
congele, esfrie e perca a beleza e o brilho. O céu, o mar, as estrelas, a neve,
o vento, o sol, a lua e Jeová que está em meu coração são testemunhas do
meu sofrer de amor por você. Se Jeová que não julga e nem pune ninguém
julgasse a veracidade de meu amor por você em um tribunal, todas as teste-
munhas diriam, ele te ama, ele te ama de verdade. E se dissessem ele não te
ama, aí Jeová puniria um inocente me separando de você e me matando de
saudade. Não sei se a saudade que sinto de você e o tempo que passarei sem
vê-la, me permitirão viver tempo suficiente para te dizer mais uma vez que
eu amo você e que sem você minha vida não passa de um pesadelo de Deus.
É tamanha a tristeza que estou vivendo longe de você, que mesmo a luz da
vela acesa na noite fria da Europa parece estar apagada em meio a tanta es-
curidão que crio com minha tristeza; Em meio à tanta escuridão, só consigo
263

ver no meio dela a luz da esperança de te ver, te abraçar e te beijar mais uma
vez. Neste mundo em que muitos dizem está sendo engolido pelo pecado,
só sinto felicidade mesmo é estando em seus braços.
Seis meses depois, a galé do sogro de Lero voltou da bela Península Ibé-
rica europeia ao porto de Sidon. Ao chegarem a casa da sogra, sogro e gen-
ro, viram Andina de cama com os olhos fechados e um pano de água quen-
te na testa. Lero perguntou a ela:
– Amor? Você está dormindo ou está morta?
– Estou acordada e de olhos fechados.
– Por que não abre os olhos?
– Porque estou fraca demais para abri-los.
– Qual a casa de tua fraqueza?
– Fome, medo, ansiedade, preocupação e Saudade de você. Como foi
a viagem?
– Foi a mais longa e triste de toda a minha vida.
– Por que?
– Porque não tem graça ir a lugar algum sem você neste mundo.
Andia abriu os olhos, sorriu e disse:
– Que bom que você voltou meu amor, se tivesse demorado mais um
pouco teria me encontrado morta. Sinto-me viva, em paz e feliz novamen-
te graças a sua presença. Sua ausência desta residência e da terra santa de
Canaã foi o pior pesadelo que já tive nesta vida. Já estou tão dependente de
você como o meu corpo do meu espírito. Como uma árvore secando e mur-
chando no sol e no calor se enche de vida e alegria quando recebe a água da
chuva vinda do céu, meu corpo, como esta árvore se encheu de vida e ale-
gria com sua visita.
– Visitei muitas ilhas e continentes cuja beleza é similar a beleza céu e
da unha de seu dedo do seu pé esquerdo e todos estes lugares fascinantes eu
pensava e escrevia poemas de amor para diminuir a dor da saudade, não te
esquecer e não deixar meu amor por você murchar. Se meu amor por você
murchasse, murcharia com ele a felicidade que sinto em viver.
264

– Deixe-me ver os poemas e vá preparar algo para eu comer.
Enquanto foi preparar algo para o seu amor comer, Andina começou a
ler os poemas, um deles dizia:
– Estou em Cartago, cidade do litoral da África criada pelos fenícios de
Tiro e minha amada que é a dona do meu coração está em Sidom. Assim
como arde de amor, também arde de saudade meu coração por aquela bela
donzela de rosto atraente e brilhante que o conquistou com a doçura de seu
espírito e beleza de seu corpo. Seu corpo é tão cheio de belezas quanto este
planeta e seu espirito é tão belo quanto o espírito de Deus. Praias, enseadas,
bacias, falésias, ilhas, cidades antigas, belas mulheres e nenhum tipo de dis-
tração conseguem me fazer esquecer de você nem mesmo por um instante.
No mar e na terra em meio a ventos, frios, tempestades, neve, eu penso em
você e nos momentos bons que vivemos. Seja de dia, seja de noite, acordo e
durmo sem paz e alegria, pois tenho dormido e acordado todos os dias sem
ver você. Em alto-mar o mar parece não ter fim, também não parece ter fim
o meu sofrimento vivendo longe de você. Meu sofrimento longe de você é
semelhante ao sofrimento de um homem sofrendo na cruz com pregos cra-
vados nas mãos e nos pés. O sol todas as manhãs e noite nasce a Leste e se
põe a Oeste para nascer a Leste e num ciclo eterno ele parece nascer, mor-
rer e ressuscitar todos os dias, assim também é meu amor por você a cada
vida. Sofri um oceano de sofrimentos diferentes em minhas vidas passadas,
mas tal sofrimento não se compara a nenhuma gota do sofrimento que sen-
ti nesta viagem à Europa e à África. África é uma deusa dormindo no mar
e eu sou um marinheiro sofrendo de saudade de sua amada de alma imor-
tal. Tal saudade é tão estéril e quente como o deserto do Saara. Como um
homem caminhando com sede pela areia quente do deserto vendo alucina-
ções e ouvindo a canção da morte, assim sou eu sem você aqui no litoral da
África. Todos os dias o sol surge no céu para iluminar a terra e todos os dias a
saudade surge para me castigar como o calor da manhã, da tarde e da noite.
Noite e dia eu tenho sofrido por não poder segurar a sua mão e ver você sor-
rir. Sorrir para todos que me viam, mas não era um sorriso de pura felicida-
de, mas uma maneira educada de esconder a escuridão da tristeza que en-
volvia meu coração por dentro. Dentro de meu coração, o amor por Deus
265

e por você brilha com intensidade como as estrelas e a saudade como a es-
curidão tentando destruir a luz e a beleza deste amor. Como as estrelas que
não conseguem destruir as trevas do universo, o amor que sinto por você e
Deus também não consegue destruir as trevas da saudade que está neste mo-
mento em meu coração e mente. Todos os meus companheiros marinhei-
ros estão felizes com esta viagem, menos eu. Mesmo que esta viagem fosse
em torno do planeta e eu encontrasse muitos tesouros e riquezas, ainda as-
sim não me sentiria feliz se não estivesse com você. Seria menos doloroso
ser torturado aos poucos por um crocodilo, um tubarão e um ser humano
do que está aqui neste momento sem você. Tudo neste belo mundo parece
alegre e divertido e é verdade, mas somente quando estou com você. Sem
você este mundo se parece muito com o inferno dos judeus. Não vejo a hora
de te rever, mas já não aguento mais ver meu coração tão triste e chorando
de saudade de você. Não vejo o momento de te reencontrar e enforcar esta
saudade que me mata de saudade de você. Oro o dia inteiro para os deuses
do mundo e Jeová para te ver a noite em meus sonhos e te abraçar. Infeliz-
mente, nem mesmo em sonhos eu estou vendo você, mas em minha mente
e coração eu vejo você sorrindo e cantando. Nem a doce canção da morte,
dos pássaros, dos mares e do meu coração pode se comparar em doçura as
suas canções de amor. Todos oram aos deuses por comida, riquezas, terras e
outras coisas mais e oro a Deus para que você esteja bem onde quer que es-
teja. Com amor. Seu amor eterno, Lero.
Ao voltar com água e comida, Andia disse a Lero:
– Obrigada por me trazer comida, água e por ter me escrito versos de
amor tão bonitos no Norte da África. Estou muito feliz com o que li, com o
que vi e que ouvi em seus versos de amor. Que bom que a distância, o tem-
po e a saudade não destruíram teu amor por mim. Se tal coisa acontecesse,
esse seria o fim da minha autoestima e também da minha vida. Teu sofri-
mento em tua carta é semelhante ao sofrimento que eu estava sentindo por
você nesta casa por causa da saudade. Para provar a você que estou falando
a verdade, eu também te escrevi algumas belas palavras.
– Onde está?
266

– Está ali perto daquele vaso com rosas vermelhas.
Lero pegou a carta de Andia e estava escrito nela:
– Querido Deus Jeová. Longe e em terras estranhas meu amor está. Que
esteja bem e não me esqueça. Aonde vou, com ele vou no coração e na ca-
beça cheios de amor e saudade. Como o vento que alimenta o fogo, a sau-
dade que sinto dele alimenta meu amor por ele. É tão bom sentir amor den-
tro do coração e tão ruim sentir saudade. Felizes são os casais que não se
amam, pois estes não sofrem de amor e saudade. Pior do que ser trespassa-
da por uma espada é sentir a dor da saudade. A saudade me odeia, pois me
faz sofrer e também me ama, pois não me deixa em paz. Não há paz sem
felicidade, dizem os sábios, é verdade o que dizem, pois no momento pre-
sente não estou sentindo nenhuma paz e nenhuma felicidade. É impossí-
vel alguém sozinho esvaziar o oceano com uma jarra de cerâmica, também
é impossível, para mim mesmo com sua ajuda esvaziar a saudade de meu
coração e de minha cabeça que sinto do meu amor Lero. Longe dele, este
mundo é para mim noite o dia inteiro. Sem ele não posso ver durante os dias
as flores desabrochando, as abelhas voando e os pássaros cantando. Sem ele,
eu sou como um oceano sem água ou um sol sem luz. Luz eu sou, luz ele
é, em luz nós somos uma só alma que por meio do pensamento, nossos co-
rações estão ligados um ao outro por amor ou pelo senhor que me ouve en-
quanto enxugo meus olhos com pétalas de rosas. Tenho chorado tanto se-
nhor que minhas lágrimas que molham todo o meu rosto não me permitem
mais dormir em paz quando do tempo em que eu era solteira e estava com
ele. Agora com meu coração ardendo nas chamas da saudade e do amor,
nem mesmo voltando a ser solteira ou me tornar viúva, eu voltarei a sentir
paz se ele não voltar mais desta viagem à Europa e a África. Por favor Jeo-
vá, dai-me sabedoria, ensina-me a ser paciente e tolerante com o meu sofri-
mento neste instante. Não quero o universo, não quero ser a rainha do mun-
do, não quero riquezas, não quero guerras e nem revoltas, o que eu quero é
o meu amor de volta. Amando ele, estou amando você que também é ele e
o senhor sabe muito bem disto, pois vives dentro do meu coração e do dele.
Sabes bem que meu amor por ele é sincero e que sem ele, eu prefiro nem vi-
ver, pois em minha vida não haveria paz sem ele. Ele agora é parte de mim
267

e uma parte minha está longe de mim e por causa disso eu sofro de saudade
como alguém que sofre de dor após perder um braço. Deus Jeová, por favor,
não permita que ele morra nesta viagem pois não quero ser para o senhor e
para o mundo tamanha fonte de infelicidade e negatividade. Me perdoa Jeo-
vá por estar criando tamanha negatividade em forma de tristeza, preocupa-
ção, medo e ansiedade em seu sonho de vida, mas é que não dar para sentir
felicidade em minha mente e meu coração com ele vivendo em outro lu-
gar. Me perdoa por estar fazendo você sofrer tanto dentro do meu coração.
Eu teria coragem de enfiar uma faca no meu coração para te libertar da mi-
nha aflição e te provar o quanto te amo, mas não posso fazer isto, pois ele e
você estão em meu coração e machucá-los seria minha sentença de infeli-
cidade para sempre. Como uma mulher correndo com o corpo em chamas
em meio a um incêndio de uma cidade ou uma floresta em chamas, assim
sou eu em meio a aflição do meu coração e a escuridão da tristeza a minha
direita e a minha esquerda. Ó, fonte do brilho das estrelas e dos amores hu-
manos, sede bondoso comigo e traz de volta em segurança o meu amor. Ó,
senhor cujos anjos cantam canções de amor e louvor, sede bondoso comi-
go e traz de volta o meu amor para que mais amor e poder eu possa te dar.
Ó alma dos átomos, sede piedoso comigo e não me deixa morrer de amor.
Ó, Jeová, poderoso é o senhor e seus anjos de luz, mas só ele pode me liber-
tar desta tristeza que me impede de dormir e comer direito. Ó Deus Jeová
se me amas como dizem os judeus, então traz meu amor de volta ou morre-
rei em poucas horas. Quanto tempo mais terei que esperar? A agonia da vol-
ta de um amor que viajou é pior que a agonia da espera da chegada da mor-
te. Se eu soubesse que amor fazia sofrer tanto assim, eu nunca teria casado.
Os anos se passaram, a velhice chegou e matou Lero e Andia no ano
1.000 A.C. Com seus guias foram ao céu e 3 dias depois, voltaram a terra,
desta vez em Judá, Israel.
268

CAPITULOXV
O REI SALOMÃO E A CAPITAL

DE ISRAEL (JERUSÁLEM)

N
o ano de 970 A.C. morre o rei Davi, o matador do gi-
gante Golias. Todo o reino de Judá chorava com a sua morte, com
exceção daqueles que o odiavam e o invejavam. Enquanto a famí-
lia e os amigos se preparavam para enterrar o seu rei, em Jerusalém, um pro-
fessor de hebraico de 30 anos de idade (Lero) dizia em voz alta do alto de
uma rocha em meio a uma multidão de israelitas:
– Povo de Israel. Não desejarás mal ao teu próximo, pois o mal que dese-
jas ao próximo volta-te a ti mesmo e a Deus que vive com tua alma no fun-
do do teu coração. Deus é o espírito do amor e o espirito do amor habita
em vossos corações. Vossos corações e de nossos inimigos politeístas é a mo-
rada do senhor teu Deus. Deus quer paz e não guerra. Deus quer alegria e
não tristeza neste planeta. Nosso rei morreu, mas outro já tomou o seu lugar
e como o seu antecessor nos mandará para os campos de batalha para ma-
tar aqueles em que Deus mora. Não vale a pena matar todas as pessoas po-
liteístas do mundo por causa da crença em um só Deus. Fazer guerras com
nossos inimigos politeístas só vai é trazer mais desgraças ao nosso povo mise-
rável, faminto e analfabeto. Impor nossa fé em um Deus único a todos os po-
vos da terra a força não é a maneira mais adequada de converter um politeís-
ta em monoteísta. Impor isto a força a eles é como obrigar alguém a comer
algo que não gosta. A mãe terra não é um vampiro para se alimentar de san-
gue humano por causa do ódio dos nossos reis com os reis inimigos. Se que-
rem guerra os reis, devem lutar entre si eles mesmos. Chega de guerras. Paz
e amor. Amem uns aos outros e não odeiem uns aos outros. Nenhum pai fica
feliz vendo seus filhos que ama brigando entre si, Deus que é o pai e a mãe
de todos também não fica feliz vendo seus filhos em guerras. Deus não é o
diabo para julgar e punir seus próprios filhos. O diabo não existe. O inferno
não existe. Demônios não existem. Não tenham medo de morrer, pois não
270

há punição após a morte, mas um alivio para nosso sofrimento. Como um
homem sábio que esvazia sua garrafa de vinho, esvaziem também o ódio de
vossos corações. Amem a Deus com toda a força do seu coração. Sede sin-
ceros e honestos. Amem seus inimigos pois eles são o Deus que vocês amam
e o Deus de Israel, o amor. Deus quer que vivemos em paz nesta terra, mas
nossos reis e seus exércitos voltaram a face para as ordens de Deus e por cau-
sa disto vivemos doentes por causa do ódio que sentimos uns pelos outros e
por Deus. Não odiareis a teu Deus o teu pai que te criou e te mantêm vivo
com amor. Deus é amor e não ódio. Deus é paz e não guerra. Deus é alegria
e não tristeza. Deus é abundância e não escassez, Deus sou eu, Deus é vo-
cês. Deus somos todos nós.
Um militar israelita disse ao professor:
– Deus é um só e não milhões. Agora desce daí e para de perturbar as
mentes, o sossego, o trabalho e o estudo dos outros senão eu vou te prender
por perturbar a ordem e a tranquilidade de Jerusalém e do reino de Judá.
– Como você é bondoso. Muito obrigado por não me prender por está
ensinando a verdade ao povo de Jerusalém acerca do que são, o que é Deus
e o que Deus quer para todos nós.
– Você estava era incitando o povo a se voltar contra nossos reis. Se não
fosse Davi e Saul toda a Israel se tornaria território árabe e nosso povo vive-
ria como escravos.
– Tem medo do povo se voltar contra seu rei porque muitos militares
malditos como você vivem de matar e escravizar os outros, não é?
– Olha como fala, posso te prender também por desacato a autoridade.
– Deus está nos corações daqueles que vocês estão matando em nome
de Deus. Não tens vergonha disto não?
– Deus está no céu. Sentado em seu trono de onde ele julga todo o seu
povo por seus pecados.
– Deus é amor e quem ama Deus a tudo perdoa, pois tudo é Deus e por
ser Deus deve ser tratado com respeito. Toma. Bebe um pouco de vinho.
– Não. Obrigado. Não bebo em serviço.
271

– Escute. Não vale a pena lutar por causa de crença em Deus. É direito
do indivíduo crer em quantos deuses ele quiser. Liberdade de crença e cons-
ciência deveria ser visto com um direito pelas leis e não um crime.
– Por favor, desce daí.
– Seria horrível para você ver seus filhos se matando diante de seus olhos
não seria?
– Seria.
– Como você acha que é as guerras aos olhos de Deus?
Com raiva, o militar jogou a lança pontiaguda no chão, em seguida o ca-
pacete e disse ao professor Salem:
– Muito obrigado. Fala o que você quiser. Eu estou fora desta organiza-
ção criminosa que modifica a vontade de Deus para justificar matar outros
povos para adquirir mais riquezas para os reis comer peixe com frutas e vi-
nho enquanto a gente pobre toda do povo de Israel vive comendo pão com
água e areia. Seja feliz e que Deus lhe der uma boa esposa.
– Bênçãos minhas a você e a todos os seus entes queridos.
Enquanto o oficial se afastava, o professor Salem olhava para o céu com
poucas nuvens e ele viu passando sorrindo para ele uma moça de rosto mui-
to bonito chamada Anja (Andia) com a Torá dos judeus sob o coração e en-
tre os braços delicados entrar em um templo para rezar. Ele foi até o Tem-
plo de Salomão sentou ao lado dela e lhe disse:
– Querida irmã estou muito infeliz.
– Por que?
– Por que os filisteus sequestraram minha mãe quando eu era criança.
– Perdoa eles e reza para Deus curar a cegueira espiritual dos filisteus.
– Já perdoei eles. Já me libertei do ódio que eu sentia dos filisteus, mas
ainda não consegui me libertar da tristeza. Eu não devia ter saído naquela
manhã em que minha mãe foi sequestrada pelos filisteus.
– Não se culpe. Não foi culpa sua. Não se julgue. Não se puna. Se ame
e se perdoe, somente o teu perdão pode te devolver a alegria em viver feliz.
272

– Só vou ser feliz quando encontrar em minha vida um amor verdadeiro.
– É muito difícil encontrar um amor verdadeiro neste reino terrestre,
pois só o amor verdadeiro é capaz de perdoar uma traição. Deus é adorado
por todos, porque ele perdoa as traições de todos aqueles que se voltam con-
tra ele. Trair alguém é trair a Deus ou a si mesmo. Já traiu alguém?
– Já não. Nem em pensamentos, eu ousaria pensar em tal coisa abomi-
nável. Traição é coisa de criança que vive na escuridão da ignorância e ilu-
são, a chamada velha energia escura, negativa, obscura e temida em forma
de raiva a Deus criada pelas mentes doentias dos seres humanos controlados
pelos reis e sacerdotes por meio do medo e do ódio.
– Você tem razão. Traição é crime com pena de morte aqui em israel.
– Nossas leis não são justas. Se um homem e uma mulher não dão certo
como marido e esposa, o melhor mesmo é separar e não matar.
– Você tem razão. Como se sentiu quando levaram sua mãe de você?
– Me senti muito infeliz. Foi a pior experiência que tive em todas as mi-
nhas vidas passadas. Sinto-me muito arrependido por ter ido brincar naque-
le dia em vez de proteger minha mãe querida que me criou com amor des-
de quando eu estava dentro de sua barriga.
– Que bom que se arrependeu. Isso é sinal de avanço espiritual e consci-
ência elevada. Não fique triste. Não se julgue. Não se puna. Se perdoe e se
ame. Se ame e se respeite para aprender a amar e respeitar o próximo como
sendo você mesmo. Não te lamentes e não te culpas pelos momentos ruins
que você viveu. Esquece o que passou e não lembra mais o que aconteceu.
Perdoa quem te magoou porque quem te magoou, Deus já perdoou. Sei que
não é fácil perdoar para quem vive na escuridão do medo, da raiva e da tris-
teza, mas para quem vive na luz perdoar é mais fácil do que escrever eu te
amo em um papel. Você é muito amado por Deus. Deus está com você e
vai aonde você for.
– Você é tão sabia. Se todas as mulheres de Israel fossem tão sábias como
você, todos os homens deste reino não orariam mais para os deuses para
vencer guerras, mas orariam por paz e alegria nesta terra ausente de alegria
como o meu coração longe de você.
273

– Teu coração não merece viver com uma coroa de espinhos em volta,
mas pétalas de rosas indolores e perfumadas. Dentro de teu coração cheio
de escuridão está tão cheio de amor por Deus como o céu cheio de estrelas
e as praias de areia.
– Longe de minha mãe, sinto vontade de morrer.
– Não faça isto, pois isto me deixaria tão infeliz como você está agora.
– Você se importa comigo?
– Me importo.
– Por que?
– Porque eu amo o Deus que vive dentro do seu coração. Por que você
é um pedaço separado da alma de Deus. Por que você é uma parte de mim.
Porque eu me preocupo comigo mesma. Por que a sua felicidade é a minha
felicidade. Por que a sua dor é a minha dor. Por que você é minha alma e
meu amor. Talvez devido à mudança de corpo você tenha esquecido isto,
mas eu não. Lembro de todas as vidas que vivemos. Foi tão bom. Por que es-
tás tão triste sabendo que eu amo você?
Assim que a oração terminou no templo de Jeová onde estava a Arca
da Aliança de Moisés, os dois sairão de mãos dadas em direção a praça cen-
tral, pelo mercado e chegaram ao rio Cedrom. Na beira do rio ela pergun-
tou a ele:
– O que você sabe sobre o falecido rei Davi?
– Como este rio é conhecido por Jerusalém como um glorioso rio para
Israel, a antiga terra de Canaã, ele foi um glorioso rei que nasceu na cidade
de Belém (1040 A.C.). Davi é considerado o maior dos reis que já existiram
em Canaã e Israel. Possui muitos dons divinos como os da música, poemas
e salmos. Ele era o 8º filho de Jessé da tribo de Judá. Os árabes chamam ele
de Daud, o profeta e rei de Israel. Era um rei guerreiro que matou o gigan-
te filisteu Golias com uma pedra na cabeça e uma espada no pescoço. Su-
cedeu a Isboset, filho do rei Saul, conquistou Jerusalém e a fez de capital do
reino unido de Israel. Sua vida foi toda gravada na Estela de Tel Dan na Ga-
lileia. Ele tinha 18 filhos.
274

– E o rei Salomão?
– É o nosso novo rei, Salomão, filho de Davi. Foi ele quem ordenou a
construção do templo de Jerusalém conhecido como templo de Salomão e
as muralhas de Jerusalém. No momento está em construção com dinheiro
dos impostos do povo o novo Palácio Real para o Sumo Sacerdote, o Palácio
da Filha do Faraó, a Casa de Cedro do Líbano e o Pórtico das Colunas. É ca-
sado com a filha do faraó. Dizem que ele é sábio, hábil juiz e administrador.
– O povo de Israel vive com fome, doente e infeliz e ao invés do Salomão
dar comida, roupa, remédios e educação para seu povo, fica é construindo
palácios com o dinheiro dos impostos dos israelitas submetidos ao seu poder.
Muito sábio mesmo ele. Só falta ele mandar construir pirâmides gigantescas
aqui também. Quando o povo abrir os olhos e ver o que está sendo feito com
o seu dinheiro, muitas tribos se revoltarão contra o seu rei.
Enquanto Salem e Anja conversavam sobre história, o rei Salomão no
novo palácio recebeu a visita de duas mulheres. Ele disse a elas:
– Queridas mulheres de meu coração, o que querem em meu palácio
de verão?
– Eu quero justiça e ela injustiça.
– Se justiça é o que querem, justiça terão. Primeiro você que fez a
acusação.
– Tivemos filhos na mesma noite e no mesmo lugar. De manhã o dela
morreu e ela trocou o dela pelo meu.
– É mentira o que ela está dizendo, meu rei. Eu não troquei os bebes.
– Sem testemunhas e sem provas não sei quem está falando a verdade
ou mentindo, então para não ser justo com uma e injusto com outra, man-
darei partir a criança ao meio.
– Não meu rei, não parta meu filho em dois. Dê a ela, pois prefiro ter
meu filho nos braços de outra mãe do que vê-lo morto nos meus.
– Só uma mãe que ama o filho choraria a sua morte e mesmo que você
não esteja falando a verdade, a ti darei a guarda deste bebe.
275

– E você por ter mentido perderá a vida para aprender a não mentir, se-
questrar e roubar mais.
– Não, meu rei. Não faça isto. O bebe dela morreu hoje de manhã. Pior
do que a traição é a morte de um ente querido. A dor é tão intensa que en-
louquece o coração e a mente de quem perde um ente que quer bem. E tal
loucura impele a mulher a mentir, sequestrar e roubar. Ela está na escuri-
dão e eu a perdoo pelo roubo. Deus perdoa também e tu perdoa também.
– Tá perdoada. E por favor me perdoe pelo mau julgamento é que eu
nunca perdi um filho e não sei o que se passa na cabeça de uma mulher que
perdeu o seu.
– Perdoo e agradeço alteza ao senhor e a ela, peço desculpas de joelhos
por ter roubado o seu filho seja por loucura, seja por amor.
– Desculpo. Fico feliz que ame tanto meu filho a ponto de querer criá-
-lo com seu afeto e cuidado.
Enquanto isso, Anja pulou duma pedra no rio verde chamado Cedron.
Preocupado por ela não ter subido a superfície, Salem gritou:
– Amor? Você se afogou? Onde está você? Não meu Deus, isto não.
Amor? Amor? Cadê você?
– Estou aqui atrás de você seu bobo.
– Amooooooooooooooooooooooooooooooor. Que bom ver você de
novo. Que bom que não me abandonou. Caso tivesse morrido, eu choraria
tanto, mais tanto que esse rio Cedron elevaria tanto o seu nível de água que
afogaria todo o povo de Jerusalém e da Mesopotâmia.
– Amor. Só haverá um novo diluvio na terra quando você morrer, pois
eu chorarei tanto que os extraterrestres chamarão o planeta terra de pla-
neta água.
– Você é a única mulher neste planeta que sabe como me fazer feliz.
Como este rio e este planeta, você é única e original. É o meu amor de vidas
passadas que voltou da morte a vida apenas para me salvar da tristeza, nega-
tividade e escuridão que estavam alojadas em meu coração como estas árvo-
res que estão no chão. Como árvores caindo dum vendaval, assim foi caindo
276

toda a tristeza, negatividade e escuridão que eu estava sentindo em minha
mente e em meu coração. Meu coração cheio de tristeza, negatividade e es-
curidão era como este rio sem água e estas terras sem árvores. Como as ár-
vores que nascem a todo instante neste planeta, a cada instante nasce mais
e mais amor por você em meu coração.
– O que é aquilo no céu?
– É uma nuvem enorme iluminada em felicidade pelos raios do sol e do
amor de Deus.
– Nunca vi uma nuvem brilhar tanto assim. Veja, tá saindo de dentro
dela um homem de braços abertos e agora três cavaleiros montados em ca-
valos. Que sinal é esse que Deus está nos mostrando?
– Braços abertos significa liberdade, paz, vida e amor. Cavaleiros mon-
tados em cavalos significa escravidão, guerras, morte, violência e ódio. Acho
que é Deus dizendo que nascerá nesta terra o messias que salvará a humani-
dade de seus pecados ou melhor, da roda do Karma.
– O que é o Karma?
– É o ciclo eterno de nascimentos e mortes da alma neste planeta.
– Como é que se liberta do ciclo eterno de nascimentos e mortes?
– Amando a si próprio, a Deus que vive dentro de nossos corações e ao
próximo como a ti mesmo.
– Você sabe cantar como os pássaros?
– Sei.
– Canta para mim.
– Foi num final de tarde dentro do templo de Jerusalém que encontrei o
meu amor rezando próxima a arca da aliança. Nesta Arca da Aliança, Deus
colocou o maior de todos os tesouros da terra do qual muitos fizeram guer-
ras por ele. O que tem dentro dela é o tesouro mais valioso da terra que é o
meu e o seu amor por Deus. Querida de olhos bonitos e brilhantes como
duas luas cheias. Não há diferença entre duas luas cheias em beleza e bri-
lho, também não há diferença entre o meu amor e o teu e entre eu e você.
Você é o sol que enche meu coração de luz. Você é o amor que enche meu
277

coração de doçura. Você é a felicidade que enche meu coração de alegria.
Você é a minha paz, a minha vida, o meu amor, o meu coração e a minha
alma. Está com você é como está no céu e nos braços de Deus. Você é o pai,
a mãe e o Deus que eu amo. Amor, amor, amor, teu amor é tão importante
para mim quanto é importante o ar para as árvores e a água para os animais.
Teu amor é tão importante para mim quanto a própria vida que vem da luz
do amor que vem do espírito puro de Deus. Teu amor é tão importante para
mim quanto a alegria é para a felicidade. Teu amor é tão importante para
mim quanto é o amor de Deus para toda a humanidade. Sem o sol não há
vida na terra e sem você comigo não há alegria em minha vida. O sol é fon-
te de luz e você é de alegria. Bela é a luz do sol, bela é a luz da lua, bela é a
luz das estrelas, belo também é o meu amor por você.
– Muito obrigada meu amor. Você é um excelente poeta e cantor. Vou
te apelidar de o poeta de Israel.
– Sou o poeta de Israel e você é a mulher mais bela que existe em Jerusa-
lém e em toda a terra. De todas as fontes doces de inspiração, você é a mais
doce. Eu sou o poeta de Israel e o homem mais feliz da terra. Em meio ao
deserto eu crio poemas de amor para aquela que com sua luz destruiu a tris-
teza e a infelicidade que existia em meu coração como o sol destruiu as flo-
restas e rios que existiam nos desertos. Como um deserto era meu coração
sem alegria e felicidade antes de conhecer você e agora que conheço você
meu coração está cheio de amor como uma floresta e um rio belos como a
floresta de Jerusalém e o rio Cedron onde banhei pela primeira vez com o
meu amor de outras vidas passadas a quem sou grato de coração por toda a
eternidade.
– A eternidade é um piscar de olhos para aqueles que são pacientes e to-
lerantes como os anjos de Jeová. Vejo nossos anjos de luz dançando e can-
tando nossos nomes com amor e alegria porque estamos com os corações
cheios de amor por Jeová e um pelo outro. Você sabia que adorar outros deu-
ses aqui em Israel é crime de pena de morte para o criminoso?
– Sabia. Mas sábia e justa não é esta lei que proíbe os seres humanos
de adorarem outros deuses, por que por causa dela os outros povos viverão
278

sempre em guerra com o povo de Israel, os escolhidos de Deus. Essa lei estú-
pida que proíbe os outros povos de adorarem e amar seus deuses é só um pre-
texto para nossos reis matarem e roubarem outros povos em nome de Deus.
Está escrita na Torá judaica que Deus disse isso, aquilo e aquilo, mas quem
disse mesmo que Deus é isso ou aquilo foram os escribas das tribos de israel.
No entanto, os sacerdotes dizem ao povo bobo, ingênuo e tolo de Israel que
é a palavra de Deus e todos acreditam neles e vão fazer guerras em nome
de Deus em vez de paz na terra em nome de Deus. Não é engraçado isto?
– É muito engraçado e você tem toda a razão.
– Os seres humanos não são animais para viverem brigando entre si
como os animais. O ser humano é Deus e sendo Deus ele deve viver em
paz com os demais. Deus é equilibro e não desequilíbrio. Deus é bondade
e não maldade. Deus é luz e não escuridão. Deus é verdade e não mentira
e apesar de eu dizer a verdade, ninguém acredita em mim e nem segue mi-
nhas palavras.
– É por causa do seu vício. Para os sacerdotes de nosso povo Hebreu,
você está endemoniado e vivendo na companhia do diabo.
– Os judeus dizem que estamos endemoniados porque bebemos vinho,
mas quem está endemoniado são eles que veem o diabo que não existe em
todo lugar. Viva à loucura. Viva à ignorância. Viva ao povo de Israel que to-
lamente acha que o que o Deus Jeová quer é guerras e não paz.
Assim que anoiteceu, as trevas da noite se iluminaram com a chegada
da lua cheia. Salem disse a Anja:
– Anja você é a moça mais bela de Jerusalém. É tão bela quanto a lua
cheia e as estrelas brilhando no céu. A luz das estrelas representa o amor de
Deus e a escuridão do universo a saudade que Deus sente do lugar de onde
veio. Na ilusão muitos pensam que Deus é um imenso gigante, mas Deus é
o espírito do amor encarnado em um corpo humano cheio de planetas e di-
mensões diferentes. É difícil descrever a grandeza de Deus, também é difícil
descrever a beleza do amor que sinto por você. Eu gostei de tudo em você e
gostaria de me casar com você.
279

– Se teu desejo é casar-te comigo, me dar filhos, proteção, carinho e
amor, realizar teu desejo é neste momento o meu maior desejo.
– Casa-te comigo e eu te farei mais feliz que todas as mulheres dos reis
deste planeta.
– Se me traíres farei contigo o que Davi fez com Golias.
– Darei tanto amor e atenção nesta vida a você que não nutriras em teu
coração e mente o desejo de matar-me, mas o desejo de morrer por mim
quando a morte vier e me levar para outro lugar.
– Desenhe uma flor na areia.
– Não se mexa, pois desenharei na areia seu rosto que é a mesma coisa
que uma flor.
– Desenha uma flor de verdade.
– Aqui está sua flor.
– Veja. Esta flor de areia é uma flor lunar e estelar pois ela brilha e flores-
ce com a luz da lua e das estrelas. Ela é diferente das outras pois floresce de
dia e de noite. Assim é o meu amor por você em relação as outras.
– Como só existe esta flor no mundo, também só existe uma mulher em
minha vida e esta mulher é você.
– Além de bêbado, professor, visionário és também poeta e engraçado.
Tens vícios e boas qualidades, mas não há preconceitos e discriminações em
matéria de amor, como Deus que nos ama a todos do jeito que somos eu
também amo você do jeito que você é. Para quem ama de verdade, não há
barreiras para o amor entre dois seres humanos, dois corações formando um
mesmo corpo, um mesmo coração, uma mesma alma e um mesmo amor.
– Sóbrio e sereno não estou, mas sóbrio e sereno é por você o meu amor.
Meu amor por você em meu coração é tão forte quanto a luz do sol e mais
forte que a morte. Neste mundo em que tudo é temporário todos temem a
morte e Deus e eu não temo nem a morte e nem Deus por que Deus me
ama e eu amo Deus. Como a lua cheia surgindo lentamente das copas das
árvores escurecidas pela ausência de luz, o amor por você surgiu lentamen-
te em meu coração para enchê-lo de luz, alegria e beleza.
28 0

