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Sávio Monografia Versão Final (Posbanca)
Sávio Monografia Versão Final (Posbanca)
GOVERNADOR MANGABEIRA – BA
2017
SÁVIO SANTOS BULHÕES
GOVERNADOR MANGABEIRA – BA
2017
Dados Internacionais de Catalogação
73 f.
CDD 658.048
Dedico este trabalho primeiramente а Deus, por me conduzir em
cada etapa do meu aprendizado, autor de mеυ destino, mеυ
guia, socorro presente na hora da angústia, ао mеυ pai Josival
Santos Bulhões, minha mãe Denise Silva Santos Bulhões е аоs
meus irmãos.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço а Deus que permitiu que tudo isso acontecesse, toda
honra e toda glória sejam dados ao nome Dele, é o maior mestre que alguém pode
conhecer.
Agradeço imensamente aos meus pais, Denise Silva Santos Bulhões e Josival
Santos Bulhões, pela dedicação, confiança no potencial do seu filho, pelo amor,
incentivo е apoio incondicional.
A Faculdade Maria Milza, seu corpo docente, direção е administração que
oportunizaram а janela que hoje vislumbro um horizonte superior, eivado pela
acendrada confiança no mérito е ética aqui presentes.
A minha orientadora professora mestra Priscilla Motta Oliveira Ramos, pelo
suporte no tempo que lhe coube, pelas suas correções е incentivos.
Agradeço а todos os professores por me proporcionar о conhecimento não
apenas racional, mas а manifestação do caráter е afetividade da educação no
processo de formação profissional, por tanto que se dedicaram а mim, não somente
por terem me ensinado, mas por terem me feito aprender. А palavra mestre, nunca
fará justiça aos professores dedicados aos quais sem nominar terão os meus eternos
agradecimentos.
Meus agradecimentos aos amigos, companheiros de turma е irmãos na
amizade que fizeram parte da minha formação е que vão continuar presentes em
minha vida com certeza, em especial a Selva, mais precisamente a Erico, Ricardo e
William.
Agradeço a minha noiva Leidemile por toda motivação, compreensão nos
momentos mais difíceis no desenvolvimento desta pesquisa.
A todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, о meu
muito obrigado.
RESUMO
The Third Sector arose from the need to provide assistance to people who are
marginalized, thus contributing to the reduction of social inequality. It is made up of
non-profit and non-governmental organizations, in order to provide public services. In
this context are inserted religious organizations that meet the needs of the body and
soul of people who need support, especially spiritual. Accounting is a mandatory and
effective instrument in the process of resource management and accountability of this
type of entity to its various users, generating information with greater transparency,
reliability and relevance, which is fundamental to the decision-making and fundraising
process . There is a specific segment of accounting science to meet the demands of
non-profit entities with specific standards, so they must follow the guidelines provided
in the General Technical Interpretation (ITG). In this context the objective of this
research is to analyze the adequacy of a religious organization located in Feira de
Santana - BA to ITG 2002 (R1). The methodology consists of a descriptive research,
through a case study with documental analysis and qualitative character. The data
collection was done through a form previously developed based on the criteria
established in ITG 2002 (R1) that should be observer by the entities of the third sector
The analysis of the financial statements of the religious organization referring to the
exercises of 2014 and 2015 allowed the fulfillment this form. In addition, a semi-
structured interview was conducted with the accountant responsible for the accounting
of the entity with the purpose of complementing the analysis of the financial statements
and verifying recognition criteria, clearing accounts and explanatory notes. The
analysis of the data shows that the organization prepares all the mandatory financial
statements for the third sector entities, but they are not in compliance with everything
provided for in ITG 2002. The Balance Sheet is in accordance with what is established
in the standard. The Statement of the Year's Surplus or Deficit disregards the standard
only because it does not show the expense accounts by type of activity. The Statement
of Changes in Shareholders' Equity is mistakenly referred to as the Statement of
Changes in Equity, the correct nomenclature for the organizations in the second sector.
