Você está na página 1de 10

O PRECIOSÍSSIMO

Sangue de Jesus
Sumário

† O MISTÉRIO DO SANGUE PRECIOSO......... 7


† A necessidade do sangue precioso......... 22
† O império do preciosíssimo sangue........ 28
† A história do precioso sangue............... 29
† A devoção ao sangue precioso.............. 33
† L adainha ao Preciosíssimo Sangue de
Jesus............................................ 62
† Oremos......................................... 65
† Nota da Editora............................... 67
O MISTÉRIO
DO SANGUE PRECIOSO

Salvação! Quanta música há nessa palavra -


música que nunca cansa, mas é sempre nova,
que desperta ao mesmo tempo em que sempre
nos descansa! Traz em si mesma tudo o que
nossos corações poderiam dizer. É um doce vi-
gor para nós de manhã e, à noite, um contenta-
mento de paz. É uma música que sempre ecoa
profundamente na alma. Os ouvidos angelicais
são arrebatados por ela no céu; e nosso próprio
Pai Eterno ouve com complacência adorável. É
doce até para Ele, em cuja mente está a músi-
ca de mil mundos. Ser salvo! O que é ser sal-
vo? Quem pode dizer? Olhos não viram, nem
ouvido ouviram. É um resgate, e de tal navio
afundado. É um descanso, e em um tão inima-
ginável lar. É deitar-se diante de Deus em um
rapto interminável de insaciável satisfação.

“E lhe porás o nome de Jesus; porque


Ele salvará o seu povo de todos seus peca-
dos”. Quem mais, exceto Jesus, pode fazer isso,
e o que mais precisamos além disso? De todas
A
7
Preciosíssimo Sangue

as misérias a escravidão do pecado é a pior


dor. É uma ruína da qual nenhuma outra ruí-
na se assemelha. Incomoda toda a paz da vida
e transforma o sol em escuridão. Tal escravidão
faz secar todas as fontes agradáveis e​​ envene-
na as próprias bênçãos de Deus que deveriam
servir para nossa cura. Multiplica o peso da
vida, que já é bastante pesado. Torna a morte
um terror e uma tortura, e a eternidade além
do túmulo uma escuridão infinita e intolerá-
vel. Ora! Todos nós sentimos o peso do pecado
e sabemos que não existe algo semelhante. Sob
seu jugo, a vida trouxe muitas tristezas e mui-
tos medos. Nossos corações doíam milhares de
vezes e as lágrimas caíram. O sono fugiu e a co-
mida nos enjoou, mesmo quando nossa fraque-
za ansiava por eles. Jamais sentimos algo como
o peso morto de um pecado mortal. Então, o
que uma vida assim pode ser? O que deve ser
uma morte em pecado mortal? Qual seria a
eternidade irrevogável resultante de uma vida
em pecado irrecuperável?

É de todo esse horror que devemos pro-


curar a libertação? Não por nós mesmos; pois
conhecemos a infinidade de nossa fraqueza e a
A
8
Preciosíssimo Sangue

vitalidade inesgotável de nossa corrupção. Não


por qualquer poder terreno; pois ele não tem
jurisdição aqui. Não pela filosofia, literatura ou
ciência; pois, neste caso, estas são apenas ques-
tões tristes e inúteis. Não para qualquer santo,
por maior santidade que tenha, nem por qual-
quer anjo, por mais poderoso que seja; pois o
menor pecado é uma montanha maior do que
eles têm poder de destruir. Não pela rainha
coroada criada por Deus, Maria gloriosa e sem
pecado; ainda que seja tamanha a sua santi-
dade não pode satisfazer o pecado, nem a ge-
nerosidade de sua pureza pode remover sua
mancha mortal. Tampouco podemos procu-
rar a libertação diretamente da paciência e da
compaixão do próprio Deus; pois no abismo de
sua sabedoria foi decretado que, sem derrama-
mento de sangue, não haverá remissão de pe-
cados. É somente do Sangue Precioso de Jesus
Cristo que nossa salvação vem. Da imensidão
de seus méritos, dos tesouros inexauríveis de
suas satisfações, por causa do poder incansável
de sua realeza sobre a justiça e a ira de Deus,
por causa dessa querida combinação de seu
valor inestimável e sua prodigalidade benigna,
nós, miseráveis pecadores,
​​ somos levantados
A
9
Preciosíssimo Sangue

das profundezas de nossa miséria e restaura-


dos para a paz e favor de nosso Pai Celestial.

É doce a esperança onde o desespero qua-


se começou a reinar? É uma alegria ser eman-
cipado de uma escravidão vergonhosa, ou
libertado de uma masmorra? É uma alegria
elevar-se como se por milagre de um leito de
fraqueza e sofrimento, com saúde repentina e
vigor instantâneos? Então, que alegria deve ser
a SALVAÇÃO! Pois, do mesmo modo que não
há miséria terrena como o pecado, também não
há libertação como a que Jesus nos dá. Pala-
vras não poderão expressá-lo. O pensamento
só pode considerar isso, e isto deve ser pensado
a partir de uma mente iluminada e de um co-
ração ardente, que se gastem em considerá-lo
por muito, muito tempo. O primeiro momento
após a morte é um momento que deve infali-
velmente chegar a todos nós. Pense sobre esse
momento: a Terra está atrás de nós, rodando si-
lenciosamente em sua órbita obediente através
do espaço negro. À nossa frente, os inesgotáveis
caminhos ​​da eternidade se estendem diante
de nós, enquanto as palavras de nossa senten-
ça mal flutuaram em silêncio. É a sentença da
A
10
Preciosíssimo Sangue