– Dentre milhões de mulheres no mundo, não há entre elas uma com
um coração tão feliz quanto o meu. O meu coração está feliz porque en-
contrei aquele por quem meu coração e alma ansiavam encontrar. Este é al-
guém é o professor poeta bêbado de Jerusalém chamado Salem.
– Assim que amanhecer, a lua cheia irar desaparecer e com ela os seus
raios prateados. Mas o amor que sinto por você continuará a brilhar em meu
coração como o sol durante o amanhecer. O entardecer também virá e com
ele os raios do sol e como as estrelas brilhando no céu, assim continuará em
meu coração o amor que sinto por você. Não são felizes os homens e os reis
deste reino, pois nunca experimentaram um amor verdadeiro como é o amor
de Deus e como o meu por você. Não tenha medo. Eu não lhe abandona-
rei e nem a magoarei por que eu amo você e quem ama de verdade sua mu-
lher ama de verdade também a Deus. Confie plenamente me mim, pois eu
te amo de verdade.
– Na verdade eu creio em Deus e como creio em Deus, creio no amor
verdadeiro e como creio no amor verdadeiro creio também em tuas palavras
e em você. A você dei minha amizade. A você dei a minha atenção uma tar-
de inteira. Agora que anoiteceu te dou meu coração cheio da luz do amor
de Deus que você com sua luz acendeu nele.
No dia seguinte. Anja acordou cedo e na casa de Salém, o desenho de
uma senhora muito bonita e perguntou:
– Foi você quem fez este desenho aqui?
– Foi.
– Ficou muito bonito. Quem é ela?
– É a minha mãe.
–Não te culpe por tua mãe ter ido embora. Deus ama você e eu também.
– E tua mãe te amava?
– Amava, mas como não estava no sequestro dela, agora eu não sei mais.
– Como foi a separação?
– Foi horrível. Implorei de joelhos a Deus todos os dias para que trou-
xesse minha mãe de volta. Enlouqueci de raiva, briguei com todos os meus
28 1

vizinhos e amigos por que me tratavam mal diante de parentes, amigos e es-
tranhos, de raiva e medo, comecei a beber vinho todos os dias e enquanto
sofria de agonia com a dor da separação e da saudade, meus parentes, ami-
gos e vizinhos se voltaram contra mim e incitaram o povo de Jerusalém a
me odiar sem eu lhes ter feito nenhum mal. Meu sofrimento é pior do que o
sofrimento das almas no inferno dos judeus ou de 1000 homens sendo cru-
cificados em brasas. É tanta a dor que eu sinto com a separação da minha
mãe que todos os dias eu acordo com vontade de morrer para não mais so-
frer mais de amor e saudade.
– Quando acordar, pense em viver e em quanto Deus e eu te amamos.
Como um camelo que após cruzar o deserto anseia por água, eu e Deus es-
tamos ansiosos para libertar você da sua tristeza e vontade de morrer. Se a
ausência da sua mãe é a causa do seu sofrimento, a presença de uma nova
mãe vai ter cura teu sofrimento e encher teu coração de amor e felicidade
mais uma vez.
– Só terei outra mãe quando houver paz entre os povos e quando eu mor-
rer e nascer de novo.
– Eu sou a tua nova mãe.
– És tão bondosa comigo.
– Se não fosse a sabedoria e o meu amor por Deus quando andam lado
a lado como eu e você eu jamais teria me tornado tão bondosa como sou.
Assim que amanheceu, Salem disse a Anja:
– Passar uma tarde e uma noite com você, foram os momentos mais fe-
lizes da minha sofrida vida nestes últimos 10 anos de árdua existência.
– Amanheceu hoje com vontade de morrer novamente?
– Amanheci não. Esse amanhecer é especial pois ele foi o único em 10
anos que acordei feliz, mas tão feliz que eu não preciso nem mais de uma
gota de vinho para ser feliz, tudo o que preciso para ser feliz é ter o seu amor
e ver seu sorriso e olhar doces todas as manhãs quando o sol aparecer bri-
lhando no horizonte.
28 2

– E eu ouvi suas palavras mágicas. Meu sofrimento nos últimos 10 anos
é semelhante ao teu, pois perdi um pai que foi assassinado na batalha con-
tra os filisteus. Eu perdoei os filisteus pelo mal que me fizeram. Perdoa eles
você também.
– Claro que eu perdoo, pois eu sou tão bom quanto você e Jeová é. Eu
e você somos duas almas feridas e curadas pela cura do amor que sentimos
um pelo outro,
– O amor que sentimos um pelo outro é Deus e o ódio que os outros
sentem um pelos outros não é Deus, é escuridão, negatividade, ignorância
e escravidão criada pelas mentes doentias dos seres humanos que os judeus
chamam tolamente de coisas do diabo ou Ball. Ball tem o poder de separar
os seres humanos que foram unidos pelo amor de Deus, mas não nós dois,
pois o bode Ball não suporta nossa luz. Eu já te amo tanto meu amor que
eu sou capaz de perdoar até uma traição sua, mas não conseguiria me per-
doar se traísse você.
– Prefiro levar chifre do que meter um. Nunca chifrei nenhuma mu-
lher e você não vai ser a primeira delas. Vou ser fiel a você em todas as mi-
nhas vidas futuras.
– Eu também. Se o diabo existe como dizem os judeus, esse negócio de
traição é coisa do diabo. E o sofrimento que o chifre traz é o sofrimento do
inferno. Para ir ao céu eu não preciso ir para o inferno para pagar meus peca-
dos, pois se pecado existe e os judeus estão certos, todos os meus pecados já
estou pagando aqui nesta terra santa e violenta povoada de deuses, de guer-
ras e sangue inocente derramado injustamente.
– A paz é mais bonita que a guerra. O amor é mais bonito que o ódio. A
luz é mais bonita que a escuridão e você é mais bonita que todas as mulhe-
res do mundo. Nas costas carrego o peso da cruz da perda de uma mãe e no
coração coroado de espinhos e sangrando eu carrego a dor da saudade dela.
– Larga esta cruz das tuas costas e a coroa de espinhos do teu coração,
joga elas no chão, queima com o fogo do amor a Deus e perdoa quem a pôs
em tuas costas e em teu coração.
28 3

– Eu perdoo, pois meu coração ferido e sangrando, apesar da dor, não
sabe e não consegue odiar nem mesmo aqueles que querem nos matar e es-
cravizar.
– És assim porque és luz da qual Deus não pode viver separado. És cheio
de bondade assim, porque és sábio e amado por Deus. Deus compartilha de
tua dor e eu também.
– Pensei que todas as mulheres de Jerusalém eram loucas e más.
– Não julgue todas as mulheres por causa da maldade, negatividade e
escuridão das mentes doentias de umas poucas que odeiam Deus, amam o
dinheiro e louvam o luxo e o conforto. Também não te julgas merecedor da
infelicidade, pois você merece ser feliz. Se não tivéssemos sofrido tanto nes-
ta vida, certamente não teríamos nos conhecido. Se não tivéssemos nos co-
nhecido, jamais estaríamos sentindo a felicidade que estamos sentindo ago-
ra. Tem fé em Deus, pois Deus sabe o que faz.
– Não é culpa dele eu ter perdido uma mãe e você um pai na guerra eter-
na contra os árabes. Portanto a Deus nada irei perdoar, pois nenhum mal
ele me fez, se hoje estou sofrendo é por causa do meu Karma e das minhas
más ações nas vidas passadas. Matei muitos homens em minhas vidas passa-
das. Devido a isto eu deveria sofrer muito mais, mas Deus é tão bom que em
vez de me fazer sofrer mais, me manda você para destruir minha infelicida-
de. Muito obrigado de coração meu amor, eu sou muito grato a você por sua
ajuda. Você é muito bondosa. É uma mulher assim como você que todo ho-
mem merece para ser feliz em todas as suas vidas futuras. És a mulher mais
maravilhosa de todas. Eu te amo meu amor.
Alguns dias depois, dois soldados hebreus aproximaram-se de Salem e
um deles lhe disse:
– Bom dia. O senhor é o Salem, filho da viúva sequestrada pelos filisteus?
– É. Sou eu mesmo.
– O rei Salomão quer vê-lo.
Assim que chegou ao palácio de Salomão, Salem ficou tonto com tanto
luxo, ouro e mulheres bonitas a sua volta. Enquanto dançavam e cantavam
28 4

alegremente canções de amor numa língua que ele não compreendia, o rei
Salomão apareceu com uma taça de ouro com vinho e disse:
– Silencio por favor. Você é o Salem filho da viúva?
– Sou.
– Ouvi falar da sua sabedoria e gostaria que me ensinasse o que sabe.
– Sei sobre o que por exemplo?
– Deus.
– Deus é o amor e o amor de Deus é a sabedoria que é o maior e mais
valioso de todos os tesouros. Tal tesouro nenhum ladrão pode roubar e tor-
na os que são ladrões e assassinos em homens honestos, sinceros e santos.
– Não entendi o que você quis dizer com a sua parábola, mas gostei e
meus súditos também. Continue por favor.
– Homens santos e sábios, não mentem, não roubam, não matam, não
odeiam, não invejam e nem traem. O homem que mente, que rouba, que
mata, odeia, inveja e trai não é um ser humano, é um animal que vive na
escuridão em vez de viver na luz. Está na luz aqueles que creem na exis-
tência de Deus em todos os lugares e está na escuridão aqueles que creem
na existência do diabo que não está em nenhum lugar. Feliz são os homens
que amam Deus de verdade pois para quem ama Deus não há mais Karma
e sofrimento na vida após a morte. Aquele que julga e pune seus semelhan-
tes, julgado e punido será por suas más ações passadas e seu julgamento. O
que o povo de Israel precisa não é de templos e palácios belos como estes, o
que o povo de Israel precisa é de comida, remédios, educação e sabedoria. A
mensagem de Deus é de amor e paz e não ódio e guerras. O rei que manda
seu povo para morrer nos campos de batalha em nome de Deus e riquezas
não é um rei e nem um ser humano, mas um monstro que não merece go-
vernar como rei. Deus vive em nossos corações e em todo lugar e não num
céu bem distante julgando e mandando seus próprios filhos para o inferno.
Deus não é o diabo para julgar e punir almas com sofrimento eterno. Deus
é amor e ele me ama, ama você e todos de sua corte e de nosso povo famin-
to, miserável, violento e analfabeto. O povo paga impostos para ter prote-
ção do estado e não para viver morrendo nos campos de batalha. Deixem os
28 5

árabes politeístas adorarem os deuses deles pois todos os deuses, sejam bons
ou maus são partes da alma de Deus. Adorando os deuses eles estão adoran-
do a Deus. Esse negócio de ensinar crianças que existe inferno, demônios,
satanás e visões de horror após a morte é uma grande falta de bom senso es-
piritual, pois diabo, demônios, inferno, julgamento, punição de Deus e vi-
sões de horrores após a morte não tem nada a ver. Essa Torá como um tron-
co torado tá torando a sanidade de todos em Israel e matando todo mundo de
medo e raiva. Por causa do medo e a raiva a Deus, os israelitas assim como
os outros povos da terra, não aprendem a amar a Deus, amar a si mesmo e
aos próximos como sendo Deus.
– Por favor pare. Com o teu sermão a manhã inteira eu já me tornei um
homem sábio e com a orelha doendo de tanto escutar sabedoria estou. Mui-
to obrigado pelas lições. Vá em paz e que Deus o abençoe.
– Pai. O senhor se cansou de ouvir sabedoria sobre Deus, mas eu não.
Me permita fazer algumas perguntas para o matador do diabo, demônios e
inferno.
– Fique à vontade minha filha para perguntar o que quiser.
– Não existe possessão demoníaca para você, mas existe possessão divina?
– Existe, mas diferentemente da possessão demoníaca, a possessão do
amor de Deus não escraviza, mas liberta, não entristece, mas alegra, não en-
raivece, mas alegra, não causa medo, mas coragem, não enfeia, mas embele-
za, não causa desconfiança, mas confiança, não deixa os homens maus, mas
bons. Não deixa os homens tolos, mas sábios. Não induz ao adultério, mas a
fidelidade, não ensina a mentir, mas falar a verdade.
– Estás possuído pelo amor de Deus?
– Estou. Pelo amor de Deus e pelo amor de uma garota chamada Anja.
– Larga ela e casa-te comigo que te darei quando meu pai morrer, todo
o reino de Israel.
– Nem mesmo o reino de toda a terra, poderia me fazer feliz sem ela,
portanto lamento recusar vossa proposta de casamento e lhe peço que faça
a gentileza de me perdoar por entristecer você. Por favor, não fique triste e
28 6

nem com raiva de mim, pois Deus ama você. Estou com saudade de meu
amor, por esta razão irei embora agora. Foi um prazer conversar com vocês.
Bênçãos a todos vocês e seus entes queridos. Fiquem com Deus, tenham
uma boa tarde, obrigado pelo almoço e passem bem.
Assim que Salem chegou a sua simples casa de tijolos e palha, Anja com
o brilho de felicidade das estrelas nos olhos, disse a Salem:
– Eu te amo tanto Salem.
28 7

CAPITULO XVI
O REI XIÃO ZHOU E A

DINASTIAZHOU DA CHINA

E
m 870 A.C. em Hao, capital da dinastia Zhou que tomou
o poder da dinastia Shang anterior, o rei Xião Zhou, o filho do céu
disse em seu palácio a seus suditos:
– A dinastia Shang foi a segunda dinastia a governar o reino da China de
1766 (A.C.) a 1122 (A.C.). A dinastia que a destituiu do poder, foi a dinastia
Zhou a qual pertenço por vontade divina. Eu sou o representante de Deus
na terra e vocês meus suditos a quem amo como se fossem meus filhos. Vo-
cês são os guerreiros mais corajosos do território chinês e na milenar historia
da china,guerreiros mais poderosos e habilidosos que vocês não há em todo
o planeta. É grande o mundo além das fronteiras do reino da China, se con-
quistarem para mim, lhes darei uma vida de rei como tem os deuses que vi-
vem no céu, na terra e no mar.
Enquanto o rei Xião falava das dinastias anteriores da china, do alto de
uma montanha cheia de neve e flores belas, Kioy ( Salem) disse ao céu:
– Poderoso céu que envolve a terra e o mar com seu manto azul manda
chuva para esfriar o sangue e a cabeça de teus filhos que vivem sofrendo de
calor no deserto para que pensem menos em guerras e mais em paz.
Enquanto falava com o céu, Xiany (Anja ) ia passando por trás dele e ou-
viu ele dizer ao céu:
– Ó céu poderoso e lindo que destrói o medo das mentes e dos corações
dos homens e das mulheres, fazei chover flores por favor e trás até mim o
meu amor.
Xiany tropeçou numa raiz de árvore e caiu no chão gritando ai e espar-
ramando para todo lado as flores que trazia em sua cesta decorada com co-
res alegres e variadas. Ele olhou para trás e correu até ela, juntou as flores e
lhe perguntou vendo-a sentada no chão:
290

–Querida irmã, você se machucou?
– Machuquei. Acho que quebrei o pé.
– Eu sinto muito. Se eu pudesse eu te daria o meu pé para que não sin-
tas mais dor.
– Muito obrigada por juntar minhas flores.
– De nada. Para que tantas flores?
– Para oferecer aos deuses e enfeitar o meu lar.
– Onde você mora?
– Moro aqui perto.
– Consegue andar?
– Consigo não.
– Posso leva-la em meus braços ou em minhas costas até sua casa?
– Pode. Leve-me em seus braços e me levante devagar porque a dor em
meu pé está insuportável.
– Eu vou cortar a raiz desta árvore com um machado e depois vou quei-
ma-la porque ela machucou o seu pé.
– Por favor senhor chinês cavalheiro, não corte a raiz e nem queime esta
árvore, pois ela não tem culpa de eu está andando tão distraída, ter tropeçado
e caído. Não deves retornar o mal com o mal, mas o mal com o bem. Ao in-
vés de machuca-la e queima-la, abrace-a e der água para ela viver pois isto é
mais bonito do que queima-la e mata-la. Quando os humanos cortam os ga-
lhos e queimam as árvores, elas perdoam o mal que lhe fizeram e retornam
tal mal com o bem produzindo sombra, frutas e flores para quem a machu-
cou. Elas são assim tão bondosas e caridosas porque elas sentem em seu es-
pírito muito amor por Deus.
– Por favor bela moça do pé machucado, me perdoe por minha ignorân-
cia, pois tenho poucas vidas vividas como um ser humano e ainda não obti-
ve a iluminação e a mestria que consiste em apreciar o bem está de todos os
seres vivos. Eu nunca vi você por aqui antes. Você é daqui de Hao?
291

– Sou não, Eu sou de Xian situada no vale do rio Wei. Eu e minha fa-
mília nos mudamos para Hao já faz algumas semanas e você? Onde mora e
onde nasceu?
– Moro não muito longe daqui e nasci aqui mesmo. O que está achan-
do de Hao?
– Estou achando legal. Ela é uma cidade tão linda e amada por mim
como é Xian.
– Onde está seu marido?
– Deve está caminhando por ai, mas ainda não o conheci.
– É difícil crer que uma chinesa tão bela quanto você seja solteira.
– Pois pode crer meu amigo no que digo pois estou falando a verdade
mais pura que existe.
– Que bom que você é sincera. Isso mostra que tua natureza é divina e
que vive na luz. Eu também sou como você e gosto de falar verdades.
– Fala uma verdade para mim?
– Você é a chinesa mais linda que eu já vi em toda a minha vida.
– Fala outra verdade?
– Eu te amo.
– Você me ama? Mas não me conhece.
– É preciso conhecer para amar alguém que é um pedaço do espírito
amoroso de Deus?
– Você crer em Deus?
– Creio. Ele é o amor para mim que vive feliz em meu coração e no teu.
– Teu Deus é o mesmo Deus que eu amo.
– Ele também ama nós dois e não há ninguém nesta história que Deus
ame mais do que eu e você. Ele criou o universo, as estrelas, os sois, as luas e
este planeta cheio de belezas apenas para que eu pudesse viver vida após vida
com você para que nós pudéssemos gerar ainda mais amor por ele.
– É verdade. O amor que é Deus nos criou e se não tivesse nos criado, a
gente nunca teria se conhecido. Como você se chama?
292

– Eu me chamo Kioy e você?
– Eu me chamo Xiany. Muito prazer em conhecê-lo.
– O prazer é todo meu. Você tem um nome muito bonito.
– Obrigada. O seu nome também é bonito.
– O perfume doce e suave que emana de teu corpo é mais doce e suave
que o perfume das flores que estão nesta cesta e nestas árvores.
– Se continuar nevando em Hao, só veremos flores de novo quando vier
a primavera, o outono e o verão.
– É verdade. Quando esfria demais as flores caem das árvores e não
abrem mais. Assim também é o amor entre dois seres humanos, quando o
amor esfria e morre, ele cai do coração no chão e não brilha mais.
– Quando as flores caem das árvores por causa do frio é como a alegria
que abandona um coração humano por causa do ódio.
– Quando o coração do humano ama Deus ele queima como o fogo
e quando odeia Deus queima como o frio do gelo. Quando um humano
aprende a amar a Deus, o gelo do coração dele derrete, se incendeia de
amor assim como derreteu meu coração de gelo com o amor que eu sin-
to por você.
– Você é poeta?
– Sou. Eu sou o poeta do amor.
– Fala um poema de amor para mim.
– O ser humano que tem o coração congelado pelo frio do ódio, seu co-
ração é como o coração de um defunto. O ser humano que tem o coração
quente como o calor do amor é como um ser humano que vive livre do cai-
xão. A morte é o final para o amor para aqueles que como os defuntos vivem
enterrados com a cara debaixo do chão, mas para mim, a morte é a continu-
ação de um amor de outra encarnação. Hoje pedi ao céu que me mostrasse
a minha amada de alma imortal de tantas vidas passadas e ele me mostrou
você passando por trás de mim e caindo no chão. Como está seu pé?
– Está ainda doendo.
293

– Doendo também estão meus braços, Você é pequena mas é pesada.
Por favor passe para as minhas costas. Além de seu poeta, seu marido, serei
também o seu cavalo.
– Você é o chinês mais engraçado que há na dinastia Zhou.
– E você é o meu amor de vidas passadas que surgiu em minha vida en-
quanto eu orava para o céu. O céu é muito bonito e bondoso, bonito e bon-
doso também é o meu amor que está sobre mim como o céu está sobre o
mar. O céu é feito de fogo e o mar de agua e meu amor em minhas costas é
mais bonita que o céu, o fogo e o mar.
– Elevado é o céu, profundo é o mar, elevado e profundo também é o
amor e a felicidade que sinto em meu coração e mente por te amar.
– Com amor Deus criou o céu e o mar, com amor eu te carrego em mi-
nhas costas e em meus braços, isso não é profundo e nem elevado, mas é bo-
nito e rima com a sinfonia do amor por você em meu coração e mente que
é também tão bela quanto a sinfonia dos pássaros nas florestas.
– Belas são as florestas e as flores que nascem nelas, belo também é meu
coração que floresceu de amor e gratidão por você.
– Onde há amor há gratidão. Onde há gratidão há amor. Sou grato a
Deus de coração por ter feito o amor de Deus florescer em teu coração.
– Meu coração é como o céu e a minha mente é como o mar. Minha
vida é como a luz do sol, meu espírito é como o sol e meu amor que me car-
rega nas costas, nos braços e no coração é o ser humano que mais amo de-
pois de meu pai e minha mãe.
– Amor de pai é bonito, amor de mãe é divino, bonito e divino também é
a china e o amor infinito e incondicional que sinto por você em minha men-
te, meu coração e minha alma.
– Sua alma é como o sol e como o sol é brilhante e bonito o teu amor
por mim, mas o meu amor por você é como as estrelas que são sempre bri-
lhantes e cheias de belezas.
294

– Diante de teus belos versos de amor, pequeno é o meu amor em re-
lação ao teu, mas apesar de ser pequeno é tão grande e belo quanto o amor
de Deus.
– Cada estrela do meu universo de amor é do tamanho do amor de Deus.
– Não há limites para o amor pois o amor é Deus e Deus é infinito, sem
inicio e sem começo assim como infinito, sem começo e sem fim é o meu
amor por você. Não há nada mais lindo em toda a criação de Deus que o
amor que sinto por você em meu coração. O amor de Deus é o templo da
sabedoria e o meu coração e o teu são os templos do amor de Deus.
– Meu amor por você e o teu amor por mim é difícil medir em uma ba-
lança quem é o mais pesado e qual é o mais leve, qual é o maior e qual é o
menor, qual é o mais poderoso e o menos poderoso, mas não é difícil enten-
der o quanto eu já amo você.
– Todas as formigas desta floresta amam suas vidas como o bem mais pre-
cioso e mais valioso de todos, apesar de seus olhos serem pequenos é gran-
de o amor que elas tem por suas vidas. Faça de cada formiga existente na ter-
ra cem formigas, multiplique por um milhão e entenderá o quanto é grande
meu amor por você e por Deus.
– Eu, você e Deus somos como a lua, o sol e a terra.
– Belo é o sol, a lua e a terra, belo é Deus que une por amor eu e você.
– Amor, amor, vejo amor em tudo, pois em tudo vejo que é o amor que
nos criou, que nos uniu, que nos separará e nos reunirá sempre como duas
almas formandos uma só alma como o céu e o mar formando um mesmo
planeta.
– Planeta pai, planeta mãe, eu te amo. Tá nevando, anoitecendo e es-
friando enquanto o amor em meu coração continua iluminado o meu cora-
ção com o fogo e calor das estrelas de amor por você.
– Teu amor por mim é o mais sagrado dos tesouros que existem nesta ter-
ra cheia de reis ambiciosos e guerras.
295

– O mais sagrado dos tesouros da terra para você é o meu amor e para o
mais sagrado de todos os amores no universo é o teu amor por mim. Anda
cavalinho. Anda.
– Para ter você sempre perto de mim eu percorreria o mundo como um
cavalo com você em minhas costas só para te mostrar as belezas do mundo
inteiro para que você mesma possa ver que não há nada mais belo neste pla-
neta que o meu por você que é o amor de Deus.
– O sol já está tonto de tanto girar em círculos a miléniosde anos em tor-
no de si mesmo e da galáxia e em toda a sua historia ele nunca conseguiu
iluminar esta montanha cheia de neve e flores coberta de neve brilhar mais
que brilhou besta tarde, pois foi nesta tarde que meu coração se encheu de
luz e amor por você.
– Esta montanha cheia de belezas e arte é alta, bonita e pesada. O meu
amor por você é bonito e belo e como a luz do sol encherá de luz e amor to-
das as estrelas do céu que brilharão ainda mais de felicidade para dar mais
felicidade e energia ao sonhador deste sonho divino de amor que Deus criou
com a luz da sua imensa alma cuja grandeza só iguala com o meu amor
e o teu.
– E o que meu amigo faz da vida ?
– Sou proprietário de um loja especializada na venda de tecidos de seda.
– Acho que vou ganhar um vestido novo.
– Você vai ganhar é a loja inteira. Quando eu morrer, ela será toda sua
e de nossos filhos.
– Como vai indo a loja ?
– Vai indo mais ou menos graças aos impostos cada vez maiores do go-
verno dos ditadores da dinastia Zhou.
– Quem são esses Zhous?
– É a 3ª dinastia de reis guerreiros que tem governado a china com in-
justiça e mão de ferro a séculos. A 1ª dinastia deu inicio a era de pedra na
china. A 2ª dinastia deu inicio a era de bronze da china. Esta 3ª deu inicio
a era de ferro. Era da escuridão, má administração, baixa consciência e leis
296

injustas como as dos reinos vizinhos. Agora a luta não é mais com espadas
de bronze, mas de ferro.
– Afirmam serem os filhos do céu e que Deus lhes chefiou a missão de
governar todos os reinos da china que só vivem em guerras entre si por cau-
sa de ouro e poder. A dinastia Zhou foi fundada pela família ji. A capital da
dinastia Zhou fica aqui em Hao. Com costumes e idiomas semelhantes aos
dos reis da dinastia Shang, expandiram a cultura chinesa para além das fron-
teiras e submeteram os povos bárbaros a pagar tributos ao rei Xião Zhou e
seus parentes antecessores. Além de pagarem pesados impostos, ainda são
obrigados a ir a guerra quando necessário.
– Quem é esse Xião Zhou?
– É outro líder sanguinário e autoritário que pensa que é o todo podero-
so Deus amor para impor ao povo o que Deus e nem ajustiça quer que é vi-
ver em um sistema em que reina a injustiça e a violência. É filho do falecido
rei Zhou yi. Atualmente tem mantido em pleno funcionamento uma pro-
dução em massa e em larga escala de cavalos, arcos, flechas, escudos, capa-
cetes, coletes e espadas.
– O que ele pretende com isto? Montar e armar o povo chinês e mandá-
-los todos para as guerras com vizinhos para morrerem de dor e agonia en-
quanto o rei bebe licor de arroz e se diverte com as belas donzela da corte
com o dinheiro do povo.
– Tantas armas assim é para intimidar o povo por meio do medo e da for-
ça bruta a não protestar e fazer guerras civis contra os reis, sacerdotes e mi-
litares. A forma desta dinastia Zhou governar a China acorrentada e espan-
cada não é diferente na forma de governar em outros reinos como os dos
árabes, os judeus, os filisteus, os egípcios e os cretenses.
– Os reis são os homens mais ricos da terra e também os que mais ne-
cessitam de sabedoria.
– Para comer o fruto é necessário retirar a casca e as sementes, para ad-
quirir sabedoria é necessário retirar a escuridão e a negatividade da mente
e aprender a amar a Deus para aprender a amar a si mesmo e ao próximo
como amo você com todo o amor e respeito.
297

– Deus merece todo o amor e respeito dos chineses pois Deus é amigo
e não inimigo de todos, mesmo que eles tratem Deus como inimigo e com
desrespeito. Para quem nasceu muitas vezes como um ser humano é fácil
respeitar os chineses e os outros povos e impossível respeitar leis que obri-
gam os homens por meio da coação ilegal a ir a lugares onde não deseja ir.
A constituição de leis deste reino não é de origem divina, mas humana em
seu mais alto grau de ignorância e estupidez. Quanto mais a dinastia Zhou
expande as fronteiras da China como as outras dinastias anteriores, maior é
o ódio dos povos bárbaros por nossas leis, por nosso povo e nosso rei. Que
Deus remova a estupidez das mentes e corações dos reis. Que Deus aben-
çoe também a nós dois por estarmos juntos nesta linda historia de amor em
meio a um mundo mergulhado em meio a um oceano de ódio, guerras, fal-
sas crenças e medo.
– O que o povo chinês deveria fazer era matar o rei, os sacerdotes e os
militares, mas o povo chinês tem medo demais de ser preso, torturado, mor-
rer e ir para um lugar onde verão dragões com cabeças iguais as dos palá-
cios de seu governo cuspindo fogo e amassando eles com seus enormes pés.
– Quando se morre não se ouve e ver dragões com labaredas nas bocas
correndo atrás de nós para punir os nossos erros karmicos, mas anjos de luz,
a canção da galáxia que representa o amor de Deus. Depois de 3 dias de ali-
vio com Deus, a gente vai nascer aqui de novo num novo corpo para pren-
der mais sobre como amar a Deus e obter mais iluminação e sabedoria para
enfrentar com alegria todos os problemas que atormentam nossas mentes,
nossos corações, nossas almas e nossas vidas.
– Nada atormenta mais as nossas vidas que nossos pensamentos e senti-
mentos negativos que impede a pineal de ver Deus em todo lugar. Sem ver
Deus em todo lugar não podemos amar a tudo o que vemos e porque não
podemos ver Deus em todo lugar, não podemos pensar positivo e amar tudo
o que nossos olhos veem. Se a pineal estiver aberta com a luz do amor de
Deus, podemos nos libertar dos pensamentos e sentimentos negativos e das
energias obscuras e negativas que levamas doenças aos nossos corpos, nossas
mentes e nossos corações. Minhas células, sem exceção de nenhumadelas,
298

me amam e eu amo todas elas. Com a luz do amor do meu espírito lumi-
noso eu as criei como Deus nos criou. Minhas células estão cheias de amor
por mim, por Deus e por você. Tenho tantas células em meu corpo quan-
to as estrelas no universo. Como as estrelas do universo, elas brilham com o
amor que eu sinto por você que é o amor de Deus. Como estrelas morren-
do no céu, também morrem a tristeza, a raiva e o medo com o amor que to-
das elas sentem por você que é amada e querida por todas as estrelas e mi-
nha alma. Minha alma neste instante é como um universo feito somente de
luz e amor pois a escuridão que a cobria desapareceu dela como uma estre-
la desaparecendo do céu desde o momento em que você apareceu em mi-
nha vida iluminando ele com amor como o sol iluminando a terra com a
sua luz e calor. Sou tão grato a Deus por ter me permitido amar você vida
após vida neste planeta cheio de belezas que encanta os humanos, os extra-
terrestres, os deuses, os anjos e o próprio criador que se chama amor. Da es-
curidão vem as estrelas, do sol vem a luz, da noite vem o frio, do dia vem o
calor, do amor vem a felicidade, da felicidade vem a paz, da paz vem a paci-
ência e a tolerância, da paciência e tolerância vem a sabedoria, do céu vem
as flores e com ela o meu amor que caiu e se machucou.
– Com meu pé com dor ou sem dor, eu sigo o meu caminho da luz nas
costas do meu amor que me carregou nos braços e agora me carrega em sua
mente em seu coração e em sua alma. Muitos homens e mulheres neste pla-
neta escreveram suas historiasde amor, mas nenhum amor neste planeta foi
mais belo que o meu e o teu.
– O meu e o teu amor está escrito nas estrelas numa linguagem que só
os corações que amam de verdade Deus podem compreender. Está escrito
nas estrelas e em todo o universo eu te amo, eu te amo, eu te amo meu amor.
– Eu te amo, eu te amo também meu amor. Está escrito na alma de cada
célula do meu corpo que mesmo machucado está cheio de amor por você,
por mim e por Deus.
– Deus, amor, paz, alegria, tolerância, paciência, humildade, piedade,
misericórdia, compaixão, perdão, sabedoria, iluminação, todas estas boas
qualidades só fazem eu te amar ainda mais. Quanto mais te amo, mais feliz
299

eu fico, quanto mais feliz eu fico, mas feliz fica Deus, quanto mais feliz
fica Deus, mais feliz fica o universo e todos os seres. Você me dar tanto pra-
zer que a cada passo que dou, menor é o meu Karma e maior o meu amor
por você.
– Em tuas costas estou como em cima da montanha está a neve, as flo-
res, o frio e a beleza da natureza que se misturam em um céu de belezas tão
belo quanto a beleza do amor de Deus em teu coração e no meu. Nossos co-
rações são os corações de Deus que se amam e amam a Deus como se fos-
sem um só coração cantando feliz em um só corpo cujas células e alma es-
tão cheias de amor.
– Deus está em minha alma e em minhas células e você está em mi-
nha mente e meu coração ó orador de chuva de pétalas de amor lançadas
pelo céu.
– Dentro de meu coração flutua há um oceano de luz e amor idêntico
ao oceano de luz e amor que é o céu onde vive Deus.
– Bela é a morada de Deus, bela é a alma de Deus, bela são tuas palavras,
bela também é alegria que meu coração e mente sentem por amar você.
– Teu amor por mim e por Deus é fonte de alegria para Deus, para mo-
rada de Deus e para meu coração que é a morada de Deus e de meu amor
que é você.
– É aqui que eu moro.
– Casa mais feliz do que esta acredito não existir nesta terra, pois ela
guarda e protege o maior de todos os tesouros da terra que é a bela mulher
da floresta que machucou o pé, me abraçou e encheu meu coração de amor
por ela, por Deus, pelas árvores, pelo mar, pelas montanhas, pele céu, pe-
las estrelas e pela terra.
– Me coloca aqui. Muito obrigada,
– De nada. Posso fazer uma coroa de flores para por em seu cabelo que
é mais fino, mais belo e brilhante que a seda ?
– Pode.
300

– Belas flores que foram criadas com a luz do sol, da agua do céu, dos nu-
trientes da terra e do amor de Deus, farei de vocês uma coroa bonita e per-
fumada para coroar com doçura e amor a cabeça de meu amor que é a rai-
nha da minha mente e do meu coração.
–Sou a rainha de teu coração e mente e você é o rei do amor que mere-
ce em volta de seu coração uma coroa de flores para que teu amor por mim
brilhe como o sol entre as flores do amanhecer edo entardecer. És um ca-
valheiro e como todo cavalheiro que ama Deus, merece um abraço e um
beijo meu.
– Teu abraço e beijo, não deveria se chamar abraço e beijo, deveriam se
chamar a piedade e a misericórdia de Deus. Como a piedade e a misericór-
dia de Deus que abraça a todos com doçura e amor, com doçura e amor eu
também abraço você.
– Nós estamos nos abraçando e nos beijando com doçura enquanto o sol
se põe e o nosso amor nasce, isto é bonito e é magico. Tais palavras magicas
foram criadas para você sempre se lembrar de mim com doçura e amor toda
vez que você ver o sol se pôr.
– O sol se põe levando junto com ele a beleza do dia e o canto dos pás-
saros assim como o vento leva o perfume e o pólen da flor que dará inicio a
uma nova flor no inicio de uma nova manhã que traz de volta a beleza do
dia, o cântico dos pássaros e alegria ao meu coração, pois a cada manhã pos-
so ver seu rosto brilhar e florescer de alegria e amor por Deus, pela nature-
za, por si mesma e por eu que sou o teu amor.
– Esse seu amor é como o amor de Deus que é tudo o que eu necessito
para todas as noites e dias eu dormir e acordar feliz. Noite sem lua, dia sem
sol, assim sou eu longe de você. Noite com lua e dia com sol, assim sou eu
com você. Não importa se é noite ou é verão, você vai viver para sempre co-
migo em amor e doçura em meu coração.
– Em meu coração sempre estiveste e em meu coração estarás flutuan-
do em paz e felicidade como as nuvens do céu azul que enche meu coração
de luz e leva para longe a tristeza em meu coração por algum dia ou noite
eu for obrigado pelas circunstancias a me ausentar de sua presença por ao
301

menos um instante. A noite leva 12 horas para aparecer e desaparecer. O dia
leva 12 horas para aparecer e desaparecer. A alguns passos atrás meu amor
por você apareceu e mesmo que eu ande por toda a eternidade meu amor
por você jamais desaparecerá e nem deixará de brilhar.
– Teu amor por mim brilha junto com a luz do sol, dos vaga-lumes, da
lua e das estrelas. Não há nada neste planeta mais que estrelas nas trevas do
universo, também não há neste mundo um amor maior que o meu por você.
– Ilimitadamente bela são as estrelas que repousam alegres nas trevas do
universo. Infinitamente belo é o amor de Deus por toda a humanidade. In-
finitamente belo é meu amor por você.Só há algo neste planeta que supera
o brilho de todas as estrelas e este algo é o meu amor misturado com o teu
como o dia e a noite num belo entardecer chinês.
– Quanto mais se escreve, maior é o livro. Quanto mais se ama, maior é
o amor. Quanto mais te conheço, mais eu gosto de você.
– O sol é adorado por seu tamanho e beleza por todas as luas, plane-
tas e estrelas. Mas o que seria o sol sem as luas, os planetas e as estrelas? Se-
ria como meu eu espiritual brilhando no fundo do meu coração sem você.
– O sol é um só e a única estrela que conhecemos no universo que for-
nece luz, calor e vida a este planeta. Como o sol, meu amor por você é úni-
co e inigualável. Como o sol que fornece alegria a todos os seres, meu amor
por você fornece alegria ao sol e todas as estrelas, pois não há nada neste uni-
verso que seja maior que o meu amor e o teu.
– É fácil criar poemas de amor quando se ama a Deus de verdade. Tam-
bém é fácil dizer eu te amo, pois quanto mais digo que te amo, mais eu te
amo e com amor vou compondo poemas de amor enquanto a lua cheia
como você na noite se prepara para sentar em seu trono de luz igual ao que
você está sentada dentro do universo de amor e luz que há dentro de meu
coração.
– Em teu coração estou reinando em luz como a lua reinando sobre a
noite, em minha memoria e coração você está reinando num trono de luz
como sol reinando sobre o dia. A noite chegou, o céu esta estrelado e pa-
rou de doer o meu pé apaixonado pelo seu cavalo. Me ajude a levantar.
302