The Statement of Cash Flows was elaborated by the two methods (direct and indirect),
however, it did not show the revenues by type of activity. Regarding the explanatory
notes, it is evident that it does not show immunities and exemptions as recommended
by ITG 2002. Regarding Recognition, segregation by type of activity was lacking. In
general terms, the adequacy of the study organization to the ITG 2002 standard (R1)
did not occur in full, that is, it partially met what the standard establishes.
1. INTRODUÇÃO
cenário da evolução histórica da mesma. Nos dias atuais, esse setor em estudo
necessita de boa administração para uma boa campanha com finalidade de certificar
as atividades sociais desenvolvidas.
São muitos os desafios que devem ser superados pelas organizações do
Terceiro Setor, para certificar seu papel social e promover qualidade de vida das
pessoas. Os desafios enfrentados para gestão das organizações do Terceiro Setor
podem ser apresentados como principais: eficácia na gestão e na captação de
recursos, assim como tornar transparente toda movimentação.
Nesse contexto a contabilidade desponta como uma ferramenta de gestão para
controlar seus recursos e suas destinações proporcionando uma maior confiabilidade
por parte dos usuários, para que a mesma possa conseguir alcançar um bom número
de doadores e assim dar continuidade as suas atividades.
Caracterizando-se como objeto de estudo, as organizações religiosas se
assemelham com as associações em termos de constituições primárias, aspecto
discutido no corpo do referencial teórico. Contudo, as organizações religiosas,
contemplando as entidades do Terceiro Setor, também necessitam da contabilidade
como parceira, a fim de alcançar a eficácia na gestão, assim como, na utilização dos
recursos.
A contabilidade realiza um papel de uma das principais parceiras das
organizações sociais, evidenciando a saúde organizacional, desenvolvendo
juntamente com os gestores estratégias para manter suas atividades por meios de
captação de recursos, para isso necessita de todo procedimento exigido pela norma
específica do setor em tese, ou seja, a Interpretação Técnica Geral – ITG 2002 (R1)
– entidades sem fins lucrativos, é uma norma restrita ao terceiro setor que está em
constante alterações.
Diante do que foi exposto surge a seguinte indagação: de que forma ocorreu a
adequação da contabilidade de uma organização religiosa localizada em Feira de
Santana as alterações da Norma ITG 2002 (R1)?
Para atender o problema da pesquisa, advém como objeto geral: analisar a
adequação da contabilidade de uma organização religiosa localizada em Feira de
Santana as alterações da Norma ITG 2002 (R1). Atrelado ao objetivo geral dispõe-se
os respectivos objetivos específicos:
Discutir as normas contábeis específicas do terceiro setor e suas últimas
alterações;
12
2. REFERENCIAL TEÓRICO
pouco tempo proteção ao meio ambiente e outros. Elas têm missão de melhorar o
mundo tornando-o mais compreensível e justo.
Machado (2009) apud Silva (2014, p. 21) complementa afirmando a grande
“importância do Terceiro Setor, ou seja, parte da sociedade organizada juridicamente,
com apoio do governo, para prestar serviços sócios assistenciais a quem deles
necessite”.
Considerando a grande relevância do setor em tese, vale ressaltar a sua
importância no cenário atual, bem como a estrutura, e seu conceito já anotado
anteriormente. Contudo, para a criação de uma associação parte da premissa no qual
nasce da oportunidade e/ou necessidade compartilhada num grupo que tenha
interesse em comum. Diante disto, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural –
SENAR (2011) complementa que “a ideia básica é resolver problemas comuns a estas
pessoas ou potencializar suas ações individuais a partir da força que o grupo
proporciona”.
A existência de uma associação é de fundamental importância na sociedade,
uma vez que, intensifica e fortalece determinada categoria com propósito específico.
Assim sendo, o Manual de Procedimentos para o Terceiro Setor complementa
evidenciando que,
é a forma pela qual certo número de pessoas, ao se congregarem, colocam,
em comum, serviços, atividades e conhecimentos em prol de um mesmo
ideal, objetivando a consecução de determinado fim, com ou sem capital e
sem intuitos lucrativos. (GRAZIOLI ET AL. 2015).