salvação. O grande risco foi executado, e esta-


mos salvos. O poder de Deus mantém nossa
alma para que ela não morra de alegria. Não
é possível exprimir o significado de sua eter-
nidade. A alegria menos acidental é um mun-
do de beatitude em si e o incêndio oferecido
à visão é avassalador. Então a verdade dessa
eternidade é ela mesma eterna - algo tão difícil
de compreender. No entanto, isso é apenas o
que queremos dizer quando pronunciamos a
palavra salvação. Quão horrorosa é a diferença
daquele primeiro momento após a morte caso
não tivéssemos sido salvos! Gela-nos o coração
simplesmente pensar nisso. Mas oh, alegria das
alegrias! Nós vimos o rosto de Jesus; e o sorriso
em seus olhos, o sorriso em seu rosto e as pala-
vras em seus lábios eram SALVAÇÃO.

Mas há quem não sinta que o pecado seja


um horror ou cativeiro. Dizem que isso não
tem peso em seus corações. Dizem que suas vi-
das estão cheias de sol e que o tempo flui como
o alegre riacho corre no verão com uma brisa
suave sobre suas pedras coloridas com suas
águas brilhando ao sol. Dizem que é assim com
eles; e realmente eles deveriam saber melhor
A
11
Preciosíssimo Sangue

do que ninguém.  No entanto, eu dificilmente


acredito neles. Se eles estão felizes, é apenas
aos trancos e barrancos; e, portanto, não com
uma completa felicidade. Existe sempre uma
voz censuradora gritando dentro deles. Um
pecador habitual sempre tem a aparência de
um homem cansado e desapontado. Há can-
saço na própria luz de seus olhos, vexação no
muito baixo tom de sua voz. Por que é tão irri-
tado com os outros, se é tão feliz consigo mes-
mo? Então também não há momentos terríveis,
momentos íntimos em que ninguém, a não ser
Deus, o vê, quando ele se sente arrepiado e com
medo, quando está cansado da vida porque
está infeliz, quando o passado pesa sobre ele
como um pesadelo, e o futuro o assusta como
um animal que se aproxima? Quando a morte
o espreitar, como morrerá? Quando chegar o
julgamento, o que ele responderá? Mesmo que
o pecador possa passar a vida com a alegre in-
diferença que ele próprio dissimula, não deve
ser invejado. Isto é apenas um sono, uma le-
targia ou uma loucura – um ou outro destes,
de acordo com sua disposição natural. Deve
haver finalmente um despertar, mas quando e
onde será? Aqueles que andam durante o sono,
A
12
Preciosíssimo Sangue

algumas vezes são despertados se os seus pés


forem colocados na água fria. Pense: e se o des-
pertar do pecador ocorrer apenas no primeiro
toque do fogo que o queima além túmulo?

Mas não reivindicamos participação em


nenhuma alegria tola do pecado. Estamos do
lado de Deus. Nós pertencemos a Jesus. O pe-
cado é nosso grande inimigo, assim como nosso
maior mal. Desejamos romper com ele. Temos
vergonha da nossa sujeição passada e sentimo-
-nos desconfortáveis – com nossa atual separa-
ção imperfeita dele. Nosso pensamento mais
elevado – não! Não apenas nosso pensamento
mais elevado, mas nosso único objetivo – é a
nossa salvação. Não nos importamos com ne-
nhuma ciência, mas com a ciência da graça
redentora. A cruz de Cristo é a nossa única sa-
bedoria. Certas vezes, desejamos muitas coisas
e almejamos muitas coisas. Mas estamos modi-
ficados agora. Nossas vidas são incrivelmente
simples, pois procuramos apenas temer o pe-
cado e amar a Deus. Nossa ansiedade agora
é que tudo isso possa permanecer. Tememos
outra mudança, especialmente uma mudança
para a situação anterior. Nós realmente pen-
samos que não deva haver mudança, exceto
A
13
Preciosíssimo Sangue

aquela que de pouco amor se transmuta em


muito amor e de mais amor. O direito de Jesus
ao nosso amor, ao nosso melhor amor, a todo o
nosso amor, é cada vez mais claro para nós. A
sua paixão suprema torna-se cada vez mais
atraente, porque se revela todos os dias para
nós como uma nova revelação. Que aspectos
existem em Jesus, os quais maravilhosamente
Ele ilumina com os esplendores de Seu amor
eterno! Não sentimos todos os dias mais e mais
fortemente, que devemos ser por Jesus mais do
que somos, que entre tudo o que cresce o amor
divino é o que mais aumenta, que toda ideia
de um limite para o amor de Jesus ou qualquer
moderação em nosso serviço a Ele é tanto uma
tolice quanto uma deslealdade? Ele foi o brilho
de inúmeras vidas e a doçura de inúmeras do-
res, mesmo quando não era mais que apenas
uma expectativa para o povo de Israel. O que
deverá ser, então agora que veio, que viveu e
derramou Seu sangue, morreu, ressuscitou e
ascendeu, sem dizer que depois trouxe-nos to-
dos os indizíveis sentimentos por meio do San-
tíssimo Sacramento? Por que nossos corações
são tão frios?  Por que nosso amor é tão infiel
e nossa fé tão pouco amorosa? Nós tentamos,
A
14

Você também pode gostar