Obrigada. Vamos entrar e comer e beber algo. Papai, mamãe, vocês es-
tavam aí?
– Estávamos e ouvimos os poemas de vocês dois. Seja muito bem vin-
do a nossa casa meu filho. Eu sou o Ying e ela é a Yang. Nós somos os pais
de sua amada. Seja muito bem vindo a esta casa e sinta-se como se esta fos-
se sua casa e nós o seu pai e a sua mãe.
– Vocês são o pai, a mãe e o Deus que eu amo. É infinita a gratidão que
tenho em meu coração por esta tão gentil e calorosa recepção. Pois devido
as guerras por ouro e terras, meus pais verdadeiros agora estão felizes o céu
e nos braços de Deus como eu aqui com a minha flor do céu em pé e vocês
ao meu lado. Ela é a mulher que sonhei em encontrar e vocês os sogros que
sempre quis ter. O destino limitou minha felicidade e meu amor por Deus
ao matar meus pais, então eu perdoei ao destino pela maldade que me fez,
ele então se arrependeu e me mandou do céu todos vocês e com vocês a fe-
licidade que eu sentia quando meus pais estavam vivos. Muito obrigado que-
ridos amigos pela solidariedade e por me permitirem fazer parte de sua famí-
lia. Fazer parte da sua família num momento em que o mundo inteiro arde
de ódio e guerra é tão bom e agradável como está nos braços de Deus no céu.
– Um homem educado e gentil como você é merecedor não só do amor
de Deus, mas do nosso consentimento para fazer parte de nossa família e ca-
sar-se com a nossa filha, cuja beleza é mais bela que qualquer coisa bela na
china, na terra e no céu. Vamos sentar na mesa, orar por paz na terra e ofe-
recer incensos, flores, água e alimentos com amor a Deus.
– Querido. Eles formam um casal bonito. Posso ver ao redor deles seus
guias de luz cantando em alegria e luz os nomes deles e os de Deus.
– Deus tem muitos nomes e anjos. Os anjos tem muita fé e amor por
Deus e eu tenho muito amor e fé por você. Belo é o amor de nossa filha e
nosso genro, mais belo ainda é o meu amor por você minha querida e sabia
esposa do coração suave e cheio de fé e amor por Deus.
Enquanto na casa da família Lyang se enchia cada vez mais de luz e
alegria, no palácio real, o rei Xião Zhou, furioso, soltava relâmpagos e tro-
vões pela boca como os dragões cuspindo fogo do inferno chinês por que
303

um general amigo seu morreu em batalha contra os bárbaros das fronteiras.
Sua rainha lhe disse:
– Calma, dragão chinês. Caso contrario a raiva irar adoece-lo e teu povo
não te considerarás como não sendo um rei sábio, mas um homem tolo pois
só os tolos se deixam controlar pela raiva.
– Não sei de onde arrumastes tanta sabedoria, mas gostei do que você dis-
se. Calma agora está a minha mente e o meu coração. Tens toda razão em di-
zer que guerra não traz paz e felicidade para os que se defendem e nem para
que os que atacam. Pena que eu não pense como você, pois mandarei matar
todos os camponeses que vivem na aldeia onde meu general foi assassinado.
– Deixa aquela gente pobre e infeliz em paz. Para de cobrar tantos im-
postos, pois isto prejudica seus negócios e vidas. A natureza dar tudo de graça
para nós, seja comida, seja agua, no entanto os povos submetidos a impostos
cada vez maiores tem que pagar pelo que a natureza lhes dar de graça, pois
tudo pertence ao estado e a nossa dinastia. A china é imensa. Der imensos
pedaços de terra aos camponeses para que produzam seu próprio alimento,
vivam contentes e não se voltem contra seu rei, liberte os escravos das prisões
e do trabalho forçado, diminua os impostos dos que são chineses e deem de
volta aos bárbaros as terras que você roubou deles a força.
– Não adianta. Mandarei matar a todos como exemplo para todos que
assassinarem um oficial chinês a serviço do rei.
Enquanto isto, num pequeno povoado de Hao, o Ying disse a Kiryo:
– Você soube do assassinato do general do rei em nosso povoado?
– Soube não.
– Espero que o rei Xião Zhou não mande nos matar a todos como puni-
ção. Pois isto seria o final de uma linda historia de amor.
– Diante da escuridão, prevalece a luz. Diante da maldade, prevalece a
bondade. Diante do ódio prevalece o amor pois o amor é Deus, é luz e bon-
dade eternos. A escuridão surgiu para destruir a luz, a maldade surgiu para
destruir a bondade e o ódio surgiu para destruir o amor, mas nada nesta na-
tureza e no universo pode matar o amor, a luz, a bondade, a compaixão, a
304

misericórdia, a piedade e o perdão de Deus. Eterna e sem tréguas é a guerra
entre a luz e a escuridão e tal guerra um dia adoecerá este planeta que nos
criou com amor para amá-lo e não odiá-lo, mas devido a guerra eterna entre
a luz e a escuridão, alguns vão para a luz e outros para a escuridão. Na luz
os humanos vivem e sofrem felizes e na escuridão eles vivem e sofrem infe-
lizes. Em meio a tanta felicidade e infelicidade, o mundo está feliz e infeliz
ao mesmo tempo, como estava meu coração antes de encontrar o meu amor
que ao meu lado está na sala de jantar.
– Não sou aquele que dorme seu sonho eterno no céu, nem a sua alma
que é maior que todas as estrelas do céu, mas tenho o poder de remover a in-
felicidade de tua vida pois faço parte daquele que dorme sossegado no céu
cuja luz está destruindo toda a escuridão ao seu redor. Tal escuridão repre-
senta a saudade que sinto de você em sua ausência e a luz do amor que sin-
to por você iluminando o meu coração. Lyngyang é eu te amo em chinês
e Lyngyang será o nome da filha que teremos. Tal criança será criada com
todo o amor, respeito, carinho, atenção e consideração que ela merece. Seu
nascimento representará o nascimento do sol e da felicidade em nossas vi-
das enquanto estivermos vivos e o por do sol, a infelicidade em nossas vidas
se ela morrer primeiro do que nós. E se continuarmos vivendo perto do pa-
lácio do rei Xião é exatamente isto o que acontecerá se permanecermos mais
tempo aqui.
Assim que amanheceu, a família Lyang deixou o povoado de Hao en-
quanto os soldados do rei Xião Zhou corriam em seus cavalos com espadas
nas mãos para matar todo o povo de Hao que assassinou o general do malva-
do rei, juiz, sacerdote e militar Xião Zhou. No caminho pela floresta em di-
reção a Xian, Ying disse a Kirioy:
– Querido genro, é muito difícil respeitar leis que não respeitam os di-
reitos humanos. Também é muito difícil neste mundo sobreviver um amor
verdadeiro pois todos os homens e mulheres estão com os corações cheios
de ódio e escuridão e os que vivem na escuridão são infelizes e sentem in-
veja da felicidade daqueles que são felizes por sentirem amor por si mesmo
e por Deus.
305

– É fácil compreender o que o senhor disse, mas é difícil compreende-
ro que sente no coração e na mente do invejoso, pois invejoso eu nunca fui
e nem pretendo ser. Que Deus abençoe e remova da mente e do coração
do invejoso a inveja da felicidade daqueles que amam Deus com amor e fé.
– O amor de Deus é doce como o mel e a inveja é amarga como a raiva.
Do amor nasce a luz, da raiva nasce a escuridão que obscurece as mentes,
os olhos e os corações dos homens, convertendo-os de carne em pedra. Do
amor nasce flores, mas das pedras nada nasce. Os homens juntam tijolos e
fazem belos palácios e templos para os reis e para os deuses e com tais cons-
truções magnificas separaram e mataram famílias inteiras por riquezas que
não os impedirão de envelhecer, adoecer, morrer, nascer de novo e continu-
ar sofrendo até aprender a sentir compaixão pelo sofrimento alheio e amar
a si mesmo e a Deus.
– Para aprender amar a Deus, é preciso primeiro amar a si mesmo, para
sentir compaixão pelo sofrimento do próximo é preciso aprender a sentir
compaixão por si mesmo. Para perdoar os erros alheios é preciso aprender a
perdoar os seus próprios erros. Eu sou parte do planeta e o planeta é parte de
mim assim como eu sou parte da sua filha e sua filha de mim.
– Mamãe, o papai e meu companheiro de estrada estão falando sobre
esta esfera azul que ilumina o nosso caminho e nos protege da escuridão
das trevas do universo. Tal esfera azul também nos impede de ver o brilho
das estrelas e da lua, mas não nos impede de ver a lua e as primeiras estrelas
sem brilho. Como as estrelas e a lua sem brilho são os espíritos e corações
dos seres humanos que não aprenderam a amar a Deus e nem a si mesmo.
A noite nos impede de ver o sol e este céu azul que nos envolve que como
um vaga lume azul que vive acendendo e apagando. Meu coração é como o
vaga lume que vive apagado quando está longe de meu amado e aceso quan-
do está perto de meu companheiro amado de estrada.
– Sua filha é mesmo um amor. Nunca conheci ninguém igual a ela e
nem vou conhecer, pois ela é única como o sol e este planeta.
– Este planeta é belo e generoso como o amor de Deus e por causa de
tal beleza e generosidade os seres humanos vivem se matando por ele. O
306

que os homens deveriam matar não é outros homens, mas o ódio a Deus
que os mantém separados por fronteiras. As fronteiras são como os muros de
uma prisão que impede um ser humano de sair e entrar de seu país ou cela.
Como prisioneiros de uma prisão assim são mantidos todos os seres huma-
nos da terra por seus reis, sacerdotes e militares. Dentro de uma prisão não
existe lei, o que existe é o caos e a confusão e se o mundo está em um ver-
dadeiro caos e confusão é por causa da existência das fronteiras. Enquanto
houver fronteiras, haverão guerras incessantes na terra por milhares de anos.
Infelizmente os homens desta era se ver com os olhos da cabeça e não do
coração. Os olhos do coração veem coisas que os olhos da cabeça não veem.
Os olhos da cabeça ver as pessoas como sendo brancas, amarelas, pardas e
pretas. Os olhos do coração veem as pessoas como sendo almas tão cheias
de amor por Deus como as estrelas cheias de luz. Os olhos da cabeça, são os
olhos dos seres humanos na escuridão da irrealidade. Os olhos do coração
são os olhos de Deus na luz da realidade. Não há diferenças entre as estre-
las em relação ao brilho, pois todas brilham. Também não há diferenças en-
tre os espíritos dos seres humanos em relação a cor, pois todos são da mesma
cor. Todas as cores do arco íris, provem dos raios do sol que como as estre-
las possui uma cor só que é invisível aos olhos. Também todas as cores dos
seres humanos vieram de uma mesma luz que é o amor de Deus que des-
trói o ódio como a luz destrói a escuridão e é invisível aos olhos. Não pode-
mos ver a luz do sol, mas podemos sentir a luz do sol em forma de calor na
pele. Não podemos ver Deus, mas podemos senti-lo em forma de amor e
alegria no coração. E lhe digo com toda a sinceridade de meu coração que
eu amo tanto a sua filha que se ela morrer primeiro que eu, nunca mais ca-
sarei e monge me tornarei.
Os anos se passaram em Xiam, Xiany morreu primeiro que Kiryo e como
monge Kiryo morreu meditando em Kian e Deus em 770 A.C
307

CAPITULO XVII
A ETRÚRIA E O INICIO DA
CIVILIZAÇÃO ROMANA

E
m 770 A.C., do alto de uma alta montanha às margens
do mar tirreno que banha o litoral da cidade de Cere, região da
Etrúria europeia, limitada ao Norte pela Gália (França) e ao Sul
pela península itálica, um etrusco chamado Tutu com sua garrafa de vinho
ao lado escrevia com as letras do alfabeto etrusco ensinado pelos gregos que
aprenderam com os fenícios que aprenderam dos mesopotâmicos que apren-
deram dos Annnunaki em um pequeno pedaço de papel:
– Eu estou no topo de uma montanha coberta de tesouros da Etruria
observando o mar azul e no céu vi uma nuvem dourada que brilhava como
o sol em contato com o ouro. De dentro dela vi uma escada de luz e uma
mulher muito clara e bela descendo por ela. Ela veio até mim e me disse:
– Eu estou aqui com você para curar a sua dor e a sua tristeza. Eu sem-
pre estarei contigo e nunca te abandonarei assim como Deus nunca te
abandonará.
– Tu és minha alma e melhor amiga de meu coração. Só podias ter vin-
do mesmo do céu para ser assim tão bela e bondosa como você é.
– Sei o que sentes, pois sou tua alma e por ser tua alma eu te conheço
bem e te amo.
Tutu parou de escrever e disse a si mesmo em silencio:
– Não adianta. É melhor eu desistir. Nem mesmo sob o efeito do vinho
serei capaz de criar boas poesias se não tiver um amor de verdade para amar.
Ó mar que é bondoso com as baleias e os tubarões, sede bondoso comigo e
traz de volta a minha paz desde quando meus pais e familiares foram leva-
dos como escravos para trabalhar de graça em Roma, tenho vivido em guerra
com meus sentimentos e como não há paz e nem felicidade na guerra, den-
tro de mim também não encontro paz e nem felicidade em nada nesta terra
onde todas as mulheres só pensam em homens, vinho, festas, sexo, prazer,
31 0

ouro, poder e guerra. Os animais também só pensam em guerra, sexo, pra-
zer e poder. Tais como os animais os seres humanos deste planeta,se matam
e se divertem com sexo e guerras. Quanto mais bebem e fazem guerras, mais
insatisfeitos ficam os seres humanos e quanto mais insatisfeitos ficam, mais
bebem e mais fazem guerras. Fazem guerras por que estão cobertos de co-
biça, luxuria e ira. O mundo pertence a Deus e os seres humanos na escuri-
dão vivem lutando para ver quem se tornará o dono dele. Esse ver para quem
será o dono do planeta é a causa do problema pois tudo o que é de Deus é
de todos nós pois todos nós somos partes de Deus e Deus parte de nós e por
sermos partes de Deus e Deus parte de nós o planeta é de todos nós e não
dos romanos, dos gauleses, dos gregos, dos fenícios, dos egípcios, dos india-
nos, dos chineses, dos coreanos e dos japoneses. Vendo do alto desta mon-
tanha que há guerras em todo o planeta, posso ver claramente que estou na
luz e aqueles que governam os povos da terra estão na escuridão e na escu-
ridão não há paz, não há felicidade, não háamor. O que há é medo, tristeza,
ambição, egoísmo e ódio a Deus. O que os reis deveriam está fazendo neste
momento não é guerra um com os outros, mas fazer da terra um único rei-
no em que Deus seja o rei e todos nós os súditos. Ao em vez de mancharem
a terra de sangue, deveriam eram plantar uvas e beber muito vinho para pa-
rarem de brigar entre si como animais. Apesar de nosso corpo ser o corpo se-
melhante a de um animal, nosso espírito não é o espírito de um animal, mas
um pequeno pedaço muito pequeno do grande espírito de Deus que brilha,
ama e perdoa todos enquanto todos se divertem e se esquecem de quem os
criou. Quanto mais os seres humanos tentam fazer Deus odiá-los com seus
mau hábitos, Deus mais os ama como ama aqueles que tem bons hábitos,
que bebe vinho e celebra a paz que vem da mais alta frequência do amor e
do fundo do coração. Como a dor de um vaso etrusco se quebrando assim
foi a dor que senti naquele dia infeliz em que levaram minha mãe e que não
gosto nem de lembrar. É fácil fazer outro jarro que se quebrou de dor, mas
é difícil fazer outro coraçãoque se quebrou de amor. O amor de Deus esta
em cada célula do coração e quando o coração se quebra o amor também
se quebra e como os cacos do barro no chão, tal amor fica dividido como as
estrelas divididas no universo. As estrelas estão muito longe uma das outras,
31 1

assim estão os homens desta era do ferro de Deus. Era de pedra os corações
dos homens, virou, bronze agora é de ferro, mas nem mesmo com tantas ri-
quezas minerais os homens e mulheres da Etruria e desta terra conseguem
fazer brilhar seus corações como o ouro brilhando com a luz do sol em meio
a uma nuvem brilhante. Bonito é este e vinho e pensar bebi e pensei demais,
agora vou para casa dormir e descansar.
Enquanto caminhava bêbado pensando sobre Deus e o mundo louco
em que vive, Tutu desceu a montanha e enquanto descia caiu e ali mesmo
dormiu. Cobras, escorpiões, aranhas, lagartas de fogo, formigas passaram
por seu corpo e nada lhe fizeram devido ao amor de Deus por este ser que
dormia sedento de justiça e sonhava com um mundo em que todos viviam
em paz uns com os outros em plena harmonia e equilíbrio como as árvores
da natureza. Enquanto sonhava entre as árvores, ele ouviu o sol lhe dizer:
– Sou pequeno em relação ao universo, mas sou grande para os huma-
nos. Graças ao universo eu vivo sozinho, mas vivo feliz ardendo nas chamas
do amor de Deus. Vocês humanos ao invés de adorarem o universo, adoram
a mim que sou pequeno para Deus assim como és pequeno para mim. Teu
Deus é o mesmo que o meu, um Deus que se encontra aprisionado dentro
dos corações de todos por uma jaula feita de escuridão, medo, ambição e
ódio a Deus. Ciume e ódio é a mesma coisa. Quando alguém ver em outro
algo que não tem, surge o ciume e com ele a inveja e a difamação. Os ho-
mens desta era com exceção de poucos como você, tem ciume e inveja de
Deus pois Deus tem tudo o que os homens invejosos mais querem que é ri-
queza, vinho, sabedoria e mulheres. És assim não invejoso de Deus porque
és iluminado como eu.
Com o surgimento do sol no mar mediterrâneo, Tutu acordou ressaca-
do e com muita dor de cabeça. Ele se levantou, abraçou a árvore onde dor-
miu debaixo, e caminhou em direção a sua casa de telha e tijolos onde vivia
sozinho na companhia, de seus guias de luz por um caminho cheio de flo-
res, espinhos e uma mulher muito bonita em frente de uma casa feita de ti-
jolos e telhas lhe disse:
– És o homem mais bonito que já vi em Cere.
31 2

– Muito obrigado e você é a mulher mais gentil que eu já conheci na
Etrúria.
– Entre aqui, faça sexo comigo e acorde feliz em meus braços.
– Agradeço pelo convite, mas lamento não aceita-lo, pois você é casada
e eu não quero acordar morto em seus braços por causa da traição a Deus.
– Ele nem se importa e além do mais está em Roma.
– Muitos caminhos levam a Roma, muitos caminhos levam a morte e
a traição é um deles. Seu marido pode está em Roma, mas seus vizinhos
não estão.
– Eles nada dirão e se disserem eu direi que você era apenas um ami-
go me visitando e ele acreditará. Pois os homens apaixonados sempre acre-
ditam nas palavras doces de suas amadas que os traem, pois cegos de amor,
não veem maldade em nada.
– Não sei a dor que carrega no coração um homem que carrega na cabe-
ça uma coroa de espinhos com rosas como símbolo do amor e da traição de
sua mulher, mas não quero ser eu o responsável por tal dor. Apesar de todos
os homens desta era me odiarem e quiserem me matar, ainda assim quero
bem a eles, mesmo aqueles que põe coroas de espinhos de rosas nas cabeças
que sentem na cabeça e no coração a dor da traição. Trair alguém é trair a
Deus ou a si mesmo e me amo para trair a mim mesmo e ao Deus que amo.
– Por causa de teu amor por Deus, perderá a oportunidade de começa-
res teu dia sentindo muito prazer.
– Deus perdoa tudo o que fazemos de errado, mas isto não é motivo para
continuar errando cada vez mais. Deus não ama o que fazes de errado e nem
te julga e nem te pune por isto, pois ele, como eu também não te julgo, não
te puno e te amo.
– Me ama e me rejeita ao mesmo tempo. Como pode ser possível isto?
– No dia em que nasceres como um ser humano do sexo masculino e
fores traído por sua esposa enquanto viaja, você entenderá. Estou com mui-
ta dor de cabeça e cheio de problemas e o que mais quero neste momento é
31 3

ir para o meu trabalho, pois se eu não for trabalhar, perderei não só a minha
vida, mas também meu emprego. Tenha um bom dia e passe bem.
– Idiota. Imbecil.
– Estás com raiva de mim porque não quero realizar teus desejos. Sou
teu amigo e não teu escravo e como prova que sou seu amigo eu te perdoo
pelas ofensas pois sei o que sente alguém cujos desejos não são realizados.
– Muito obrigada. Você é muito bonzinho sabia? Passe bem você tam-
bém e tenha um bom dia seu maldito.
Com raiva, ela pegou uma pedra para matá-lo e ele correu com medo de
morrer por meio da mata da estrada e foi para o seu trabalho. Ao chegar ao
trabalho, pegou sua cesta e foi colher uvas nas terras de um grande produtor
de uvas e vinho da Etruria. Em meio as uvas, folhas e flores de uvas ele viu
uma moça de rosto bonito e angelical e disse a ela:
– Esta uva é doce. É doce porque doce é o amor de Deus e como o amor
de Deus, doce é o meu amor por você. Quando o pé de uva ama Deus com
todas as suas forças, ele se enche de flores e caminha feliz em direção ao céu
de alegria e um mar de felicidade, como este pé de uva caminhando feliz
em direção ao céu, assim ficou minha mente e meu coração ao ouvir o teu
poema de amor em meio a uvas e flores. As flores são o amor de Deus do co-
ração das uveiras e as uvas são os seus frutos e os seus filhos. Belos e felizes
serão nossos filhos, felizes e contentes serão nossos corações e mentes jun-
tos com nossos filhos como são as folhas, os galhos, os frutos e as flores das
uveiras amando Deus. Aceite esta flor de uva como se fosse meu coração,
minha alma e meu amor.
– Queria eu ter uma orelha no peito para por esta flor sobre meu cora-
ção, como não tenho, colocarei por trás de minha orelha. Que tal?
– Nunca vi nada mais belo na Europa inteira do que esta flor de uva na
sua orelha.
– Olha moço. Não continua falando estas coisas bonitas para mim senão
eu me atirarei em teus braços e não te largarei mais.
– Não há nada neste planeta que eu queira mais do que isto.
31 4

Os dois se beijaram e se abraçaram enquanto o sol saia de trás das nuvens
carregadas de chuva iluminando todas as uveiras ao seu redor. Após o longo
beijo e abraço, ela voltou a retirar as uvas das uveiras e por na cesta dele. En-
quanto ela botava as uvas na cesta, ela cantava:
– Em sua cesta coloco cada vez mais uvas a cada passo e em meu cora-
ção mais amor a cada respiração.
– A cada passo e a cada respiração, de alegria se enche meus pés e de
amor o meu coração. Há muito amor em meu coração e felicidade em mi-
nha alma por você ter me aceitado como o seu amado e namorado.
– Hoje és meu namorado, amanhã serás o meu noivo e depois de ama-
nhã o meu marido e depois de amanhã aquele que quando eu der meu ulti-
mo suspiro estarei em seus braços com a minha alma indo batendo asas para
o céu com o seu coração de luz cheio de amor e saudade de você.
– É longa a distancia da terra ao céu espiritual, pois estamos no fundo
da cabeça de Deus e o céu espiritual está no fundo do coração do corpo de
Deus. O coração e a cabeça de Deus são dois mundos e dimensões diferen-
tes vivendo dentro de um mesmo corpo vivendo da dualidade da ilusão da
guerra entre luz e a escuridão como as estrelas e as trevas do universo. Além
da ilusão da dualidade da guerra da ilusão e das trevas está o amor, pois o
amor é só luz e não trevas. Alem da dualidade da guerra da ilusão entre as
trevas e a luz está as trevas do ódio, pois o ódio é só escuridão e não amor. É
difícil compreender o que digo, pois o que digo nunca foi dito antes, mas não
é difícil compreender o quanto amo você. Como esta cesta cheia de uvas,
cheia de doçura, beleza, luz, amor, bondade, perdão, verdade está o meu
coração que estava vazio antes de começar a amar você. Com delicadeza e
amor você põe mais e mais uvas nestas cestas, com seu encanto e beleza você
põe mais e mais amor em minha mente e meu coração. É difícil para mim
explicar o amor que sinto por você em minha alma, pois minha alma é um
pedaço da alma de Deus e Deus é o amor e por ser amor é difícil explicar o
amor que sinto por você.
– É difícil explicar o amor porque o amor é inexplicável.
31 5

– Ter seu amor é a coisa mais importante que existe em toda a criação de
Deus, pois sem ele eu não posso feliz como a terra sem o sol, as uveiras sem
a chuva e a humanidade sem Deus.
– A humanidade ver deuses em todos os lugares e planetas, mas não
veem Deus dentro do coração das uveiras e dentro de si mesmos. Como
o humano vendo várias estrelas no universo a noite e vendo o sol durante
o dia, assim é o ser humano que vive na escuridão com os deuses e na luz
com Deus.
– Os deuses são as estrelas e Deus é o sol para você. Eu entendi o que
você quis dizer. Deus é um só como o sol e só o sol é capaz de nos manter vi-
vos e não as estrelas. Bela analogia. Os amores humanos são como as estre-
las e o meu amor por você é como o sol. Você entendeu?
– Entendi. Você me ama como eu amo você e a mim mesmo e a você
mesma e a Deus como sendo o único capaz de nos manter vivos e felizes.
– Iluminada pelo sol está a terra e a lua, iluminada pelo amor está mi-
nha mente e meu coração que brilham de felicidade.
– A felicidade deriva do amor como a luz do sol e a infelicidade deriva
do ódio como a escuridão deriva das tumbas dos mortos.
– O amor e o ódio são como a rosa e os espinhos na mesma flor que vive
com a cabeça no céu e os pés enterrados na areia. Uma rosa sem espinhos é
como um amor sem ódio e uma rosa com espinhos é como um amor com
ódio. A pétala de uma rosa tem o poder de estancar o sangue causado por
um espinho e o espinho tem o poder de arrancar o sangue da pele que é ver-
melho como a pétala da rosa.
Enquanto falavam de amor e ódio, rosas e espinhos, a cidade de Cere do
casal de almas apaixonadas foi invadida por um exercito montado a cavalo
do rei Rômulo de Roma. Tutu disse a seu amor, Julia:
– Venha comigo, amor. Eu conheço um lugar aqui perto onde não nos
encontrarão caso submetam o povo de Cere à escravidão.
– Onde é este lugar?
– É lá do alto daquela montanha.
31 6

– Vamos lá.
Ao chegarem ao topo da montanha, viram o exército do rei Rómulo ba-
tendo em retirada com milhares de homens correndo armados atrás deles.
Júlia disse:
– O que querem os romanos aqui e qual é a história deste povo ?
– Eles querem o cobre, a prata, o ferro, o bronze, o ouro, os alimentos e
o vinho de nossas terras, assim como os gauleses e os gregos. Eles são os des-
cendentes dos antigos fenícios que fundaram colónias na Grécia. Segundo
a lenda, diz que a Itália ou nova Troia teria sido criada por Eneias, herói da
guerra de Troia que foi vencido por Aquiles que se exilou com os membros
mais ricos e sábios da corte que se exilaram com deidades em Creta, mas
devido a terríveis secas na época, partiram de barco para a península itálica
onde nasceu o rei Rómulo e Remo, filhos do Deus Marte que foram coloca-
dos numa cesta em um rio por sua mãe Reia Silvia e alimentados por uma
loba e criados por um pastor de ovelhas como a história do velho testamento
dos judeus sobre Moises lançado ao rio Nilo e criado por uma princesa egíp-
cia e também do rei Sargão da Acadia que unificou toda a Mesopotâmia sé-
culos atrás. Eles são um povo numeroso que não sabe produzir seus próprios
alimentos e por isso vivem roubando nossa comida e querem o ferro para fa-
zerem instrumentos agrícolas e armas para produzir mais alimentos e fazer
mais guerras. Assim como os judeus de Israel, antiga Canaã, região de onde
vieram os fenícios, os gregos e os romanos adoram como Abraão sacrificar
animais e oferecer aos deuses acreditando que é por meio do fígado e outras
entranhas dos animais sacrificados que Deus lhes fala e lhes dar os seus si-
nais. Aqui na Etrúria é raro uma mulher que não vive embriagada e sorrin-
do de alegria com o efeito do vinho, mas em Roma e na Grécia, se uma mu-
lher for pega bebendo vinho, vai presa, é processada e sentenciada a morte.
Também é sentenciada a morte se trair o marido.
– Isso explica porque a língua dos romanos e dos gregos é semelhante a
da Etrúria, não é?
– É. Foram os fenícios que deram o alfabeto aos gregos e os gregos a nós
e os romanos. Dizem que o rei Rômulo matou seu irmão e fundou Roma.
31 7

– Parece a história do Abel e Caim, não é?
– É. É muito forte a influência dos fenícios em todo o mar Mediterrâneo
do Norte da África e do Sul da Europa onde fundaram muitas colônias que
comercializavam com nós e mantém bem viva os velhos costumes dos fení-
cios. Dizem que as mulheres da Etrúria são as mais promiscuas da Europa
e os homens os mais cornos. Os Gauleses, os romanos e os gregos tem tan-
ta inveja de nossa cultura livre e alegre e ciúme de nossos minérios que que-
rem destruir nossa civilização e roubar tudo o que temos.
– Esse negócio de ouro, riqueza e poder é uma verdadeira maldição pois
por causa deles, todos os povos da terra vivem de roubar e matar uns aos ou-
tros como os animais nas florestas. O que é isto? Um papel escrito? Parece
ser um poema.
– Fui eu que escrevi ontem a noite enquanto bebia vinho e via o sol se
por no mar.
– Eu estou no topo de uma montanha coberta de tesouros da Etrúria ob-
servando o mar azul e no céu vi uma nuvem dourada que brilhava como o
sol em contato com o ouro. De dentro dela vi uma escada de luz e uma mu-
lher muito clara e bela descendo por ela. Ela veio até mim e me disse. Que
lindo, amor. Você é um grande poeta. O maior da terra. Te encontrei em tua
vida não numa nuvem dourada, mas entre flores douradas de uvas. Estavas
prevendo que irias me encontrar.
– Te encontrar entre flores de uvas foi o dia mais feliz da minha vida. Para
falar a verdade. Sinto-me como se tivesse nascido de novo e ressuscitado.
– Os etruscos creem tanto no nascimento da alma em outro corpo após
a morte que com espelhos, armaduras e joias são enterrados os reis, as rai-
nhas e os nobres. De todos os povos da Europa, nós somos os mais ricos e fe-
lizes e é por isso que os gauleses e os gregos tem tanta inveja de nós. Temos
escravos na Etruria e eles são mais felizes que os povos que vivem livres na
Gália, em Roma e na Grécia.
– O que fez das leis etruscas mais liberais que as demais da Europa e
do mundo?
– A doçura do vinho tinto e do amor de Deus.
31 8

– Em meio a tanto ódio a Deus pelos povos do Oeste, do Leste, do Sul
e do Norte é difícil o amor de Deus sobreviver nesta terra amaldiçoada por
tantas riquezas naturais. Felizes mesmo são os pobres, pois pobre ninguém
inveja, pois nada tem valor além do amor de Deus que tem menos valor nes-
te mundo do que uma moeda de prata.
– A riqueza é uma maldição porque atrai a inveja de ladroes e assassi-
nos e a inveja é uma desgraça por que faz dos homens ladroes e assassinos.
– Um dia, como as vitimas dos ladrões e assassinos, roubos e assassina-
tos por ouro, comida e água será roubada e morta da face deste planeta que
pela primeira em milénios sorrirá aliviada e de alegria, pois paz na terra é o
que ela mais deseja. Como hoje o amor de Deus não vale uma moeda de
prata, no furuto será o odio a Deus que não valerá nem mesmo uma moe-
da de barro.
– E que dia será este?
– No dia em que todos na terra aprenderem a amar a Deus como eu
amo você.
– Como uma formiga caminhando entre os espinhos em direção as pé-
talas da flor, assim somos nós seres humanos caminhando entre o ódio em
direção ao amor de Deus e a uma nova era de paz e prosperidade.
– Estamos na era de touro que terminará daqui a 700 anos.
– Estamos na era de touro e das chifradas de sexo e guerras dos reis e dos
povos por poder e terras e das lágrimas das mães que perderam seus filhos
por golpes de espadas e tiros de flechas.
– Se todos na terra bebessem vinho, amariam mais Deus, as suas mulhe-
res e não fariam mais guerras. Mas a ideia da existência do Satanás inven-
tada pelos Annunaki e recriado pelos judeus tem limitado a felicidade dos
homens e das mulheres com esta idiotice de inferno e favorecido a continu-
ação das guerras. Se a terra fosse de todos como realmente é por direito divi-
no, não haveria mais sangue derramado e mulheres chorando por causa das
guerras e terras, mas muita paz, amor e um mundo equilibrado sem confli-
tos e infelicidade.
31 9

– A mente de um homem equilibrado é a mente de um homem que sen-
te compaixão pelo sofrimento dos seres humanos e a mente de um homem
desequilibrado é a mente de um homem doente que não sente compaixão
pelo sofrimento de seus próprios irmãos. Para governar um povo com sabe-
doria e paz é necessário que os reis sejam equilibrados e deem o que os po-
vos tem direito que é paz, liberdade, igualdade, trabalho, moradia, educa-
ção, saúde e proteção. No entanto na escuridão da velha energia do ódio a
Deus criada pelas mentes doentias de nossos antepassados, os povos, os mili-
tares e os sacerdotes que apesar de ansiarem por um rei equilibrado sempre
se inclinam ao mal e escolhem reis ladroes, assassinos, egoístas, insensíveis,
frios, calculistas e desequilibrados para governá-los e enganá-los com men-
tiras tão letais como vinho envenenado. Com mentiras, medo e ódio os reis
e sacerdotes tem governado seus súditos e jogado seus militares contra o seu
povo a fazer o que não é certo, justo e nem direito. Tal negligência levará
no futuro todas as realezas e monarquias do planeta ao seu próprio enterro.
– Os reis e as rainhas da Europa, da Ásia e da África querem todos se-
rem sepultados em túmulos feitos de pedra e decorados com ouro e o que
eu gostaria de quando morrer era ser enterrada com você num lugar tão belo
quanto este.
– Eu também. Prefiro ter gramas e flores sobre meu esqueleto do que
um monte de pedras sem nenhum valor amontoadas umas sobre as outras.
Como as pedras de um túmulo que cobre o cadáver de um defunto com a
escuridão, assim é a ignorância nas mentes e nos corações dos seres huma-
nos presos a ilusão da qual não conseguem sair sem a ajuda da luz da sabe-
doria e do amor de Deus.
– Sábios são os seres humanos que vivem na luz da compaixão e amam
Deus. Tolos são os seres humanos que como os defuntos vivem na escuridão
odiando aquele que os criou e os mantém com amor.
– Brilhante é o amor, o sol esta se pondo no mar, está ficando frio e fica-
ria este lugar mais bonito com uma fogueira que brilhará feliz com a chega-
da da lua cheia que encherá ainda mais a noite de beleza com a sua luz tão
bela quanto a luz do meu amor por você.
320