... contribuições voluntárias dos fiéis (dízimos, coletas, coletas especiais que
são destinadas conforme o previsto no art. 22 do Regimento da CAEP);
receitas com festejos populares ou de serviços prestados; receita com venda
de bens patrimoniais ou a cobrança de créditos; aluguéis; receitas
financeiras; recebimento de bens de terceiros; vendas de artigos religiosos
(atividades que envolvem apenas as necessidades pastorais, conhecida pela
contabilidade como reembolsam de subsídios, pois se praticado comércio a
igreja deixa de obedecer a seus princípios institucionais).
Cicca (2009) alerta que as receitas das organizações do Terceiro Setor não
podem ultrapassar 60% de uma só fonte de captação de recursos Por essa razão a
importância de captar recursos de diferentes fontes. O planejamento de captação de
recursos deve ser adequado à realidade de cada entidade, de modo a evitar eventuais
contratempos como o não alcance da eficácia projetada para determinada entidade,
ou seja, o modelo de projeto (captação) pode ser semelhante para todas as entidades,
porém os procedimentos a serem utilizados vão depender das peculiaridades de cada
organização. A Associação Brasileira de Captação de Recursos (ABCR, 2007),
estabelece um Código de Ética do captador de recursos para as organizações sem
fins lucrativos, apresentando as seguintes bases:
Sobre a transparência nas O captador de recursos deve exigir da organização para a qual
informações trabalha total transparência na gestão dos recursos captado;
Sobre conflitos de interesse O captador de recursos deve cuidar para que não existam conflitos
de interesse no desenvolvimento de sua atividade;
Sobre os direitos do doador O captador de recursos deve respeitar e divulgar o Estatuto dos
Direitos do Doador
Sobre a relação do captador O captador de recursos, seja funcionário ou autônomo ou
com as organizações para voluntário, deve estar comprometido com o progresso das
quais ele mobiliza recursos condições de sustentabilidade da organização.
Fonte: Elaborado pelo autor adaptado de ABCR (2017)
os usuários. Para Padoveze (2000, p. 38), “a informação deve ser tratada como
qualquer outro produto que esteja disponível para consumo. Ela deve ser desejada,
para ser necessária. Para ser necessária, deve ser útil”.
De grande importância é a contabilidade para o Terceiro Setor, uma das
atividades é produzir informações confiáveis para gerar uma comunicação entre os
usuários, à mesma é tão importante para as organizações do Terceiro Setor que
Drucker (1990) certifica que 60% de todos os problemas administrativos são
resultados da ineficiência na comunicação.
A instituição sem fins lucrativos deve ser baseada na informação. Ela deve
ser estruturada ao redor das informações que fluem dos indivíduos que
executam o trabalho para aqueles que estão no topo – os responsáveis finais
– e também ao redor das informações que fluem para baixo. Esse fluxo de
informações é essencial, porque uma organização sem fins lucrativos precisa
ser uma organização de aprendizado. (DRUCKER, 1990, p. 132).
da profissão contábil” (PETRY et al., 2016), ou seja, esses princípios irão apresentar
conceitos fundamentais para a prática do profissional.
A norma que antecede a atual vigente é identificada pela Resolução CFC nº
1.409/12 ITG 2002 (Interpretação Técnica Geral) – Entidade sem finalidade de lucros,
que foi aprovada em 21 de setembro de 2012, ela alterou as seguintes Resoluções:
Resolução CFC nº 966-2003 – NBC T 10.19 – Entidades sem finalidade
de lucros;
Resolução CFC nº 926-2001 – NBC T 10.19 – Entidades sem finalidade
de lucros;
Resolução CFC nº 877-2000 – NBC T 10.19 – Aspectos Contábeis
Entidades sem fim lucro;
Resolução CFC nº 852-1999 – NBC T 10.18 – Entidades Sindicais e
Associações de Classe;
Resolução CFC nº 838-1999 – NBC T 10.18 – Aspectos Contábeis
Entidades Sindicais;
Resolução CFC nº 837-1999 – NBC T 10.4 – Aspectos Contábeis
entidades diversas Fundações
Todavia, a mesma indica algumas informações importantes após revogar todas
as normas anteriores a ela, ou seja, segundo a ITG 2002 (R1), a norma estabelece
critérios e procedimentos específicos de avaliação, de reconhecimento das
transações e variações patrimoniais, de estruturação das demonstrações contábeis e
as informações mínimas a serem divulgadas em notas explicativas de entidade sem
finalidade de lucros.