– A beleza da luz do teu amor por mim é tão bela quanto a luz de meu
amor por você. Belo e alegre é o amor de Deus, gentil você é e hoje é uma
noite triste para as mães e os pais da Etruria e da Itália, pois muitas delas per-
deram seus filhos na guerra. A infelicidade que elas estão sentindo neste mo-
mento enche meu coração de compaixão pelo seu sofrimento. Eu seria ca-
paz de derramar o meu próprio sangue e tomaria todas as dores das mães,
dos pais e dos filhos apenas para que se posse a guerra e nascesse a paz per-
manente entre os povos deste planeta terra.
– Se oferecesse o sangue a Deus resolvesse o problema da guerra na ter-
ra com a solução da paz do céu, não haveria oceanos de energias e lágrimas
obscuras e tristes na escuridão desta terra de gente de coração de pedra que
retorna o bem que Deus lhes faz com o mal. Quanto maior é o amor por
Deus, mais feliz fica a alma humana. Quanto maior é o ódio por Deus no co-
ração humano, maior é a sua tristeza, negatividade, maldade e escuridão. É
impossível para a humanidade ser feliz neste mundo e nos outros sem amar
a Deus, pois Deus por ser a fonte do amor é também a fonte da felicidade.
Também é impossível ser feliz neste mundo e nos outros sem amar você, pois
você é o amor de Deus e o Deus que eu amo.
– Posso ver o seu rosto na escuridão brilhando com a luz da fogueira,
também posso ver o amor de Deus brilhando em seu coração. Nesta era, a
escuridão das mentes humanas é como a noite deste planeta e o amor de
Deus a luz desta fogueira.
– Você com seu amor por Deus em meio a tanta tristeza que emana das
mentes e dos corações infelizes daqueles que odeiam Deus, não ilumina a
noite, mas ajuda a destruir a negatividade e a tristeza criada pelas mentes e
corações daqueles que tem inveja e odeiam Deus. Também o sorriso ajuda
a nos livrarmos do medo, da raiva e da tristeza. Se todos neste planeta sou-
bessem que tudo o que existe no universo é ilusão e que seus filhos e entes
queridos não morreram, que não estão infelizes e nem com saudade deles e
deste planeta lá nos braços de Deus, certamente a energia e atmosfera deste
planeta seria diferente. As flores são seres incompreensíveis porque elas são
feitas de uma energia superior chamada amor e o amor é luz e de luz elas se
321

alimentam. Se passar 7 dias sem noite, elas morrerão de frio, tristeza e fome.
Tal como estas flores são as almas humanas e tal como a luz do sol para as
flores é o amor de Deus para nossas almas. Sem o amor de Deus, tal como
são as flores sem luz, os corações e mentes dos seres humanos murcham e
morrem lentamente enquanto a escuridão rouba toda a sua força, vida, ener-
gia, alegria, amor, beleza, saúde e diminui a sua luz como a madeira da fo-
gueira virando cinza como o amor de Deus do ser humano se transformando
em ódio que como o fogo destrói tudo o que toca de belo. Tal como o fogo é
o ódio que destrói tudo o que é bom. Tal como o fogo é o amor que destrói
tudo o que é ruim. Maldade e bondade é a dualidade do fogo na arte, mal-
dade e bondade é a dualidade da mente e do coração humano. A bondade
vem da alma e a maldade vem da mente daqueles que ainda não sabem o
que são, o que é o amor e o que é Deus.
– Vamos orar por paz na terra e oferecer os Karmas dos seres humanos
para queimar e desaparecer junto com este fogo para que todos se livrem do
ódio e encham seus corações e mentes de amor por Deus, por todos e por
si próprios?
– Vamos. Querido Deus que é o amor que está na terra, no céu, na terra,
no mar, nos rios, nas florestas, nas estrelas, no meu coração e em todo lugar.
Perdoa a humanidade por seus erros por favor. Sede compreensivo e toleran-
te com ela pois a humanidade é uma criança cega que não sabe o que faz.
Fazei dos reis, dos sacerdotes, dos militares e dos nobres homens honestos e
sinceros que ama e se preocupam com o sofrimento do próximo. Dai visão
espiritual a tais crianças e cura a cegueira da escuridão de suas mentes e seus
corações. Ensinai-os a pensar, falar, escrever e governar direito. Removai a
ambição, o egoísmo, a inveja, o ciúme, a maldade, a insensatez e a estupidez
de suas mentes e encha-as assim como seu coração de amor. paz, bondade,
luz e sabedoria. Querido Deus, por favor, destrua o ódio e a escuridão que
governa o planeta terra e ponha em seu lugar para governar o amor e a luz.
– Amado Deus. És o amor e todas as outras coisas boas da vida. Criastes
os homens e os homens criaram a maldade. O senhor criou a luz e a escu-
ridão do universo com a luz do espírito do seu amor. Tal como o senhor, os
322

homens tem o poder de criar luz e escuridão com seus pensamentos positi-
vos e negativos. A luz e a escuridão são energias muito poderosas porque o
ser humano é poderoso. A luz é positiva. A escuridão é negativa. Apesar da
luz ser superior a escuridão, a escuridão está maior que a luz nas mentes e
nos corações dos humanos. Como a luz e a escuridão, assim são o senhor e
os deuses dos seres humanos. O senhor quer paz e amor na terra. Os deu-
ses dos humanos querem ódio e sangue na terra. O senhor não julga e não
pune a humanidade. Os deuses dos humanos julgam e punem a humani-
dade. O senhor recebe de braços abertos todos que morrem. Os deuses dos
humanos retira todos de seus braços e manda-os ao inferno. O senhor ama
todos como filhos e os deuses dos humanos odeiam todos como inimigos.
O senhor ilumina a todos e os deuses dos humanos cegam todos. O senhor
perdoa tudo o que fazemos de errado. Os deuses dos humanos não perdoam
nada de errado. O senhor quer paz e os deuses dos humanos querem guer-
ras. O senhor é alegria e destemor. Os deuses dos humanos querem tristeza
e medo. O senhor é bom e os deuses dos humanos na escuridão são maus e
tal como os deuses, assim são os militares, os sacerdotes, os nobres e os reis.
assim como o espinho e a flor, assim são os deuses e o senhor. Ao senhor
ofereço uma montanha inteira de flores sem espinhos para que não deixe
mais haver guerras para que nem uma mulher mais sofra com dor em seu
coração e mente porque perdeu um marido, um filho ou ente querido. Fa-
zei das palavras de meu amor as minhas palavras e a toda a terra e humani-
dade abençoa com seu amor, sua luz e sua bondade. Obrigado por me ou-
vir e me perdoe por perturbá-lo em sua meditação e orações para destruir as
trevas de sua mente humana.
– Bela oração a sua a Deus em benefício do bem está da humanidade.
Se dentro de minha cabeça, em meu mundo interior, algum humano pen-
sasse assim como você eu me sentiria tão feliz quanto Deus meditando e
orando para as trevas da ignorância abandonar as mentes e os corações dos
seres humanos.
– A oração é o alimento da alma assim como a luz é o alimento das flo-
res sem e com espinhos. Seja os que amam Deus, seja o que odeiam Deus,
seja os que vivem na luz, seja os que vivem na escuridão, todos precisam de
323

orações e meditações em Deus para alcançar a paz e a felicidade em suas
mentes e sem seus corações. Os que vivem na escuridão, são como as se-
mentes de mamão enterradas no chão, com medo da escuridão, elas oram
a Deus por proteção, então da semente nasce uma pequena planta que em
busca da luz do sol abandona a escuridão como o coração humano abando-
nando o ódio enquanto busca pela luz e do amor, do perdão e da proteção
de Deus. Deus é o maior dos maiores e como Deus assim é meu amor por
você que é o maior dos maiores.
Algumas semanas depois, o rei da Etrúria, voltando com seu exercito de
ébrios das guerras rotineiras com os romanos, desfilava por meio da cidade
de Cere com seus escravos de guerra, quando viu o amor do Tutu compran-
do uma pomba. Ele foi até ela e do cavalo lhe disse:
– Nunca vi em toda Etrúria uma moça mais bela do que tu. Aceite ser
minha rainha e farei de você a rainha de toda a Etrúria.
– Ser a rainha da Etruria é o sonho de toda mulher etrusca, mas não sou
como as mulheres etruscas e os sonhos delas não é o meu sonho. O meu so-
nho é que faças com teus escravos de guerra o mesmo que estou fazendo
com esta pomba branca de volta a Roma.
– Realizarei teu sonho se casares comigo.
– Por favor. Não insista, pois já sou casada e amo com quem casei e do
qual morreria vivendo sem ele.
– Quem é ele?
– É o Tutu, o plantador e colhedor de uvas mais gentil e amável de toda
Etrúria.
– Mandarei matá-lo imediatamente.
– Você não tem este direito.
– Tenho sim. Eu sou o rei e o rei está acima de qualquer lei pois é na ter-
ra o representante de Deus.
– Deus jamais faria de assassinos, mentirosos e ladrões seus repre-
sentantes.
324

– Olha como fala com seu rei na frente de seu povo menina. Eu posso
manda-la matar por isto.
– Ah, ah, ah, ah, ah, ah, ah, ah.
– Estás diante da morte e ainda ri?
– Por que eu iria chorar? Você pode matar meu corpo, mas não pode
matar a minha alma e o amor que sinto dentro dela por Deus e o Tutu que
é o meu amor.
– Seja feliz com seu amor. Vamos soldados, levem os prisioneiros para
a prisão.
Alguns dias depois, em 700 A.C., morreu a amada de Tutu e com ela foi
a saudade e o amor que ela sentia dele e da terra para o céu onde ela se li-
bertou da saudade e alcançou a felicidade ao encontra-lo lá de braços aber-
tos para abraça-la com afeto e amor. Depois de 3 dias, retornaram a terra,
desta vez em Judá, Israel.
325

CAPITULO XVIII
O IMPÉRIO ASSÍRIO E A PRIMEIRA

DIÁSPORA JUDAICA

E
m 670 A.C., no deserto do Sinai, em torno de uma gran-
de fogueira os judeus apátridas debaixo da luz das estrelas comiam
um carneiro oferecido em sacrifício a Deus quando viram se apro-
ximar em cima de um camelo um homem e uma mulher em cima dele. O
líder, o mais velho e sábio dos judeus disse ao casal montado:
– Quem são vocês?
– Somos judeus exilados da terra de Sião prometida por Deus á Abraão,
– Sejam bem vindos. Desçam deste camelo e venham connosco comer
carneiros oferecidos em sacrifício a Deus.
– Deus quer misericórdia e não sacrifício. O que devem oferecer para
Deus não são animais mortos e sangue, mas o seu coração e o seu amor. É
por causa desta prática antiga de oferecer animais mortos que todos nós ju-
deus estamos passando por toda esta provação no deserto. Mas como não
tem outra coisa para comer, ou comemos os carneiros ou nos comemos uns
aos outros para sobreviver.
– Estamos passando por toda esta provação porque os assírios são mui-
to habilidosos com as espadas, arcos, flechas e cavalos. Não existe na terra
inteira um povo mais violento e cruel que os assírios assassinos de crianças,
idosos e mulheres.
– Fazem isto para impôr medo em suas mentes e corações para que não
lutem com coragem e por justiça.
– Não é a justiça que reina neste mundo de trevas e demônios, é a injus-
tiça que reina na sua forma mais obscura e negativa. Já faz 52 anos que fo-
mos vencidos e expulsos de Israel.
– Isto não teria acontecido se a Israel politeísta do sul e o reino de Judá
monoteísta do Norte não tivessem lutado tanto entre si por causa de Deus,
328

deuses, diabos e demônios. Por causa de diabo, demônios, inferno, julga-
mento e punição de um Deus único que criou todas as coisas, entramos
em guerra com nossos vizinhos árabes e perdemos nossa casa e nosso rei-
no. Israel não existe mais. Agora é do império assírio e todos os países ára-
bes nos odeiam.
– Temos que tomar Israel de volta das mãos dos assírios.
– Para isto necessitaríamos de um grande exército de judeus, mas é im-
possível isto, pois todos os judeus se dispersaram por todas as partes do mun-
do conhecido. O melhor mesmo é se conformar e conseguir abrigo em al-
gum país que não seja tão hostil e intolerante com a nossa religião que é a
única que fala a verdade sobre Deus.
– Você tem razão. Eles tem que aprender que é direito nosso como o de-
les crer em quantos deuses a gente quiser. Eles creem em muitos deuses e a
gente só crer em Deus e no diabo.
– Acorda irmão. O diabo não existe. Ele foi criado junto com o Deus úni-
co para por medo nas mentes dos politeístas, pois temendo o diabo e o sofri-
mento eterno no inferno, eles deixariam de ser maus, se tornariam bons e
deixariam Israel em paz.
– Tornar os homens tementes a Deus por meio do medo não é uma es-
tratégia muito eficaz para vencer batalhas. O que fazemos na teoria, os assí-
rios estão fazendo na prática.
– Eu tinha mais ou menos a sua idade quando fomos despejados de Is-
rael com nossos filhos e bens em plena desolação no deserto. Deus prome-
teu a Abraão que faria dele uma grande nação e no entanto, ele fez foi tirar.
– Não foi Deus quem tirou Israel dos judeus, foram os assírios, ou melhor
seu rei e sua rainha guerreiros como seus deuses cheios de ódio e vingativos.
– Se querem crer em milhões de deuses que creiam a vontade, deveria
ser um direito ser louco aqui na terra. Tudo isto é consequência da políti-
ca irresponsáveis de nossos reis e da nossa religião que impôs a força a cren-
ça no Deus e Satanás únicos. Matamos politeístas judeus e árabes por causa
do Deus único, destruímos seus templos, roubamos seus bens e agora esta-
mos pagando por tudo isto por causa deles. Não foi Deus quem disse ao rei
329

dos assírios, destruam o povo de Israel e o reino de Israel com seu Deus úni-
co senão ele irá destruir seus deuses, seu reino e você. Foi o medo dele per-
der o trono e virar escravo. Agora a arca da aliança de Moisés está nas mãos
dos assírios.E esta moça aí com você?
– É o tesouro mais valioso de Israel e da terra.
– O que você sentiria se os assírios a levassem?
– Eu enlouqueceria de saudade e tristeza.
– Você perdoaria?
– Perdoaria, mas jamais perderia a esperança de reencontrá-la mais uma
vez. E você?
– Eu não perdoaria não. Pois o que fizeram não tem perdão.
– Deus perdoa tudo o que fazemos de errado e porque você então não
perdoa o que os assírios fizeram conosco e Israel?
– Por que eu odeio eles.
– Achas que é odiando que obterás a salvação?
– Odiar pessoas possuídas pelo diabo que queima e esfola vivo seres hu-
manos na fogueira e caldeirões cheio de óleo quente não é pecado, pecado é
roubar e matar, mas Deus esqueceu de dizer no velho testamento, que odiar,
matar e roubar ladrões e assassinos não é pecado algum. Por causa desse ne-
gócio de compaixão e amor por nosso inimigos e que estamos aqui no deser-
to sofrendo de calor e fome.
– As plantas daqui também estão sofrendo de calor e sede, mas não re-
clamam. Sabe por que?
– Sei não. Por que é?
– Porque elas são pacientes, tolerantes e sabem que em breve com a che-
gada da morte, todo o seu sofrimento estará acabado e ela poderá sentir alí-
vio em seu sofrimento. É por causa do ódio e da vingança que estas plantas
estão aqui sofrendo caladas.
– É verdade, mas nós não somos plantas para sofrer caladas. Estamos lu-
tando em nome da justiça e do direito. Quando se luta em nome da justiça e
330

do direito, isto justifica qualquer atrocidade, inclusive odiar e matar os inimi-
gos saqueadores, incendiadores, destruidores e assassinos de Israel e o povo
de Israel. Sinto tanta saudade dos banhos frescos no rio Cedron de Jerusa-
lém e da riqueza que tínhamos. De nossas terras partiram homens que co-
lonizaram toda a Europa e parte da África e agora não temos nada e somos
fontes de zombaria para todos os povos da terra;
– Estamos dando felicidade a milhões de humanos com nosso sofrimen-
to. Estes que estão felizes com o nosso sofrimento, carregam Deus dentro de
seus corações. Isto não cura tua dor?
– Cura não. O amor de Deus não está em seus corações. O que está em
seus corações é o amor ao ouro. Ouro é o Deus dos assírios e dos outros po-
vos. Moisés nos advertiu sobre os adoradores do Deus ouro. Esse Deus meu
amigo, acredite, é pior que o diabo, pois é por causa dele que os reis da ter-
ra inteira estão em guerra com outros reis obrigando todo o povo da terra a
viver com fome e na miséria. Na leinatureza é matar ou morrer para sobre-
viver. A mesma lei da natureza se aplica às leis dos reis e dos seus deuses.
– Não tema o diabo e nem a punição de Deus. Sede paciente como é as
plantas é pois a semente do Deus único foi plantada germinou pois quando
germina a terra treme. Já cumprimos a nossa missão de trazer o Deus único
para esta terra de ateus politeístas. É questão de tempo para o deuses dos po-
liteístas morrerem como o é para estas plantas. Pode até durar mil anos ou
mais, mas um dia todos crerão em um só Deus, pois em meio a medo, ao
ódio, as guerras e a escuridão na mente e coração do homem prevalece a co-
ragem, o amor e a luz e a paz na terra e no universo. O jantar estava maravi-
lhoso, nunca comi um carneiro tão bom em toda a minha vida. Mas temos
que prosseguir a nossa viagem pelo Sinai.
– Aonde vão?
– Não sabemos ao certo, mas os sinais de Deus nos indicarão a direção.
Após se afastarem do acampamento iluminado por fogueiras e tochas,
Alana querida do coração do herói, lhe disse:
– Herói.
331

– Em todas as minhas vidas passadas eu nunca vi uma lua cheia tão lin-
da como esta.
– Nem eu. É difícil crer que tenhas sido mais bela em tuas vidas passa-
das como é agora.
– Minha alma é a alma de um artista pois foi este artista quem criou a
minha arte corporal.
– A lua cheia também é uma obra de arte que sente inveja da tua beleza
e por sentir inveja, de sua beleza ela vive perdendo o brilho.
– Nunca mais deixarei ela me ver de novo para que eu possa vê-la sem-
pre brilhando para embelezar a história da minha vida com você neste para-
íso que devido a maldade dos homens parece o inferno dos judeus.
– Entende agora porque os Annunaki queriam matar todos eles no dilú-
vio e os abandonaram?
– Entendo. Por serem filhos ingratos de Deus, não merecem viver entre
eles, mas não abandonaremos os seres humanos, mesmo que para isso pre-
cisemos passar a eternidade inteira neste planeta aprendendo cada vez mais
sobre Deus.
– Cada dia é como uma nova vida. Cada dia é uma nova experiência e
uma página do nosso livro sem fim e nem começo, como sem fim e come-
ço é o meu amor por você e o seu por mim.
– Assim como você e eu é minha alma e meu corpo. Tanto meu corpo
como minha alma te amam. Nem mesmo na morte, meu corpo e meu espí-
rito te abandonarão, pois quando morrermos seremos enterrados juntos de-
baixo do mesmo chão. Aqui seria um belo lugar para nossos esqueletos des-
cansarem em paz tanto de dia como de noite.
– Seria maravilhoso estar com você para sempre, pois estar com você
para sempre é o meu maior desejo, desejo maior não tenho, desejo maior
não quero ter. Meu pior pesadelo seria Deus voltar as costas para mim e me
separar de você para sempre, mas como sei que Deus me ama e não vai me
dar as costas mesmo que eu mate todos os povos da terra, vivo tranquilo em
minha vida e devido a tal tranquilidade surge do fundo do meu coração um
332

amor mais puro por você que supera em muito o amor que a humanidade
tem pelo Deus ouro, o tal touro de ouro sobre o qual falava Moisés na Torá
judaica.
– A Torá é o velho e antigo testamento dos velhos judeus de Israel. Tes-
tamento é um documento público de caráter eminentemente privado sobre
bens que um morto deixa para os vivos quando morre. Deus morreu, foi por
isso que ele deu Canaã e Israel aos judeus sabia?
– Deus não está morto, ele está bem vivo em meu coração e no teu em
forma de vida e amor. Meu cadáver sentirá muita saudade de meu espírito
e meu espírito sentirá muita saudade de meu esqueleto, tão grande quanto
a saudade de meu espírito e de meu esqueleto será se você morrer primei-
ro que eu.
– Eu sou tão importante quanto você e importante para mim e assim
como somos importantes um para o outro assim são a lua e a terra. Tal como
a lua e a terra girando com amor a Deus, gira minha mente e meu coração
com amor por você.
– Você só me ama porque você se ama, pois se você não se amasse, me
odiaria ai invés de me amar.
– Quem não se ama, não ama Deus e quem não ama Deus não ama
ninguém, pois ninguém e mais importante do que aqueles que se odeiam
e odeiam Deus do que eles mesmos. Se julgam importantes, mas não se
amam. Tal como eles é o ódio a Deus que se julga importante como o seu
Deus ouro que para mim não tem o menor valor se comparado com o seu
amor e o que representa para mim.
– O que o meu amor representa para você?
– Representa a paz, a alegria, a felicidade, a luz, a beleza, o equilíbrio,
a harmonia, a doçura e o amor de Deus em minha mente e meu coração.
– Por falar em coração. Veja ali duas pedras enormes formando um co-
ração de pedra.
– Parece os corações dos homens desta era sem paz, sem amor, sem
Deus, sem luz e sem sabedoria.
333

– Seria bom que o Messias viesse logo acabar com estas guerras por ouro
e terras neste planeta terra.
– Os humanos destruíram todas as árvores e animais que viviam aqui no
Sinai que é um cemitério de árvores, animais e seres humanos enterrados.
Se este amor pelo Deus ouro continuar, farão o mesmo com todas as flores-
tas do planeta terra.
– É impressionante o poder que este planeta tem. Ele não tem luz pró-
pria, no entanto com a ajuda do sol ele cria todos os tipos de plantas imagi-
náveis e inimagináveis com uma combinação perfeita de cores que mesmo
paradas parecem está em movimento. As estrelas são incapazes de criar uma
folha sequer com ou sem a ajudado sol. Tal como as estrelas são os deuses
dos seres humanos que não conseguem criar uma folha sequer, no entanto
seus reis e sacerdotes dizem aos nobres, aos militares e os pobres que Deus
é eles e não o amor que criou todos os humanos que criaram os deuses para
ajuda-los a governar os povos da terra, pois sem os deuses, os reis são como
os nobres empresários sem o apoio do povo. Todos os povos desta era tem
usado de bruxaria pesada para destruir a grande distancia seus inimigos que
dormem com o Deus que amam, mas não podem ver em seus corações bri-
lhando como sendo sua alma alegre por ter um corpo humano para brincar
e se divertir na terra. Não viemos a este mundo para fazermos guerras e ma-
tar uns aos outros com machados e foices. Viemos aqui para brincar como
criança, se divertir como adolescente, evoluir como adulto e nascer de novo
como a lua para gerar mais amor para Deus aumentar o seu poder enquanto
neste momento está destruindo com luz e amor a escuridão do mundo em
que vive como um ser humano comum. Deus vive encarnado em um corpo
humano em um mundo idêntico ao que vemos a nossa frente. Ele como nós
dorme e acorda todos os dias para trabalhar e orar por paz no mundo cheio
de guerras em que vive a qual veio para ajudar aqueles que vivem sofrendo
como os judeus longe de Israel e quando estou longe de você.
– Chegamos ao coração de pedra iluminado apenas pela luz da lua tal
como é iluminado nosso coração com a luz da consciência. Venha para
cá. Sente-se aqui ao meu lado e você camelo sente-se ai e deite-se, relaxa e
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descansa em paz porque amanhã o calor do dia será de lascar. Tem uns pe-
daços de pau aqui em cima. Faz uma fogueira neste coração.
– Faço tudo o que meu amor manda e não faço nada que meu amor não
quer. Aqui está sua fogueira minha bruxa querida do deserto que enfeitiçou
minha mente e roubou meu coração com a sua beleza e encanto.
– Este fogo representa o amor de Deus na parte superior do coração.
Mesmo que o homem e a mulher tenham um coração de pedra como esta,
ele voltará a vida e baterá de novo como se tivesse ganhado um coração novo.
De longe as estrelas estavam vendo com seus olhos brilhantes e multi
penetrantes a impressionante cena de um coração de pedra no meio do de-
serto do Sinai iluminado pelo raios da lua cheia, da fogueira e do amor de
Deus. Percebendo que estava sendo observado pelas estrelase por seus guias
de luz ao redor, ele disse a ela:
– As estrelas, nossos guias de luz ao redor e Deus podem ver e ouvir o
que pensamos, o que queremos, o que vemos, o que sentimos, o que falamos
e o quanto é belo e grande o amor que tenho por você é milhões de vezes
maior do que o amor por deus que esta dentro deste coração de pedra ilumi-
nado pela luz do fogo e da lua cheia.
– Assim como estamos na parte superior do coração, estão também a
paz e amor de Deus nos corações dos seres humanos como a luz cheia e as
estrelas brilhando juntas numa mesma frequência de luz e benevolência
como as rimas perfeitas dos poemas de amor que não vieram de um coração
de pedra mas de um coração que como a lua cheia vive diminuindo e au-
mentando a sua luz a cada respiração. A todos os assírios eu dou o meu per-
dão tendo como testemunhas as estrelas, a lua cheia Deus e você que tanto
amo desde o começo de nossa longa, incansável e bela histórias de poesias
e de amor eterno.
– Eterno é Deus. Eterno é o amor. Eterno é você que é parte do criador.
A todos os assírios o meu perdão também eu dou. Este coração é de pedra e
ele não nos deixa entrar, assim como não deixa entrar os seres humanos sem
seus corações a paz e o amor de Deus para iluminá-los com sabedoria, feli-
cidade, luz e graça. Para que entremos dentro deste coração e coloquemos
335

dentro dele o amor de deus que sentimos um pelo outro, teríamos que que-
bra-lo e isto poderia separa-lo em dois e quebrar e partir corações a força para
colocar Deus, luz, paz, amor e sabedoria dentro foi o que os que os judeus
fizeram com os outros povos e por esta razão os outros povos ficaram com os
corações quebrados e partidos com a morte de seus entes queridos no cam-
po de batalha por causa de deuses, Deus, diabo e ouro.
Assim que amanheceu, o céu inteiro estava coberto de nuvens cinzas cla-
ras e escuras de chuva. A paz disse ao amor:
– Parece que vai chover sobre o Sinai amor.
– Seria bom que chovesse o ano inteiro para mudar esta paisagem de-
serta e desolada do planeta terra. Seria tão bom que caísse do céu pingos de
amor para deixar este belo deserto cheio de rios, árvores, animais, flores e fru-
tos silvestres. Há tanta água do mar dos lados do Sinai. Seria bom que ao in-
vés dos povos fazerem guerras entre si, fizessem grandes rios de água salgada
por todo Sinai como Deus fez com a Mesopotâmia. O esforço seria grande,
mas haveria muitos peixes frescos para todos comerem e adorarem em paz
os seus deuses. Todos os homens da terra que são milhões fariam tamanho
canal de pedra em poucos anos.
– E as mulheres?
– Deveriam ser ocupadas em plantar e colher frutos, legumes e ervas me-
dicinais para alimentar e cuidar da saúde de seu povo. Deveria haver uma
comunidade global ocupada e paga pelo governo para transformar todos os
desertos em rios e as florestas em campos de trigo, arroz, uvas e outros ali-
mentos. Não haveria mais fome, nem miséria, nem roubos, nem assassinatos
e nem guerras. Mas infelizmente é lamentável e triste dizer isto, mas apesar
de milhares de anos de evolução, a consciência da humanidade não evoluiu
o suficiente para compreender quais são as desvantagens das guerras para to-
dos e as vantagens que trará a paz e a união de todos os povos da terra nes-
te sagrado planeta. Os reis deveriam se unir e dizer um ao outro, é o seguin-
te amigos, vamos colocar Deus como o rei da terra e nos unir para criar um
só reino na terra com uma só língua, uma só moeda e um Deus só. Vamos
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alimentar e educar todos. Vamos ocupar todos em construção de estradas e
canais, plantações e colheitas.
– Um Deus único e bondoso que ama e perdoa todos os erros dos peca-
dores, a humanidade já tem e ele se chama amor. Tal como o Deus ouro, é
um Deus pouco conhecido por este povo da terra cheio de ódio por Deus e
por si próprios. Agora uma só moeda, um só alfabeto e uma só nação isto irá
levar milhões de anos. Muitos seres humanos neste planeta estão sendo mor-
tos por causa do Deus ouro no presente porque no passado mataram muitos
com suas pedras, flechas e espadas. Estão apenas recebendo o que deram. É
o Karma. O Deus Karma é um Deus que não perdoa nenhum erro, ele é vin-
gativo,ele é dente por dente e olho por olho. Vacilou com Deus e os outros,
o Deus Karma te pune com a mesma dor.O Deus Karma é o juiz que tem o
poder de te punir sem Deus interferir, pois Deus te deu o livre arbítrio e des-
de então és responsável por tuas próprias ações, se plantas o bem, colherás o
bem, se plantas o mal, colherás o mau. Plantarás o trigo e o colherá em ou-
tra, fazes o mal aqui nesta vida, receberá tal mal na outra vida. Aqui se faz.
Aqui se paga. Da mesma forma que a sombra persegue o corpo aonde vai de
dia e de noite, também o mal que fazemos aos outros nos persegue dia e noi-
te. Por causa do Deus Karma, tudo o que acontece de mal aos judeus, eles
culpam Deus e o diabo. Não sabem eles que foram reis, sacerdotes, nobres e
militares que roubaram, mataram e expulsaram outros povos de suas terras
por causa do Deus ouro que adorna as coroas dos rei a sua estupidez e ado-
ração a tal Deus. Vejam o que o Deus ouro deles lhes deu. Neste momento
estão sentindo na pele o sofrimento que infligiram a muitos como militares,
sacerdotes, nobres e reis. Tal deus ouro é tão adorado pelos seres humanos
como é por seus deuses que sentam em tronos feitos de ouro como os reis da
terra para mostrar aos povos da terra o quanto é poderoso e cego tal rei, pois
adoram o Deus ouro dos tolos que por ele se matam e se roubam de dia e de
noite incansavelmente como o ir e vir do sol e da lua.
– Está relampejando e trovejando.
– Os relâmpagos, os trovões e a chuva representam a mente de um ho-
mem sentindo ódio de si mesmo, dos outros e de Deus e a chuva, as suas
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lágrimas de tristeza que escorrem de seus olhos. Um céu azul com poucas
nuvens representam a mente de um homem sereno e um céu completamen-
te azul representa a mente e o coração de um homem isentos de qualquer
tipo de escuridão e maldade.
– Quem é o rei dos assírios e qual é a história dos assírios e o que preten-
dem ocupando Israel?
– É o rei Assurbanipal. Ele é o sucessor Do rei Assaradão e tornou-se rei
há 2 anos atrás. (668 A.C.). O que ele quer ocupando a palestina é preparar
um ataque para conquistar o Egito e roubar suas riquezas como roubaram
em Israel e em outras nações independentes. Rei ladrão e assassino não me-
rece reinar em um palácio luxuoso com uma coroa de ouro na cabeça, mas
ser preso, processado e sentenciado a pena perpetua na prisão. A Assíria é
a capital do antigo Império da Mesopotâmia do Norte que vivia em guerra
com a capital do império da Mesopotâmia do Sul, a Babilônia.
– Os assírios devem ser os povos que os judeus de hoje humilharam, pila-
ram, destruíram, profanaram seus templos, mataram e expulsaram sua gente
se vingando do mal que eles lhes fizeram em suas vidas passadas.
– Ainda bem que em minhas vidas futuras, eu não sentirei a dor da
traição e nem do abandono teu, pois em nenhuma delas te trairei e te
abandonarei.
– Nem eu a você. Está chovendo forte.
– Não se preocupe, és doce e não açúcar para derreter com agua.
– E este camelo aqui embaixo de nós ?
– As pernas são os sacerdotes, os nobres, os militares e o povo, o estôma-
go e o ânus e o rabo, suas leis e suas religiões, o pescoço e a cabeça, o rei e a
rainha, e nas costas o trono sagrado do Deus do amor e da deusa da paz dos
seres humanos. És uma deusa, a mais bonita do céu e da terra, é o templo
do amor de Deus para quem dirige sempre meus pensamentos e minhas ora-
ções de paz e amor. Acredito que foi você que criou esta chuva forte só para
não sofrer de calor em nossa travessia do deserto do Sinai.
– Adoro chuva. O que você sabe sobre o Sinai?
338

– É uma península montanhosa e desértica do Egito entre os golfos de
Suez e de Acaba. É a terra da lua e das aguas turquesas da paz porque é esté-
ril e silenciosa como é a lua. A lua é tão bonita. O aumentar e diminuir sua
luz é tão bonito quanto um olhar doce teu. Sinai é a região que une 3 con-
tinentes, a África, Ásia e a Europa. Ao invés de haver aqui todos os povos da
terra, tem 2 miseráveis judeus que foram expulsos de suas terras.
– As terras de Canaã não são dos judeus, mas de toda a humanidade e de
Deus que as criou e a mantém viva com a sua luz e o seu amor. Tão grande
é o amor de Deus por Canaã, maior ainda é o meu amor por você.
– Teu amor por mim em relação ao meu em termos de grandeza pode
ser maior e belo que o amor de Deus por toda humanidade, plantas e ani-
mais, mas teu amor por mim em relação ao meu amor por você é como uma
pedra em relação a uma montanha. Altas são as montanhas, mais alto que
as montanhas é o amor que sinto por você em minha mente e meu coração.
– Teu amor por mim em relação ao meu é como o ódio e o amor, não há
comparações para ver quem é o maior e mais poderoso. Comparar teu amor
com o meu é como comparar o ferro com o ouro.
– O ouro é tão valioso para os humanos e os deuses dos humanos, mas
é sem valor se comparado ao meu amor com o teu como é sem valor o fer-
ro comparado com o ouro.
– A diferença do ouro para o meu amor por você é que o ouro só brilha
na presença da luz e meu amor por você brilha feliz na lua cheia e na es-
curidão como brilham as estrelas. Não importa se é dia ou é noite, de dia e
de noite minha mente e meucoração estão sempre te amando. Sabes que te
amo com amor e paixão mas não sei aonde estais me levando?
– Estou te levando para Bir Tahá, cidade litorânea da Península do sinais
situadasmargens do Golfo de Agaba. Lá tem mar e muito peixe para gente
comer antes de morrer.
– Em Bir Tahá mandarei você desenhar uma estrela na areia do mar para
refletir nela o brilho do sol, da lua e das estrelas para você ver como é belo e
brilhante o meu amor por você em meu coração.O que é aquilo?
339

– Não estou vendo direito por causa da chuva forte, mas parece ser o
templo de Sirapid El Jadem da época faraónica dedicada a deusa Hator.
– Quem essa deusa Hator?
– É a deusa que representa o recinto ou a casa de Hórus que personifica
os princípios do amor, beleza, musica, maternidade e alegria.
– E ao chegarmos em Bir Tahá e perguntarem de onde viemos, o que
diremos?
– Que viemos do deserto do Sinai em busca de melhores condições
de vida.
– Mentir? mas isto é contra nossas leis?
– Numa era obscura como esta em que vivemos, é melhor mentir do que
falar a verdade, pois falar a verdade num mundo em que todos adoram men-
tiras, deuses, reis e ilusões é ser sensato.
Ao chegarem ao templo de Sirapid El Jadem, Amorá disse aos sa-
cerdotes:
– Somos egípcios deixando o Sinai em direção aBir Tahá. Para orar para
deusa Hator para haver paz na terra e adquiri mantimentos para continuar-
mos nossa viagem.
– Entrem e vão ao templo. Após as orações obterão os mantimentos que
necessitampara continuar sua viagem.
Assim que entraram no templo, viram uma estátua de pedra da deusa
Hator e Amonrá disse a estátua:
– Querida deusa Hator, peço-te para trazer a paz e o fim das guerras en-
tre todos os povos. Esta é Alana, minha esposa a quem muito amo. Dai o
que te peço e mantém ela sempre me amando por toda eternidade obrigado.
– Querida deusa Hator, és a alma do Deus Horus, amor de Deus e ale-
gria do mundo. Não aguento mais ver tanta gente inocente sofrendo no
mundo por causa do ouro e da ambição dos reis e sacerdotes por poder. Por
favor, põe fim a isto e abençoa nosso amor que é todo teu e de Deus.
Assim que deixaram o templo de Sirapid El Jadem, eles rumaram pela
península do Sinai em direção aBir tahá. Enquanto caminhavam em direção
34 0

a Bir Tahá viram um pote de cerâmica no deserto. Dentro do pote de ce-
râmica havia alguns manuscritos enrolados. Herói desenrolou e leu para
seu amor:
– O dia é cheio de nuvens. A noite é cheia de estrelas. As flores são colo-
ridas e os animais são engraçados. Meu amor me deixou para viver com ou-
tro. Inconformado com a perda caminhei em direção ao deserto sem agua e
sem comida. Enquanto morria de sede, de fome e infelicidade ela sorria de
felicidade nos braços de outro. Se teu amor te ama, sorte a tua. Pois a mu-
lher que amo me odeia. Ela eu não quero mais, como não quero mais a mi-
nha paz, a minha felicidade e a minha vida. Feliz sou eu que estou perto de
morrer e me livrar de meu sofrer. Anseio a morte como meu amor anseia
seu novo marido. Feliz são os que não amam e nem odeiam, pois eles não
sofrem de alegria e nem de tristeza. Se tua mulher te traíres, não odeia ela
como eu odiei a minha, pois odiar a minha me fez me sentir o egípcio mais
infeliz da terra. Por causa das malditas guerras, matei muitos judeus e per-
di aquela que amo. Não posso mais viver sem ela. Estou muito fraco e quase
morrendo de fome e sede enquanto ela vive de sexo e prazer.
Herói falou a Alana:
– Eu entendi o que ele quis dizer.
– O que ele quis dizer?
– Que o amor dela por ele era falso e o dele por ela era verdadeiro. Para
ele, ela está nos braços de outro como Israel nos braços dos egípcios. Idiota
ele. Tem tantas mulheres lindas no mundo ele se matou de sede e fome por
uma mulher que não amava ele como ele a amava. Os humanos são assim,
se suas mulheres não os amam como eles a elas. Eles se matam por não ter
sido realizados os seus desejos. não vale a pena se matar por uma mulher que
não te ama e te trai. Se uma mulher te trair, perdoa ela, depois larga ela e ar-
ruma outra. Se você não for feliz com esta outra, larga ela como largou a ou-
tra e vive em paz contigo mesmo e Deus no fundo de teu coração.
– Bota idiota nisto. Ele está morto e ela não ta nem ai para ele se estar
morto ou vivo.
– Eu só faria o que este idiota fez sabe quando?
34 1

– Sei não. Quando?
– Quando você morrer.
– Eu também querido amor de minha vida cheia de alegria, pois não te-
nho pátria, mas tenho quem me ama de verdade que apesar de ser um gran-
de poeta é também um grande mentiroso.
– Mentir eu minto para Deus, para todos e mim mesmo, mas não min-
to em relação aos meus sentimentos por você que são os mais belos e puros
já criados por Deus. Quando digo que te amo quando estais comigo e cho-
ro quando estais longe de mim, eu digo a verdade quando digo que te amo
de verdade e isto é verdade. Eu te amo de verdade. Acredite em mim, pois
minto por causa da sobrevivência, pois se não posso sobreviver não poso te
amar e ser feliz em nenhum lugar. Minto para gente sobreviver neste mun-
do em que todos dão mais valor ao ouro que o sofrimento dos outros, e falo
a verdade porque quem ama não mente pois quem mente dizer amar sem
amar não ama, odeia e eu não odeio, você, nem eu, nem Deus e nem nada.
Graças a isto eu vivo em paz. Mas não teria esta paz e sabedoria se não tives-
se conhecido você nesta vida.
– Nesta vida contigo estou, nas minhas vidas passadas contigo estive e
em minhas vidas futuras sempre estarei contigo como Deus sempre esteve,
está e sempre estará com a gente.
– Um dia os homens riram de Deus e dirão que deus não existe e neste
dia o Messias dos profetas judeus virá a esta terra para nos salvar das injusti-
ças e maldade dos reis, dos nobres, sacerdotes e povos iludidos pela escuri-
dão do Deus ouro.
– De que vale tanto ouro se diante das dificuldades a vida e a dignidade
humana não tem nenhum valor diante daqueles que os governam? O de-
ver de todo governante é amar a Deus e proteger os filhos de Deus como o
pai protege os filhos, ou a árvore aos frutos e os leões os filhotes. Infelizmen-
te nossos reis, nobres e sacerdotes não protegem nem seu povo e o que dizer
então dos outros povos?
– Pior que ser enganado por seus governantes é ser enganado por sua
própria esposa. Que a alma deste infeliz que morreu por amor tenha paz
34 2

na outra vida e que você sempre permaneça comigo vida após vida. Já pas-
sei alguns dias longe de você. Sofri de agonia com você longe de mim e fe-
licidade quando estavas comigo. É a felicidade que sinto por está com você
que me faz sofrer de saudade quando não estais comigo. Não importa se te-
nho pátria ou não, em qualquer lugar em que eu esteja eu me sentirei fe-
liz pois você é para mim o que o ar é para o fogo e o que o amor de Deus é
para humanidade.
– Grande é o amor de deus, grande é o meu amor por você.
– É garota linda, eu não quero nunca mais viver longe de você e não te
ver todos os dias. Como adroga é fonte de felicidade para o drogado, você é
fonte de felicidade para mim e todo o universo. Universo mais feliz que este
que te conhece não há. Em toda a criação de deus, também coração mais
feliz e cheio de luz que o meu não há. A alma de Deus é o céu dos huma-
nos e você o meu céu onde vivo feliz com você na luz do amor de Deus.
– Na luz do amor Deus viverás como eu.
Assim que anoiteceu, encontram um oásis e ali descansaram enquanto
os judeus exilados em todas as partes da Ásia, da Europa e da Ásia oravam a
deus por paz e repudiavam o diabo. No oásis ele disse a ela:
– Estou vivendo em terras governadas por ladrões e assassinos. Não há
lugar mais belo e pior no universo para viver do que esta terra. Ainda assim
vivo feliz, pois estou ao lado de meu amor.
– Do mesmo lado sempre estará meu amor, seja vivo ou seja morto.
Após vários dias de caminhada pelo deserto do Sinai, o casal de almas
apaixonadas chegaram aBir Tahá. Em Bir Tahá Herói disse a Alana:
– Meu amor. Conseguimos chegar vivos a Bir Tahá.
– Espero que seja generosa conosco Bir Tahá como foi Israel e em Judá
antes dos assírios nos expulsarem de lá.
Assim que chegaram à Bir Tahá, um soldado egípcio lhe disse:
– Quem são vocês? De onde vieram? O que estão fazendo e querem
aqui? Que deus adoram?
34 3

– Eu sou Amonrá e esta é Alana, minha esposa e amada de meu cora-
ção. Viemos de Sirapid El Jadem. Estamos aqui em busca de um lugar me-
nos quente que a península do Sinai. Adoramos a deusa Hator.
– Sejam bem vindos aSirapid El Jadem, podem passar em paz.
Assim que chegaram ao litoral de Sirapidel Jadem, Herói disse a Alana:
– Estamos longe da terra de Canaã. Terra que Deus prometeu a Abraão,
mas não cumpriu coma promessa.
– O povo judeu vive preso a promessas e nós devemos ficar preso a ver-
dade e o amor de Deus.
– Conseguiu pegar um peixe. Hoje teremos um banquete no jantar.
Enquanto comiam peixe, o Herói dizia a sua amada:
– Graças a Deus agora temos o que comer todos os dias.
– Louvado seja o Deus de Israel que ama os judeus e todos os povos da
terra. Deslouvado seja o diabo que não existe em nenhum lugar. Louvado
seja você que fala hebraico e egípcio.
– Desde quanto eu era criança, eu ouvia uma voz me dizendo para
aprender a falar egípcio, agora entendo o que tais vozes queriam dizer. En-
quanto estamos aqui comendo peixe, muitos irmãos nossos judeus estão co-
mendo pão e água e vivendo como escravos.
– Já estamos a 52 anos vivendo no exílio. Este rei Assurbanipal, acredite,
será o último grande rei a governar o império assírio.
Em 626 A,C, Assurnabipal morre e lhe sucede o trono o seu filho e ago-
ra rei, mas seu irmão Assur-Etelli-Illani conseguiu ocupar o trono em Níni-
ve enquanto Sinsariscum ficou com suas tropas na região leste do país. Um
dos seu generais, o comandante da Babilónia Nabopolasar aproveitou a con-
fusão, traiu Sinsariscum e depois de duas vitórias com conquista de duas ci-
dades ele foi declarado rei de Babilónia. Em 580 A.C. O Herói e Alana mor-
reram na mesma noite de luz cheia e 3 dias depois, retornaram a terra e
renasceram na Babilônia, capital do império babilônico.
34 4

CAPITULO XIX
O REI NABUCODONOSOR II E O
CATIVEIRO DOS JUDEUS NA BABILÓNIA

E
m 538 A.C., os espíritos de Herói e Alana se encontra-
ram na cidade da Babilônia. De uma árvore perto do rio da Babilô-
nia, Babilon (Herói) ouviu Aina (Alana) cantando com uma vitro-
la na mão:
– Sião, ó Sião, amor de meu coração. Eu sinto tanta saudade de você.
Como um passarinho, eu era livre e podia voar em paz por todo o território
de Judá. Trazida amarrada com cordas como escrava eu fui trazida para cá
contra a minha vontade. Fui sequestrada quando era uma criança e como
criança fui trazida amarrada para cá. Aqui os babilônicos nos humilham pe-
dindo para nós canções alegres de Sião. Ó Sião, meu reino amado, sorrio
para todos, mas não sinto alegria alguma em meu coração. Deus, pai meu,
porque me abandonaste e fez de mim escrava dos babilônicos? Castigue-
-me como quiser senhor, pois sou uma pecadora e devido a meus pecados
não mereço ser digna de receber a felicidade e a paz em minha mente e co-
ração. Ó senhor dos deuses, de joelhos eu me prostro no chão e choro para
que olhes para meu coração e sinta compaixão do meu sofrimento pois não
aguento mais viver longe de Sião nesta terra estranha em que todos nos tra-
tam como se fossemos o cão. Nos dão água, comida, casa, mas não nos dão
respeito e nem paz. Injustas são as leis do diabo. Injustas são as leis dos babi-
lônicos. Tudo é muito belo aqui, mas aqui não me sinto feliz, mas me sinto
feliz em Sião. Sião eu te amo.
Neste momento enquanto Aina chorava e tocava sua vitrola, Babilon
saiu de trás da árvore cantando e lhe disse cantando enquanto ela tocava:
– Querida judia que canta bonito como um passarinho da Babilónia. És
merecedora do respeito e felicidade que tem direito. Nascestes para ser feliz
e não para ficar chorando entre as plantas. Como passarinho nasceste para
viver livre, voar e cantar em paz e não chorar enjaulada como enjaulada aqui
34 6

está. O diabo não existe, Deus não te abandonou. Não tenho asas, mas pos-
so te dar asas para voar em direção ao amor de Deus e a paz eterna. Deus
te ama, não te julga e nem te pune pois Deus é o amor, o amor te ama e eu
também.Não chora mais meu amor, Sião não está aqui mas eu estou.
Aina parou de tocar vitrola e perguntou:
– Quem é você?
– Eu sou o Babilon e você?
– Eu sou a Aina. Muito prazer em conhecê-la. Você canta bem.
– Você também.
– De onde és?
– Sou desta bela cidade da babilónia construida as custas do ouro rou-
bado de outros povos por seus reis ladrões e assassinos. É verdade tudo o que
cantaste?
– É. Fiz de meu sofrimento poesia, musica e arte.
– Lamento que meu povo tenha destruído sua nação e feito vocês escra-
vos amarrados como cavalos por seus donos. Se houvesse uma eleição para
tirar o nosso rei do poder, eu seria o primeiro a votar a favor.
– A humanidade fala vários tipos de idiomas, tem vários tipos de religi-
ões, moedas e costumes diferentes, no entanto a maneira de governar dos
reis por meio da mentira, violência e do medo é a mesma e isto é tão huma-
no e tão bárbaro.
– Sempre permanecerá entre a humanidade cercas que os separam umas
das outras, estas cercas são suas religiões, idiomas, mentiras, moedas, violên-
cia, ódio e medo. Por causa das guerras os corações e mentes dos homens e
das mulheres ardem com o fogo abrasador do ódio a Deus que enlouque-
ce a sua mente, faz perder a razão e o sentido do que é errado e certo, torto
ou direito. O direito é o rei das leis e as leis das religiões a sua rainha, juntos
eles governam um povo inteiro com milhares de habitantes. São as leis do
estado e das religiões que controlam a vontade e o comportamento do povo.
Se as leis são justas o povo fica justo uns com os outros. Se as leis são injus-
tas, o povo fica injusto uns com os outros. As leis justas são como o trigo e
34 7

as injustas são como o joio, e como o joio deve ser separado do trigo, as leis
injustas devem ser separadas das leis justas no direito dos reis idiotas fanta-
siados de Deus e se passando por Deus. Querem ter mais direitos que os ou-
tros. Pensam que estão acima da lei. Que são a lei para julgar e punir todo
mundo. Se estas guerras por ouro e terra continuar neste planeta este será o
final desta civilização humana. Posso ate ver no futuro eles construindo ar-
mas cada vez mais poderosas com capacidade de matar mais homens em
menos tempo fazendo de sua cultura girar em torno da guerra como a ter-
ra em torno do sol.
– Acabar com estas guerras na terra é a nossa missão neste planeta, se não
conseguirmos, eles se aniquilarão uns aos outros, nossa missão terminará e
podemos voltar para casa em paz. Sozinhos tentamos acabar com as guer-
ras na terra como dois passarinhos tentando secar o rio da Babilônia com os
seus bicos.
– Que bom que não és mau como os outros de tua cidade.
– Esta cidade não é minha, ela é de Deus que a criou, de todos os povos
roubados que contribuíram a força para construi-la e de toda a humanidade,
pois a humanidade é um pedaço de Deus dividido em milhões de pedaços.
– Que bom que tem alguém são aqui na Babilónia. Pensei que todos
eram insanos como o seu antigo rei Nabucodonosor. Que lugar é este que
não pode se adorar em paz o seu Deus? Teu rei praticou todos os tipos de
crimes que estão nos códigos de leis de todos os reinos da terra, pois o man-
dante também responde por quem comete o crime.
– É um criminoso e um pecador sem duvidas alguma o rei Nabucodo-
nosor, mas nem todos aqui na Babilônia vivem na escuridão da ignorância
e da ilusão como nosso ex rei e sua corte de nobres, sacerdotes e militares.
Aqui tem muita gente que ama a Deus, mas não da forma como vocês ju-
deus amam o seu Deus. O Deus de você é um só e o nosso Deus é vários
deuses porque vocês tinham um reino pequeno e nos temos um reino gran-
de. Dizem os antigos que um antigo mestre com sua amada este esteve aqui
na Babilónia falando de amor no meio da rua para todo mundo ouvir. Ele só
falava de amor para ela e muitos o ouviram dizendo que Deus era o amor, o
34 8

Deus da Babilônia, de Israel, do Egito e todo o universo. A Babilónia é a ci-
dade mais rica e cosmopolita de todo o mundo. Daqui vai e vem gente de
todos os lugares do mundo, alguns vem como mercadores, outros como vi-
sitantes e a ideia do Deus único dos judeus já chegou aqui há muito tempo.
Alguns de nós já despertou para a verdade e acordou do seu sonho de ilu-
sões que criou um pesadelo na terra toda por causa do Deus ouro. Perdoa
ele, pois ele vive como os demais que zombam e ofendem vocês com pala-
vras ásperas que desagradam o seu Deus e o meu.
– Quem é teu Deus?
– É o mesmo que o teu, o amor. Senhor dos senhores. Rei dos reis. Se-
nhor de toda a terra e o criador do universo.
– Grande é o universo, grande deveria ser também o amor de Deus em
seus corações para amarem a paz e esquecerem as guerras.
– Assim como os seres humanos de hoje rejeitam o que é podre, num
futuro bem próximo eles rejeitaram as guerras como alguém rejeitando um
peixe podre em decomposição cheio de moscas.
– A Babilônia parece um peixe podre no qual vivo dentro sem direito a
liberdade, sem direito a orar para o meu Deus Jeová, sem direitos a igual-
dade, crença religiosa, emprego, salário, enfim, direito a nada. Isso aqui é
uma prisão para nós. Só não me suicido porque tenho medo dos demónios
levarem minha alma para o inferno para o diabo me castigar com pau, pe-
dra, ferro e fogo.
– Não fica triste não. Seu rosto é mais bonito sorrindo. A tristeza não
combina com a sua beleza. Um dia depois de muitas vidas, os seres huma-
nos de hoje renasceram mais avançados em conhecimento devido as expe-
riências em suas vidas passadas. Quando isto acontecer, eles pararão de fa-
zer guerras e escravizar uns aos outros.
– Maldito seja teu rei.
– Não amaldiçoa teu inimigo, pois o Deus que tu amas, vive dentro do
coração dele sedento por sangue e morte de gente inocente. Esvazia o ódio
de tua mente. Não te deixa controlar pela raiva, pois ela irar te matar e te
afastar do teu eu superior que você tanta ama. Perdoa todos nós babilónios
34 9

pelas guerras que só tem levado a infelicidade a todos os povos da terra. O
ódio é como o fogo do inferno e ela está queimando e adoecendo tuas célu-
las com o seu poder destruidor e tal fogo do ódio é o que te impede de ser fe-
liz. Olhe ao seu redor. Não importa que você esteja aqui dentro ou fora da
Babilônia. Você sempre estará nesta prisão do planeta e o universo em que
vivemos. Desta prisão somos prisioneiros eternos até deixarmos o mal como
deixamos as lágrimas quando paramos de chorar. Não deixa tal fogo sugar
tuas energias, tua força, tua saúde, tua alegria e tua vida. Não vale a pena vi-
ver doente, fraco e triste por causa do fogo do ódio do inferno por que você
é luz amorosa de Deus e o ódio ele é trevas, é escravidão no inferno, é sofri-
mento eterno, é angustia, é agonia, é aflição e tudo o mais que não presta.
Tal impureza não combina com tua beleza e nem com tua verdadeira na-
tureza que é sempre alegre como Deus, é ela é um pedacinho da alma de
Deus como você e eu.
– Eu perdoo. Eu perdoo o rei Nabucodonosor. Eu perdoo por ele ter des-
truído o meu país, eu perdoo por ele ter mandado me trazer amarrada para
cá. Eu perdoo por ele ter escravizado todo o meu povo. Eu perdoo por terem
me feito odiar Deus que eu amo. Deus querido de meu coração,me perdoa
porque eu te amo. Me perdoa por que eu estava cega de ódio e na escuridão
da ignorância da ilusão que é Satã. Querido espírito me perdoa por ter enfra-
quecido sua luz. Querido corpo me perdoa por enfraquecido você e suas cé-
lulas. Células de meu corpo, eu as amo, eu as amo, amo tanto quanto amo a
mim mesmo e a Deus. Deus me perdoa, Deus me perdoa e não manda mi-
nha alma para o inferno.
– O inferno não existe e Deus não manda almas para lugares que não
existem porque ele não é tolo como os reis, os sacerdotes, os nobres, os mi-
litares e todos os povos da terra. Deus esta acima de todos como o céu esta
acima da terra. Deus é o amor e por ser o amor é também o perdão pois o
perdão tudo perdoa e se não perdoasse não seria Deus seria o diabo. Deus
te perdoa por você ter odiado ele enquanto estava na escuridão da maldita
e negativa raiva. Se ama, não se julga, não se puna, não se culpe, se ame, se
perdoe e não se prive de receber em seu coração e em sua mente o amor e
a felicidade de Deus.
350

– Me amas a ponto de ires embora daqui comigo para Israel?
– Eu iria com você a qualquer lugar deste planeta para ter você sempre
perto de mim.
– Tua família, teus amigos e teu povo jamais aceitariam em paz uma ju-
dia se casar com um babilónico.
– O casamento entre um homem e uma mulher simboliza a união de
duas nações, duas religiões, dois corações, dentro de uma mesma canção que
alegra a minha mentefaz os lábios sorrirem de felicidade.
– Ah, ah, ah, você e engraçado.
– E você fica ainda mais linda sorrindo assim de alegria pelo amor que
sente por Deus, por si mesma e por mim. Não se preocupe com eles, pois o
que Deus une como vocês judeus dizem nem o diabo separa. Seja bem vin-
da ao meu coração.
– Obrigada, pois não há lugar melhor para está do que a morada do se-
nhor Jeová.
No palácio o rei Nabucodonososr foi informado que um grande exér-
cito com milhares de homens bem armados e montados a cavalo se aproxi-
mava da cidade da Babilônia. Imediatamente ele mandou reunir um gran-
de exercito para interceptar o inimigo. Assim que seu general saiu, entrou na
sala do rei, juiz os profetas Jeremias, Ezequiel e Daniel. Jeremias disse ao rei:
– O que se passa contigo, ó rei, que estás tão pálido como um fantasma?
– Um exército do Império Persa do rei Ciro está vindo para a Babilónia.
– Nós te avisamos que manter os escolhidos de Deus como escravos,
Deus iria mandar alguém para nos libertar. Liberte-nos e mande nós lutar
contra eles que eles retornarão ao seu reino.
– Você sempre se aproveita de ocasiões como estas para fazer suas pro-
postas de libertação de seu povo.
Disse Ezequiel ao rei:
– Não viemos aqui para te julgar e nem te punir, viemos apenas pedir
pelo amor de Deus que nos deixe partir de volta a Judá e Israel, pois meu
povo esta morrendo de tristeza com saudades de lá.
351

– Num momento de crise como este em que estou a ponto de perder o
meu reino, você me vem com a esta historia de novo de libertação e sauda-
de de Israel ? Me poupe né ? E você Daniel o que quer desta vez?
– Quero que fique em paz e que nos perdoe por incomodá-lo. Vamos ir-
mãos. O rei esta muito ocupado com o seu trabalho e não tem tempo para
nós para ouvir sobre Deus e se tornar mais sábio.
– Como peixe podre, ele rejeita nossa sabedoria. Que insulto. Como
pode Deus ter feito um homem assim ?
– Perdoa ele irmão e comemora, pois a liberdade esta próxima. Não pre-
cisamos mais lutar por melhores condições de vida e igualdade perante as
leis deste povo que adora tantos deuses diferentes.
– Vamos orar a Deus para o exército de Ciro vencer o exercito babilôni-
co para nos salvar e nos libertar desta prisão, pois já não aguento mais sofrer
de saudade de Israel.
– É melhor não orarmos para que um ganhe e outro perca, pois ao orar-
mos para isto estamos orando paradestruição de nosso próprio povo. Deixai
na mão de Deus que ele sabe o que faz. Tendes fé em Deus como Davi teve
ao vencer o Golias.
Enquanto conversavam os profetas entre si, Babilon deu uma flor a Aina
e lhe disse:
– Eu te amo.
– Aceito teu amor e te dou o meu. Mas sexo só depois do casamento e
casamento só se fores morar comigo em Israel.
– Teu povo me trataria como tratam os meus ao teu. Certamente me
apedrejariam até a morte.
– Lá vão os soldados de teu rei indo para a batalha.
– Guerra é coisa seria, mas para estes palhaços fantasiados de soldados,
pensam que guerra é uma brincadeira de viver e morrer.
– Brincadeira mortal, não é?
– É.
352

– Tal mortal quanto enganar uma mulher com falsas promessa apenas
para obter de graça sexo grátis. Deus ama os judeus e mandou um exercito
nos libertar do seu rei.
– Ele não é o meu rei. O meu rei é Deus, é o amor. O Nabucodonosor
é apenas um palhaço fantasiado de rei que pensa que é Deus e que o mun-
do lhe pertence. Ele tem direito de declarar a guerra, mas não deveria ter tal
direito. Ninguém tem o direito de tirar a vida de ninguém, nem Deus, nem
deuses, nem diabos, nem demónios, nem reis, nem sacerdotes, nobres, mi-
litares ou qualquer outro do povo. É pesada e negativa a atmosfera da Meso-
potâmia por causa do ódio e do medo que os povos que vivem nela sentem
entre si. Tal ódio já está tão profundamente enraizado que passa de pai para
filho a cada geração. O ódio um ao outro neste planeta é sucessório e here-
ditário como é a coroa e o cetro de ouro dos reis. Tal como os reis da terra,
os deuses dos reis tem coroas de ouro em suas cabeças.
– Se estou certa ou não acerca de Deus e do cão eu não sei, mas uma
coisa eu sei, quando o Messias vier ele nos ensinará a verdade e todos sabe-
rão quem está certo ou errado.
– Como ele virá?
– Virá do céu montado em um cavalo alado com milhares de anjos lhe
seguindo com espadas de fogo para destruir toda a maldade e ódio dos cora-
ções e mentes dos seres humanos.
– Como ele fará isto?
– Isto não sei, pois profeta não sou. Talvez os profetas Ezequiel, Daniel
e Jeremias saibam, lá vem eles ali. Profetas. Profetas. Profetas. Venham aqui
por favor.
– Pois não, senhorita.
– Como pode ver, esta estrela em meu peito significa que meu coração
brilha de amor por Deus. Este aqui é o meu amor. Eu sou judia e ele é ba-
bilónico.
– Que a união de vocês dois traga paz a toda Mesopotâmia e ao mundo
inteiro. Mas o que querem de mim?
353

– Meu marido quer saber como será a vinda do Messias.
– Ele virá como um rei Davi que com asua espada flamejante de fogo
destruirá toda a escuridão e maldade deste planeta e instaurará nele o reino
de Deus em que todos viverão em paz uns com os outros como amigos, ir-
mãos, pais, filhos e mães.
– Obrigada, profeta.
– De nada minha filha. que Deus abençoe você e seu amor com a paz
divina e o amor de deus.
– Obrigada pelas bênçãos profeta, que Deus ilumine-o ainda mais com
os raios flamejantes da luz da sabedoria e lhe faça feliz todos os dias de
sua vida.
Assim que os profetas se foram. Ela disse a ele:
– Viu só, seu rei e seu povo os escravizou e ao invés de odiá-lo e tentar
matá-lo com pedras, eles te abençoaram. Te abençoartambém farão meu
povo contigo em Israel.
– Se o Messias virá como um guerreiro com o rei Davi, é assassino que
espera teu povo para libertar o mundo das trevas como os persas libertando
os judeus da Babilônia. E se ele vier como alguém de paz e amor?
– Aí o considerarã um impostor, não o ouvirão e nem lhes seguirão. Pois
o que os judeus querem é sangue e vingança, pois estão como estava com
ódio dos babilónicos o meu coração. Jamais imaginei que na prisão e en-
contraria a liberdade do ódio que roubava minha força, minha alegria, meu
amor por Deus e por mim própria. O ódio eclipsa a mente e o coração do ser
humano como a lua eclipsa o sol. O coração do ser humano é como o sol e
a mente do ser humano é como a lua e a ilusão em forma de ódio é como a
ilusão da lua sobre o sol.
– Minha ilusão se dissipou como a lua saindo da frente do sol. Agora amo
Jeová de novo, a mim mesma e aos outros. Deus. Amor e senhor de todos e
do ouro. Sei que me ouves, mas não sei se atende minhas suplicas. Eu te su-
plico em nome de tudo o que é sagrado que não permita que os soldados per-
sas e babilónicos se matem como se mataram os israelitas e os babilónicos.
354

Por favor, manda logo o Messias, pois não aguento mais sentir tanta tristeza
em meu coração por causa destas malditas guerras por ouro, comida e ter-
ras. Não importa quantas vidas eu viva com meu amor no futuro, eu só se-
rei feliz completamente quando não houver mais guerras no planeta terra
por causa de nada.
– Deus. Senhor da guerra e das vitorias nos campos de batalha em nome
do direito e da justiça. Sei que não vais intervir na batalha pois ama os exér-
citos que estão indo morrer a mando de outros. Sei que não vais intervir por-
que não é o juiz que intervém, julga, pune, concilia, explica, suscita, favore-
ce, desfavorece, as partes processuais do processo de decisão da supremacia
do poder judiciário do estado etc. pois se fosse, ele interviria em todos os
conflitos como todo pai que ama seus filhos intervém quando brigam. Acre-
dito que as vezes tenta impedir que as guerras não acontecem, mas os co-
rações e mentes dos seres humanos possuídos pelo fogo do ódio do inferno
dos judeus, não pode ter ver e nem te ouvir. Não sei o que se passa em sua
cabeça, pois você é Deus e eu sou apenas uma invenção da sua cabeça. Eu
sei que não existo. Que sou só ilusão da sua mente que vive ligada e desli-
gada quando acorda e quando dorme. Meu mundo não é diferente do teu.
Assim como o mundo em que estais não é diferente do mundo onde estais.
Não tens começo e nem final, mas as guerras na terra tiveram um começo
e já está na hora de ter um fim. Então por favor ó senhor, manda o Messias
para criar um só país na terra, com uma só moeda, uma só religião, uma só
língua, uma só nação, um só povo, uma só cultura, um só Deus, onde to-
dos saibam ler e escrever e tenham muito o que comer. Num mundo sem
fronteiras onde todos possam adorar seus deuses sem discriminação e pre-
conceito, sem ódio, sem medo e sem tristeza. Num reino onde Deus e suas
leis sagradas que deu a Moisés reina absolutos sobre toda a terra. Ó bondo-
so e amoroso Deus amor conhecido de poucos, dai-me por favor o que meu
amor te pedes e farei do senhor o rei que teve todas as suas terras que criou
com amor roubadas pelos seres humanos. Senhor dos humanos, esta é a
era do ferro maldita da qual odeio. Que é estúpida e indecente. Uma praga.
Uma desgraça. Uma maldição. Queria eu ter o poder do Messias para aca-
bar com tudo isto. Quem promete coisas para os outros e não cumpre são os
355

reis e seus ministros (políticos). Deus não é o rei para prometer algo e não
cumprir. Se o amor promete te amar, ele te ama, mesmo que você o odeie.
Se Deus promete algo, ele cumpre. O que Deus prometeu a Abraão não se
cumpriu porque não foi deus quem prometeu Canaã a Abraão, mas os escri-
bas de teu povo que não são profetas, mas escritores. Escritores tem o poder
de criar belas historias, mas não tem o poder de prever como será o futuro,
pois do futuro só Deus sabe. Como uma obra escrita por um ser humano, as-
sim também é a obra de Deus em que vivemos. A gente vive na arte e Deus
na realidade. A gente vive na escuridão e Deus vive na luz. A luz é o cami-
nho divino da salvação do Karma. A luz é Deus. A luz é o amor. O amor, a
luz e Deus estes são caminhos que levam a paz, o amor e a felicidade como
a península do Sinai egípcio que leva a Europa, a África e Ásia.
– Deixa Deus em paz e me dar um pouco de atenção.
– Perdão meu amor. Suplico teu perdão como suplico a paz entre os
exércitos no campo de batalha.
– Eu te perdoo. Também perdoo a Deus por não me ouvir e não me obe-
decer. Ainda bem que você é diferente dele e me obedece.
– Como o soldado disciplinado no campo de batalha obedecendo ordens
do seu general ou como um general obedecendo ao rei assim te obedecerei
sem questionar se esta certo ou errado em todos os momentos de dificulda-
des. Leal como é o cão ao seu dono, leal serei eu a você dona de minha vida
e de meu coração.
– Meu coração anseia por liberdade, também anseia por seu amor.
– Meu amor já tens como tens o de Deus.
– Sabendo que é verdade o que dizes, mesmo estando presa, me sinto
como estivesse livre. Sinto muito por seu povo esta em perigo. Espero que
não haja a guerra e seu rei nos liberte para terra sagrada que é digna de abri-
gar um coração tão bom e tão cheio de amor como o teu.
– A batalha já começou. Daqui posso ver os exércitos se matando um ao
outro sem piedade ou compaixão. Posso ver entre eles as chamas do inferno
e o diabo de vocês dançando entre eles.
356

– Para de gozação. Os exércitos se encontraram e estão bebendo vinho
e conversando sobre o Messias.
– Se dois exércitos grandes como estes se unissem, poderiam criar um
reino único na terra em que reina a paz eterna.
Após a batalha, Ciro escraviza os babilônicos e manda os israelitas ou
hebreu ou cananeus de volta a Canaã onde fica os reinos destruídos e em
ruínas de Israel e Judá. Enquanto caminhavam pelo deserto, Aina disse a
Babilon:
– Graças a Deus estamos livres do cativeiro. Obrigada Deus pois eu não
aguentava mais sofrer de tanta saudade de Sião.
– Adeus querida Babilônia, a gente se ver numa próxima encarnação.
Assim que anoiteceu, o grupo parou para descansar e comer carneiro.
Enquanto comiam, ouviam o mais velho do grupo dizer a outros judeus:
– Nabudonosor era um grande pecador, mas Deus o perdoou por suas
maldades contra o nosso povo. Como Deus perdoou a Nabucodonosor eu
também o perdoo. Aonde que tua alma vá, que Deus te abençoe e te livre
dos teus pecados. O coitado do velho rei morreu louco após mandar queimar
vivos alguns judeus porque não queriam adorar o deus Marduck da Babiló-
nia. Perdoai-vos a todos pois viviam na companhia do diabo. Foi ele quem
libertou o reino da assíria e destruiu Ninive. Foi o mais poderoso rei da babi-
lónia e também o mais ambicioso. Era casado com a filha do rei dos medas,
ou melhor, merdas. Perdão senhor, saiu sem querer. Ele foi o rei que con-
quistou e destruiu Israel levando todo o seu povo acorrentado e amarrado
em cordas para trabalhar de graça como escravos para a Babilônia aumen-
tar seu império de horror. Ele construiu muitos canais, aquedutos e reserva-
tórios, mas esqueceu de construir na Babilônia o que Deus quer para ela e
todas as cidades do mundo que é a paz e amor na terra. Perdoai vossos algo-
zes, esqueçam o que passaram pois graças a Deus o pesadelo acabou. Nos-
so sonho de voltar a Israel finalmente se concretizará. Estamos livres. Viva
a Deus meus irmãos, viva.
Ao chegarem a Israel, viram Jerusalém e o templo da aliança em com-
pleta ruína. Imediatamente como formigueiros que refazem suas casas após
357

deteriorada pela tromba de um tamanduá, ele começaram a reconstruir as
cidades do reino de Jerusalém e Judá. Assim que anoiteceu, ele disse a ela:
– Nossa pequena casa já está pronta para nos proteger dos raios do sol e
da chuva.
– Temos muito mais do que precisamos para vivermos feliz e em paz.
Nossa pequena casinha não parece um palácio, mas nela mora um rei que
governa o meu coração, meus sentimentos e minha alma em direção a liber-
dade, ao amor de Deus e a felicidade.
Enquanto conversavam sobre a casa, viram alguns soldados israelitas
correndo e prendendo um ladrão. O soldado deu um soco na cara do la-
drão e lhe disse:
– Ladrão vagabundo. Teu povo passando necessidades e tu roubando a
comida deles.
– Desculpa seu soldado, mas nosso rei não nos dar comida e nem em-
prego de graça, então sou obrigado a roubar, mesmo contra minha vontade
e sabendo que isto é errado. Por favor não me puna mais por causa de 2 pães
e um peixe morto. Onde está o Deus em seu interior?
– O Satanás veio ao mundo para roubar, destruir e matar e como és
como ele, como ele mereces morrer.
– Pare. Não machuque o rapaz. Ele roubou por necessidade. Não há pe-
cado em roubar para sobreviver.
– Quem é você?
– Não sou alguém tão importante quanto o vosso rei, mas acredite, en-
tendo de direito, justiça, leis e Deus mais do que ele.
– O que você quer?
– Quero que não mate o rapaz e me ouça.
– Estou lhe ouvindo, diga.
– Leve-o a seu rei. Prendam na prisão para aprender a lição que em Isra-
el é preferível morrer de fome do que roubar um pedaço de pão. A vida hu-
mana meu amigo, vale mais para Deus do que dois pães de trigo e um peixe
358

morto. Não é justo matar um homem porque roubou um peixe e dois pães.
És pago pelo rei para zelar pela justiça e não para cometer injustiças.
– Não estou cometendo injustiça alguma, pois as leis do povo Hebreu
que é a lei de Deus, diz que quem roubou em Israel, morre ferido de ferro.
– Vocês não são maribondos rei para dar ferroadas em todo mundo e
nem Israel é uma colmeia de maribondos. Somos seres humanos, ser huma-
no significa ser bom, ser prudente, sensato, bondoso, piedoso e justo. As leis
dos antigos judeus que seguimos até hoje não são justas. Seria justo que ali-
mentassem o rapaz e o empregassem para limpar o lixo de Israel, construir
estradas, construir buracos, fazer canais, aquedutos em troca de sua liberda-
de. Assim ele aprenderia a não roubar mais e toda Israel ficaria limpa de bos-
ta de cavalos, bois, cabras, bodes, cachorros, gatos etc.
– Te levanta dai limpador de bosta.
– Senhor. Muito obrigado por me livrar da morte por espancamento.
Que Deus abençoe o senhor e toda a sua família.
– Deixa de conversa fiada seu vagabundo e anda logo antes que eu cor-
te tua língua com minha espada e dê para os cães comer. Anda vagabundo.
Anda logo.
– As leis de seu povo são muito violentas com os criminosos. Não sabem
vocês que os criminosos guardam Deus dentro dos corações dele ? O que fiz
com este rapaz que estava na iminência de morrer de pancada dos soldados,
era o que vosso rei deveria fazer para dar uma lição nos criminosos e eco-
nomizar dinheiro. É muito caro manter prisioneiros em prisões e tem gen-
te que se dar bem com isto.
– Quem são?
– Os que vendem comida, roupas, remédios e armas para os prisioneiros,
para as prisões e para os soldados;
– Os nobres?
– Sim. Eles mesmos. Querem sempre guerras para venderem mais as
suas mercadorias ao governo.
359