A ITG 2002 (R1) expõe que entidades do Terceiro Setor podem ser constituídas
sob natureza jurídica de fundação de direito privado, associação, organização social
ou religiosa, partido político, técnico científica, esportiva, cultural, beneficente e outras,
com o a finalidade comum e/ou comunitária. Sobre o recolhimento de receitas e
despesas, a resolução estabelece que as entidades devem respeitar o regime contábil
de competência.
As doações e subvenções recebidas para custeio e investimento devem ser
reconhecidas no resultado, observado o disposto na NBC TG 07 - Subvenção e
Assistência Governamentais. Os registros contábeis precisam evidenciar as contas de
receitas e despesas, com e sem gratuidade, superávit ou déficit, de forma segregada,
28
identificáveis por tipo de atividade, tais como educação, saúde, assistência social e
demais atividades.
A norma ainda determina que as demonstrações contábeis que devem ser
elaboradas pela entidade sem finalidade de lucros são: o balanço patrimonial a
demonstração do resultado do período, a demonstração das mutações do patrimônio
líquido, a demonstração dos fluxos de caixa e as notas explicativas, conforme previsto
na NBC TG 26 ou na Seção 3 da NBC TG 1000, quando aplicável.
A Norma Brasileira de Contabilidade específica do Terceiro Setor vigente
atualmente é a ITG 2002 (R1) de 2015, aprovada em 02 de setembro de 2015 e alterou
a Resolução 1.409/12 ITG 2002. Contudo a mesma evidencia algumas
particularidades em que altera alguns itens e incluem outros, conforme Quadro 2:
3. METODOLOGIA
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Não foi identificado Ativo Intangível e a entrevista confirma que a entidade não
possui nenhum ativo que pudesse ser classificado com tal.
No geral, houve uma adequação da organização referente requisitos
normativos verificados nos Balanços Patrimoniais, apresentado um valor de R$
10.824,77 no ativo e passivo no exercício de 2014, e R$ 7.208,26 no exercício de
2015. Observando tal situação, em entrevista realizada com o profissional de
contabilidade responsável pela entidade, o mesmo afirma que a situação condiz com
o que é exposto no Balanço Patrimonial,
No Balanço patrimonial de uma organização sem fins lucrativos, em
organizações religiosas, realmente vai mostrar se a organização tem o
resultado positivo ou negativo, ou seja, superávit ou déficit, e verificando se
tem condições de novos investimentos, no qual no Balanço patrimonial da
organização está demonstrado isso.
atualmente é mensurada por meio das perdas efetivamente incorridas conforme CPC
38. Essa conta deixa de ser provisão já que segundo a Norma as Provisões passam
a ter conceito de “passivos com prazo ou valor incertos” (IAS 37) e as PECLD são
contas retificadoras do ativo.
Diante disto, devem-se analisar as possíveis perdas esperadas sobre créditos
a receber para que se obtenha mais consistência na informação, buscando assim,
maior certeza sobre a probabilidade de inadimplência por parte dos “clientes”.
Em linhas gerais, ainda sob o aspecto do Balanço Patrimonial com relação à
apresentação deste demonstrativo para os dirigentes, na entrevista o contador
responsável pela entidade afirmou que “o conselho fiscal se reúne e aprova ou não o
balanço, e daí passa para a assembleia para ser aprovado ou não, se for resultado
positivo ver onde vai aplicar e se for déficit como vai fazer para ter novos aportes.”
Ainda nesse aspecto, foi perguntado na entrevista se os dirigentes tomam decisões
com base no Balanço Patrimonial, o mesmo afirmou que “Sim, é feita toda análise no
qual dependendo do resultado, os dirigentes juntamente com a assembleia vai
verificar as decisões.”
Nesse aspecto Bairro (2009) complementa que “as informações geradas pela
Contabilidade são essenciais para o desenvolvimento de uma empresa, sendo
praticamente impossível gerenciar uma organização sem os dados fornecidos pela
contabilidade.”