– Nossa religião não crê em vida após a morte, mas na ressurreição do
corpo, como os egípcios. Na nossa religião Deus e o céu estão num lugar
muito distante e que o universo é o inferno. Não crer que Deus esteja nos co-
rações de todos, mas no céu julgando todos por seus pecados na terra.
– Perdão pela sinceridade, mas vossa religião, assim como a de meu
povo, é religião no modo da escuridão que não ensinam a verdade aos ho-
mens sobre Deus, mas a mentira e seu povo tolo e analfabeto acreditam ce-
gamente nelas. Esta era de ferro em que vivemos, é uma era decaída na es-
curidão, é a de touro, a era da discórdia, da violência, da ignorância, a era da
maldade, a era da má administração, a era das guerras, desavenças, corrup-
ção, idolatria, do medo, do ódio, da inveja, do ciume, da ambição, do egoís-
mo, da intolerância, da impaciência, das bruxarias e das mentiras.
– Uma nova era está a começar com a chegada do Messias. O Messias
é o filho de Deus.
– Deus não tem só um filho. Eu sou filho de Deus e você também.
– Deus só tem um filho no reino do céu e o Messias é o seu único filho.
Deus não cumpriu o que prometeu a Abraão, mas cumprirá sobre a promes-
sa sobre a chegada do Messias.
– Porque muitas promessas não foram cumpridas por Deus, seu povo
acha tolamente que deus os abandonou e se voltou contra vocês. As profe-
cias de teu povo se realizaram. Vocês Judeus é que não viram. A história do
Génesis por exemplo, foi escrita antes de teu povo ser expulso de Israel e
Judá pelos assírios e babilônicos. No gênese diz que Deus furioso por causa
de uma maçã expulsou Adão e Eva do paraíso e expulsos eles foram por um
anjo do senhor que segurava uma espada de fogo na mão. Seu povo foi ex-
pulso de Israel em chamas pelo rei da Babilônia que queria ser Deus. Isra-
el é o paraíso, Adão e Eva é o povo judeus, Deus é a Babilônia, a serpente é
o rei e a maçã é a rainha. Adão e Eva com ódio nas suas mentes e corações
criaram Abel e Caim e lhe disseram a verdade sobre Deus e o que Deus lhes
fizera. Abel então com ódio de Deus, matou Caim onde Deus vivia em seu
coração. A história de Noé e o dilúvio significaria a destruição de Israel em
fogo e as mulheres de Israel chorando por 40 dias e 40 noites. A história do
360

povo de Moisés como escravos no Egito, a dos judeus na Babilônia e todas
as outras histórias do velho testamento foram profecias que realmente acon-
teceram. A criação do diabo foi para se referir as mentes dos seres humanos
que vivem na escuridão odiando Deus, a si mesmo e aos outros. Pessoas cuja
mentalidade é igual a daquele soldado israelita batendo no ladrão por cau-
sa de um peixe morto e dois pães em decomposição.
Dez anos depois, o filho de Babilon e Aina perguntou a seu pai:
– Quem é Deus papai?
– É o amor meu filho.
– O que acontece quando a gente ora a Deus por paz na terra papai?
– Se a oração foi feita com amor, com sinceridade, com respeito e pure-
za no coração, Deus ouve e manda a paz para onde haja guerra como man-
da agua para apagar o fogo.
No ano 500 A,C. As almas de Babilon e Aina deixaram o reino de Judá
e 3 dias depois, renasceram na Grécia.
361

CAPITULO XXI
O FILOSOFO SÓCRATESE A
DEMOCRACIA ATENIENSE

E
m 470 A.C., na cidade estado de Atenas, um jovem gre-
go chamado Greg (Babilon) tocava harpa enquanto olhava para a
deusa Atena de pedra a sua frente. Neste momento, passou uma jo-
vem grega chamada Eternia (Aina) com uma rosa na mão para oferecer a
deusa Atena. Ele disse cantando e tocando harpa a ela:
– Eu estava olhando para a Deusa Atena e ela me disse que a mulher
mais bela da Grécia e da terra passaria por mim a pé portando em sua mão
uma rosa e em seu coração o meu amor por ela.
Ela jogou a rosa nele e lhe disse:
– Da próxima vez será uma pedra. por que toda vez que eu venho ofere-
cer flores a Deusa Atena você me canta?
– Para conquistar o seu coração com minhas poesias e ganhar um bei-
jo seu, mas como não ganhei um beijo seu, aceito esta bela rosa cheia de es-
pinhos como se fosse um beijo seu. Vou guarda-la para quando eu morrer,
para meu corpo ser enterrado junto com ela e queimar contente com o amor
que sinto por você em meu coração e minha mente quando eu for cremado.
– Me devolve a rosa.
– Só se me der um beijo na boca.
– Eu vou te dar é uma pedrada para você beijar. Me devolve a minha
rosa agora.
– Calma. Calma meu amor. Largue a pedra e pegue a sua rosa.
– Espero que a deusa Atena não me castigue por eu oferecer uma rosa
enviada com ódio para você. Ai droga. Me furei. E a culpa foi toda sua. Eu
devia te matar com esta pedra e oferecer o teu sangue e teus ossos para os
deuses acabar com as guerras neste planeta de uma só vez. Mas vou ofere-
cer só o do meu dedo.
364

– Os deuses não nos castigam por nossos erros, nós é que nos castigando
com medo pensando que eles irão nos punir com dor. Os deuses não acei-
tam sangue humano como oferenda para realizar desejos e curar doentes.
– Vou oferecer só a flor seu idiota.
– Por que você é tão violenta com tuas palavras? Não consegues ver que
tais palavras não combinam com tua beleza, caráter e personalidade? Não
sabe que lesão moral e ameaça de morte é crime? Só não vou mandar lhe
prender porque eu amo você.
– Quem vai acreditar em você? Não tem testemunhas aqui.
– Pode não ter testemunhas humanas, mas as árvores, a Deus Atena, o
céu e Zeus são testemunhas do quanto é grande e verdadeiro o meu amor
por você.
– Por favor para de me cantar com suas cantadas baratas.
– Por que?
– Porque ela agrada aos deuses, os meus sentidos, a minha mente e o
meu coração. Porque não quero ficar pensando em você o dia inteiro e nem
sonhar com você.
– Mas por que não?
– Porque eu tenho medo de me envolver e sofrer de amor e saudade.
– Você me ama não é?
– É.
– Te amando corro o mesmo perigo de sofrer de amor e saudade e não
tenho medo disto.
– Tenho medo te amar, ter filhos com você e os espartanos ou os persas
te matarem e eu morrer de saudade.
– Não tenha medo meu amor. Eu não vou machucar você e os esparta-
nos e os persas não me matarão. Pense positivo e teus medos te abandona-
rão. Deixe-me abraçar você. Me beija.
– Promete que vai cuidar bem de mim?
– Prometo.
365

– Minha raiva passou. Agora pode me beijar.
– Adorei seu beijo. Tem gosto de felicidade.
– Vim aqui ao Pártenon para oferecer uma flor a deusa Atena para ha-
ver paz na terra e em troca ela me deu a paz, o amor e a felicidade ao meu
coração. Venha. Vamos oferecer a rosa para a deusa Atena e ver o sol se pon-
do no mar.
Enquanto olhavam o sol se pondo no mar, Greg disse a Eternia:
– A construção do Pártenon teve início após a Batalha de Maratona com
o Império Persa por volta de 490 A.C. em 498 A.C. O Pártenon foi constru-
ído pelos atenienses e em 480 A.C. foi destruído pelos persas.
– Qual foi a causa desta guerra entre nós e os persas ?
– A região da Jônia era uma região colonizada por nós gregos, mas os la-
drões persas a conquistaram. As colônias gregas com a liderança de Mileto
e Atenas lutaram com os persas para recuperar a Jônia, mas em vão. Então
eclodiram nelas varias revoltas que enfureceram o imperador Dario I que de-
clarou guerra (médicas) contra a Grécia. Nesta guerra está em jogo o con-
trole do comércio marítimo na região.
– A Pérsia fica na Ásia e Atenas na Europa. Como então o exército de
Dario I chegou a Atenas?
– Construíram uma ponte feita de barcos no estreito de Bósforo entre o
Mar Negro e o Mar Mediterrâneo.
– Por que se chamou a batalha de Maratona?
– Porque um ateniense percorreu correndo por dois dias, 40 kilômetros
de Atenas para pedir ajuda a Esparta.
– O que este Dario pretende?
– Conquistar o mundo inteiro.
– Ele já não tem um império que vai da índia ao Egito?
– Tem, mas como seu sucessor, Ciro, é também ambicioso e não se con-
tenta com pouco.
– O que significa Pártenon?
366

– Quarto de mulher solteira, templo da deusa virgem ou melhor, tem-
plo de Atena ou Minerva.
– Aqui do alto deste monte, os atenienses oferecem a Deusa da justiça,
da sabedoria, da guerra, da arte pedaços de animais mortos para obter sua
proteção contra os persas e outros invasores.
– Os gregos não se contentam em comer carne crua como seus antepas-
sados que viviam no tempo da pedra lascada, o que dizer então de seus deu-
ses que são ainda mais poderosos e exigentes que eles ? Deveriam era ofere-
cer um banquete com muita carne assada, frutos e vinho para todos aqueles
que vivem com fome na pobreza e na escravidão. Atena ficaria feliz com isto,
pois ela é a deusa da sabedoria.
– Temos oferecidos animais mortos em sacrifício a deusa da sabedoria e
da justiça para que envie desgraças aos nossos inimigos nos campos de bata-
lha. Se Atena é sábia e justa, ela não aceita animais mortos, pois não é jus-
to matar animais, pois Deus lhes deu a vida para ser vivida e não para ser co-
mida. Por ter sido criado por Zeus a vida é divina e por ser divina, merece
ser amada e não odiada. Ninguém mata por amor, mata por ódio, por ne-
cessidade, por ciúme, por inveja, por ambição, por poder, por ouro, por co-
mida, por água, por terras, preconceito, egoísmo, mas nunca por amor. Os
seres humanos matam os animais porque não tem amor por eles. Não tem
amor por eles, porque não podem ver Deus brilhando no fundo dos seus co-
rações. Devido à esta cegueira, o ódio a Deus, que é uma energia muito ne-
gativa e nociva, impera sobre todos os cegos deste planeta em ascensão. Em
meio a tal império de horror, é difícil dizer quem morre mais, se são os seres
humanos ou seres animais. De tanto matarem e comer animais, os homens
se tornaram animais. Toda esta violência na terra entre os seres humanos, é
por causa da matança de animais. Sei que Zeus perdoa tudo o que fazemos
de errado com os seres humanos e os animais, mas o Deus Karma não per-
doa nem mesmo os erros de Deus e dos deuses. Os deuses criados pelos se-
res humanos são maus, mas os deuses criados por Deus, são bons. Quanto
mais oferecem sangue de animais aos deuses como escudo contra as bruxa-
rias de outros deuses, sem escudo, sem proteção e na escuridão os soldados
367

não podem ver os inimigos que o cercam por todos os lados. Nossos piores
inimigos não são os que estão nas fronteiras, mas os que estão dentro de nos-
sas cabeças e corações que são a cobiça, a ira e a luxúria. Cobertas as mentes
e os corações dos seres humanos de cobiça, luxúria e ira como o fogo por fu-
maça fedorenta e asfixiante, eles se tornam maus e não amam a si mesmos,
aos demais, as árvores e aos animais.
– Faz sentido o que dizes, pois quando o ser humano cobiça o que per-
tence a Deus, surge na mente dele a escuridão e na escuridão desejos luxu-
riosos infinitos como estrelas no céu aparecem e quando tais desejos luxurio-
sos não são realizados eles se transformam em ira e a ira transforma o amor
de Deus em ódio como o fogo converte o carvão em cinzas. Da mesma for-
ma, o espírito da democracia converterá todas as práticas pagãs e irreligiosas
prestadas pelos atenienses aos deuses da Grécia e dos outros povos.
– Foram os persas que conquistaram a invencível Babilônia do rei Nabu-
codonosor e libertaram os judeus do cativeiro. Os judeus dizem que o Deus
deles, Jeová é maior do que Zeus.
– Existe um Deus que é maior que o Deus dos judeus e dos gregos.
– Que Deus é este?
– É o Deus amor, o senhor dos senhores, o rei dos reis, o imperador dos
imperadores e dos deuses criados pelos seres humanos. Muitos impérios vi-
vem sendo criados e destruídos na Europa, na África e na Ásia por causa de
bruxaria e magia negra. Todos os reis e imperadores que viveram neste pla-
neta deixaram suas marcas, mas não deixaram saudades. Adoravam oferecer
animais mortos aos seus deuses em troca da destruição de seus inimigos e o
mal que desejaram aos seus inimigos se voltaram contra eles que foram des-
truídos e esquecidos da lembrança de seus povos. O Deus Karma é mal e se
desejas algum mal a Deus que é tudo o que se pode ver e sonhar, o Karma
manda o feitiço de volta para quem mandou. O Deus Karma é mal e bom,
ele ama e odeia Deus e é por amor e ódio que ele nos pune toda vez que er-
ramos para nos ensinar a respeitar e dar valor a vida que temos, as vidas dos
outros e do criador.
368

– Do Deus amor veio muitos deuses que não podemos ver, mas pode-
mos sentir como a paz, a alegria, a felicidade, a satisfação, o contentamento,
a harmonia, o equilíbrio e somente amando tais deuses, todos os atenienses
e humanos no planeta se tornarão sábios iluminados que amam sem falsida-
de até mesmo aqueles que os odeiam. Ao invés da humanidade amar o Deus
amor e os deuses criados por ele, amam o Deus das doenças, das pragas, das
bruxaria, das desgraças, do ódio, do medo, da inveja, da ambição, do egoís-
mo, da insensatez e da estupidez.
– Mal criamos a democracia e os cegos e loucos por guerras já querem
destrui-la para impedir que como o Deus único dos judeus se espalhe e li-
berte por todos os reinos da terra os seres humanos da escravidão dos reis e
do ódio a Deus.
– Tal como o Deus único dos judeus, os babilónicos tentaram destrui-
-lo e foram destrui-los, da mesma forma, nossa verdade como a dos judeus
triunfará e o império Persa será destruído como foi destruído o reino da Ba-
bilônia e de Israel.
– O Dario quer conquistar o mundo inteiro para acabar com as guerras
na terra através da guerra?
– Quer. Ele não pode ver o que sentirão os povos conquistados do gran-
de império na terra do rei Dario I. Como os judeus que impuseram a força
a crença no único Deus a todos os seus vizinhos, Dario quer impor a força o
seu governo e leis sobre a terra. Essa maneira de resolver tudo na violência
é uma maneira muito antiga e hostil de fazer política e guerra. Mesmo que
ele consiga conquistar o mundo inteiro, ele terá um povo que odiará a ele
e sua família para sempre e um povo que vive com ódio e medo não conse-
gue sentir paz e concentrar a mente para entender o que escreve e o que ler.
Sem escrever e sem ler, nenhum cidadão conseguirá desenvolver sua cons-
ciência além de si mesmo e se relacionar bem com os demais. Sem educa-
ção, uma nação não passa de uma nação de chacais que matam sem compai-
xão e piedade. Ele tem medo da democracia se espalhar por seu governo e o
povo o tirar do poder e colocar outro escolhido por eles. Nossa democracia
é uma ameaça não só para os persas mas para todas as monarquias da terra.
369

– A paz na terra depende das mudanças das leis, pois enquanto houver
escravidão e pena de morte em todos os códigos de leis dos impérios, tais leis,
justas nunca serão. Mudamos a forma de governo de monarquia para repú-
blica, mas a forma de governar o povo por meio do ódio e do medo a Deus
continua a mesma. O Deus que protege, julga e pune os atenienses é uma
estátua gigante de pedra esculpida e criada por seres humanos. Em Atenas
cada ateniense tem um escravo. Todo cidadão humano tem direito a liber-
dade e igualdade entre as leis, no entanto os escravos não tem os mesmos di-
reitos que eu e você. A república nasceu, mas ainda não amadureceu pois
quem continua governando são a mesma oligarquia de eupátridas (nobres)
gregos que sempre estiveram com os reis no poder.
– A ambição levou o rei Dario I a uma morte humilhante perante seu
povo, pois fez da Pérsia o maior império e da Grécia um espinho em seu pé.
Seu sonho era conquistar a Grécia e incorporar ao seu império para mostrar
a todos na terra o quanto era rico e poderoso.
– Quem era o rei da Pérsia na Guerra de Maratona?
– O filho de Dario I, Xerxes.
– Foi o Xerxes que mandou incendiar Atenas ?
– Foi.
– Então foi no tempo da construção do Pártenon (498 A.C.) que Atenas
foi incendiada?
– Foi.
– Como chegaram a Grécia o exército da Pérsia?
– Por 2 pontes construidas no estreito de Bósforo e por barcos movidos
a vela e remos de madeira. Os atenienses, os espartanos e outros gregos con-
seguiram derrotar por terra e mar a maior potencia militar desta era e das
passadas.
– O Xerxes deve ter ficado muito contente com essa derrota não foi?
– Foi. Todo o seu alto investimento para roubar e invadir a Europa e con-
quistar o mundo foi por terra e agua abaixo.
– E a Liga de Delos?
370

– Foi a união de algumas cidades estados gregos para se protegerem de
uma nova invasão Persa a qual beneficiou muito Atenas por ser o centro da
distribuição de todo o dinheiro entre eles e a líder da liga.
– O que liga a terra ao céu é a chuva. O que liga o homem a Deus é a sa-
bedoria. E o que me liga a você é o amor de Deus.
– Foi um belo por do sol. Agora me leva para casa.
– Qual delas? A minha ou a sua?
– A minha.
Enquanto caminhavam pelas ruas mal iluminadas e sujas de Atenas, ela
disse a uma amiga que encontrou na rua com um bebe no colo:
– És teu filho este belo bebe?
– É. Ele não é engraçado ?
– É. qual é o nome dele?
– É Sócrates.
– Ele será um grande educador. Este aqui é meu amor. A gente come-
çou a namorar hoje.
Dez anos se passaram (460 A,C.). Certa manhã, o pequeno Sócrates viu
o Greg sentado numa pedra chorando e lhe disse:
– Tio? Por que é que você está tão triste e chorando?
– Saudade de meu amor que viajou faz dias e ainda não retornou. Acho
que ela me abandonou.
– Ela não lhe abandonou e em breve o senhor irá vê-la de novo. Tenha
fé em Deus e não pense negativo outra vez ou a tristeza lhe abraçará com
toda força que fará você chorar lágrimas de amor.
– Deus te ouça garoto, pois se ela não voltar mais me jogarei daqui des-
te penhasco.
– A queda é grande e certamente os peixes iriam adorar comer seus pe-
daços e o mar beber o seu sangue.
– Seria menos doloroso do que viver sofrendo de saudade dela. A terra e a
lua não conseguem brilhar sem a luz do sol e a minha mente e meu coração
371

não consegue se iluminar em felicidade sem ela. Sem o sol, não há vida, be-
leza e alegria na terra e na lua e sem amor na minha mente e em meu cora-
ção não há brilho, não há beleza e alegria em nada que vejo.
– Veja o que fiz na oficina de meu pai.
– É a deusa Atena em uma miniatura de madeira. O rosto da deusa Ate-
na parece tanto com o rosto dela. Eu amo tanto ela pequeno escultor. E esse
amor que sinto por ela me causa tanta dor que me é impossível conter as lá-
grimas que como rios e chuvas vindas do céu vem do meu olho esquerdo e
do meu olho direito.
– Há duas maneiras de ver o mundo. Uma pela escuridão e a outra é pela
luz. Na escuridão os homens não veem Deus em nada e na luz eles vem
Deus em tudo. Estão na escuridão aquele que ama, odeia e teme o que não
existe. Está na luz aquele que não odeia, não ama e nem teme o que não
existe. Infeliz é o que vive na escuridão e feliz o que vive na luz. O que vive
na escuridão ver o seu melhor amigo como seu pior inimigo e o que vive na
luz, ver seu pior inimigo como sendo seu melhor amigo. O melhor amigo
do homem não é a ilusão e a ignorância, o melhor amigo do homem é a rea-
lidade e a sabedoria que vem da luz do amor de Deus que ama você da mes-
ma maneira que eu. Para amar a Deus deve aprender a amar a si mesmo e
quem ama a si mesmo não diz eu estou triste, eu estou infeliz, sinto vontade
de morrer, é mais doce a morte que a amargura da saudade e tal.
– Só vais entender o que é saudade e amor no dia em que você sentir sau-
dade e amor de alguém do qual você ama for embora, sequestrada ou mor-
ta por soldados Persas. Oh meu amor onde você está? Atenas trás era de vol-
ta para mim por favor.
– Amor. Não fique triste. Enxugue suas lágrimas pois estou aqui.
– Querida esposa. Estou tão feliz em vê-la mais uma vez.
– Eu também. Foi horrível para mim passar tantos dias sem vê-lo.
Enquanto o casal se beijava e se abraçava Sócrates ia caminhando em di-
reção a praça publica de Atenas assistir o julgamento de um homem que di-
zia a todos que os deuses dos gregos são uma invenção dos políticos para con-
trolar as mentes, os corações e os espíritos dos gregos por meio da mentira,
372

do ódio e do medo do julgamento de Zeus. Ele ouviu o presidente da repu-
blica dizer ao réu:
– Fostes acusado de negar a existência de nossos deuses em publico e in-
citar o povo de Atena a criar leis que proíbam os nossos cultos sagrados aos
nossos deuses. Também me acusa de utilizar os impostos do povo pobre para
construir grandes obras publicas e enriquecer os nobres e sacerdotes. Que
eu sou um rei ladrão e assassino que priva os escravos de terem a liberdade e
os mesmo direitos dos gregos livres. Que as penas de Draco e Sólon são in-
justas e imprestáveis para ressocializar os presos de volta a sociedade. Bom.
São tantas acusações contra você que eu teria que passar a manhã inteira
lendo este processo para que todos os seus juízes da eclésia e do povo que
estão aqui para te ouvir, te julgar e punir. O que tens a dizer em tua defesa?
– Fico feliz que eu tenha o direito de me defender nesta democracia
em que ninguém tem o direito de expressar livremente o que pensa. Penso
que o mundo de ilusões em que todos na terra vivem é diferente do mundo
real em que vivemos. Como os judeus, eu creio que exista só um deus que
não julga, não pune e nem manda seus próprios filhos para sofrer no infer-
no. Numa democracia em que é permitido por leis a escravidão e a pena de
morte, tortura, sequestro de bens, banimento, perpetua e exílio, não é uma
democracia, é uma aristocracia e uma tirania em que todos não tem o direi-
to a liberdade, a igualdade e a proteção da justiça. Não é justo prender e jul-
gar em publico diante dos olhos da deusa Atena um inocente que apenas dis-
se a verdade sobre o que pensa e como ver o mundo, os reis, os sacerdotes,
os nobres, os militares, o povo, os deuses, a política e a economia. Dizer o
que pensa não deveria ser um crime, mas um direito. Suas leis nos impõem
a censura para termos medo de pensar e vermos a realidade como ela real-
mente é. Todas as acusações que pairam sobre mim como nuvens negras ou
urubus nos céus são inteiramente verdadeiras e não nego uma virgula sequer
e se tenho que morrer por falar a verdade sobre o que acho que me matem
agora diante dos olhos de Atena.
Trovões, relâmpagos e chuva caíram do céu e o resultado da eclesia e
do júri popular foi de 60 votos a favor da morte e 70 votos a favor da vida.
373

Sócrates foi até o réu inocentado de joelhos na plataforma de julgamento,
pegou em seu ombro e lhe disse:
– Deus nunca abandona aqueles que amam a verdade e o saber. És um
homem sábio. Quando crescer vou ser tão sábio quanto você.
– Se queres ser sábio quando crescer ama teu Deus, ama tua família,
ama teus amigos, ama teu povo, ama a ti mesmo, ama o saber, evita falar a
verdade em publico, pois falar a verdade nesta ilha de malucos é tão proibi-
da quanto ter a igualdade em direitos e deveres perante as leis. Nossas leis e
nossos legisladores foram os responsáveis por incontáveis injustiça nesta pla-
taforma de julgamento. Eu devo ter sido em alguma vida passada, um juiz
que julgou e puniu muitos inocentes com sentenças injustas baseadas em
leis mal elaboradas e agora quem foi julgado e punido fui eu. Se não queres
que te julguem e te punam no futuro, então não julga e nem pune ninguém
no presente e nem no passado. Sábio é o que não julga e nem pune os ou-
tros. Sábio é o que não se julga e nem se pune. O sábio fala pouco e diz mui-
to, o tolo fala muito e não diz nada. Faz o bem e evita o mal.
– Qual a diferença entre o bem e o mal ?
– É a mesma da justiça para a injustiça.
– Por que só os homens tem direito a votar nesta democracia ?
– Por que as leis de Atenas são desiguais, preconceituosas, discriminató-
rias, mal elaboradas e injustas.
Enquanto conversava com o absolvido pelo júri popular, Greg disse a
Eternia::
– Está chovendo forte e fazendo frio.
– Põe mais lenha na fogueira.
– Quanto mais lenha ponho no fogo, maior fica o fogo. Quanto mais te
amo, maior é o meu amor por você.
Na manhã seguinte, o pequeno Sócrates viu seu vizinho, Greg todo ale-
gre brilhando de felicidade como o sol num dia de verão. Ele foi ate ele e
lhe perguntou:
374

– Bom dia tio. É impressionante como você mudou de humor com a
chegada de seu amor. Nem parece aquele que vi ontem chorando.
– Só vais me ver chorando de novo quando o meu amor morrer ou via-
jar de novo.
– Entendo o que sentes, mas não entendo uma coisa? O que é ética ?
– Me deste uma aula sobre ética ontem e hoje me pergunta o que é ela ?
Pois eu irei dizer-lhe meu pequeno amigo filosofo. Ética é a ciência que es-
tuda a guerra entre as forças da luz e da escuridão, do bem e do mal, do belo
e do feio, do positivo e do negativo, da sabedoria e da ignorância, da verdade
e da mentira. A ética é também a ciência da moralidade que é a ciência do
comportamento da qual são criadas as leis democráticas que regula o com-
portamento de todos perante a nossa arcaica sociedade democrática que é
uma sociedade sem rei vitalício.
– Por causa da ausência da ética e presença do abuso de poder e cren-
ça em falsas crenças, o rei da Grécia perdeu a sua coroa, o seu palácio, o
seu povo e seu reino, mas a escravidão, a tortura de criminosos, a intolerân-
cia religiosa e a discriminação da mulher em Atenas continua como antes
da república.
– Há duas formas de fazer política, uma é governando um país por meio
de uma democracia e a outra por meio da monarquia. Não importa que o
país seja democrático ou monárquico, se o presidente e o rei forem justos e
honestos, suas leis serão justas e honestas. Se suas leis são justas e honestas,
seus povos seguem estas leis sem questionar se são boas os mas para eles e
para a sociedade e se tornam justos e honestos o que é o ideal e certo. Não é
certo que um vagabundo que passa o dia inteiro bebendo vinho e dormindo
e a noite inteira arrombando e roubando os bens das casas dos trabalhadores
honestos que passam a noite inteira dormindo e o dia inteiro trabalhando.
A lei do ladrão é roubar e prejudicar quem trabalha. Tais leis são invalidas e
sem nenhum valor num sistema democrático em que prevalece a vontade
do povo em relação a vontade de seus soberanos. Na relação entre soberanos
e povos, há uma relação injusta em que poucos governam muitos e muitos
são governados por poucos. Numa relação entre presidente e povo, há uma
375

relação harmoniosa se todos governam todos. Todos governam todos na de-
mocracia por meio do voto porque participam da votação os nobres, os sa-
cerdotes, os militares e os homens pobres maiores de 18 anos. Participar de
tal votação e das decisões políticas que envolve os interesses de todos como
membros do estado é o que se denomina cidadania. Os escravos de guerra e
as mulheres não tem direito a cidadania, ao voto e nem participar das deci-
sões políticas de seus governantes que são seus filhos, pois por causa das fal-
sas crenças da Grécia, a mulher é vista como sendo obra do demónio, sendo
que o diabo, os deuses e o inferno são invenções políticas e o espírito dela é
um anjo de luz eterno feito do amor do super espírito de Deus. Por que há
tantas discriminações, injustiças e desigualdades contra as mulheres, os ho-
mossexuais, os escravos neste sistema democrático ateniense ao qual a maio-
ria adora como sendo a Deusa Atena ?
– Por que os legisladores das leis que são os presidentes, os nobres e os
sacerdotes são preconceituosos, supersticiosos, injustos, ladrões, assassinos,
interesseiros, egoístas, cegos, loucos, ignorantes, selvagens e bárbaros cujas
mentes e corações cheias de maldade e escuridão não entendem nada de
leis e nem de direitos humanos.
– Tenho que ir, pois meu amor me chama.
– Vá em paz e que deus te acompanhe.
– Obrigado, passe bem.
Assim que chegou em casa, ele disse a seu amor:
– Oi Atena deusa da sabedoria e do amor.
– Oi meu bem mais amado e querido. Os ratos comeram nossa comida.
Temos que ir ao mercado.
– Estás pronta?
– Estou.
– Então vamos meu amor que é uma Deusa Atena em carne e osso.
Ao saírem do mercado, pararam na praça do centro de Atena para ver
uma encenação de teatro e no palco estava Sócrates dizendo aos amiguinhos:
376

– Queridas irmãs. Queridos irmãos. Queridas mães. Queridos pais. Eu
sou o Sócrates, filho da parteira e do escultor. Tenho 10 anos e sou filosofo.
O diabo, inferno, demónios, deuses, julgamento de Deus, tudo isto é uma
invenção política para controlar suas mentes por meio do medo, pois o medo
impede o coração humano de amar a Deus e viver em paz uns com os ou-
tros. Os nobres e os reis querem guerra pois lucram com as mortes dos sol-
dados em batalha. Nós possuímos almas e nossas almas é uma parte da gran-
de alma de Deus que é amor e paz e não ódio e guerra. Expulsamos o rei do
trono, agora vamos expulsar os nobres que vendem armas ao governo e os
sacerdotes que ensinam que existe diabo, inferno, demónios e julgamento
de Deus. Deus é amor e não julgamento. Quem julga e pune os outros se-
res humanos são os seres humanos. O que Deus faz é nos amar e perdoar e
não nos odiar e castigar. Dizem eles que os deuses amam a virtude e odeiam
a maldade. Nenhum Deus que é bom odeia nada, pois o ódio não é uma
qualidade dos deuses, mas dos homens que vivem na escuridão da ignorân-
cia. Nossa democracia não é muito diferente das monarquias além das fron-
teiras, pois nela não se pode dizer o que se pensa livremente e sem medo de
punição do estado democrático de direito e dos soldados do rei que são pa-
gos para proteger o povo e não desproteger. Atenas de tantos escravos pare-
ce a Babilônia cheia de escravos judeus.
– Ei crianças. Parem de falar tolices e desçam dai para que os atores pos-
sam apresentar a peça da Batalha de Maratona.
Eternia disse a Greg:
– É você que está ensinando estas coisas para ele?
– Prometi que por toda a eternidade eu nunca te trairia e nem menti-
ria para você. Não esqueci o que te prometi. Pois quem promete algo e não
cumpre são os políticos e eu não sou político. Temos que ser sinceros e ho-
nestos um com outro como marido e esposa. Então serei sincero e honesto
com você. Algumas coisas que ele disse fui eu quem disse, mas outras coisas
não foi eu quem disse.
– Não deves falar de direito, política e Deus para crianças pois as crian-
ças podem dizer que foi você quem as ensinou a verdade e a eclesia e o povo
377

poderão te condenar a morte por zombar dos deuses, corromper a juventu-
de e criticar o sistema democrático.
Enquanto isto em Persepolis, capital do império persa, Xerxes disse a
um sacerdote:
– Malditos gregos. Eu vou incorporar todas aquelas ilha ao meu império.
Farei de todos eles escravos de nosso povo. Investi milhões naquela guerra e
o único retorno que tive, foi com o não pagamento dos salários dos soldados
mortos que não compensou em nada. Incendiei Atenas e agora vou incen-
diar todas as ilhas gregas até que desapareçam do mapa.
– Perdeste a Grécia, mas ainda tem a Pérsia que é o maior império
da terra.
– A Grécia teria sido nossa se não fosse aquela rebelião no Egito na qual
meu pai (Dario I) morreu a caminho. Aquilo deu tempo dos gregos se pre-
pararem para a minha frustrada invasão.
– Esquece a Grécia, pois é impossível conquistá-la por causa de suas al-
tas montanhas, desfiladeiros estreitos e canais traiçoeiros. Teus melhores sol-
dados morreram na batalha. Se perderes mais uma guerra contra eles, per-
derás o apoio do teu povo, dos sacerdotes, dos nobres e dos militares que
te apoiam.
– Mas a democracia deles é uma ameaça séria ao meu poder real.
– Não te preocupas. Nenhum grego será capaz de chegar vivo aos portos
persas com seus barcos e suas ideologias sobre direitos humanos, deveres, ci-
dadania, liberdade, igualdade, justiça, moral, ética etc.
50 anos depois, Sócrates ia caminhando com Platão e Aristóteles ao seu
lado. Ele disse aos amigos:
– Fui a guerra e vi nos campos de batalha o inferno que dizem existir os
sacerdotes da Grécia. Os soldados se matam e se odeiam mutuamente nas
guerras. Nas guerras não há lei, paz, bondade, compaixão, misericórdia e éti-
ca. O que há na guerra é muito ódio, crueldade, negatividade e escuridão.
378

– Enquanto os soldados se matam nos campos de batalha ensanguenta-
dos, os reis jogam xadrez entre si enquanto bebem cerveja e vinho com o di-
nheiro dos impostos dos que estão aqui e foram a guerra.
– Por mais bem vestidos que vão os reis e os soldados para a guerra, ne-
nhuma elegância se consegue ver nela.
– Se os homens desta era amassem o que é belo, não amariam morrer e
matar em guerras.
– Sentir prazer matando soldados e entristecendo seus familiares é um
prazer parecido com o prazer de comer bosta de cavalo.
– Bela é a anti guerra. Bela é a Grécia. Horríveis são as leis dos seres hu-
manos na escuridão.
– Guerras e sangue derramado para estes retardados mentais da Grécia
é como festa e mulheres para nós.
Enquanto Platão, Aristóteles e Sócrates conversavam sobre filosofia e a
busca da verdade, não muito longe dali, Greg disse a Eternia:
– Já estamos velhos, perto da morte e de uma nova separação. E em
como todas as outras encarnações, eu te esperarei na próxima vida para con-
tinuarmos o próximo capitulo da nossa linda história de amor. Eu te amo
meu amor.
– Não. Amor. Não me abandona neste mundo cheio de escuridão. Ten-
de piedade de meu sofrimento e ressuscita,
No dia seguinte, a artista sentou na pedra onde costumava sentar o seu
amor. Sócrates passou por ela e lhe disse:
– Estás triste por que o mestre morreu não é?
– É.
– Ele apareceu em sonhos para mim e me disse que está bem, a sua es-
pera no céu e que não é para você ficar triste, pois em breve estarás contigo.
Dez anos depois, Sócrates foi condenado injustamente a morte por en-
venenamento por zombar dos deuses e perverter as mentes da juventude.
Em sua defesa ele disse:
379

– Eu predigo-vos portanto, a vós juízes, que me fazeis morrer, que tereis
de sofrer, logo após a minha morte, um castigo muito mais penoso, por Zeus,
que aquele que me infligis matando-me. Acabais de condenar-me na espe-
rança de ficardes livres de dar contas da vossas vidas; ora é exatamente o con-
trário que vos acontecerá, asseguro-vos (...) Pois se vós pensardes que matan-
do as pessoas, impedireis que vos reprovem por viverem mal, estais em erro.
Esta forma de se desembaraçarem daqueles que criticam não é nem muito
eficaz nem muito honrosa.
38 0

CAPITULO XXII
ALEXANDRE O GRANDE E A INVASÃO

NA PÉRSIA, EGITO E ÍNDIA

E
m 356 A,C., nasceu numa região rica em ouro e prata
entre o mar jônico e o mar Egeu, Filipe II, o filho de Amintas III e
Euridice, rei e rainha da Macedônia. Enquanto Amintas e Eurídice
sorriam de felicidade. Por alí perto de seu modesto palácio de arcos de con-
creto, ia passando um macedônio montado em uma carroça puxada por 2
cavalos por meio das grandes árvores da floresta da Macedônia. Ao ver uma
ponte. Ele parou a carroça e deu de beber aos cavalos enquanto comia uma
maçã que foi arrancada de sua mão por uma flecha. Ele olhou para o ar-
queiro e lhe disse:
– Por que atirou na maçã? O que ela fez de mal a você?
– Muito engraçadinho você. O que tem aí na carroça?
– Cevada, trigo e vinho.
– Tira tudo da carroça e põe no chão.
– Estás me roubando?
– Estou não. Estou lhe convidando para jantar comigo. Vamos. Desce
logo daí e me dá a cevada, o trigo e o vinho.
– Está bem. Você escolheu um meio de vida muito perigoso para viver.
Se continuar vivendo assim você vai acabar sendo preso, surrado e morto pe-
los soldados ou pelo povo.
– Muito obrigado pelo conselho, mas não te perguntei nada. Então tra-
balha logo que não tenho todo o dia para te roubar.
– Por que você não arruma um emprego e vive de maneira digna?
– Se disser mais alguma coisa, levarei seus cavalos e sua carroça também.
– Aqui está. Meses de trabalho para manter um ladrão vivo para roubar
os outros.
38 2