Realizada as análises e cruzamentos de dados do formulário e entrevista no
que diz respeito ao Balanço Patrimonial, foi verificado que há uma coerência no que
é apresentado em forma documental (demonstrações) e o que é citado pelo contador
responsável pela entidade.
A norma contábil que trata das demonstrações contábeis para o Terceiro Setor
determina a alteração da nomenclatura de ‘lucro ou prejuízo do exercício’ para
‘superávit ou déficit do exercício’. Esta demonstração tem por objetivo principal, nas
entidades sem fins lucrativos, evidenciar todas as atividades desenvolvidas pelos
gestores relativas a um determinado período de tempo, denominado “Exercício”, que
geralmente corresponde a um ano calendário. Assim, por este motivo, deve-se utilizar
46
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa (2017)
Nº
Atende Não atende Não se aplica
Item a ser verificado
1 A Entidade apresentou a Demonstração das
x
Mutações do Patrimônio Líquido?
2 A Demonstração das Mutações do Patrimônio
Líquido foi renomeada para Demonstração das x
Mutações do Patrimônio Social?
3 O saldo no início do Exercício é igual ao saldo do
x
final do Exercício anterior?
4 A Entidade apresentou o Resultado líquido do
x
período?
5 A Entidade apresentou o saldo no final do
x
período?
6 O valor do Superávit ou Déficit de exercícios
anteriores foi transferido para a conta Patrimônio x
Social?
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa (2017)
resultado ao Patrimônio Social se torna indispensável, uma vez que não cumprida, a
princípio acarretará em não fechamento do Balanço Patrimonial, assim como
apresentando um demonstrativo inverídico.
No geral, a organização cumpriu quase todos os itens normativos, tendo em
vista que o nome desta Demonstração não alterado para o correto continua divergente
do que estabelece a norma.
1
A Entidade apresentou a Demonstração dos
X
Fluxos de Caixa
2 Na elaboração das demonstrações a Entidade
utilizou o método direto classificando os fluxos de
X
caixas por atividades operacionais, de
investimentos e de financiamentos?
3
Se utilizado o método indireto, foram
evidenciadas as receitas e as despesas X
divulgadas na demonstração do resultado?
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa (2017)
51
Contudo, visto que a DOAR foi substituída pela DFC, a organização elaborou a
DFC e quase uma DOAR, permitindo aos gestores uma análise de forma geral
observando as informações contidas nas demonstrações, avaliando o impacto que os
investimentos e os financiamentos tiveram sobre a posição financeira da empresa no
período considerado, assim como, verificar as razões pelo qual resultaram as
diferenças entre o lucro líquido e o caixa gerado pelo lucro líquido, ou seja, uma
elaboração voluntária para fins gerenciais.
De modo geral, nos quesitos com relação à Demonstração dos Fluxos de
Caixa, a organização em estudo atende parcialmente com que a norma estabelece,
além disto, utiliza a Demonstração das Aplicações dos Recursos para fins gerenciais.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa em questão teve como objetivo analisar a adequação da
contabilidade de uma organização religiosa localizada em Feira de Santana as
alterações da Norma ITG 2002 (R1).
Atrelado ao objetivo geral caracterizou-se como objetivos específicos: discutir
as normas contábeis específicas do Terceiro Setor e suas últimas alterações. Este
primeiro objetivo específico foi atendido de forma plena no tópico 2.4 Normas
Contábeis aplicadas ao Terceiro Setor, apresentando as principais alterações da
Norma Contábil específica do Terceiro Setor.
57
Por outro lado, foi possível verificar também que os profissionais da área
contábil enfrentam dificuldades para elaboração das demonstrações contábeis desse
tipo de entidade, já que muitas vezes o fluxo de informações entre a organização e a
contabilidade não acontece de forma eficiente, inviabilizando o cumprimento de
determinados quesitos estabelecidos pelas normas ou até tornando inviável a
elaboração das próprias demonstrações.