– Agradeça ao seu rei por não alimentar e educar o seu povo.
– Obrigado, rei Amintas.
– Quando o rei é ladrão e rouba o dinheiro do povo, o povo fica sem di-
nheiro, sem emprego, sem comida, sem roupa e morre de fome e frio. En-
tão me perdoa por roubar você e ter me tornado igual a nosso rei Amintas.
– Perdoo.
– Obrigado. Põe de volta os sacos na carroça.
– Não vais mais me roubar?
– Vou. Vou roubar sua comida e seus cavalos.
– Você não vai roubar nada dele. Largue o arco e a flecha ou cortarei
sua cabeça no meio com minha espada. Agora fica de joelhos no chão. Dei-
ta e pede desculpa a ele.
– Desculpa.
– Desculpa por roubá-lo senhor. Prometo que a partir de hoje nunca
mais roubarei.
– Desculpa por roubá-lo senhor. Prometo que a partir de hoje nunca
mais roubarei.
– Agora dê o fora daqui e não roube mais.
– Muito obrigado, moça, por me salvar do ladrão.
– De nada. Você esta indo para onde?
– Estou indo para a Pela. Pode me dar uma carona?
– Posso. Venha, suba. Quem é você?
– Eu sou a Charmosa e você?
– Eu sou o Euclides. Muito prazer em conhecê-la.
– O prazer é todo meu. Conhece a história de Pela?
– Conheço.
– Eu não conheço não. Me diz qual é?
– É a capital do reino da Macedônia que foi fundada por Arquelau, filho
do rei Perdicas II e pai do rei Aeropo.
38 3

– Essa dinastia de reis está fazendo um ótimo trabalho no reino, pois seu
povo vive com fome e roubando uns aos outros.
– Estão fazendo um ótimo serviço, tão bem feito como os serviços dos
democratas atenienses em Atenas. Como em Atenas é aqui na Macedônia.
Ninguém do povo pode contestar a autoridade abusiva dos reis, dos presi-
dentes, dos sacerdotes, dos nobres, dos militares e dos deuses que eles pren-
dem, processam e mandam matar.
– Nesta era em que as leis censuram tudo o que se pensa, tudo o que se
fala, tudo o que se escreve. Tudo o que se ler, tudo o que se desenha, tudo o
que se pinta e tudo o que se constrói, feliz é o homem e a mulher que nasce
cego, mudo e surdo, pois estes nada veem, nada ouvem e nada falam, por-
tanto, vivem mais.
– A democracia ateniense é uma democracia violenta. A diferença en-
tre ela e as outras monarquias dos reinos e impérios é que na monarquia o lí-
der é para toda a vida e na democracia o líder é só por alguns dias (365 dias).
– Como funciona este sistema?
– Funciona da seguinte forma. Os atenienses por meio do voto de todos,
com exceção das mulheres e dos escravos, escolhem quem serão seus repre-
sentantes no poder executivo, legislativo e judiciário. Estes 3 poderes detêm
o poder militar e espiritual sobre a sociedade que está dividida em ricos, nem
ricos e nem pobres, pobres e escravos. O poder executivo e o poder legisla-
tivo tem o poder de criar e destruir leis e o poder judiciário tem o poder de
julgar e punir os criminosos em nome destas leis. Tais leis formam o corpo
jurídico que os atenienses chamam de república ou democracia que dar li-
berdade de expressão ao cidadão de expressar livremente suas ideias, contan-
to que tais ideias não fira os interesses do estado.
– Liberdade de expressão censurada você quis dizer. Sem censura, acre-
dito eu na minha santa ignorância que tal democracia não passa de mais
uma tirania como a daqui. Enquanto os reis, os nobres e os sacerdotes e os
militares sofrem de barriga cheia no luxo e no conforto, o povo pobre que
paga impostos para alimentá-los, vivem com fome e roubando na miséria e
na ignorância,
38 4

– Maior que a ignorância do povo pobre da Macedônia é a ignorância
dos seus governantes. O dever dos governantes é amar e proteger seus povos
da miséria, da ignorância e da fome e não manda-los para os campos de ba-
talha para morrerem como os animais antes do abate. Um governo que não
ama e nem protege o seu povo não tem o direito de cobrar impostos e pren-
der ninguém, pois o dinheiro dos impostos são pagos para que os direitos do
povo sejam protegidos e vivam em liberdade e em paz consigo mesmos, com
suas famílias e com os demais.
– Os infelizes vão para o campo de batalha com a esperança de que de-
pois dela retornarão as suas terras ricos como reis.
– Os seres humanos estão lutando por riquezas?
– Estão. Ser ricos como os reis e os deuses é o sonho de vida de toda hu-
manidade. É por causa deste sonho que viver aqui na terra é um verdadeiro
pesadelo nesta era em que todos adoram o Deus ouro, mas não adoram a sa-
bedoria e nem sonham com ela. A sabedoria é mais valiosa do que qualquer
coisa porque ela é a única que pode nos libertar do ciclo eterno de nasci-
mentos e mortes do Deus Karma. Por causa do deus karma e do Deus ouro,
todas as almas estão sendo crucificadas na terra com os pregos da ignorân-
cia e os paus da escuridão.
– A escuridão do universo é semelhante a escuridão das mentes dos seres
humanos desta era obscura de imoralidade, indecência e nenhum respeito a
dignidade do cidadão como ser humano dotado de vontade própria e razão.
– Na lógica e na verdade há muitos caminhos por onde nossos pés nos le-
vam de um lugar ao outro. Mas nenhum caminho cheio de espinhos é doce
e feliz, mas cheio de sangue e dor, assim é o caminho de espinhos como é os
caminhos que levam as guerras e privam a todos de terem empregos, comi-
da, sabedoria e paz. Entre os caminho da democracia e da monarquia acre-
dito que o menos doloroso seja o da democracia.
No palácio do rei Amintas e da rainha Eurídice construído com dinhei-
ro público e dos lucros das guerras em nome do Deus ouro, a rainha dis-
se ao rei:
38 5

– Como o sol iluminando o planeta terra, Atenas tem iluminado com
suas ideias todo o mundo grego com os seus ideais de democracia, direitos
humanos, cidadania, voto, divisão do poder em executivo, legislativo e ju-
diciário.
– O cargo de chefia do poder executivo, legislativo e judiciário é do rei
por vontade divina.
– Divina ou humana?
– Tanto faz.
– Nosso povo e toda a Grécia só fala em democracia e república. Se fi-
zerem connosco o que fizeram com o rei e a rainha de Atenas, adeus mo-
narquia Macedônia.
– Você tem razão. Não há mais como impedir o avanço de tais ideais
por todo o mundo grego e para não perdermos o poder e ser destronados
pelo povo. Atenas em relação as outras ilhas gregas é como uma faísca de
fogo em meio a uma florestas de árvores e vegetação seca como a dos deser-
tos dos judeus. Como Nabucodonosor da Babilônia que impediu os judeus
de espalharem a ideia ridícula do Deus único Jeová, eu também impedirei
Atenas de espalhar seus ideais de liberdade, igualdade e fraternidade. Farei
da Grécia um grande império por meio da guerra e farei de Alexandre o rei
mais poderoso da terra. Vou mandar preparar uma falange com lanças de 6
metros de comprimento para matar os inimigos dos reis e das monarquias a
grande distancia.
– Escravizará os atenienses?
– Escravizarei não. Apenas imporei a eles novas leis como pagar tribu-
tos ao seu imperador.
– És como os reis do passado. A vida humana para você não tem o me-
nor valor. E o valor do ouro está acima do valor da vida humana para você.
Só estou contigo porque sou como você. Pois se eu fosse bondosa e honesta
eu não viveria com um homem tão ambicioso quanto você.
– Tu és a rainha mais perversa da terra e por ser tão perversa e insensível
é que eu te amo tanto. Quando eu anexar a força todas as ilhas da Grécia,
38 6

mandarei substituir a estátua da Deusa Atena em Atenas por uma estátua sua
de ouro tão grande quanto a dela.
Em 335 A.C. com a morte traiçoeira de Filipe II, Alexandre, filho de Fi-
lipe e neto do rei Amintas, ascendeu ao trono da Macedônia com 21 anos
de idade. Ele então disse aos nobres, aos sacerdotes, os militares, gente do
povo,aos estrangeiros e escravos presentes na coroação:
– Amado povo da Macedônia. Muito obrigado de coração por estarem
presentes na minha coroação. Era para eu estar feliz, mas não estou, pois
quem era para estar aqui em meu lugar era meu pai e onde está meu pai,
era para eu estar. O sonho de meu pai era conquistar o mundo e fazer de
vocês os reis dele para que não houvesse mais fronteiras, línguas, moedas e
deuses diferentes, nem guerras, nem escravidão, nem misérias, nem igno-
rância e nem fome na terra. Ou seja. O sonho de meu pai era unir todas as
nações em uma só. O sonho de meu pai, também é o meu sonho. Acredito
que seja o sonho de vocês também. O sonho de todo mortal é se tornar rei.
Eu realizei, graças a vocês e a Deus, este sonho. Era para eu está feliz, mas
não estou. Só estarei feliz quando não houver mais escravidão e guerras na
terra por causa de terras e as riquezas que elas possuem. Ricas são as rique-
zas do império grego e os persas sabem muito bem disto e estão de olho em
nossas terras. Se libertarmos o povo da Pérsia no Egito, na Mesopotâmia e na
Índia, teremos um imenso exercito para conquistar o mundo inteiro. Nossa
missão de libertar os povos da Pérsia e levar os ideais da democracia. Mata-
remos e roubaremos ladrões e assassinos que querem fazer da Grécia e Ma-
cedônia o que Pausanias fez ao meu pai. Persepólis é a capital do império
Persa e como Xerxes fez com Atenas, nós faremos com ela. Nosso primeiro
passo rumo a conquista do mundo, será as ilhas de toda a Grécia e depois a
Persa. Muitos nunca mais regressarão desta guerra e muitas mães chorarão
a morte de seus filhos, mas muitas mães chorarão ainda mais se continuar a
perseverará no mundo a escravidão.
Em 334, após submeter as cidades gregas sem muita resistência, pois
aderiram a sua causa de liberdade e conquista do mundo, o exército de Ale-
xandre formado por 90 mil soldados gregos e macedónios, 6100 cavalarias e
38 7

120 navios, cruzaram o Helesponto (nordeste da Turquia que separa a Eu-
ropa da Ásia). Ao chegar a Ásia, Alexandre enfiou sua lança na areia e disse
aos seus soldados:
– Soldados. Aceito a Ásia como um presente dos deuses.
No dia 8 de abril de 334 A.C., os exércitos de Alexandre e Dario III se
encontraram no campo de batalha de Granico. Entre o exército persa esta-
va muitos gregos mercenários. Depois de alguns dias de batalha, morreram
100 mil persas e 20 mil foram feitos prisioneiros. Pouco a pouco, o exército
de Alexandre foi libertando as cidades gregas da Jônia ocupadas pelo exérci-
to Persa. Enquanto libertava os povos das garras dos Persas. Em Pela, o Eu-
clides disse a sua amada Charmosa:
– Hoje chegou de navio a Pela, uma tonelada de ouro vindo da Ásia. Os
soldados que vieram do navio disse aos cidadãos no porto que Alexandre con-
seguiu libertar todas as cidades gregas da Jônia e que teve uma grande vitória
em que morreram 100 mil persas e 20 mil foram feitos prisioneiros.
– Ainda bem que você quebrou a perna e não foi para a guerra. Se você
tivesse ido a esta guerra, eu só sentiria paz de novo depois que você retornas-
se. Como eu ficaria se você tivesse ido a guerra, é assim que estão milhares
de mulheres na Macedônia e na Grécia.
– O garoto é corajoso e foi muito bem instruído em política, economia e
filosofia pelo seu mentor Aristóteles, mas não é muito inteligente como seu
pai era, pois ele achava que a melhor maneira de conquistar o mundo era
pela diplomacia e não pela violência. O sonho do Alexandre é o mesmo so-
nho de Dario III e os outros reis. Deveriam ter conversado antes para a cria-
ção de uma grande nação sem escravidão, sem desempregados, sem guerras,
sem fronteiras, sem deuses, sem moedas e idiomas diferentes, sem fome, sem
miséria, sem ignorância etc. O Aristóteles é um homem sábio, foi mentor do
Alexandre desde os 13 anos de idade, mas como uma pedra que jogada den-
tro da água não entra água, também como a agua é a sabedoria de Aristóte-
les e como a pedra é Alexandre. Ele é como os reis antigos que acham que
tudo neste mundo se resolve na força. Cada Persa que ele mata, maior é o
ódio das famílias deles por ele. Um rei cujos súditos estejam cheios de ódio,
38 8

é como um pastor liderando lobos famintos e selvagens que certamente lhe
farão em pedaços.
– A partir de hoje nunca mais orarei a Deus por paz na terra.
– Por que não?
– Porque quanto mais oro por paz na terra, mas guerras acontecem.
Deus ouve minhas orações, mas não atende as minhas preces. Agora só irei
orar por guerras e desgraças na terra, talvez assim Deus mande a paz a terra.
– As guerras na terra representam os conflitos internos da mente do ar-
quiteto do universo. Tal conflito representa a guerra entre a luz e as trevas,
o bem e o mal, a democracia e a monarquia tal como a guerra do Alexan-
dre e o rei da Persia. Alexandre e Dário III são dois reis que se odeiam, que
compartilham do mesmo ideal de conquistar o mundo e adoram o mesmo
Deus ouro que é o Deus Ball dos judeus do qual o Deus karma odeia e o
Deus amor ama.
– Grande é o amor que uma mãe tem por seu filho, grande também é
a dor deixada pela perda de um filho no campo de batalha. Enquanto uma
mãe chora de dor e tristeza a perda de um filho seu, a terra chora de dor e
tristeza pela morte de milhares de filhos seus. Na escuridão, os humanos não
podem ver que fazem parte deste planeta como o planeta faz parte deles,
que seus espíritos são partes do espírito de Deus como o espírito de Deus é
parte do espírito dele, como um filho é parte da mãe e a mãe parte do filho.
Em 333 A.C., o exército de Alexandre se encontrou novamente com o
exército de Dario III, desta vez muito mais numeroso que o da batalha an-
terior. E como a batalha anterior, milhares de gregos, macedônios e persas
morreram em nome da ilusão, da imaturidade, do Deus ouro e do poder.
Dario fugiu e deixou para trás valiosos tesouros, armas, sua esposa, suas filhas
e sua mãe. Enquanto Alexandre conversava com os seus soldados, um men-
sageiro desarmado do rei Dario III, aproximou-se acavalo e entregou uma
mensagem a Alexandre. Na mensagem estava escrito: Saudações Rei da Ma-
cedónia. Mandei meu mensageiro até você desarmado com uma mensagem
de paz de seu rei. Te darei todos os territórios que com bravura e coragem
38 9

conseguiste conquistar e 10000 talentos no resgate da minha família. Ale-
xandre disse ao mensageiro:
– Cavalheiro. Agradeço-te por ter me trazido esta mensagem de paz de
teu rei. Volta a ele e lhe diz que o rei da Ásia agora sou eu quem decide so-
bre as divisões territoriais.
Em 332 A.C. Alexandre a custa de muito sangue derramado, libertou
a Síria e a cidade Tiro. Daí prosseguiu em direção a Jerusalém, onde os ju-
deus lhe mostraram uma profecia do livro de Daniel, presumidamente no
capítulo 8, que descrevia um poderoso rei grego que conquistaria o Império
Persa. Satisfeito com a profecia, Alexandre poupou Jerusalém da destruição
e partiu em direção ao Egito. Enquanto Alexandre se aproximava da cidade
de Gaza na Palestina, notícias de suas aventuras rapidamente chegavam a
Grécia e a Macedônia. O artista disse a sua amada:
– O exército de Alexandre está no Egito.
– Se ele libertar o Egito dos persas, os egípcios farão dele faraó.
– Quem diria que aquele moleque chegaria tão longe.
Enquanto toda a em toda a Grécia e Macedónia só falavam das faça-
nhas de Alexandre, o exército de Alexandre chegou à cidade de Gaza, onde
foi ferido em batalha. Mesmo ferido, ele continuou sua marcha de horror
em direção ao Egito onde expulsou os persas de lá. Vestido de faraó, Alexan-
dre disse a seus soldados:
– Eu sou Alexandre, proclamado pelos egípcios como o filho do Deus
Amon-Rá. E vocês o exército da luz que foi criado por Zeus para destruir as
trevas deste mundo sem liberdade.
Um soldado de Alexandre disse a outros:
– O Alexandre fantasiado de faraó parece aqueles personagens das co-
médias e tragédias gregas. Toda vez que durmo e sonho, tenho pesadelos me
vendo matando um monte de seres humanos como um serial killer ou uma
baleia matando um cardume de peixes. Às vezes me pergunto se somos o
exército da luz e da libertação ou da escuridão e da escravidão.
390

– É tarde para se lamentar amigo. Ou seguimos nosso rei ou ele manda
nos matar. Sinto tanta saudades da Macedônia e da minha família.
– Tanta saudade da Grécia e da minha família eu sinto como você.
– Que bom que teus pesadelos são só ilusão da sua mente. Mas este pe-
sadelo em que nos metemos
– Bem real apesar de parecer ilusório.
– Olha só o tamanho destas pirâmides. Foi construída com o dinheiro
dos impostos do povo do Egito e dos povos submetidos ao poder do Egito
para sepultar os cadáveres de ladrões e assassinos como o rei e a rainha da
Macedónia.
Enquanto isso na Macedônia, Euclides dizia a sua amada Charmosa:
– O Deus Alexandre agora é o faraó do Egito. Dizem que ele fundou
uma cidade lá com o nome de Alexandria.
– Meu Deus. Milhões de soldados já morreram nesta guerra com os
persas. E milhões ainda morrerão enquanto o vampiro Alexandre estiver no
comando.
Do Egito, Alexandre e seu exército marcharam para Babilônia, Assíria,
Susa e Persepólis matando os soldados de Dário III e libertando os povos sub-
metidos aos persas ou Arquêmidas. Em Persepólis, Alexandre mandou in-
cendiar ela como um ato de vingança por Xerxes ter saqueado e incendiado
Atenas anos atrás. Dario III foi assassinado por Artaxerxes. Depois de con-
quistar a Pérsia, Alexandre avançou em direção a Índia onde travou violentas
batalhas com o rei poro da região do Penjab. Na Índia lhe disseram que ha-
via o reino da China governado pela dinastia Zhou e que era um povo mui-
to guerreiro e poderoso. Alexandre tentou persuadir seu exército a prosseguir
em direção a China, mas seus soldados não se deixaram persuadir e se recu-
saram a invadir a China. De volta a Pérsia, Alexandre mandou matar muitos
satrapias que se comportaram mal durante suas guerras na Índia. No palá-
cio do rei Nabucodonosor na Babilônia, morreu Alexandre, envenenado por
seus generais aos 32 anos de idade. Oito anos depois, o filho de Alexandre e
Roxana também foram assassinados pelos generais de Alexandre. Quando
a notícia da morte de Alexandre chegou à Grécia e Macedônia, muitos não
391

acreditaram que o invencível libertador dos povos oprimidos e arauto da de-
mocracia havia morrido. Euclides disse a sua amada Charmosa:
– Onze anos de guerra finalmente terminou e com ela não terminou a
escravidão na terra. A Macedônia agora é o país mais rico do mundo.
– Por causa desse ouro roubado dos outros povos a força pelos persas,
trouxe desgraças em grande escala a Pérsia e grandes desgraças trará tam-
bém a Grécia, pois todos na Europa, na África e na Ásia sabem disto e virão
em busca dele.
– Espero que isto não aconteça enquanto estivermos vivos e nem depois
de mortos.
– Venha, vamos fazer uma caminhada pela floresta.
Os dois velhos caminharam pela floresta e o artista cantou para ela:
– Velha alma. Tão bela quanto as flores da floresta é a paz na terra. Tão
bela quanto a paz na terra é o amor que sinto por você em meu coração, mi-
nha mente e minha alma. Não importa que o mundo esteja em guerra a eras
e que demore eras, se eu estiver sempre perto de você, sempre em paz e feliz
eu estarei. Guerras são os erros das eras. Paz na terra é Deus, Deus é o amor
que sinto por você. Os reis desta terra, necessitam de poder e riquezas como
os frutos da luz do sol e da lua, para se sentirem importantes, grandes e fe-
lizes e tudo o que eu necessito para ser feliz e me sentir importante é teu o
seu amor que é o que existe de mais valioso neste mundo, o amor que sinto
por você é fonte de alegria e a ponte que liga o homem a sabedoria. Sábio é
o que atingiu a mestria. A mestria só é possível para mim através do amor que
sinto por você e por Deus. Quando a humanidade aprender a amar a Deus
e não odiar ninguém mais, o mundo estará livre das guerras e da escravidão,
pois neste dia, todos se amarão e amarão o próximo como sendo si mesmo ou
Deus. Que o amor de Deus, limpe o ódio das mentes e dos corações dos hu-
manos como a água da chuva limpa toda a sujeira das folhas que vem do pó
da areia. Como a chuva que vem do céu, assim é o meu amor por você que
vem de Deus e limpa minha mente e meu coração de todas as impurezas.
392

– Há tantas coisas para adorar Deus na natureza deste planeta e no uni-
verso, no entanto os homens tolos desta era adoram deuses que não existem,
ou melhor, nada adoram e nenhum avanço espiritual tem.
– Viemos a este mundo para aprender a avançar espiritualmente e amar
a Deus, no entanto, os humanos na escuridão acham tolamente que vieram
ao mundo para acumular riquezas e aprender a odiar a Deus. Este povo doi-
do da terra, deviam odiar o ódio, no entanto odeiam o amor que é Deus.
– Ainda bem que esse psicopata do Alexandre morreu senão ele ia en-
cher a Europa inteira de pirâmides e zigurates.
393

CAPITULO XXIII
O IMPERADOR ASOKA E O
BUDISMO INDIANO

E
m 232 A.C., em Pataliputra, capital do império Mauria
na Índia, morre o imperador indiano Asoka. Rapidamente a notícia
da morte do imperador chegou a cidade de Uljain localizada no co-
ração da Índia. Em Uljain, um velho monge budista estava meditando e via-
jando com a sua mente pelo universo quando a sua concentração foi quebra-
da com o barulho de pratos caindo no chão. O velho monge descruzou os
olhos da ponta do nariz e viu seu aprendiz caído no chão sorrindo todo en-
colhido como um macaco com frio lhe dizendo:
– Perdão mestre por ter atrapalhado a sua meditação e quebrado os nos-
sos pratos em que íamos jantar.
– Eu não tenho nada o que te perdoar e você não tem nada a me pedir
perdão, pois quem foi quebrado foram os pratos e não eu. Além do mais, os
pratos não são meus, pois não fui eu quem os criei. Agora peça desculpa aos
pratos, limpe essa sujeira, jogue no lixo e o lixo numa tumba bem escura
como a dos faraós do Egito. O mesmo faça em relação aos seus maus pensa-
mentos, suas mas lembranças e sua ignorância.
– Perdão pratinhos por tê-los partido em mil pedaços. Em mil pedaços
também estão os corações dos que amavam o imperador Asoka.
– Por que?
– Porque sua alma deixou seu corpo de imperador.
– Este imperador já esteve aqui neste templo no tempo em que esteve
aqui para sufocar uma rebelião e na batalha em que se seguiu, ele foi ferido
e trazido para cá onde ficou sob os nossos cuidados. Foi aqui que ele se con-
verteu ao budismo e apaixonou-se de uma monja budista que cuidou de suas
feridas, o alimentou e com ela ele se casou.
396

– Parece um conto de fadas a deles. Mas sem pratos, como comeremos
o arroz?
– Em folhas de bananeira.
Após o jantar, o velho monge disse aos seus novos discípulos:
– Queridas irmãs e irmãos. Dentro deste templo budista há respeito, ale-
gria, solidariedade, compreensão, bondade, amizade, compaixão, amor, paz
e não violência entre nós. Diferente daqui de dentro, lá fora todos estão pos-
suídos pelo ódio que é o demônio da ilusão que afasta os pés humanos do ca-
minho que leva a paz, a tolerância, a paciência, a sabedoria, o fim do Karma
e do sofrimento. Todo sofrimento é uma ilusão da mente. A mente por meio
dos pensamentos negativos tem o poder de criar o sofrimento e por meio dos
pensamentos positivos tem o poder de destruir o sofrimento. A causa do so-
frimento é o desejo de viver e morrer, pois quanto mais deseja e anseia vi-
ver e morrer, a alma iludida volta a nascer, sofrer e morrer sucessivamente,
vida após vida, morte após morte. Este ciclo eterno de nascimentos e mor-
tes, é uma maldição e também o inferno ao qual o nosso mestre Buda se re-
feria. Maus pensamentos criam uma má personalidade, uma má personali-
dade cria uma baixa consciência, uma baixa consciência cria um inferno na
terra onde homens são trespassados por flechas e queimados vivos por causa
de ouro, terras, poder, ambição e comida. Como os gordos que nunca estão
satisfeitos com o que comem, também os reis e imperadores nunca estão sa-
tisfeitos com o que tem. Os gordos estão possuídos pelos demônios da gula
e os reis pelos demônios da cobiça, da luxúria e da ira. Como dizia o velho
Krsna no Bhagavad Gita, cobiça, luxúria e ira são os 3 portões que condu-
zem ao inferno e a uma nova vida cheia de sofrimento pela Roda do Samsa-
ra neste universo e nos outros. Cada universo corresponde a uma dimensão
diferente assim como cada mente corresponde a um estado de consciência
diferente. A consciência é um atributo da mente, assim como a mente é um
atributo da alma. A consciência refere-se aquilo que pensamos. Nós somos o
que pensamos. Se é elevado os nossos pensamentos, elevada é a nossa cons-
ciência. Se são baixos os nossos pensamentos, baixa é a nossa consciência. Os
homens que possuem uma baixa consciência só pensam em fazer guerras,
397

matar e roubar os outros. Os homens que possuem uma elevada consciên-
cia, só pensam em fazer a paz, ser honesto e respeitar o direito de viver de
cada ser vivo dado de graça por Deus. Todo ser vivo é um pedaço do espíri-
to da humanidade e deste planeta em ascensão como nós. Nós somos partes
deste universo, como este universo é parte de nós. Este universo em que es-
tamos, não é o único, mas éum só ser que representa todos nós. Deus não é
feito de carne e osso, pois tudo o que é feito de carne e osso, é ilusão. Deus
ao qual as outras religiões se referem como sendo o criador, nada mais é que
o amor do qual fazem partes de suas pétalas a paz, a alegria, a paciência, a
tolerância, a bondade, o perdão, a humildade, a sinceridade, a força, a agili-
dade, a confiança, o destemor e a sabedoria. Como um animal que não su-
porta o cheiro de ovo podre, aqueles que vivem na ilusão da escuridão da ig-
norância, não suporta o perfume suave de tal flor, mas apenas o mal cheiro
do sangue humano derramado no chão. Só há 2 tipos de seres humanos. É
o que vive na luz e o que vive na escuridão. A luz e a escuridão representam
a dualidade em que vivem os seres humanos e os dois extremos de uma mes-
ma reta. Toda reta tem dois extremos e um meio. Os dois extremos da reta
representam o dia e a noite, a vida e a morte, o equilíbrio e o desequilíbrio,
o amor e o ódio, a sabedoria e a ignorância, o passado e o futuro, o belo e o
feio, o ético e o imoral, o decente e o indecente, o bem e o mal, o destemor
e o medo, a paciência e a impaciência e assim vai. O meio dos dois extremos
da reta representa o presente e o caminho e os ensinamentos do Buda. É
muito perigoso viver com o pensamento preso no futuro e no passado. Com
o pensamento preso no passado, você se lembrará dos momentos desagradá-
veis em que viveu por conta dos erros dos outros e dos seus. Ao lembrar dos
momentos desagradáveis você corre o risco de vibrar pensamentos de baixa
frequência tais como medo, ódio, ressentimento, rancor e vingança que são
bloqueios ao seu desenvolvimento espiritual e fontes de doenças, fraqueza,
dor e sofrimento. Ao pensar no futuro, você pensa em morte e sente medo de
morrer e nascer de novo em um lugar pior do que este. Se não queres mais
nascer e morrer de novo e ao mesmo tempo se livrar da roda do Karma, não
deves desejar viver e nem morrer. Os desejos são como os rios que deságua
no oceano e tal como os rios é muito difícil controlar a sua força no oceano
398

da mente, pois quando os desejos não são realizados, eles se transformam em
ira, fúria, ódio e loucura. Os desejos surgem em nossas mentes quando cobi-
çamos o que pertence a terra e ao universo. Quando o homem cobiça o que
pertence ao universo que pertence a todos, ele fica egoísta e quer todas as ter-
ras, mulheres e riquezas só para ele. Tais almas iludidas por Mara, o demô-
nio, a ilusão, não tem paz e não dar paz aos outros. Ilusão é tudo aquilo que
surge, permanece por um tempo e depois desaparece. O universo surgiu a
alguns bilhões de anos atrás, está permanecendo e um dia irar desaparecer.
Em meio a tantas ilusões, só o amor, que é a energia mais poderosa de toda
a criação de Deus é real. Nosso sofrimento não é causado por um Deus que
está julgando a todos num céu a milhões e milhões de anos luz daqui como
dizem as religiões dos povos ocidentais. Nosso sofrimento também não é
causado pelos outros, mas por nós mesmos devido as nossas más ações pas-
sadas. Estamos aqui neste mundo cheio de escuridão e sofrimento para ob-
ter a iluminação e expiar as nossas más ações passadas. Com luz se destrói a
escuridão, com limpeza se destrói a sujeira, com amor se destrói o ódio, com
generosidade se destrói o egoísmo e com sabedoria se destrói a ignorância.
Após a lição do mestre, o artista escutou alguém batendo as argolas de
ferro do portão do templo budista, ele foi até o portão, abriu as portas e viu
o seu amor sorrindo em frente a elas com mãos postas em frente ao coração
lhe dizendo:
– Boa noite bondoso monge. Ouvi dizer que estão ensinando a doutri-
na do Buda aqui e quando soube eu fiquei interessada em saber quais são
as boas novas.
– O templo do Buda é cheio de luz e amor como o coração cheio de
compaixão do Buda e como o coração do Buda, todos que buscam a verda-
de é muito bem vindo aqui. Entre por favor.
– Muito obrigada. Com licença.
– Não precisa pedir licença para entrar no templo do Buda, pois o tem-
plo não é meu e nem eu sou o Buda.
– Estou em busca da verdade. O que tens a me ensinar ?
399

– Metade do mundo está na escuridão e metade do mundo está na luz.
Como o mundo, está na luz e na escuridão o universo. Diferente deste pla-
neta e do universo, os dois lados do meu coração estão iluminados pelo amor
que sinto em minha alma por você.
– O que você disse?
– Eu disse que te amo.
– Que bom que me ama. Assim me sinto segura e feliz com você. Como
você se chama?
– Londo e você?
– Narayana. Qual a sua função aqui no templo?
– Sou cozinheiro e faxineiro.
– Estou ansiosa para experimentar um prato seu e para morar aqui e
aprender os ensinamentos do Buda.
– Aqui nós temos muitos papéis contendo as palavras do mestre. Venha
comigo. Eu vou mostrar eles a você.
Os dois entraram no templo, fizeram saudações a imagem de pedra do
Buda meditando, acenderam incensos para ele e foram a biblioteca ver os
seus manuscritos. Ele pegou um manuscrito do Buda e leu:
– Não é possível remover o sangue com o sangue, nem o rancor com o
rancor, nem o ressentimento com o ressentimento, rancor e ressentimento a
gente remove é com o esquecimento. É fácil ver defeitos nos outros, difícil é
ver seus próprios defeitos. Evita o mal e faz o bem. Só haverá paz no mundo
no dia em que os seres humanos aprenderem a converter o ódio em amor, o
medo em destemor, o egoísmo em generosidade, a maldade em bondade, a
tristeza em alegria, a desonestidade em honestidade, a mentira em verdade,
e a ignorância em sabedoria.
Após ler o texto, Narayana foi apresentada por Londo, ao velho sábio
budista e este depois de uma longa entrevista, lhe deu um abrigo e um tra-
balho de cozinheira com seu novo amigo. Ela foi levada ao seu quarto e seu
amigo foi dormir e sonhou com ela lhe dizendo:
4 00

– Querido amigo. O budismo não crer na existência de Deus. Mas crer
na existência do demónio e do inferno. Mas deus existe e o inferno, mara e
os demónios não existem. Como o judaísmo que usa o Satanás para contro-
lar os povos por meio do medo, assim também é o budismo. Tanto o judaís-
mo como o budismo ensinam grandes verdades e também grandes menti-
ras. Não deixeis se iludir por mentiras que desligam os homens de Deus e os
mantêm na escuridão da ignorância com medo. Buda como seu pai e o im-
perador Asoka é um astuto político que se utiliza da mentira para enganar
seus suditos. Buda não é iluminado assim como não é Deus Jeová ou Iavé.
Deus é o amor e o amor assim como a flor e os espinhos andam lado a lado
com o ódio assim como a luz e a escuridão, as estrelas e as trevas do univer-
so. Demônios, infernos e diabos são invenções dos políticos governantes para
controlar tua mente, teu coração e tua alma por meio do medo e da raiva.
Deixa este lugar e me leva junto com você, pois assim como tu me amas eu
também te amo.
Enquanto o artista sonhava com seu amor, seu amor sonhava com ele
caminhando com ela pelas nuvens lhe dizendo:
– É tudo tão lindo e grande dentro do seu sonho. É difícil crer que tama-
nho universo exista dentro de sua pequena cabeça. Como é possível o infi-
nito caber dentro de uma pequena cabeça? Como pode toda esta ilusão ser
tão real? Não acredito que este céu azul e aquelas praias, ilhas, rios, flores-
tas e montanhas é só ilusão.
– Em meus sonhos te criei e por ter te criado, agora você faz parte de
meus sonhos, de meu mundo, do meu universo e da minha vida.
– Então é isto tudo o que vejo é o que tem dentro da cabeça de uma
mulher ?
– Criei meu sonho com o amor da minha alma, do meu coração, da mi-
nha mente e pensamentos.
Assim que amanheceu, o cozinheiro sentou-se debaixo de uma árvore
cheia de flores e pássaros e começou a meditar com o mantra Om. Assim
que voltou da viagem pelo interior de sua mente, coração e alma, viu a nova
monja ao seu lado. Ele lhe disse:
4 01