A contabilidade apresenta-se como uma ferramenta essencial no processo de
gestão e da transparência das ações desenvolvidas pelas organizações do Terceiro
Setor, uma vez que é definida como o método de identificar, mensurar e comunicar
informações com a finalidade de permitir julgamentos e decisões adequadas por parte
dos usuários internos e externos. Ocorre que, no Brasil, as demonstrações contábeis
elaboradas pelas entidades do Terceiro Setor são adaptações dos demonstrativos
desenvolvidos pelas empresas, cujas características e perspectivas são bem
diferentes.
Dentro da realidade observada na organização em estudo, em relação ao
cumprimento das normas específicas e das atividades desempenhadas, dessa forma
apresenta sempre condições de melhoria tanto da contabilidade, quanto da gestão,
assim temos como sugestões:
Criação de uma ação dos Conselhos Regionais de Contabilidade no
sentido de orientar, incentivar e apresentar a importância quanto ao
cumprimento das normas específicas do terceiro setor;
Educação continuada e especialização dos profissionais de
contabilidade quanto à importância da elaboração das demonstrações
contábeis das entidades do terceiro setor, já que percebe-se
divergências entre o que a norma estabelece e o que realmente é
colocado em prática;
Conscientização dos gestores quanto à disponibilização de informações
para a contabilidade de forma tempestiva.
Em sentido amplo, como recomendação para próximos trabalhos, sugere-se
pesquisa com o mesmo objetivos em diversas entidades também do terceiro setor,
mas com atividades diversas e períodos mais longos, para possível apresentação de
evolução com relação ao atendimento as mudanças ocorridas nas normas
específicas, bem como comparação entre as entidades com diversas finalidades.
59
60
REFERÊNCIAS
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63
percentual-maior-de-empregados-com-nivel-superior-que-a-media-nacional.html>
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OLIVEIRA, Eider Arantes. SOUZA, Edileusa Godói de. O terceiro Setor no Brasil:
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http://www.sindcontsp.org.br/uploads/acervo/arquivos/07%20Estrutura%20conceitual
%20ABEL.pdf. Acesso em: 11/2017
Este formulário será aplicado para avaliação acerca dos parâmetros das
Normas aplicadas ao Terceiro Setor.
Servirá como elemento direcionador para o Trabalho de Conclusão de Curso –
TCC do discente Sávio Santos Bulhões, orientado pela Professora Me. Priscilla Motta
Oliveira Ramos no curso de Ciências Contábeis na Faculdade Maria Milza – Famam.
O objetivo deste formulário é coletar a informações referentes as
Demonstrações Contábeis apresentado na ITG 2002 (R1) através dos Demonstrativos
elaborados pela entidade.
Os dados serão analisados de forma impessoal direcionando a avaliação do
procedimento e não dos atos dos gestores.
Total
Este roteiro para entrevista será seguido para avaliação acerca dos parâmetros
das Normas aplicadas ao Terceiro Setor.
O objetivo desta entrevista é coletar a informações referentes ao
Reconhecimento e Contas de Compensação apresentado na ITG 2002 (R1) através
do responsável pela elaboração dos mesmos.
Nº Balanço Patrimonial
1 Em seu julgamento o Balanço Patrimonial representa a exata situação
econômica e financeira da organização religiosa? Por quê?
2 Após a elaboração do Balanço Patrimonial ocorre alguma reunião com os
dirigentes para apresentação do mesmo?
3 Os dirigentes tomam algum tipo de decisão com base no Balanço
Patrimonial?
4 Qual o método utilizado para depreciação dos bens do ativo imobilizado?
5 Como foi determinada a vida útil desses ativos? (móveis e utensílios,
veículos, computadores e periféricos)
6 A organização evidencia receitas de doações, subvenções e contribuições
recebidas em contas específicas?
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Nº Nota Explicativa
1 A organização apresenta algum tipo de renúncia fiscal?
2 A organização recebe subvenções?
3 A organização apresenta recursos vinculados à restrição?
4 Houve algum evento subsequente à data do encerramento do exercício que
possam vir a ter efeito relevante sobre a situação financeira da entidade?
Nº Diversas
1 A entidade demonstra, comparativamente, o custo e o valor recebido? Se
sim, com qual finalidade?
2 A entidade realiza algum tipo de compensação entre contas que possam
traduzir efeitos no patrimônio liquido? Se sim, qual (quais)?
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