– Pensei que havia amanhecido e que eu estava acordado, mas agora per-
cebo que ainda estou dormindo e sonhando. Este mundo é o meu sonho de
vida, eu sou o Deus dele e a ele te dou e com ele o meu coração, a minha
alma, a minha mente e o meu amor.
– Acorda. Você está acordado.
– É difícil crer que tantas coisas belas no mundo possam ser reais.
– É tanta arte bela neste mundo e no universo porque foi feito com o
amor da alma, do coração e da mente de Deus. Tal como Deus, temos o
mesmo poder de criar coisas tão belas quanto estas em nossos sonhos com
o amor de nossas almas, corações e mentes. Nossas mentes criam nossos so-
nhos com os pensamentos positivos e negativos que brotam do cérebro como
as flores brotam do chão.
Um forte vento sacudiu as folhas das árvores e sobre eles caíram uma
chuva de pétalas de flor. Ele disse a ela:
– Assim como está cheio de pétalas de flores os teus sonhos, também
cheio de pétalas de flor está o seu cabelo.
– Como estas pétalas de flor, meu corpo mortal com o tempo perderá a
beleza e ficará seco, enrugado e sem beleza.
– O meu também, mas nossos espíritos imortais permanecerão com o
tempo sempre belos como são neste momento.
– Está fazendo frio e há muitas nuvens no céu. Parece que vai chover.
– Espero que chova por 2 mil anos dia e noite muita paz e alegria em
todo o mundo. Que todas as cidades e reinos deste planeta fiquem submer-
sos por um oceano de amor e bondade e morra neste oceano de beleza e luz
toda a maldade, guerras, ódio e escuridão que estava abaixo dele poluindo
as suas águas e matando os seus peixes.
– Os seres humanos desta era são tão cruéis com os seres humanos, os
animais, as plantas e tudo o mais que vive. Parece que odeiam tudo o que ver.
– Parece? Eles odeiam tudo o que existe e amam tudo o que não existe.
Estão todos é possuídos pelos demónios da maldade, da ambição, do ego-
ísmo, da ignorância, do medo, do ódio, do torpor,da inveja, do ciume, da
4 02

insensatez, da arrogância, da cobiça, da luxuria, da mentira, da preguiça, da
desonestidade, da loucura, da estupidez, da mesquinhez, da insensibilida-
de, da irracionalidade que compõe a legião do exercito da escuridão criada
pelas mentes dos animais e dos seres humanos que adoram deuses de pedra
cujo coração duro está tão vazio de compaixão e amor como estas pedras
de ar e luz.
– Só tem escuridão dentro de um coração de pedra. Mesmo que você
parta a pedra em duas, ainda assim a luz não conseguirá iluminar todo ele
com o amor de Deus que ama os bons e odeia os maus. Por Deus amar os
bons e odiar os maus ele é ao mesmo tempo o pai mais amoroso e também
o mais malvado.
– E você está completamente enganado. Quem ama e odeia os bons e
os maus são os deuses e os seres humanos que vivendo na escuridão e na du-
alidade se comportam como animais que não veem Deus em nada. Deus
ama todos e não odeia ninguém. O ódio é um fruto amargo da maldade, as-
sim como o perdão é um fruto doce do amor. O que é amargo, o ser huma-
no normal rejeita, mas na escuridão o ser humano iludido por tantas inver-
dades prefere chupar limão do que chupar manga. Não existe demónios,
infernos, fantasmas, maras e diabos em nossos sonhos. Também não existe
demónios, infernos, fantasmas, maras e diabos no sonho de Deus. Os deu-
ses dos seres humanos adorados em forma de pedras e contos épicos, assim
como demónios, fantasmas e infernos é só uma invenção dos políticos para
levar seus soldados a guerra e para a morte em troca da salvação da alma no
céu. Por causa das guerras e das riquezas roubadas que elas trazem aos seus
reis, os rei são muito ricos e adorado por todos como um Deus na terra. Por
causa de tais guerras, o povo vive na miséria, sem emprego, roubando, ma-
tando, com fome e na escuridão. Não há nenhum reino neste planeta onde
não haja miséria, ignorância e fome. Aqui na Índia, a maioria do povo vive
na miséria e com fome. Sem comida na infância, o cérebro das crianças não
se formam direito e eles se tornam adolescentes retardados cuja inteligência
é tão reduzida que eles não aprendem a ler, a escrever e sem ler e escrever,
eles não tem como adquirir sabedoria. Sem comida e informação, o povo
fica doente, fraco, ignorante e idiota demais para compreender a verdade e
4 03

se rebelar contra seus governantes, pois um exército de retardados mentais
fracos e doentes é impossível vencer o exército do imperador bem alimenta-
do, forte, saudável e bem armado.
– Foi debaixo de uma árvore que Buda atingiu a iluminação e foi debai-
xo de uma árvore que eu também atingi a iluminação. Obrigado minha mes-
tra por me mostrar a verdade e me libertar dos meus medo dos demónios,
dos infernos, dos fantasmas, dos diabos, dos deuses e das mentiras dos sacer-
dotes e dos reis. Agora me sinto livre de verdade. Perdoe minha ignorância é
que fui mal alimentado na infância.
– Esta noite eu sonhei com você.
– Como foi seu sonho?
– Que nós estávamos andando por cima de nuvens trovejando e lampe-
jando a cada passo que dávamos enquanto acima de nós o sol brilhava in-
tensamente. Então a gente se abraçou, se beijou e os trovões e relâmpagos
cessaram.
– Que coincidência. Foi o mesmo sonho que o meu.
Os dois se abraçaram, se beijaram, fecharam os olhos e começou a re-
lampejar, trovejar e chover e em meio a trovoes, raios e tempestade, eles dei-
xaram o templo do Buda de mãos dadas. Enquanto caminhavam ele per-
guntou a ela:
– Amor de todas as minhas vidas passadas e futuras. Eu ainda não enten-
di direito o que levou o Buda a deixar um palácio cheio de luxo e conforto
para morar dentro dos matos e pregar a não existência de Deus e a existên-
cia do diabo.
– O Buda era um mestre em todas as artes e o povo dele o mais analfa-
beto, faminto, ignorante e miserável da terra. Vendo que o reino de seu pai
estava em perigo por causa da má administração do seu pai. Buda por amor
e compaixão pelo pai, deixou o palácio e toda a riqueza para trás para que o
povo não se importasse em viver na miséria, pois viver na miséria é o cami-
nho para atingir o nirvana e a paz eterna tanto na terra como no céu. Que
o povo deve sofrer na miséria, pois o caminho da riqueza é o caminho que
leva ao inferno. O caminho que leva ao inferno ou a sucessivos nascimentos
4 04

e mortes neste planeta é a ignorância e a miséria, pois elas são as pernas que-
sustentam toda as doenças e escuridão do corpo físico e mental.
– Muito dinheiro corrompe as mentes dos homens, pois cheios de lu-
xúria e insatisfeitos consigo mesmos nunca estão satisfeitos com o que tem
e querem sempre mais e mais e esse mais e mais levam eles a enganar, rou-
bar, matar outros sem pensar nas consequências dos seus atos para o seu
Karma, para a sua família, para seus amigos, para sua sociedade e para a hu-
manidade.
– A humanidade vive de promessas não cumpridas e na irrealidade, pois
desde crianças são ensinadas por seus pais, suas famílias, seus amigos e sua
sociedade que devem adorar os deuses para obterem proteção divina e des-
truir seus inimigos. Para tanto eles fazem canções e entoações desejando a
morte de milhões de humanos.
– Eles fazem isto com elas para que adorem ao deuses e não a elas mes-
mas como sendo deuses como realmente são. Neste mundo cheio de trevas,
ignorância e misérias todos os reis estão desesperados tentando evitar que os
seres humanos se amem para que amem o próximo como sendo Deus e vi-
vam em anti-guerra uns com os outros em toda a terra. Quando a água fria
e o fogo quente que vem do céu, a terra estéril e seca se enche de verde, de
vida, de beleza e alegria. Quando a verdade e a sabedoria que vem do espí-
rito de Deus, o coração de pedra do ser humano ignorante se enche de luz,
amor, paz e alegria como de luz, amor, paz e alegria se encheu minha men-
te e meu coração por você.
– É tão bonito o amor de Deus entre duas almas encarnadas em seres
humanos como um pombo de asas abertas em frente ao sol. Nossos guias
de luz enlouquecem de alegria com nosso amor e a energia pura, positiva
e benevolente que eles geram para toda a terra e o universo é tão poderosa
quanto a energia produzida pelo sol. Infelizmente, tal energia poderosa no
mundo não tem sido produzida com muita frequência positiva entre a hu-
manidade assim como entre os animais. No entanto, devido as mentiras so-
bre Deus, deuses, diabos, infernos, fantasmas e demónios, o povo da terra
vive com medo, com raiva, com tristeza, na miséria, na ignorância, na fome
4 05

e na marginalidade vibrando energias muito negativas, nocivas, temidas, in-
desejáveis e ameaçadoras para quem ama a paz, a luz, o saber e Deus como
eu e você.
– Os infernos, os diabos, os demónios, os fantasmas, deuses só existem
nas mentes doentias dos governantes e dos povos da terra que como seus an-
tepassados, ainda vivem como os macacos que viviam em cavernas quebran-
do pedras e fazendo guerras uns com outros por comida, agua e terras.
– Para onde meu amor está me levando?
– Para Patalipruta.
– Por que Pataliputra?
– Por que Pataliputra fica no coração da Índia. Com a luz do nosso amor,
podemos fazer o coração da índia ressuscitar e bater feliz com amor de Deus,
pois tal coração indiano está parecendo o coração de um defunto onde as
células morrendo vivem matando umas as outras pela sobrevivência e mor-
te eminente.
– A Índia tá parecendo é um cachorro morto cheio de pulgas se alimen-
tando do sangue morto do seu dono como os governantes se alimentando do
ouro dos indianos que foi criado para alimentar e educar o povo e não matá-
-los de fome e de ignorância. Meu mestre me disse que a ignorância é Satã.
– Seu mestre tem olhos e pode ver a floresta, as montanhas, o céu, o sol,
a luz e as estrelas, mas não pode ver a verdade sendo oculta pela mentira
como as trevas do universo ocultando as estrelas do céu da mente de Deus.
Como teu mestre, são os mestres deles. Tais mestres que fazem da mentira e
ilusão a verdade e a realidade, não são mestres, são morcegos que tem olhos,
mas nada podem ver. Tais mestres são como os cobradores de impostos do
governo que adoram muitos deuses além de si mesmos. Os mestres que não
se amam a si mesmos não tem amor próprio e por não ter amor próprio suas
mentes e corações estão sempre cheios de ódio pelas trevas e amor pela luz.
As velas e as estrelas foram criadas pelo universo para fornecer luz e calor e
não escuridão e frio, como as estrelas são os espíritos dos seres humanos que
foram criados para criar sabedoria e amor e não ignorância e ódio.
4 06

– Livre das trevas, da escuridão, do medo e do ódio estou, graças a sabe-
doria da minha mestra que é uma monja e também o meu amor.
– Seu amor está com fome e sem dinheiro.
– O seu também.
– Se não acharmos uma árvore com frutos no caminho, teremos que
matar e comer alguns peixes, pois se dependermos do amor e proteção do
governo alexandrino do nosso imperador Asoka, de fome, doenças e dor va-
mos morrer.
– Seria um final muito triste para uma moça tão bonita quanto você. Nós
o povo pobre da índia servimos ao nosso rei com lealdade e medo, no palácio
nós o alimentamos e o protegemos, trabalhamos, pagamos impostos e mor-
remos nos campos de batalha por ele em troca de seu amor e proteção e ele
e seus ministros só pensando em guerras, são incapazes de ter uma boa ideia
como plantar muitos pés de manga nestas terras tão férteis. Acho que nós in-
dianos pobres não precisamos de um rei, ministros e um governo como este
que em vez de plantar pés de manga para o povo comer, fazem é matar as
árvores para fazer flechas, arcos e matar os outros nas guerras.
– Estão na escuridão. Perdoa eles e ora a Deus para que lhes der sabedo-
ria, bondade e compaixão para terem boas ideias para alimentar, cuidar da
saúde e educar os indianos para livrá-los das mentiras e das guerras.
– Todas estas guerras de conquistas que estão sendo travadas na Índia na
gestão do imperador Asoka é para evitar que a democracia faça da Índia uma
republica democrática de direito e que ele e seus ministros não sejam desti-
tuídos pelo povo do poder.
– Querem impedir o povo de exercer o poder para que não tenham aces-
so aos direitos pelos quais pagam imposto para ter por meio de seus represen-
tantes eleitos por meio do voto secreto e popular.
– Estas ideias de democracia e monarquia, monoteísmo e politeísmo, re-
ligião e irreligião, sabedoria e ignorância, luz e escuridão mergulhou a civi-
lização humana em um oceano de caos e confusão.
4 07

– Lá na antiga Mesopotâmia, na Europa, na África e aqui na Ásia, as reli-
giões criadas pelos humanos ensinam seus seguidores a adorar Deus de joe-
lhos, sentados e prostrados de cabeça baixa no chão, a rasparem suas cabeças
e deixar seus cabelos e barbas crescerem, mas para adorar a Deus e chamar
sua atenção não precisa fazer nada disto, basta apenas amar a si mesmo den-
tro de seu coração, pois o coração é o templo do espírito do Deus vivo feito
de luz e amor que nele habita e nos dar de graça, vida, sabedoria e alegria.
– A alegria e a felicidade derivam da paz e do amor a si mesmo, a Deus e
aos demais. A alegria, a felicidade, a paz e o amor são qualidades nobres que
estão alem da dualidade, pois todos que vivem na luz e na escuridão conse-
guem senti-la de vez em quando.
– O Buda dizia que a tristeza e a felicidade são como as estações do in-
verno e do verão. Que assim como vem rápida também vão rápidas.
– O que ele quis dizer com isto é que toda sensação desagradável ou agra-
dável é temporária e que é só ter paciência e tolerância que ela passa.
Depois de alguns dias de caminhada e de barco, chegaram a Pataputra
em busca de trabalho. No porto de Pataputra viram um homem muito tris-
te olhando para a ponta de um barco naufragado na beira do rio. Londo dis-
se a ele:
– Com licença senhor. Estais assim tão triste por causa da morte do im-
perador Asoka?
O homem sorriu e disse:
– Ficar triste com a morte de um ladrão e assassino que só pensava em
ouro, poder, fama, glória e guerras é como ficar triste com a morte de um
crocodilo que matou muitos bebes e entristeceu os corações de milhões de
mães.Estou ficando velho e não louco e insensato. Estou triste porque a ga-
rota que minha alma, meu coração e minha mente amam foi embora da mi-
nha vida para um lugar onde não sei onde para se casar com outro homem.
– Ela te chifrou e você ainda sofre por ela de saudade e amor?
– Ela não me chifrou, pois não éramos namorados, nem noivos e casa-
dos, mas amantes.
4 08

– Ah. Entendi. Ela te amava?
– Amava e ainda ama.
– Se ela te amava, por que ela então te deixou ?
– Por que eu sou pobre e ele é rico.
– Deve ser horrível para você viver longe dela não é?
– É. Nem mesmo os anos em que passei na prisão do imperador Asoka-
foi mais horrível do que isto.
– Não fique triste por causa disto. É melhor viver longe da mulher que
ama do que viver com a cabeça cheia de chifres e a mente e o coração cheio
de ciume e ódio.
– Obrigado pelas palavras de sabedoria.
– De nada. Já estou indo querida. Minha amada me chama. Tenho que
ir. Bênçãos minhas a você e a todos os seus entes queridos.
– Consegui um emprego para nos dois aqui no porto.
– Como?
– Morreram 2 funcionários naquele acidente de barco ali e o dono des-
te estabelecimento estava procurando novos funcionários, eu ofereci nossos
serviços e ele vai nos contratar para substitui-los. Venha, vamos assinar o con-
trato de trabalho. Aqui está o meu ajudante senhor e senhora Rama.
– Olá. Como vai?
– Vou indo bem e o senhor?
– Eu também. Sua esposa nos disse que vocês estão sem dinheiro e que
vieram de outra cidade para a capital do Império Máuria. Vocês trabalharão
de dia como interceptadores e vendedores de mercadorias durante o dia e
a noite trabalharão como vigias aqui dentro do estabelecimento comercial.
Combinado?
– Sim. Combinado. É muita bondade e generosidade a sua senhor. Mui-
to obrigado e que Deus abençoe o senhor e a toda a sua família.
Assim que anoiteceu, eles deitaram sobre alguns sacos de algodão, se co-
briram com um cobertor de lã, oraram a Deus por paz na terra, agradeceram
4 09

pelo emprego e pelo abrigo e dormiram abraçados e sonharam em paz. As-
sim que amanheceu, abriram as portas e janelas do estabelecimento comer-
cial, os clientes começaram a chegar e dois deles se sentaram em cadeiras e
um disse ao outro:
– O rei Asoka reinou por 41 anos (273 a 232 A.C.). Está sendo conside-
rado como um dos maiores e mais importantes reis da história da Índia. Nes-
tes 41 anos de guerras, ele reinou sobre quase todo o território da Índia.Após
uma das suas sangrentas batalhas, ele foi ferido e tratado por monges budis-
tas que lhe ensinaram a filosofia do príncipe Buda. Após se converter ao bu-
dismo ele dedicou toda a sua vida a pregar as verdades e os ensinamentos do
iluminado. Seu nome significa ‘Aquele que é amado pelos deuses e que é
amável para com todos e que segue a lei, é religioso e justo’. Ele era filho de
Máuria Bindusara, rainha dharma que apesar de ser brâmane não tinha san-
gue real. Por sua inteligência e habilidade como guerreiro, ele era o favorito
de seu avô que jogou a espada fora para seguir a vida jainista até Asoka guar-
dar a espada rejeitada por seu avô, o imperador Chnadragupta Máuria. Na
adolescência era violento e arrogante. Ao se tornar adulto se destacou entre
os meios irmãos que ambicionava o império do pai. Por sua coragem, força,
astúcia e habilidade como general e político, foi mandado para matar e su-
focar muitas rebeliões e conflitos nas regiões indo gregas e outras partes do
império em ascensão.
Depois de alguns anos vivendo e aprendendo com a Índia e os india-
nos, os dois morreram de picadas de mosquitos na velhice em 100 A.C. e 3
dias depois reencarnaram em Belém, cidade da província do império roma-
no na Judeia (Israel).
410

CAPITULO XXIV
O REI HERODES E O NASCIMENTO

DE JESUS DE NAZARÉ

E
m 60 A.C., em uma sinagoga de judeus em Belém, cida-
de do reino da Judeia (ex-Israel e colônia do império romano), o pas-
tor Enok (Euclides) disse aos irmãos presentes ao culto de sábado:
– Queridas irmãs e irmãos presentes ao culto de sábado. Muito boa tar-
de a todos e aos que estão vindo pela primeira vez, sejam muito bem vindos
a casa de nosso Deus Jeová que nos libertou das garras afiadas dos egípcios,
assírios, babilônicos, persas, gregos, também nos libertará do império roma-
no. Os romanos violaram todos os códigos de leis da justiça dos homens e de
Deus com a ocupação de Israel e outras nações da terra. Não odeiem os ro-
manos pelo que fizeram e estão fazendo conosco e os outros povos, pois es-
tão na escuridão e na escuridão não podem ver Deus dentro de nossos cora-
ções. Amor e ódio é com um relógio de areia que quando está vazio de amor
por Deus, está cheio de ódio e quando está cheio de ódio está vazio de amor.
Quando o coração do homem está vazio de amor, ele se enche de ódio. O
coração humano só tem um senhor, ou é o ódio ou é o amor.
Neste momento, Léia ( Charmosa) entrou na sinagoga e continuou ou-
vindo o rabino pregar:
– Deus é o amor e não o ódio, Deus é o perdão e não a vingança. Deus é
a alegria e não a tristeza. Deus vive dentro dos corações dos opressores roma-
nos. Existe uma maneira de libertar Israel dos romanos sem violência e der-
ramamento de sangue. É através da negociação, da oração e da verdade. Os
romanos não sabem que estão odiando, escravizando, torturando e matan-
do o Deus que os ama e vive em seus corações. Toda esta provação que esta-
mos passando e temos passado, não é o castigo de Deus por nossos pecados,
mas o desejo por riquezas do imperador e do senado de Roma. Tais políticos
criam leis que permite que seus soldados nos roubem por meio de inúmeros
impostos em troca da liberdade e da vida. A vida é sagrada. A vida é a luz do
412

amor de Deus nos corações de todos os seres vivos. Por esta razão devemos
respeitar as vidas de todos os seres vivos e não tirar deles o que Deus lhes deu
com tanto amor, mesmo que sejamos mortos. Os que tem um coração puro
e amam, respeitam, valorizam e honram cada vida, para eles o paraíso está
garantido e para tais almas iluminadas em tal paraíso não há mais volta a
este planeta cheio de belezas e injustas leis. Para os que tem um coração im-
puro e odeiam, desrespeitam desvalorizam e desonram cada vida, para ele
o sofrimento aqui na terra está garantido até que aprendam a amar, respei-
tar, valorizar e honrar a Deus. Deus é um grande espírito feito de amor, luz,
bondade e alegria do qual nossos espíritos estão ligados como os galhos de
uma árvores ou as penas de um passarinho. Tal como a gaiola que impede o
passarinho de voar e sentir alegria, assim é o ódio que nos impede de amar
a si mesmo e a Deus e obscurece o nosso intelecto com escuridão, maldade
e ignorância. Ignorância é odiar a Deus e amar a Deus é sabedoria, escuri-
dão é odiar a Deus, luz é amar a Deus. Tristeza é odiar a Deus. Felicidade é
amar a Deus. Amar a si mesmo é amar a Deus. Amar a Deus é amar e per-
doar o próximo pelo que é e por seus erros. Ama a Deus para te ver livre das
correntes que prendem teus pés e tuas mãos dentro de uma prisão cercada
de concreto e ferro. Ora a Deus para não possuir a capacidade de odiar pois
é por causa do ódio que há guerras e não paz. Só haverá paz em todo mun-
do quando todos aprenderem a amar, perdoar e sentir compaixão por si mes-
mos, pois neste dia todos aprenderão a amar, perdoar e respeitar o próximo
como a si mesmo. Quando odiamos alguém, estamos sob o controle deste
alguém, tem alguém no poder deste império de ladrões que querem ter con-
trole sobre nossas mentes, corações e almas. Para sairmos do controle de al-
guém, não devemos odiá-lo, mas orar a Deus para que remova o ódio do seu
coração e lhe der sabedoria pois ao desejar o mal para teu inimigo o mal re-
cairá todo sobre ti e o bem que desejas ao teu inimigo também cairá sobre ti.
Ama teus inimigos, mas não fiquem perto deles pois na escuridão são como
serpentes venenosas. Os romanos como os gregos, os persas, os babilônicos,
os egípcios e os chineses sonham em conquistar o mundo e impor a força a
todos os seus costumes e leis e tal imposição é injusta e ilegal sem o consen-
timento de todos. Não pensem que Deus os abandonou, pois um filho pode
413

até abandonar o seu pai, mas um pai bondoso e generoso como Deus nunca
abandona o seu filho, mesmo que tal esteja na escuridão como estão os ro-
manos. Nós judeus amamos Deus como sendo o amor e os romanos amam
Deus como sendo o ouro. O ouro é brilhante, bonito e valioso. O amor de
Deus. Ouro e amor são duas riquezas diferentes, como diferente são os pen-
samentos e escritas dos seres humanos. A diferença é que o ouro não reluz
na escuridão e o amor de Deus reluz tanto na luz como na escuridão seja do
coração do judeu, seja do coração do romano. O amor pelo ouro e amor por
Deus são dois tipos de amor. O que ama o ouro é tolo e o que ama Deus é
sábio. O que é tolo vive na escuridão e o que é sábio vive na luz. Não há luz
mais bela em todo o universo que o amor de Deus por toda a humanidade.
Eu sou o filho de Deus, vocês e os romanos também, assim como um peixe
é filho de um peixe. Nenhum pássaro é filho de peixe, também nenhum fi-
lho de Deus é filho do diabo, rei do inferno e dos demónios. Não temeis o
que dizem sobre tais reis que se passa por Deus como os seres humanos se
passando por reis. Quando vem a morte, todos que vivem na luz e na escu-
ridão veem apenas anjos de luz ao seu redor lhe guiando em alegria para o
reino de Deus que está localizado no fundo do seu coração a milhões e mi-
lhões de anos luz daqui. Após a morte não há julgamento e punição, pois
Deus é amor e não julgamento. Quem julga e pune as pessoas, quem ama e
odeia as pessoas, são os seres humanos e os deuses e não Deus. O que Deus
faz é amar a todos sem preconceito ou qualquer discriminação. Deus per-
doa tudo o que seus filhos fazem de errado, por que então nós não perdoa-
mos os romanos? Deus não ama o que os romanos estão fazendo connosco
e outros povos, mas ele ama os romanos pelo que são. As almas dos romanos
são pedaços da alma de Deus e Deus os ama porque ele se ama, então por-
que não amamos os romanos? Eles não são nossos inimigos, eles são nossos
irmãos, nossa família, nosso Deus, mas não sabem disto. Mas quando sou-
berem nunca mais terão coragem de matar crianças, mulheres, idosos, rou-
bar seus bens, incendiar suas cidades e escravizá-los para trabalhos forçados
e vendê-los como mercadorias. As crianças não tem uma consciência muito
desenvolvida e suas mentes são inquietas, turbulentas, obstinadas, flexíveis
e traquinas por natureza e por esta razão devem ser perdoadas e amadas por
414

seus erros para que não tenham medo de errar e aprender a amar, valorizar,
honrar e respeitar a si mesmo e aos demais. Por tanto perdoem os erros das
criancinhas, pois elas não sabem o que fazem. Já está tarde e pelo que vejo,
vocês já estão cansados de me ouvir, então por aqui termino a lição desta se-
mana. Tenham todos uma boa noite, vão com Deus e bênção minhas a vo-
cês e todos os seus familiares e amigos.
Todos os judeus saíram da sinagoga, menos o amor dele. Ele foi até ela
com um jarro cheio de pequenas flores rosas, lhe deu e lhe disse:
– Eu estava com saudade de você. Pensei que nunca mais a veria.
– Pensou errado, pois estais me vendo. Muito obrigada pelas flores. São
muito bonitas. Esta flor aqui chamarei de alegria, essa outra de bondade, esta
outra de sabedoria, esta outra de paz, esta outra de compaixão, essa outra de
luz, essa de verdade, essa de piedade, esta de misericórdia, esta de otimismo,
e a planta, a areia, o jarro e as flores eu chamarei de amor de Deus em mi-
nhas mãos e em meu coração que amargava de saudade de você.
– O amor é como o fogo e a saudade é como a lenha queimando no fogo.
Quando a lenha vira cinza, o fogo desaparece e com ela a saudade. Quando
o fogo desaparece, fica a maior sujeira e tal sujeira são as lembranças amar-
gas que a saudade deixou.
Enquanto os artistas conversavam sobre amor e saudade, dois soldados
a paisana que estavam na sinagoga, caminharam em direção ao palácio do
rei Herodes. Ao chegarem ao portão do palácio um soldado perguntou aos
espiões:
– Quem são vocês e o que querem em frente ao palácio do rei Herodes?
– Somos espiões de vossa majestade e queremos uma audiência com ele
imediatamente.
– Soldados. Levem eles até o rei.
– Sim senhor. Vamos espiões reais.
Ao chegarem ao rei Herodes que bebia vinho, ouvia música e se divertia
com várias mulheres bonitas que dançavam e cantavam sorrindo embriaga-
das. O rei Herodes foi até a varanda do palácio e o espião lhe disse:
415

– O pastor de ovelhas está ensinando que o inferno, o diabo e os demô-
nios não existem e que devem resistir a ocupação romana pela não violência.
Que Deus não ama o que os romanos estão fazendo, mas os ama por serem
partes da alma dele. Que devem adorar a si mesmos e não aos deuses que
são invenções dos políticos. Que Júlio césar derrubou a republica de Roma
para impedir que a democracia ateniense triunfasse sobre Roma e para que
os governantes eleitos dessem o que o povo tem direito e que o senhor é o rei
mais idiota da história da humanidade e que por ser tão idiota, todos os ro-
manos são idiotas também.
– Ah, ah, ah. Deus está no céu sentado em seu trono cercado de anjos.
Ele é muito grande para caber dentro de um pequeno coração. Mas os ju-
deus que lutam por liberdade, justiça, ouro e Deus, não podem entender
isto e dizem que loucos e cegos somos nós romanos. Me acusam de ter ma-
tado minha família para me apoderar do poder, mas não é verdade o que di-
zem sobre mim. Mas rabinos que perturbam a ordem e a lei, eu mandei ma-
tar um monte e vou mandar matar mais este outro também. Volta lá mais
tarde e queima a sinagoga dele com ele e o Deus dele nos corações de todos.
– Sim senhor.
Assim que a madrugada chegou e quase todos foram dormir, os espiões
do rei Herodes foram até a sinagoga de madeira e puseram fogo nela e em
meio a altas labaredas eles viram o diabo e Jeová agonizando de dor e agonia
em meio ao fogo da madeira, tecidos e pregos queimando enquanto o sino
da sinagoga balançava enquanto caia em meio as cinzas do que havia sido
destruído pelo fogo. Enquanto a sinagoga queimava e os espiões riam, dois
cavalos saiam de Belém, a terra natal do rei Davi em direção a Jerusalém a
10 km de distância. Em cima do cavalo branco, Léia disse a Enok:
– Chegaremos a Jerusalém antes do amanhecer.
– Se não fosse você me avisado que havia espiões do rei na minha sina-
goga, talvez uma hora destas eu já devia está morto.
Assim que amanheceu, todos viram a sinagoga do pastor em meio a es-
combros, cinzas e fumaça. E pensaram que o pastor estava morto, choraram
a sua morte, mas não esqueceram seus ensinamentos sobre Deus, sobre paz
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e sobre amor e começaram a escrever sobre ele e ensinar aos outros o que
ele ensinou. Em Jerusalém, Enok viu um cego pedindo esmolas e foi até ele
com a sua amada ao lado. Ele colocou uma moeda dentro da cuia do cego
e lhe disse:
– Você é velho, cego e pobre diante de meus olhos como cego, velho e
pobre é diante de Deus é o rei Herodes.
– Se o Herodes tivesse os olhos e a sabedoria que tu tens, eu não estaria
cego e nem pedindo esmolas a ninguém.
– Posso curar tua cegueira, mas não posso resolver o teu problema da po-
breza, pois não sou rico como um imperador ou um rei.
– Um rei cego é como eu, eu posso sentir a prata em minha mão, mas
não posso vê-la como ela é. também os reis podem sentir o ouro em suas
mãos, mas não podem ver que o ouro pertence a Deus e a todos e não a um
só rei. Não pode me enriquecer sendo pobre, mas aceito a cura como se fos-
se o maior tesouro de todos.
– Todos os dias. Peça as células de seus olhos para lhe devolverem de vol-
ta a visão e elas te curarão.
– Ah, ah, ah, obrigado. vou tentar para ver se dar certo.
Enok foi a outra sinagoga e lá se encontrou com muitos judeus com as
mentes e os corações cheios de ódio dos romanos. Ele disse a eles:
– Queridos irmãos de Jerusalém. Posso ver estampado em suas mentes
e corações o ódio a Deus que vocês sentem pelos romanos. Sei que não é fá-
cil perdoar quem mata e escraviza seus pais, filhos e amigos, mas perdoem
os romanos porque os romanos são partes da alma do criador e odiar os ro-
manos é odiar o criador. Sei que é difícil para vocês perdoarem tais crimes,
também o é para Deus, mas Deus perdoa. Se Deus perdoa, devemos perdo-
ar também, pois só o perdão pode remover o ódio que vocês sentem em suas
mentes e corações pelos romanos. Não deixem que o ódio aos romanos des-
truam a sua vida, a sua paz, a sua alegria, a sua força, a sua auto-estima, a sua
saúde, o seu amor por Deus e a salvação deste inferno em que vivemos. Se
querem vencer um império tão grande como o romano, não é com ódio e
espadas que conseguirão vencê-los e libertar Israel. Davi venceu Golias com
417

uma pedra. Golias é o império romano, Israel é Davi e a pedra é o amor de
Deus. O império romano é o império do ódio e da escuridão por que devi-
do a adoração de seus deuses pagãos, todos estão cegos a cerca da verdade
sobre Deus está dentro dos corações de todos os seres humanos, inclusive
dos inimigos da paz e da ordem, os romanos que são bárbaros e desumanos.
Pensam os romanos que são os donos do mundo, que tem mais direitos que
os outros, que estão acima das leis, dos deuses e de Deus. Eles como vocês
estão cheios de ódio por Deus sem saber. Da lama vem a flor, da mentira
vem a verdade. Todos sabem que a história de Moisés é só uma mentira, mas
Deus certo para trazer a verdade do Deus único a esta civilização humana
e unir o povo de Israel por milagres e promessas. Eu acho que deveríamos
criar uma nova mentira para nos libertar dos romanos sem violência e for-
talecer a fé dos israelitas em Deus. O Deus Hórus do Egito que representa
o sol nascendo, morrendo, ressuscitando, nascendo e morrendo na cruz do
zodíaco por 12 meses. Nasceu de uma virgem, tinha 12 discípulos, expulsou
demônios, fez milagres, ressuscitou um morto, foi crucificado entre dois la-
droes, morreu e ressuscitou 3 dias depois. Poderíamos usá-lo para criar uma
história bem real. Um de vocês fará o papel do Messias que falará de amor,
paz, compaixão, misericórdia, perdão, igualdade, liberdade, direitos huma-
nos, tolerância, paciência, resistência sem violência, democracia, e outras
coisas mais que já tenho escrito. Outros de vocês farão papel de doentes que
serão curados, outro se fingirá de morto que será ressuscitado. Diremos que
ele nasceu num estábulo de vacas, ovelha, cavalos, estrela no céu, 3 magos
que visitam a criança que o rei Herodes mandou matar em relação aos rabi-
nos que foram assassinados por ordem dele. O rei Herodes irar mandar ma-
tá-lo e crucifica-lo. Depois de sua morte diremos que ressuscitou e os apósto-
los escreverão um novo testamento em que constará que o diabo, demónios
e inferno não existem. Depois mandaremos gente nossa para todas as partes
do mundo para espalhar que a promessa de Deus se cumpriu. Assim, todos
crerão em Deus e não o abandonarão nem por ouro e ilusão.
– Não adianta fazer isto. Mesmo que der certo, as autoridades modifica-
rão as mensagens dos apóstolos e usarão nosso plano a seu favor para contro-
lar todo o povo em nome do Messias.
418

– Parece bom. Quando começaremos ?
– Assim que escolherem um dentre vocês que será crucificado. Tem al-
guém disposto a morrer pelos pecados da humanidade?
– Tem. Os romanos mataram toda a minha família e a mulher que eu
amava me deixou para se casar com outro.
– Você vai ser adorado pelos judeus como o rei Davi para sempre como
um Deus meu amigo e com a sua morte conseguiremos unir o mundo in-
teiro. Qual é o seu nome?
– É Judas.
– Judas você vai se chamar Jesus. Quem são os apóstolos?
– Somos nós.
– Você vai se chamar Pedro, você Paulo, você Simão, você Tiago. Vou
precisar também de uma prostituta.
– Eu faço o papel de prostituta.
– Você se chamará Maria Madalena. Quem vai ser o cego curado? E a
mulher com hemorragia interna que não conseguia andar? E o morto que
vai ressuscitar?
– Estamos aqui.
– Você vai se chamar Lazaro. Leiam isto e deem para outros lerem.
Assim que judas foi crucificado, Enok e Léia foram perseguidos pela jus-
tiça de Jerusalém de volta a Belém onde espalharam a história dos milagres
de Jesus Cristo de Nazaré. A notícia se espalhou em 4 A.C. o rei maligno da
província romana da Judeia que matou sua própria família por ambição de
poder e mandou matar incontáveis rabinos e judeus. Enquanto o rei Hero-
des era enterrado, a historia de jesus continuava se espalhar pela Ásia, África
e Europa. No ano 1 D.C. Enok disse a algumas crianças:
– Então jesus Cristo foi crucificado, morreu e 3 dias depois ressuscitou.
Depois foram para casa e em cima do teto da casa, ele disse a ela antes
de dormir:
419

– Minha velha querida. Hoje é o meu aniversario e o dia mais feliz da
minha vida, pois completei 100 anos e ainda estou contigo.
– Comigo para sempre estará como contigo eu também sempre estarei.
– Eu te amo.
– Eu te amo e parabéns pelo seu aniversário, pelo que você é e tudo o
que representa para Deus e este universo. Durma em paz.
Assim que dormiram a lua cheia iluminou a cidade de Belém com a
sua luz. Assim que amanheceu os dois velhos foram encontrados mortos e
abraçados em cima do teto de sua casa de barro e palha por seus filhos que
os enterraram debaixo de uma árvore e no mesmo buraco escuro (tumba)
e nela seus esqueletos permaneceram juntos para sempre em plena paz e
pleno amor.
4 20

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
BURNS, EDWARD, História da Civilização Ocidental – Professor de His-

tória da Rutgers University. Editora Globo. 2013.
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Couto. Editora Universo dos livros. 2014.
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res Esplanada dos Ministérios, Bloco H Anexo II, Térreo, Sala 1 70170-
900 Brasília, DF Telefones: (61) 3411-6033/6034/6847 Fax: (61) 3411-9125.
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Dr. Georges da Silva e Rita Homenko. Editora Pensamento. Rua Dr. Mário
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de um Deus Extraterrestre. Editora Nascav (Espanha). 2002.
THOMAS, JON. A Bíblia Sagrada. Publicada por A Igreja de Jesus Cristo

dos Santos dos Últimos Dias Salt Lake City, Utah, EUA.
4 22

A PAZ ETERNA ENTRE JUDEUS E ÁRABES NA TERRA é uma obra
poética, de direito e história antiga que tem por finalidade destruir o ódio
que os judeus e os árabes sentem um pelo outro a 1900 anos.É uma história
de fidelidade e amor eterno de alto nível para deixar Shahespeare e Camões
de queixo caído. Tal obra tem início na cidade de Ur em 2060 e tem fim no
ano 1 D.C. Em outras palavras é um tratado internacional de paz entre os
Judeus e os árabes e uma viagem no tempo e pelo mundo antigo da Antigui-
dade clássica da humanidade a luz do direito moderno. Deus é amor e per-
dão e não julgamento e punição. Deus te ama e eu também.
4 23

Este livro foi composto
em Electra LT pela Editora
Autografia e impresso em
papel offset 75 g/m².

As Guerras Da Antiguidade Entre Judeus e Arabes

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A PAZ ETERNA ENTRE

JUDEUS E ÁRABES NA TERRA

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A PAZ ETERNA ENTRE

R io de Jane i ro, 2017

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Editoração eletrônica: Fabricio Vale

A Paz Eterna entre Judeus e Árabes na Terra

Todos os direitos reservados.

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Cordialmente e com amor, seu amigo

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